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Faculdade Santo Antônio

Curso: Farmácia/ Período: 3


Aluna: Marcelle França de Souza
Professora: Thais Santos de Casto

RESUMO CRÍTICO ARTIGO:

Das boticas aos cuidados farmacêuticos:


perspectivas do profissional farmacêutico.
O artigo destaca uma transição na profissão farmacêutica, passando de uma ênfase
técnica e social para uma abordagem mais burocrática e comercial. Isso é evidenciado
pelo testemunho de formandos que mencionam a predominância da assinatura de
documentos em suas atividades. A comercialização é enfatizada em publicações da
época, demonstrando a fusão entre a profissão e os negócios. O meio acadêmico
também reflete essa mudança, com currículos mais diversificados em busca de
diferentes mercados profissionais. O farmacêutico passa a ser identificado por adjetivos
que descrevem suas atribuições específicas. No Brasil, a bioquímica emerge como uma
área de destaque para os profissionais. No entanto, o texto aponta para a preocupação
de que os farmacêuticos se distanciem do serviço comunitário por questões
administrativas.
A descrição do papel do farmacêutico na farmácia comunitária mostra uma
predominância na dispensação de medicamentos, com interações limitadas com os
clientes. Isso pode levar à insatisfação profissional, uma vez que o exercício da
profissão muitas vezes não proporciona a satisfação desejada. Além disso, o aumento da
expectativa de vida e a prevalência de doenças crônicas impulsionam o consumo de
medicamentos.
O uso indiscriminado e muitas vezes inadequado de medicamentos é bastante
abordado, citando fatores como a persistência e surgimento de doenças, a ampliação
do número de medicamentos no mercado e a influência da publicidade. Destaca-se a
importância dos medicamentos na terapia, visando melhorar a qualidade de vida dos
pacientes, mas ressalta que seu uso inadequado pode resultar em problemas de
efetividade e segurança.
Estudos indicam que metade dos pacientes em farmácias comunitárias apresenta pelo
menos um problema relacionado à terapia medicamentosa, enfatizando que esses
problemas não são inerentes aos medicamentos, mas sim à forma como são prescritos,
dispensados e utilizados. O mau uso dos medicamentos e suas consequências são
considerados um problema de grande magnitude para a saúde pública.

A morbimortalidade relacionada ao uso de medicamentos é um tema relevante, e a


redução desses índices impacta positivamente na qualidade de vida dos pacientes e na
eficiência do sistema de saúde. No entanto, o artigo questiona por que a sociedade
investe tanto em pesquisa, desenvolvimento e fabricação de medicamentos, enquanto
os serviços de orientação e educação sobre seu uso ainda são subdesenvolvidos.

Além disso, o texto destaca a tendência de ver o paciente de forma fragmentada, com a
abordagem terapêutica focada nas partes do corpo, em detrimento do todo. A falta de
um histórico médico detalhado e a possibilidade de ser atendido por diferentes
profissionais em cada consulta também são apontadas como desafios na relação
médico-paciente. A fragmentação na gestão da saúde é observada, com vários setores e
profissionais atuando de maneira desarticulada.
Destaca a importância da busca pela racionalidade no uso de medicamentos,
enfatizando a necessidade de um melhor controle da farmacoterapia para oferecer
alternativas com uma relação custo-benefício adequada, considerando cada paciente
como um indivíduo único e evitando problemas relacionados ao uso de medicamentos.
Para atender a essa demanda social, foi desenvolvida a prática dos Cuidados
Farmacêuticos, conhecida como Atenção Farmacêutica no Brasil. Esse modelo se
caracteriza por ser centrado no paciente e não no medicamento, visando prevenir e
resolver os Problemas Farmacoterapêuticos (PFT). A Atenção Farmacêutica contribui
para a compreensão e adesão do paciente ao tratamento, aumentando sua efetividade e
promovendo o uso racional dos medicamentos.

As definições de Atenção Farmacêutica evidenciam sua abordagem holística,


envolvendo atitudes éticas, valores, habilidades e compromissos do profissional para
alcançar resultados terapêuticos e melhorar a qualidade de vida do paciente. Isso
implica uma mudança significativa na filosofia e no comportamento profissional.

O farmacêutico é considerado o profissional mais qualificado para praticar Atenção


Farmacêutica devido ao seu conhecimento sobre medicamentos e seus efeitos no
organismo. Além disso, ele tem acesso a todas as informações sobre os medicamentos
utilizados pelo paciente e está em uma posição privilegiada para fornecer orientações e
esclarecimentos. No entanto, o artigo destaca a necessidade de superar desafios, como
a tendência tecnicista na prática farmacêutica e a desconexão das atividades com as
políticas de saúde e medicamentos. Isso requer uma redefinição do papel do
farmacêutico e mudanças profundas na prática profissional.
É destacado também a importância de iniciar um programa de Atenção Farmacêutica
com a identificação de profissionais interessados, a formação de um grupo de discussão
regular, e a organização de recursos necessários, como pessoal, espaço físico,
bibliografia e sistemas de documentação. É fundamental estabelecer um bom
relacionamento com a equipe multidisciplinar de saúde, além de planejar a divulgação
do serviço para pacientes e outros profissionais. A documentação detalhada de todo o
processo de cuidado é essencial para avaliar o impacto do serviço.

A prática da Atenção Farmacêutica demonstra benefícios significativos para os


pacientes, reduzindo erros na utilização de medicamentos, reações adversas, admissões
hospitalares e custos de tratamento. Ela também empodera os pacientes, permitindo
sua participação nas decisões terapêuticas e promovendo um melhor entendimento de
sua condição de saúde. Para os farmacêuticos, a Atenção Farmacêutica representa uma
oportunidade de elevar a imagem da profissão, incentivar a educação contínua e
oferecer um serviço de excelência.
Concluindo então, a Atenção Farmacêutica é uma prática essencial nos serviços
de saúde, podendo ser integrada em diversos cenários profissionais. Representa
um desafio e uma oportunidade para os farmacêuticos, que podem deixar de ser
meros distribuidores de medicamentos para se tornarem dispensadores de atenção
sanitária, contribuindo significativamente para a qualidade do cuidado ao
paciente. E o artigo destaca também uma evolução na prática farmacêutica, com
uma crescente ênfase no aspecto comercial e uma mudança na percepção do papel
do farmacêutico na comunidade. Também aponta para desafios, como a
necessidade de preparo adequado dos profissionais e o distanciamento dos
problemas de saúde e sociais.

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