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INSTITUTO POLITÉCNICO DE SAÚDE DE MOÇAMBIQUE

Tratamento Antirretroviral

Elementos do Grupo: Formador:

Ana Patricio Kawawa

Lichinga

2023
Índice
1. Introdução:.........................................................................................................................................3
2. Antirretrovirais..................................................................................................................................4
2.1. Adesão ao tratamento de Antirretroviral....................................................................................4
2.2. Principais Considerações sobre a Adesão ao Tratamento:.........................................................9
3. Fármacos Anti-Retrovirais Disponíveis em Moçambique............................................................10
EFEITOS ADVERSOS MAIS FREQUENTES E INTERACÇÕES MEDICAMENTOSAS MAIS
IMPORTANTES DOS INIBIDORES NUCLEOSÍDEOS DA TRANSCRIPTASE REVERSA.......14
EFEITOS ADVERSOS MAIS FREQUENTES E INTERACÇÕES MEDICAMENTOSAS MAIS
IMPORTANTES DO INIBIDOR NUCLEOTÍDEO DA TRANSCRIPTASE REVERSA................15
ESQUEMAS TERAPÊUTICOS SEGUIDOS EM MOÇAMBIQUE EMADULTOS E CRIANÇAS
≥5 ANOS..................................................................................................................................................17
4. ESQUEMAS TERAPÊUTICOS SEGUIDOS EM MOÇAMBIQUE EM CRIANÇAS < 5 ANO
18
ESQUEMAS TERAPÊUTICOS SEGUIDOS EM MOÇAMBIQUE EM CRIANÇAS < 5 ANO.....19
4.1. Tratamento Antiretroviral No Adulto Com Tuberculose.........................................................19
4.2. Tratamento Anti-Retroviral Na Criança Com Tuberculose....................................................19
Importância..............................................................................................................................................20
6. Grupos Especiais.............................................................................................................................20
Escolha da 2ª linha em adultos e crianças ≥5 anos (com peso ≥35kg)..................................................22
7. Apoio Psicossocial No TARV Pediátrico........................................................................................22
7.1. A Revelação do Diagnóstico à Criança.......................................................................................23
8. Os cuidados de enfermagem...........................................................................................................24
9. Conclusão.........................................................................................................................................26
10. Referencias Bibliográficas...........................................................................................................27

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1. Introdução:

A infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) representa um desafio significativo


para a saúde global, impactando milhões de vidas em todo o mundo. Desde a identificação do
vírus nas décadas de 1980 e 1990, avanços substanciais foram alcançados no desenvolvimento de
estratégias terapêuticas eficazes. Entre essas estratégias, destaca-se o tratamento antirretroviral
(TAR), uma abordagem fundamentada na administração de medicamentos específicos projetados
para inibir a replicação do HIV e preservar a função imunológica.

Os antirretrovirais formam uma classe diversificada de agentes farmacológicos que visam


diferentes estágios do ciclo de vida do vírus, incluindo a transcrição reversa, a integração do
material genético viral ao genoma hospedeiro e a maturação viral. A introdução do conceito de
Terapia Antirretroviral Altamente Ativa (HAART) marcou um marco crucial na gestão da
infecção pelo HIV, permitindo a combinação de múltiplos agentes para maximizar a eficácia
terapêutica e minimizar o desenvolvimento de resistência.

Além dos desafios intrínsecos à replicação viral, a terapia antirretroviral enfrenta questões
relacionadas à adesão ao tratamento, efeitos colaterais adversos e barreiras socioeconômicas que
afetam o acesso equitativo à medicação. Esta introdução explora a evolução histórica dos
antirretrovirais, suas diferentes classes, o impacto da terapia na qualidade de vida dos pacientes e
os desenvolvimentos futuros em busca de estratégias mais eficazes, ressaltando a importância
contínua da pesquisa e da inovação no enfrentamento da epidemia do HIV/AIDS.

