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CENTRO UNIVERSITÁRIO DOCTUM DE TEÓFILO OTONI

CURSO DE BACHARELADO EM FARMÁCIA

ANDRÉ BABROSA DE OLIVEIRA


JUSCIELLY GOMES RODRIGUES
LUCIANA DE BASTOS BRITES

PROJETO INTEGRADOR I: Importância do Acompanhamento


Farmacoterapêutico em Pacientes Idosos.

TEÓFILO OTONI/MG
2022
ANDRÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
JUSCIELLY GOMES RODRIGUES
LUCIANA DE BASTOS BRITES

PROJETO INTEGRADOR I: Importância do Acompanhamento


Farmacoterapêutico em Pacientes Idosos.

Projeto de Intervenção apresentado ao


componente curricular Projeto Integrador I
do Curso de Bacharelado em Farmácia do
Centro Universitário Doctum de Teófilo
Otoni como requisito para avaliação
parcial, orientado pelo professor Fábio
Mendes.

TEÓFILO OTONI/MG
2022
RESUMO

O crescente aumento da população idosa traz desafios cada vez maiores para os
serviços bem como para os profissionais da saúde, pois é enorme o número de
patologias encontradas com sintomatologias diversas, além, de doenças crônicas
degenerativas, as quais precisam de terapias medicamentosas prolongadas ou
contínuas. Neste sentido a parcela idosa da população consiste no grande número
consumidores de medicamentos e dentro deste contexto se verifica a importância da
assistência farmacêutica como componente das estratégias de atenção á saúde, a
qual busca promover o uso racional dos medicamentos bem como uma e educação
terapêutica adequada. Portanto observando-se as questões relacionadas ao uso de
medicamentos pelos idosos entende-se que a problemática deste trabalho consiste
em compreender como o farmacêutico pode contribuir para a prevenção de
problemas relacionados a medicamentos (PRMs) de pacientes idosos. Para se
responder a essa problemática buscou-se abordar quais as estratégias necessárias
para a prevenção de problemas relacionados aos medicamentos utilizados pelos
pacientes idosos, apontando os principais problemas relacionados aos
medicamentos, bem como conceituar o acompanhamento farmacoterapêutico
apontando o papel do farmacêutico. A metodologia utilizada adotada consistiu na
busca me material bibliográfico segundo as palavras chaves, analisando-se os
materiais mais relevantes de forma qualitativa, portanto este trabalho se baseia
numa pesquisa bibliográfica. Logo entende-se que a assistência pode ter como
suporte o aconselhamento, permitindo maior relacionamento entre profissionais de
saúde e pacientes, tornando o tratamento mais eficaz, capacitando o idoso para lidar
com os possíveis efeitos colaterais e interações medicamentosas, contribuindo,
assim, para adesão ao tratamento. Portanto o acompanhamento farmacoterapêutico
é um importante mecanismo para a atenção farmacêutica, onde o farmacêutico é
responsável por atender as necessidades do paciente mediante a detecção,
prevenção e resolução de problemas ligadas ao uso dos medicamentos, onde tais
problemas reforçam a importância do acompanhamento farmacoterapêutico no
intuito de melhorar a farmacoterapia, garantindo a segurança bem como o uso
racional dos medicamentos pelos pacientes.

Palavras-chave: assistência farmacêutica; atenção Farmacêutica; saúde do idoso;


uso irracional dos medicamentos; uso racional de medicamentos.
ABSTRACT

The growing increase in the elderly population poses increasing challenges for
services as well as for health professionals, since the number of pathologies with
different symptomatologies, as well as chronic degenerative diseases, which require
prolonged or continuous drug therapies. In this sense, the elderly population consists
of a large number of drug users and within this context the importance of
pharmaceutical care as a component of health care strategies is verified, which
seeks to promote the rational use of medicines as well as an adequate therapeutic
education. Therefore, it is understood that the problem of this work is to understand
how the pharmacist can contribute to the prevention of drug-related problems
(PRMs) in elderly patients. In order to respond to this problem, we sought to address
the strategies needed to prevent problems related to the medications used by elderly
patients, pointing out the main problems related to medications, as well as
conceptualizing the pharmacotherapeutic follow-up, pointing out the role of the
pharmacist. The methodology used consisted of searching for bibliographic material
according to the key words, analyzing the most relevant materials in a qualitative
way, so this work is based on a bibliographical research. It is soon understood that
care can be supported by counseling, allowing greater relationship between health
professionals and patients, making treatment more effective, enabling the elderly to
deal with possible side effects and drug interactions, thus contributing to adherence
treatment. Therefore, pharmacotherapeutic monitoring is an important mechanism for
pharmaceutical care, where the pharmacist is responsible for meeting the needs of
the patient through the detection, prevention and resolution of problems related to the
use of medicines, where such problems reinforce the importance of
pharmacotherapeutic monitoring in order to to improve pharmacotherapy, ensuring
safety as well as rational use of medicines by patients.

