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Antirretrovirais 

 Antirretrovirais  (ARV) são medicamentos utilizados para o

tratamento de infecções por retrovírus, especialmente o 

vírus da imunodeficiência humana  (HIV/VIH).  

 Esses medicamentos sugiram na década de 1980, com o advento

da zidovudina  (AZT), um 

inibidor da transcriptase reversa análogo de nucleosídeos

 Os antirretrovirais atuam inibindo a replicação viral e a infecção

de novas células pelo HIV, em diferentes alvos e etapas de

replicação, de acordo com a classe farmacológica.


Medicamentos antirretrovirais

1 - Inibidores Nucleosídeos da Transcriptase Reversa

 Abacavir (ABC)600 mg

 Lamivudina (3TC)300 mg

 Tenofovir (TDF)300 mg

 Zidovudina (AZT)300 mg

2 - Inibidores Não Nucleosídeos da Transcriptase Reversa

 Efavirenz (EFZ)600mg

 Nevirapina (NVP)200mg

3 - Inibidores de Protease

 Atazanavir (ATV)300/100 mg

 Ritonavir (RTV)Caps. 100 mg 12/12 h

4 - Inibidores da Integrase

 Dolutegravir (DTG)50 mg/ 10 mg


Linha de medicamentos antirretrovirais (MARV’s)
utilizados em Moçambique.
1ª- Linha Adulta:

 TDF 300 mg + 3TC 300 mg + DTG 50 mg-Padrão

2ª- Linha adulta:

 ABC 600 mg + TDF 300 mg + DTG 50mg-Padrão

 AZTr 300 mg + 3TC 300 mg+ DTG 50 mg

 ABC 600 mg + 3TC 300mg + ATV/r 300/100 mg

 3TC300 mg+ AZT 300 mg +TDF 300mg

 3TC 300 mg+ AZT 300 mg+ ATV/r 300/100 mg

1ª- Linha pediátrica:

 ABC 120 mg + 3TC 60 mg + DTG 10/50 mg


Distribuição e Controlo dos anti-retrovirais

 Distribuição consiste na manutenção do suprimento de


medicamentos às unidades de saúde, em quantidades, qualidade e
tempo oportuno, para posterior dispensação.

 A distribuição dos ARVs do Ministério para os depósitos


distribuidores ocorre após a solicitação por estes, de forma mensal.
Os medicamentos são entregues à Gerência de Logística do
Depósito fornecedor.
Distribuição descentralizada de tratamento anti-
retroviral

 Para assegurar a sustentabilidade dos serviços de


cuidados e tratamento para o HIV, o sector privado
deverá desempenhar um papel muito importante,
aumentando o acesso ao tratamento anti- retroviral.

 Os canais de distribuição do sector privado são uma


via adicional promissora para a prestação de
serviços para o HIV.
Benefícios da DD de TARV através do sector privado
 Proporciona mais escolhas para acomodar as preferências do paciente; oferece comodidade e confidencialidade

ao mesmo tempo mantém a qualidade.

 Redução da quantidade de casos nas unidades de saúde pública, o que permite uma melhor interacção cliente-

prestador;

 Redução do tempo médio de espera dos pacientes nas unidades de saúde pública

 Maior adesão às consultas clínicas entre as PVHIV;

 Aumento da satisfação do paciente com os serviços;

 Potenciais poupanças em custos para os pacientes devido à proximidade dos serviços;

 Melhor acesso aos cuidados de saúde para os pacientes que têm de trabalhar durante o horário normal da

consulta;

 Redução do estigma associado às consultas hospitalares;

 Reforço do sistema de referência entre os sectores público e privado;

 Poupança de custos para o sector público devido à redução de enchentes de pacientes;


Adesão ao tratamento

 Adesão pode ser entendida como um processo de negociação entre o

usuário e os profissionais de saúde, no qual são reconhecidas as

responsabilidades específicas de cada um, que visa a fortalecer a

autonomia para o auto-cuidado. (BRASIL, 2007a, p.11)