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2. Antirretrovirais

Os antirretrovirais são uma classe de medicamentos utilizados no tratamento da infecção pelo


Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV). O HIV é um retrovírus que ataca o sistema
imunológico, enfraquecendo a capacidade do organismo de combater infecções e doenças. O
objetivo dos antirretrovirais é impedir a replicação do HIV no organismo, controlar a progressão
da infecção e preservar a função imunológica.

O termo "retrovírus" refere-se ao fato de que o HIV tem uma estratégia única de replicação que
envolve a transcrição reversa, ou seja, a conversão do RNA viral em DNA. Os antirretrovirais
atuam em diferentes etapas desse ciclo de replicação do vírus, impedindo sua multiplicação e,
consequentemente, a progressão da doença.

Existem várias classes de antirretrovirais, cada uma com mecanismos de ação específicos. As
principais classes incluem inibidores de transcriptase reversa (nucleosídeos e não nucleosídeos),
inibidores de protease, inibidores de integrase, inibidores de fusão e inibidores de co-receptor de
quimiocina. A combinação de medicamentos de diferentes classes, conhecida como Terapia
Antirretroviral Altamente Ativa (HAART), é a abordagem padrão no tratamento do HIV.

A Terapia Antirretroviral tem sido crucial na transformação do HIV/AIDS de uma doença quase
sempre fatal para uma condição crônica gerenciável. Quando administrada adequadamente, a
HAART pode suprimir a carga viral a níveis indetectáveis, permitindo que o sistema
imunológico se recupere e proporcionando uma vida mais saudável aos pacientes. No entanto, é
importante destacar que os antirretrovirais não curam o HIV; eles controlam a infecção, mas o
vírus permanece presente no organismo. A adesão contínua ao tratamento é essencial para o
sucesso da terapia antirretroviral.

2.1. Adesão ao tratamento de Antirretroviral

A adesão ao tratamento é um aspecto crucial no manejo eficaz da infecção pelo Vírus da


Imunodeficiência Humana (HIV) através da Terapia Antirretroviral (TAR). Refere-se à
capacidade do paciente de seguir as orientações médicas e tomar os medicamentos conforme
prescrito, de maneira consistente e regular. Uma adesão adequada é fundamental para alcançar e

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manter a supressão viral, retardar a progressão da doença, preservar a função imunológica e
reduzir o risco de transmissão do HIV.

Introdução de Normas Clínicas Atualizadas e dos Modelos Diferenciados de Serviços, para


o seguimento do paciente HIV positivo - CIRCULAR 2

De acordo com despacho N° 2376/2103/DNSP/2018, datado de 05/12/2018, da Sua Excia. Sra.


Ministra da Saúde, foi autorizada a introdução das Normas Clínicas Atualizadas e dos Modelos
Diferenciados de Serviços para o seguimento do paciente seropositivo, as quais preconizam o
seguinte:

1 Dispensa trimestral de Isoniazida

É revogada a dispensa trimestral de isoniazida, para os pacientes em tratamento profilático com a


isoniazida.

O tratamento profilático com a isoniazida deve ser oferecido a todos os pacientes novos inícios
em TARV, apos a exclusão de TB activa. A isoniazida deve continuar a ser prescrita
mensalmente aos pacientes elegíveis.

Após terminar o ciclo de 6 meses de TP1, o paciente deve ser avaliado e incluso nos MDS
mediante a apresentação de critérios de estabilidade.

Uma vez que os pacientes esteja a fazer algum MDS, apenas deverão ser retirados, se
apresentarem algum novo critério de instabilidade (CV> 1000, má adesão ou condição clínica do
estadio III ou IV).

Pedido de análise de CD4:

É descontinuado o uso do CD4, de forma rotineira, de 6/6 meses para o seguimento laboratorial
dos pacientes.

