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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADÊMICO DE VITÓRIA - CAV

NÚCLEO SAÚDE COLETIVA

ALCIONE DA CONCEIÇÃO

ANDREYNA ALVES

JHESSYCA BRUNNA

KALIANDRA CRISLAYNE

USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS E MEDICAMENTALIZAÇÃO EM


SAÚDE

Vitória de Santo Antão


2023
USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, entende-se que há
uso racional de medicamentos quando pacientes recebem medicamentos para
suas condições clínicas em doses adequadas às suas necessidades
individuais, por um período adequado e ao menor custo para si e para a
comunidade. É importante destacar que o uso racional de medicamentos
contempla doses e tempo certos, conservação e descarte, com o objetivo de
promover a saúde e evitar problemas pelo consumo inadequado.
O uso racional de medicamentos é tão importante que existe uma data
especialmente criada para chamar a atenção das pessoas para esse cuidado,
5 de maio. O Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos, que tem como
objetivo conscientizar sobre os riscos à saúde causados pela automedicação.
No entanto, é bem importante ressaltar que esse cuidado não deve acontecer
apenas um dia no ano. Já que consumir inadequadamente medicamentos pode
levar a quadros de intoxicação, causar dependência e até mesmo a morte.
Somado a isso, essa conscientização também diz respeito a saber como
descartar corretamente sobras de remédios, a fim de evitar problemas para
outras pessoas e/ou danos à natureza.
Fatores que Prejudicam o uso Racional
A automedicação: o ato de tomar remédios por conta própria, sem
orientação médica. A automedicação, muitas vezes vista como uma solução
para o alívio imediato de alguns sintomas, pode trazer consequências mais
graves do que se imagina.
Má qualidade na prescrição: A prescrição médica consiste em um papel
principal no tratamento medicamentoso do paciente, no entanto, prescrições
incompletas,ilegíveis ou com rasuras impedem a eficiência da dispensação do
medicamento podendo levar a erros relacionados a medicamentos (SOUZA et
al., 2008). O Uso imprudente: consiste em ser o uso imprudente e sem
conhecimento de medicamentos, no qual, pode desenvolver diferentes, e
sérias, complicações no organismo, para além das intoxicações que podem ser
letais. Entre os riscos mais comuns, estão: Resistência a outros remédios e
atraso no diagnóstico correto; Mascarar sintomas e retardar tratamentos
necessários e eficazes; Potencializar o distúrbio que se pretendia combater;
Agravar efeitos colaterais e desenvolvimento de outros; Resistência a bactérias
e micro-organismo; Criar dependência; Reação alérgica e a facilidade na
compra sem prescrição
O Uso racional de medicamentos conectado ao SUS

A assistência farmacêutica foi definida na Política Nacional de


Medicamentos como sendo um grupo de atividades relacionadas com o
medicamento, destinadas a apoiar as ações de saúde demandadas por uma
comunidade. Envolvendo o abastecimento de medicamentos em todas e em
cada uma de suas etapas constitutivas; A conservação e controle de qualidade,
a segurança e a eficácia terapêutica dos medicamentos e o acompanhamento
e a avaliação da utilização. Também,a obtenção e a difusão de informação
sobre medicamentos e a educação permanente dos profissionais de saúde, do
paciente e da comunidade para assegurar o uso racional de medicamentos. E
os programas para distribuição gratuita de medicamentos no SUS foram
iniciados logo após a publicação da PNM, a assistência farmacêutica em
caráter sistêmico, indo além do aspecto logístico para incluir a prestação de
serviços.

O SUS vem adotando a estratégia de dispensação de medicamentos


fracionados pelas quantidades de doses necessárias para o uso do
medicamento nos tratamentos.Está sendo utilizada como uma estratégia
também a comunicação entre os usuários e as unidades de saúde da família
por serem a porta de entrada do SUS, e além de serem profissionais mais
próximos e com vínculos com o usuário, com a orientação dos riscos e da
importância de um uso racional de medicamentos.

