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Farmacologia Aplicada á Enfermagem

INTRODUÇÃO
◦ Uma das maiores responsabilidades atribuídas ao profissional de
enfermagem é o preparo e a administração de medicamentos.
◦ Qualquer erro, seja no preparo ou na administração, pode trazer
conseqüências fatais para o paciente. Portanto, é imprescindível
que a equipe de enfermagem, durante a terapêutica
medicamentosa, observe e avalie sistematicamente o cliente
quanto a possíveis incompatibilidades farmacológicas, reações
indesejadas, bem como interações medicamentosas, com o
intuito de minimizar riscos ao cliente
◦ Mediante tal responsabilidade é indispensável que os profissionais de
enfermagem tenham conhecimento teórico-prático, ou seja
conhecimento variado, consistente e profundo, ética, e uma atuação
extremamente cuidadosa.
◦ É fundamental que o profissional de enfermagem conheça os princípios
básicos da terapêutica medicamentosa cotidiana, que compreende:
◦• Ação
◦• Doses
◦• Vias de administração
◦• Efeitos colaterais
◦• Cuidados de enfermagem na administração
Responsabilidades Legais
◦ As responsabilidades legais relacionadas com o preparo e a
administração de medicamentos são norteadas pelo código
de Ética dos Profissionais de Enfermagem:
◦ • Das responsabilidades – capítulo III, artigo 16 – “Assegurar ao cliente uma assistência
de Enfermagem livre de danos decorrentes de imperícia, negligência ou
imprudência”; artigo17 – “Avaliar atenciosamente sua competência técnica e legal e
somente aceitar encargos ou atribuições quando capaz de desempenho seguro para
si e para a clientela.”

◦ • Dos deveres – capítulo IV, artigo 24 – “Prestar à clientela uma assistência de


Enfermagem livre de riscos decorrentes de imperícia, negligência e imprudência.”
◦ • Das Proibições – capítulo V, artigo 47 – “Administrar medicamentos sem certificar-se
da natureza das drogas que o compõem e da existência de risco para o cliente.”;
◦ artigo 48 – “Prescrever medicamentos ou praticar ato cirúrgico, exceto os previstos
na legislação vigente e em caso de emergência.”;
◦ artigo 50 – “Executar prescrição terapêuticas quando contrárias à segurança do
cliente.”
A Segurança no Processo de Medicação em
Serviço de Emergência
◦ Aspectos Gerais sobre os Acidentes com Medicamentos
◦ Denomina-se acidentes com medicamentos todos os incidentes,
problemas ou insucessos, inesperados ou previsíveis, produzidos ou não
por erros, consequência ou não de imperícia, imprudência ou
negligência, que ocorrem durante o processo de utilização dos
medicamentos. Este conceito engloba toda a sequência de
procedimentos técnicos ou administrativos, que causem ou não danos
ao paciente. São, portanto, todos os eventos adversos relacionados aos
medicamentos, os quais, por sua vez, dividem-se em reações adversas e
erros de medicamentos.
Os acidentes com medicamentos podem ser classificados
conforme descrito a seguir:

• • Eventos adversos

◦• Eventos adversos potenciais

◦• Erros banais
Eventos adversos
◦ São aqueles que causam danos ao paciente, provocados
pelo uso ou pela falta do uso do medicamento quando
necessário. São divididos em:
◦ Reação adversa ao medicamento: é qualquer efeito
prejudicial ou indesejável que se apresente após a
administração correta de doses normalmente utilizadas para
profilaxia, diagnóstico ou tratamento de uma enfermidade.
◦ Erros de medicação: aqueles relacionados ao sistema,
profissionais e pacientes. Causam danos evitáveis.
Eventos adversos potenciais
◦ São erros de medicação que não chegam a atingir o
paciente. Podem ser classificados como:

◦ Erro interceptado: em alguma etapa do sistema de


medicação
◦ Evento ou circunstância com a capacidade de causar
erro.
Erros banais

◦ São erros que ocorrem, atingiram o paciente, mas não


causaram danos ao mesmo.
◦ São evitáveis.
Tipos Definição
Seleção incorreta do medicamento; dose; apresentação; via de
Prescrição administração; concentração; velocidade de infusão; orientações de
uso feitas pelo médico.
Omissão Não administração de uma dose prescrita para o paciente
Administração do medicamento fora do intervalo de tempo
Horário
predefinido na folha de prescrição
Administração de
Administração de um medicamento não autorizado pelo médico
um medicamento
responsável pelo paciente.
não autorizado.
Administração de uma dose maior ou menor que a prescrita ou
Dose
administração diferente à prescrita pelo médico.
Administração de um medicamento a um paciente em apresentação
Apresentação
diferente à prescrita pelo médico.
Tipos Definição
Medicamento incorretamente formulado ou manipulado antes da
Preparo
administração

Técnica de Uso de procedimentos inapropriados ou técnicas inadequadas na


administração administração.

Medicamentos Administração de medicamento com data de validade expirada ou quando a


deteriorados integridade física ou química do medicamento está comprometida.

Falha em rever um esquema prescrito para a devida adequação ou detecção


Monitoramento de problemas, ou falha em usar apropriadamente dados clínicos ou
laboratoriais para avaliar a resposta do paciente à terapia prescrita.

