Você está na página 1de 77

ANTIINFLAMATÓRIOS

NÃO ESTEROIDAIS E
ESTEROIDAIS
Vanessa Rodrigues – Residente (R3) em Reumatologia PUC - SP 1
INFLAMAÇÃO

2
INFLAMAÇÃO
◦ O que é inflamação?
◦ A palavra inflamação é derivada do “estado de se estar inflamado”. Inflamar
significa “colocar fogo” o que implica na cor vermelha, na possibilidade de
aquecimento e na geração de dor.
◦ A resposta inflamatória é um mecanismo benéfico, dinâmico, complexo e
fisiológico pelo qual o organismo se defende contra infecções e tenta reparar
danos teciduais ou perda de função apresentando como objetivo principal a
promoção da resolução de um desequilíbrio da homeostase.
◦ O processo inflamatório agudo pode ser definido como um conjunto de
alterações bioquímicas e celulares que ocorrem em resposta a estímulos
inespecíficos, tais como infecções ou danos teciduais.
3
INFLAMAÇÃO
◦ As reações inflamatórias locais são caracterizadas por aumento do fluxo
sanguíneo e da permeabilidade vascular, seguida de dilatação venular e
acúmulo de células do processo inflamatório.
◦ Resultado: rubor (hiperemia), tumor (edema), calor (aumento da temperatura
local) e dor, descrito por Cornelius Celsus, no início da era Cristã.
◦ O quinto sinal da inflamação, que é a perda da função do tecido ou órgão
lesado, associado a reações crônicas foi descrito posteriormente por Virchow
no século XIX.
◦ Os sinais cardinais são sinais clínicos característicos do processo inflamatório
agudo.

4
INFLAMAÇÃO

◦ Principais causas da inflamação:


◦ Agentes biológicos: como bactérias, vírus, protozoários;
◦ Agentes químicos como ácidos, álcalis, terebentina, formaldeído, carragenina;
◦ Agentes físicos como calor excessivo, frio exagerado, radiação ultravioleta e
ionizante, eletricidade, traumatismos, fraturas, incisões;
◦ Agentes imunes exposição a antígenos provocando ativação da resposta
imunológica do hospedeiro.

5
INFLAMAÇÃO
◦ Os componentes de um processo inflamatório:
◦ Vasculares e celulares, mediadores derivados de células e da ativação
plasmática.
◦ As alterações vasculares iniciam-se imediatamente e se desenvolvem durante
as primeiras horas após o estímulo inflamatório. Consistem em vasodilatação,
aumento do fluxo sanguíneo, aumento da permeabilidade vascular e exsudação
de plasma.
◦ Em condições normais: baixa permeabilidade a macromoléculas. As proteínas
plasmáticas circulam muito lentamente entre sangue e tecidos e retornam ao
sangue através dos vasos linfáticos.
◦ Esta situação muda dramaticamente durante o processo inflamatório. A
microcirculação se torna permeável a macromoléculas e fluídos vindos do
sangue, causando edema tecidual. 6
INFLAMAÇÃO

7
INFLAMAÇÃO

◦ Os eventos celulares são marcados pela saída das células circulantes da luz do vaso e a
migração de leucócitos para o sítio inflamatório. Esse fenômeno segue algumas fases,
como captura, rolamento dos leucócitos pelo endotélio, adesão firme e transmigração.
◦ Recrutamento de outras células para o local da inflamação e são capazes de produzir
vários mediadores inflamatórios e/ou nociceptivos, como histamina, serotonina, os
Eicosanoides – como as prostaglandinas (PGs), os leucotrienos (LTs), fator de ativação
plaquetária (PAF), citocinas, quimiocinas, fator de necrose tumoral (TNF-a),
interleucinas (IL) – como a IL--1b e numerosas proteases...

8
INFLAMAÇÃO

9
10
GERAÇÃO DO ÁCIDO ARAQUIDÔNICO
Ácido Araquidônico
• O ácido Araquidônico é o precursor comum dos
eicosanoides.

• Biossintetizado a partir do precursor do ácido


graxo essencial, o ácido linoleico.

• No interior da célula é esterificado na posição sn2


dos fosfolipídeos de membrana.

