Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Engenharia Mecânica e
Engenharia de Produção
Recursos variáveis:
materiais;
informação; e
energia. Processos de
clientes
Recursos fixos: transformação
instalações; e
pessoal.
Logística
integrada
Tipologia das intervenções de
manutenção
• Defeito: há uma perda em alguma característica de
qualidade do equipamento, tal como a produtividade, a
segurança ou a qualidade do produto. É possível produzir,
mas com ritmo, segurança ou qualidade reduzida;
• Quebra: o defeito é de tal monta que impede qualquer tipo
de produção;
– A quebra se origina de um defeito, mas um defeito não
necessariamente se torna uma quebra;
– Sempre é possível prever redundâncias e poka-yokes.
Tipologia das intervenções de
manutenção
• Ao menos duas escolas de gestão de
manutenção influenciam a escola brasileira e
oferecem definições com algumas divergências
entre si: as escolas nipo-americana e europeia;
• A definição tipológica afeta a estratégia: a
tipificação das intervenções é relevante para o
planejamento dos recursos e da estratégia de
ação.
Escola nipo-americana
• Emergência (breakdown ou shutdown): há
perda total dos requisitos de qualidade da
produção ou do serviço, o serviço de
manutenção não pode ser programado;
• Corretiva: há perda parcial dos requisitos de
qualidade da produção ou do serviço, o serviço
de manutenção pode ser programado;
• Preventiva: intervenção originada de um plano
pré-agendado.
Escola nipo-americana
• Preditiva: intervenção originada de um diagnóstico,
construído a partir de:
– Inspeção (check-list) ou medição;
– Modelos numéricos alimentados por medições;
– Modelos puramente teóricos (confiabilidade);
– Reforma (overhaul): intervenção com troca significativa
de partes;
– Modernização (retrofitting): reforma com troca de
tecnologia;
Fonte: Maintenance Engineering Handbook, Higgins;
Nippon Steel Corporation, Muroran Works.
Escola europeia
• Corretiva: Opera até quebrar, a intervenção
ocorre de forma não-planejada;
• Preventiva: intervenção originada de um plano
pré-agendado;
• Preditiva: intervenção originada de um
diagnóstico;
• Detectiva: intervenção em falhas ocultas;
• Engenharia de manutenção: identifica a causa
da falha e modifica o projeto.
Fonte: Monchy, 1989
Comparação entre as escolas
Nipo- americana Europeia
Emergência Corretiva
Preventiva Preventiva
Preditiva Preditiva
Detectiva
Evolução histórica da manutenção
• Quatro estágios:
– Estratégia reativa (até 1950): conserta apenas quando
quebra, consertos mínimos;
– Estratégia preventiva (até 1970): ações preventivas
baseadas no tempo ou na quantidade de uso do
equipamento, planejamento e controle rigorosos;
– Estratégia preditiva (até 2000): ações baseadas na
condição, sistemas de informação;
– Estratégia de inteligência (> 2000): gestão da
confiabilidade e da manutenibilidade, maquinaria
autônoma, IA, sistemas de apoio à decisão.
Evolução histórica da manutenção
• Fatores-chave:
– Estratégia reativa: rapidez na resposta;
– Estratégia preventiva: evitar quebras inesperadas;
– Estratégia preditiva: reduzir custos e aumentar
segurança;
– Estratégia de inteligência: aumentar a lucratividade do
negócio.
Evolução histórica da manutenção
Fonte: https://manutencao.net/artigo/50-tons-para-a-manutencao-classe-mundial/#.XzFWaChKiUk
Exemplo: indústria siderúrgica japonesa
Até 1954 1954 - 63 1963 - 75 1976 - 80 1981 - 87 após 87
Emergência Preventiva Produtiva Corretiva Preditiva TPM
Diagnós-
Manuten- Inspeção, Melhorias, Transferên
Não há ção faz melhorias terceiros e tico cia total
Mudanças (CBM),
principais no tarefas de inspeções, pela controles controles para ope-
inspeção e preventi- operação, na opera- ração, só
gerencia- do CBM e
mento preventi- vas e controles ção, refor- EM reformas
vas controla cen- mas cen- centra-
terceiros tralizados tralizadas centraliza- lizadas
dos
Muito Muito
Quebras Alta Média Média Baixa
Baixa Baixa
emergência X X X
corretiva X X X
preventiva X X X
preditiva X X X
reforma X X X
modernização X X X
Cenários estratégicos mistos
Centrada no Centrada no TPM/ Centrada no
equipamento processo RCM negócio
emergência x
preventiva x x
corretiva x
preditiva x x
reforma x
modernização x x
Estudos de caso: em grupos
• Escolha uma área de sua empresa e liste os
equipamentos mais importantes;
• Preencha a matriz estratégica e faça um
diagnóstico;
• Que estratégias a empresa usa? Que
estratégias poderia usar? O que é possível
propor de modificação para a empresa?
