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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DE SÃO LUÍS


COORDENADORIA DO CURSO DE ENFERMAGEM
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE EM USO DE PSICOTRÓPICO

São Luís
2023
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Izabelle Cristina Silva Ramos

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE EM USO DE PSICOTRÓPICO

Trabalho apresentado ao Curso de


Enfermagem Centro Universitário Estácio de
São Luís para obtenção de nota na disciplina
Farmacologia e Administração de
Medicamentos.

Orientador(a): Prof(a). Daisy Santos

São Luís
2023
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SUMÁRIO:

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................3
2 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE EM USO DE
PSICOTRÓPICO.................................................................................................5
2.1 Assistência de Enfermagem nos Transtornos de Ansiedade.........................5
2.2 Assistência de Enfermagem no Uso de
Antipsicóticos..................................................................................................6
2.3 Assistência de Enfermagem na Administração de
Antidepressivos..............................................................................................7
2.4 Assistência de Enfermagem nos
Anticonvulsivantes..........................................................................................8
2.5 . Assistência de Enfermagem nos Estabilizadores de Humor........................8
3 CONCLUSÃO......................................................................................................9
4 REFERÊNCIAS.................................................................................................10
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1 INTRODUÇÃO

Os ansiolíticos estão entre as substâncias psicotrópicas mais utilizadas


pelos indivíduos de forma indiscriminada. O uso inadequado desses medicamentos,
assim como de outros psicofármacos poderão acarretar alterações comportamentais
no indivíduo, além de ocasionar quadros de dependência, graves efeitos colaterais,
podendo levar a originar complicações pessoais e sociais.
O consumo de medicamentos tem um significativo impacto na sociedade,
pois cada vez mais se busca por respostas imediatas e o afastamento de terapêuticas
que envolvam o autoconhecimento e soluções progressivas.
O uso dos medicamentos psicotrópicos tornou se uma porta de saída diante
de diversas questões vivenciadas no dia a dia da população, no entanto o uso
excessivo é considerado um problema grave devido aos danos que pode ocasionar a
saúde das pessoas.
Os medicamentos psicotrópicos estão cada dia mais frequentes entre as
pessoas por diversas questões, tendo a unidade básica de saúde seu principal meio
de busca, por diversas questões como pela estratégia de estarem mais próximos da
população, pela maior facilidade de acesso as pessoas procuram a unidade para
renovação das receitas, porém, com a grande demanda de pessoas a espera por
atendimento com os médicos, esses não conseguem muitas vezes fazer uma
avaliação de qualidade com a real necessidade que os casos exigem, acabando por
analisar o paciente através do conhecimento de alguns sintomas mais evidentes que
o paciente apresenta no momento da consulta.
A prescrição sem antes realizar uma avaliação para conhecimento técnico
adequado por parte do profissional médico pode trazer como consequência o uso
crônico e inconsequente desses fármacos, visto que causam dependência física e
psicológica. Os pacientes muitas vezes não são orientados adequadamente sobre os
riscos e o uso correto desses medicamentos.
Com a grande demanda de pessoas na unidade de saúde e o pouco tempo
destinado aos atendimentos assim como diversas questões relacionadas, não ocorre
uma avaliação detalhada dos pacientes, sendo receitado o medicamento sem os
esclarecimentos necessários, um dos fatores pode ser pela ocorrência de uma falha
na comunicação profissional e paciente impossibilitando o conhecimento de todas as
questões que influenciam o paciente no uso da medicação, assim como a crença do
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paciente na medicação como único meio de alívio sintomático imediato o que poderá
acarretar o manejo inadequado, ocasionando tolerância e dependência tendo o
retorno a função em muitos casos somente de renovação da receita, pois o paciente
que já apresenta dependência de tais medicações poderá desenvolver diversas
estratégias para conseguir novamente o medicamento, colocando muitas vezes o
profissional da unidade em posição desconfortável sendo convencido a prescrever
novamente o medicamento sem uma avaliação de maneira clara. Dessa forma, a
medicação é uma realidade que compromete muitas vezes a vida do usuário.
A atenção básica é a porta de entrada para os serviços de saúde, sendo o
principal ponto para o usuário que busca por cuidados em saúde, e que em articulação
com as redes de atenção possibilitara a promoção, prevenção e recuperação da
saúde dos pacientes. De acordo com o Ministério da saúde a atenção básica em
saúde é considerada a principal porta de entrada para pacientes com queixas
psicológicas e o que se evidencia muitas vezes é que com a falta desse cuidado
alternativo para a desmedicalização a consulta se resume a prescrição de
psicotrópicos.
A atenção básica deve seguir os princípios do SUS sendo resolutiva e
acolhendo todas as pessoas de forma efetiva, onde o paciente deverá ser visto e
ouvido diante de todas as suas demandas em sua integralidade. No contexto da
atenção básica, o enfoque apenas na queixa imediata dos usuários, sem o
reconhecimento do mal-estar mais amplo, implica em gastos com encaminhamentos
e exames desnecessários.
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2 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE EM USO DE PSICOTRÓPICO

