1.1 O PAPEL DO FARMACÊUTICO NA DISPENSAÇÃO DE MEDICAMENTOS
Atualmente, o farmacêutico se constitui como um dos membros da equipe de
saúde mais acessíveis à população e como a primeira fonte de assistência e aconselhamento em cuidados gerais de saúde dos indivíduos. Esses fatores têm sido favorecidos pela reaproximação do profissional nas farmácias, onde atuam diretamente na atenção aos pacientes, deixando de concentrar suas ações exclusivamente no medicamento. Dessa forma, o processo de dispensação de medicamentos passou a ser incorporado como uma ação voltada à promoção da saúde e o uso racional de medicamentos (URM). A Organização Mundial da Saúde afirma que o uso racional de medicamentos ocorre quando os pacientes recebem medicamentos apropriados para suas condições clínicas, em doses e períodos adequados e ao menor custo possível. Além disso, durante a dispensação dos medicamentos, o farmacêutico deve conduzir as orientações de forma a coibir a automedicação e o abandono do tratamento, utilizando uma linguagem clara e objetiva. Além disso, a dispensação se torna uma oportunidade de identificar, corrigir ou reduzir possíveis riscos associados à terapia medicamentos. Quando realizada de forma ética, legal e tecnicamente correta, o paciente percebe a melhora de sua qualidade de vida, o que fortalece o vínculo com o farmacêutico e o reconhecimento desse profissional como agente de saúde e da farmácia como estabelecimento de saúde.
2 SITUAÇÃO PROBLEMA
André, sexo masculino, 67 anos, hipertenso, dislipidêmico, fazia uso irregular dos medicamentos. A falta de adesão medicamentosa, associada aos hábitos alimentares inadequados fizeram com que o paciente evoluísse com infarto agudo do miocárdio, há cerca de um ano, quando foi submetido à cateterismo cardíaco com angioplastia coronária com 2 stents. Além disso, devido a extensão das lesões, acabou evoluindo com insuficiência cardíaca congestiva e fibrilação atrial crônica associada. 5 A partir desse cenário, o cardiologista que faz o acompanhamento de André revisou a prescrição médica, que passou a contar com as seguintes doses diárias dos medicamentos: Furosemida 80mg; Digoxina 0,125mg; Enalapril 10mg; Espironolactona 25mg; Hidroclorotiazida 50mg; Sinvastatina 40mg; Ácido Acetilsalicílico 100mg; Ranitidina 300mg.
2.1 Processo de Dispensação
Com base nas informações apresentadas na situação problema, elabore um
roteiro completo de todos os elementos que devem estar presentes no processo de dispensação dos medicamentos a André, considerando um cenário de início do tratamento. Lembre-se de incluir informações referentes a: 1. Orientações sobre interações medicamentosas dos fármacos prescritos; 2. Possibilidade de associação aos alimentos e outros medicamentos; 3. Orientações sobre a posologia e quais horários são mais indicados em determinados períodos do dia; 4. Informações sobre os efeitos adversos dessas medicações e sintomas de toxicidade; 5. Efeito esperado e a duração do tratamento; 6. Sinais e sintomas que apontem a necessidade de retorno a seu prescritor ou à farmácia.
2.1.1 Resolução
Ao chegar a farmácia André seria recepcionado pelo farmacêutico ou atendente,
e então avaliar a receita e a sua condição de saúde, questionando se André já usa ou se iniciaria os medicamentos, após informado que iniciaria, o profissional farmacêutico então daria as opções de medicamentos para precificação (referencia, similar ou genérico) feito a cotação dos medicamentos a dispensação seguiria o seguinte roteiro: 6 Primeiramente a conferência da receita; depois a orientação sobre o uso dos medicamentos, então orientação sobre organização dos horários e por último a posologia do medicamento. André recebeu todas as informações e o tempo que levara seu tratamento, visando o melhorar o estado de saúde de André o tratamento será de forma contínua, cabendo ao médico determinar ou não a continuidade, quanto a medicamentos que comumente são usados por pacientes com insuficiência cardíaca, ou com quadros parecidos com o caso do André. O profissional farmacêutico deve orientar sobre as interações e os efeitos adversos do uso de tantos medicamento, então explicando sobre a interação da espironolactona com a digoxina, que potencializa o efeito da digoxina a níveis séricos, a renitida atuara na inibição desse efeito. Efeitos adversos com arritmia, cefaleia, náuseas, vômitos, fadiga e mal estar, estão associados ao uso desses medicamentos e diminuem com o passar do uso. Foi orientado a ele que tomasse as medicações nos seguintes horários: Pela manhã, furosemida, digoxina e hidroclorotiazida, vale ressaltar que tara que haver um intervalo de pelo menos 10 a 15 minutos na administração de cada medicamento; Depois do almoço tomar o Ácido acetilsalicílico; De tarde ele irar tomar a espironolactona; E por último no período da noite ele irá tomar a sinvastatina, enalapril e ranitida, aguardando de 10 a 15 minutos entre cada medicação.