• É liberado pela enzima Fosfolipase A2


(importante, pois constitui a etapa que determina a
velocidade global no processo de geração de
eicosanoides). 11
GERAÇÃO DO ÁCIDO ARAQUIDÔNICO

◦ O ácido araquidônico é rapidamente convertido pelas enzimas COX, LOX e


epoxigenase.
◦ A via da COX leva a formação de prostaglandinas, prostaciclina e tromboxano;
◦ A via da LOX leva formação de leucotrienos e lipoxinas;
◦ A via da epoxigenase leva a produção de ácidos epoxieicosatetraenoicos.

◦ Fármaco que atua na COX: AINES.

12
AINES

13
MANEJO DA DOR EM REUMATOLOGIA
◦ Tipos de DOR: OBJETIVOS

◦ Tratar a dor;
◦ MECÂNICA: Dor que piora com o ◦ Controlar a inflamação e
movimento e melhora com o repouso; ◦ Limitar a progressão estrutural da
doença.
Preferir ANALGÉSICOS ESCOLHA DO FÁRMACO

◦ INFLAMATÓRIA: Dor que piora com o ◦ Indicação;


repouso e melhora com o movimento; ◦ Eficácia;
◦ Segurança
Presença de rigidez matinal. cardiovascular/gastrointestinal.

Preferir AINES Na gravidez: Risco B/D; C/D 14


AINES
◦ Fármacos mais prescritos e
comercializados no mundo todo;
◦ Mais usados no manejo de dor
crônica (não oncológica);
◦ Especialistas que mais prescrevem os
AINES: Ortopedistas e
reumatologistas;
◦ Decisão consciente para prescrevê-
los, baseado no risco/benefício.

15
FARMACOLOGIA ESSENCIAL DOS
AINES

◦ Classificados com base em sua estrutura química;


◦ Maior similaridade entre os AINES de mesma classe;
◦ Se houver falha do primeiro AINE prescrito, tentar outra classe de AINE;
◦ Obs: o uso de AAS em baixas doses: atua como um antiagregante plaquetário,
com no mínimo efeito anti-inflamatório.

16
FARMACOLOGIA ESSENCIAL DOS
AINES

◦ A maioria são ácidos orgânicos, com tendência ase acumular em tecido


inflamados, onde o pH é mais baixo;
◦ Excelente absorção após ingestão oral, com pico de concentração plasmática
em 2-3 horas;
◦ Sofrem mínimo metabolismo de primeira passagem;
◦ Ligam –se fortemente a proteínas plasmáticas;
◦ Baixos volumes de distribuição;
◦ Metabolização hepática e eliminação renal, com graus variados de excreção
biliar e reabsorção intestinal. 17
MECANISMO DE AÇÃO
◦ Efeitos analgésicos, anti-inflamatórios, antipiréticos e antiplaquetários, com
inibição da COX;
◦ Podem inibir reversivelmente ou irreversivelmente.

◦ COX: enzimas glicosiladas, homodiméricas, ligadas a membrana e que


contém heme.

◦ 2 tipos de COX:
◦ 1- Expressa na maioria dos tecidos e está envolvida na citoproteção gástrica,
homeostase vascular, agregação plaquetária e regulação da função renal.
◦ 2- Presente no cérebro, rins, ossos, endotélio e sistema reprodutor feminino,
induzida por fatores de transcrição em estados inflamatórios ou de estresse
tecidual. 18
* Variante da COX – 1, expressa no córtex cerebral e no coração: COX – 3 –
Pode constituir um alvo de ação potencial do Acetaminofeno.
◦ AAS: Seletivo para COX – 1;
◦ iCOX – 2: Preserva a citoproteção gástrica.

◦ RESUMO:
◦ Estímulo lesivo - fosfolipase A2 libera AA.
◦ COX 1/2: Enzima que transforma o AA em mediadores inflamatórios.

19
PROSTAGLANDINAS

◦ Compartilham uma estrutura química


em comum, o prostanoide, que consiste
em um ácido carboxílico de 20
carbonos contendo um anel de
ciclopentano e um grupo hidroxila;
◦ Efeitos citoprotetores;
◦ Se houver bloqueio: perda do efeito
citoprotetor.