Keywords: pharmaceutical care; pharmaceutical attention; health of the elderly;


irrational use of medicines; rational use of medicines
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................6
2 OBJETIVOS..............................................................................................................7
2.1 OBJETIVO GERAL.........................................................................................7
2.2 OBJETIVO ESPECÍFICO................................................................................8
3 JUSTIFICATIVA........................................................................................................8
4 REFERENCIAL TÉORICO…………………………………………………………..…...9
4.1 OS PROBLEMAS RELACIONDADOS AOS MEDICAMENTOS EM
PACIENTES IDOSOS……………………………………………………………………….9
4.2 CONCEITUANDO O ACOMPANHAMENTO FARMACOTERAPÊUTICO...12

4.3 O PAPEL DO ACOMPANHAMENTO FARMACOTERAPÊUTICO DE


PACIENTES IDOSOS………………………………………………………………..……16
5 METODOLOGIA………………………………………………………………………….19
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS……………………………………………….……………20
REFERÊNCIAS.......................................................................................................22
6

1 INTRODUÇÃO

O acompanhamento farmacoterapêutico é um serviço clínico realizado por um


farmacêutico, ele ajuda o paciente a fazer o uso correto de medicamentos a fim de
garantir a sua saúde e uma boa qualidade de vida (LIMA, COSTA, 2014). O
acompanhamento farmacoterapêutico faz parte da atenção farmacêutica e busca a
melhor maneira para obter resultados da farmacoterapia a partir da assistência
farmacêutica, junto ao paciente, sobre o uso correto dos medicamentos,
monitoramento frequente do tratamento medicamentoso e as necessidades do
paciente. Ainda conforme Lima e Costa (2014, p.1) “este acompanhamento é um
procedimento operacional de atenção farmacêutica que almeja sempre a segurança
e a qualidade de vida do paciente.”
O idoso vem aumentando sua expectativa de vida, e com isso, crescem
também as necessidades destes com os cuidados em saúde, estes as vezes fazem
uso de diversos medicamentos, tornando a farmacoterapia complicada, o que faz a
maioria abandonar o tratamento ou usar de forma incorreta os medicamentos
(CASTELLAR, 2016).
Diante dessa situação o idoso se torna vulnerável aos medicamentos, que percebe a
importância do acompanhamento farmacoterapêutico, podendo assim identificar os problemas
relacionados com medicamentos e ajudar a solucioná-los, de forma a garantir um uso correto do
medicamento, a adesão, a melhor forma para que ele possa tomar, e entender o porquê está tomando
aquele remédio (CASTELLAR, 2016).
Os idosos chegam a constituir 50% dos multiusuários de medicamentos. Por
conseguinte, é comum encontrar, em suas prescrições, dosagens e indicações
inadequadas, interações medicamentosas, associações e redundâncias (uso de
fármacos pertencentes a uma mesma classe terapêutica) e medicamentos sem valor
terapêutico. Tais fatores podem gerar reações adversas aos medicamentos,
algumas delas graves e fatais (MOSEGUI et. al., 1999).
O acompanhamento farmacoterapêutico em idoso é uma ferramenta
importante, pois é uma pratica mais próxima do paciente com um contato maior de
tempo, onde ele fica a vontade e o farmacêutico pode fazer uma consulta mais
detalhada de todo o seu tratamento farmacoterapêutico, identificando seus PRMs e
ajudando a resolvê-los, diminuindo assim o abandono do tratamento, os erros de
medicação e a forma de uso (CAMPOS, 2020)
7

O acompanhamento farmacoterapêutico preconiza um atendimento mais


humanizado, incluindo maior tempo de atenção ao paciente a fim de
investigar a posologia, aspectos relacionados ao acesso, à adesão, à
administração e ao armazenamento de medicamentos; identificar reações
adversas e dificuldades que o paciente apresente para seguir a prescrição
médica (LIMA, COSTA, 2014, p. 1).

No idoso devemos levar em consideração as mudanças que ocorrem em seu


organismo, como mudanças na sensibilidade aos medicamentos. Neste sentido
Bisson afirma que:

Mudanças na afinidade da ligação das drogas aos sítios receptores, eventos


pós receptores e mecanismos de controle homeostáticos podem resultar em
diferenças na sensibilidade intrínseca a medicamentos entre os pacientes
idosos (BISSON, 2007, p. 327).

Conforme apresentado pelo segundo consenso de Granada, os problemas relacionados aos


medicamentos são considerados como sendo “problemas de saúde”, os quais podem ser
compreendidos como sendo resultados clínicos negativos, os quais se originam por meio da
farmacoterapia a qual, produzidos por diversas razões, onde estás, provocam o não alcance dos
objetivos terapêuticos almejados, bem como, promove o aparecimento de efeitos colaterais, os quais
não são buscados (OPAS, 2002). E é dentro deste ponto que surge a problemática
envolvendo este trabalho a qual consiste em, como o farmacêutico pode contribuir
para a prevenção dos problemas relacionados ao uso dos medicamentos (PRMs)
por pacientes idosos?
Portanto, neste trabalho, iremos desenvolver ações educativas voltadas à
compreensão da importância da conciliação farmacológica em pacientes idosos de
modo a se abordar a importância do acompanhamento da terapia medicamentosa
do idoso, apresentando os principais problemas relacionados aos medicamentos e
as estratégias adotadas pelo farmacêutico para identificar, solucionar e prevenir
agravos à saúde desses pacientes.

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL:

Abordar as estratégias necessárias para a prevenção de problemas


relacionados aos medicamentos utilizados pelos pacientes idosos.
8

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

 Apontar os principais problemas relacionados aos medicamentos em


pacientes idosos;
 Conceituar acompanhamento farmacoterapêutico;
 Discorrer sobre o papel do acompanhamento farmacoterapêutico de
pacientes idosos.