2.1 Assistência de Enfermagem nos Transtornos de Ansiedade

Os fármacos ansiolíticos estão entre os mais prescritos na atualidade,


gerando diversas complicações, principalmente em relação ao consumo abusivo ou
errôneo.
Compete à Enfermagem estar atenta, portanto, a diversos cuidados gerais,
tais como:
▪ Verificação do uso correto dos medicamentos e reconhecimento dos sinais e
sintomas associados aos efeitos colaterais e ao abuso;
▪ Orientação acerca do risco de dirigir e operar máquinas, devido à sonolência
causada por esses fármacos;
▪ Indicação de outros atendimentos para suporte, visando reduzir o tempo de uso
desses medicamentos;
▪ Orientação a familiares sobre a possibilidade de perturbação de conduta e
sobre os sinais e riscos do abuso;
▪ Acompanhamento do paciente que utiliza esses medicamentos, no sentido de
prevenir abuso e dependência;
▪ Checagem contínua, em ambiente hospitalar, dos sinais e sintomas de efeitos
colaterais relacionados à administração dos medicamentos;
▪ Adoção de medidas educativas e sociais, em Saúde Coletiva, para alertar a
comunidade acerca dos riscos envolvidos com o uso dessa classe de
medicamentos e das consequências da dependência e do abuso;
▪ Desaconselhamento do consumo de álcool e demais depressores em conjunto
com esses medicamentos, devido ao risco de depressão profunda do sistema
nervoso central e ao risco de morte;
▪ Conferência, junto ao médico e ao farmacêutico, das receitas de psicotrópicos
dispensadas na unidade sob a sua supervisão, incluindo as notificações de uso
das medicações tipo B1, conforme a Portaria nº 344, de 12 de maio de 1998;
▪ Realização de consulta de Enfermagem para orientação acerca do uso correto
dessa classe de medicamentos e para rastreamento de problemas potenciais,
como alergias e interações medicamentosas, uma vez que essas medicações
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fazem parte do grupo de substâncias mais passíveis de abuso e consumo


errôneo.

2.2 Assistência de Enfermagem no Uso de Antipsicóticos

Como você percebeu, a maioria dos antipsicóticos irá apresentar sintomas


fáceis de serem reconhecidos diante do olhar atento do enfermeiro. Apesar de
compartilhar muitos cuidados com os ansiolíticos, os antipsicóticos não são drogas
passíveis de tanto abuso, mas sim de uso inadequado, uma vez que a redução dos
sintomas faz os pacientes acreditarem que podem deixar de tomar os medicamentos.

▪ Verificação do uso correto de medicamentos e reconhecimento dos sinais e


sintomas associados aos efeitos colaterais e ao abuso;
▪ Orientação a familiares sobre a possibilidade de perturbação de conduta e
identificação de efeitos colaterais;
▪ Administração, em ambiente hospitalar, dos medicamentos e
acompanhamento pós-medicação;
▪ Atenção para a interação medicamentosa com antiácidos e antidiarreicos, por
inibirem a absorção dos antipsicóticos;
▪ Conferência das receitas dispensadas, junto ao médico e ao farmacêutico, para
se certificar do uso correto das medicações;
▪ Adoção, em Saúde Coletiva, de medidas educativas e sociais para estimular o
uso adequado e o reconhecimento de sintomas psicóticos;
▪ Desaconselhamento do consumo de álcool e demais depressores em conjunto
com esses medicamentos, devido à redução da absorção e ao metabolismo
hepático desses medicamentos;
▪ Cuidado na administração concomitante de epinefrina, devido à interação
medicamentosa e ao risco de hipotensão, queda devido à hipotensão
ortostática, convulsões e visão turva;
▪ Realização de consulta de Enfermagem para orientação acerca do uso correto
dessa classe de medicamentos e rastreamento de problemas potenciais, como
alergias e interações medicamentosas, relacionadas principalmente ao uso de
haloperidol e risperidona;
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▪ Atenção especial aos sintomas extrapiramidais, distonia, hipotensão


ortostática, discinesia tardia, acatisia, convulsões, rash cutâneo, náusea,
vômito, aumento do apetite, aumento de peso corpóreo, obstipação e disfagia,
que são os sintomas mais comuns relacionados ao uso desses medicamentos.

2.3 Assistência de Enfermagem na Administração de Antidepressivos

O cuidado de Enfermagem na administração de antidepressivos é muito


semelhante aos cuidados já vistos no primeiro módulo para os ansiolíticos e
antipsicóticos. Porém, são acrescidos dos cuidados em relação aos IMAO

