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USO RACIONAL DE

MEDICAMENTOS
INTRODUÇÃO

 Farmacoterapia e Saúde

o Prevenção da Saúde
o Manutenção da Saúde
o Recuperação da Saúde
o Melhora da qualidade de vida
o Aumento da expectativa de vida
INTRODUÇÃO

 Novos compostos
o Prevenção e tratamento de doenças até então incuráveis

 Prescrição e utilização impróprias


o Complicações à saúde
o Prejuízos econômicos
o Prejuízos sociais
INTRODUÇÃO
 Uso incorreto de medicamentos (EUA):
o 4% das causas de óbito
o 5 a 7% das causas de internação
o 20% em média do aumento do período de internação
 Principais efeitos adversos decorrentes de Uso Incorreto de Medicamentos (EUA)
o Hemorragia
o Arritmia Cardíaca
o Insuficiência Renal e Hepática
o Alergia

 Brasil
o 10% Custos em Saúde
INTRODUÇÃO

 Impropriedades relativas ao uso de medicamentos


o Tratamento exagerado de doenças simples
o Tratamento inadequado em doenças graves/crônicas
o Mau uso de antimicrobianos
o Abuso de injetáveis
o Não adesão ao tratamento
o Erros de prescrição
o Automedicação
CONDIÇÕES QUE FAVORECEM PROBLEMAS NA
PRESCRIÇÃO

 O tratamento sintomático de condições leves desviando recursos de


tratamento de enfermidades mais severas.

 O medicamento não é necessário.

 A dose é exagerada;

 O período de tratamento é demasiadamente longo;

 A quantidade dispensada é exagerada em relação ao que será realmente


utilizado.

 O medicamento está receitado para um diagnóstico incorreto.


CONDIÇÕES QUE FAVORECEM PROBLEMAS NA
PRESCRIÇÃO

 Seleciona-se um medicamento equivocado para determinada doença.


 A prescrição está redigida de forma inapropriada.
 Não se fazem ajustes para fatores coexistentes (clínicos, genéticos,
ambientais e outros);
 Utilizam-se dois ou mais medicamentos quando um dos dois alcançaria
virtualmente o mesmo efeito.
 Não são prescritos os medicamentos necessários.
 A dose é insuficiente.
 A duração do tratamento é demasiadamente curta.
A INTOXICAÇÃO POR
MEDICAMENTOS É RESPONSÁVEL
POR 29% DAS MORTES NO BRASIL E,
NA MAIORIA DOS CASOS, É
CONSEQUÊNCIA DA
AUTOMEDICAÇÃO.
A AUTOMEDICAÇÃO É A TERCEIRA
CAUSA DE INTERNAÇÃO POR
ALERGIA OU INTOXICAÇÃO AOS
MEDICAMENTOS
A AUTOMEDICAÇÃO PODE MASCARAR
DIAGNÓSTICO NA FASE INICIAL DA
DOENÇA
A PESSOA MAIS INDICADA PARA
RECEITAR UM MEDICAMENTO É O
MÉDICO
AUTOMEDICAÇÃO

 O medicamento enquanto símbolo de saúde;

 Consumir para sentir-se bem;

 Vitaminas (beleza, vigor físico, jovialidade);

 Emagrecimento.
AUTOMEDICAÇÃO

 A automedicação é conceituada como a prática de ingerir substâncias de


ação medicamentosa sem o aconselhamento e/ou acompanhamento de um
profissional de saúde qualificado (OMS, 2005).

 É caracterizada pela iniciativa de um doente, ou de seu responsável, em


obter ou produzir e utilizar um produto que, acredita, lhe trará benefícios no
tratamento de doenças ou alívio de sintomas, sem a orientação de um
profissional de saúde qualificado.

 A automedicação tem seus riscos e deve ser realizada de modo consciente e


restrito, afim de evitar efeitos indesejados e potencialmente danoso à saúde!
AUTOMEDICAÇÃO

 Nas farmácias, ao receberem a indicação de


medicamentos por um balconista, que não é um
profissional farmacêutico, as pessoas também estão
se automedicando.