Aderência do Comportamento inadequado do paciente que interferem em sua


paciente participação na proposta terapêutica

Quaisquer outros erros não enquadrados acima (por exemplo: via de


Outros
administração).
◦ O problema do erro humano pode ser visto sob duas
perspectivas: a abordagem da pessoa ou do sistema. A
abordagem centrada na pessoa possui como foco os erros
e violações de procedimentos cometidos por pessoas, e
esses atos são provenientes de falta de atenção, baixa
motivação, esquecimento, negligência e descuido. A
abordagem sistêmica defende que humanos são falíveis e
que erros devem ser esperados, mesmo nas melhores
organizações.
◦ As causas dos erros de medicação são muito complexas. Na
maioria dos casos os erros são multifatoriais, porque resultam
de múltiplos fatores ou falhas presentes no sistema,
relacionados não só com organização, procedimentos,
condições de trabalho etc., como também com profissionais
que estão em contato direto com os processos
Causas dos erros de medicação
Fatores Causas
▪ Verbal: incorreta, incompleta ou ambígua.
Prescrição médica ▪ Escrita: incorreta, ilegível, incompleta ou ambígua.
▪ Interpretação incorreta.
Paciente ▪ Nome: trocas, homônimos, falha de identificação.
▪ Nome: similaridade fonética ou ortográfica.
▪ Similaridade: rótulo, da apresentação (comprimido, cápsula), da cor,
da forma e do tamanho.
Medicamento ▪ Prospectos, fichas técnicas e informativos incompletos, que induzam
a erros.
▪ Embalagem exterior: informação incompleta e aparência que
induzam a erros.
▪ Defeitos falta de manutenção preventiva.
Equipamentos e dispositivos
▪ Falhas no sistema automático de dispensação.
de dispensação, preparo e
▪ Falha do sistema de infusão/bomba.
administração
▪ Outros.
Fatores Causas
▪ Imperícia, imprudência, negligência.
▪ Falta de conhecimento / informação de medicamentos
▪ Falta de conhecimento / informação sobre o paciente.
▪ Desconhecimento de normas e padrões estabelecidos.
▪ Descumprimento de normas e padrões estabelecidos.
▪ Erro no cálculo das doses e da velocidade de infusão.
▪ Erro na escolha do equipamento / dispositivo
▪ Preparo incorreto
Fatores humanos
▪ Administração incorreta ( nove certos)
▪ Falha de anotações (checagens, reações, etc.)
▪ Lapsos, distrações, desvios de atenção.
▪ Estresse e sobrecarga de trabalho.
▪ Cansaço, sono.
▪ Uso de medicamentos, álcool, drogas.
▪ Ansiedade, preocupações.
▪ Situações intimidatórias, complacência e medo.
Outros ▪ Quaisquer outros não citados acima.
Fatores Associados ao Sistema de Trabalho que influenciam os Erros de
Medicação.
Fatores do Sistema Causas

▪ Falta de prescrição eletrônica


▪ Transcrição da prescrição
▪ Falta de informação sobre os pacientes
▪ Falta de anotação / evolução (prescrição /
Sistema de comunicação prontuário)
/ informação ▪ Falta de notificação de reações adversas
▪ Falta de comunicação: entre profissionais e
entre setores
▪ Não informar os pacientes sobre a terapia
medicamentosa
Fatores do Sistema Causas
▪ Fluxograma (grande número de etapas)
▪ Falta de rotinas de reabastecimento de estoque
▪ Inexistência de sistema de dose unitária
▪ Falta de central de preparo de soluções
Sistema de medicação
intravenosas
▪ Falta de dupla checagem na dispensação

▪ Falta de protocolos e diretrizes atualizadas


Normatização de
▪ Falta de protocolo de segurança
procedimentos
Fatores do Sistema Causas

▪ Dimensionamento insuficiente
▪ Pessoal não fixo, troca de tarefas,
Recursos humanos
remanejamentos
▪ Capacitação insuficiente

▪ Arquitetura, ergonomia
▪ Iluminação, ruídos, temperatura

Fatores ambientais ▪ Organização (acondicionamento de


medicamentos)
▪ Interrupções e distrações frequentes

Outros ▪ Quaisquer outros não citados acima


◦ O potencial de risco para erros de medicação existente no
setor de emergência é observado, principalmente, pela
quantidade de medicamentos que são prescritos e
administrados durante a fase crítica do atendimento. Além
disso, alguns agentes, como as drogas vasoativas e os
eletrólitos, requerem o cálculo rigoroso da dose e da
velocidade de infusão. Por outro lado, esse risco estende
para as demais fases do sistema de medicação e se agrava
mediante o quantitativo de pacientes
Medicamentos usados em Emergências Clínicas
◦ No âmbito da emergência, a maioria dos pacientes admitidos requer,
inicialmente, medidas farmacológicas para aliviar, controlar, diferentes
manifestações clínicas ou mesmo evitar morte iminente decorrente de
falências orgânicas, desequilíbrio acidobásico ou choques circulatórios.
Nessas situações, a obtenção do êxito terapêutico demanda, além das
habilidades técnica e diagnóstica, a de manejar a terapia
farmacológica. Esta, sem dúvida, é responsável pela recuperação de
milhares de vida, mas pode ser, também, pela morbimortalidade de
muitos pacientes, principalmente quando o conhecimento acerca das
reações adversas dos medicamentos, das interações medicamentosas
e precauções relativas ao uso terapêutico são pouco ou, ainda,
desconhecidas
◦ Deste modo, a administração de medicamentos é um dos processos de
trabalho mais complexos e um dos mais importantes neste setor, pois
apresenta várias fases inter-relacionadas e envolve diferentes
profissionais (médicos, farmacêuticos, enfermeiros, técnicos e auxiliares
de enfermagem). No cotidiano, a habilidade de manejar com
segurança a terapia farmacológica deve ser compartilhada por esses
profissionais, que, a partir de conhecimentos distintos, devem ser
capazes de trocar, acrescentar informações e atuar de modo a
completar e propor ações que possibilitem um atendimento rápido e
eficaz ao paciente.
Início e Finalização da Ação dos Medicamentos
◦ Medicamentos exercem seus efeitos terapêuticos por meio de
ligação a molécula-alvo (receptores, enzimas, canais iônicos, ácidos
nucléicos) presentes nas células. A magnitude do efeito produzido a
partir desta interação (medicamento-molécula-alvo) depende,
especialmente, da concentração dessa substância no sítio de ação.
Há vários fatores que afetam esta importante variável, como, por
exemplo, a dose, a via de administração e a farmacocinética -
absorção, distribuição, metabolização e excreção - do
medicamento.
Via de Administração
Via Características Considerações