20
21
PRINCIPAIS CLASSES DE AINES
SALICILATOS
◦ Incluem: AAS e seus derivados:
Derivados do ácido salicílico Dose
AAS (Aspirina® ) 325-650 mg 4-6x/d / antiplaq.: 75-100 mg
Diflunisal 250-500 mg 2-3x/d (1,5 g)
Salsalato 1.500 mg 2x/d (3 g)

◦ Indicações: Dor leve a moderada; Manejo do IAM/AVCi – baixas doses


Cefaléia;
Mialgia;
Artralgia.
Inibem IRREVERSIVELMENTE COX - 1. 22
SALICILATOS - CONTRAINDICAÇÕES

• Hipersensibilidade ao ácido acetilsalicílico, a outros salicilatos ou a qualquer outro


componente do produto;
• História de asma;
• Úlceras gastrintestinais agudas;
• Diátese hemorrágica;
• Insuficiência renal/ hepática/ cardíaca graves;
• Associado ao metotrexato em doses iguais ou maiores que 15 mg/semana;
• Último trimestre de gravidez.

23
SALICILATOS – MECANISMO DE AÇÃO:

◦ Ocorre acetilação da COX-1 com destruição da atividade, impedindo a formação de


prostaglandinas, tromboxanos e prostaciclinas derivados da COX-1;
◦ Em baixas doses: agente antiplaquetário;
◦ A aspirina é antitrombogênica, devido à inibição irreversível da COX, que impede a
biossíntese de TXA2 pelas plaquetas.
◦ A inibição da COX-2 mediada pela aspirina impede a geração de prostaglandinas. Ao
contrário da COX-1, que é totalmente inativada, a COX-2 modificada pela aspirina
retém parte de sua atividade catalítica e pode formar um novo produto, o 15-(R)-
HETE, a partir do ácido araquidônico.

24
SALICILATOS - EFEITOS ADVERSOS:

◦ Gastropatia e nefropatia;
◦ Hiper-reatividade das vias aéreas induzida pela
aspirina em indivíduos asmáticos (a denominada asma
sensível à aspirina);
◦ Síndrome de Reye: Caracterizada por encefalopatia
hepática e esteatose hepática em crianças pequenas. A
terapia com aspirina durante o curso de uma infecção
viral febril tem sido implicada como etiologia potencial
da lesão hepática.

25
SALICILATOS - INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS:

◦ Metotrexato doses menores ou maiores que 15 mg/sem;


◦ Anticoagulantes, trombolíticos/ outros inibidores da agregação plaquetária/ homeostasia;
◦ Outros anti-inflamatórios não-esteroides com salicilatos em altas doses;
◦ Inibidores seletivos da recaptação de serotonina (SSRIs);
◦ Digoxina;
◦ Insulina e sulfonilureias;
◦ Diuréticos;

26
SALICILATOS - INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS:

◦ Diuréticos em associação com o ácido acetilsalicílico em altas doses;


◦ Glicocorticoides sistêmicos, exceto hidrocortisona;
◦ Inibidores da enzima conversora de angiotensina (ECA);
◦ Ácido Valproico;
◦ Álcool e
◦ Uricosúricos como Benzobromarona e Probenecida.

27
DERIVADOS DO ÁCIDO PROPIÔNICO

◦ Os AINE derivados do Ácido Propiônico são:

Derivados do Ácido Propiônico Dose


Cetoprofeno (Profenid®) 50-75 mg 3-4x/d (300 mg)
Fenoprofeno (Trandor®) 200-500 mg 3-6x/d (3,2 g)
Flurbiprofeno (Ocufen®/Strepsils®) 50-100 mg 2-4x/d (300 mg)
Ibuprofeno (Dalsy®/Advil®) 200-800 mg 4-6x/d (2,4 g)
Loxoprofeno (Oxotron®) 60 mg 3x/d (180 mg)
Naproxeno (Flanax®) 250-550 mg 3-4x/d (1,1 g)
Oxaprozina 1200 g 1x/d (1,8 g)

28
DERIVADOS DO ÁCIDO PROPIÔNICO - EFEITOS
FARMACOLÓGICOS/INDICAÇÕES

◦ Analgésicos;
◦ Antipiréticos e
◦ Antiinflamatórios.

◦ Artrite reumatoide;
◦ Osteoartrite;
◦ Espondilite anquilosante;
◦ Gota e
◦ Dismenorreia primária.

