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UNIBRAS
FACULDADE DO NORTE GOIANO
CURSO DE FARMÁCIA

DANIELA ALVES DA SILVA

MANIPULAÇÃO DE MEDICAMENTOS

PORANGATU- GO
2022
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DANIELA ALVES DA SILVA

MANIPULAÇÃO DE MEDICAMENTOS

Artigo apresentado à UniBRAS Facudade - Norte Goiano,


como requisito parcial para a obtenção de nota no curso de
Bacharel em Farmácia.

PORANGATU - GO
2022
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INTRODUÇÃO

Há muitos séculos que o preparo de medicamentos artesanal é uma tarefa dos


farmacêuticos, que eram denominados de “boticários”. Somente após a 2ª Guerra
Mundial mudanças advindas da industrialização fizeram com que aparecessem as
indústrias farmacêuticas, fazendo com que o número de procura por esses profissionais
diminuísse significativamente, face a disponibilidade das especialidades farmacêuticas
industrializadas (BUURMA et al., 2003).
Mesmo com toda essa dispensação de facilidades, o mercado magistral
brasileiro obteve uma grande evolução nos últimos anos, o que fez com que esse
mercado voltasse a entrar em expansão.
Nesse sentido, salienta se o conceito de manipulação de medicamentos, que são
uma gama de operações farmacotécnicas, tendo como finalidade elaborar preparações
oficinais e magistrais como também fracionar produtos farmacêuticos para uso humano.
Os medicamentos dentro do âmbito manipulado podem distinguir -se em dois tipos: Os
Magistrais e os oficinais, que são de suma importância para preparação de
medicamentos, além desses dois tipos destacam-se também os medicamentos estéreis
e os não estéreis.
A preparação magistral de medicamentos é aquela a qual é preparada em uma
farmácia, que em fato é criada a partir de uma prescrição realizada por um profissional
que seja devidamente habilitado e em sua maioria é destinada de forma individualizada
aos pacientes e podem estabelecer, com detalhes, a sua composição, sua forma
farmacêutica, a posologia e o modo de usar.
Já a preparação oficinal, é aquela realizada em uma farmácia, cuja fórmula já
esteja inscrita dentro do Formulário Nacional ou nos Formulários Internacionais que são
devidamente reconhecidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA,
2007).
O medicamento magistral, por ser um medicamento que necessita da prescrição
médica, é preparado na farmácia, pormenorizando a composição, forma farmacêutica e
posologia sendo manipulado por um profissional farmacêutico ou sob sua supervisão
direta (BRASIL, 2010).
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Dentro dessa vertente temos também os produtos não estéreis, aqueles cuja
manipulação sáo admitidas uma certa demanda de carga microbiana, embora em poca
quantidade, tendo em vista características da sua utilização. Podemos destacar como
exemplo os produtos cosméticos, os farmacêuticos tópicos e orais os quais, condições
seguindo uma orientação, terão contato direto com áreas de flora microbiana natural,
que possuem as chamadas saprófitas, na maioria das vezes elevado.
A atenção que esse controle exige assegura que essa mesma carga microbiana
presente na manipulação do produto atenda as necessidades do paciente num aspecto
qualitativo e não comprometa a sua segurança acima de qualquer outra coisa.
O produto estéril é livre dos organismos vivos presentes na preparação de
medicamentos não estéreis; em sua manipulação conta-se com a total ausência de
microorganismos vivos, capazes de reprodução (PINTO et al., 2003).
A farmácia é o estabelecimento onde os medicamentos são manipulados sejam
eles com fórmulas magistrais ou oficinais. Dentro desse estabelecimento também
encontramos a comercialização de drogas, insumos farmacêuticos, correlatos e
medicamentos.
As farmácias que trabalham com a manipulação são anteriores à indústria
farmacêutica; todavia com o crescimento cada vez maior desse ramo, a manipulação de
medicamentos em farmácia teve uma defasagem considerável, a sua decadência foi um
processo sincrônico, aconteceu duarente as décadas de 1930 até meados de 1950,
tendo desaparecido quase que completamente a partir de 1960.
Somente em meados do ano de 1980 é que huve um resgate à essa cultura de
mabnipulação, aumentando novamente a procura por esses medicamentos
farmacêuticos.
Os processos que normalmente ocorrem em uma farmácia de manipulação
incluem o recebimento de receitas, aquisição de matérias-primas e embalagens, além
do recebimento e armazenamento, pesagem, manipulação, mistura, limpeza de
utensílios, embalagem, rotulagem, controle de qualidade e dispensação. Cada processo
deve garantir, por meio dos procedimentos e registros, a qualidade físico-química e
microbiológica dos produtos, diluídos, adicionados, misturados e manipulados antes da
distribuição, o que é de suma importância para para garantir o controle de qualidade
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durante todo o processo operacional para garantir um produto com menos riscos para o
paciente.
Nesse sentido, Costa (2003; 2004) salienta que no caso de medicamentos
manipulados, que são produtos que possuem técnicas de elaboração, em quase todas
as etapas podem surgir riscos que podem prejudicar a saúde do paciente, e que cada
ingrediente deve ser administrado da melhor forma possível. Nesse sentido, entende-se
que são produtos quese usados da forma errada podem ocasionar danos irreversíveis
ao usuário.
Além disso, os medicamentos compostos apresentam riscos relacionados à
formulação, ou seja, incertezas em sua biodisponibilidade e estabilidade. A produção e
uso de medicamentos (incluindo seus ingredientes) sempre envolvem algum grau de
risco. Para produtos manipulados, os riscos podem ser considerados em todo o ciclo de
vida do produto, desde seu preparo até sua administração no prazo prescrito (BRAGA,
2009). Portanto, um medicamento pode ser mais seguro se o risco potencial utilizado
na análise for menor. A qualidade desses medicamentos é questionada tanto no Brasil
como também no exterior.
No exterior, na maioria dos países o objetivo principal da farmácia magistral e
complementar a farmacêutica, pois elas somente manipulam medicamentod que não
possuem uma fórmula industrializadaou em doses que atendam as necessidades dos
pacientes, que encontram na manipulação a saída para conseguirem tratar da saúde e
até mesmo da estética.
Braga (2009) ressalta ainda que os medicamentos manipulados em sua maioria
são criados para uma pessoa em especial e éjustamente por esse fato que esses
fármacos são considerados uma ferramenta terapêutica extremamente útil. Apesar de
muitas necessidades serem supridas pela manipulação de medicamentos, tem-se que
observar que existem parâmetros a ser seguidos quanto a qualidade do medicamento
manipulado, que precisa sempre oferecer segurança ao paciente.
Em nosso país, o órgão público responsável por esse controle sanitário, é a
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), que é uma autarquia federal
coligada ao Ministério da Saúde, e sua finalidade institucional é “...promover a proteção
da saúde da população por intermédio do controle sanitário da produção e da
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comercialização de produtos e serviços submetidos à vigilância sanitária, inclusive dos