Início de ação lenta e efeito Depende da colaboração do


prolongado. paciente.
Depósito dos medicamentos no TGI. Podem causar irritação do TGI, N & V.
Agentes disponíveis em várias Via inconveniente para pacientes
formas: comprimidos, inclusive com inconscientes, com dificuldade de
revestimento entérico, cápsulas, engolir ou que apresentam N & V. O
Oral (VO) drágeas e soluções. Via segura, de grau de absorção é bastante
baixo custo, mais conveniente e variado. Medicamentos de liberação
com esquemas terapêuticos fáceis gradual, com cobertura entérica e
de cumprir. Requer doses maiores cápsulas não devem ser macerados.
que as utilizadas por vias
parenterais.
Depósito do medicamento na mucosa. A O medicamento não deve ser engolido ou
absorção de agentes lipossolúveis é rápida, mastigado. Podem aparecer sensação de
Sublingual (SL) atingindo prontamente a circulação. Não prurido sob a língua. Via imprópria para
sofre o efeito de primeira passagem no medicamentos irritantes ou com sabor
fígado (biotransformação). desagradável.
Absorção irregular e incompleta. Evita Ideal para lactentes, crianças, e pacientes
parcialmente o efeito de primeira passagem inconscientes ou que apresentam N & V.
no fígado (biotransformação). Contraindicado em pacientes com arritmias
cardíacas (estimulo do vago). Os supositórios
Via Retal (VR) derretem à temperatura ambiente, e devem
ser mantidos em geladeiras . Substancias
irritantes podem causar prurido. Os
supositórios analgésicos devem ser inseridos
entre as refeições ( Peristaltismo).
Depósito dos medicamentos no tecido Usada como via alternativa à IM e IV.
adiposo, região pouco vascularizada, Substâncias irritantes ou concentradas
porém que apresentam boa absorção de podem provocar a formação de abcesso.
Subcutâneo (SC)
soluções aquosas. Causa pouco trauma
tecidual. É usado, também, para a infusão
de grandes volumes (hipodermóclise)
Depósito de medicamentos no músculo, O limite de absorção é de 4 ml, na região do
região bem vascularizada. A taxa de glúteo. Causa dor. Contraindicada para
absorção depende das condições do local terapias longas e crônicas, para pacientes
(irrigação sanguínea e atividade muscular) com anormalidades na coagulação e com
Intramuscular (IM) e da solubilidade do medicamento. doença vascular periférica. Nunca
Soluções aquosas são rapidamente administrar medicamentos em músculos que
absorvidas, porém naquelas de aspecto apresentam contração ou tremor, Não utilizar
oleoso, a absorção é lenta e irregular. o glúteo como local de injeção para crianças
abaixo de 3 anos.
O medicamento é depositado diretamente O método de injeção in bolus permite a
na circulação, proporcionando efeito administração rápida do medicamento. É
imediato. Usada para infusão de grandes usado, também, para rapidamente atingir o
volumes de soluções, de substâncias com pico ideal de concentração plasmática do
Intravenosa (IV) ph diminuído ou aumentado, ou medicamento. Neste tipo de via recomenda-
hiperosmóticas (diluídas). se administrar o medicamento lentamente. A
infusão rápida pode precipitar, de modo
imediato, RAMs indesejadas. Evite a
associação de agentes incompatíveis.
Absorção

◦ A absorção representa a transferência do medicamento do local de


administração para a corrente sanguínea. Os fatores que influenciam
este processo incluem a via de administração, a solubilidade do
medicamento, o tipo de formulação farmacêutica e as condições do
local de absorção (fluxo sanguíneo tecidual, motilidade do trato
gastrointestinal, ph e tipo de dieta).
◦ As diferentes vias de administração apresentam uma velocidade de
absorção particular, que depende da estrutura tecidual na qual foi
depositado o medicamento. A absorção do TGI é lenta, quando
comparada à mucosa sublingual
◦ A solubilidade dos medicamentos orais depende da formulação
farmacêutica, e os líquidos são absorvidos mais rapidamente que os
sólidos.
◦ O fluxo sanguíneo dos tecidos interfere na velocidade de extração
do medicamento. Assim, quanto maior a vascularização do tecido, mais
rápida a absorção. Situações como dor e estresse podem reduzir a
absorção dos medicamentos, devido à vasoconstrição periférica.
◦ Medicamentos orais são absorvidos mais facilmente quando
ministrados entre as refeições. A presença de alimentos, geralmente,
retarda a absorção, além de haver a possibilidade de interação
alimento-medicamento. Alguns medicamentos são destruídos, se
administrados junto às refeições, pelo aumento do ácido clorídrico
Condições clínicas que afetam a absorção