O CD4 será requisitado nos seguintes casos:

i. Para todos os novos inícios do TARV, para a decisão sobre as profilaxias (Cotrimoxazol e
Fluconazol);

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ii. Se CD4 > 350 (paciente adulto) ou CD4 > 500 (crianças 15 anos) — manter o seguimento
clínico do paciente com a CV (segundo às normas). Não se recomenda o pedido do CD4 de 6/6
meses;

iii. Nos adultos, se CD4 < 350 cel/mm3— iniciar as profilaxias aplicáveis, e repetir o CD4 de 6/6
meses até que o CD4 seja maior que 350, em 2 medições consecutivas, separadas por um
intervalo de 6 meses;

iv. Nas crianças com Idade inferior a 5 anos, não repetir CD4 ate completar 5 anos de idade.

V. Nas crianças dos 5 — 14 anos de idade, independente da idade da criança na altura em que
iniciou o cotrimoxazol, deve repetir o CD4 de 6/6 meses até que o CD4 seja maior que 500, em 2
medições consecutivas, separadas por um intervalo de 6 meses;

V1. Pacientes com suspeita de falência terapêutica, doença avançada e outros casos, em que haja
necessidade de se decidir pelo início de profilaxias.

Novas recomendações para os Regimes terapêuticos em pacientes ADULTOS

Regimes terapêuticos para a 1ª linha do TARV

 Foi adicionado o Dolutegravir (DTG) nos regimes de 1 linha para os adultos;


 O DTG será oferecido no esquema de tratamento em dose fixa combinada
(TDF/3TC/DTG) e será administrado em toma única diária; Contudo, também estará
disponível o DTG em comprimido isolado de 50 mg para situações especiais,
nomeadamente crianças e pacientes com co-infecção TB/HIV;

O DTG Será introduzido de forma faseada, sendo:

Fase I: a ser implementada á partir de Março de 2019

Fase II: a ser implementada a partir de Agosto de 2019;

A implementação das normas em cada uma das fases entra em vigor mediante a recepção do
circulares separadas (uma para cada fase) que orientam a introdução das mesmas;

Os critérios para o uso do DTG na fase 1 para os pacientes em 1ª linha são:

a. Todos novos iniciou em crianças do sexo masculino (apenas rapazes) com peso ú 20kg

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b. Novos inícios de TARV em pacientes homens com co-infecção TB/HIV (TB sensível);

c. Homens e mulheres HIV+, e que vão iniciar o tratamento para TB resistente ou desenvolvem
TB resistente durante o TARV;

Nota: para as mulheres em idade fértil com TB/HIV e que iniciarem o tratamento com o regime
contendo TDF/3TC/DTG, deve ser assegurado o uso de métodos de planeamento familiar de
longa duração de forma contínua e consistenle, durante o tempo em que estiver a usar o
TDF/3TC/DTG (Implante, Depoprovera e DIU seriam os métodos preferencias).

Todos os outros pacientes adultos novos diagnosticados, deverão iniciar o TARV com os
regimes até então em vigor, nomeadamente:

 TDF/3TC/EFV;
 Todas as alternativas à 1ª linha com o TDF/3TC/EFV.

Recomendações para o tratamento de 2ª linha do TARV em adultos

i. Os pacientes em uso de LPVr devem fazer a substituição do LPV/r pelo ATZ/r . Esta
troca será progressiva mantendo a combinação de INTR que recebem. Exemplo:
AZT/3TC+LPV/r muda para AZT/3TC+ATV/r.
ii. O esquema contendo 2INTR+ATV/r passa a ser o esquema preferencial de 2’ linha
no país, para os pacientes adultos;
iii. Os pacientes com diagnóstico de falência terapêutica à 1' linha do TARV, serão
aprovados para um esquema de 2 linha contendo ATV/r, ao invés do LPV/r;
iv. A combinação de íNTR será escolhida pelo Comité TARV em cada caso.