29
DERIVADOS DO ÁCIDO PROPIÔNICO – EFEITOS ADVERSOS

◦ GI;
◦ Trombocitopenia;
◦ Agranulocitose;
◦ Erupções cutâneas;
◦ Cefaleia;
◦ Tonturas e
◦ Prolongamento do tempo de sangramento.

30
DERIVADOS DO ÁCIDO PROPIÔNICO –
CONTRAINDICAÇÕES:

◦ Hipersensibilidade cruzada;
◦ Doença gastrointestinal e
◦ Insuficiências hepática e renal.

31
DERIVADOS DO ÁCIDO PROPIÔNICO - INTERAÇÕES
MEDICAMENTOSAS

◦ Outros AINES;
◦ IECA;
◦ Álcool;
◦ Pode aumentar o risco de efeitos adversos renais com: Ciclosporina;
◦ Pode aumentar a ação de: antidiabético oral; Digoxina; Lítio;
◦ Pode aumentar o risco de agranulocitose e depressão da medula óssea com:
Metotrexato;
◦ Pode aumentar a intolerância à luz com: medicamento fotossensibilizante;
◦ Pode aumentar o risco de sangramento com: anticoagulante oral, Heparina,
agente trombolítico, Ácido Valpróico;
◦ Pode ter sua ação aumentada por: Probenecida. 32
DERIVADOS DO ÁCIDO FENÂMICO

◦ Os dois AINE derivados do Fenamato são:

Derivados do Ácido Fenâmico Dose


Ácido Mefenâmico (Ponstan®) 250-500 mg 3-4x/d (1,5 g)
Meclofenamato 50-100 mg 4-6x/d (400 mg)

◦ Ambos inibem as ciclooxigenases, mas também antagonizam em vários graus


os receptores de prostanoides.
◦ Como os fenamatos possuem menos atividade antiinflamatória e são mais
tóxicos do que a aspirina, existe pouca vantagem no seu uso. O Mefenamato é
utilizado para a dismenorreia primária, enquanto o Meclofenamato é utilizado no
tratamento da artrite reumatóide e osteoartrite. 33
DERIVADOS DO ÁCIDO ACÉTICO

Derivados do Ácido Acético Dose


Aceclofenaco (Profam®) 100 mg 2x/d (200 mg)
Cetorolaco Trometamol (Cetrolac®) 10-20 mg 3-4x/d (60 mg)
Diclofenaco (Cataflam®/Voltaren®) 50-75 mg 2-3x/d (150 mg)
Tolmetina 400-600 mg 3x/d (1,8g)

34
DERIVADOS DO ÁCIDO ACÉTICO

◦ Inibem a COX;
◦ Promovem a incorporação do ácido araquidônico não-esterificado em
triglicerídios;
◦ O Diclofenaco é um anti-inflamatório mais potente do que a indometacina e o
Naproxeno. Também diminui as concentrações intracelulares de ácido
araquidônico ao alterar o transporte celular dos ácidos graxos;
◦ O Cetorolaco é primariamente empregado pelas suas propriedades analgésicas
fortes, particularmente para pacientes no pós-operatório.

35
DERIVADOS DO ÁCIDO ACÉTICO – INDICAÇÕES

◦ Aliviar os sintomas no tratamento a longo prazo da artrite reumatoide;


◦ Osteoartrite e
◦ Espondilite anquilosante e outros distúrbios musculoesqueléticos.

EFEITOS ADVERSOS

◦ GI (20%): sangramentos, ulcerações ou perfuração parede;


◦ Hepatotoxicidade (15%): Aumento de transaminases.

36
DERIVADOS DO ÁCIDO ACÉTICO – CONTRAINDICAÇÕES

◦ Insuficiência hepática e renal;


◦ Hipersensibilidade.

INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

◦ Diclofenaco: Aumenta os efeitos do Lítio, anticoagulantes orais e diuréticos


poupadores de potássio;
Diminui os efeitos terapêuticos de outros diuréticos e pode
aumentar ou diminuir os efeitos dos hipoglicemiantes orais.