◦ A alteração de fluxo sanguíneo decorrente da redução do débito


cardíaco por insuficiência circulatória (IC), da insuficiência cardíaca
congestiva (ICC) ou do envelhecimento acarreta diminuição da
absorção de medicamentos. Na IC a absorção de medicamentos por
via IM ou SC encontra-se, também, reduzida.
◦ Medicamentos como a Morfina, quando administrados por via SC
em pacientes com IC, devem sofrer ajuste de dose, no intuito de evitar
ineficácia terapêutica (devido à baixa perfusão tecidual) ou toxidade
(após restauração da circulação tecidual).
◦ As alterações decorrentes do processo de envelhecimento,
representadas pela redução da motilidade intestinal e do fluxo
sanguíneo (esplênico e mesentérico), diminuição na produção
de secreção ácida no estomago e do número de enterócitos
(célula epitelial da camada superficial do intestino delgado e
grosso), são capazes de reduzir de maneira importante a
absorção de medicamentos, independentemente da
condição patológica. Os pacientes portadores de insuficiência
renal (IR) apresentam absorção incompleta de medicamentos,
devido à utilização frequente de antiácidos e distúrbios do TGI,
como náuseas e vômitos.
◦Distribuição

◦ A distribuição diz respeito ao deslocamento do medicamento da


circulação sistêmica para os tecidos. Esta fase depende além do débito
cardíaco, da fração de ligação dos medicamentos às proteínas
plasmáticas (albumina, beta-globulina), do volume de distribuição e da
dinâmica circulatória. Quando os medicamentos acessam a circulação
sistêmica, uma fração é rapidamente distribuída aos tecidos (fração
não-ligada) e a outra se liga às proteínas plasmáticas (fração ligada). A
fração ligada não é capaz de atravessar membranas biológicas,
servindo de reservatório dos medicamentos. Entretanto, quando a
fração não-ligada (forma ativa) diminui nos tecidos, os medicamentos
soltam-se das proteínas plasmáticas, reduzindo sua concentração
plasmática, e deixam a circulação com destino ao tecidos.
Condições Clínicas que Afetam a Distribuição
◦ A insuficiência hepática, geralmente, diminui a síntese de albumina,
ocasionando uma queda nos níveis plasmáticos de medicamentos que
se ligam muito à proteína, como os ácidos fracos, podendo elevar a
concentração da fração livre deste e aumentar os efeitos de toxidade.

◦ O volume de distribuição de um medicamento relaciona sua


concentração sanguínea com a quantidade total no corpo. Assim,
qualquer fator que altere a concentração do medicamento no tecido
altera também o volume de distribuição. Os pacientes edemaciados
possuem um volume de distribuição grande para os medicamentos
hidrofílicos, devido o acumulo de água no espaço extracelular, o que
torna necessária a administração de doses de ataque em altas
concentrações (infusão inicial) para obtenção do efeito esperado.
◦ Na ICC e na IC, os medicamentos, geralmente, são distribuídos de forma
precária para os tecidos menos irrigados, expondo órgãos nobres, como
coração e sistema nervoso central (SNC), a uma concentração
excessiva. A insuficiência renal é, geralmente, acompanhada da
redução de proteínas plasmáticas; desta forma, agentes como a
fenitonína, que se ligam extensamente às proteínas plasmáticas,
apresentam volume de distribuição maior com consequente redução
das concentrações séricas (circulante), mas com níveis elevados da
fração livre, podendo desencadear toxidade.

◦ Nos idosos, a redução de massa do tecido adiposo, água corporal,


massa magra e de proteínas plasmáticas predispõe à ampliação de
efeito dos antidepressivos e corticoides.
◦ Metabolização

◦ A metabolização de medicamentos ocorre nos pulmões, nos rins,


no intestino, no sangue e, principalmente, no fígado. Este órgão
representa o principal laboratório que sintetiza proteínas plasmáticas e
enzimas responsáveis por catalisar reações químicas de transformação
de nutrientes e medicamentos em compostos menos ativos, mais
semelhantes à molécula da água para serem eliminados do organismo.
Entretanto, nem sempre os produtos da metabolização são inertes.
Alguns mostram atividade farmacológica igual ao próprio
medicamento, como por exemplo, o acetamenofeno, metabólico da
fenacetina (anti-inflamatório). Outros metabólicos possuem
propriedades tóxicas, como ocorre com a normeperidina – produto da
meperidina (dolantina).
Condições Clínicas que afetam a Metabolização

◦ A Insuficiência Hepática causada por lesões como a cirrose


reduz o fluxo sanguíneo hepático e aumenta as
concentrações séricas dos medicamentos administrados por
VO, principalmente daqueles que sofrem efeito de primeira
passagem, como o propranolol, a morfina e a nifedipina.
Nessas condições, é aconselhável o uso de medicamentos
metabolizados e excretados por via renal, para evitar
maiores danos ao paciente
◦ Um grande problema em relação à metabolização é o uso de indutores
e inibidores enzimáticos e as interações advindas das combinações. Os
indutores, como a carbamazepina, a fenitoína e o fenobarbital,
aumentam a degradação e a excreção de outros medicamentos
administrados conjuntamente, reduzindo o efeito farmacológico de
ambos. Em contrapartida, inibidores como a cimetidina retardam a
degradação dos medicamentos, intensificando a ação, seja
terapêutica, seja tóxica.
◦ Nos idosos, apesar da redução da atividade enzimática do
citocromo P450, do fluxo sanguíneo e das proteínas plasmáticas, o
prejuízo na metabolização dos medicamentos é irrelevante. Porém,
quando o idoso é portador de insuficiência orgânica ou usuário crônico
de indutores ou inibidores enzimáticos, a questão assume um vulto
importantes devido o risco de interações medicamentosas
Excreção
◦ A composição química da substância, geralmente, determina
o órgão de sua excreção. As glândulas exócrinas excretam
medicamentos lipossolúveis. Quando os medicamentos são
excretados pelo TGI, muitos passam por transformação
química no fígado e são eliminados pela bile. Fatores que
afetam o peristaltismo alteram a excreção de medicamentos
pelo TGI. Por exemplo, os laxantes aceleram a excreção, os
analgésicos opióides retardam o processo
◦ A meia-vida é um termo que diz respeito ao tempo que o organismo
leva para excretar metade de uma determinada dose do
medicamento. Este parâmetro depende do ritmo de depuração e do
volume de distribuição do medicamento. Por exemplo, a morfina
apresenta uma meia-vida de 4 horas. Assim, um indivíduo com funções
orgânicas preservadas, a frequência de administração deste agente é
de 4/4 horas.

