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Farmacologia aplicada a semiotécnica:

administração, diluição e estabilidades dos fármacos

Enf.: Thiago de Freitas França


Enfermeiro Oncologista – Residência INCA
Enfermeiro Obstetra – Residência
SMS/UERJ
Especialista em Farmacologia
Chefe do Centro Cirúrgico Hospital
Municipal da Piedade
Farmacologia
Segundo Goodman, a farmacologia compreende o
conhecimento da história, origem, propriedades físicas
e químicas, composição, efeitos bioquímicos e
fisiológicos, mecanismo de ação, absorção e
distribuição, biotransformação e eliminação, além das
propriedades terapêuticas e outros empregos de
medicamentos.
Semiotécnica

É um campo de estudo onde estão inseridas as mais


diversas técnicas realizada pelo enfermeiro, técnico
de enfermagem e auxiliar de enfermagem.
Definições

Droga – é toda substância química conhecida que pode


ou não ter efeito terapêutico.
Fármaco – substância química conhecida com ação e
aplicação terapêutica
Medicamento – é uma substância química conhecida
com ação terapêutica já disponível ao uso
Responsabilidade do Enfermeiro
O que acontece com o paciente
quando administrando uma
medicação?
Fases de estudo da droga
• desintegração
Farmacêutica • Dissolução

Farmacocinétic • Movimento da droga


a

Farmacodinânic • Resposta da droga


a
Dose de fármaco
(mg/kg)
Via de
administração
Fase Desitegração da formulação,
farmacêutica liberação e dissolução
Biodisponibilidade
farmacêutica
Fase Absorção, distribuição,
farmacocinética metabolização e excreção

Concentração do fármaco no
Fase
local de ação
farmacodinâmica

Efeito tóxico
Efeito terapêutico Interação fármaco-receptor Efeito subterapêutico
Responsabilidade da Enfermagem

O sistema de medicamentos envolve vários profissionais


da equipe de saúde como médicos, enfermeiros,
auxiliares e técnicos de enfermagem, farmacêutico e
técnico em farmácia hospitalar, dentre outros.

Os profissionais de enfermagem realizam a maior parte


deste evento, portanto estão mais propensos aos erros.
FARMACOVIGILÂNCIA

A Farmacovigilância é o trabalho de acompanhamento


do desempenho da ação dos medicamentos que já
estão no mercado, com a finalidade de proteger a
população de danos causados por produtos
comercializados, por meio da identificação precoce do
risco e da intervenção oportuna
QUANDO OCORRE, DE QUEM
É A CULPA DO ERRO??
• O mais importante na compreensão das definições é
entender que, na vigência de erro, não se deve
procurar, inicialmente culpado, mas entender por que
esse evento aconteceu.
• Devemos instituir a cultura da segurança e não adotar a
cultura da punição.
• Na maioria das vezes, “não importa” quem cometeu o
erro e sim como o sistema contribuiu para tal
ocorrência- MUDANÇA NA CULTURA QUE O
OUTRO É O CULPADO.
Definição

É qualquer erro que se produz em qualquer dos


processos do sistema de utilização dos medicamentos
(drug-use-system error)
(National Coordinating Council for Medicatios Error
Reporting and Prevention – NCCMERP)

Erro de medicação é definido como um evento evitável,


ocorrido em qualquer fase da terapia medicamentosa,
que pode ou não causar danos ao paciente.
"Um erro de medicação é qualquer evento evitável que
pode causar ou levar ao uso de medicamentos
inadequados ou dano ao paciente, enquanto a
medicação está sob o controle do profissional de
saúde, paciente ou consumidor. Tais eventos podem
estar relacionados à prática profissional, produtos de
saúde , procedimentos e sistemas, incluindo prescrição,
comunicação da ordem; rotulagem dos produtos,
embalagem e nomenclatura, composição, dispensação,
distribuição, administração, educação, monitoramento,
e usar. "
OMS,  “por ano morrem mais pessoas devido a erros
de medicação do que acidentes de trabalho”. 

A probabilidade de morte em pacientes hospitalizados,


provocada por erro de medicação, é três vezes mais
alta do que as resultantes de acidentes automobilísticos
e muita mais alta do que morrer em um acidente aéreo
(Berlin et al., 1998)
• ERRO DE PRESCRIÇÃO – PRESCRIÇÃO ERRADA, DOSE...
• ERRO DE DISPENSAÇÃO- DISTRIBUIÇÃO INCORRETA;
• ERRO DE OMISSÃO - NÃO CHECAR
• ERRO DE HORÁRIO – ADIANTAR OU ATRASAR A ADM;
• ERRO DE ADM. DE MEDICAMENTO NÃO AUTORIZADO;
• ERRO DE DOSE – ERRO DE DOSE, DOSE EXTRA;
• ERRO DE APRESENTAÇÃO- ADM. ERRADO;
• ERRO DE PREPARO- PREPARAR ANTES, TÉCNICA...
• ERRO DE ADMINISTRAÇÃO- TÉCNICA, LOCAL ERRADO...
• ERRO COM MEDICAMENTOS DETERIORADOS;
• ERROS DE MONITORAÇÃO- MONITORAR DADOS
CLÍNICOS E LABORATORIAIS
• ERRO EM RAZÃO DA NÃO ADERÊNCIA DO PACIENTE E DA
FAMÍLIA - COMPORTAMENTO INADEQUADO.
(ASHSP, 1993)
“...talvez pareça estranho
enunciar como primeiro dever
de um hospital não causar mal
ao paciente...”
(Florence Nightingale, 1859)
CATEGORIAS DOS ERROS

• Categoria A – circunstâncias ou eventos que têm a


capacidade de causar erro – não ocorre o ERRO;
• Categoria B – um erro ocorreu, porém o medicamento
não foi administrado no pacienteERRO sem dano;
• Categoria C – um erro ocorreu e o medicamento foi
administrado no paciente, mas não lhe trouxe dano –
ERRO sem dano;
• Categoria D – um erro ocorreu e resultou na
necessidade de aumentar o monitoramento do paciente,
mas não lhe trouxe dano – ERRO sem dano;
• Categoria E – um erro ocorreu e resultou na necessidade de
um tratamento ou intervenção e causou dano temporário ao
paciente – ERRO com dano;
• Categoria F- um erro ocorreu e resultou em início ou
aumento do tempo de hospitalização e causou dano
temporário ao paciente - ERRO com dano;
• Categoria G –Um erro ocorreu e resultou em dano
permanente ao paciente - ERRO com dano;
• Categoria H – um erro ocorreu e resultou em evento
potencialmente fatal - ERRO com dano;
• Categoria I – um erro ocorreu e resultou na morte do
paciente – ERRO com morte.