• Apresente ao grande grupo e receba suas
críticas.
Matriz estratégica
É
É produto
restrição estratégia atual estratégia indicada
de baixo
? valor?
Equip.
1
Equip.
2
Equip.
3
Equip.
4
Equip.
5
Equip.
6
Ligação com a estratégia de produção
• A estratégia de produção persegue os
seguintes objetivos:
– Redução de custo;
– Aumento de qualidade;
– Aumento na confiabilidade no prazo de
entrega;
– Aumento de flexibilidade; e
– Promoção da inovação.
Ligação com a estratégia de produção
• Para cada objetivo de produção, é mais
adequada uma estratégia de manutenção:
– Redução de custo: emergência;
– Aumento de qualidade: preditiva;
– Aumento na confiabilidade no prazo de
entrega: preventiva;
– Aumento de flexibilidade: corretiva; e
– Promoção da inovação: modernização.
Prática em grupo
• Para uma empresa:
− Coloque em ordem de importância (1 =
menos; 5 = mais) os cinco objetivos
estratégicos de produção;
− Coloque em ordem de freqüência (1 =
menos executada; 5 = mais executada) as
cinco estratégias de manutenção citadas;
− Calcule a distância absoluta total entre as
importâncias e as freqüências (0 =
alinhamento total entre as estratégias de
manutenção e de produção).
Gestão de
recursos de
manutenção
Gestão de recursos de manutenção
• A gestão dos recursos inclui:
– Recursos humanos: formação
profissional, liderança e comando;
– Recursos materiais: equipamentos,
materiais e peças-reservas; e
– Recursos de informação: apoio à
análise e decisão.
Estrutura de comando de manutenção
• Gerência de manutenção:
– Assessoria e apoio administrativo;
• Engenharia de manutenção;
– Planejamento e controle de manutenção;
– Melhorias em equipamentos existentes;
– Novos equipamentos;
• Mecânica e elétrica de campo;
– Emergência;
– Planejada;
– Terceiros e externos.
Estrutura de comando de manutenção
• Oficinas internas e externas;
– Ferramentaria;
– Caldeiraria;
– Usinagem;
– Predial, refratários;
– Bobinagem e reparos em motores;
– Operações elétricas;
– Metrologia;
– Transportes e veículos.
Estrutura de comando de manutenção
• Utilidades;
– Refrigeração industrial e predial;
– Administração de energéticos: geração e
distribuição de vapor, de ar comprimido,
da energia elétrica e gases industriais; e
– UPS´s: Uninterrupted Power Systems.
Recursos materiais
• Manutenção de campo:
– ferramentas, instrumentos, desenhos, EPI´s;
• Oficinas:
– equipamentos fixos (tornos, fresas, etc.);
– equipamentos móveis (máquinas de solda, materiais de
lubrificação e graxa, etc.);
– ferramentas e suprimentos (eletrodos, cabos, etc.);
– instrumentos (metrologia);
– EPI´s.
Recursos materiais
• Engenharia de manutenção:
– redes de micros com AutoCad, para revisão e
atualização de desenhos;
– mapoteca e biblioteca com documentação
técnica;
– redes de micros e base de dados com sistema
de apoio à decisão; e
– acesso aos sistemas de materiais, pessoal e
produção.
Sistemas de informação
• Sistemas transacionais:
– consulta ao almoxarifado;
– consulta à situação de pessoal;
– consulta ao plano de fabricação/operações;
• Sistemas de informações gerenciais (SIG):
– gestão por indicadores de desempenho;
– gestão por tomada de decisão pontual;
Sistema de apoio à decisão de
manutenção
Pendências dos
planos anteriores Back-log
Intervenções
Plano Mestre Preventivas:
Histórico de manutenção vêm do sistema
Resultados
Programação
das equipes Corretivas pendentes:
Intervenções
preditivas e de vêm das áreas
confiabilidade
Estudos de caso: em grupos
• Escolha uma área de sua empresa e liste os
recursos mais importantes de manutenção;
– Recursos humanos: quantidade, formação, estrutura
de comando;
– Recursos materiais: equipamentos, materiais,
peças-reserva, almoxarifados;
– Sistema de informação;
• Apresente ao grande grupo e receba suas
críticas.