3 ROTEIRO DE DISPENSAÇÃO
A farmácia desempenha as atividades de dispensação de medicamentos
controlados descritos na Portaria nº 344, além da dispensação de medicamentos livres de prescrição e também a realização de serviços farmacêuticos, bem como aferição de pressão arterial (P.A.), teste de glicemia, teste de colesterol completo e perfil lipídico, furação de lóbulo auricular, programa pare de fumar, minuto saúde (acompanhamento farmacêutico a pacientes idosos), exame de PSA (Antígeno Prostático Específico), Exame de gravides Beta hCG e atualmente devido ao atual cenário mundial, as farmácias também realizam testes rápidos de COVID-19, sempre presando pela qualidade de saúde e bem estar de seus pacientes e colaboradores. Todos esses testes feitos pela farmácia possuem lançamento de laudos e termos atestando a sua veracidade. 7 Quando na ocorrência de um paciente testar positivo ou apresentar níveis alterados de glicemia e colesterol, o farmacêutico responsável pelo teste realiza o encaminhamento deste paciente para unidades básicas de saúde da região ou realiza a prescrição de tratamentos não farmacológicos a fim de amenizar o níveis apresentados.
3.1 AVALIAÇÃO E RECUSA DA DISPENSAÇÃO
Considerando ainda o contexto apresentado na situação geradora de aprendizagem e
na situação-problema, temos que quando André chegar na farmácia e apresentar a prescrição médica, quais elementos você deve avaliar? a) Quando você deve realizar a recusa da dispensação desses medicamentos? b) Lembre-se de relacionar os aspectos estruturais, além da dosagem e posologia dos medicamentos.
3.1.1 RESOLUÇÃO
Considerando o tipo de receita e a presença de medicamentos não tarjados e
tarjados, o farmacêutico deve avaliar as interações medicamentosas, conferir a prescrição, prescritor, data da emissão, que dependendo do tipo de receita tem um prazo de utilização e as informações sobre o paciente e comprador. A recusa da dispensação e feita quando já se sabe que o paciente teria adquirido as medicações dentro de um período de 30 dias, caso a receita esteja vencida o paciente deve solicitar ao seu médico uma nova prescrição. Assim dispensando medicamentos para o tratamento de 30 em 30 dias segundo a dosagem e posologia, salvo em situações de pandemia (atual) quando se pode dispensar tratamento para 2 meses ou mais.
3.2 AVALIAÇÃO E RECUSA DA DISPENSAÇÃO
Considerando ainda o contexto apresentado na situação geradora de
aprendizagem e na situação-problema, caso a prescrição medicamentosa de André apresentasse um medicamento ansiolítico (Classe A1 – entorpecentes), quais os cuidados devem ser observados em relação ao Receituário de Controle Especial e a Notificação? 8 Lembre-se de relacionar os aspectos estruturais que devem estar contidos nesses documentos e quais os cuidados que devem ser observados pelo farmacêutico.
3.2.1 Resolução
Caso venha a apresentar um receituário de controle especial C1, ansiolítico,
deve-se procurar pelo seu médico e informar o uso de ansiolíticos, sendo que os mesmos apresentam interações com os medicamentos já prescritos. O receituário, do tipo C1 deve ter a retenção da receita, junto com informações de compra: nome, documentação de identidade, endereço e assinatura do comprador. Além da inserção das informações no sistema nacional de gerenciamento de produtos de controle especial (SNGPC).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este plano de atividade de estágio teve como objetivo proporcionar o aprendizado
das ações direcionadas a dispensação dos medicamentos e correlatos, evidenciando a importância do farmacêutico no âmbito da assistência primária a saúde bem como nas demais atividades pertinentes. Assim como proporcionar um maior conhecimento das áreas de atividade profissional. 9
REFERÊNCIAS
CARRADORE, Mariane Dias. Elaboração de um manual orientativo para a
dispensação de medicamentos essenciais. 2011.
CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Manual de
orientação ao farmacêutico: aspectos legais da dispensação. Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo. – São Paulo: CRF-SP, 2017. Disponível em: http://www.crfsp.org.br/documentos/materiaistecnicos/Aspectos_Legais_da_Dispensac ao.pdfj. Acesso em 25 novembro. 2020.
MELO, Daniela Oliveira de et al. Capacitação e intervenções de técnicos de farmácia na
dispensação de medicamentos em Atenção Primária à Saúde. Ciência & Saúde Coletiva, v. 22, p. 261-268, 2017.