(NCC MERP, 1996)


O que fazer para não haver erro com os
medicamentos?
1) PACIENTE CERTO (Conferir nome e sobrenome do cliente solicitando
ao mesmo que diga seu nome e verificar o número de quarto e leito.)

2) MEDICAMENTO CERTO (Antes de preparar a medicação certificar-se


mediante a prescrição qual é o medicamento, e conferir lendo, mais de uma
vez, o rótulo do mesmo.)

3) DOSE CERTA (Antes de preparar de administrar a medicação certificar-se


da dose na prescrição, lendo mais de uma vez e comparando com o
preparado.)

4) VIA CERTA (Antes de aplicar a medicação, certificar-se da via mediante


prescrição, lendo mais de uma vez e só então aplicar.)

5) HORA CERTA (Aplicar no horário previsto na prescrição, e no espaço de


tempo de terminado, 6/6h, 8/8h,..., atenção especial à administração de
antibióticos.)
6) TEMPO CERTO (Na aplicação da medicação, respeitar o tempo previsto na
prescrição, por exemplo, se for em 30 minutos, ou em quatro horas, controlar
adequadamente o gotejamento ou programar corretamente as bombas de infusão
contínua ou bombas de seringa, controlando, dessa forma, a infusão conforme
prescrição.)

7) VALIDADE CERTA (Antes de preparar a medicação sempre conferir a data de


validade, NUNCA aplicar medicação vencida. Estabelecer uma rotina de verificação
e controle de validade nos setores, em parceria com a farmácia.)

8) ABORDAGEM CERTA (Antes de administrar o medicamento deve-se esclarecer


ao paciente qualquer dúvida existente referente ao mesmo e deve-se levar em
consideração o direito de recusa do medicamento, pelo cliente. O primeiro passo
sempre é dizer ao paciente qual medicação será administrada, qual é a via, principal
ação do medicamento e como será feita a administração, sobretudo, medicações que
hajam colaboração e ação do cliente como as sublinguais a explicação deve ser dada.
Fale sempre de maneira clara e objetiva e esclareça o cliente.)

9) REGISTRO CERTO (Após aplicar a medicação registrar no prontuário checando


com rubrica e ainda anotando queixas, suspensão ou não aceitação de medicação.)
Acontecimento Adverso Potencial (AAP)
É um erro de medicamento grave que poderia causar um
dano, porém não chegou a causar (por exemplo
quando a enfermagem se dá conta de que estava
prescrito um medicamento ao qual o paciente é
alérgico e contactou o médico).

Define-se como qualquer dano grave ou leve, causado


pelo uso (incluindo a falta de uso) de um medicamento
ou qualquer dano resultante do uso clínico de um
medicamento.
Segurança do paciente

• No contexto dos sistemas, o modelo proposto por


James Reason, conhecido como “queijo suíço”, tem
sido mundialmente aceito, inclusive nas empresas
prestadoras de serviços de saúde.
• Neste modelo, os erros são considerados mais
conseqüências do que causas, tendo suas origens
ligadas predominantemente aos fatores sistêmicos e
não à natureza falível do ser humano (quebra de
paradigmas?)
Identificação de perigos no local de trabalho
Grande dependência de práticas e costumes. “Quanto
mais seguro se está, maior é a necessidade de se
lembrar que o ambiente é inerentemente inseguro.”
(Vincent,2009)
Suposições sobre pessoas e organizações;
 A influência da hierarquia na comunicação;
 Ausência de materiais adaptados para aumentar a
segurança;
 Práticas heterogêneas para procedimentos;
(Vincent,2009)
Reação Adversa a Medicamento (RAM)

Qualquer efeito prejudicial ou indesejado que se


manifeste após a administração do medicamento, em
doses normalmente utilizadas no homem para
profilaxia, diagnóstico ou tratamento de uma
enfermidade.
O profissional de enfermagem pode
administrar droga que não
manipulou?
Quando devemos administrar um
medicamento ao paciente?
A prescrição (impresso) deve conter:
Data, registro e nome do paciente;
Enfermaria, leito e idade;
Nome do medicamento;
Dosagem e via de administração;
Frequência e assinatura do prescritor;
A tinta, em língua portuguesa, clara e por extenso.

Lei federal 5991/738 e 9787/998


Resolução 357/2001 CFF
RESOLUÇÃO COFEN – 281/2003
Art. 1º – É vedado a qualquer Profissional de Enfermagem
executar a repetição de prescrição de medicamentos, por
mais de 24 horas, salvo quando a mesma é validada nos
termos legais.

Art. 2º – Quando completar-se 24horas da prescrição


efetivada, e não haver comparecimento para
renovação/reavaliação da mesma, pelo profissional
responsável, deverá o profissional de Enfermagem adotar
as providências para denunciar a situação ao responsável
técnico da Instituição ou plantonista, relatando todo o
ocorrido.
RESOLUÇÃO COFEN-225/2000
Art. 1º- É vedado ao Profissional de Enfermagem aceitar,
praticar, cumprir ou executar prescrições
medicamentosas/terapêuticas, oriundas de qualquer
Profissional da Área de Saúde, através de rádio, telefonia ou
meios eletrônicos, onde não conste a assinatura dos mesmos.
Art. 2º – Não se aplica ao artigo anterior as situações de
urgência, na qual, efetivamente, haja iminente e grave risco
de vida do cliente.
Art. 3º- Ocorrendo o previsto no artigo 2º, obrigatoriamente
deverá o Profissional de Enfermagem, elaborar Relatório
circunstanciado e minucioso, onde deve constar todos os
aspectos que envolveram a situação de urgência, que o levou
a praticar o ato, vedado pelo artigo 1º.
Porque respeitar a administração
conforme o aprazamento?
Tempo de meia vida
Tempo que leva para chegar a 50% de sua
biodisponibilidade