3 JUSTIFICATIVA

O desenvolvimento deste estudo, portanto se justifica devido ao fato do uso


de medicamentos por idosos conforme Marques et. al. (2017), estar crescendo cada
vez mais, bem como sua expectativa de vida também ter aumentado, além do fato
de que, os idosos de um modo geral, apresentam uma saúde mais frágil, sendo
necessária, portanto, uma atenção especial na promoção em saúde desses
pacientes. Ainda conforme Campos et. al. (2020), o número de idosos cresce cada
vez mais no país, o que torna necessária a criação de medidas de cuidado voltadas
para essa parcela da população, tais como: o acompanhamento farmacoterapêutico;
garantia da adesão ao tratamento e prevenção do uso irracional de medicamentos;
Políticas de combate a interrupção da farmacoterapia; Combate as interações
medicamentosas e a automedicação (LIMA, COSTA, 2014).
Outro fato que justifica a execução do presente estudo se da pela
necessidade de se alcançar a melhoria das condições de saúde dos idosos, sendo
que nesse caso são necessários cuidados específicos na administração da dose
correta, no horário certo, e a determinação do tempo da terapia medicamentosa para
favorecer a eficácia do tratamento (CALDAS, 2017). O farmacêutico deve
responsabilizar-se sanitariamente diante dos pacientes, promovendo o uso racional
da farmacoterapia, fornecendo esclarecimentos sobre a prescrição de
medicamentos e informações sobre o uso por automedicação (GHENO, 2019).
Inserido nos sistemas de saúde, este profissional configura-se como uma das
últimas oportunidades de corrigir, identificar ou reduzir prováveis riscos associados à
terapêutica (CAMPOS et. al., 2020).
9

4 REFERENCIAL TEÓRICO

4.1 OS PROBLEMAS RELACIONDADOS AOS MEDICAMENTOS EM PACIENTES


IDOSOS

A população idosa vem crescendo bastante nesses últimos anos, com isso
mais problemas de saúde e mais medicamentos para tomar, vendo que o idoso
apresenta uma maior dificuldade para fazer o uso de todos eles, propõe-se que o
acompanhamento farmacoterapêutico com o farmacêutico pode ser uma alternativa
para resolver esse problema, pois é voltado para o medicamento junto com o
paciente.
Os idosos, na maioria, fazem uso de vários medicamentos juntos, tratando
várias doenças ao mesmo tempo, o que torna mais difícil a adesão ao tratamento,
entender o porquê de tantos medicamentos, ainda que a maioria possua doenças
crônico-degenerativas precisam de tratamento contínuo e por um longo período de
tempo, com isso tem se os problemas relacionados com os medicamentos, onde o
farmacêutico interage com o paciente, e identifica os problemas e ajuda a solucioná-
los, de forma que ele se sinta seguro e entenda a importância de seu tratamento e
de um jeito mais simples.

Os idosos fazem uso de vários tipos de medicamentos, o que os tornam


vulneráveis à riscos de Problemas Relacionados aos Medicamentos –
PRMs. A atuação do farmacêutico é importante para garantir adesão ao
esquema terapêutico e segurança ao usuário por meio de orientações
relacionadas à administração e à promoção do uso racional de
medicamentos (LIMA; COSTA, 2014, p.1).

Uma das maiores dificuldades é a quantidade de medicamentos prescritos


pelo médico, tornando a farmacoterapia bastante complicada, além das dosagens,
dos medicamentos, dos fármacos contraindicados para idosos, dos efeitos adversos.

Entre os principais indicadores da qualidade de uma farmacoterapia


prescrita aos idosos pode se destacar o número de medicamentos
empregados, a proporção dos fármacos contraindicados à faixa etária, além
das associações que possam provocar interações medicamentosas
potencialmente perigosas e as redundâncias farmacológicas (CASTELLAR
et al.,2006, p.2).
10

Os idosos chegam a constituir 50% dos multiusuários de medicamentos. Por


conseguinte, é comum encontrar, em suas prescrições, dosagens e indicações
inadequadas, interações medicamentosas, associações e redundâncias (uso de
fármacos pertencentes a uma mesma classe terapêutica) e medicamentos sem valor
terapêutico. Tais fatores podem gerar reações adversas aos medicamentos,
algumas delas graves e fatais (OLIVEIRA, 1994; SCHRADER et al., 1996;
MOSEGUI et al, 1999).
Conforme apresentado pelo segundo consenso de Granada, os problemas
relacionados aos medicamentos, são considerados como sendo “problemas de
saúde, os quais podem ser compreendidos como sendo resultados clínicos
negativos, os quais se originam por meio da farmacoterapia a qual, produzidos por
diversas razões, onde estás, provocam o não alcance dos objetivos terapêuticos
almejados, bem como, promove o aparecimento de efeitos colaterais, os quais não
são buscados (COMITÉ DE CONSENSO, 2002).
Um método bastante utilizado pela farmácia clinica no acompanhamento
farmacoterapêutico é o método Dáder, que é um seguimento farmacoterapêutico
que auxilia o farmacêutico a identificar e classificar os PRMs. Os PRMs mais
comuns em idosos são na maioria das vezes consequências da grande quantidade
de medicamentos que usam por longos períodos de tempo.

O acompanhamento ou seguimento farmacoterapêutico é um instrumento


usado para a prática da Assistência Farmacêutica no qual o farmacêutico se
responsabiliza pelas necessidades do paciente relacionadas ao uso de
medicamentos mediante a detecção, prevenção e resolução de Problemas
Relacionados aos Medicamentos (LIMA, COSTA, 2014, p.1).