37
DERIVADOS DO INDOL

Derivados do Ácido Acético Dose


Indometacina (Indocid®) 25-50 mg 2-3x/d ( 150 mg); 75-100
mg noite
Sulindaco 150-200 mg 2x/d (400 mg)
Etodolaco (Flancox®) 200-400 mg 3-4x/d (1,2 g)

EFEITOS FARMACOLÓGICOS

◦ Inibição COX: analgésicos e antiinflamatórios.


38
DERIVADOS DO INDOL - INDICAÇÕES:

◦ Aliviar os sintomas no tratamento a longo prazo da artrite reumatoide;


◦ Osteoartrite e
◦ Espondilite anquilosante e outros distúrbios musculoesqueléticos.

EFEITOS COLATERAIS MAIS FREQUENTES

◦ GI: dor epigástrica, anorexia, dispepsia, náuseas, vômitos, úlcera péptica,


sangramento GI;
◦ SNC: cefaleia (25 a 50%), vertigens, tonturas, confusão mental, alucinações,
distúrbios psiquiátricos (depressão e psicoses);
◦ Neutropenia, trombocitopenia, anemia aplástica;
◦ Erupções cutâneas, prurido, urticária, crises agudas de asma, edema
angioneurótico.
39
DERIVADOS DO INDOL - CONTRAINDICAÇÕES:

◦ Doenças GI;
◦ Psiquiátricas;
◦ Epilepsia;
◦ Parkinson e
◦ Insuficiência hepática e renal.

INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

◦ Indometacina: Reduz o efeito dos IECA, Prasozin, Hidralazina, Propranolol e


diuréticos como a furosemida e HCTZ;
40
DERIVADOS DO PARAMINOFENOL

◦ São considerados não-narcóticos porque não causam tolerância nem


dependência física.
* Inibição fraca das ciclooxigenases.

Derivados do Paraminofenol Dose


Paracetamol (Tylenol®)* 500-1000 mg 3-4x/d (máx. 4g)
Fenacetina Desuso pelos efeitos colaterais

INDICAÇÕES

◦ Analgésico – antipirético.
◦ Utilizado em crianças em infecções virais (incluindo a catapora) pois não
provoca a Síndrome de Reye. Pode ser usado em pacientes com gota.
41
DERIVADOS DO PARAMINOFENOL
- EFEITOS FARMACOLÓGICOS

◦ Não altera tempo sangramento;


◦ Menor potência anti-inflamatória.

CONTRAINDICAÇÕES

◦ Hipersensibilidade;
◦ Insuficiências hepática.

42
DERIVADOS DO PARAMINOFENOL
- EFEITOS COLATERAIS

◦ Em doses terapêuticas são mínimos os efeitos adversos, como erupções cutâneas e


reações alérgicas que raramente ocorrem;
◦ A longo prazo pode provocar necrose tubular renal e coma hipoglicêmico;
◦ O risco mais grave ocorre com doses altas que pode provocar a hepatoxicidade e
levar ao óbito.
◦ Os sintomas da toxicidade do paracetamol são: Náuseas, vômitos, dores abdominais,
sonolência e desorientação.
◦ Antídoto na toxicidade pelo Paracetamol: N- Acetilcisteína.

43
DERIVADOS DO PARAMINOFENOL
- INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

◦ Para muitos pacientes, o uso ocasional de paracetamol geralmente tem pouco ou


nenhum efeito em pacientes sob o tratamento crônico com varfarina. Porém, há
controvérsias em relação à possibilidade do paracetamol potencializar a ação
anticoagulante da varfarina e de outros derivados cumarínicos.

44
DERIVADOS DA PIRAZOLONA

Derivados da Pirazolona Dose


Fenilbutazona (Butacid®)* Desuso
Dipirona (Novalgina®) 500 mg – 1 g 3-4x/d (3g/d)

INDICAÇÕES
◦ *Analgésico e antipirético usado artrite reumatoide (exacerbação aguda);
espondilite anquilosante (episódio agudo); gota (episódio agudo); osteoartrose
(exacerbação aguda).