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Regimes recomendados para 1ª linha do TARV em crianças

Os regimes foram agora separados por género e faixas de peso, isto é, os regimes TARV para as
Raparigas são diferentes dos regimes para rapazes;

a) Regimes de 1ª linha recomendados para Rapazes dos 0 — 14 anos de idade

Crianças dos 20 — 29.9 kg deve iniciar o TARV com ABC/3TC + DTG50mg isolado, e quando
completar 30 kg devem trocar para TDF/3TC/DTG;

Os granulados/saquetas (assim que disponivel) podem ser usados ú partir da 2 semana de vida;

Os Pellets devem ser usados em criancas á partir do 3º mês de vida e com peso 5 kg.

Após a remoção da capsula, os grânulos (comprimidos) devem ser engolidos inteiros. Não
podem ser partidos, mastigados, ou dissolvidos antes de ser administrados. Deve se ir preparando
a criança para puder fazer a transição para o Aluvia (100/25mg), logo que ela for capaz de
engolir a comprimido inteiro. Criança com peso >l4kg incapaz de deglutir o LPV/r l00/25ms,
deve iniciar TARV com EFV.

a) Regimes de 1linha recomendados para Raparigas dos 0 — 14 anos de idade

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Recomendações para a Transição das crianças dos 0 — 14 anos activas em TARV

Na fase I da implementação das normas clinicas recomenda- se a transição apenas das crianças
activas em TARV com peso inferior a 20kg;

Os regimes para transição são semelhantes tanto para rapazes como para raparigas.

Todas as crianças activos em TARV com peso ú 20kg deverão manter-se nos regimes TARV em
que se encontram. Contudo, deverão todas ser rastreadas para Falência terapêutica segundo as
normas (rastreio da falência clinica e/ou virológica através da lnonitoria de CV usando os
algoritmos de CV preconizados).

Regimes recomendados para tratamento de Crianças que desenvolvem Falência


Terapêutica

2.2. Principais Considerações sobre a Adesão ao Tratamento:

Complexidade da Terapia

A TAR muitas vezes envolve a administração de múltiplos medicamentos, frequentemente em


horários específicos e com diferentes condições de ingestão (antes ou após as refeições). A
complexidade do regime terapêutico pode afetar a adesão.

Efeitos Colaterais

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Alguns medicamentos antirretrovirais podem causar efeitos colaterais, como náuseas, fadiga ou
distúbios gastrointestinais. A presença de efeitos colaterais pode impactar a disposição do
paciente para aderir ao tratamento.

3. Fármacos Anti-Retrovirais Disponíveis em Moçambique


Classes dos Fármacos Antiretrovirais Segundo os Mecanismos de Acção
Inibidores Nucleosídeos da Transcriptase Reversa (INTR)
 Zidovudina (AZT)
 Estavudina (d4T)
 Lamivudina (3TC)
 Abacavir (ABC)
Inibidor Nucleotídeo da Transcriptase Reversa t Tenofovir (TDF) Inibidores Não Nucleosídeos
da Transcriptase Reversa (INNTR)
 Nevirapina(NVP)
 Efavirenz (EFV) Inibidores da Protease (IP)
 Ritonavir (RTV)
 Lopinavir/ritonavir (LPV/r)
 Atazanavir (ATV)
 Darunavir (DRV) Inibidor da transferência de cadeia da Integrase (ITCI)
 Raltegravir (RAL)
Associações de Fármacos em Dose
Fixa Combinada (D F C) Disponíveis em Moçambique
 TDF/3TC/EFV
 TDF/3TC
 AZT/3TC/NVP
 AZT/3TC
 D4T/3TC/NVP
 D4T/3TC
 ABC/3TC
Descrição dos Antirretrovirais: Apresentação, Posologia e Interação com os Alimentos
INIBIDORES NUCLEOSÍDEOS DA TRANSCRIPTASE REVERSA (INTR)

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.

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.

INIBIDOR NUCLEOTÍDEO DA TRANSCRIPTASE REVERSA

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.