Diversas são as causas deste problema, contudo, as principais estão


condicionadas aosurgimento de um problema relacionado aos medicamentos
utilizados pelos idosos, sendo que as falhas desde o processo de prescrição se
estendendo até mesmo ao processo de monitorização da farmacoterapia (GURWITZ
et al., 2003).
Conforme explicitado por Mosegui (1999), deve-se compreender que a
prescrição médica possui uma forte influência sobre o modo de como a população
de um modo geral em especial da parcela idosa faz a utilização dos medicamentos,
inclusive no tocante as práticas de automedicação. Ainda sobre essa questão
conforme Zermanski et al. (2001), a análise farmacêutica da prescrição bem como
11

sobre a utilização de medicamentos em idosos pode identificar circunstâncias


geradoras de problemas relacionados ao uso de medicamentos, possibilitando
atuação preventiva anterior à ocorrência de um resultado clínico negativo.
São inúmeras as metodologias que buscam uma sistematização de práticas
relacionadas á assistência farmacêutica, no Brasil o método mais utilizado consiste
na metodologia Dáder, está, foi desenvolvida pelo Grupo de Investigação em
Atenção Farmacêutica da Universidade de Granada na Espanha, com o objetivo de
ser utilizado em farmácias comunitárias, mas deve-se ressaltar que está pode ser
utilizada em qualquer paciente (CASTRO, 2004).
A Tabela 1 a seguir relaciona os problemas relacionados aos medicamentos
investigados através da utilização do método de DÁDER, devendo-se ressaltar que
tais problemas podem ser identificados em qualquer uma das parcelas da população
que venha a fazer uso de medicamentos.
12

Tabela 1: Problemas relacionados aos medicamentos.


NECESSIDADE
PRM 1 O paciente não toma os medicamentos de que
necessita
PRM 2 O paciente toma medicamentos que não necessita
EFETIVIDADE
PRM 3 O paciente toma um medicamento, que estando
indicado para sua situação, está mal selecionado
PRM 4 O paciente toma uma dose inferior do medicamento
indicado para sua situação
SEGURANÇA
PRM 5 O paciente toma dose superior do medicamento
indicado para sua situação
PRM 6 O paciente toma um medicamento que provoca uma
reação adversa
13

Fonte: Método Dàder, 2004

Entre todos os grupos de usuários de medicamentos, possivelmente os


idosos consistem no grupo o qual é o mais medicado, fato este que pode ocorrer
devido ao aumento considerável de doenças crônicas que estão relacionadas a essa
parcela da população, as quais surgem com a idade devido a fatores diversos
(ROZENFELD et al., 1997).
Inúmeros estudos avaliativos apontam que além da utilização de um grande
número de medicamentos pelos idosos (MIRALLES, 1992; VERAS, 1994), é
importante ter o conhecimento de que grande parte destes medicamentos utilizados
são dos grupos dos: analgésicos, anti-inflamatórios e psicotrópicos (POLOW et al.,
1994).
Observando-se o exposto no parágrafo anterior, verifica-se o porquê do
grande aumente nas incidências de problemas relacionados ao uso dos
medicamentos, o que leva a população vulnerável, principalmente os idosos, a
adquirem diversos problemas de saúde, bem como acarreta um aumentando
significativo dos custos dos sistemas de atenção sanitária (OMS, 1993). Segundo a
Sinitox (2002), no Brasil, os medicamentos ocupam a primeira posição entre os
causadores de intoxicações desde o ano de 1996, no entanto, ainda existe uma
enorme carência de estudos independentes na área de utilização de medicamentos
no país, bem como, ocorre uma grande omissão pelo poder público no tratamento
desta questão.
Assim podemos perceber que trabalhos voltados a se identificar e divulgar os
problemas relacionados aos medicamentos em idosos, em populações específicas
para profissionais da área de saúde são de grande importância, seja para a
comunidade científica ou usuários de medicamentos.

4.2 CONCEITUANDO O ACOMPANHAMENTO FARMACOTERAPÊUTICO

O farmacêutico possui um importante papel no que diz respeito ao


fornecimento de informação sobre a terapêutica do doente, este consiste no
profissional cuja formação é específica no que diz respeito aos medicamentos, bem
como a acessibilidade a este pelos doentes e mais fácil, podendo proporcionar
assim, uma redução nos índices de morbilidade e mortalidade que estão associados
14

ao uso dos fármacos (FARRIS, KIRKING, 1993).


No ano de 1980, Brodie, descrevia cuidados farmacêuticos como sendo uma
atividade profissional retrata a determinação da necessidade dos medicamentos que
se fazem necessários em uma determinada situação individual, sobre o
fornecimento dos medicamentos, bem como dos serviços necessários (antes,
durante e depois do tratamento) podendo assim, se garantir uma maior segurança
óptima e maior eficiência e efetividade terapêutica (BRODIE; PARISH; POSTON,
1980).
O conceito de assistência farmacêutica surge em 1990 por meio do artigo
“Oportunidades e Responsabilidades em Atenção Farmacêutica”, publicação de
Charles Hepler e Linda Strand. Embora já houvesse há muito tempo uma
preocupação considerável com os resultados terapêuticos promovidos pelos
medicamentos, o profissional farmacêutico começou a tomar consciência da
oportunidade de ocupar um novo espaço na atenção à saúde, baseado na
responsabilidade sobre esses resultados (GOVATO, 2011).

