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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO - UFPE

Saúde coletiva - Professora Mircia Betânia Costa Silva


Alunos: Julia Paiva, Jullyana Honorato, Lorena Ávila, Luanna Guerra, Pedro
Virgínio, Vitória Marcela e Vitória Ellen.

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO SITUACIONAL

Descrição problemas encontrados

Ao longo da análise, problemas que estão relacionados com a ausência do


farmacêutico nos núcleos foram identificados. Todos eles podem ser vistos como
consequências de atenção e assistência farmacêutica deficientes como uso indiscriminado de
medicamentos, que pode ser visto como uma falta de suporte e orientação adequadas para o
uso dos medicamentos, suas consequências e cuidados necessários para a realização plena da
farmacoterapia. Além disso, outro problema que choca diretamente com a falta de orientação
é o descarte inadequado de medicamentos, não é de hoje que os nossos ambientes aquáticos
sofrem com a poluição. Estudos realizados apontam medicamentos como antiinflamatórios,
ansiolíticos e outros medicamentos que por fazerem parte da RENAME, nos indicam que
poderiam e podem ser poupados de descarte inadequado se os usuários forem submetidos a
orientação adequada de profissionais capacitados. A capacitação do profissional em outras
áreas da saúde não o qualifica necessariamente para a dispensa adequada de medicamentos,
uma vez que alguns profissionais de saúde tendem a receitar medicamentos que estão “na
moda” em detrimento de aperfeiçoar seus conhecimentos a respeito de determinada
farmacoterapia, seja por acúmulo de funções ou outros, além de adquirir a falsa confiança de
não precisar de orientação farmacêutica. Esses e outros problemas poderiam ser resolvidos
com a participação das diferentes esferas do conhecimento em saúde que constituem o Nasf
em sessões de matriciamento obrigatórias. Além disso, todos esses problemas podem
culminar na sobrecarga do sistema de saúde, uma vez que podem ter como consequência o
agravo da saúde dos usuários ou até mesmo o surgimento de outras condições.

Devido a não obrigatoriedade da presença do farmacêutico na equipe, a sua presença


pode ser tomada como deficiênte, uma vez que não são todas as unidades que acatam a sua
presença. Os farmacêuticos que se fazem presente sofrem com problemas estruturais como
falta de espaço para atendimento. Há uma limitação física e organizacional dentro das
farmácias e estabelecimentos de saúde, que impede ou dificulta a disponibilidade de um local
apropriado para o farmacêutico realizar atendimentos privados e confidenciais com os
pacientes. Isso pode comprometer a qualidade e a privacidade dos serviços prestados,
impedindo discussões detalhadas sobre a saúde e o tratamento dos pacientes. A falta de
espaço adequado pode resultar em interações apressadas e superficiais, afetando a eficácia e a
segurança dos cuidados farmacêuticos. É crucial encontrar soluções para garantir um
ambiente propício para o atendimento farmacêutico, promovendo uma prestação de cuidados
mais efetiva e personalizada. Além disso, a falta de disponibilidade e acesso a medicamentos
essenciais e de uso contínuo nas unidades de atendimento primário à saúde são vistos como
decorrência da falta de investimentos à medida que as UBS não conseguem manter estoques
adequados de medicamentos, prejudicando a capacidade de atender às necessidades de saúde
da população local. A escassez de farmácia da família pode resultar em atrasos no tratamento
de doenças, piora nas condições de saúde e impacto negativo na qualidade de vida das
pessoas, particularmente aquelas que dependem do sistema público de saúde. A solução para
esse problema requer um esforço conjunto de governos e autoridades de saúde para garantir o
fornecimento adequado de medicamentos e melhorar o acesso aos serviços farmacêuticos nas
UBS.

Outros problemas também podem ser apontados como: falta de suporte técnico. A
ausência ou inadequação de orientação e assistência prestada por profissionais farmacêuticos
aos pacientes e clientes em questões relacionadas a medicamentos e cuidados com a saúde.
Isso pode ocorrer devido a diversos motivos, como falta de tempo, sobrecarga de trabalho,
desatualização profissional, ou inadequação da infraestrutura da farmácia. Esta lacuna no
suporte técnico pode resultar em problemas de segurança e eficácia no uso de medicamentos,
bem como na falta de esclarecimento de dúvidas dos pacientes, prejudicando a qualidade do
atendimento farmacêutico. A falta de insumos para a realização do atendimento farmacêutico,
decorrente da escassez ou indisponibilidade de matérias-primas, medicamentos ou
equipamentos essenciais nas farmácias e estabelecimentos de saúde também podem ser
pontuados. Isso pode ser causado por diversos fatores, como problemas na cadeia de
suprimentos, interrupções na produção, demanda excessiva ou mesmo questões regulatórias.
Essa situação pode comprometer a capacidade das farmácias em fornecer tratamentos
adequados e impactar a saúde e bem-estar dos pacientes, destacando a importância de
soluções para gerenciar e prevenir a escassez de insumos.