CONTRAINDICAÇÕES
◦ Hipersensibilidade;
◦ Porfiria hepática aguda intermitente;
◦ Deficiência congênita da glicose-6-fosfato-desidrogenase (G6PD) (risco de
hemólise). 45
DERIVADOS DA PIRAZOLONA – EFEITOS ADVERSOS

◦ Distúrbios do sistema imunológico: choque anafilático, reações


anafiláticas/anafilactoides – leves com evolução para formas graves.
◦ Distúrbios da pele e tecido subcutâneo: ocasionalmente erupções
medicamentosas fixas; casos isolados, síndrome de Stevens-Johnson ou
síndrome de Lyell ou Necrólise Epidérmica Tóxica.
◦ Distúrbios do sangue e sistema linfático Anemia aplástica, agranulocitose e
pancitopenia, incluindo casos fatais, leucopenia e trombocitopenia.
◦ Distúrbios renais e urinários: insuficiência renal aguda.
◦ A Dipirona pode causar redução dos níveis plasmáticos de ciclosporina. As
concentrações da ciclosporina devem, portanto, ser monitoradas quando a
dipirona é administrada concomitantemente.

46
DERIVADOS DO ÁCIDO ENÓLICO – OXICANS

Derivados do Ácido Enólico Dose


Lornoxicam (Xefo®) 4 mg 2-3x/d (16 mg)
Meloxicam (Melocox®) 7,5-15 mg 1x/d (15 mg)
Piroxicam (Fedene®) 10-20 mg 1x/d (20 mg)
Tenoxicam (Teflan®) 20-40 mg 1x/d (40 mg)

EFEITOS FARMACOLÓGICOS:

◦ Analgésicos;
◦ Antipiréticos e
◦ Antiinflamatórios. 47
DERIVADOS DO ÁCIDO ENÓLICO (OXICANS) – INDICAÇÕES

◦ Tratamento das doenças inflamatórias;


◦ Piroxicam é também utilizado no tratamento das lesões musculoesqueléticas, na
dismenorreia e na dor do pós-operatório.

CONTRAINDICAÇÕES
◦ Doença do TGI;
◦ Alteração na coagulação.
EFEITOS ADVERSOS
◦ Gastrointestinais e aumento das transaminases;
◦ Cefaleia, zumbidos;
◦ Edema, prurido, erupções cutâneas;
◦ Anemias, trombocitopenia, leucopenia e eosinifilia.
48
DERIVADOS DO ÁCIDO ENÓLICO (OXICANS) – INTERAÇÕES
MEDICAMENTOSAS

◦ O Piroxicam e o Tenoxicam podem levar as interações medicamentosas


semelhantes as que ocorrem com o Diclofenaco;

◦ Meloxicam (usado na OA e AR):


◦ Corticoides e ácido acetilsalicílico: podem aumentar o risco de úlceras e
sangramento gastrintestinais.
◦ Anticoagulantes orais (como varfarina), heparina parenteral, trombolíticos:
podem aumentar o risco de sangramento
◦ Antiplaquetários (como dipiridamol, ticlopidina, clopidogrel) e inibidores
seletivos de recaptação de serotonina (ISRS): aumento do risco de sangramento;
◦ Lítio: pode haver aumento das concentrações de lítio no sangue;
49
DERIVADOS DO ÁCIDO ENÓLICO (OXICANS) – INTERAÇÕES
MEDICAMENTOSAS

◦ Meloxicam (usado na OA e AR):

◦ Metotrexato: pode haver aumento da concentração sanguínea deste;


◦ Diuréticos (como hidroclorotiazida, espironolactona, furosemida): pode aumentar o
risco de problemas renais graves em pacientes desidratados;
◦ Anti-hipertensivos: pode haver diminuição do efeito dos anti-hipertensivos;
◦ Colestiramina: aumenta a eliminação de meloxicam (podendo diminuir o efeito
deste)
◦ Ciclosporina: pode ocorrer aumento da toxicidade nos rins pela ciclosporina.

50
INIBIDORES DA COX -
2

51
INIBIDORES DA COX - 2
DERIVADOS DA FENOXIMETANOSSULFANILIDA

Derivados da Dose
Fenoximetanossulfanilida
Nimesulida (Nisulid®) 100 mg 2x/d

◦ Inibidores seletivo da COX-2.

INDICAÇÕES

◦ Propriedades analgésicas, antipiréticas e antiinflamatórias: Tratamento das


doenças osteoarticulares e musculoesqueléticas, além de cefaleias e no alívio da
dor do PO. 52
INIBIDORES DA COX - 2
DERIVADOS DA FENOXIMETANOSSULFANILIDA – CONTRA-
INDICAÇÕES

◦ Hipersensibilidade;
◦ Insuficiências hepática e renal.
EFEITOS ADVERSOS

◦Reação comum: diarréia, náusea e vômito.