Quando, em princípio, a chamada atenção farmacêutica surge como a


primeira tradução de assistência farmacêutica duas circunstâncias com
indubitáveis influências sobre seu processo histórico fazem-se notar: Um
questionamento importante acerca do papel do farmacêutico diante da
sociedade; Uma “medicalização” da sociedade como consequência dos
importantes avanços que a indústria farmacêutica produziu na segunda
metade do século XX (GOVATO, 2011, p. 1)

A Atenção Farmacêutica está inserida na Assistência Farmacêutica e se


destaca como uma prática onde o farmacêutico assume a responsabilidade e o
compromisso de identificar e satisfazer as necessidades dos usuários relacionadas à
farmacoterapia, garantindo que esta seja a mais indicada, efetiva, segura e
conveniente, resultando em melhora do quadro clínico, alcance e manutenção de
objetivos terapêuticos (AIRES, MEIRELES, 2006).
O acompanhamento farmacoterapêutico contribui para a obtenção de
resultados favoráveis com o uso de medicamentos, principalmente naqueles
usuários portadores de doenças crônicas não transmissíveis como a hipertensão e o
diabetes, quando, na maioria dos casos, é necessária a utilização de medicamentos
por toda a vida e a baixa adesão à terapia representa um importante problema de
saúde pública, pois as complicações relacionadas ao descontrole dessas
enfermidades podem ocasionar aumento do número de internações hospitalares e
15

da taxa de mortalidade (ALMEIDA, 2007).


O acompanhamento farmacoterapêutico é considerado uma prática realizada
pelo farmacêutico com a intenção de resolver problemas relacionados ao
medicamento. De acordo com Lima e Costa (2014, p.1) “este acompanhamento é
um procedimento operacional de atenção farmacêutica que almeja sempre a
segurança e a qualidade de vida do paciente.”
O acompanhamento ou seguimento farmacoterapêutico é um instrumento
usado para a prática da assistência farmacêutica, na qual, o farmacêutico se
responsabiliza pelas necessidades do paciente relacionadas ao uso de
medicamentos mediante a detecção, prevenção e resolução de Problemas
Relacionados aos Medicamentos (PRM), de forma continuada, sistematizada e
documentada, em colaboração com o próprio paciente e com a equipe
multidisciplinar, para alcançar resultados concretos que contribuam com a melhor
qualidade de vida do paciente (ANGONESI, SEVALHO, 2010).
O acompanhamento farmacoterapêutico vem sendo bastante utilizado desde
com resultados bem satisfatórios, seu método ajuda a identificar as necessidades do
paciente com o medicamento, baseado em identificar, prevenir e resolver o
problema relacionado ao medicamento. De acordo com Maschio et al. (2016, p.1)
“seguimento farmacoterapêutico é um instrumento usado para a prática da AF no
qual o farmacêutico se responsabiliza pelas necessidades do paciente relacionadas
ao uso de medicamentos.” A atenção farmacêutica é uma atividade que relaciona o
paciente com o farmacêutico facilitando assim que ele exponha suas dificuldades
com o uso do medicamento.
De acordo com Maschio et al., (2016, p.1) “é considerada uma interação
direta do farmacêutico com o paciente, objetivando o atendimento das suas
necessidades relacionadas aos medicamentos.” A prática da atenção farmacêutica,
visa o cuidado com o paciente tendo como foco o medicamento e também a
promoção, proteção e recuperação da saúde, tanto individual quanto coletiva, ela
possui um atendimento mais detalhado com a farmacoterapia do paciente, com um
tempo maior para identificar o problema.

O serviço do farmacêutico clínico consiste em desenvolver e promover o


uso racional de medicamentos; tal ferramenta facilita a interação do
farmacêutico com o usuário do sistema de saúde, proporciona um melhor
acompanhamento dos pacientes, através do manejo da farmacoterapia
(LIMA, p. 1).
16

O modelo de acompanhamento farmacoterapêutico mais utilizado por


pesquisadores e farmacêuticos no mundo é o espanhol, denominado Método de
Dáder. Este método define PRM como qualquer evento indesejável, manifestado ou
provável, que envolva a farmacoterapia e interfere de maneira real ou potencial na
evolução clínica do paciente (OPAS, 2002). Assim, o Método de Dáder propõe um
procedimento concreto, no qual se elabora uma avaliação da situação global do
paciente. A partir desta avaliação, derivam-se as intervenções farmacêuticas
correspondentes, nas quais cada profissional clínico em conjunto com o paciente e
seu médico decidem a conduta em função dos conhecimentos e condições
particulares que afetam cada caso (CORRER, 2011).
No ano de 1993, ocorreu a segunda reunião da Organização Mundial de
Saúde, a qual tratou acerca das funções do farmacêutico dentro do sistema de
cuidados em saúde, tendo sido salientado nesta, a real necessidade de um maior
envolvimento dos farmacêuticos no que diz respeito a avaliação dos resultados
sobre a utilização dos medicamentos, bem como, os outros aspectos quese
relacionam aos cuidados em saúde (FIP, 1993).
Deve-se reenterrar que outro marco importante sobre a clarificação deste
conceito foi discutido e estabelecido através de uma resolução do Comité de
Ministros do Conselho da Europa que ocorreu no ano de 2001, onde se deixou claro
e objetivo, a necessidade de se reforçar o envolvimento do farmacêutico na
avaliação dos resultados obtidos através da farmacoterapia, interagindo assim, com
o doente e demais profissionais da área da saúde (COUNCIL OF EUROPE, 2001).
Conforme Hepler e Strand (1990) os cuidados cuidados farmacêuticos podem
ser definidos como sendo a participação ativa do profissional desta área na
assistência ao doente, dispensa e seguimento do tratamento farmacoterapêutico,
trabalhando de forma conjunta com demais profissionais de saúde, no intuito decse
buscar resultados para melhorar a qualidade de vida do doente, além de ser
considerado, o envolvimento do farmacêutico nas atividades que proporcionem boa
saúde e busquem prevenir doenças (HEPLER, STRAND, 1990).
Na atualidade os cuidados farmacêuticos possuem um conceito muito vasto, o
qual tem o significado de interação entre o farmacêutico e o doente, atuando de
forma cooperativa com o médico e demais profissionais de saúde, buscando atingir
a melhoria na qualidade de vida dos pacientes. Estão incluídos neste conceito a
17