◦ A maioria dos medicamentos é biotransformada no fígado e


excretada pelos rins, alguns inclusive de forma inalterada. Quando a
excreção renal encontra-se prejudicada, faz-se necessário reajuste da
dose para evitar toxidade. Na ausência de situações clínicas, a ingestão
líquida normal assegura a eliminação apropriada do medicamento.
◦Condições Clínicas que Afetam a Excreção

◦ A redução do fluxo sanguíneo renal, decorrente de


condições fisiopatológicas que apresentam baixo débito
cardíaco (IC, ICC, envelhecimento), resulta na diminuição
da filtração glomerular e consequente atraso na excreção
de medicamentos eliminados por essa via. Nessa situação a
meia-vida dos medicamentos encontra-se elevada.
Portanto, agentes, especialmente nefrotóxicos, precisam de
reajuste posológico ou, em alguns casos, da suspensão da
terapia.
Broncodilatadores

◦ Uma das principais manifestações clínicas que afetam o


bom funcionamento do sistema respiratório, levando o
paciente a buscar um atendimento em emergência, é o
broncoespasmo, que pode ter origem em diferentes
doenças como asma, bronquite, pneumonias, doença
pulmonar obstrutiva crônica, fibrose cística e nas rações
anafiláticas
◦ Nesta situação, são recomendados medicamentos de
diferentes classes terapêuticas que podem ser administrados
por distintas vias, dependendo da condição clínica do
paciente. As principais classes terapêuticas indicadas são os
agonistas adrenérgicos, os derivados da xantina, os
anticolinérgicos e os corticoides.
◦Agonistas Adrenérgicos

◦ Esta classe terapêutica inclui adrenalina, terbutalina, fenoterol e salbutamol. A


ação no sistema respiratório é decorrente da estimulação dos receptores beta
adrenérgicos presentes no pulmão, que resulta no relaxamento da musculatura lisa da
árvore traqueobrônquica, com consequente broncodilatação. Além disso, inibem a
liberação de mediadores químicos envolvidos na precipitação das crises de
broncoespasmo.
◦ O tempo de início do efeito terapêutico dos medicamentos desta classe são
distintos, porém, a metabolização de todos é hepática e a excreção, renal.
◦ O uso desses agentes deve ser cuidadoso nos pacientes portadores de diabetes,
doenças cardiovasculares, hipertireoidismo, aterosclerose cerebral, quadros convulsivos,
hiperplasia prostática, glaucoma e em idosos.
◦Derivados da Xantina
◦ A administração dos derivados da xantina deve ser cautelosa em
idosos, pacientes com doenças cardiovasculares ou hepáticas, com
úlcera péptica ativa, diabetes e hipertireoidismo.
◦ A aminofilina é utilizada, preferencialmente, por via intravenosa, o
que demanda cuidados relativos à incompatibilidade com outros
medicamentos, muitas vezes infundidos de modo simultâneo. Deste
modo, deve-se evitar a administração concomitante com os seguintes
agentes: amiodarona, ciprofloxacina, claritromicina, dobutamina,
ondanstrona.
◦Ipratrópio

◦ A sua ação broncodilatadora ocorre por ação de


substâncias (acetilcolina) nas terminações nervosas
parassimpáticas da musculatura lisa brônquica. Além do
efeito de broncodilatação, ocorre também a redução das
secreções produzidas pelas mucosas nasal e brônquica.

◦ Deve ser administrado com cautela em mulheres que


estão amamentando, crianças menores de 12 anos e
pacientes com glaucoma ou hiperplasia prostática.
Broncodilatadores Reações Adversas por Sistema Interação Medicamentosa
SNC – Ansiedade, cefaleia, insônia, - Aumento da toxidade da adrenalina:
confusão. anestésicos inalatórios halogenados, alfa e
SCV – taquicardia (uso parenteral), betabloqueadores, antidepressivos
palpitação, dor no peito, hipertensão, tricíclicos, inibidores da MAO.
aumento do consumo de oxigênio pelo
Adrenalina miocárdio, arritmias, angina, vasoconstrição, - Diminuição do efeito broncodilatador:
SNC: Sistema Nervoso Central ;
morte súbita. betabloqueadores
SCV: Sistema Cardiovascular ;
SD – náusea, vômito, xerostomia SR: Sistema Respiratório ;
SGU – retenção urinária, diminuição do fluxo - Diminuição do efeito hipoglicemiante: SD: Sistema Digestório ;
sanguíneo renal. hipoglicemiantes orais. SME: Sistema Musculo Esquelético
SME – tremor, fraqueza.
SNC – cefaleia, nervosismo, tontura - Aumento do efeito do fenoterol:
SCV – palpitação, taquicardia. Ipratrópio, simpatomiméticos, inibidores da
Fenoterol SR – irritação da orofaringe, tosse. MAO e antidepressivos tricíclicos.
SME – tremor, câimbras - Diminuição do efeito broncodilatador:
Betabloqueadores.
SNC – sonolência, insônia, cefaleia, - Aumento da toxidade do Salbutamol:
nervosismo, convulsão, tontura, ansiedade, Simpatomimético, metildopa, inibidores da
zumbido, inquietação, alucinação, MAO e antidepressivos tricíclicos.
irritabilidade.
SCV – palpitação, taquicardia, hipertensão, - Diminuição do efeito broncodilatador:
angina, hipotensão, angioedema. Betabloqueadores.
Salbutamol SR – ressecamento nasal, irritação do nariz
e orofaringe, tosse, broncoespasmo
paradoxístico.
SD – náusea, vômito, xerostomia, alteração
do paladar, epigastralgia.
SME – tremores, câimbras, fraqueza.