Objetivo da posologia é manter 25% do fármaco


circulante para garantir o efeito terapêutico, e nunca
permitir chegar a 0% da dose no corrente sanguínea.
Ligação plasmática

As drogas sofrem ligação a proteínas plasmáticas. A


eficácia de uma droga é afetada pelo grau em que ela
se liga a proteínas no plasma sanguíneo. Quanto
menos ligante a droga for, mais eficientemente ela
pode transpor as membranas celular ou se difundir. As
proteínas em que as drogas mais se ligam são a 
albumina,  lipoproteína,  glicoproteína e globulinas α,
ß‚ e γ.
Ao aprazar o Enfermeiro deve:
• Conhecer a ação do medicamento;
• Implementar barreira de erros de medicação;
• Garantir o intervalo prescrito é suficiente para obter os
resultados esperados pelos medicamentos;
• Saber que alguns medicamentos podem interagir entre si
caso sejam administrados no mesmo horário.
Ex 1: A fenitoína tem sua ação diminuida quando adm. com
rifampicina, corticóides, haloperidol, clorpomazina,
cetoconazol.
Ex 2: a fenitoína pode chegar a toxicidade quando adm.
junto com varfarina, metronidazol, omeprazol, entre
outros...
Os opióides podem interagir entre si e terem seus efeitos
potencializados quando administrados com:
• Sedativos, antidepressivos, fenitoína, antihistamínicos.
O efeito anticoagulante da varfarina é aumentado quando
adm. junto com:
• AAS, fenitoína, amiodarona, metronidazol, Cipro,
corticóides, beta-bloqueadores.
Antimicrobianos - os aminoglicosídeos (Amicacina,
gentamicina, Neomicina) quando administrados juntos
com Vancomicina, Polimixina B, diuréticos e
metronidazol podem levar ao aumento do efeito
nefrotóxico.
Formas farmacêuticas
Forma farmacêutica
Substância ativa:
base adjuvante
terapêutica

Adjuvantes técnicos: Veículo ou


estabilizantes, excipiente: torna
edulcorante e possível a forma
corantes farmacêutica
Comprimidos
Drágeas
Cápsulas
Suspensões x Solução
Formas farmacêuticas especiais
Aerossóis
Sprays
Ampolas – frasco-ampola
Adesivo transdérmico
Filme
Implante
Pirulitos medicamentosos
Gomas e jujubas
Goma de mascar
Chocolate terapêutico
Gel transdérmico
Quais são as vias de administração?
Forma farmacêutica certa + via administração certa
= efeito terapêutico
As vias de administração podem ser classificadas em:
VIA ENTERAL - oral
- sublingual
- retal
 

VIA PARENTERAL - intravascular + intravenosa


(Direta) + intra-arterial
- intramuscular
- subcutânea
- intradérmica
- intracardíaca
 
TÓPICA - dérmica
(Indireta) - conjuntival

OUTRAS - inalatória
- intratecal + peridural
+ subaracnóidea
- intraperitoneal
- intra-articular
Administração de medicamento
1. Fase farmacêutica: Estuda a liberação do fármaco a
partir do produto farmacêutico. É constituída pelo
conjunto de fenômenos compreendidos entre a
administração do medicamento e a absorção
propriamente dita, os quais determinam a intensidade e
velocidade com que ocorre a entrada da substância
ativa no organismo. Estes fenômenos compreendem
basicamente a liberação e a dissolução do fármaco
contido no produto farmacêutico.
Liberação: Ao ser administrado o fármaco encontra-se em uma
forma farmacêutica(F.F.) a partir da qual deve ser liberado;
dependendo da F.F. empregada (comprimido, cápsula,
suspensão, xarope, supositório, etc.) e da via de administração
utilizada, esta etapa pode ser mais ou menos complexa, rápida
ou completa. A liberação ocorrerá sob influência do meio
biológico de aplicação [ ex: pH e peristaltismo do trato
gastrintestinal (TGI) nas vias enterais (oral e retal)] ,
principalmente para formas farmacêuticas sólidas, que
necessitam desintegrar-se para então liberar a substância ativa.
A finalidade desta etapa é obter uma dispersão no estado sólido
do fármaco, no meio aquoso de administração, o que permitirá
o cumprimento da etapa posterior de dissolução.
Dissolução: Esta etapa, por sua vez compreende a
formação de uma dispersão molecular na fase aquosa,
ou seja, a dissolução progressiva do fármaco, essencial
para sua posterior absorção, desde que seja requerida
uma ação sistêmica e não local. A dissolução muitas
vezes é a etapa determinante da velocidade do
processo de absorção.
2.Fase Farmacocinética: Como já foi dito esta etapa
corresponde ao estudo da evolução temporal do
movimento do fármaco in vivo , que esquematicamente
pode resumir-se nos processos de absorção,
distribuição, biotransformação e excreção de fármacos.
Esta fase consiste, portanto, na identificação e
quantificação da passagem do fármaco pelo
organismo.
3.Fase farmacodinâmica: Estuda a interação de um
fármaco específico com seu receptor, ou seja, a ação
do fármaco em seu sítio receptor com as alterações
moleculares e celulares correspondentes (efeito
farmacológico), o que culmina no aparecimento do
efeito terapêutico requerido.
A administração de medicamentos e um dos
procedimentos mais cruciais para a enfermagem. Tão
importante como ter conhecimento sobre os efeitos e
reações que o medicamento pode causar, e necessário
ter competência e habilidade para administrar tais
medicações, passando assim para o paciente confiança
e segurança, minimizando a ansiedade e aumentando
assim a eficácia da medicação.
Para que sejam evitados erros ao administra medicações,
deve se conferir sempre os cinco passos certos para
administração medicamentosa: 

Paciente certo; 
Medicação certa; 
Dosagem certa; 
Via de administração certa; 
Horário certo.
Também e de extrema importância observar a data de
validade, já que medicamentos vencidos podem ser
nocivos e/ou não atingirem seu real efeito. 
Absorção:
É a passagem de uma droga a partir do seu local de
administração ao sangue.
Barreira comum = Bicamada lipídica
Fatores do organismo que interferem na
absorção