Outro ponto chave é a falta de investimentos para que os cuidados farmacêuticos


sejam realizados. Essa carência de investimentos pode impactar diretamente o matriciamento
na saúde. O matriciamento é um modelo de assistência interprofissional em saúde, no qual
diferentes profissionais, como médicos, enfermeiros e farmacêuticos, colaboram para
oferecer cuidados integrados e abrangentes aos pacientes. Quando os recursos destinados aos
cuidados farmacêuticos são limitados, os farmacêuticos podem enfrentar dificuldades para se
integrar efetivamente a equipes de saúde, limitando a contribuição de suas habilidades e
conhecimentos. Além disso, a falta de investimentos pode resultar em uma menor
disponibilidade de tecnologias e sistemas de informação que são essenciais para a gestão
eficaz dos cuidados farmacêuticos. Isso pode prejudicar a comunicação entre os profissionais
de saúde, a coordenação do tratamento e a monitorização dos resultados, elementos essenciais
para o sucesso do matriciamento. Em resumo, a escassez de investimentos nos cuidados
farmacêuticos pode representar um obstáculo significativo para a implementação eficaz do
matriciamento na saúde, impactando negativamente a qualidade e a coordenação dos
cuidados prestados aos pacientes.

O problema de gestão que afeta o cuidado farmacêutico refere-se à dificuldade de


coordenar e integrar eficientemente os serviços farmacêuticos em um sistema de saúde. Isso
pode resultar em lacunas no acompanhamento dos pacientes, falta de comunicação entre os
profissionais de saúde e dificuldades na garantia da segurança e eficácia dos tratamentos
medicamentosos. O matriciamento, por sua vez, é uma abordagem que busca promover a
integração e colaboração entre diferentes profissionais de saúde, visando um cuidado mais
holístico e eficiente ao paciente. No contexto farmacêutico, o matriciamento envolve a
colaboração entre farmacêuticos e outros profissionais de saúde, como médicos, enfermeiros
e terapeutas, para otimizar a gestão dos medicamentos e promover a segurança e eficácia do
tratamento. As dificuldades no matriciamento merecem enfoque, uma vez que há desafios
enfrentados na coordenação e integração dos serviços farmacêuticos em diferentes níveis de
atenção à saúde. Isso inclui a comunicação entre profissionais de saúde, a gestão de
informações sobre medicamentos e a garantia de um cuidado eficaz e seguro aos pacientes. A
falta de padronização, a fragmentação dos sistemas de saúde e a escassez de recursos podem
contribuir para essa dificuldade, impactando a qualidade e eficiência dos serviços
farmacêuticos. Portanto, é crucial desenvolver estratégias e políticas que promovam uma
melhor integração e colaboração entre os profissionais de saúde, visando otimizar o cuidado
aos pacientes.

Por fim, a falta de fomento durante a graduação para trabalho na APS deve ser
pontuada. Existe uma carência de treinamento especializado para operar dentro desse novo
paradigma. Os programas de graduação não se mostram ou não estão preparando indivíduos
para atuar no campo da saúde pública, especialmente no contexto do Núcleo de Apoio à
Saúde da Família (Nasf). A ausência de competências e formação adequada para novas
responsabilidades pode fazer com que os farmacêuticos se restrinjam ao ambiente da
farmácia, tanto fisicamente quanto em suas atividades, limitando sua capacidade de inovação
e a obtenção dos resultados de saúde almejados pela iniciativa do Nasf. Embora os cursos
tenham passado por uma reforma curricular, ainda permanecem com foco no modelo
biomédico, não atendendo assim, às necessidades do serviço público de saúde.

Nó crítico: Ausência do apoio matricial no Nasf

Um problema frequente relatado pelos farmacêuticos que atuam no Nasf é a dificuldade


de realizar o matriciamento. O matriciamento ou apoio matricial é parte fundamental na
intersetorialidade do Nasf e é assegurada por suas diretrizes, estando inserida como técnica de
gestão de equipe. É considerada uma tecnologia de gestão cujo objetivo é assegurar a
retaguarda especializada das equipes de referência em SF, conferindo apoio tanto assistencial,
quanto suporte técnico-pedagógico a equipes e profissionais encarregados da atenção a
problemas de saúde. Portanto, acatar a responsabilidade da realização das reuniões é
fundamental para que os diferentes profissionais de saúde compartilhem seus saberes como
forma de complementar o acompanhamento dos pacientes, assim, o processo terapêutico
torna-se completo e deixa de ser visto pelos profissionais de saúde meramente como
atividade laboral.
Dessa forma, como forma de desenovelar o nó, fica proposto que os gestores do Nasf
responsáveis pelo programa na unidade de saúde estimulem o comprometimento dos
profissionais em realizar o matriciamento a partir de dinâmicas e calendário definido por
rodízios, como alternância de equipes por território de atuação previamente definido, assim,
algo obrigatoriamente estipulado pela política do Nasf pode ser organizado didaticamente
possibilitando que a população seja favorecida com ações como a elaboração de PTS,
interconsulta, consulta conjunta, visita domiciliar conjunta, grupos, educação permanente,
abordagem familiar, entre outros. Além disso, é possível a nomeação interna de um
responsável pelas sessões de matriciamento que pode ser a ponte para intermediários da
secretária de saúde do município responsável pela pasta do Nasf, possibilitando assim a
fiscalização do cumprimento das diretrizes nas quais o Nasf se baseia. Outrossim, é
importante que os próprios farmacêuticos e outros profissionais que atuam na SF estimulem
seus colegas de trabalho a realizarem e participarem do matriciamento para que possam
exercer não apenas seus trabalhos, mas a assistência plena para com os usuários.

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