SNC – sonolência, insônia, cefaleia, - Aumento da toxidade do Terbutalina:


nervosismo, convulsão, tontura, ansiedade, Simpatomiméticos, metildopa, inibidores da
zumbido. MAO e antidepressivos tricíclicos.
SCV – palpitação, taquicardia, hipertensão,
Terbutalina arritmias, prolongamento do intervalo QT.
- Diminuição do efeito broncodilatador:
SR – rigidez torácica, dispneia,
Betabloqueadores
broncoespasmo, faringite, garganta seca.
SD – naúsea, vômito, disgeusia.
SME - tremores
Aminofilina SNC - insônia, cefaleia, convulsão, tontura, - Aumento da toxidade da Aminofilina:
ansiedade, agitação. Álcool, alopurinol, betabloqueadores,
SCV - palpitação, taquicardia sinusal, betabloqueadores dos canais de cálcio,
hipotensão. cimetidina, ciprofloxacino, claritromicina,
SD – náusea, vômito, anorexia, diarreia, corticoides, diuréticos de alça, efedrina,
gosto amargo, dispepsia, irritação anal, isoniazida, metotrexato, contraceptivos
epigastralgia. orais, tiabendazol, tacrina, hormônio
tireodianos, verapamil.

- Diminuição do efeito da Aminofilina: SNC: Sistema Nervoso Central ;


Carbamazepina, cetoconazol,
SCV: Sistema Cardiovascular ;
isoproterenol, fenobarbital, fenitoína,
rifampicina, ritonavir, simpatomiméticos. SR: Sistema Respiratório ;
SD: Sistema Digestório ;
SME: Sistema Musculo
Ipratrópio SNC - insônia, cefaleia, convulsão, tontura, Diminuição da toxidade do ipratrópio:
ansiedade, nervosismo, sonolência, visão Medicamentos com efeitos anticolinérgicos Esquelético
borrada. e outros com propriedade anticolinérgica.
SCV – palpitação, taquicardia, hipertensão,
hipotensão, fibrilação atrial, angioedema.
SR – broncoespasmo, ressecamento, tosse,
piora dos sintomas de broncoespasmo,
reação de hipersensibilidade, rouquidão,
laringoespasmo.
SD – náusea, vômito, constipação, cólica,
xerostomia.
◦ Cuidados de Enfermagem na Administração dos Broncos
dilatadores

• Observar o estado mental


• Monitorar a função respiratória
• Observar a quantidade e a coloração da secreção
pulmonar
• Verificar pressão arterial, e frequência cardíaca
• Verificar sinais de reações alérgicas

◦ Interromper a administração do medicamento, caso ocorra
broncoespasmo parodoxístico, e comunicar o médico
• Orientar o paciente a enxaguar a boca após o uso inalatório de
adrenalina
• Orientar o paciente a evitar o uso de substâncias que contenham
cafeína como chocolate, café, chá e refrigerante
• Diluir a adrenalina em solução salina (3ml), quando utilizada na
nebulização
• Verificar se o paciente é alérgico a beladona, atropina, lecitina de
soja e amendoim, quando do uso do ipratrópio, pois poderá haver
alergia a esse agente também
Cuidados adicionais necessários quando do uso da
aminofilina são descritos abaixo:

• Monitorar o nível sérico do medicamento. Dose terapêutica muito próxima da


dose tóxica
• Observar sinais de toxidade, especialmente em idosos, como náusea, vômito,
ansiedade, agitação, insônia, taquicardia, disritmia, convulsões
• Checar ECG, se ocorrer taquicardia
• Observar reações alérgicas, exantema cutâneo ou urticária; se esses sintomas
ocorrerem, suspender o medicamento
• Confirmar se o paciente não recebeu aminofilina previamente, para não causar
efeito aditivo.
Sedativos e Hipnóticos
◦ Os hipnóticos-sedativos produzem depressão do SNC, em graus variados,
que podem resultar em sedação, hipnose, anestesia e coma,
dependendo da dose, via de administração e sensibilidade do paciente.

◦ Estes agentes são amplamente prescritos com o objetivo de controlar


estados confusionais agudos; induzir, facilitar e manter o sono; facilitar a
intubação, a realização de procedimentos invasivos e a ventilação
mecânica. Além disso, ajudam no alívio do medo e da ansiedade do
paciente, bloqueando a resposta fisiológica ao estresse.