Fatores físicos
Vascularização local
Presença de alimento
Motilidade gastrointestinal
Superfície de absorção
Enfermidades
Fatores relacionados ao fármaco
Via de administração
Forma farmacêutica
Lipossolubilidade
Peso molecular
Grau de ionização
Transporte pela membrana
Via inalatória
Via Intramuscular

Solução aquosa

Solução oleosa

Suspensão
Dorso glúteo
Técnica ventro-glúteo
Região ventro glútea ou rochstter 
Técnica muito utilizada em países desenvolvidos, porem aqui não
e muito utilizada basicamente por receio e desconhecimento.
Formada pelos músculos glúteos médio e mínimo, sabe-se que
o glúteo médio se origina da asa do ílio, e suas fibras se inserem
no trocanter maior; o glúteo mínimo origina-se do ílio e se
insere a frente do glúteo médio. Ambos são em forma de leque. 
Para a grande maioria dos autores esta técnica não tem contra
indicações, já que a irrigação e a inervação localizam-se a uma
boa profundidade e dificilmente seriam atingidos. 
Os decúbitos mais utilizados são o ventral, dorsal, lateral,
ortostática ou sentado. 
A técnica de aplicação consiste: 
Posicionar o paciente de maneira confortável; 
Delimitar a região de aplicação colocando a mão esquerda sobre
o quadril direito ou esquerdo acompanhando o trocanter,
localizando com o dedo indicador a espinha ilíaca antero
superior. Com os dedos indicador e formar um triangulo,
definindo desta forma o local de aplicação. Manter o dedo médio
sobre a crista ilíaca; 
Fazer a antissepsia do local; 
Delimitar novamente o local e realizar a punção em angulo de 90
graus, posicionando a agulha ligeiramente na direção da crista
ilíaca; 
Puxar o embolo e se houver retorno de sangue retirar a agulha,
comprimir o local e fazer nova punção; 
Injetar lentamente a medicação, retirar a agulha no mesmo
sentido de introdução e massagear suavemente o local. 
Via intravenosa
Qual é a sua desvantagem?
Qual o erro?
Rótulo da solução

Nome e leito do paciente


Drogas administradas, bem como o volume
Data de administração
Hora inicial e tempo de administração
Gotejamento e horário de término prévio
Identificação clara sobre o responsável pelo preparo
Legislação sobre produtos injetáveis

Portarias: 272 de 08/04/272 e 500 de 09/10/1997

RDC: 333 de 19/11/2003 e 9 de 02/01/2001


Via Oral
São preparações farmacêuticas de consistência sólida,
formas variadas, obtidas por meio de compressão,
contendo substância(s) ativa(s) com ou sem adjuvantes
adequados e revestidos ou não.

Classificação
 Uso interno: comprimidos mastigáveis,
convencionais, efervescentes e sublinguais.
 Uso externo: comprimidos vaginais, injetáveis
(pellets), para dissolução (permanganato de potássio).
Tipos diversos
 Multicapas (compressão por 2 ou mais etapas),
revestidos (entéricos e de liberação controlada).
Com qual tipo de líquido podemos
administrar o medicamento oral?
Substância polar e apolar
Inativo(pró droga) Fármaco ativo Metabólito ativo Metabólito tóxico
Azatioprina ------------------------- Mercaptopurina
Cortisona ------------------------- Hidrocortisona
Prednisona ------------------------- Prednisolona
Zidovudina ------------------------- Trifosfato de
zidovudina
Ciclofosfamida ------------------------- Mostarda de Acroleína
fosforamida
Diazepam Nordiazepam
Morfina Morfina-6-
glicoronídeo
Halotano ------------------------- Ácido trifluoracético
Metoxiflorano ------------------------- Floureto
Paracetamol ------------------------- N-acetil-p-
benzoquinonaimina
Enalapril ------------------------- Enalaprilato
-
Interações farmacêuticas
Absorção
Alterações na motilidade gastrointestinal
Alterações do pH no TGI
Proteínas transportadoras ou enzimas metabólicas nos
enterócitos
Forma farmacêutica
Via sublingual
Via retal
Via intradêrmica

Via subcutânia

Via transdêrmica
Via
sublingual e
via oral
Biotransformação
Quem promove a distribuição do
fármaco pelo organismo?

Por onde ocorre a distribuição do


fármaco?
O termo distribuição se refere à transferência reversível
do fármaco de um local a outro dentro do organismo.
Informações precisas da distribuição de um fármaco
requer seu doseamento a nível dos diferentes tecidos.
Estes dados tem sido obtidos em animais, mas são
difíceis de se obter em humanos. Desta forma, a
maioria dos dados sobre velocidade e extensão da
distribuição de fármacos em humanos, tem sido
derivada de observações das variações da concentração
destes no soro ou plasma.
Depois de absorvido ou injetado na corrente sangüínea o
fármaco pode distribuir-se para os líquidos intersticial
e celular. Os padrões de distribuição de um fármaco,
refletem alguns fatores fisiológicos, como fluxo
sangüíneo tecidual e características da membrana de
transporte, bem como de suas propriedades físico-
químicas.
Como preparar os medicamentos
para administrar em SNE?
O grau de ionização portanto, é dependente de dois
fatores relacionados pela equação de Henderson –
Hasselbach, abaixo representada:

A constante de dissociação da substância ou pKa

O pH do meio onde se encontra a molécula, o qual


pode ser diferente entre os lados da membrana.
Pode ser feita administração por
sonda enteral?
Orientações para uma correta
administração por SNE.
Quando a nutrição é administrada de forma contínua,
deve-se interromper de 15 – 20 minutos a infusão
antes e depois da administração de medicamento. Se a
nutrição é dada de forma intermitente, para evitar a
interação com a fórmula enteral, deve-se administrar
os medicamentos nos intervalos da infusão.

Administrar preferencialmente, quando possível,


formas farmacêuticas líquidas (xarope, solução oral,
suspensão oral...)
Verificar a osmolaridade das preparações líquidas.
Preparações hiperosmolares ou muito viscosas devem
ser diluídas com 60 – 90 ml de água, verificando
sempre se o paciente não está em retenção hídrica.

Administrar, logo após sua preparação, o conteúdo de


cápsulas gelatinosas ou duras reconstituídas com 10 –
15 ml de água ou o comprimido triturado até a forma
de pó diluído em 15 – 30 ml de água, quando a forma
farmacêutica líquida não estiver disponível,
verificando sempre se o paciente não estiver em
retenção hídrica.
Antes de triturar o comprimido, verificar se a
trituração não compromete a eficácia e a estabilidade
da substância ativa.