 Adesão é um processo colaborativo que facilita a aceitação e a

integração de determinado regime terapêutico no quotidiano das

pessoas em tratamento, pressupondo sua participação nas decisões

sobre o mesmo.
Aspectos que podem facilitar ou dificultar a adesão

Fatores que podem dificultar a adesão

 Complexidade do regime terapêutico, que inclui o número de doses e de comprimidos que precisam

ser ingeridos diariamente; a forma de armazenamento, como a exigência de que o medicamento seja

conservado em baixa temperatura; dificuldade para ingestão, como medicamentos de tamanhos

grandes; os horários das doses, que podem conflitar com as rotinas e o estilo de vida;

A precariedade ou ausência de suporte social afetivo, bem como a percepção por parte da pessoa de

que esse apoio é insuficiente;

 Não-aceitação da soropositividade, pois tomar os remédios significa reconhecer que a condição de

infecção pelo HIV é uma realidade;

 Efeitos colaterais da medicação anti-retroviral, que torna o próprio tratamento aversivo;

 Relação insatisfatória do usuário com o médico e com os demais profissionais da equipe de saúde;

 Crenças negativas e informações inadequadas sobre a enfermidade e o tratamento;

 Dificuldades de organização para adequar as exigências do tratamento às rotinas diárias, como horários

de acordar, das refeições, do trabalho e de ingestão da medicação;


Factores que podem facilitar a adesão
Conhecimento e compreensão sobre a enfermidade e o tratamento

É importante que o usuário tenha conhecimento e compreenda a enfermidade que o acomete e os

objectivos da terapia proposta, o que favorece a sua motivação e disposição em segui-la.

Vínculo com os profissionais, a equipe e o serviço de saúde

A adesão muitas vezes é considerada um fenómeno que se limita ao paciente. Existem vários

factores que afectam a adesão, incluindo aqueles relativos à equipe de saúde, aos profissionais e ao

local onde a pessoa realiza seu tratamento. O acolhimento ao paciente possibilita a criação de

vínculo com os profissionais, a equipe e o serviço de saúde.

Apoio social e adesão

Por causa das situações de preconceito e discriminação que ainda são observadas em reacções à

soropositividade, pessoas com HIV/AIDS podem vivenciar isolamento e restrição dos

relacionamentos sociais, com impacto negativo na manutenção e estruturação da rede de apoio. Os

usuários sem apoio, ou mesmo com suporte insuficiente, de familiares, amigos e/ou pessoas

afectivamente significativas tendem a apresentar mais dificuldades de adesão (SEIDL et al., 2007).
Referência especial ao TARV

 O uso associado de múltiplos medicamentos pertencentes a diferentes classes


farmacológicas para manejo da infecção pelo HIV, é conhecido como terapia
antirretroviral (TARV). A TARV diminui a carga viral total de HIV do
paciente, e auxilia na recuperação e manutenção das funções do sistema
imunológico, através do aumento da contagem dos Linfócitos TCD4+.

 Principais causas de não adesão


 O esquecimento;

 As mudanças na rotina diária;

 O número excessivo de comprimidos; e

 Os efeitos colaterais causados pelos antirretrovirais.


Tratamento para o resto da vida e a preparação do
doente para seu compromisso total
 O tratamento anti-retroviral efectivo precisa de um comprometimento do

doente para toda a vida e necessita de uma estreita parceria entre o pessoal

de saúde e o doente para o seu sucesso. Dificuldades significativas tais

como efeitos secundários com risco de morte, sindrome de

imunoreconstituição (SIR), falta de adesão e falência do regime

terapêutico, ou desenvolvimento de novas contra-indicações para a

primeira linha de TARV, podem aparecer nos primeiros momentos do

tratamento, ou mais tarde ao longo do decurso da terapia.


Informação clara e extensiva sobre a importância
da adesão
 Aderir ao tratamento, significa tomar os remédios prescritos pelo médico nos
horários correctos, manter uma boa alimentação, praticar exercícios físicos,
comparecer ao serviço de saúde nos dias previstos, entre outros cuidados.
Quando o paciente não segue todas as recomendações médicas, o HIV, vírus
causador da doença, pode ficar resistente aos medicamentos antirretrovirais e
isso diminui as alternativas de tratamento.

