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SEGURANÇA

NA
MEDICAÇÃO
ERRO DE MEDICAÇÃO

 Complexidade do sistema de saúde

 Ambientes especializados e dinâmicos

 Condições que contribuem para a ocorrência de erros.


Pedreira MLG, 2006.
ETAPAS DA
TERAPIA
MEDICAMENTOSA
ERRO

“uso não intencional, de um plano incorreto


para alcançar um objetivo, ou a não execução a
contento de uma ação planejada”
Kohn LT, Corrigan JM, editors To err is human: building a
safer health care sistem. Washinton DC: National. 2000.
EVENTO ADVERSO X REAÇÃO ADVERSA

Evento adverso

Um incidente que resultou em dano para o paciente.

Reação adversa
Dano inesperado resultante de uma ação justificada, no
qual o processo correto foi seguido para o contexto que
o evento ocorreu.

OMS, 2009.
TIPOS DE ERRO DE MEDICAÇÃO
•Erro de prescrição
• Erro de Dispensação
• Erro de Omissão
• Erro de Horário
• Erro de administração de medicamento não-autorizado
• Erro de Dose
• Erro de Apresentação
• Erro de Preparo
• Erro de Administração
• Erro com medicamentos deteriorados
• Erro de Monitoração
• Erro em razão da não aderência do paciente e família
ERRO DE PRESCRIÇÃO
Escolha incorreta do medicamento (baseada na
indicação, contra-indicação, alergias conhecidas,
existência e disponibilidade de outra terapia
medicamentosa mais eficaz); prescrição incorreta da
dose, da via de administração, da velocidade de
infusão ou da forma de apresentação do medicamento;
prescrição ilegível; prescrição incompleta.
Einstein. 2009; 7(3 Pt 1):290-4
ERRO DE DISPENSAÇÃO

Distribuição incorreta do medicamento prescrito


para o paciente.
FARMÁCIA ENTREGA
REMÉDIO ERRADO EM
MINAS GERAIS
JORNAL O GLOBO 26/08/2009
ERRO DE OMISSÃO

Não administração de um medicamento


prescrito para o paciente; ausência de registro
da execução da medicação.
ERRO DE HORÁRIO
Administração do medicamento fora do período
estabelecido na prescrição pelo médico ou pelo
enfermeiro que realizou o aprazamento da prescrição.

Define-se como erro: o atraso ou adiantamento de


mais de 30 minutos para medicamentos de ação
imediata e mais de 1 hora para os de ação prolongada.
ERRO DE ADMINISTRAÇÃO DE
MEDICAMENTO NÃO-AUTORIZADO

• Administração de medicamento não prescrito;


• Administração de medicamento ao paciente errado;
• Administração de medicamento errado;
•Administração de medicamento não autorizado pelo
médico;

• Utilização de prescrição desatualizada.


ERRO DE DOSE

Administração de um medicamento em dose maior


ou menor que a prescrita; administração de uma
dose extra do medicamento; administração de uma
dose duplicada do medicamento.
ERRO DE APRESENTAÇÃO

Administração de um medicamento em
apresentação diferente da prescrita.
ERRO DE PREPARO
•Medicamento incorretamente formulado ou manipulado
antes da administração (reconstituição ou diluição incorreta,
associação de medicamentos física ou quimicamente
incompatíveis);
• Armazenamento inadequado do medicamento;
• Falha na técnica de assepsia;
• Identificação incorreta do fármaco;
• Escolha inapropriada dos acessórios de infusão.
ESTRUTURA
Cota de estoque
de medicação

Etiqueta de
identificação

Informações
Mínimas

Legíveis

Nomes
comercial
e genérico
• armazenamento inadequado
do medicamento

• identificação incorreta do
fármaco
ERRO DE ADMINISTRAÇÃO

• Falha na técnica de assepsia;

• Falha na técnica de administração do medicamento;

• Administração do medicamento por via diferente da


prescrita;

• Administração do medicamento em local errado;


ERRO DE ADMINISTRAÇÃO
•Administração do medicamento em velocidade de
infusão incorreta;
•Associação de medicamentos física ou
quimicamente incompatíveis;

• Falha nos equipamentos ou problemas com


acessórios da terapia de infusão;
•Administração de medicamento prescrito
incorretamente.
ERRO COM MEDICAMENTOS
DETERIORADOS
•ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTO COM DATA DE VALIDADE
EXPIRADA, OU COM INTEGRIDADE FÍSICA OU QUÍMICA COMPROMETIDA.
Jornal O Globo
28/02/2008
ERRO DE MONITORAÇÃO
•FALHA EM MONITORAR DADOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS ANTES,
DURANTE E APÓS A ADMINISTRAÇÃO DE UM MEDICAMENTO, PARA
AVALIAR A RESPOSTA DO PACIENTE À TERAPIA PRESCRITA.
ERRO EM RAZÃO DA NÃO ADERÊNCIA DO
PACIENTE E FAMÍLIA

• COMPORTAMENTO INADEQUADO DO PACIENTE E OU CUIDADOR


QUANTO A SUA PARTICIPAÇÃO NA PROPOSTA TERAPÊUTICA.
PANORAMA
Dificuldade entre os profissionais da área da saúde em
lidarem com o erro.
Tendência em procurar omiti-lo ou então responsabilizar
indivíduos.