INIBIDORES DA INTEGRASE

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EFEITOS ADVERSOS MAIS FREQUENTES E INTERACÇÕES MEDICAMENTOSAS
MAIS IMPORTANTES DOS INIBIDORES NUCLEOSÍDEOS DA TRANSCRIPTASE
REVERSA

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EFEITOS ADVERSOS MAIS FREQUENTES E INTERACÇÕES MEDICAMENTOSAS
MAIS IMPORTANTES DO INIBIDOR NUCLEOTÍDEO DA TRANSCRIPTASE
REVERSA

A lesão renal produzida por Tenofovir tem uma frequência desconhecida, e os mecanismos pelos
quais acontece são vários, nome- adamente, necrose tubular aguda, nefrite intersticial,
tubulopatia proximal aguda e outras. É frequente a apresentação como emergência hipertensiva.
O controlo da tensão arterial nos doentes em tratamento com Tenofovir deve ser encorajado.

EFEITOS ADVERSOS MAIS FREQUENTES E INTERACÇÕES MEDICAMENTOSAS


MAIS IMPORTANTES DOS INIBIDORES NÃO NUCLEOSÍDEOS DA
TRANSCRIPTASE REVERSA

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EFEITOS ADVERSOS MAIS FREQUENTES E INTERACÇÕES MEDICAMENTOSAS
MAIS IMPORTANTES DOS INIBIDORES DA PROTEAS

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.

ESQUEMAS TERAPÊUTICOS SEGUIDOS EM MOÇAMBIQUE EMADULTOS E


CRIANÇAS ≥5 ANOS
1ª LINHAS:
TDF¹ + 3TC + EFV
AZT + 3TC + NVP
ALTERNATIVA ÀS 1 LINHAS:
Alternativa à 1ª linha com TDF/3TC/EFV

- Se Insuficiência Renal ou Diabetes Mellitus ou HTA2: AZT + 3TC + EFV


- Se antecedentes psiquiátricos graves:
AZT + 3TC + NVP: no caso de pacientes que iniciam TARV com CD4 )350 cels/mm3
TDF + 3TC + LPVr: para pacientes que iniciam TARV com CD4 ainda elevados e que
por tanto têm elevado risco de hepatotoxicidade com o uso de NVP
Alternativa à 1ª linha com AZT/3TC/NVP
- Se anemia com Hgb ) 8g/dl: TDF + 3TC + EFV ou ABC + 3TC + EFV

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- Se intolerância a NVP Grau 1 ou 2: monitorar a evolução do quadro. Se persistir ao
final de 2 semanas, trocar NVP por EFV
- Se intolerância a NVP Grau 3 ou 4, trocar para AZT + 3TC + LPVr
- Se gravidez: ver capítulo específico
1 Com os comprimidos disponíveis actualmente (TDF 300 mg) só é possível administrar
TDF a crianças ≥ 35 Kg de peso
Insuficiência renal: Depuração de creatinina60 ml/min (vide tabela para cálculo de Depuração de
Creatinina na unidade sobre Seguimento Clínico e Laboratorial)
²HTA: PA 145/95 mmHg comprovada no mínimo em 3 medições
²DM: Glicémia em jejum 7.7 mmol/l ou * 140 mg/dl
³Antecedentes psiquiátricos: Mudanças severas do humor, psicose, alucinações.
4. ESQUEMAS TERAPÊUTICOS SEGUIDOS EM MOÇAMBIQUE EM
CRIANÇAS < 5 ANO

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ESQUEMAS TERAPÊUTICOS SEGUIDOS EM MOÇAMBIQUE EM CRIANÇAS < 5
ANO

4.1. Tratamento Antiretroviral No Adulto Com Tuberculose


O TARV deve ser prescrito para todos os doentes adultos co-infectados TB/HIV. Os regimes que
podem ser utilizados em pacientes adultos que recebem tratamento para Tuberculose são os
seguintes:
ESQUEMA ARV INDICADO