Gestão de custos
de manutenção e
políticas
permanentes
Gestão dos custos de manutenção
• Os custos de manutenção podem ser
agrupados em duas categorias:
– Mão-de-obra: própria, terceiros com
alguma regularidade, terceiros
eventuais, serviços específicos de
terceiros; e
– Materiais: materiais de consumo
permanente, de consumo eventual,
peças-reserva e energéticos.
Custos com mão-de-obra
• Própria: empregados e estagiários da empresa;
• Terceiros com alguma regularidade: contratos
temporários, periódicos ou com escopo variável, tais
como assistência técnica, serviços de usinagem,
soldagem, bobinagem, etc.;
• Terceiros eventuais: contratações sob demanda, tais
como mão-de-obra por hora ou por escopo para
atividades de manutenção local ou de equipamento,
instalação ou montagem,
• Serviços específicos de terceiros, tais como projeto,
assessoria, consultoria, treinamento.
Custos com materiais
• Consumo permanente: materiais de baixo valor que
são usados em grande quantidade, tais como tintas,
graxas, eletrodos, lâmpadas;
• Consumo eventual: componentes de baixo valor,
requisitados eventualmente, e que podem ser usados
em várias posições, tais como rolamentos,
engrenamentos, disjuntores, cabos;
• Peças-reservas: componentes e sub-sistemas de alto
valor, que podem ou não ser usados, em poucas
posições, mas que garantem segurança operacional,
tais como transformadores, motores, caixas de
transmissão, válvulas direcionais;
• Energéticos, tais como eletricidade, vapor, gases.
Apropriação de custos de
manutenção
• Ao menos dois métodos são observados
nas empresas para a apropriação dos
custos de manutenção:
─ Centros de custos da empresa;
─ Controle por tags dos equipamentos;
• Apurado o custo de manutenção, este é
apropriado ao custo de produção.
Apropriação de custos de
manutenção
• Centros de custos:
− Toda contratação de mão-de-obra externa,
requisição de material ao almoxarifado e requisição
de compra deve informar o centro de custo
destinatário da contratação;
− Se a contratação envolver mais de um centro de
custo, o valor deve ser rateado segundo um critério;
− Toda mão-de-obra própria deve ser alocada ao
centro de custo que recebeu o serviço;
− Mão-de-obra administrativa ou que envolve mais de
um centro de custo deve ser rateada.
Apropriação de custos de
manutenção
• Controle por tags:
– Atribuem-se tag’s aos equipamentos na forma
XXnnXXnnXXnn (área, equipamento, componente);
– P. ex.: Z03J01M02 representa: motor n° 2 do
elevador n°1 da moagem n°3;
– Toda contratação deve conter o tag destinatário;
– Ao fim, o sistema de custos apropria o custo de
manutenção de cada equipamento e o sistema de
custos de produção os distribui aos produtos,
segundo um critério de uso de equipamento.
Políticas permanentes na
manutenção
• Treinamento:
– conforme as inovações tecnológicas da empresa;
– conforme as inovações científicas e tecnológicas do
meio ambiente da empresa: benchmarking;
• Racionalização do trabalho:
– tarefas inúteis: eliminam-se;
– tarefas úteis: racionalizam-se;
– tarefas racionalizadas: automatizam-se.
Políticas permanentes na
manutenção
• Segurança no trabalho e patrimonial:
– campanha permanente de prevenção de acidentes,
uso dos EPI´s, saúde ocupacional, cidadania;
– mapeamento e redução dos riscos de acidentes
pessoais, patrimoniais e ambientais;
– ergonomia e ergonomia ambiental;
– brigadas de incêndio e primeiros socorros;
Políticas permanentes na
manutenção
• Preservação ambiental:
– campanha permanente de valorização dos espaços
de trabalho, do meio-ambiente;
– conservação energética através da CICE; e
– apoio a comunidades vizinhas às instalações fabris
e de serviços;
– Integração com a comunidade.
Estudos de caso: em grupos
• Identifique o método pelo qual sua empresa apura e
controla os custos de manutenção;
• Cite as políticas permanentes da sua empresa em
relação a:
– Treinamento e desenvolvimento de recursos
humanos;
– Produtividade;
– Segurança pessoal e patrimonial; e
– Preservação ambiental.
• Apresente ao grande grupo e receba suas críticas.
A terceirização na
manutenção: o caso
japonês
Manutenção e terceirização
• A terceirização na manutenção surgiu no
Japão no fim dos anos 1970:
– O Japão iniciava um período de alta competitividade;
– As indústrias japonesas receberam um número
excessivo de encomendas e encontraram
dificuldades, devido à falta de mão-de-obra;
– A alternativa que as empresas enxergavam era a
imigração de trabalhadores, vetada pelo governo,
devido à superpopulação;
– Como alternativa, foi proposta a criação de empresas
especializadas em serviços específicos.