 Não há busca pelas causas sistêmicas.


 Falhas na conduta ou no conhecimento dos profissionais
 Ações administrativas e legais - PUNIÇÃO
INSTRUMENTO
Deve:
 Ser simples;
 Ser objetivo;
 Conter poucos textos livres;
 Priorizar a origem do erro e suas conseqüências.
Permitir:
Análise completa e acompanhamento dos eventos
relatados;
 Troca de informações;
 Compartilhamento dos dados e resultados.
Informações sobre o paciente Tipo de erro

Informações sobre o erro Informações sobre o


medicamento

Hora da ocorrência Categoria do profissional


envolvido
Local da ocorrência Tipo do erro
Local de origem do paciente Causas

National Coordinating Council for Medication Error


reporting and Prevention. Taxonomy of Errors.
NOTIVISA
•Profissionais de saúde liberais ou que trabalhem em
alguma instituição podem notificar eventos adversos e
queixas técnicas relacionados com produtos sob vigilância
sanitária como:
• medicamentos;
• vacinas e imunoglobulinas;
• pesquisas clínicas;
• artigos médico-hospitalares;
• equipamento médico-hospitalar;
• uso de sangue ou componentes;
• dentre outros.
Anvisa, 2010.
NOTIVISA
Objetivos
•Subsidiar o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária
(SNVS) para identificar reações adversas ou efeitos não-
desejados dos produtos

• Aperfeiçoar o conhecimento dos efeitos dos produtos

• Alterar recomendações sobre seu uso e cuidados

• Regular os produtos comercializados no país

• Promover ações de proteção à saúde pública


FARMACOVIGILÂNCIA

•Notificação de Suspeitas de Reação Adversa


e Desvio da Qualidade a Medicamentos
• Notificação de Suspeita de Erro de Medicação
Formulário de
Notificação de
Suspeita de
Reação Adversa a
Medicamento
ANVISA
Formulário de
Notificação de
Suspeita de
ERRO DE
MEDICAÇÃO
ANVISA
APRENDENDO COM OS ERROS

•A análise de erros de diversas naturezas, seguida da


discussão coletiva sobre sua prevenção, pode resultar
em redução significativa da incidência dos erros
ligados aos cuidados de saúde.
Wannmacher L., 2005.
ANÁLISE DE CAUSA RAIZ

•Processo investigativo estruturado que objetiva


identificar a verdadeira causa e as ações necessárias
para eliminar e mitigar um problema.

• Ishikawa
•Consiste na avaliação de todos os fatores que
predispõem ou que tinham o potencial para prevenir um
erro.
ANÁLISE DO ERRO

• Definir quais eventos necessitam de investigação.


• Selecionar uma equipe multiprofissional.
• Obter informações por meio de entrevistas a todos os
envolvidos, leitura da documentação disponível,
examinar equipamentos e inspecionar o local no qual o
evento ocorreu.
• Incluir as informações em um formulário construído para
esta finalidade.

World Health Organization. Patient Safety Workshop. Learning from error.


ISHIKAWA

Fatores
Fatores Fatores do Fatores da Educação e
sociais e de
individuais paciente atividade treinamento
equipe

Evento
observado

Fatores
Condições Equipamentos
Comunicação organizacionais
de trabalho e recursos
e estratégicos

Adaptado de: World Health Organization. Patient Safety Workshop. Learning from error.
CONCLUSÃO

•Fonte de informação e parte integrante da


aprendizagem e melhoria da qualidade dos serviços a
fim de promover a segurança do paciente.

•Facilitam a detecção de fatores de risco, possibilitando


a elaboração de estratégias de prevenção e futuras
intervenções.
ESTRATÉGIAS DE SEGURANÇA

Em prescrições médicas e de enfermagem, evitar a


utilização de casas decimais.

Quando o decimal for indispensável e o valor iniciar


com zero, usar o número zero antes do ponto.

Ex: escrever 0.25 e não somente .25.


ESTRATÉGIAS DE SEGURANÇA

Profissionais devem ser orientados a evitar empregar


abreviações em prescrições médicas e de
enfermagem.