O uso racional de medicamentos ligado aos profissionais


prescritores/ equipe de saúde

A atuação do farmacêutico enquanto cidadão e enquanto profissional da


saúde pode, didaticamente, dividir-se em: Ações para diagnóstico da
racionalidade na utilização de medicamentos e ações para “tratar” os
problemas encontrados. O farmacêutico por exemplo como profissional da
saúde:

I. Precisa lutar para que o conceito de medicamentos essenciais seja


respeitado nas decisões dos comitês que elaboram as listas padronizadas de
medicamentos federal, estaduais e municipais; isto naturalmente conflita com
os interesses da indústria farmacêutica mundial que é sempre lucrar em cima
das vendas de seu produto.

II. Deve ser membro da equipe multiprofissional das comissões hospitalares


como Comissão de Controle de Infecção Hospitalar, Comissão de Farmácia e
Terapêutica, nestas atuando na seleção de medicamentos, elaborando guias
terapêuticos, fazendo farmacovigilância, isto é, monitorando eventos adversos
por medicamentos como reações adversas, erros de medicação e inefetividade
terapêutica, além de assegurar que os medicamentos tenham qualidade;

III. Como especialista em informação sobre medicamentos, atuando em


Centros de Informação sobre Medicamentos (CIM), deve fornecer informação
imparcial, bem referenciada e criticamente avaliada sobre qualquer aspecto da
prática farmacêutica;

IV. Deve integrar a equipe multiprofissional de atenção à saúde como


especialista em medicamentos, discutindo alternativas terapêuticas, alertando
para interações e para reações adversas e trazendo informação sobre formas
farmacêuticas, apresentações comerciais, custos, contribuindo para a
individualização da terapêutica;
V. Deve orientar o paciente quanto ao tratamento

VI. Deve acompanhar os resultados do tratamento

Alguns medicamentos podem ser prescritos por dentistas, nutricionistas,


enfermeiros além dos médicos; em relação a possibilidade dos medicamentos
causarem problemas, a afirmação é positiva. Entre os prescritores foi relatada
a questão do uso de antibióticos em excesso e casos como: prescrição errada,
interação, superdosagem, subdosagem e data de validade, alergia, dosagem,
efeito colateral, sendo um risco para a saúde.
Uso racional de medicamentos conectado ao paciente
O uso racional de medicamentos ocorre quando há uma prática adequada
na prescrição, dispensação e uso de medicamentos. Está relacionado à
obtenção dos melhores resultados de saúde com o uso apropriado, seguro e
acessível de medicamentos. Atualmente, o uso racional de medicamentos está
cada vez mais conectado ao paciente. Isso significa que, além de considerar as
características individuais de cada paciente na prescrição, há uma maior
ênfase em envolver o paciente no processo de cuidado com a medicação.
A conexão entre o paciente e o uso racional de medicamentos pode ser
estabelecida de várias maneiras, uma delas é a educação em saúde,
fornecendo informações claras e compreensíveis sobre a medicação prescrita,
seus efeitos, posologia e possíveis interações com outros medicamentos.
Dessa forma, o paciente terá um melhor entendimento e poderá tomar
decisões informadas sobre seu tratamento. Outra forma de conexão é por meio
do monitoramento do paciente. Com o avanço da tecnologia, pode-se utilizar
aplicativos, dispositivos eletrônicos e outras ferramentas para acompanhar a
adesão ao tratamento, registrar reações adversas e garantir o uso adequado
dos medicamentos. Isso possibilita uma intervenção precoce em caso de
problemas e melhorar a comunicação entre o paciente e a equipe de saúde.
O uso de plantas medicinais e fitoterápicas como uso racional
O uso de plantas medicinais que pode incluir tanto medicina tradicional
chinesa quanto trazer outros fundamentos no conhecimento dos povos
indígenas e comunidades tradicionais quilombolas da américa do sul entre
outros.Em algumas comunidades a forma de tratamento de patologias é com
plantas medicinais, simboliza ela como forma de tratamento. segundos estudos
sobre o uso de plantas medicinais,estima-se que aproximadamente 80% da
população do planeta já utilizou a planta para aliviar sintomas de alguma
doença. Exemplo de uso é o bordo, planta rica em propriedades medicinais,
muito utilizada como recurso caseiro principalmente para estimular as funções
do fígado, melhorar a digestão e aliviar sintomas de ressaca. comunicação
entre paciente e equipe de saúde.
Medicalização e medicamentalização da saúde
A medicalização refere-se ao destaque do saber/ estudo do médico com
prescrição e o uso indiscriminatório e excessivo de medicamentos. Busca
transformar questões não médicas em médicas. Já a medicamentalização da
saúde é o uso abusivo de medicamentos ou psicofármacos, são aquelas
situações em que o medicamentos utilizados incorretamente podem causar
danos à saúde e levar a óbito e elas podem ser consideradas uma das
consequências da medicalização.