Manutenção e terceirização
• A lógica por trás da proposta é:
– Dificilmente uma empresa ocupa todos os seus
trabalhadores o tempo todo na sua máxima habilidade;
– Dificilmente funcionários ociosos são dispensados ou
tem a remuneração reduzida;
– Como não será reduzida em uma eventual ociosidade,
a remuneração típica de um funcionário expressa a
média e não o máximo serviço prestado;
– Devido à complexidade do ambiente empresarial, pode
haver casos em que as habilidades faltantes em uma
região estão sobrando em outra.
Manutenção e terceirização
• A alternativa foi a criação de empresas
especializadas em um tipo de serviço, reunindo
trabalhadores com uma dada habilidade;
• A nova empresa passa a prestar serviços às
empresas que cederam trabalhadores:
• Como as empresas-mãe não usavam na
totalidade as habilidades em questão, contratarão
um número menor de horas do que cederam;
• A sobra de horas é oferecida às empresas da
mesma região que requereram imigrantes.
Exemplo: a indústria siderúrgica
• Em uma usina siderúrgica há habilidades
específicas que não são usadas todo o tempo:
– Mecânico de ponte rolante, pintor de equipamentos
industriais, instrumentista;
– Um profissional usa uma parte do tempo em outras
habilidades: reparo e transporte de peças, lubrificação,
pintura de prédios, troca de lâmpadas, etc;
• Agrupando os profissionais em uma única
habilidade, a produtividade geral cresce por
aprendizado e especialização da mão-de-obra.
Requisitos para o funcionamento
do modelo
• Densidade industrial;
– Ganho de escala em materiais e equipamentos: o
custo baixa se a nova empresa crescer;
• Foco, especialização e expertise
reconhecível;
– Ganho de produtividade na mão-de-obra;
• Mercado em expansão moderada;
– Se o mercado recua, a empresa-mãe tende a usar
mais sua mão-de-obra própria. Se o mercado cresce
muito, a empresa-mãe recontrata os funcionários,
pois teme ficar sem o serviço.
Situações em que o modelo se
aplica mal
• Baixa densidade industrial;
– Baixa ocupação em materiais e equipamentos;
• Empresas generalistas;
– O serviço prestado pela nova empresa não é melhor
do que o serviço original da empresa-mãe;
• Mercado recessivo e desemprego;
– Se a terceirização for usada como “quebra-galho”
para desempregados ou redução de custos em
tempo de recessão, a nova empresa não será
reconhecida como uma alternativa permanente.
Relação do modelo com as
estratégias de manutenção
resultado da resultado da
estratégia oportunidade
empresa-mãe nova empresa
emergência muito bom muito ruim péssima
1. Declaração da Diretoria;
2. Educação e treinamento generalizado sobre o
programa;
3. Construção da estrutura formal para gerenciar o
programa;
4. Formulação das diretrizes e das metas objetivas do
programa;
5. Formulação de plano para alcançar as metas;
6. Início formal: o dia D.
12 etapas para a TPM (Nagajima)
7. Aumento da eficiência produtiva;
1. Formação dos times;
2. Manutenção autônoma;
3. Estratégia de Manutenção;
8. Controle inicial de equipamentos (EEC);
9. Manutenção do nível adquirido;
10. Extensão aos níveis administrativos;
11. Extensão a saúde, segurança e ambiente;
12. Começar de novo, em patamar mais alto.
Tipologia de perdas perseguidas pela TPM
Manutenção Planejada
Melhorias Específicas
Educação e Treinamento
TPM
Manutenção da Qualidade
Controle Inicial
TPM Administrativo
Pilares de sustentação da TPM
ECO-TPM
Primeiro e segundo pilares
• Manutenção autônoma:
– O principal objetivo do pilar é alcançar a máxima
eficiência dos equipamentos, transferindo para os
operadores a execução de reparos e inspeções,
estabelecendo e mantendo rotinas de trabalho e
antecipando problemas potenciais.
• Manutenção planejada:
– O principal objetivo do pilar é formular uma estratégia
de manutenção, que seja capaz de aumentar a
disponibilidade de equipamento e reduzir custo.
Terceiro e quarto pilares
• Melhorias específicas:
– O principal objetivo do pilar é combater e erradicar as
oito perdas, melhorando a eficiência global do
equipamento;
• Educação e treinamento:
– O principal objetivo do pilar é desenvolver novas
habilidades em operadores, manutentores e
projetistas, voltadas principalmente ao pilar anterior.