Ex: MDZ (midazolam), VANCO(vancomicina),


DOPA(dopamina).
ESTRATÉGIAS DE SEGURANÇA
Solicitar à instituição que estabeleça normas e
protocolos que restrinjam a utilização de “ordens
verbais” e prescrições médicas verbais de
medicamentos.
ESTRATÉGIAS DE SEGURANÇA

• A IMPLEMENTAÇÃO DE PRESCRIÇÃO MÉDICA ELETRÔNICA,


FACILITA A COMPREENSÃO E ENTENDIMENTO DE
CALIGRAFIAS DE MÁ QUALIDADE.
ESTRATÉGIAS DE SEGURANÇA

Determinar as funções que devem ser exercidas


por enfermeiros e aquelas delegadas aos
auxiliares ou técnicos de enfermagem, por meio da
análise da prescrição e avaliação do paciente.
ESTRATÉGIAS DE SEGURANÇA

•REALIZAR SUPERVISÃO DE TÉCNICOS E AUXILIARES DE ENFERMAGEM


QUANTO AO PREPARO E ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS, COM
DOCUMENTAÇÃO DAS HABILIDADES ADQUIRIDAS, E AVALIAÇÕES E
ORIENTAÇÕES PERIÓDICAS DA EQUIPE.
ESTRATÉGIAS DE SEGURANÇA

Reservar um local adequado para a realização de


prescrição medicamentosa, de preferência calmo e
sem fontes de distração.
ESTRATÉGIAS DE SEGURANÇA
•Quando houver dúvidas sobre dosagem de
medicamentos, solicitar ao profissional

responsável que refaça os cálculos da prescrição.

•Documentar o cálculo do fármaco no prontuário


do paciente.
ESTRATÉGIAS DE SEGURANÇA

•Realizar dupla checagem, com calculadora, dos


cálculos de diluição e administração, durante a fase de
preparo dos medicamentos.

•Instituir a prática de dupla checagem (checagem


realizada por dois profissionais), sempre que possível.
ESTRATÉGIAS DE SEGURANÇA
• Observar a prática de verificação dos “certos”,
•Esclarecer quaisquer dúvidas sobre o medicamento
antes de prepará-lo;

•Identificar adequadamente o medicamento preparado


com nome do paciente e medicamento, leito e
enfermaria, horário e via de administração, e as iniciais
do responsável pelo procedimento.
Peterlini MAS, 2003.

Medicação
Segura
ESTRATÉGIAS DE SEGURANÇA

Instituir protocolos nos quais o farmacêutico


verifica a dose do medicamento e a adequação da
prescrição quanto à associação de fármacos antes
da primeira administração.
ESTRATÉGIAS DE SEGURANÇA

• IDENTIFICAR TODAS AS DOSAGENS ADMINISTRADAS E AS


CONCENTRAÇÕES DE MESMOS MEDICAMENTOS DE FABRICANTES
DIFERENTES.
ESTRATÉGIAS DE SEGURANÇA

•Promover treinamentos periódicos sobre o uso de


novos medicamentos.

•Capacitar os profissionais sobre todos os


aspectos que envolvem a ocorrência de erros de
medicação.
ESTRATÉGIAS DE
SEGURANÇA
• ESCLARECER DÚVIDAS
•SOLICITAR ORIENTAÇÃO A
• NOME DO
MEDICAMENTO; OUTROS ENFERMEIROS,
MÉDICOS E FARMACÊUTICOS,
• POSOLOGIA; OU AINDA CONSULTAR BULAS,
• INDICAÇÕES;
GUIAS DE MEDICAMENTOS OU
PROTOCOLOS.
• CONTRA-INDICAÇÕES,

• PRECAUÇÕES DE USO;

• PREPARO;

• ADMINISTRAÇÃO.
ESTRATÉGIAS DE SEGURANÇA

• Seguir as normas padronizadas da instituição quanto


às práticas de enfermagem referentes à medicação.

• Remover do estoque comum da unidade fármacos


que sejam considerados “perigosos”.
•Limitar a variedade de material tecnológico, como
bombas de infusão.
ESTRATÉGIAS DE SEGURANÇA

• PREPARAR PACIENTES PARA EXAMES (JEJUM) E ATENTAR PARA SUA


INTERFERÊNCIA NA ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS.
ESTRATÉGIAS DE SEGURANÇA

Implementar a identificação do paciente, por meio


da utilização de pulseiras.
ESTRATÉGIAS DE SEGURANÇA
• Realizar estudos sobre os erros de medicação.
•Desenvolver programas de detecção, notificação e
análise dos erros de medicação e reação adversa.

•Promover uma cultura de segurança e sensibilizar a


participação dos profissionais no programa de notificação
dos erros.
CONCLUSÃO

Desafio para toda instituição e equipe de saúde é


realizar mudanças na cultura organizacional que
permitam a reestruturação de diversos processos e a
implementação de estratégias que possibilitem o
emprego de um cuidado seguro ao paciente, livre de
erros.

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