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Manuais e procedimentos padrões -

Padronização de Pacotes - Dose unitária


Dispensação?

 "ato de fornecimento ao consumidor de drogas,


medicamentos, insumos farmacêuticos e
correlatos, a título remunerado ou não" (Lei
5991/1973).

 Essa definição oficial de dispensação é incompleta sob o aspecto técnico,


pois não esclarece os procedimentos envolvidos. O "ato de fornecimento"
poderia ser entendido como um simples ato de entrega de um produto.
Posição do CFF na dispensação:

 Observar a legalidade da receita e se


está completa e avaliar se a dose, a
via de administração, a frequência de
administração, a duração do
tratamento e dose cumulativa são
apropriados e verificar a
compatibilidade física e química dos
medicamentos prescritos.
Posição dos EUA na dispensação

Atividade Farmacêutica é dividida em 4 grandes Grupos:


I. Garantia da terapia e resultados apropriados,
II. Dispensação de medicamentos e dispositivos médicos,
III. Promoção da saúde e prevenção de doenças,
IV. Gerência de sistemas de saúde.
Posição do Brasil na dispensação

 Dispensar os medicamentos de acordo com a prescrição médica;

 Nas quantidades especificas;


Prevenir que erros
 Dentro das especificações solicitadas;
de dispensação
 De forma segura e no prazo requerido. aconteçam.
Os Sistemas de Dispensação:
A OPAS indica como objetivos de um sistema racional de distribuição de
medicamentos, os seguintes:
 A. Diminuir erros de medicação
 B. Racionalizar a distribuição e uso dos medicamentos
 C. Aumentar o controle sobre os medicamentos, propiciando o cesso do
farmacêutico às informações sobre o paciente
 D. Diminuir os custos com medicamentos
 E. Aumentar a segurança para o paciente
Taxas de erros de dispensação registradas nas publicações:

Conclusão:
A maioria dos casos envolvia..
Escolha de produtos, suposições incorretas sobre os produtos em questão,
identificação e o armazenamento no dispensário, interrupções e distrações, cultura
na qual os erros são considerados inevitáveis ​e, às vezes, aceitáveis, e a
dependência de outros para identificar e corrigir erros.
Taxas de erros de dispensação registradas nas publicações:

CONCLUSÃO:
- Um total de 140.755 doses de medicamentos foram observados durante sete
meses. No geral, 28% foram graves e 0,8% eram fatais.
- O potencial mais comum eram medicamentos incorretos (36%) e forma
farmacêutica incorreta (21%).
Taxas de erros de dispensação registradas nas publicações:

Estes erros são maiores quando o sistema é coletivo ou individualizado e


diminuem gradativamente na dose unitária manual e na dose unitária
informatizada e automatizada
FATORES ASSOCIADOS A ERROS DE DISPENSAÇÃO:

1. Medicamento errado 2. Medicamento dispensado com a


concentração errada:
 Medicamento dispensado
errado: prescrito um  O medicamento é dispensado
medicamento e dispensado em concentração diferente
outro. (maior ou menor) daquela
prescrita.
EX: Cefalotina x Cefazolina
EX: Hemofol 5000UI/mL (fap 5mL)
FATORES ASSOCIADOS A ERROS DE DISPENSAÇÃO:

3. Medicamento dispensado com a 4. Dose excessiva:


forma farmacêutica errada:  O medicamento é dispensado em
 a prescrição solicita o maior quantidade que aquela
medicamento com uma prescrita, ou seja, uma ou mais
determinada forma doses (unidades) são
farmacêutica e a farmácia dispensadas além da quantidade
dispensa outra. solicitada na prescrição.