Quinto e sexto pilares
• Manutenção da qualidade:
– O principal objetivo do pilar é agregar atributos aos
equipamentos que elevem sua capabilidade e
aumentem o nível de qualidade do produto final;
• Controle inicial:
– O principal objetivo do pilar é tratar dos problemas
que surgem em início de operação e causam a
mortalidade infantil. Também incorpora a novos
projetos soluções bem sucedidas em condições
similares.
Sétimo e oitavo pilares
• ECO-TPM: saúde, segurança, ambiente:
– O principal objetivo do pilar é alcançar a marca de
zero acidente. Também objetiva construir um
sistema de gerenciamento que garanta a
preservação da saúde e do ambiente.
• Administrativo:
– O principal objetivo do pilar é identificar e remover
desperdícios em atividades de gestão;
Estudos de caso: em grupos
• Escolha uma área de sua empresa e faça uma
análise com vistas à TPM:
– Qual a situação das seis perdas?
– Qual a situação dos oito pilares?
– É possível estimar o OEE?
• Apresente ao grande grupo e receba suas
críticas.
Manutenção Autônoma
• A manutenção autônoma talvez seja o aspecto
da TPM mais visível no ocidente;
• A cultura ocidental foi receptiva a idéias do tipo:
da minha máquina cuido eu;
• Manutenção planejada, melhorias específicas,
controle inicial e demais pilares não chegam a
ser novidade no ocidente;
• Um pré-requisito importante são os cinco sensos
de organização, os 5S.
Manutenção Autônoma
• Operadores selecionados para MA devem ter
(Nakagima, 1993):
– Capacidade para identificar anormalidades;
– Capacidade de tratamento e recuperação de
anormalidades;
– Capacidade para definir se as condições de
momento do equipamento são ou não satisfatórias;
– Capacidade de cumprir e fazer cumprir normas e
procedimentos de manutenção (limpeza, lubrificação
e inspeção).
Manutenção Autônoma
• A manutenção autônoma pode exigir oito passos para
sua implantação (Nakagima, 1993):
– Preparação do ambiente e das pessoas;
– Limpeza e inspeção pelos operadores;
– Bloqueio de fontes de sujeira e acesso a locais
escondidos;
– Montar padrão de limpeza, inspeção e lubrificação;
– Montar padrão de inspeção geral;
– Autorizar a inspeção autônoma;
– Padronizar a inspeção autônoma; e
– Autorizar o controle autônomo.
Sinalização visual de anomalias
• O papel da área de manutenção é dar suporte inicial
aos operadores para a implementação da MA;
• À medida que a operação avança, a manutenção sai de
cena;
• Os operadores encontram defeitos e os etiquetam;
– Etiquetas vermelhas: defeitos encontrados pelo
operador e que devem ser resolvidos pela
manutenção;
– Etiquetas azuis: defeitos encontrados e resolvidos
pelo operador;
• A evolução da atividade pode ser medida pela
proporção das etiquetas.
Sinalização visual de anomalias
Materiais de uso
frequente e alto Materiais de uso
Demanda
consumo (materiais intermitente e alto
determinística
de consumo consumo (projetos
permanente) e obras)
Peças-reserva Peças-reserva
Demanda
agregadas ou em individuais ou em
probabilística mortalidade infantil
maturidade
ou senil
Demanda Demanda
média média
invariável variável no
no tempo tempo
Primeiro cenário
Demanda
determinística EOQ MILP
Modelos
Demanda normal e Poisson não-
probabilística Poisson homogêneo
homogêneo
Demanda Demanda
média média
invariável variável no
no tempo tempo
Tipos de custos a considerar
• Custo do pedido: é o custo fixo de fazer um pedido de
compra, composto pelo custo do processamento interno,
custo do transporte, custo das inspeções de fabricação e
de recebimento;
• Custo da compra: é o valor variável pago a
fornecedores para a compra e o uso do item;
• Custo da estocagem: é o custo de receber e guardar
um item até o momento do uso, composto de juros,
manutenção de almoxarifados, guarda, seguro e
vigilância do estoque, perdas por contaminação,
decaimento, desvios e uso inadequado.