◦ As classes terapêuticas mais utilizadas são os benzodiazepínicos, os


neurolépticos e os analgésicos opióides.
Benzodiazepínicos
◦ Os efeitos dos benzodiazepínicos resultam das ações no SNC. Todos os
representantes, em maior ou menor grau, tem a capacidade de reduzir
ansiedade, causar sedação, hipnose e relaxamento muscular. O
clonazepan, o clorazepato e o diazepan possuem propriedade
anticonvulsivante. São considerados medicamentos com boa margem
de segurança, pois, mesmo em altas doses, raramente são fatais, a
monos que sejam associados a outros depressores do SNC.
◦ O emprego dos benzodiazepínicos está tradicionalmente ligado ao
controle da resposta emocional (medo, ansiedade) relacionada com a
dor. São úteis, também, no combate à insônia e à contração muscular,
que acompanha a sensação dolorosa, bem como na redução do
estresse do paciente, o qual se beneficia de seu efeito amnésico, em
procedimentos médicos estressantes.
◦ As precauções relativas ao uso desta classe farmacológica incluem
pacientes com doença respiratória obstrutiva, idosos e aqueles que
fazem uso de outros depressores do SNC.
◦ Os sintomas de abstinência dos benzodiazepínicos são: ansiedade,
agitação, irritabilidade, depressão, insônia, cefaleia, tontura, anorexia,
fraqueza, fotofobia, diarreia, náuseas e vômitos. Esses sintomas podem
surgir até uma semana após a suspensão do medicamento, devido à
atividade farmacológica de alguns metabólitos. Em caso de
intoxicação causada por benzodiazepínico, utiliza-se o flumazenil como
antagonista específico.
Neurolépicos
◦ Os fármacos neurolépticos (também chamados fármacos
antiesquizofrênicas, fármacos antipsicóticos ou tranquilizantes maiores)
são usados primariamente no tratamento da esquizofrenia, mas são
também eficazes, em outros estados psicóticos, como os de mania e
delírio. Os fármacos neurolépticos clássicos são inibidores competitivos
de uma variedade de receptores, mas seus efeitos antipsicóticos
refletem o bloqueio competitivo dos receptores dopaminérgicos.

◦ A cautela no que concerne ao uso dos neurolépticos inclui pacientes


com doenças cardiovasculares, hepáticas, renais, respiratórias crônicas,
especialmente crianças e idosos, e história de crises convulsivas.
Reações Adversas e interações Medicamentosas dos
Sedativos e Hipnóticos
Prometazina
◦ Reações Adversas por Sistemas

◦ SNC: sedação, sonolência, confusão, tontura, fadiga, agitação (paradoxal),


reação extrapiramidal, zumbido, alucinações, insônia, convulsão, estado
catatônico.
◦ SCV: taquicardia, bradicardia, palpitação, angioedema, hipertensão,
hipotensão.
◦ SR: espessamento da secreção brônquica, faringite, depressão respiratória e
apnéia (especialmente em crianças).
◦ SD: náusea, vômito, xerostomia, dor abdominal, constipação, aumento do
apetite.
◦ SGU: retenção urinária em pacientes com obstrução do fluxo urinário,
diminuição do fluxo sanguíneo renal.
◦ SME: tremor, fraqueza, artralgia, parestesia
◦ Interações Medicamentosas

◦ Aumenta a toxidade da prometazina:

◦ Atropina, álccol, analgésicos opióides, sertralina, desipramina,


clorpromazina, fluoxetina, quinidina, ritonavir, propranolol.

◦ Diminui o efeito da prometazina:

◦ Carbamazepina, fenobarbital, fenitoína, levodopa (por ter ação


antiparkisoniana inibida pela prometazina).
◦ Adrenalina: pode ter a ação vasopressora revertida pela prometazina.
Clorpromazina
◦ Reações Adversas por Sistemas
◦ SNC: sedação, sonolência, agitação, ansiedade, síndrome
extrapiramidal, sinais de pseudoparkisonismo, discinesia tardia, síndrome
neuroléptica maligna, convulsão e alteração da regulação da
temperatura.
◦ SCV: hipotensão (principalmente infusão IV), hipotensão ortostática,
hipertensão, taquicardia, arritmias.
◦ SR: laringoespasmo, dispneia, depressão respiratória.
◦ SD: constipação, desconforto TGI, náusea, vômito, anorexia, xerostomia.
◦ SGU: impotência, retenção urinária.
◦ SH: agranulocitose, anemia, leucopenia, eosinofilia, trombocitopenia,
anemia hemolítica.
Interações Medicamentosas

◦ Aumenta a toxidade da clorpromazina:


◦ Propranolol, antidepressivos IRSS, analgésicos opióides, álcool,
barbitúricos, anti-histamínicos.
◦ Aumenta a toxidade dos seguintes agentes:
◦ Anfetaminas, betabloqueadores cardiosseletivos, lidocaína,
antidepressivos tricíclicos, anticolinérgicos, anti-hipertensivos, lítio, ácido
valpróico.
◦ Diminui o efeito da clorpromazina:
◦ Antiácidos a base de alumínio ou magnésio, codeína, oxicodona,
tamadol.
Haloperidol
◦ Reações Adversas por Sistemas
◦ SNC: síndrome extrapiramidal, acatisia, distonia, pseudoparkisonismo,
síndrome neuroléptica maligna, sonolência, agitação, euforia, insônia,
confusão, cefaleia, letargia, vertigem, convulsão, depressão,
hiperpirexia, exacerbação dos sintomas psicóticos.
◦ SCV: taquicardia, hipotensão, hipotensão ortostática, hipertensão,
alterações no ECG (prolongamento no intervalo QT).
◦ SR: broncoespasmo, laringoespasmo, aumento da profundidade da
respiração.
◦ SD: constipação, náusea, vômito, dispepsia, icterícia, hepatite,
hipersalivação, xerostomia, obstrução intestinal.
◦ SGU: retenção urinária, enurese, priapismo.
◦ SH: leucopenia, leucocitose, anemia.
Interações Medicamentosas
◦ Aumento da toxidade do haloperidol:
◦ Antifúngicos azólicos, clorpromazina, ciprofloxacin, claritromicina,
diclofenaco, fluoxetina, propranolol, quinidina, verapamil.
◦ Aumenta o efeito dos seguintes agentes:
◦ Anfetaminas, betabloqueadores cardiossedativos, bloqueadores de
canais de cálcio, ciclosporina, fluoxetina, lidocaína, sildenafil,
antidepressivos tricíclicos, álcool, analgésicos opióides, sedativos
hipnóticos, anti-hipertensivos.
◦ Diminui os efeitos do haloperidol:
◦ Carbamazepina, fenobarbital, rifampicina, tabagismo.
◦ Diminui os efeitos dos seguintes agentes:
◦ Codeína, oxicodona, tramadol.
Diazepam
◦ Reações Adversas por Sistemas