 Para facilitar a adesão aos medicamentos, recomenda-se adequar os horários

dos remédios à rotina diária. Geralmente os esquecimentos ocorrem nos

finais de semana, férias ou outros períodos fora da rotina. Utilizar tabelas,

calendários ou despertador, como do telefone celular, facilita lembrar os

horários correctos para tomar os remédios.


Dificuldades inerentes ao tratamento e modos de as
ultrapassar
 As dificuldades experienciadas vão muito além da doença, tomando
aspectos íntimos, centrais ligadas ao preconceito, que impede seu
desenvolvimento pessoal, profissional e afetivo expandindo-se a
macro-conceitos abstratos como qualidade de vida.

 Dificuldades relacionadas a fatores sociais e ao estilo de vida

 Dificuldades relacionadas à crenças negativas sobre o uso de ARVs

 Dificuldades relacionadas diretamente ao uso da medicação


Acompanhamento do tratamento

 O acompanhamento da equipe de saúde da infecção pelo HIV é essencial,

tanto para quem não apresenta sintomas e não toma remédios (fase

assintomática), quanto para quem já exibe algum sinal da doença e segue

tratamento com os medicamentos antirretrovirais, fase que os médicos

classificam como AIDS.

 Nas consultas regulares, a equipe de saúde precisa avaliar a evolução

clínica do paciente. Para isso, solicita os exames necessários e

acompanha o tratamento. Tomar os remédios conforme as indicações do

médico e do farmacêutico é fundamental para ter sucesso no tratamento.

Isso é, ter uma boa adesão.


Directa observação dos tratamentos (DOT)
cuidados domiciliários, grupos de apoio e outros
 No âmbito do controlo da epidemia do HIV, torna-se necessário incluir
intervenções de apoio para os pacientes no desenvolvimento de
estratégias de aceitação, responsabilização e adesão aos cuidados e
tratamento. Deste modo, as intervenções de apoio psicossocial devem
fazer parte do pacote de cuidados de rotina.

 O apoio Psicossocial desempenha um papel importante na redução do


impacto negativo do HIV e surge como uma intervenção que prioriza e
apoia às PVHIV e seus familiares, com o objectivo principal de
promover o seu bem-estar, melhorando a sua qualidade de vida e
prevenindo novas infeções e reinfeções pelo HIV.
Grupo alvo do apoio Psicossocial
 O APSS compreende um conjunto de actividades contínuas e personalizadas
para as PVHIV, tendo em conta as suas diferentes fases de desenvolvimento
na vida. Assim, é importante que a provisão do pacote de APSS esteja
adequada a estas fases e as necessidades de cada grupo específico.

 O APSS deve beneficiar as pessoas que garantem suporte e contribuem para


o bem-estar das PVHIV.

 O aconselhamento às PVHIV é importante e não pode ser visto como uma


prática normativa, onde existe um detentor da verdade. É preciso estabelecer
uma relação de confiança que favoreça a escuta activa e permita a
identificação das barreiras e estratégias de enfrentamento da doença para a
PVHIV.
Tipos de aconselhamento oferecido á pessoas
vivendo com HIV
 Aconselhamento Individual: tem como objectivo melhorar o conhecimento sobre o HIV e promover uma
tomada de decisão consciente em relação a adesão aos cuidados e ao tratamento. Para além disso, aumenta as
habilidades para lidar com questões de fórum psicológico e emocional;

 Aconselhamento de casais: refere-se ao aconselhamento conjunto ao casal como por exemplo em casos de
revelação dos resultados ou seguimento ao tratamento. Também está direcionado para casais soro-discordantes
de modo a adoptar comportamentos para reduzir o risco de infecção ou reinfecção do HIV no casal;

 Aconselhamento em grupo: têm como objectivo promover a adesão ou o suporte de outros pacientes através da
troca e partilha de experiências, principais desafios, fases de superação relativos à situação, doença e ao
tratamento;

 Aconselhamento Centrado no Paciente: tem como objectivo explorar as necessidades e dificuldades


apresentadas pelo paciente ou utente e identificar soluções ou estratégias de superação das barreiras por si
apresentadas;