Simbologia
A Custo de fazer um pedido $/ciclo
AD
CT (Q) CD iCI médio
Q
𝑄
𝐼 𝑚 é 𝑑𝑖𝑜 =
2
Modelo simplificado
Inventário
Inventário médio (área) = Imédio =Q/2
tempo
Custo de armazenagem x custo
do pedido
Custo total
Custo de armazenagem
Custo de pedido
quantidade
EOQ
Cálculo de Q para o menor custo total
𝑑𝐶𝑇 ( 𝑄)
𝑑𝑄
=
𝑑 𝐴𝐷
𝑑𝑄 𝑄 (+𝐶𝐷 + )
𝑖𝐶𝑄
2
𝐴𝐷 𝑖𝐶
= 2 + =0
𝑄 2
𝑄=𝐸𝑂𝑄=
2 𝐴𝐷
𝑖𝐶 √
EOQ = Economic
Order Quantity
Exemplo
• A companhia XYZ compra filtros de ar com
as seguintes características:
– Demanda = 350 filtros/ano;
– Custo do filtro = $30;
– Custo do pedido = $10;
– Custo da guarda = 18% ao ano;
2.10.350
Q 36
0,18.30 Como Q não é exatamente
36, os custos não são
perfeitamente iguais
resultam em 10800
Demanda
determinística EOQ MILP
Modelos
Demanda normal e Poisson não-
probabilística Poisson homogêneo
homogêneo
Demanda Demanda
média média
invariável variável no
no tempo tempo
Segundo cenário: demanda
determinística e variável no tempo
• Este tipo de situação é encontrada principalmente em
sistemas de controle de materiais do tipo MRP, aplicados
em projetos, reformas de máquinas ou obras:
– A demanda por um mesmo item é conhecida e projetada ao longo
de um período de tempo (por exemplo um ano); ou
– Um dado item de consumo básico (p. ex. rolamento) é demandado
por diversos itens-mãe (p. ex. máquinas a reformar) de modo que a
demanda agregada, se bem que conhecida, varia ao longo de um
período de tempo (por exemplo um ano);
• A solução exige um modelo otimizante MILP (mixed integer
-linear programming).
Demanda determinística e
variável no tempo
• O objetivo do MILP é minimizar o custo total da política de
estoque de materiais intermitentes;
• A partir das constantes já conhecidas (A, C, i, Q = EOQ),
escreve-se e minimiza-se a função de custo total z(ki; ) em n
períodos sucessivos:
• Sujeito a:
ci Q; ∈ 𝕀, binário, ci ≥0;
.
Demanda determinística e
variável no tempo
• Exemplo: qual a programação de recebimentos que minimiza o
custo de gestão do estoque de um item com as seguintes
características?
– A = 200$ (este parâmetro depende mais de quem compra, p.
ex. transporte);
– C = 711$ (preço do item);
– i = 0,5 = 50% (este parâmetro depende de quem compra, p.
ex. almoxarifado);
– D = 800 peças por ano (este parâmetro depende de quem
vende, p. ex. agregando itens de vários clientes);
– D janeiro a abril = [40, 90, 30, 80] peças;
• Usar o solver do excel.
Solução via solver
Exercício
• Para o mesmo item, identificar a programação
ótima de recebimentos se a demanda for:
– Jan: 80 peças;
– Fev: 120 peças;
– Mar: 30 peças;
– Abr: 70 peças;
– Mai: 20 peças; e
– Jun: 40 peças.
Terceiro cenário
Demanda
determinística EOQ MILP
Modelos
Demanda normal e Poisson não-
probabilística Poisson homogêneo
homogêneo
Demanda Demanda
média média
invariável variável no
no tempo tempo
Padrões de consumo de peças
• O consumo de peças de manutenção pode seguir um
padrão aleatório, oscilando ao redor de uma média
constante. Neste caso diz-se que o consumo segue um
processo de Poisson homogêneo (terceiro cenário);
– Se o consumo por unidade de tempo for alto, usa-se o modelo
normal;
– Se for baixo usa-se o modelo de Poisson;
Padrões de consumo de peças
• Se o padrão for tendencial crescente ou decrescente, diz-
se que o consumo segue um processo de Poisson não-
homogêneo crescente (quarto cenário);
– Este cenário se ajusta a padrões reduzidos de consumo, tal como
ocorre com peças-reserva. Usa-se o modelo de Weibull (lei de
potência) com expoente < 1 (decrescente) ou >1 (crescente).
Expoente = 1 recai no processo homogêneo.
– Para identificar o padrão, pode-se fazer um histograma da taxa de
requisições (consumo por unidade de tempo): se for simétrico,
possivelmente é normal, se for assimétrico possivelmente é
Weibull;
– Para definir com mais exatidão, deve-se usar um software
modelador como o Minitab.