EX: Dipirona 500mg 1 cp x Dipirona  EX: Digoxina 0,125mg = ½ cp


1 sp  5 cp Digoxina 0,25 mg
FATORES ASSOCIADOS A ERROS DE DISPENSAÇÃO:

5. Omissão de dose: 6. Medicamento dispensado com


desvio de qualidade:
 O medicamento é prescrito,  Comprimidos manchados, com fissuras ou
mas nenhuma dose (unidade) é desintegrados, suspensões com
dispensada ou o número de problemas de homogeneidade, soluções
com presença de partículas,
doses dispensadas é menor medicamentos armazenados fora da
que o prescrito. temperatura adequada, prazo de validade
vencido

EX: Dipirona 500mg 2 cp x Dipirona


1 cp.
FATORES ASSOCIADOS A ERROS DE DISPENSAÇÃO:

7. Medicamentos prescritos sem 8. Erros de rotulagem:


horário, quantidade, concentração
ou forma farmacêutica e  Nome do paciente errado,
dispensados: nome do medicamento errado,
concentração errada do
 A prescrição deduzida e o
medicamento, forma
medicamento dispensado.
farmacêutica errada,
quantidade errada, data
EX: Clorpromazine x Clomipramina.
errada, orientações erradas
relacionadas ao uso ou
armazenamento.
FATORES ASSOCIADOS A ERROS DE DISPENSAÇÃO:

9. Erros de documentação:

 Ausência ou registro incorreto


da dispensação de
medicamentos controlados,
falta de data na prescrição,
falta de assinatura do prescritor
ou do dispensador, dentre
outros.
Conceitos importantes na dispensação em nível Hospitalar:
Prontuário Médico Ficha Médica (Clínica);
Prontuário: Conjunto de documentos Exames;
padronizados e organizados, onde estão
obrigatoriamente registrados todos os Evolução médica;
cuidados profissionais prestados aos
Folha de prescrição médica;
pacientes, comprovando o atendimento
médico a um paciente em uma Folha de pedido de parecer;
Instituição hospitalar ou em um
consultório. Quadro de verificação de Pulso,
temperatura e saturação;
O prontuário contém o segredo médico
e constitui-se de: Resumo de Alta/Óbito.
Conceitos importantes na dispensação em nível Hospitalar:
Prescrição Médica
A prescrição médica é uma
ordem escrita, expedida
pelo médico, que visa
 A prescrição médica precisa ser
através da identificação do racional, além de adequada ao
diagnóstico, especificar paciente, fornecendo informações,
qual o plano terapêutico a instruções e recomendações para
que seja plenamente atendida.
ser traçado.
Conceitos importantes na dispensação em nível Hospitalar:
Não-conformidade em  Letra ilegível (se manuscrita);
Prescrição Médica  Uso de siglas para nomear
medicamentos;
 As não-  Prescrição de medicamento não
conformidades em padronizado ou descontinuado;
uma prescrição  Doses inexistentes ou posologia
médica são equivocada;
 Forma Farmacêutica inexistente;
evidenciadas por
 Interação medicamentosa severa;
algumas  Não-identificação do prescritor (falta
características: carimbo, assinatura, etc).
Prescrição Médica Prescrição Médica
Manual Digitalizada

Prescrição Médica Eletrônica


Prescrição Médica Manual
Tipos de Sistema?

Coletivo

Individualizado

Dose-Unitária

Misto
Coletivo Características:
 A farmácia se torna mero
Definição: fornecedor de produtos;
É o sistema pelo qual a farmácia faz  Quem faz a dispensação é
o fornecimento atendendo a um
a enfermagem;
pedido feito pela unidade solicitante.
O pedido não é feito em nome do  Armazenagem/estocagem
paciente, e sim em nome da unidade inadequada;
solicitante; não existe controle dos
medicamentos dispensados.  Descontrole total.
 Falta de revisão da prescrição  Uso inadequado de
pelo farmacêutico; medicamentos nas unidades
assistências ;
 Maior incidência de erros na
administração de medicamentos;  Aumento de estoque nas
unidades assistências;
 Consumo excessivo do tempo da
enfermagem em atividades  Perda de medicamentos;
assistenciais;
Grande disponibilidade de medicamentos nas unidades
assistências;
Redução do número de solicitações e devoluções de
medicamentos à farmácia;
Necessidade de menor número de funcionários na
farmácia.
Coletivo
Coletivo
Individualizado Características:

 Esclarecer e orientar o corpo


Definição:
clínico quanto à doses ,
Por este sistema, o fornecimento é incompatibilidades, posologia ,
feito através da prescrição médica, etc;
sem esquema posológico rígido ,
 Orientar o corpo clínico e de
seja através de xérox ou cópia
enfermagem quanto à existência
carbonada.
de similares ou mesmo os
É um pré-requisito para genéricos;
S.D.M.D.U.
 Consumo significativo do tempo de  Promoção do acompanhamento de
enfermagem em atividades pacientes e otimização da qualidade
relacionadas aos medicamentos; assistencial;
 Necessidade por parte da  Diminuição do estoque periférico;
enfermagem de cálculo e preparo  Otimização das devoluções à farmácia;
de dose;
 Aumento da integração do farmacêutico
 Perda de medicamentos devido a a equipe de saúde.
desvio, validade e uso inadequado.
Individualizado
Dose Unitária
Características:
Definição:
 Racionalização da terapêutica;
 Neste sistema, os medicamentos
são dispensados unitariamente, em
suas corretas doses,  Assegurar que os medicamentos
acondicionados em embalagens cheguem ao paciente de forma
plásticas “lacradas”, contendo o segura e higiênica.
nome, leito do paciente e horário da
administração.
Dose Unitária: medicamento certo,
paciente certo, na hora certa.
 Identificação do  Otimização do processo  Diminuição de estoque
medicamento até o de devoluções; nas unidades
momento de sua assistências com
 Faturamento mais exato;
administração, sem consequente redução
necessidade de  Segurança para o médico de perdas
transferência e cálculos; no cumprimento da
 Redução do espaço
prescrição;
 Redução do tempo da destinado a guardar
enfermagem com  Participação efetiva do medicamentos;
atividades relacionadas ao farmacêutico;
medicamento;
 Dificuldade de se obter no mercado farmacêutico
todas as formas e dosagens para uso em dose unitária;

 Resistência dos serviços de enfermagem;

 Aumento das necessidades de recursos


humanos/financeiros.
Dose Unitária
Sistemas mecânicos automatizados (“robôs”) e softwares
podem ser usados para promover a eficácia e eficiência
nos processos de prescrição, dispensação, monitoração
clínica, facilitando a intervenção técnica do farmacêutico
antes da primeira dose.
 Estratégia para viabilizar dose unitária
 Segurança
Sistema
Automatizado
Pyxis
Sistema
Automatizado
Pyxis
Procedimentos padrões
Procedimentos padrões:
Orientações para o Preenchimento da Prescrição Médica
Hospitalar
 Prescrever COM LETRA LEGÍVEL OU DE FORMA (artigo 11 do Código de Ética Médica).
 Utilizar o impresso apenas para prescrição. Segundo sua padronização: medicamento,
dose, via de administração e frequência.
 Prescrever na sequência padrão: dieta, soros, medicamentos (EV, IM, SC, VO...), exames
complementares e cuidados específicos.
 Enumerar todos os itens prescritos.
 Prescrever sem rasuras e, ao suspender um medicamento, escrever “suspenso” sem
rasurar.
 Prescrever medicamentos padronizados. Na dúvida, consultar o farmacêutico.
Procedimentos padrões:
Orientações para o Preenchimento da Prescrição Médica
Hospitalar
 Preferir o nome genérico do medicamento.
 Evitar ordens telefônicas, porém, quando forem imprescindíveis, rubricar na próxima
visita médica.
 Ao finalizar a prescrição, deixar nome completo legível, CRM e/ ou carimbo e telefone
para contato.
 Atualizar os itens da prescrição diariamente.
Procedimentos padrões:
Medicamentos com Sons e Grafias semelhantes - fique atento,
a troca causa dano ao paciente.
Procedimentos padrões:
Orientação na manipulação e administração de Imunobiológicos.
Criar um manual de orientação na manipulação e
administração com os dados abaixo:

Nomenclatura;
Indicação;
Contra indicação;
Apresentação;
Reconstituição / diluição;
Dose
Reações adversas;
Cuidados de enfermagem.
Procedimentos padrões:
Orientação na manipulação e administração de Imunomoduladores
Criar um manual de orientação na manipulação e
administração com os dados abaixo:

Nomenclatura;
Indicação;
Contra indicação;
Apresentação;
Reconstituição / diluição;
Dose
Reações adversas;
Cuidados de enfermagem.
Procedimentos padrões:
Medicamentos prescritos sob -regime “se necessário”:
importância de indicação e frequencia
 Estas informações fazem a prescrição mais completa, reforça a segurança no processo de
dispensação e administração do medicamento e garante assistência correta ao paciente.