4.2. Tratamento Anti-Retroviral Na Criança Com Tuberculose

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Todas as crianças co-infectadas com TB e HIV devem também receber TARV. As crianças co-
infectadas com TB/HIV, devem iniciar o TARV nas primeiras oito (8) semanas de tratamento da
TB, logo que seja tolerado, independentemente da contagem do CD4 e do estádio clínico.
Crianças sem TARV no momento em que desenvolvem Tuberculose Para diminuir eventual
toxicidade e interacções medicamentosas, deve-se iniciar com os esquemas do TARV do
seguinte modo:

Importância
1. Na impossibilidade de acesso à contagem de Linfócitos T – CD4+, a terapia antiretroviral e
as pro!laxias primárias devem ser consideradas para pacientes adultos com menos de 1.200
linfócitos totais/mm3 (ou queda anual maior que 33%), especialmente se Hemoglobina <10g/dl,
pela grande probabilidade da contagem de Linfócitos T – CD4+ ser < 200cel/ mm3. (J Acquir
Immune Defic Syndr. 2005. 99: 620-625). Pode-se ainda estimar a contagem de linfócitos T
CD4+
com a seguinte fórmula:
 Linfócitos T= 80% dos linfócitos totais;
 Linfócitos T CD4+: 25 a 30% dos linfócitos T (confiaabilidade de 80%);
2. O TARV não é uma emergência, mas deve ser iniciado assim que possível e que as condições
propiciarem. O tratamento das infecções oportunistas é prioritário. No caso de doentes com
imunossupressão avançada (CD4 < 200 cel/mm3) e doença oportunista activa, é recomendado o
início do TARV 15 dias após o início do tratamento da infecção oportunista;
3. Sempre que possível, o TARV e a profilaxia com CTZ não devem ser iniciados em
simultâneo.
Em adultos, iniciar CTZ o mais precocemente possível e no mínimo 2 semanas antes do início
do TARV, para que, caso ocorra alguma reacção medicamentosa, seja possível melhor de!nir o
fármaco responsável;

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5. Boa adesão e prevenção com o uso de preservativos é a associação ideal para o sucesso
terapêutico.
6. Grupos Especiais

1, Todos os lactentes com o estado de exposição para o HIV desconhecido têm que ter a
confirmação da exposição ao HIV no primeiro contacto com a unidade sanitária, na altura em
que a mãe recebe o cartão da saúde da criança na maternidade ou na primeira consulta pós parto
nos casos de partos fora da maternidade.
2. Todas as crianças expostas ao HIV devem fazer o teste virológico (PCR ADN HIV) entre o 1º
e o 9º mês de vida. Recomenda-se fazer este teste ao 1º mês de vida ou na primeira oportunidade
que se apresenta na Unidade Sanitária.
3. Todas as crianças com teste PCR ADN HIV positivo devem ter um 2º teste PCR ADN HIV
para confirmar o diagnóstico. Recomenda-se fazer o 2º teste PCR ADN HIV na altura da entrega
do resultado do primeiro teste.
4. Todas as crianças expostas ao HIV com idade igual ou superior a 9 meses, que não !zeram o
PCR – ADN HIV antes ou que tiveram o teste PCR ADN HIV negativo devem fazer o teste
rápido aos 9 meses. As crianças com resultado de teste rápido positivo devem fazer o teste PCR
ADN HIV para confimar o diagnóstico:
a. Se a criança é assintomática deve continuar seguimento na CCR até a recepção do resultado da
PCR
b. Se a criança é sintomática, deve seguir o algoritmo de diagnóstico presuntivo (a seguir)
5. Em crianças com teste rápido para HIV negativo aos 9 meses e que não estão em aleitamento
materno há mais de 2 meses e sem nenhum sintoma sugestivo de HIV, exclue – se a infecção por
HIV e, recomenda-se:
 parar a profilaxia com Cotrimoxazol;
 dar alta da CCR.

