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PAULA VIEIRA XXIX

Praticas funcionais
PROBLEMA 5
1. Caracterizar a ação dos AINE e diferenciar quanto Diferenças na segurança e na eficácia dos AINEs
seletividade da isoforma COX. podem ser explicadas pela seletividade relativa das
enzimas COX-1 ou COX-2.
AINEs = grupo de fármacos quimicamente
heterogêneos que se diferciam na atividade: Inibição da COX-2  efeitos anti -inflamatório +
analgésico dos AINEs.Pode estar associada a riscos
-antipirética,
cardíacos.
-analgésica,
Inibição da COX-1 prevenção dos eventos
-anti-inflamatória. cardiovasculares prevenção dos eventos adversos. Sua
inibição, o tratamento a longo prazo apresenta muitos
A classe inclui derivados do ácido salicílico efeitos deletérios.
(ác.acetilsalicílico (AAS), difunisal, salsalato), ácido
propiônico ( ibuprofeno, fenoprofeno, flubiprofeno, Exceto o ác.acetilsalicílico, todos atuam como
cetoprofeno, naxoprofeno e oxaprozina), ácido acético inibidores competitivos e reversíveis da ciclo-
(diclofenaco, etodolaco, indometacina, cetorolaco, oxigenase.
nabumetonna, sulindaco e tolmetina), ácido enóico
2. Classificar os AINE quanto à semelhança química e
(meloxicam e piroxicam), fenamatos (ác.mefenâmico e
a meia-vida plasmática.
meclofenamato) e inibidor COX-2 seletivo
(celecoxibe). Os AINEs podem ser divididos em meia-vida curta (<6
horas) e meia-vida longa (>10horas).
Aspirina = mais antigo e amplamente estudado
TRATA DOENÇAS CARDIOVASCULARES E Meia-vida de eliminação longa: naproxeno, salicilatos,
CÉREBRO-VASCULARES EM DOSES BAIXAS!! piroxicam e fenilbutazona.
A classificação química dos AINEs é baseada na
estrutura de um componente chave em cada subclasse
Inibem enzimas cicloxigenase, bloqueando o canal
de fármacos.
hidrofóbico dela onde se liga o substrato
ác.araquidônicos/conversão do á.araquidônico em O AAS pode ser considerado um AINE tradicional,
PGG2 mas ele apresenta efeito anti-inflamatório apenas em
dosagens relativamente altas, raramente usadas.
As enzimas cicloxigenase catalisam o primeiro estágio
da biossíntese de prostanoides(-) síntese de PGs Ele é mais usado em dosagens baixas para a prevenção
efeitos desejados/indesejados. de eventos cardiovasculares, como o acidente vascular
encefálico (AVE) e o infarto do miocárdio (IM).
Inibem a produção de eicosanoides pró-inflamatórios
mediada pela COX, bem como na limitação da O AAS é diferenciado dos outros AINEs,
extensão da inflamação, dor e febre. frequentemente, por ser um inibidor irreversível da
atividade da cicloxigenase.
Atividade antipiética(-)níveis de PGW2 na região
que circunda o hipotálamo. Mecanismo de ação:O AAS é um ácido orgânico
fraco que acetila irreversivelmente e, assim, inativa a
Suprimem apenas os sinais da resposta inflamatória
cicloxigenase.
sobrejacente, mas não revertem nem produzem
resolução do processo inflamatório. Todos os outros AINEs são inibidores reversíveis da
cicloxigenase.
Inibem a COX-1 e COX-2.
Os AINEs, inclusive o AAS, realizam três ações
As funções citoprotetoras dos produtos eicosanoides da
terapêuticas principais:
COX-1 são eliminadas gastropatia induzida
(dispepsia, gastrotoxicidade, lesão e hemorragia -reduzem a inflamação (afeito anti-
subepiteliais, erosão da mucosa gástrica, ulceração inflamatório),
franca e necrose da mucosa gástrica)
-reduzem a dor (efeito analgésico),
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-reduzem a febre (efeito antipirético). Uma exceção é o cetorolaco, que pode ser
usado contra dores mais graves, mas por um curto
Entretanto, como será explicado mais adiante, nem
período.
todos os AINEs são igualmente potentes em cada uma
Ação antipirética: A febre ocorre quando o
“ponto de referência” do centro termorregulador
hipotalâmico anterior é aumentado.