Não triturar e administrar comprimidos de ação


modificada, de revestimento entérico e sublingual.

Ajustar a dosagem e/ou o intervalo, quando substituir


uma preparação sólida de ação prolongada por um
medicamento líquido ou de ação imediata.

Administrar o medicamento lentamente por meio de


seringas sem agulhas
Lavar a sonda com 20 – 50 ml de água antes e depois
da administração de um medicamento, ajudando assim
a arrastar o fármaco até o tubo digestivo, minimizando
sua aderência à parede da sonda e mantendo a
permeabilidade da mesma.

Não misturar, na mesma seringa, medicamentos


diferentes. Administrar separadamente os
medicamentos e lavar com 5 – 10 ml de água entre um
e outro. Administrar os fármacos em ordem crescente
de viscosidade.
A administração de antiácidos é realizado sempre em
último lugar para evitar interações, esperando-se um
período de 15 minutos depois da administração do
último fármaco.

Não adicionar medicamentos à dieta enteral. Soluções


de eletrólitos hipertônicos podem ser adicionadas, caso
sejam compatíveis com a formulação.
Alguns fármacos são bem estudados...

Fármaco e forma
farmacêutica Interação Recomendação

•Ciproflo •Em contato •Interromper a


com os cátions nutrição
xacino, da nutrição, enteral 1 hora
precipita e há antes e depois
compri redução de sua da
mido absorção. administração
Fármaco e forma Recomendaçõe
farmacêutica Interação s

•Lactolos •Ao se misturar


com a nutrição
•Na medida do
possível,evitar
e, enteral, altera a
absorção dos
a administração
de quantidades
solução nutrientes e
elevadas do
produz
oral precipitação.
fármaco.
Fármaco e forma Recomendaçõe
farmacêutica Interação s
•Haloperidol •Pode •Interromper a
dieta enteral
,
comprimido
precipita 1 hora antes
e depois da
ou solução r com a administraçã
oral nutrição o.
Fármaco e forma
farmacêutica Interação Recomendação

•N- •Precipata •Interrompe


acetilcisteí com a r 1 hora
na nutrição, antes e
granulado devido ao seu depois a
pH ácido.
ou xarope dieta
Fármaco e forma
farmacêutica Interação Recomendação
•Produz inativação,
•Teofilina, precipatação do •Monitorar
fármaco e
cápsula de diminuição da sua os níveis
absorção.
liberação Aumenta a plasmátic
gradual osmalaridade da
nutrição enteral
os
Fármaco e forma
farmacêutica Interação Recomendação

•Hidral •Há •Monitorar


decréscimo de
mudanças
azina, absorção e
concentração na pressão
drágea do fármaco sanguínea
Fármaco e forma
farmacêutica Interação Recomendação

•Há •Interromper a
•Carbamazepi nutrição enteral 1
diminuição
na, hora antes e 2 hora
de absorção e depois da
comprimido administração e
o fármaco
ou suspensão monitorar os
pode aderir à níveis plasmáticos
oral
sonda do fármaco
Fármaco e forma
farmacêutica Interação Redomendação

•Varfarin •Pode •Interromper a


nutrição enteral 1
interagir
a, hora antes ou
depois da
com administração do
compri vitamina K fármaco.
Monitorar os
mido da nutrição níveis plasmáticos
Devemos nos preocupar com as
substâncias fitoterápicas, vitaminas e
suplementos?
Qual tipo de líquido devemos
preparar as medicações que vai ser
administrada por SNE?
Quem faz uso de qualquer medicamento
pode fazer ingestão de álcool?
Uso do álcool
•Analgésicos, antipiréticos e anti-inflamatórios: pode causar perturbações
gastrointestinais, úlceras e hemorragias.
• Antidepressivos: diminui os efeitos, pode aumentar a pressão sanguínea.
•Antibióticos: pode causar náuseas, vômitos, dores de cabeça e até
convulsões.
• Antidiabéticos: pode causar severa hipoglicemia (baixa glicose).
•Anti-histamínicos, tranqüilizantes, sedativos: pode intensificar o efeito de
sonolência e causar vertigens.
•Antiepilépticos: a proteção contra ataques epilépticos é significativamente
reduzida.
•Medicamentos cardiovasculares: podem provocar vertigens ou
desfalecimento, bem como redução do efeito terapêutico.
Reconstituição:
Dissoluções em solvente adequado de apresentações
farmacêuticas na forma de pó liofilizado.
Diluição

Transferência do medicamento reconstituído para


solução de grande volume compatível, para sua
administração no paciente.
Manipulações de fármacos injetáveis
Análise criteriosa da prescrição médica
Uso de equipamentos de proteção individual
Ambiente adequado
Preparo e assepsia
Reconstituintes e diluentes
Assepsia do material
Identificação do material
Boas Práticas de Preparo
Procedimentos escritos;

Avaliação da prescrição médica;

Registro de todas as manipulações, indicando lote e


fabricante;

Rótulo com informações detalhadas, inclusive prazo de


validade e condições para conservação;

Inspeção visual;
Interação medicamentosa farmacêutica ou
físico-química
Solvente inativante
Alteração do pH dos fármacos
Inativação pelo agente conservante
Ex.: bissulfato de sódio (NP) + penicilina e timanina,
associada se anulam
Foto-oxidação
Ex.: vitamina c mantém o ferro no estado ferroso
tipos do frascos
O medicamento, no Brasil, é bem conservado?
A conservação define a estabilidade, a qualidade do produto.
Se mal conservado, o medicamento pode transformar-se
em uma bomba letal.