Conceito do Uso irracional de medicamentos e suas consequências

O uso irracional de medicamentos refere-se a situações em que os


medicamentos são utilizados de forma inadequada ou desnecessária,
resultando em riscos desnecessários para a saúde dos pacientes e desperdício
de recursos. Isso pode incluir o uso indevido de medicamentos prescritos, a
automedicação sem orientação adequada de um profissional de saúde, o uso
de medicamentos além do tempo necessário, o uso de medicamentos sem
indicação clínica comprovada e a falta de adesão às instruções de dosagem e
horários.
Com isso, traz como consequências do uso irracional a resistência a
antibióticos, uso indiscriminado e desnecessário de antibióticos pode levar ao
desenvolvimento de resistência bacteriana, efeitos colaterais graves, Muitos
medicamentos têm efeitos colaterais, que podem variar de leves a graves e
interações medicamentosas no qual o uso de vários medicamentos ao mesmo
tempo aumenta o risco de interações medicamentosas ou até mesmo a
dependência deles por alguns medicamentos têm potencial para causar
dependência física e psicológica.

O exercício profissional do sanitarista e/ou com o campo da saúde


coletiva:
O exercícios para os profissionais sanitarista e o campo da saúde
coletiva ao analisar sobre o tema sobre o uso racional de medicamentos e
medicamentalização em saúde, é propor políticas públicas, promover
educação em saúde com palestras, incentivar ações no cuidado para se ir além
da medicação, para que a população não se encontre prisioneira do
medicamento e psicofármacos. Buscar realizar debater com profissionais de
saúde tanto nas secretarias municipal de saúde, estadual entre outros, sobre o
assunto com dados. Realizar mais campanhas nas escolas, para jovens e
estudantes sobre a importância do uso racional de medicamentos, para que
assim busquem conscientizar os familiares sobre a importância do uso certo e
dosagem certa dos medicamentos.
também, é importante os sanitaristas buscarem fiscalizar a Aplicação das
Políticas Nacional de Medicamentos (PNM) na região de sua responsabilidade.
O campo do sanitarista é vasto sobre este tema, o mesmo pode atuar de várias
formas e elaborar diversas ações com as ferramentas estudadas no campo da
saúde coletiva.

Referências
Aquino, D.S.. Por que o uso racional de medicamentos deve ser uma
prioridade?. Cien Saude Colet [periódico na internet] (2007/Dez). [Citado em
18/08/2023]. Está disponível em:
http://cienciaesaudecoletiva.com.br/artigos/por-que-o-uso-racional-de-medicam
entos-deve-ser-uma-prioridade/1509?id=1509

https://doi.org/10.1590/S1413-81232008000700008

Você sabe o quê uso racional de medicamentos. Você sabe o quê uso racional
de medicamentos, [S. l.], p. 1-20, 30 julho. 2017. Disponível em:
http://www.ifms.edu.br:8090/servidor/noticias/2017/servidor-voce-sabe-o-que-e-
uso-racional-de-medicamentos. Acesso em: 18 ago. 2023

https://doi.org/10.1590/S0103-73312021310218

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