Isso pode ser causado pela síntese da PGE2,
que é estimulada quando agentes endógenos
causadores de febre (pirógenos), como as citocinas,
são liberados pelos leucócitos ativados por infecção,
hipersensibilidade, câncer ou inflamação.
Os AINEs diminuem a temperatura corporal
em pacientes febris, impedindo a síntese e a liberação
da PGE2.
Esses fármacos, essencialmente, recolocam o
“termostato” no normal.
Isso rapidamente baixa a temperatura corporal
de pacientes febris, aumentando a dissipação do calor
como resultado da vasodilatação periférica e da
sudoração.
Os AINEs não têm efeito sobre a temperatura
normal do organismo.
CLASSIFICAÇÃO QUÍMICA:
dessas ações.
Salicilatos:
Ação anti-inflamatória: A inibição da
cicloxigenase diminui a formação de PGs e, assim, Ác. Acetilsalicílico e seus derivados.
modula os aspectos da inflamação nos quais as PGs
atuam como mediadoras. Os AINEs inibem a Esse ácido pe o mais antigo dos AINE, amplamente
inflamação na artrite, mas não evitam o avanço da utilizado no tratamento da dor leve a moderada,
doença nem induzem remissão. cefaleia, mialgia e artralgia.

Ação analgésica: Acredita-se que a PGE2 Atua de modo IRREVESSÍVELacetila o resíduo da


sensibiliza as terminações nervosas à ação da serina do sítio ativo de COX-1 e COX-2.
bradicinina, da histamina e de outros mediadores Acetilação da COX-1 destrói a atividade da
químicos liberados localmente pelo processo enzimas/ formação de prostaglandinas da COX-1,
inflamatório. tromboxanos e prostacilcinas.
Assim, diminuindo a síntese de PGE2, a Podem inibir o surto oxidativo dos neutrófilos ao
sensação de dor pode diminuir. reduzir a atividade da NDPH oxidase.
Como a COX-2 é expressa durante Eles são aliados da indometacina, proxicam e
inflamações e lesões, parece que a inibição dessa ibuprofeno.
enzima é responsável pelo efeito analgésico dos
AINEs. Ác.acetilsalicílico baixas doses antitrombogênico
para profilaxia e manejo de síndromes coronarianas
Nenhum AINE demonstrou eficácia superior agudas e acidente vascular encefálico isquêmico
aos demais (a eficácia de todos eles é considerada, em
geral, equivalente). É antitrombogênico pela inibição irreversível da
COX s/síntese de TxA2 pelas plaquetas.
Os AINEs são usados, principalmente, para
combater dores de leves a moderadas originadas de Administração oral 1 horadestruição irreversível
distúrbios musculosqueléticos. da atividade da COX-1 nas plaqueta.
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As plaquetas que carecem de núcleo não sintetizam Não administrado em crianças pelo temos de
novas proteínas enzimas COX-1 irreversivelmente desenvolvimento da síndrome de Reye usa-se
acetiladas não são substituídas por proteínas recém- PARACETAMOL.
sintetizadas atividade ciclo-oxigenase plquetária
inibida irreversivelmente por 10 dias.
BREVE RESUMO:
Ác. Acetilsalicílico inibe irreversivelmente a COX-1 e
COX-2 das células endoteliais vasculares, mas estas Os AINEs pertencem a duas grandes classes:
conseguem sintetizar novas enzimas de COX, • Inibidores não seletivos da COX;
reiniciando a síntese de PRGI2. • Inibidores seletivos da COX-2.
1 dose de ác.acetilsalicílico (-) a quantidade de
Os AINEs com ação predominante sobre a COX- 1
tromboxano que poderia ser produzido desvio do
são: ácido acetilsalicílico (AAS), indometacina,
equilíbrio TxA2PGI vascular (vasodilatação mediada
ibuprofeno, fenoprofeno, cetoprofeno e piroxican.
por PGI2/inibição plaquetária/antitrombogênese)
Esses medicamentos são comercializados há muitos
Inibição da COX-2 mediada por ác.acetilsalicíclicos/ anos e são os mais utilizados em adultos e crianças.
produção de prostaglandinas. A enzima COX-2
modificada, conserva parte de sua atividade Os coxibes (celecoxibe), valdecoxibe, rofecoxibe e
catalítica novo produto a partir do ác.araquidônico etoricoxibe são inibidores potentes da COX-2. Até
(15-®-HETE). 2005, nenhum desses fármacos havia sido aprovado
para uso em crianças, e os dados sobre sua toxicidade
5-LOX converte o 15®-HETE em 15-epi-lipoxinas.
provêm de estudos realizados em adultos e
15-epi-lipoxinas são estereosômeros relativamente experimentalmente.
estáveis de lipoxinas, epímeros na posição 15C. São
denominados “lipoxinas desencadeadas por ácido Classificação dos AINEs
acetilsalicílico” (ATL). 1. Ácidos e ésteres salicílicos - AAS, diflunisal,
benorilato.