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Escolha da 2ª linha em adultos e crianças ≥5 anos (com peso ≥35kg)

E S C O L H A DA 2ª LINHA EM C RIANÇAS < 5 A N O S

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7. Apoio Psicossocial No TARV Pediátrico
O Aconselhamento à criança
As crianças infectadas ou afectadas pelo HIV, têm necessidades psicológicas próprias, que são
muitas vezes negligenciadas. As necessidades, percepções, respostas ereacções das crianças são
diferentes das dos adultos.

O aconselhamento de crianças inclui o estabelecimento de relações de ajuda, a tomada de


decisões informadas, o reconhecimento e o aumento das suas capacidades, o desenvolvimento de
atitudes positivas perante a vida, a escuta atenta e fornecer informações correctas e apropriadas à
criança.

O aconselhamento tem como objectivos ajudar a criança a lidar com as emoções e desafios que
enfrenta quando é directamente afectada pelo HIV ou SIDA, ou indirectamente através de um
membro da família e a optar por escolhas correctas, participar na tomada de decisões para o
prolongamento e melhoria da sua qualidade de vida sempre que possível.

No aconselhamento, a comunicação é a base do relacionamento entre o conselheiro e a criança. É


importante encontrar formas práticas e e!cazes para esta comunicação. O conselheiro deve usar
métodos adequados para ultrapassar as barreiras de comunicação e ser capaz de se reunir com as
crianças segundo o seu nível, usando métodos criativos como por exemplo, desenho, contar
histórias, drama ou peça teatral, brincadeira, para explorar questões sensíveis e ajudar as crianças
a expressarem os seus sentimentos.

7.1. A Revelação do Diagnóstico à Criança


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Trata-se de um processo em que a criança é informada sobre a doença que tem e inclui a
informação sobre o diagnóstico, a educação para o tratamento, e para a prevenção (para aqueles
em idade de iniciação sexual), assim como o suporte para que a criança ou o adolescente e seus
cuidadores possam compreender o significado de ser seropositivo/a e também possam aprender a
conviver com a doença. É importante garantir que a criança beneficie de apoio, quer do hospital,
quer da família para realizar um confronto adequado com a doença.

7.2. O momento para revelação do diagnóstico é apropriado quando ela:


 Demonstrar curiosidade em relação a doença (brincadeiras, jogos, desenhos);
 Apresentar sintomas sugestivos de que o segredo esta a interferir negativamente no seu
comportamento(fobias, nervosismo, etc.);
 Apresentar dificuldades de adesão.
 Possuir capacidade de guardar segredo.
8. Os cuidados de enfermagem

Os cuidados de enfermagem desempenham um papel fundamental no apoio abrangente às


pessoas que vivem com o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) e que estão em tratamento
antirretroviral (TAR). Aqui estão alguns aspectos importantes dos cuidados de enfermagem
relacionados ao HIV:

Avaliação Abrangente

Realizar uma avaliação abrangente da saúde do paciente, incluindo história clínica, exposição ao
HIV, tratamentos anteriores, condições de saúde concomitantes e fatores socioeconômicos.

Educação ao Paciente

Fornecer informações educativas sobre o HIV, o tratamento antirretroviral, a importância da


adesão consistente ao tratamento, gestão de efeitos colaterais e estratégias para prevenir a
transmissão do vírus.

Administração de Medicamentos

Realizar a administração segura e adequada dos medicamentos antirretrovirais, garantindo que a


dosagem seja correta e que os pacientes compreendam a importância da adesão rigorosa ao
tratamento.

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Monitoramento Regular

Monitorar a carga viral, contagem de células CD4 e outros parâmetros laboratoriais de forma
regular para avaliar a eficácia do tratamento e identificar precocemente quaisquer complicações.