A advertência é do professor de Farmacotécnica e Tecnologia


Farmacêutica da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da
Unesp, doutor Anselmo Gomes de Oliveira, uma
autoridade em estabilidade de medicamentos.
Estabilidade dos medicamentos

Capacidade do fármaco de manter-se dentro das


especificações estabelecidas, tendo asseguradas suas
identidade, potência, qualidade e pureza.
Todos os materiais sofrem alterações, com o tempo,
sob a ação do ambiente:
Materiais extraídos da natureza
Materiais sintéticos
Meio ambiente: fatores ambientais
Físicos: luz (radiação UV, IV)
Umidade
Calor
Microrganismos
Com os fármacos ocorre o mesmo:
Fármacos puros são mais estáveis que em misturas: as
chances de interação com outros materiais aumentam
Medicamentos são misturas de fármacos e
veículos ou excipientes
Fármacos em formas sólidas são mais estáveis que em
formas líquidas: as reações químicas ocorrem melhor em
meio líquido
Fármacos sujeitos a algum processamento
são também mais facilmente decompostos:
granulação úmida, secagem, aquecimento
para facilitar a solubilização, etc.
Maior exposição aos agentes ambientais:
oxigênio, luz, aquecimento, microrganismos
A decomposição dos fármacos, puros ou nos
medicamentos, obriga aos fabricantes estipular a sua
data de validade
Baseados em experimentos que permitem estimar o
tempo em que os fármacos permanecem em condições de
exercer seu efeito sem alterar sua toxicidade
Tipo de estabilidades

Estabilidade química
Estabilidade física e físico-química
Estabilidade microbiológica
Estabilidade terapêutica
Estabilidade toxocológica
Tipos de estabilidades
Estabilidade química
Manutenção de sua integridade e teor declarado dentro
dos limites especificados, por um determinado período de
tempo.
É a capacidade da forma farmacêutica em manter a
identidade molecular do fármaco
Mecanismos principais de degradação química:
Hidrólise
Oxidação
Fotólise
Outros (racemização, dimerização, etc.)
A estabilidade química depende de:
Umidade: em meio líquido as reações de decomposição
aumentam pois as moléculas estão mais sujeitas a
colisões estando em solução
Temperatura: a temperatura catalisa a maioria das
reações
Luz
pH
Efeito da temperatura:
Em geral, o aumento de 10 graus na Temperatura,
acelera em 2 a 5 vezes a velocidade de uma reação
Importante lembrar que, em nosso país, a temperatura
ambiente varia muito, ultrapassando os 30º C
A temperatura é um importante catalisador das reações
de hidrólise e oxidação
Hidrólise
Ocorre quebra da molécula de fármaco pela ação da água
– a água é um reagente
Há grupos funcionais que favorecem a hidrólise:
 Lactonas (ésteres cíclicos)
 Lactamas (amidas cíclicas)
 Ésteres
 Amidas
O pH é um importante catalisador da hidrólise
Em pH baixo: aumenta a eletrofilicidade da carbonila
com a protonização do Oxigênio
Em pH alto aumentam hidroxilas nucleófilas para ataque
Existe um pH ótimo, no qual a hidrólise é mínima
Como evitar ou diminuir a hidrólise:
Remover traços de metais que podem catalisar a
hidrólise:
 uso de quelantes: EDTA, ác. tartárico, ác. cítrico, polifosfatos, ác.
glucônico
Ajustar o pH e propiciar sua manutenção:
 Soluções tampões de fosfato, de ácido bórico, acetato, entre
outras
Manter boas condições de temperatura e umidade
Oxidação
Reação que ocorre na presença de oxigênio, com o
ganho de oxigênio ou perda de hidrogênio
É iniciada tanto pela luz como pela presença de metais
Caracteriza-se por uma série de reações em cadeia
mediadas por radicais livres
Compostos sujeitos à oxidação
Alcenos
Aldeídos
Heteroátomos adjacentes a anel benzênico
(hidroquinonas)
Tióis e compostos de enxofre não totalmente oxidados
Reação de degradação da vitamina C
Como evitar ou reduzir a oxidação:
Remover traços de metais
Evitar a luz
Reduzir o contato com oxigênio
Manter a temperatura
Usar anti-oxidantes
Quelantes
EDTA (edetato de sódio, ác. edético)
Anti-oxidantes
Ácido ascórbico
Sulfitos (sulfito e metabissulfito de sódio)
Ácido ascórbico e seus ésteres,
Tocoferóis
BHT (butilhidroxitolueno), BHA (butilhidroxianisol)
Sulfoxilato
A luz UV afeta as ligações químicas fornecendo
energia para a separação dos elétrons compartilhados
entre os dois átomos dessa ligação. Pode resultar em:
Formação de radicais livres no processo de oxidação
Lise da molécula formando dois radicais
A quebra da molécula pode causar isomerização
Fármacos sujeitos à fotólise:
Vitaminas (A, B1, B12, D, E)
Ácido fólico
Corantes
Dipirona
Ácido meclofenâmico
Metotrexato
Fenotiazinas
Corticóides:hidrocortisona, metilprednisolona
Como prevenir os efeitos da ação da luz:
Fármacos oxidáveis: uso de anti-oxidantes e quelantes,
proteção contra O2, temperatura de armazenagem
adequada, material de acondicionamento opaco ou
âmbar.
Fármacos sujeitos à fotólise: proteção da luz
Estabilidade física e físico-químico:
As propriedades físicas originais, incluindo aparência,
sabor, uniformidade, dissolução e suspendabilidade
deverão permanecer praticamente inalterados.
A estabilidade física significa que o medicamento não
sofreu alterações, durante seu armazenamento, que
impliquem em mudança das características físicas:
Aspecto, cor, odor, sabor
Aparecimento de cristais em soluções
Dureza ou friabilidade em comprimidos
Separação de fases em emulsões
Supositórios: fusão fora da faixa ideal
Comprimidos e cápsulas: alteração do tempo de
dissolução do fármaco
Suspensões: formação de sedimento compactado;
alteração do tamanho de partícula
Todas as formas: aparecimento de polimorfismo
Estabilidade microbiológica:
A esterilidade ou resistência ao crescimento de
microorganismos deverá permanecer dentro dos
limites estabelecidos.
A contaminação microbiana acarreta em perda de
estabilidade química e física
Odor, cor e cheiro desagradável
Presença de patogênicos
Os agentes são: algas, bactérias e fungos
As formas particularmente susceptíveis são as
preparações líquidas e semi-sólidas
Principais causas
contaminação ambiental
pessoal
matérias-primas: água, produtos de origem natural,
insumos em geral
concentração ou tipo de conservante inadequado
inativação de conservantes
Como evitar a perda de estabilidade microbiológica:
Uso de matérias-primas dentro dos limites microbianos
especificados
Boa qualidade microbiológica da água
Produção dentro das GMPs – qualidade ambiental
adequada, higiene pessoal, etc.
Uso de conservantes para não estéreis
Controle e validação de processos de esterilização
Onde preparamos o medicamento?
Estabilidade terapêutica:
A atividade terapêutica deverá permanecer inalterada.
Estabilidade toxicológica:
Não deverá ter aumento significativo da toxicidade.
Estabilidade de produtos manipulados