15-epi-lipoxinas imitam as lipoxinas como agentes
anti-inflamatórios podem ter outro mecanismo 2. Ácidos acéticos - fenilacéticos: diclofenaco,
endógeno antiinflamatório. Sua produção medeia os alclofenaco, fenclofenaco.
efeitos antiinflamatórios do ac.acetilsacílico. 3. Ácidos carbo e heterocíclicos - etodolaco,
indometacina, sulindac, tolmetin.
Desenvolvimento de análogos das 15-epi- 4. Ácidos propiônicos - carprofen, flurbiprofen,
lipoxinasagentes anti-inflamatórios desprovidos dos cetoprofeno, oxaprozin, suprofeno, ibuprofeno,
efeitos adversos associados à inibição da COX-1 naproxeno, fenoprofeno.
Ác.acetilsalicílico bem tolerado. 5. Ácidos fenâmicos - flufenâmico, mefenâmico,
meclofenâmico.
Toxicidades: gastropatia e nefropatia. Terapia a longo 6. Oxicams - piroxicam, sudoxicam, isoxicam,
prazo: ulceração e hemorragia tenoxicam, meloxicam.
gastrointestinais,nefrotoxicidade e lesão hepática. Há 2 7. Compostos não acídicos - nabumetona.
efeitos tóxicos singulares: hiper-reatividade das vias 8. Coxibes - celecoxibe, rofecoxibe*, etoricoxibe,
respiratórias induzida por ac.acetilsalicílico em valdecoxibe, parecoxibe.
asmáticos e síndrome de Reye.
Todos os AINEs possuem eficácia anti-inflamatória
NÃO devem ser usados em pacientes com
similar.
insuficiência renal e cardíaca.
O AAS é protótipo do grupo, por ser o mais antigo,
Pacientes asmáticos: ác.acetilsalicílicocongestão
menos oneroso e mais bem estudado, é utilizado como
ocular e nasal + obstrução das vias respiratórias. A
referência nos estudos dos demais compostos do
etiologia da sensibilidade é que a exposição a ele leva
grupo.
a (+)níveis de leucotrienos.
Outros critérios:
Síndrome de Reye = afecção caracterizada pela
encefalopatia e esteatose hepática em crianças de -toxicidade relativa,
pouca idade. A terapia com ac.acetilsalicílico é uma
etiologia potencial de lesão hepática. -conveniencia ao paciente,
-custo,
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-experiência do emprego. Cetorolaco propriedades analgésicas fortes,
principalmente em pós-operatórios. Potencia + efeitos
Assim, derivados da pirazolona (fenilbutazona) são
adversos = NÃO USAR POR MAIS DE 3-5 DIAS.
demasiadamente tóxicos para serem usados como
analgésicos ou em processos inflamatórios menores. Usados para aliviar sintomas no tratamento a longo
Por outro lado, o Nimesulide parece ser prazo de artrite reumatoide, osteoartrite, espondilite
particularmente útil em pacientes que têm intolerância anquilosante, etc.
ao AAS e a outros AINEs. A conveniência se refere ao
Provoca ulceração gastrointestinas, hepatite e icterícia.
número de administrações diárias que variam de 1 a 4,
dependendo da meia-vida das substâncias, o que Indometacina fechamento do ducto arterioro
influencia a adesão do paciente ao tratamento. Nessa persistente em recém- nascidos por inibir os
perspectiva, salienta-se o Piroxicam administrado a eicosanoides vasodilatadores PGE2 e PGI2.
cada 24 horas.

O custo diário com doses médias é bastante variável,


devendo ser analisado antes da prescrição. No Brasil, a
diferença de preço entre os AINEs pode ser de 10
vezes, com o AAS, Piroxicam e Ibuprofeno entre os de
Derivados do oxicam:
menor custo.