 Aconselhamento em momento de crise: refere-se ao aconselhamento a alguns pacientes ou utentes que podem
apresentar em alguns momentos sentimentos de negação, raiva, choque, manifestado por choros, gritos ou até o
silêncio. É importante que o provedor de saúde esteja preparado para lidar com estas situações e saiba conduzir
a situação oferecendo o apoio necessário;
Critérios para Iniciar o TARV em Moçambique e Regimes
Terapêuticos

Estádio Clínico da OMS CD4 disponível CD4 não disponível

I Tratar se CD4) 350 cel/mm3 Não tratar


II
III Tratar independentemente da Tratar
IV contagem de CD4
GRUPOS ESPECIAIS
Todas as crianças <5 anos com diagnóstico confirmado devem iniciar TARV independentemente do estádio clínico e
contagem de CD4
Todas as mulheres grávidas e lactantes HIV+ devem iniciar TARV independentemente do estádio clínico e da
contagem de CD4
Todos os pacientes com co-infecção VHB-HIV e HTLV-HIV devem iniciar TARV com independência do estádio
clínico e da contagem de CD4
Todos os pacientes com diagnóstico de HIV e TB em qualquer localização devem iniciar TARV com independência
da contagem de CD4
Todos os pacientes com cancro invasivo (qualquer) e HIV devem iniciar TARV com independência de qualquer outra
condição
Todos os parceiros HIV+ das mulheres grávidas e/ou lactantes seronegativas
Regimes Terapêuticos

Regime da 1ª linha TARV para adulto

1ª Linha de TARV preferencial TDF+3TC+DTG

1ª Linha de TARV alternativo TDF+3TC+EFV

ABC+3TC+DTG

Regime da 2ª linha TARV para adulto

2ª Linha TARV AZT+3TC+DTG

  AZT+3TC+ATV/R
Antirretrovirais usados para o TARV nas
crianças e adolescentes vivendo com HIV
1. Zidovudina + Lamivudina + Nevirapina

(AZT 60mg + 3TC 30mg + NVP 50mg)

 Preparação e Administração:

Pode ser misturado em uma pequena quantidade de água ou leite materno (no copo de

medicamento ou na colher) ou pode ser dado diretamente na boca.

Periocidade:

 Deve ser tomado 2 Vezes por dia, de 12/12h;

 Todos os dias a mesma hora;

 Pode ser antes ou depois das refeições.

 Quantidade:

 Sempre dar o número de comprimidos recomendado pelo clínico (veja a receita médica).
Conti…
2. Abacavir + Lamivudina

(ABC 120mg + 3TC 60mg)

Preparação e Administração:

Pode ser misturado em uma pequena quantidade de água ou leite (no copo de

medicamento ou na colher) ou pode ser dado directamente na boca.

Periocidade:

Deve ser tomado 1 ou 2 vezes por dia (de acordo com a receita do clínico);

Todos os dias a mesma hora;

Antes ou depois das refeições.

Quantidade:

Sempre dar o número de comprimidos recomendado. Veja a receita médica.


Cont…
3. Dolutegravir Comprimido de 10mg

 Preparação e Administração:

a) Este medicamento tem um sabor agradável e é facilmente aceite pelas crianças;

b) Pode ser oferecido diluído em uma quantidade pequena de líquido em uma colher ou

copo pequeno;

c) Pode também ser colocado directamente na boca da criança e engolido com líquido.

Periocidade:

 Deve ser tomado 1 vez por dia;

 Todos os dias a mesma hora;

 Antes ou depois das refeições. 


Conti…
4. Dolutegravir Comprimido de 50mg

 Preparação e Administração:

 a) Este medicamento tem um sabor agradável e é facilmente aceite pelas crianças;

 b) Pode ser oferecido diluído em uma quantidade pequena de líquido em uma colher ou

copo pequeno;

 c) Pode também ser colocado directamente na boca da criança e engolido com líquido.

Periocidade:

 Deve ser tomado apenas 1 vez por dia;

 Todos os dias a mesma hora;

 Antes ou depois das refeições.

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