Data ou prazo de validade: deve ser fixado pelo


Controle de Qualidade

Deve ser apoiado por informações da literatura

Orientações da Farmacopéia Americana


Outros fatores que levam a perda de
estabilidade
Interações entre fármaco e excipientes
Físicas: formação de misturas eutéticas
Químicas: interação química (lactose e metformina,
lactose e ranitidina, conservantes e tensoativos)
Outras: alteração da dissolução de fármaco com o
tempo

Interações entre o fármaco e o recipiente


Interações entre o fármaco e o recipiente:
Vidros: tipos I, II. III e NP - dependendo do tipo pode ceder
OH-, óxidos de sódio e cálcio ou traços de metais (Fe, Mg)
que catalisam reações de oxidação;
Metais - cedem Fe, Cu, Pb, Al catalisando reações;

Plásticos e borrachas - possuem na sua composição


estabilizantes, anti-oxidantes, lubrificantes, corantes,
plastificantes e outros. Também adsorvem fármacos e
conservantes
Fatores que alteram a estabilidade
Fatores intrísicos:
Estão ligados a tecnologia da fabricação
Às interações entre fármacos
À interação entre fármaco e solvente ou diluente ou
adjuvante
Ao pH do meio
Tamanho das partículas
À qualidade do recipiente e pequenas quantidades de
impurezas
Fatores extrínsecos
São ambientais e estão ligados à condição de
estocagem, transporte e são representados pela
temperatura, luminosidade, ar(gás carbônico, oxigênio
e vapor d’água)
Alterações nas formas farmacêuticas
Forma farmacêutica sólida
Cor
Sabor
Friabilidade
Dureza
Desintregação
Dissolução
Quantidade de fármaco
Forma farmacêutica injetável após
recosntituição
Insolubilidade
Precipitação
Formação de bolha
Mudança de cor
Formação de gases
Forma farmacêutica injetável após diluição
Precipatação
Turvação
Formação de bolhas
Alteração de cor
Incompatibilidade
Cálculo de medicamento
1º Exemplo: Frasco-ampola de Keflin de 1g ( Cefalotina
Sódica)
Deve-se diluir de preferência por um volume de 5 ml de
solvente, assim obtém-se uma solução total de 5ml.
Para saber quanto de Keflin existe em cada ml, deve-se
seguir a Regra de Três. Então,
1000mg – 5ml
X mg – 1ml
x = 200 mg
Resposta: Cada ml da diluição terá 200mg
2º Exemplo:Frasco-ampola de Amplicilina de 500 mg.
Deve-se diluir de preferência com 5 ml de solvente,
assim obtém-se uma solução medicamentosa total de
5ml onde estarão 500 mg de Amplicilina. Então,
500mg – 5ml
X mg – 1ml
X = 100 mg (cada ml da diluição terá 100mg)

Resposta: Cada ml da diluição terá 100mg


A capacidade da maioria dos frascos -
ampolas de medicamentos é de no
máximo 10ml.
Cuidados importantes:
15ml = 1 colher de sopa
10ml = 1 colher de sobremesa
5ml = 1 colher de chá
3ml = 1 colher de café
15ml = 1 medida adulta
5ml = 1 medida infantil
Equivalências
1ml = 20 gotas = 60 microgotas
1 microgota/minuto = 1 ml/hora
1 mg = 1000 mcg = 1000 µg
Farmacodinâmica: interações entre drogas
Efeitos aditivos:
Ocorre quando são tomadas duas drogas com ações
farmacológicas semelhantes
Ex.: etanol+droga sedativa=aumento da sedação

Sinergismo ou potencialização:
Ocorre quando duas drogas com diferentes locais ou
mecanismos de ação produzem maiores efeitos quando
tomadas juntas do que quando cada uma delas é
tomada isoladamente
Ex.:acetaminofeno+codeína=aumento da analgesia
Interferência:
A interferência por uma droga com o metabolismo ou a
eliminação de uma segunda droga pode resultar em
intensificação dos efeitos da segunda droga.
Ex.: cimetidina, inibe as enzimas metabolizadoras.
Deslocamento:
O deslocamento de uma droga dos sítios de ligação às
proteínas plasmáticas por uma segunda droga aumenta
os efeitos da droga deslocada. Droga livre é droga
ativa.
Informações a seguir sobre as drogas
foi retirada do Handbook of
Injectable Drugs. Trissel, lawrence
A; 8 ed. Micromedex 2012
Nome Via de Tempo de Estabilidade Observação
administração administra
e diluição ção
usual

Aminofilina IM, IV infusão Não T.Ambiente 24h Não refrigerar


240mg/100ml exceder em infusão de por possível
SF0,9% ou 25mg/min SF0,9% ou cristalização
SG5% SG5%

Ampicilina IM, IV Bolus Lento, 3 a 5 T ambiente 8h Não misturar


500mg-1g/5ml ml com outras
AD drogas

Anfotericina B IV infusão 2.5mg/kg/h Refrigeração: Não é


lipossomal Exclusivament 48h compatível
e SG5% com nenhuma
Concentração Não é droga e
1mg/ml fotossensível eletrólito
clorpromazina IM, IV Bolus Lento 3 a 5 Pode ser
diluir em 15ml min administrado
SF0,9% sem diluir em
caso de crise
Amiodarona IV infusão 20 mim a 2h 150mg em Não pode ser
150-300mg/ 250ml SG5%= diluído em
250ml SG5% ou estável por 7 bolsa
SF0,9%. No dias em Pode ser
máximo 5mg/Kg T.ambiente diluído em
peso glicose ou
fisio, porém
parece ser mais
estável diluído
em glicose
Ranitida IM, IV bolus Lento acima T.Ambiente
50mg/20ml AD de 5 min 48h refrigerado
7 dias se
diluído em
SF0,9%
Sulfametoxazol IV infusão 60 a 90 min T.Ambiente Não estocar sob
+trimetropim 5ml(1amp)/100ml 6h refrigeração;
10ml(2amp)/200ml Não adm direto
15ml(3amp)/300ml IV; diluir
Diluição mínima preferencialente
para cada em SG5%
amp=75ML