Piroxicam tão eficiente quanto o ac.acetilsacílico,
naxoproxeno e ibuprofeno no tratamento de artrite
reumatóide e osteoatrite BEM MAIS TOLERADO.

Derivados do ácido propiônico: Efeitos adicionais na modulação da função de


neutrófilos inibe colagenase, proteoglicanase e surto
Ibuprofeno, naxoproxeno, ceroprofeno e flubiprofeno. oxidativo.
Ibuprofeno = analgésico tratamento de artrite Meia vida longa administrado 1x/dia.
reumatóride, osteoartrite, espondilite reumatoide,
ostreoartrite, espondilite anquilosante, gota e Efeitos adversos gastrointestinais (ulcerações gástrica)
dismenorreia primária.  prolonga o tempo de sangramento pela ação
antiplaquetária.
Naproxeno meia vida longa 20x mais pontente
que ác.acetilsalicilico. Inibe diretamente a função dos Derivados do fenamato:
leucócitos e provoca efeitos adversos menos graves.
Mefenamato e meclofenamato inibem a ciclo-
Derivados do ácido acético: oxigenase e antagonizam em vários graus de
receptores de prostanoides.
Ácidos indolacéticos: indometacina, sulindaco e
etodolaco. Menor atividade anti-inflamatória + mais tóxicos que o
ác.acetilsalicílico pouca vantagem.
Ácidos fenilacéticos: diclofenaco e cetorolaco.
Mefenamato apenas para dismenorreia primária.
Inibem a ciclo-oxigenase e promovem a incorporação
do ác.araquidonico não esterificado em triglicerídios Meclofenato apenas para artrite reumatoide e
(-) disponibilidade do substrato para a ciclo-oxigenase osteoartrite.
e lipo-oxigenase.
AINE derivados de cetona:
Indometacona = inibidor direto da motilidade dos
Nabumetona = profármaco da cetona oxidade in vivo à
neutrófilos NÃO TOLERADA ASSIM COMO O
forma ácida ativa.
IBUPROFENO.
Atividade preferencialmente contra COX-2.
Diclofenacoalterar o transporte celular dos ácidos
graxos (-) concentração intracelular do Efeitos adversos gastrointestinais de incidência baixa.
ác.araquidônico . Mais potente que a indometacina e
naproxeno mais usado no tratamento da dor pelos Frequente cefaleia e tontura.
cálculos renais. 3. Conhecer as indicações terapêuticas dos AINE em
geral.
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Usos anti-inflamatório e analgésico: Os AINEs são Como o AAS inibe
usados no tratamento da osteoartrite, da gota e da AR. irreversivelmente a COX-1, o
efeito antiplaquetário persiste por
Esses fármacos também são usados
toda a vida da plaqueta.
para tratar condições comuns que
requerem analgesia (p. ex., cefaleia, O uso crônico de doses baixas
artralgia, mialgia e dismenorreia). assegura a inibição continuada
conforme novas plaquetas vão
A associação de opioides com AINEs
sendo produzidas.
pode ser eficaz no tratamento da dor
causada pelo câncer. O AAS também é usado para diminuir o risco de morte
em IM agudo e em pacientes submetidos a certos
Além disso, o acréscimo de AINEs
procedimentos de revascularização.
pode levar a um efeito poupador de
opioide, ao permitir o uso de dosagens Aplicações externas: O ácido salicílico é utilizado
menores desse fármaco. topicamente no tratamento de acne, calosidades, calos
ósseos e verrugas.
Os salicilatos exibem apenas
atividade analgésica em dosagens O metilsalicilato (óleo de gaultéria) é utilizado
baixas. Somente em dosagens mais externamente como um contrairritante cutâneo em
altas eles têm atividade anti- linimentos, como pomadas contra artrites e
inflamatória. Por exemplo, dois comprimidos de 325 friccionantes de esportes.
mg de AAS administrados quatro vezes ao dia
4. Descrever os efeitos adversos dos AINE no TGI,
produzem analgesia, ao passo que 12-20 comprimidos
SNC, gravidez e lactação, correlacionando com seu
diários de 325 mg produzem analgesia e atividade anti-
mecanismo de ação.
inflamatória
RETOMANDOMecanismo de
Uso antipirético: AAS, ibuprofeno e naproxeno
ação: O AAS é um ácido orgânico
podem ser usados para combater a febre.