▪ Verificação do uso correto dos medicamentos e orientação alimentar por escrito


para familiares e usuários de IMAO;
▪ Diferenciação dos sintomas habituais e dos de toxicidade em função das
classes e reconhecimento dos sinais e sintomas associados aos efeitos
colaterais e ao abuso;
▪ Indicação de outros atendimentos para suporte, visando reduzir o tempo de uso
desses medicamentos;
▪ Acompanhamento das condições do paciente em maior risco de suicídio
relacionado a quadros depressivos;
▪ Orientação a familiares sobre a possibilidade de perturbação de conduta, além
dos sinais e riscos do abuso de tricíclicos e IMAO;
▪ Realização de consulta de Enfermagem para orientação acerca do uso correto
dessa classe de medicamentos e rastreamento de problemas potenciais, como
alergias e interações medicamentosas, uma vez que fazem parte do grupo de
substâncias com uso inadequado;
▪ Atenção ao uso de IMAO concomitante com peptinas (dolantina), que pode
causar coma, depressão respiratória e morte. Os IMAO também aumentam os
efeitos hipoglicemiantes da insulina e de fármacos que tratam a diabetes e,
quando há consumo de cafeína, pode gerar taquicardia;
▪ Atenção ao quadro “Reação do Queijo”, que acontece pelo fato de a tiramina
ser degradada pela IMAO no intestino e no fígado, e, em uso de IMAO, o
consumo de queijos envelhecidos pode causar o aumento dos efeitos
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simpaticomiméticos, como a elevação da pressão arterial, cefaleia e até mesmo


hemorragia intracraniana.

2.4 Assistência de Enfermagem nos Anticonvulsivantes

Devido às diferenças no mecanismo de ação dos anticonvulsivantes, além


dos cuidados já discutidos nos outros tópicos, é necessário que os cuidados sejam
bastante específicos para esses medicamentos. No entanto, alguns cuidados são
universais para essa classe e incluem:
▪ Atenção a possíveis alterações do sistema gastrintestinal, uso correto do
medicamento e atenção às interações medicamentosas.
▪ Reconhecimento dos sinais e sintomas associados aos efeitos colaterais.
▪ Orientação sobre o risco de dirigir e operar máquinas, devido à sonolência.
▪ Orientação aos pacientes e familiares sobre a possibilidade de perturbação
de conduta.
▪ Prevenção da ocorrência de alterações sistêmicas ocasionadas por
alterações sanguíneas, exigindo consulta de rotina e com solicitação de
exames laboratoriais de sangue.

2.5 Assistência de Enfermagem nos Estabilizadores de Humor

Especificamente em relação aos estabilizadores de humor, atente-se para


os seguintes cuidados, que devem ser acrescidos aos demais já discutidos neste
módulo:

▪ Orientação aos familiares para atenção ao comportamento do indivíduo, que


pode sofrer alterações;
▪ Atenção a exames laboratoriais, interações medicamentosas, sinais e
sintomas de intoxicação;
▪ Orientação quanto à terapêutica e à necessidade de estabilização orgânica
da medicação para efeito apropriado.
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3 Conclusão

Por meio desta pesquisa, consegui perceber evidenciar os enfermeiros


precisam ser capacitados para atender às necessidades específicas na área de saúde
mental. Como consequência, a assistência compreende sobre a promoção,
prevenção, recuperação e reabilitação da saúde.
Considerando-se que o enfermeiro é o profissional que conduz as ações
de várias equipes, é importante que ele esteja habilitado para o desenvolvimento de
atividades e cuidados na atenção à saúde mental que visem a reforçar o cuidado.
Diante da recente mudança de paradigma na atenção aos indivíduos com
transtorno mental, deve ser considerada uma tarefa como um grande desafio aos
enfermeiro buscando novas estratégias no cuidado prestado a estes pacientes e suas
famílias, já que, na atualidade, a reinserção social do indivíduo, tendo a família como
incluída no cuidado e em atividades que visem à promoção da saúde, constituem
instrumentos que devem ser considerados como ação substitutiva ao modelo
tradicional, em que o cuidado era amparado apenas no tratamento da doença.
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10 REFERÊNCIAS

ARAUJO, Zelinda Horrana de; ARILO, Laís de Meneses Carvalho. Orientações de


boas práticas sobre o uso de psicotrópicos: um projeto de intervenção.
https://ares.unasus.gov.br/acervo/html/ARES/14749/1/09%20ZELINDA.pdf. Acesso
em 05/06/2023.

BESSA, Jacqueline Botura; MARCON, Sonia Silva; PAIANO, Marcelle; PANDINI,


Andressa; WAIDMAN, Maria Angélica Pagliarini. Assistência de enfermagem às
pessoas com transtornos mentais e às famílias na Atenção Básica.
https://www.scielo.br/j/ape/a/yDRkfF7C9c5p7H3KwJBW6BG/#. Acesso em: 05/06/2023.

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a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona
o modelo assistencial em saúde mental. Diário Oficial da República Federativa do
Brasil, Brasília (DF) 2001.

GRAEFF, F. G.; GUIMARÃES, F. S. Fundamentos da psicofarmacologia. 3. ed.


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PIVELLO, V. L. Farmacologia: como agem os medicamentos. São Paulo: Atheneu,


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PORTO, L. A. et al. O papel dos canais iônicos nas epilepsias e considerações


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STHAL, S. M. Psicofarmacologia – Bases Neurocientíficas e Aplicações Práticas. 4.


ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 2014.
VIANA, D. L.; SILVA, E. de S. Guia de Medicamentos e Cuidados de Enfermagem.
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