Penicilina IM diluente próprio Lenta Refrigeração Somente IM


Benzatina AD 7 dias profundo

Hioscina+dipiro IV bolus Mínimo 5 Nada consta A adm IV deve


na 1amp+20ml AD min ocorrer com o pct
deitado
Caspofungina IV infusão No mínimo Solução Não adm sem
Reconstituir em 1h reconstituída e diluir
10,5ml de AD. para infusão
Diluir em 250ml de Tambiemte
SF0,9% (diluição 24h
50mg para 100ml, se Refrigeração
necessário) 48h
Desalanosídeo IM, IV bolus

Ciprofloxacino IV infusão Miínimo 60 T. Ambiente 14


200mg/100ml. min dias, quando
Pronto ao uso diluído em
solução aquosa
amoxicilina+cla IV bolus Lento 3 a 4 Reconstituir e Não possui
vulanato de 500mg/10ml de min adm estabilidade
potássio AD; 1g/20ml de imediatamente
AD
Cloranfenicol IM, IV infusão 30 a 60 min T.Ambiente 24h Pode ocorrer
1g/50ml SF0,9% Refrigeração pequena
48h variação na
coloração, o
que não
interfere na
potência
Clindamicina IM, IV infusão 20 a 60 min T.Ambiente 24h Não pode ser
300mg/ Refrigeração adm direto IV
50mlSF0,9% 32h
600mg/
100mlSF0,9%
Morfina IM, IV, Critério Não diluída, Diluir com AD
epidrural, médico guardada na ou SF0,9%, 12
intratecal seringa 14 dias à
dias à T. T.ambiente
ambiente
Dobutamina IV infusão Critério T.Ambiente Incompatível
250 mg/20ml em médico 24h com
250 ml SG5% furosemida
Meperidina IM, IV, SC 3 a 5 min T.Ambiente
100ml/8ml AD 24h
Dopamina IV infusão Critério TAmbiente 24h 36h de
250mg(5amp)/ médico estabilidade
250ml SG5%’
Midazolan IM, IV infusão Mínimo de T. Ambiente
Concentração 2 min 24h, quando
0,5mg/ml diluída em
SF0,9%
Metronidazol IV infusão 1 hora T.Ambiente Fotossensível
Pronto uso 24h
500mg/100ml
Gentamicina IM, IV infusão 30 min a 2h T.Ambiente Não exceder
10-50mg/50ml 24h 1mg/ml
60-80mg/100ml
120-125mg/ Não misturar
125ml com outras
240-250mg/ drogas
250ml
Tudo em SF
0,9%
Fenobarbital IM Em pediatria:
IV bolus lento 2ml em 98ml
IV infusão SF0,9% (conc.
Final: 2mg/ml).
Adulto: até
10mg/ml

Gluconato de IV bolus, infusão 1,5 a 2 T.Ambiente IM causa


cálcio SF 0,9% ml/min após diluído necrose local
24h
Fenitoína IM, IV bolus 3 a 5 min Não diluir em Não deve ser
1amp/10ml AD glicose adm em infusão
por perigo de
cristalização.
Quando
necessário, cada
amp 250mg
diluído em 50ml
SF0,9% por 2h,
no máximo.
Indometacina IV bolus Rápido 1mg/ml em Fotossensível
SF0,9% é Não aplicar sob
estável por 16 forma de infusão
dias à
T.ambiente
Ertapenem IM, reconstiruir 1 hora Em AD, Não pode ser
sódico em 3,2ml TA=6h diluído em glicose
lidocaína1%, refrigeração
IV infusão, 24h
reconstituir em Em lidocaína
10ml AD. Diluir 1h
em 50ml SF 0,9%
Ác. IM, SC, IV Critério Refrigerado 7 Não adm IV sem
Épsilon- infusão médico, dias diluir
aminocapró 1g/250ml SF recomenda
ico do 1h
Cafazolina IM, 1g/5ml AD Lento, 3 a 5 T.Ambiente Em T.ambiente a
IV bolus 1g/10ml min 24h solução concentrada
AD Refrigeração torna-se escura.
10dias Sob refrigeração
pode ocorrer
formação de
precipitado que
desaparece quando
ambientado
Cefalotina IM, 1g/4ml AD 3 a 5 min T.Ambiente Em T.ambiente a
IV bolus 1g/10ml 12h solução concentrada
AD Refrigeração torna-se escura.
96h Sob refrigeração
pode ocorrer
formação de
precipitado que
desaparece quando
ambientado
Furosemida IM, IV, infusão 1 a 2 min, Não Fotossensível
não refrigerar Não misturar na
exceder por risco de mesma seringa
4mg/min precipatar com outras dorgas
Omeprazol IV, reconstituir 2 a 4 min t.Ambiente 4h
com o diluente
do própro
produto
Cefpime IM, 3 a 5 min T.Ambiente Não adm com
1g/2,4mlAD 24h outras drogas
IV bolus, Refrigeração Pode sofrer
1-2g/10ml AD 7 dias alteração da cor o
que não
compromete a
potência
Meropenem IV infusão 3 HORAS T.Ambiente
500mg/10ml AD 8h
1g/20ml AD e Refrigeração
diluir em 100ml 48h
de SF 0,9%
Considerações finais
A administração de medicamentos é uma atividade que
exige grande responsabilidade por parte da equipe de
enfermagem. Para sua execução são aplicados
princípios científicos, legais e éticos, que
fundamentam o exercício profissional e, visa promover
a segurança necessária a esta prática.
O não aprazamento da prescrição, bem como, a não
medicação no horário aprazado, constitui não
conformidade com exercício profissional, sendo
imprescindível a informação da causa que deflagrou o
efeito, sendo passível de averiguação conforme
implicação legal.
“ O futuro profissional é um edifício
misterioso que levantamos na terra com as
próprias mãos, e que mais tarde deverá
servir-nos a todos de moradia.”
Victor Hugo

thiago_enf@yahoo.com.br

Facebook: Thiago França


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