fraco que acetila irreversivelmente e,
AAS deve ser evitado em pacientes com menos de 20 assim, inativa a cicloxigenase. Todos
anos de idade com infecção viral, como varicela os outros AINEs são inibidores
[catapora] ou gripe [influenza], para prevenir a reversíveis da cicloxigenase. Os
síndrome de Reye, que pode causar hepatite fulminante AINEs, inclusive o AAS, realizam três
com edema cerebral, frequentemente levando ao óbito. ações terapêuticas principais: reduzem
a inflamação (afeito anti-
Aplicações cardiovasculares: O AAS é usado para inflamatório), a dor (efeito analgésico)
inibir a aglutinação plaquetária. e a febre (efeito antipirético). Entretanto, como será
Doses baixas de AAS inibem a produção de TXA2 explicado mais adiante, nem todos os AINEs são
mediada por COX-1, reduzindo, assim, a igualmente potentes em cada uma dessas ações.
vasoconstrição e a aglutinação de plaquetas mediada
Eventos adversos: Devido aos eventos adversos
por TXA2 e o subsequente risco de eventos
associados enumerados a seguir, é preferível usar os
cardiovasculares.
AINEs na menor dosagem eficaz e pelo menor tempo
Doses baixas de AAS (menores do que 325 mg; muitos possível.
consideram doses de 75 a 162 mg, comumente 81 mg)
Efeitos GI: Os efeitos adversos mais comuns dos
são usadas profilaticamente para:
AINEs são relacionados ao TGI, variando desde
1) reduzir o risco de eventos cardiovasculares dispepsia até sangramento. Normalmente, a produção
recorrentes e/ou morte em pacientes com IM prévio ou de PGI2 inibe a secreção de ácido gástrico, e a PGE2 e
angina de peito instável; a PGF2α estimulam a síntese de muco protetor no
estômago e no intestino delgado.
2) reduzir o risco de ataques isquêmicos transitórios
(AITs) recorrentes ou AVEs; Fármacos que inibem a COX-1 diminuem os níveis
benéficos dessas PGs, resultando em aumento da
3) reduzir o risco de eventos cardiovasculares ou morte secreção de ácido gástrico, diminuição da proteção da
em pacientes de alto risco, como aqueles com angina mucosa e aumento do risco de sangramento GI e
estável crônica ou diabetes. ulcerações.
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Fármacos com maior seletividade relativa para a COX- Pacientes com histórico de insuficiência cardíaca ou
1 podem ter maior risco de eventos GI se comparados doença renal estão sob maior risco.
àqueles com menor seletividade pela COX-1 (isto é,
Esses efeitos também podem diminuir o efeito
maior seletividade pela COX-2).
benéfico dos anti-hipertensivos.
Os AINEs devem ser tomados com alimento ou líquido
para diminuir o desconforto GI. Se os AINEs forem
usados em pacientes com risco alto de eventos GI,
inibidores da bomba de prótons ou misoprostol devem
ser usados concomitantemente para prevenir úlceras
induzidas pelos AINEs .
Toxicidade: A intoxicação por salicilatos pode ser
leve ou grave.
A forma leve é denominada de salicilismo, sendo Efeitos cardíacos: Fármacos como o AAS, com alto
caracterizada por náuseas, êmese, hiperventilação grau de seletividade pela COX-1, mostraram efeito
acentuada, cefaleia, confusão mental, tontura e protetor cardiovascular provavelmente devido à
zumbidos (zunidos e ruídos auriculares). redução na produção de TXA2.
Doses elevadas de salicilatos podem causar Fármacos com maior seletividade relativa para a COX-
intoxicação grave. 2 são associados ao aumento do risco de eventos
Podem ocorrer agitação, delírio, alucinação, cardiovasculares, possivelmente por diminuir a
convulsão, coma, acidose respiratória e metabólica e produção de PGI2 mediada pela COX-2.
até morte por insuficiência respiratória. O aumento do risco de eventos cardiovasculares,
As crianças são particularmente suscetíveis à incluindo IM e AVE, é associado a todos os AINEs,
intoxicação por salicilatos. com exceção do AAS.

A ingestão de apenas 10 g de AAS pode levar crianças O uso de AINE, exceto AAS, é desaconselhado em
a óbito. pacientes com doença cardiovascular estabelecida.