dispensa ativa, consulta de indicação farmacêutica, farmacovigilância, manipulação


magistral, educação para a saúde e a farmacoterapia, portanto, engloba todas as
atividades que são destinadas para um doente (BRASIL, 2001).
Tendo como base o entendimento de que o seguimento farmacoterapêutico
consiste numa prática profissional na qual o profissional é o responsável pelas
necessidades do doente acerca dos medicamentos, ocorre por meio da detecção
dos problemas relacionados aos medicamentos (PRM), prevenção, resolução dos
resultados negativos ligados com à Medicação (RNM), buscando-se assim
resultados concretos que melhorem a qualidade de vida do doente. Estudos
demonstram que a implementação do seguimento farmacoterapêutico em
ambulatório ou em hospital melhoram os resultados pretendidos com a
farmacoterapia (SANTOS et al., 2007).

4.3 O PAPEL DO ACOMPANHAMENTO FARMACOTERAPÊUTICO DE


PACIENTES IDOSOS

O uso de medicamentos por idosos vem crescendo cada vez mais, um dos
fatores que contribui para esse aumento se relaciona a estimativa de vida que tem
aumentando significativamente. Os idosos, em geral, apresentam uma saúde mais
frágil, sendo necessária uma atenção especial para com a promoção da saúde
desses pacientes (MOSEGUI, 1999).
Com o aumento do número de idosos no país, se torna fundamental a criação
de medidas de cuidado voltadas para essa parcela da população, como o
acompanhamento farmacoterapêutico, o qual visa à garantia da adesão ao
tratamento e prevenção do uso irracional de medicamentos, destacando-se a
interrupção da farmacoterapia, as interações medicamentosas e a automedicação
que é muito praticada pelo homem de um modo geral (CASTELLAR et al., 2006)
A população idosa vem crescendo bastante nesses últimos anos, com isso
mais problemas de saúde e mais medicamentos para tomar, vendo que o idoso
apresenta uma maior dificuldade para fazer o uso de todos eles, propõe-se que o
acompanhamento farmacoterapêutico com o farmacêutico é uma alternativa para
resolver esse problema, pois é voltado para o medicamento junto com o paciente
(LIMA, COSTA, 2014).
18

Os idosos fazem uso de vários tipos de medicamentos, o que os tornam


vulneráveis a riscos de Problemas Relacionados aos Medicamentos –
PRMs. A atuação do farmacêutico é importante para garantir adesão ao
esquema terapêutico e segurança ao usuário por meio de orientações
relacionadas à administração e à promoção do uso racional de
medicamentos (LIMA, COSTA, 2014, p. 1).

Os idosos, na maioria, fazem uso de vários medicamentos juntos, tratando


várias doenças ao mesmo tempo, o que torna mais difícil a adesão ao tratamento,
entender o porquê de tantos medicamentos, ainda que a maioria possua doenças
crônico-degenerativas precisam de tratamento contínuo e por um longo período de
tempo, com isso tem se os PRMs, onde o farmacêutico interage com o paciente, e
identifica os problemas e ajuda a solucioná-los, de forma que ele se sinta seguro e
entenda a importância de seu tratamento e de um jeito mais simples (OLIVEIRA,
1994).

Os idosos fazem uso de vários tipos de medicamentos, o que os tornam


vulneráveis à riscos de Problemas Relacionados aos Medicamentos –
PRMs. A atuação do farmacêutico é importante para garantir adesão ao
esquema terapêutico e segurança ao usuário por meio de orientações
relacionadas à administração e à promoção do uso racional de
medicamentos (LIMA, COSTA, 2014, p. 1).

Uma das maiores dificuldades é a quantidade de medicamentos prescritos


pelo médico, tornando a farmacoterapia bastante complicada, além das dosagens,
dos medicamentos, dos fármacos contraindicados para idosos, dos efeitos adversos
(CASTELLAR, et. al. 2006).

Entre os principais indicadores da qualidade de uma farmacoterapia


prescrita aos idosos pode se destacar o número de medicamentos
empregados, a proporção dos fármacos contraindicados à faixa etária, além
das associações que possam provocar interações medicamentosas
potencialmente perigosas e as redundâncias farmacológicas (CASTELLAR
et al., 2006).

Segundo Oliveira (1994) Schrader et al. (1996) e Mosegui et al. (1999), os


idosos chegam a constituir 50% dos multiusuários de medicamentos. Por
conseguinte, é comum encontrar, em suas prescrições, dosagens e indicações
inadequadas, interações medicamentosas, associações e redundâncias (uso de
fármacos pertencentes a uma mesma classe terapêutica) e medicamentos sem valor
terapêutico. Tais fatores podem gerar reações adversas aos medicamentos,
19

algumas delas graves e fatais.