◦ SNC: sonolência, sedação, lassidão, amnésia, cefaleia, vertigem,


redução da velocidade de raciocínio, confusão, ataxia, tolerância,
dependência física e psíquica.
◦ SCV: hipotensão
◦ SGI: náusea, constipação.
Interações Medicamentosas
◦ Aumenta a toxidade dos seguintes agentes:
◦ Barbitúricos, analgésicos opióides, IMAO, fenotiazinas, álcool, anti-
histamínicos, sedativos hipnóticos, antidepressivos.
◦ Aumenta a toxidade do diazepam:
◦ Omeprazol, ticlopidina, antifúngicos azólicos, ciprofloxacin,
claritromicina, diclofenaco, propofol, quinidina, verapamil.
◦ Diminui os efeitos do diazepam:
◦ Carbamazepina, fenitoína, fenobarbital, erifampicina.
Midazolam
◦ Reações Adversas por Sistemas

◦ SNC: sonolência, cefaleia, nistagmo, vertigem, tolerância, dependência


física e psíquica.
◦ SCV: hipotensão
◦ SGI: náusea, vômito
Interações Medicamentosas

◦ Aumenta a toxidade do midazolam:


◦ Antifúngico azólicos, ciprofloxacin, claritromicina, diclofenaco, propofol,
quinidina, verapamil.
◦ Diminui os efeitos do midazolan:
◦ Carbamazepina, fenitoína, fenobarbital, erifampicina.

◦ IRSS – Inibidores seletivos de receptação de serotonina IMAO - Inibidor da monoamino-oxidase.


Cuidados de Enfermagem na Administração de
Sedativos e Hipnóticos

•Observar o estado mental


•Avaliar PA, FR, FC antes do tratamento e a cada 4 horas durante o
início do tratamento
•Observar sinais frequentes como síncope, tontura, palpitação,
taquicardia e hipotensão Ortostática
•Avaliar sinais da síndrome extrapiramidal e da síndrome neuroléptica
maligna
•Verificar débito urinário. Observar presença de bexigoma
•Observar eliminação intestinal
•Evitar a infusão simultânea da prometazina com os seguintes agentes:
aminofilina,anfotericina,B,ampicilina,cloranfenicol,clorotiazida,meticilina,
penicilina G, fenobarbital.

•Evitar a infusão simultânea do haloperidol com os seguintes agentes:


fluconazol, foscarnet, heparina

•Orientar o paciente e os familiares sobre evitar atividades que


envolvam atenção (dirigir, operar máquinas
Drogas Vasoativas
◦ O conhecimento referente aos efeitos desejáveis e adversos das drogas
vasoativas é fundamental para a equipe de enfermagem que atua em
setores nos quais esses fármacos costumam ser utilizados. Salienta-se seu
uso em casos de adequação do equilíbrio hemodinâmico, de reposição
volêmica e da correção de distúrbios hidroeletrolíticos e acidobásicos.
◦ As rápidas e potentes ações destas drogas determinam mudanças
importantes em padrões hemodinâmicos e respiratórios, tornando-se
necessária a utilização de monitorização contínua para aferir essas
alterações. A equipe de enfermagem deverá, portanto, conhecer as
principais drogas utilizadas, de modo a contribuir com a equipe de
saúde na busca das condições ideais para cada paciente e ou na
suspensão de seu uso.

◦ O termo drogas vasoativas é empregado às substâncias que
apresentam efeitos vasculares periféricos, pulmonares ou cardíacos,
direto ou indiretamente, atuando em pequenas doses e com respostas
dose-dependentes de efeito rápido e curto, através de receptores
situados no endotélio vascular (Dopaminérgicos, Beta 1, Beta 2, Alfa 1
e Alfa 2)
Classificação das Drogas Vasoativas
◦Drogas Simpatomiméticas

◦ As catecolaminas (noradrenalina, dopamina e dobutamina) são os agentes


simpatomiméticos mais utilizados em situações de emergência. Os efeitos das
catecolaminas variam de acordo com a dose utilizada, podendo estimular
receptores alfa, beta e dopa. Portanto, essas drogas são classificadas em: alfa-
adrenérgica, beta-adrenérgica e dopaminérgica ou mista, de acordo com o
predomínio de receptores sensibilizados.

◦ Muitas células possuem estes receptores, e a ligação de um agonista


geralmente causará uma resposta simpática, ou seja, respostas de luta ou fuga.
Por exemplo, a frequência cardíaca aumenta, as pupilas se dilatam, há a
mobilização de energia e o fluxo sanguíneo é desviado de órgãos não-
essenciais para o músculo esquelético.
Principais Catecolaminas e seus efeitos nos receptores
adrenérgicos
Receptores

Catecolaminas

Dopa Beta-1 Beta-2 Alfa-1 Alfa-2

Noradrenalina

__ +++ + +++ +++

Dopamina

+++ ++/+++ ++ +++ +

Dobutamina

__ +++ + -/+ __

- / + ou + = estimulação relativa - =ausência de estimulação

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