Gestação: A maioria dos AINEs está na categoria C Para pacientes com doença cardiovascular nos quais o
de risco à gestação nos primeiros dois trimestres. tratamento com AINEs não pode ser evitado, o
naproxeno parece ser o menos prejudicial. O uso de
Paracetamol é o fármaco preferido para efeito AINEs deve ser limitado à menor dosagem e à menor
antipirético ou analgésico durante a gestação. duração possíveis.
No terceiro trimestre, os AINEs em geral devem ser Eventos cérebro-vasculares:Nos ensaios clínicos, o
evitados devido ao risco de fechamento prematuro do uso dos AINEs inibidores seletivos da COX-2
ducto arterioso. associaram-se ao risco aumentado de eventos
cardiovasculares e morte.
O uso de AINEs pode prejudicar a fertilidade feminina
e não é recomendado em mulheres que estão tentando A maioria das análises post hoc dos ensaios mostrou
engravidar. Em mulheres com dificuldade de como desfecho clínico os eventos cardiovasculares e
engravidar ou que estejam sob investigação de cérebro-vasculares combinados, sem outra
infertilidade, deve ser considerada a descontinuação do especificação do risco cardiovascular. A meta-análise
tratamento com AINEs. de Kearney e cols não mostrou diferença na incidência
de eventos cérebro-vasculares com os AINEs.
5. Descrever os efeitos adversos cardiovasculares e
renais no tratamento com os AINE, correlacionando Recentemente, Haag e cols. avaliaram 7.636
com o mecanismo de ação. indivíduos com idade média de 70,2 anos, dos quais
61,3% eram mulheres, sem manifestação de isquemia
Ação sobre os rins: Os AINEs previnem a síntese de
cerebral prévia (1991-1993), para incidência de
PGE2 e PGI2, PGs responsáveis pela manutenção do
acidente vascular cerebral (AVC) até setembro de
fluxo sanguíneo renal.
2004.
A diminuição da síntese de PGs pode resultar na
retenção de sódio e águaedema em alguns pacientes.
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Em 70.063 pessoas/ano de seguimento (média = 9,2 Pacientes que usam AAS para a cardioproteção devem
anos), 807 indivíduos desenvolveram AVC (460 evitar, se possível, o uso concomitante de AINEs.
isquêmicos, 74 hemorrágicos e 273 não especificados).
EXTRA: Outros efeitos adversos:
Os usuários habituais de AINEs não seletivos (HR
Os AINEs são inibidores da cicloxigenase e, por isso,
1,72; IC 95%; 1,22 a 2,44) e de inibidores seletivos da
inibem a síntese de PGs, mas não a de leucotrienos.
COX-2 (HR 2,75; IC 1,28 a 5,95) tiveram maior risco
de AVC, porém não os que tomaram inibidores Por essa razão, os AINEs devem ser usados com
seletivos da COX-1 (HR 1,1; IC 0,41 a 2,97). cautela em pacientes com asma, pois a inibição da
síntese de PGs pode causar desvio em direção à
O hazard ratio para AVC isquêmico foi de 1,68 (1,05 a
produção de leucotrienos e, consequentemente,
2,69) para agentes não seletivos, e de 4,54 (2,06 a
aumentar manifestações de asma.
9,98) para os seletivos da COX-2.
Podem ocorrer eventos adversos no sistema nervoso
Considerados separadamente, o uso corrente de
central (SNC), como cefaleia, zumbidos e tonturas.
naproxeno (não seletivo) associou-se a HR 2,63 (IC
1,47 a 4,72) e de rofecoxibe (seletivo para COX-2) a Aproximadamente 15% dos pacientes tratados com
maior risco de AVC (HR 3,38; IC 1,48 a 7,74). AAS apresentam reações de hipersensibilidade.
Os hazard ratios para diclofenaco (1,60; 1,0 a 2,57), Os sintomas da alergia verdadeira incluem urticária,
ibuprofeno (1,47; 0,73 a 3,00) e celecoxibe (3,79; broncoconstrição e angioedema.