◦Reação incomum: prurido, rash e sudorese aumentada; constipação, flatulência e
gastrite; tonturas e vertigens; hipertensão; edema.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
◦ Ciclosporina, MTX, anti- hipertensivos...
53
INIBIDORES DA COX - 2
SELETIVOS

COXIBES
Fenilacetatos Dose
* Lumiracoxibe (Prexige®) 100-400 mg 1x/d (400 mg)
Sulfonamidas Dose
Celecoxibe (Celebra®) 100-200 mg 1-2x/d (400 mg)
* Parecoxibe (Bextra®) 20-40 mg 1-4x/d (80 mg)
Valdecoxibe (Bextra®) 40 mg 1x/d (80 mg)
Sulfonas Dose
* Etoricoxibe (Arcoxia®) 30-120 mg 1x/d (120 mg)
* Rofecoxibe (Vioxx®) 12,5-50 mg 1x/d (50 mg)

* ALTAMENTE SELETIVOS DA COX-2 54


INIBIDORES DA COX - 2
NÃO SELETIVOS
◦ Piroxicam;
◦ Aspirina e Indometacina;
◦ Diclofenaco e Naproxeno.

◦ Benefícios: Não tem efeito sobre a função plaquetária (COX-1);


Baixa incidência de úlceras GI.
◦ Desvantagens: Aumento da trombogenicidade (diminuição da formação de
PGI2);
Problemas na cicatrização de feridas, angiogênese e resolução
da inflamação;
Custo elevado. 55
INIBIDORES DA COX - 2
INDICAÇÕES

◦ Celecoxibe: Osteoartrite e artrite reumatoide;


Dor aguda em adultos e
Dismenorréia primária.
◦ Valdecoxibe: Osteoartrite e artrite reumatoide;
Dismenorréia primária.
◦ Rofecoxibe: Osteoartrite;
Dor aguda em adultos e
Dismenorréia primária.

CONTRAINDICAÇÕES:

◦ Insuficiência hepática/renal. 56
57
INIBIDORES DA COX - 2
REAÇÕES ADVERSAS DOS PRINCIPAIS MEDICAMENTOS
INIBIDORES DA COX – 2:

58
INIBIDORES DA COX - 2

INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

◦ Lítio;
◦ Anti-hipertensivos;
◦ Fluconazol e Cetoconazol.

59
ANTIINFLAMATÓRIOS
ESTEROIDAIS

60
61
Esquema – Cortisol liberado para a corrente sanguínea:

62
GLICOCORTICOIDES
PRINCIPAIS FUNÇÕES DOS GLICOCORTICOIDES:

• Regulação da homeostase;
• Regulação eletrolítica;
• Regulação do metabolismo intermediário.

CICLO CIRCADIANO

63
GLICOCORTICOIDES
MECANISMO DE AÇÃO

64
EFEITOS DOS GLICOCORTICOIDES
NAS CÉLULAS INFLAMATÓRIAS:
◦ No caso de células inflamatórias, os glicocorticoides
interagem com outro receptor que expressa citocinas pró- inflamatórias:
NF-kB. A ligação do glicocorticoide com o NF-kB promove a perda da
função deste – desestimulando, portanto, os mediadores inflamatórios.

1) DIMINUIÇÃO do número de linfócitos B e T, monócitos e eosinófilos;


2) INDUÇÃO da apoptose de células linfoides;
3) DIMINUIÇÃO da liberação de histamina;
4) INIBIÇÃO a ação da APC (célula apresentadora de antígeno).

65
EFEITOS DOS GLICOCORTICOIDES
NO METABOLISMO INTERMEDIÁRIO (METABOLISMO DE
CARBOIDRATOS E PROTEÍNAS):

1) REDUÇÃO da captura e utilização da glicose;


2) AUMENTO da proteólise;
3) AUMENTO do armazenamento de glicose (glicogênio);
4) AUMENTO do metabolismo lipídico, resultará em AUMENTO de
ácidos graxos livres.