Manejo de Efeitos Colaterais

Identificar e gerenciar os efeitos colaterais dos antirretrovirais, oferecendo suporte sintomático,


ajustes de dose quando necessário e fornecendo orientações sobre estratégias para minimizar os
efeitos colaterais.

Apoio Psicossocial

Oferecer apoio emocional e psicossocial aos pacientes, abordando questões relacionadas ao


estigma, ansiedade, depressão e outras preocupações emocionais associadas ao diagnóstico e
tratamento do HIV.

Aconselhamento sobre Estilo de Vida Saudável

Promover hábitos de vida saudáveis, incluindo a importância da dieta balanceada, exercícios


físicos regulares, controle do estresse e abstinência de tabaco, álcool e drogas ilícitas.

Educação para a Prevenção

Oferecer informações e aconselhamento sobre práticas seguras para prevenir a transmissão do


HIV, incluindo estratégias de redução de riscos e aconselhamento sobre prevenção de infecções
sexualmente transmissíveis (IST).

Cuidados em Populações Específicas

Adaptar os cuidados de enfermagem para atender às necessidades específicas de grupos como


mulheres grávidas, crianças, adolescentes e idosos, considerando os desafios únicos que cada
grupo pode enfrentar.

Coordenação com a Equipe Multidisciplinar

Colaborar com outros profissionais de saúde, incluindo médicos, assistentes sociais e psicólogos,
para garantir uma abordagem abrangente e coordenada no cuidado aos pacientes com HIV.

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A abordagem dos cuidados de enfermagem para pessoas com HIV deve ser holística, centrada no
paciente e culturalmente sensível. A promoção de cuidados compreensivos e o fortalecimento da
parceria entre profissionais de saúde e pacientes são fundamentais para o sucesso do tratamento e
o bem-estar a longo prazo.

9. Conclusão

Terminado o trabalho de lembrar que, o Aconselhamento e Testagem como parte da rotina de

cuidados é iniciado pelo provedor e realizado como parte de um pacote de cuidados dos serviços

de saúde. O AT é oferecido a todos os utentes que acorrem aos serviços da saúde. Na Testagem

diagnóstica para o HIV, o teste é solicitado pelo pro !ssional de saúde como parte da avaliação

diagnóstica a pacientes que apresentam sintomas ou sinais atribuíveis a doenças relacionadas

com o HI V. Na presença destes sintomas ou sinais, deve-se realizar o teste diagnóstico de HI V

a !m de prestar cuidados médicos apro - priados. A principal !nalidade da testagem diagnóstica é,

portanto, rastrear o HI V nos pacientes, para que possam receber o quanto antes os cuidados que

sejam adequados à sua situação de saúde

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10. Referencias Bibliográficas

1. Laboratório Pró-exame Análises Clínicas, HIV: Carga viral, Disponível em:


http://www.proexame.com.br/painel/informativos/images/NDE=/Lab.com%20_
%20CARGA%20VIRAL%20HIV%201_fev_2016.pdf. Acesso em: 25/03/2021.
2. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST, Aids e
Hepatites Virais. [Internet]. Disponível em: http://www.aids.gov.br/pt-br/publico-geral/o-
que-e-hiv/tratamento-para-o-hiv. Acesso em: 31 de março de 2021.
3. Ministério da Saúde.Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST, Aids e
Hepatites Virais. [Internet]. Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_tratamento_aids.pdf. Acesso em: 06
de abril de 2021.
4. Ministério da Saúde. Departamento de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente
Transmissíveis. Profilaxia Pré-Exposição. [Internet]. Disponível em:
http://www.aids.gov.br/pt-br/publico-geral/prevencao-combinada/profilaxia-pre-
exposicao-prep. Acesso em: 06 de abril de 2021.
5. Portal UNAIDS. O que significa estar com carga viral indetectável, Disponível em:
https://unaids.org.br/2017/07/indetectavel-saude-publica-e-supressao-viral-do-hiv/.
Acesso em 28de março 2021.

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