Um método bastante utilizado pela farmácia clinica no acompanhamento
farmacoterapêutico é o método Dáder, que é um seguimento farmacoterapêutico
que auxilia o farmacêutico a identificar e classificar os PRMs. Os PRMs mais
comuns em idosos são na maioria das vezes consequências da grande quantidade
de medicamentos que usam por longos períodos de tempo (LIMA, COSTA, 2014).

O acompanhamento ou seguimento farmacoterapêutico é um instrumento


usado para a prática da AF no qual o farmacêutico se responsabiliza pelas
necessidades do paciente relacionadas ao uso de medicamentos mediante
a detecção, prevenção e resolução de problemas relacionados aos
medicamentos (LIMA, COSTA, 2014, p. 1).

O acompanhamento farmacoterapêutico em idoso é uma ferramenta


importante, pois é uma pratica mais próxima do paciente com um contato maior de
tempo, onde ele fica à vontade e o farmacêutico pode fazer uma consulta mais
detalhada de todo o seu tratamento farmacoterapêutico, identificando seus PRMs e
ajudando a resolvê-los, diminuindo assim o abandono do tratamento, os erros de
medicação e a forma de uso (POLACOW, 2007).

O acompanhamento farmacoterapêutico preconiza um atendimento mais


humanizado, incluindo maior tempo de atenção ao paciente a fim de
investigar a posologia, aspectos relacionados ao acesso, à adesão, à
administração e ao armazenamento de medicamentos; identificar reações
adversas e dificuldades que o paciente apresente para seguir a prescrição
médica (LIMA, COSTA, 2014, p. 1).

O processo de cuidado ao paciente envolve um conjunto de ações como


coleta de dados, integração destes com o conhecimento, geração de informações,
tomada de decisões e realização de avaliações clínicas e documentação de
resultados (CIPOLLE; STRAND; MORLEY, 2006). É composto por três etapas:
análise da situação (em que o farmacêutico avalia as necessidades
farmacoterapêuticas do paciente e identifica os possíveis problemas relacionados
com a terapia farmacológica); seguimento (no qual o farmacêutico elabora, junto ao
paciente, um plano de intervenção que inclua metas para obter a resolução e/ou
prevenção dos problemas farmacoterapêuticos e os objetivos do tratamento para
cada uma das condições clínicas do usuário); avaliação (são avaliados os resultados
obtidos com as intervenções realizadas) (ALMEIDA, 2007).
No idoso devemos levar em consideração as mudanças que ocorrem em seu
20

organismo, como mudanças na sensibilidade aos medicamentos, neste sentido


Polacow (2007, p. 327), afirma que:

Mudanças na afinidade da ligação das drogas aos sítios receptores, eventos


pós receptores e mecanismos de controle homeostáticos podem resultar em
diferenças na sensibilidade intrínseca a medicamentos entre os pacientes
idosos.

Quanto ao farmacêutico e ao enfermeiro, estes têm para o paciente idoso


uma importância relevante na condução da terapêutica prescrita. Há muita clareza,
para o idoso, quanto de diferença existe na formação superior para uma condução
orientada e responsável do farmacêutico e do enfermeiro, quando comparada dos
balconistas de farmácia ou auxiliares/técnicos de enfermagem (TEIXEIRA, 1999).
A atuação do farmacêutico tem influências positivas na adesão ao tratamento
e na minimização de erros quanto á administração dos medicamentos, já que esse
profissional reafirma as orientações quanto ao uso suscitado pelos prescritores e
avalia os aspectos farmacêuticos e farmacológicos que possam representar um
dano em potencial para o idoso. Considera-se que cada quatro de cinco idosos
possuem uma patologia crônica e que a probabilidade de desenvolvimento de
transtornos é maior para eventos adversos. É o caso dos psicotrópicos, cuja
acumulação pode desenvolver efeitos secundários, pois eles são eliminados
predominantemente pela via renal. Esse fato, aliás, tem sido atribuído a terapêutica
múltipla, gravidade das patologias e a idade (ANDRADE, SILVA, FREITAS, 2010).

5 METODOLOGIA

Para desenvolvimento do estudo optou-se pelo método da revisão


bibliográfica descritiva, de caráter qualitativo; com foco principal na abordagem do
tema. Foram analisadas citações de autores e pesquisadores no assunto.
Foram utilizadas informações atualizadas do Ministério da Saúde Brasileiro à
interpretação do autor dos artigos originais e revisões literárias. Os critérios de
inclusão foram preferencialmente textos em português, com resultados e conclusões
positivas, artigos na íntegra que retratassem a temática referente à revisão
integrativa e artigos publicados e indexados nos referidos bancos de dados, em
anos mais recentes possíveis.
21

Sendo assim, na realização desta pesquisa bibliográfica foram utilizados os


seguintes procedimentos técnicos:

a) Seleção bibliográfica e documentos afins à temática e em meios físicos e


na Internet, interdisciplinares, capazes e suficientes para que o pesquisador
construa um referencial teórico coerente sobre o tema em estudo, responda
ao problema proposto, corrobore ou refute as hipóteses levantadas e atinja
os objetivos propostos na pesquisa;
b) Leitura do material selecionado;
c) Análise e reflexão crítica sobre o material selecionado.
d) Exposição dos resultados obtidos através de um texto escrito. (GIL, 1991,
p.49).

Cabe destacar que estudo bibliográfico consiste no passo inicial na


construção efetiva de um protocolo de investigação.