66
EFEITOS DOS GLICOCORTICOIDES

NO METABOLISMO DO CÁLCIO:

1) AUMENTA a ação dos osteoclastos;


2) DIMINUI a ação dos osteoblastos;
3) DIMINUI a absorção intestinal de cálcio;
4) AUMENTA a excreção renal de cálcio, resultará em DIMINUIÇÃO do
cálcio plasmático e AUMENTO do paratormônio (PTH).

67
SÍNDROME DE CUSHING

• O que é? Resultado da exposição excessiva a


glicocorticoides.

• Causas: administração prolongada de fármacos


glicocorticoides ou doenças.

• Sintomatologia: braços e pernas finos (atrofia


muscular), má redistribuição da gordura corporal
(aumento da gordura abdominal), hipertensão,
corcova de búfalo, equimoses e cicatrização
deficiente de feridas.
68
EFEITOS DOS GLICOCORTICOIDES
INDICAÇÕES

• Transplante de órgãos;
• Reações alérgicas;
• Anemia hemolítica;
• Lúpus eritematoso;
• Edema cerebral;
• Insuficiência adrenal aguda e crônica;
• Cardite reumática;
• Hiperplasia adrenal congênita;
• Inflamações oculares;
• OA (uso intra-articular) e
• Síndrome nefrótica. 69
GLICOCORTICOIDES

MECANISMO DE AÇÃO:

◦ Inibem a Fosfolipase A2;


◦ Estabilizam a membrana dos
mastócitos e dos leucócitos,
reduzindo, assim, o recrutamento de
células (reduz inflamação);

70
GLICOCORTICOIDES
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO:

◦ Oral;
◦ Parenteral;
◦ Tópica;
◦ Oftálmica;
◦ Inalatória;
◦ Intra – articular.

71
GLICOCORTICOIDES
CLASSIFICAÇÃO

◦ Ação curta (8 a 12 h): Hidrocortisona;


◦ Ação intermediária (12 a 36 h): Prednisolona/Prednisona;
Metilprednisolona;
Triancinolona;
Beclometasona (asma e IVAS)
◦ Ação prolongada (36 a 72 h): Dexametasona (profilaxia edema
cerebral);
Betametasona.

72
GLICOCORTICOIDES
CONTRAINDICAÇÕES

◦ Hipersensibilidade...
EFEITOS ADVERSOS

73
GLICOCORTICOIDES
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

◦ Uso concomitante de fenobarbital, fenitoína, rifampicina ou efedrina pode aumentar o


metabolismo dos corticosteroides, reduzindo seus efeitos terapêuticos.
◦ Diuréticos;
◦ O uso de corticosteroides com anticoagulantes cumarínicos pode aumentar ou diminuir os
efeitos anticoagulantes, podendo haver necessidade de reajustes posológicos.
◦ Álcool/AINES: Aumento do risco de úlceras no TGI.
◦ Quando os corticosteroides forem indicados para diabéticos, poderão ser necessários
reajustes nas doses dos hipoglicemiantes.
◦ O tratamento com glicocorticoides pode inibir a resposta à somatotropina.

74
PULSOTERAPIA COM METILPREDNISOLONA:

◦ Geralmente: 0,25-2g 1-5 dias, com objetivo de rápida remissão da atividade da


doença, mantendo seu efeito por 6 semanas e, para manter a longo prazo,
recomenda-se, após a pulsoterapia, um agente antirreumático modificador da
doença.

DESMAME DE CORTICOSTEROIDE

75
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1- Desmame dos glicocorticoides (Prednisona) Disponível em:


https://fs.unb.br/farmacologiaclinica/boletimfarmacologicohub/6b.pdf. Acesso em: 27
abril 2019.
2- HOCHBERG, M.C.; SILMAN, A.J.; SMOLEN, J.S.; WEINBLATT, M.E.;
WEISMAN, M.H. Reumatologia – 6ª EDIÇÃO, pg 227-243.
3- FIRESTEIN, S.G.; BUDD, R.C.; GABRIEL, S.E.; MCINNES, I.B; O’DELL, J.R.
Kelley´s Textbook of Rheumatology, Ninth Edition, pg. 909.
4- Guia de Remédios 13ª edição, ed. Artmed.

76
77

Você também pode gostar