0,52 a 2,76) foram maiores que 1,00, porém não
alcançaram significância estatística. Concluíram os O choque anafilático fatal é raro.
autores que, na população geral, o risco de AVC foi Pacientes com hipersensibilidade grave ao AAS devem
maior com o uso corrente de AINEs seletivos, porém evitar usar AINEs.
não limitado a estes, pois ocorre também com os
AINEs não seletivos 6. Reconhecer as classes e principais agentes
farmacológicos inibidores da COX-1 e/ou COX-2, de
Aumento do risco de sangramentos (efeito acordo com sua estrutura química:
antiplaquetário): O TXA2 aumenta a aglutinação das
plaquetas, ao passo que a PGI2 a reduz.. a) Derivados do ácido acético;

O AAS inibe irreversivelmente a formação de TXA2 Ácidos indolacéticos: indometacina, sulindaco e


mediada por COX-1, e outros AINEs a inibem etodolaco.
reversivelmente.
Ácidos fenilacéticos: diclofenaco e cetorolaco.
Como as plaquetas não possuem núcleo, elas não
Inibem a ciclo-oxigenase e promovem a incorporação
podem sintetizar novas enzimas quando inibidas pelo
do ác.araquidonico não esterificado em triglicerídios
AAS, e a falta de tromboxano persiste durante toda a
(-) disponibilidade do substrato para a ciclo-oxigenase
vida da plaqueta (3-7 dias). Como resultado da
e lipo-oxigenase.
diminuição de TXA2, a aglutinação plaquetária (o
primeiro estágio da formação do trombo) é reduzida, Indometacona = inibidor direto da motilidade dos
produzindo efeito antiplaquetário com aumento do neutrófilos NÃO TOLERADA ASSIM COMO O
tempo de sangramento. IBUPROFENO.
Por esse motivo, o uso do AAS é suspenso ou não é Diclofenacoalterar o transporte celular dos ácidos
administrado por pelo menos uma semana antes de graxos (-) concentração intracelular do
uma cirurgia. ác.araquidônico . Mais potente que a indometacina e
naproxeno mais usado no tratamento da dor pelos
Além do AAS, outros AINEs não são usados por seu
cálculos renais.
efeito antiplaquetário, mas podem prolongar o tempo
de sangramento. Cetorolaco propriedades analgésicas fortes,
principalmente em pós-operatórios. Potencia + efeitos
Conforme os fármacos se tornam mais seletivos para a
adversos = NÃO USAR POR MAIS DE 3-5 DIAS.
COX-2, espera-se menor efeito na inibição plaquetária
e no tempo de sangramento. Usados para aliviar sintomas no tratamento a longo
prazo de artrite reumatoide, osteoartrite, espondilite
Os AINEs podem bloquear a ligação do AAS à
anquilosante, etc.
cicloxigenase se forem usados simultaneamente.
Provoca ulceração gastrointestinas, hepatite e icterícia.
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Indometacina fechamento do ducto arterioro Em dosagens altas, a glutationa disponível no fígado se
persistente em recém- nascidos por inibir os esgota, e a NAPQI reage com o grupo sulfidrila das
eicosanoides vasodilatadores PGE2 e PGI2. proteínas hepáticas, formando ligações covalentes.
Pode ocorrer necrose hepática, uma condição muito
grave e potencialmente fatal.
b) Derivado do paraminofenol;
Os pacientes com doença hepática, hepatite viral ou
O paracetamol (N-acetil-p-aminofenol, ou APAF)
história de alcoolismo correm mais riscos de
inibe a síntese das PGs no SNC.
hepatotoxicidade induzida pelo paracetamol.
Isso explica suas propriedades antipiréticas e
N-acetilcisteína, que contém grupos sulfidrila aos
analgésicas.
quais os metabólitos tóxicos podem se fixar, é um
O paracetamol exerce menor efeito sobre as antídoto em casos de dosagem excessiva
cicloxigenases nos tecidos periféricos devido à
O paracetamol deve ser evitado em pacientes com
inativação periférica, o que contribui para a sua fraca
insuficiência hepática grave.
atividade antiinflamatória.
Esse fármaco não afeta a função plaquetária nem
aumenta o tempo de sangramento.
O paracetamol não é considerado um AINE c) Derivados pirazolônicos
Usos terapêuticos:O paracetamol é um substituto Os derivados da pirazolona compreendem a
adequado para os efeitos analgésicos e antipiréticos fenilbutazona, oxifembutazona e dipirona.
dos AINEs em pacientes com problemas ou riscos
A fenilbutazona e o metabólito oxifembutazona são
gástricos, nos quais o prolongamento do tempo de
potente agentes anti-inflamatório, mas possuem baixo
sangramento não é desejável, e naqueles que não
efeito antipirético e analgésico.
necessitam da ação anti-inflamatória dos AINEs.