 Além disso, elas podem estar sendo induzidas à


compra de medicamentos por interesses comerciais.
CAUSAS PARA AUTOMEDICAÇÃO

Dificuldade e o
Propaganda custo de se
desenfreada dos conseguir uma
medicamentos opinião médica

Desespero e
Falta de
angústia
programas
desencadeados
educativos sobre
por sintomas
os efeitos
Próprio hábito de
tentar solucionar os
problemas de saúde
corriqueiros
AUTOMEDICAÇÃO
 Uma pesquisa realizada pelo ICTQ, em maio de 2014, sobre automedicação,
informou que 76,4% da população brasileira fazem uso de mediamentos a partir
da indicação de familiares, amigos, colegas e vizinhos.

 Revelou ainda que 32% da população aumentam a dose de medicamentos


para potencializar seus efeitos terapêuticos e obter o resultado desejado de
forma rápida.

 Esse é um problema de saúde pública e ele existe por causa da falta de


controle sobre a venda de medicamentos isentos de prescrição.
AUTOMEDICAÇÃO

 Diante desses fatos, apontamos a necessidade da presença do farmacêutico


nos estabelecimentos onde há a venda de medicamentos para assegurar a
correta informação aos pacientes e o uso correto do medicamento.

 Essa automedicação é consequência da ausência de uma atenção primária no


sistema de saúde.
Casos de Acidentes por Intoxicação no
Drogas de abuso; 4334;
15% Brasil (2013)

Plantas ; 441; 2%

Medicamentos; 11985;
42%

Animais peçonhentos;
8808; 31%

Agrotóxicos uso agrícolas ; 1907; 7%


Agrotóxicos uso doméstico; 967; 3%
AUTOMEDICAÇÃO NO BRASIL

 Pouca informação sobre percentual de pessoas que praticam a


automedicação

 Poucos trabalho publicados sobre este tema

 Alguns prescritores não tem acesso às informações completas a respeito da


segurança dos fármacos
AUTOMEDICAÇÃO NO BRASIL

 Outros desconhecem os possíveis efeitos nocivos do que prescrevem

 Alguns pacientes não declaram estar usando outros medicamentos

 Existem pacientes que são acompanhados por vários prescritores ao


mesmo tempo
OUTRAS SITUAÇÕES QUE FAVORECEM A
AUTOMEDICAÇÃO

 Propagandas de medicamentos
o Multas arrecadadas são irrisórias se comparadas aos gastos com publicidade
o As multas são agregadas ao preço
o A punição das irregularidades são repassadas após a infração, quando a
população já foi exposta ao risco
 “AO PERSISTIREM OS SINTOMAS O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO”
o Estimula o uso de medicamentos sem receita
o Indica a busca do médico somente quando os sintomas permanecem
CLASSES DE MEDICAMENTOS QUE MAIS INTOXICAM
FAMOSOS MORTOS POR USO DE MEDICAMENTOS
PREJUÍZOS EM SAÚDE E ECONOMIA
IMPACTO DO USO IRRACIONAL
Baixa qualidade Desperdício Risco de efeitos
dos tratamentos de recursos adversos

Aumento: - RAM
- morbidade ↑Custos - Resistência
- mortalidade ↓Disponibilidade Bacteriana
FATORES QUE INFLUENCIAM O USO
IRRACIONAL

Pacientes/
Prescritores Indústria Regulação
Usuários

- Informação - Capacitação - Promoção


- Registro Falho
- Crenças - Tempo de - Vantagens
- Farmacovigilância
- Diálogo atendimento - Lobby
- Fiscalização
- Pressão na
prescrição
- Crenças
CONSEQÜÊNCIAS DO USO
INAPROPRIADO DE MEDICAMENTOS

 Eventos adversos, incluindo os letais. Exemplo: uso indevido de antibióticos,


autoprescrição ou uso inapropriado de automedicação;
 Eficácia limitada. Exemplo: quando não se obtém o efeito esperado devido ao
uso de dose subterapêutica;
 Resistência a antibióticos. Exemplo: o sobreuso ou o uso em doses
subterapêuticas;
 Farmacodependência. Exemplo: abuso de certos medicamentos, tais como os
tranqüilizantes;
 Risco de infecção. Exemplo: uso inapropriado de injetáveis.
USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS

 É a atitude que permite ao paciente receber medicação apropriada para a sua


situação clínica, nas doses adequadas às suas necessidades individuais, pelo
tempo necessário e ao menor custo possível.