A pesquisa bibliográfica é então feita com o intuito de levantar um


conhecimento disponível sobre teorias, a fim de analisar, produzir ou
explicar um objeto sendo investigado. A pesquisa bibliográfica visa então
analisar as principais teorias de um tema, e pode ser realizada com
diferentes finalidades. (CHIARA, et. al., 2008).

Deste modo o presente trabalho caracteriza-se como uma pesquisa


exploratória, que normalmente assume a forma de pesquisa bibliográfica ou estudo
de caso, sendo que no caso especifico do trabalho a ser desenvolvido sobre a
importância do acompanhamento farmacoterapêutico em pacientes idosos, será
adotada a Pesquisa Bibliográfica.
Quanto à abordagem do problema, este estudo se baseia numa pesquisa
qualitativa, pois busca encontrar materiais bibliográficos referentes ao tema
verificando assim o grau de qualidade dos materiais, sendo que para tanto serão
analisados e utilizados livros, revistas, artigos e as leis atualmente em vigor a
respeito do tema em questão, no intuito de se qualificar o que será usado como
referência para execução do trabalho.
Portanto, este estudo se caracteriza como revisão literária, será realizada por
meio de pesquisas em bancos de dados como: Google Acadêmico, Scielo, dentre
outros, o levantamento realizado ocorrerá nos períodos de Julho a Novembro de
2020, serão considerados os trabalhos realizados nos últimos 10 anos, sendo estes
analisados e selecionados de maneira qualitativa, em alguns casos quando se tratar
de autores renomados trabalhos com mais de 10 anos de publicação também serão
utilizados, o qual será realizado através da pesquisa e transcrições de textos de
22

autores com base nas palavras chaves: assistência farmacêutica; atenção


Farmacêutica; saúde do idoso; uso irracional dos medicamentos; uso racional de
medicamentos .

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Devido ao crescente processo de envelhecimento do idoso, e a repercussão


que este causa dentro da organização dos serviços e práticas assistências em
saúde, verifica-se a necessidade da criação de novas políticas voltadas para
cuidado ao idoso, bem como se vê as necessidades de uma reorientação acerca do
reconhecimento de que o idoso atualmente consiste num grande desafio para as
políticas públicas.
Dentro do plano político de saúde o reconhecimento acerca dos cuidados
para com o idoso encontra-se pautado através da observação das características
físicas, biológicas bem como conforme a maneira com a qual o idoso leva sua vida
em sociedade, fatores estes que repercutem na multidimensionalidade de saúde dos
mesmos. Assim é fundamental reconhecer que os diversos fatores existentes na
vida do idoso constituem num fator determinante para uma melhor qualidade de vida
desta parcela da população, a qual na maioria das vezes, se expressa na aceitação
das limitações do que na convivência com uma doença.
Para uma doença existe a utilização dos medicamentos na maioria dos casos
consiste na ferramenta utilizada para que seja possível prolongar a vida da pessoa
idosa, contudo, problemas surgem quando a utilização destes medicamentos ocorre
de maneira irracional, fato esse que no idoso tem se maximizado devido aos
aspectos farmacocinéticos e farmacodinâmicos. Tais aspectos tem causado
agravados devido a polimedicação, comercialização desenfreada a qual acaba por
expor o idoso há riscos de ocorrência de interações medicamentosas bem como de
reações adversas, sendo que o uso prolongado de certos fármacos aumenta a
mortalidade entre os idoso. Deve-se lembrar também que diversas associações
medicamentosas não possuem nenhuma racionalidade conforme a necessidade
terapêutica.
Conforme o exposto através da execução deste trabalho nota-se que a
assistência farmacêutica surge dentro do contexto de cuidados para com o idoso,
como uma ferramenta estratégica para que seja promovido o uso racional de
23

medicamentos, sendo fundamental compreender que desde a prescrição, a


orientação quanto ao uso e administração dos mesmos deve ser pautada na
responsabilidade que é compartilhada entre o idoso e os demais agentes de saúde,
como os farmacêuticos. Desta maneira fica evidente que a necessidade da utilização
de novas metodologias, tais como educação e aconselhamento terapêutico, devido
às limitações físicas e psíquicas das quais são acometidos os idosos para
manutenção de sua saúde, e garantindo assim, que o idoso não seja exposto a
danos que possam vir a refletir em resposta causadas pelo uso inadequado bem
como das interações medicamentosas.
Assim fica claro que é fundamental o papel do farmacêutico junto ao cuidado
com a saúde dos idosos, cabendo a este profissional estabelecer os critérios para a
seleção dos pacientes que devem ter seus perfis farmacoterapêuticos elaborados,
bem como a terapêutica farmacológica que necessitara de um maior
acompanhamento. Os pacientes idosos que se enquadrem nesse tipo de perfil,
portanto precisão de um acompanhamento farmacoterapêutico sendo esse de
grande importância principalmente para os idosos.
Através da realização do acompanhamento farmacoterapêutico o profissional
farmacêutico se coloca numa situação de maior proximidade para com o paciente,
além de possibilitar a prática dos conhecimentos que esse adquiriu durante sua
formação profissional, tendo como foco uma melhor qualidade de vida para os
pacientes. Portanto, conforme observado devido as ocorrências de PRM em idosos,
deve ser reforçada a importância da atuação do farmacêutico para com estes, afim
portanto, de melhorar a farmacoterapia, garantindo-se a segurança e um uso
racional dos medicamentos pelo paciente.

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