O uso prolongado destes fármacos leva a alta
O paracetamol é o analgésico/antipirético de escolha
toxicidade (agranulocitose), maior do que observado
para crianças com infecções virais ou varicela, pois o
com os salicilatos.
AAS oferece risco de síndrome de Reye
O efeito uricosúrico também é maior que o dos
Farmacocinética: O paracetamol é rapidamente
salicilatos. As principais indicações terapêuticas
absorvido no TGI. Nas células luminais dos intestinos
incluem a artrite reumatoide, gota e febre reumática.
e nos hepatócitos, ocorre significativa
biotransformação de primeira passagem.
A dipirona é um potente analgésico e antipirético de
Em circunstâncias normais, o paracetamol é conjugado ação imediata.
no fígado, formando metabólitos glicuronizados ou
Pode ser administrado por via
sulfatados inativos.
oral, intramuscular (provoca dor
Uma parte do paracetamol é hidroxilada, gerando N- local) e intravenosa (queda de
acetil-p-benzoquinoneimina (NAPQI), um metabólito pressão arterial profunda).
altamente reativo que pode reagir com grupos
sulfidrila e causar lesão hepática. Os efeitos colaterais relatados
com a dipirona são reações de
Em dosagens normais de paracetamol, a NAPQI reage
hipersensibilidade, choque,
com o grupo sulfidrila da glutationa, que é produzida
agranulocitose e leucopenia;
no fígado, formando uma substância não tóxica.
O paracetamol e seus metabólitos são excretados na
urina.
O fármaco também está disponível em formulações de d) Derivados do ácido
uso retal e IV. propionico;

Efeitos adversos: Em dosagens terapêuticas normais, Ibuprofeno, naxoproxeno,


o paracetamol é praticamente livre de efeitos adversos ceroprofeno e flubiprofeno.
significativos.
PAULA VIEIRA XXIX
Ibuprofeno = analgésico tratamento de artrite Deriva dos do ácido enólico: piroxicam,
reumatóride, osteoartrite, espondilite reumatoide, meloxicam, tenoxicam
ostreoartrite, espondilite anquilosante, gota e
-Sulfonanilida: nimesulida
dismenorreia primária.
Diaril heterocíclicos - Coxibes
Naproxeno meia vida longa 20x mais pontente
que ác.acetilsalicilico. Inibe diretamente a função dos
leucócitos e provoca efeitos adversos menos graves.
e) Derivados do ácido enólico;
Piroxicam tão eficiente quanto o ac.acetilsacílico,
naxoproxeno e ibuprofeno no tratamento de artrite
reumatóide e osteoatrite BEM MAIS TOLERADO.
Efeitos adicionais na modulação da função de
neutrófilos inibe colagenase, proteoglicanase e surto
oxidativo.
Meia vida longa administrado 1x/dia.
Efeitos adversos gastrointestinais (ulcerações gástrica)
 prolonga o tempo de sangramento pela ação
antiplaquetária.
f) AINEs diaril-heterocíclicos (seletivos para COX-2)
– atentar para os fármacos atualmente permitidos no
mercado brasileiro.
AINEs não seletios mais antigos
tradicionais/convencionais podem apresentar padrão
de seletividade ao COX-2 similar ao dos COXIBES
(diclofenaco comparado com celecoxibe) ou serem
inibidores mais ativos da COX-1 (naproxeno e
ibuprofeno)
AINEs seletivos COXIBEs.
Efeitos cardiovasculares adversos (infarto do
miocárdio, acidente vascular cerebral, insuficiência
cardíaca, insuficiência renal e HÁ).
RESUMO DAS CLASSES:
-Derivado do para-aminofenol: paracetamol
-Derivado de pirazolona - Dipirona
-Anti-inflamatórios não esteroides (AINEs)
-Acido Acetil salicílico
Ácidos indolacéticos: indometacina,
etodolaco
Ácidos heteroarilacéticos: tolmetina,
diclofenaco, cetorolaco
Ácidos arilpropiônicos: naproxeno,
ibuprofeno, feno profano, cetoprofeno
Ácidosantranílicos: ácido mefenâmico
PAULA VIEIRA XXIX

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