 Objetivos:
o Maximizar a atividade terapêutica
o Minimizar o risco para o paciente
o Evitar custos desnecessários
↑ PREVENÇÃO PROCEDIMENTOS
CLÍNICOS E CIRÚRGICOS

URM

↓ TEMPO DE
↓ CUSTOS ↓ INTERNAÇÕES PERMANÊNCIA
USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS
ESTRATÉGIAS PARA O USO RACIONAL
DE MEDICAMENTOS
 Estratégias educacionais:
o Treinamento de prescritores
o Educação formal (anterior à prática profissional)
o Educação Permanente em Saúde (EPS)
o Visitas Domiciliares (VD)
o Grupos de leitura, seminários, centros de estudo
o Abordagens baseadas no contato de rotina
o Material escrito
ESTRATÉGIAS PARA O USO RACIONAL
DE MEDICAMENTOS

 Estratégias gerenciais

o Seleção, aquisição e distribuição


o Lista padronizada de medicamentos
o Estimular o uso de medicamentos essenciais
o Estudo de revisão de medicamentos com intervenção
ESTRATÉGIAS PARA O USO RACIONAL
DE MEDICAMENTOS

 Estratégias regulatórias

o Restrição de comercialização e distribuição

o Retirada de produtos inidôneos

o Restrição de dispensação
INTERVENÇÃO NA COMUNIDADE

 Participação ativa de profissionais de saúde

 Membros da própria comunidade em todos os momentos

o Planejamento, desenvolvimento e avaliação do programa


INTERVENÇÃO NA COMUNIDADE
Etapas para a formação de uma equipe de colaboradores e possíveis multiplicadores
das informações educativas:

1. Identificar os indivíduos que sejam respeitados pelos membros da comunidade ou


que exerçam certa influência sobre a mesma;
2. Convidá-los a participar de reunião sobre a questão do consumo de medicamento
em seu município;
3. Reunir o grupo e solicitar aos presentes que exponham suas dúvidas,
preocupações e dificuldades sobre o uso de medicamentos pela comunidade:
distribuição de medicamentos no município, a automedicação, riscos do uso
irracional de medicamentos, uso por gestantes, idosos e crianças etc.; a partir da
discussão, identificar os problemas;
INTERVENÇÃO NA COMUNIDADE

4. Conscientizar o grupo da necessidade de desenvolver projetos educativos na área


e solicitar a cooperação de todos;

5. Definir temas, público-alvo, metodologia de trabalho e agendar as próximas


reuniões.
INTERVENÇÃO NA COMUNIDADE

1. Teatro.

2. Trabalho de grupo.

3. Treinamento de multiplicadores.

4. Programa de rádio.
CENTRO DE INFORMAÇÃO SOBRE
MEDICAMENTOS (CIM)

 1950-1960: aumento significativo do número de medicamentos


no mercado

 Devido ao avanço tecnológico

 Aumento de número de publicações científicas

 Gerou a necessidade de um profissional especializado para


conceder informações sobre medicamentos

 Cabendo ao farmacêutico essa atividade


FATORES QUE POSSIBILITARAM AO FARMACÊUTICO DIRIGIR
OS CIMS

 Falta de atualização de outros profissionais na área

 Aumento do número de medicamentos disponíveis no mercado

 Altos custos dos medicamentos

 Crescimento de resistência bacteriana, viral e fúngica a determinados


medicamentos
FATORES QUE POSSIBILITARAM AO FARMACÊUTICO DIRIGIR
OS CIMS

 Desabastecimento, sendo necessária informações sobre bioequivalência,


substituição e alternativas terapêuticas

 Muitas informações sobre os novos medicamentos não eram objetivas, com


campanhas de consumo e prescrição agressivas

 Crescimento da literatura sobre medicamentos


CENTRO DE INFORMAÇÃO SOBRE MEDICAMENTOS (CIM)

 1962: criado o primeiro CIM nos EUA

 Devido ao sucesso outros CIMs foram sendo criados em centro médicos


universitários

 Esses CIMs se expandiram para Europa e Reino Unido


CENTRO DE INFORMAÇÃO SOBRE MEDICAMENTOS (CIM)

 1994: Foi fundado o primeiro Centro Brasileiro de Informação sobre Medicamentos


(CEBRIM) no CFF

 1994-1997: CEBRIM promove cursos a fim de estimular o estabelecimentos de


novos CIMs nos demais Estados

 Apresentando a proposta de criação do Sistema Brasileiro de Informação sobre


Medicamentos – SISMED, composto por 22 CIMs

 Hoje já existem centenas de centros em todo o mundo, dentro e fora de unidades


hospitalares
O QUE É O CIM?