Padrões reduzidos de consumo
• O exemplo clássico de consumo reduzido por unidade de tempo são as
peças-reserva de manutenção ou peças de instalação de máquinas;
• Tais tipos de peça são demandadas apenas quando há serviço, o que
pode ser espaçado no tempo (intervalos longos entre demandas);
• O consumo de peças podem seguir três padrões:
– Padrão aleatório, oscilando ao redor de uma média. Neste caso diz-
se que o consumo segue um processo de Poisson homogêneo
(recai no terceiro cenário);
– Padrão tendencial crescente. Neste caso diz-se que o consumo
segue um processo de Poisson não-homogêneo crescente (quarto
cenário); e
– Padrão tendencial decrescente. Neste caso diz-se que o consumo
segue um processo de Poisson não-homogêneo decrescente
(quarto cenário).
Terceiro cenário: demanda
probabilística, média constante
• Dois casos:
– Demanda média por unidade de tempo alta: modelo
normal; ou
– Demanda média por unidade de tempo baixa: modelo
de Poisson homogêneo (tempo entre requisições) e
exponencial negativo (interval entre requisições).
Modelo normal
Inventário demanda no Inventário médio (área) =
tempo de ressuprimento Q/2 + ES
Q
PP
ES
tempo
tempo de ressuprimento
SL 1 Px PP f ( x) dx
PP
(RT)
Modelo normal
s
Probabilidade de
falta de material em
um ciclo =
(1 – SL)
𝜎 𝐷𝑇 =√ 22 . 30 , 82 +500 2 . 0 , 52 + 30 , 82 . 0 ,5 2
Modelo de Poisson homogêneo
• Casos clássicos de peças de baixo consumo são subsistemas caros
(por exemplo, motores diesel ou geradores para um fabricante de
UPS) ou peças sobressalentes (comutador para um transformador de
alta tensão de um alimentador elétrico de uma planta);
• Essas peças são necessárias somente durante a manutenção ou
assistência técnica e podem seguir três padrões:
– Aleatório, variando em torno de uma média fixa: processo de
Poisson homogêneo;
– Média crescente ou decrescente: processo de Poisson não
homogêneo (próximo cenário);
– Errático: modelos avançados (cenário futuro).
Modelo de Poisson homogêneo
t
.t
k
e
Px k
k!
Exemplo: falhas em rolamento de alto valor
e .t
t k
Px k
k!
Cálculo do estoque de peças-reserva: modelo exponencial
e .t
t k
Px k
k!
Quarto cenário
Demanda
determinística EOQ MILP
Modelos
Demanda normal e Poisson não-
probabilística Poisson homogêneo
homogêneo
Demanda Demanda
média média
invariável variável no
no tempo tempo
Cálculo do número de peças-reserva
• Para consumo segundo uma lei de potência (crescente ou
decrescente), vale o modelo de Poisson não-homogêneo,
descrito por parâmetros que podem ser calculados por
modelos de confiabilidade
• O modelo emprega os seguintes parâmetros:
x = número de quebras no intervalo t;
g = fator de forma (<1 decrescente, =1 homogêneo, > 1 crescente);
q = fator de escala;
K = [0; 1; 2; ...].
t
k
t e
1
MTBF .1 Px k .
k!
Exemplo: ventiladores
g = 1,25; q = 120 dias (MTBF ≈ 112 dias); t = 60 dias
(obtidos por modelagem dos tempos até a falha)
- Com 1 peça-reserva, a segurança é maior do que
95%, com 2, maior do que 99%.
25%
5 dias = 5%
Filas em manutenção
• Filas formam-se devido ao imperfeito balanceamento
entre o ritmo de demanda de serviço e o ritmo de
prestação do serviço de uma oficina de manutenção;
• O desbalanceamento é tanto mais acentuado quanto
mais aleatórios forem os intervalos entre entradas e os
tempos de duração do serviço;
– chegadas de ordens a cada 1,5 hora, saídas a cada 1,5 hora:
sincronismo perfeito, não há fila;
– chegadas segundo uma distribuição com média 1,5 hora e
saídas segundo uma distribuição com média 1,5 hora: fila infinita;
e
– chegadas segundo uma distribuição com média 1,5 hora e
saídas segundo uma distribuição com média 1 hora: fila finita e
equilíbrio.
163
Atendimento de ordens
Chegada de ordens
Ordens na
fila fila
sistema disciplina
na fila
servidor =
Ordem
oficina
em
serviço
Saída de ordens
164
Parâmetros funcionais do modelo
Lq = Tamanho médio da fila;
165
Modelo mais simples: disciplina FIFO,
um servidor
• Número médio de clientes no sistema = L;
• Tempo médio de espera na fila = Wq;
l = número médio de chegadas por unidade de tempo; e
m = número médio de clientes que o serviço atende por unidade de
tempo.