ambientes, dos processos, dos insumos e das tecnologias a eles relacionados...”
(BRASIL, 2006d).
Diante disso, compreende-se que as farmácias que produzem medicamentos
devem ter em sua totalidade um monitoramento alinhado as normas de segurança em
todos os processos até que este chegue nas mãos do paciente. Potenciais geradores
de erros podem ser controlados se detectados e para esses eventos a implantação de
um sistema com processos seguros vão garantir a qualidade do medicamento evitando
complicações futuras.
Ressalta -se ainda que o farmacêutico deve monitorar todo o processo
garantindo que todas as etapas sejam seguidas com excelência e qualidade, por esse
motivo é que o profissional responsável pela manipulação de medicamentos deve estarr
atento a três fatores fundamentais: as substâncias farmoquímicas, os processos e/ou
procedimentos envolvidos durante a elaboração dos medicamentos e na equipe
envolvida em todos esses processos.
Vale ainda salientar que o farmacêutico é o responsável pela garantia desse
resultado de qualidade e segurança que vão desde as preparações até a dispensação
ao cliente. Aspectos relacionados à concentração, teores do fármaco ativo ,dose do
medicamento, a estabilidade de sua forma farmacêutica, as quantidades preparadas e
dispensadas, a isenção de contaminação microbiológica e cruzada, além de sua
eficácia também são propriedades vistoriadas pelo profissional apto a exercer a sua
função.
Diante do exposto entende-se que essa indústria possui uma gama de
especialidades e benefícios para oferecer à toda a comunidade, visto que com os
avanços do ramo da medicina, cada vez mais, chegamos perto de melhorias na área da
saúde. Ao considerarmos nesse âmbito que pessoas são diferentes, em termos de
personalidade e até mesmo relacionado à nomenclatura biológica, entende-se que que
elas respondem de formas distintas a um mesmo tratamento, confirmando mais ainda
em tese, que as farmácias de manipulação são eficientes e cada vez mais são
procuradas por uma gama de pacientes e indicadas por profissionais, sendo uma ótima
aposta para o nosso futuro.
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REFERÊNCIAS

AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Medicamento na dose certa.


2005. Disponível em http://www.anvisa.gov.br/DIVULGA/noticias/2005/070105.
Acesso em 16/11/2022.

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução – RDC nº 214, de 12


de dezembro de 2006. Regulamento técnico que institui as boas práticas de
manipulação em farmácias. Diário Oficial da União, Brasília, nº 214, seção 1, p.1, 18
de dezembro de 2006i.

BRAGA, G.K. Identificação dos riscos sanitários na manipulação de


medicamentos alopáticos não- estéreis em farmácia comunitária e o papel das
boas práticas de manipulação no controle desses riscos. Tese (Doutorado).
Universidade de São Paulo. Ribeirão Preto. 2009.

COSTA E. A. Vigilância Sanitária: proteção e defesa da Saúde. In: ROUQUARIOL M.Z.,


ALMEIDA FILHO, N. Organizadores. Epidemiologia e Saúde. São Paulo: Editora
Medsi; 2003.p. 57-87.

COSTA, E.A. Vigilância: proteção e defesa da Saúde. São Paulo – Hucitec –


Sobravime, 2004.

PINTO, T. J. A.; KANEKO, T.M.; OHARA, M. T. Controle Biológico de Qualidade de


Produtos Farmacêuticos, Correlatos e Cosméticos. Segunda Edição. p. 81 e
107..Atheneu Editora São Paulo, 2003.

BUURMA, H., DE SMET, PA, VAN DEN HOFF, OP et al. Frequência, natureza e
determinantes de medicamentos manipulados em farmácias comunitárias
holandesas. 280–287 (2003).

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