 Local onde se reúnem, analisam, avaliam e fornecem informações sobre


medicamentos, visando o seu uso racional

 Funcionando dentro do CIM, existe o Serviço de Informação sobre


Medicamento – SIM
ATIVIDADES DO CIM

 Voltadas aos profissionais ligados direto ou indiretamente à área de saúde e aos


membros da comunidade

 Trabalha com duas funções básicas

o Informação passiva: responder questionamentos a respeito da


farmacoterapia relacionados a um determinado paciente

o Informação ativa: representada por atividades de educação e difusão de


informações sobre medicamentos
FUNÇÕES ESPECÍFICAS DO CIM

 Estabelecer e manter um formulário baseado em evidências


científicas
o Sobre eficácia e segurança de utilização de
medicamentos, custos e fatores inerentes ao paciente

 Desenvolver e participar de programas de prevenção de uso


indevido de medicamentos: incluindo reações adversas e erros
com medicação

 Publicar boletins educacionais sobre a utilização de


medicamentos destinados a pacientes, familiares e
profissionais de saúde
FUNÇÕES ESPECÍFICAS DO CIM

 Fornecer programas de educação continuada para profissionais e


estudantes da área de saúde

 Desenvolver e manter um programa de pesquisa ativa

 Atender profissionais de um hospital sobre aspectos gerais e específicos


relacionados com os medicamentos e seu emprego no diagnóstico,
prevenção, tratamento e cura de doenças
FUNÇÕES ESPECÍFICAS DO CIM

 Dar suporte a Comissão de Farmácia e Terapêutica em suas funções de


avaliação e seleção de medicamentos e na redação do Guia
Farmacoterapêutico de um hospital.

 Dar suporte à Comissão de Controle de Infecção Hospitalar em suas funções


de pesquisa, avaliação e acompanhamento da utilização de antimicrobianos.
FUNÇÕES ESPECÍFICAS DO CIM

 Gerar publicações periódicas


o Boletins, folders
o Informações sobre atualidades farmacoterapêuticas
o Aspectos de interesse profissional sobre medicamentos

 Desenvolver atividades de ensino e pesquisa para estudantes dos cursos da


área de saúde
o Palestras, estágios e educação continuada
FUNÇÕES ESPECÍFICAS DO CIM

 Elaborar e realizar estudos de utilização de medicamentos, orientados a


manter e a melhorar a segurança, a eficácia e a economia dos mesmos

 Desenvolver programas de farmacovigilância

 Realizar pesquisas
FONTES DE INFORMAÇÃO

 Primária: são constituídas por pesquisas publicadas em revistas biomédicas,


ou seja, em que aparece pela primeira vez na literatura qualquer informação.

 Secundária: consiste em serviços de indexação e resumo da literatura


primária.

 Terciária: consiste em livros-texto, livros de monografias e bases de dados


computadorizadas.
Fluxograma para
Formulação de
Resposta
Modelo de Resposta
ENTRETANTO...

 Estudos em CIMs ligados a universidades brasileiras demonstram que:

o Informação passiva é a principal função desenvolvida


o No Brasil o CIM não é tão procurado como em outros países
o Os CIMs dos EUA e da Comunidade Europeia são parte integrante da rede
básica de saúde
o A baixa produtividade dos CIMs do Brasil pode estar relacionada com a
falta de financiamento por parte do Governo
PERFIL DO FARMACÊUTICO DO CIM
 Competência na seleção, utilização e avaliação crítica da literatura e informática

 Competência para apresentação da máxima informação relevante com um mínimo

de documentação de suporte

 Conhecimento da disponibilidade de literatura, assim como de bibliotecas, centros

de documentação, entre outros

 Capacidade de comunicar-se sobre informação farmacoterapêutica nas formas

verbal e escrita com CFT

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