Lq Wq
2
Lq
( )
L
( )
L W
166
Exemplo
• Uma oficina de manutenção recebe em média 4
ordens de serviço por dia e tem capacidade para
atender em média 5 ordens de serviço por dia;
• Calcular o número e o tempo médio de espera de
ordens na fila e no sistema;
• Dimensionar a equipe para atender as ordens em
um tempo médio de 2 dias (1 ordem média = 50
hh, 1 dia = 8 horas).
167
Exercício
• Uma oficina de manutenção de veículos recebe
em média 10 ordens por semana e tem
capacidade para atender em média 12,5 ordens
por semana (uma ordem, um veículo). O pátio da
oficina tem capacidade para abrigar 4 veículos;
• Calcular o número e o tempo médio de espera de
ordens na fila e no sistema;
• Calcular a probabilidade de a oficina recusar uma
ordem por falta de espaço no pátio.
168
Prazo para conclusão de
ordens de serviço: o
método PERT-CPM
Ordens de serviço multitarefas
• Em manutenção, algumas ordens, tais como reforma
ou montagem de máquinas, exigem mais de um tipo
de tarefa interligadas e coordenadas;
• Tais ordens incluem atividades interdependentes
representáveis por redes sequenciais;
– Os objetivos principais de uma ordem incluem o cumprimento
de prazos e a minimização de uso dos recursos produtivos;
– Um método para o cálculo e o controle do tempo até a
conclusão de uma ordem é o PERT-CPM (detalhes são
estudados em outras disciplinas).
Ordens de serviço multitarefas
• As tarefas são representadas por grafos em que vértices são as
atividades e arestas direcionais são estados que marcam a
sequência e o fim da atividade;
– Uma atividade concluída ativa todas as arestas que saem de
seu vértice;
– Uma atividade só se inicia se todas as arestas que chegam no
vértice estão ativas;
• As sequências formam percursos que podem ocorrer em paralelo. O
percurso mais longo entre o início e o fim da rede é o caminho
crítico (CP) e sua duração determina o tempo até a conclusão da
ordem;
• Identifica-se o CP por exaustão: listam-se todos os caminhos
possíveis entre o início e o fim e identifica-se o maior.
Exemplo
• Uma ordem de serviço é composta pela sequência de atividades da
tabela. Representar a ordem como uma rede, identificar o caminho
crítico e a duração mínima da execução. O tempo total é 35 horas.
tarefa precedência Tempo
(horas)
A - 3
B - 6
C A 2
D B, C 5
E D 4
F E 3
G B, C 9
H F, G 3
Rede PERT-CPM: representação
em rede e matricial
6 5 4 3
B D E F
fim
inicio
3 2 9 3
A C G H
A B C D E F G H
A 3
B 6 6
C 2
D 5
E 4
F 3
G 9
H
Rede PERT-CPM: representação
em rede e matricial
6 5 4 3
B D E F
fim
inicio
3 2 9 3
A C G H
Caminho crítico: P1 = B – D – E – F – H = A
duração
3
P1 P2 P3
1
P4
1
21 horas; B 6 1 1
C 2 1 1
D 5 1 1
Com múltiplos operadores, é possível E 4 1 1
executar as 35 horas de trabalho e F 3 1 1
concluir a ordem em 21 horas G
H
9
3 1
1
1 1
1
1
cronológicas. caminho 21 18 20 17
Exercício: Em quanto tempo é
possível executar a tarefa?
Prazo de conclusão de ordens
• O método incorpora incertezas e calcula o
tempo médio e a variância para a estimativa de
cada atividade:
– Tempo mais provável: m;
– Tempo otimista: a;
– Tempo pessimista: b.
Previsão
Previsão Previsão
Atividade Precedência mais
otimista pessimista
provável
A: fabricação de peças novas - 14 20 22
B: compra de materiais de consumo - 6 10 14
C: remoção da máquina atual - 6 8 9
D: troca de peças usadas A 12 14 18
E: ajustes e correções em vazio C, B 6 7 8
F: pré-montagem D, E 3 6 7
G: transporte ao local e instalação D 12 14 16
H: teste a pleno E 12 13 18
I: acompanhamento e garantia G, H, F 7 8 9
Exercício
Calcular um intervalo de confiança a 90% para o
tempo até a conclusão da ordem.
Previsão Previsão mais Previsão
atividade precedência
otimista provável pessimista
A - 6 12 18
B - 24 24 24
C - 36 42 60
D A 12 16 24
E A 6 24 30
F D 6 6 6
G D 12 18 42
H B, E 24 30 36
I F, H 24 24 24
J G, I 54 60 66
K C, F, H 30 42 48