EX. EX.

Prescrito: (errado) Prescrito: (correto)


1) Dipirona 1g EV se dor 1) Dipirona 1g EV se dor / febre até
2) Ondasentrona 2mg EV se S/N 6/6h
2) Ondasentrona 2mg EV se náuseas /
vômitos até 8/8h
Procedimentos padrões:
Medicamentos para administração subcutânea: seringas pré-preenchidas

Criar uma tabela com os dados abaixo:

Nome comercial Nome Genérico Orietações quanto à


presença de ar
Procedimentos padrões:
Medicamentos IV direto - orientações para uso em infusão:
Procedimentos padrões:
Informações para Administração Hipodermóclise
Procedimentos padrões:
Medicamentos de Uso Restrito
Procedimentos padrões:
Tabela de diluição de medicamentos intravenosos
Procedimentos padrões:
Validade de líquidos orais após a abertura do frasco
Procedimentos padrões:
Antídotos
Adsorção de tóxicos Benzodiazepínicos Heparina Opióides
no estômago e trato
gastrointestinal
Carvão ativado​ Flumazenil​ Protamina Naloxona​
Cloridrato ​
DOSE: DOSE: DOSE: DOSE:
Adultos: Dose usual: 0,2 mg, IV, repetindo a Dose usual: 1 mL de protamina neutraliza SUPERDOSAGEM DE OPIÓIDES
Adultos: Dose inicial: 25 - 100g / Dose Adultos - IV, IM, SC: Dose inicial: 0.4-2 mg; repetir a
manutenção: 20 - 50g a cada 2 - 6h cada 30 a 60 segundos até o paciente acordar. 1000 UI de heparina.
cada 2-3 min S/N. Dose máxima: 10 mg; se não
Dose máxima: 3 mg, IV. ​Dose máxima: 50 mg, IV, em infusão por 10
Crianças: < 1 ano: 10 - 25g ou 0,5 - houver resposta outras causas de depressão
Crianças: Dose usual: 0,01 mg/kg, IV, min. respiratória devem ser consideradas.
1g/kg. Metade da dose inicial pode ser inicialmente 0,01 mg/kg a cada minuto, até o Crianças: <5 anos ou ≤20 kg: IV, IM - 0.1
repetida a cada 2 - 6h S/N paciente acordar. Dose máxima: 1 mg, IV ou mg/kg/dose, repetir a cada 2-3 min S/N. Dose
1-12 anos: 25 - 50 g ou 1-2 g/kg. Metade 0,05 mg/kg (total) ou 0,2 mg/dose. máxima: 2 mg. ≥5 anos ou >20 kg: IV, IM - 2 mg;
da dose inicial pode ser repetida a cada 2 repetir a cada 2-3 min S/N. Dose máxima: 10 mg.
- 6h S/N
>12 anos: dose adultos
Procedimentos padrões:
Fórmulas Padronizadas de NPT
Portaria nº 272, de 08 de abril de 1998:

A via de acesso utilizada para a administração da NP é


exclusiva. É vedada a sua utilização para outros
procedimentos. Casos excepcionais devem ser submetidos à
avaliação da EMTN.
Procedimentos padrões:
Fórmulas Padronizadas de NPT
Portaria nº 272, de 08 de abril de 1998:

Via exclusiva
Só deve ser administrada via cateter venoso central

Pode ser administrada via cateter venoso periférico ou central


Alguém tem interesse nos
procedimentos discutidos
na aula de hoje??

Procedimentos
“Somos todos responsáveis por
interromper um ato inseguro. Quem
ganha com isso são aqueles que estão
no centro de tudo o que fazemos:
Nossos Pacientes.”

Leandro Martins dos Santos


leandro.msantos@einstein.br

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