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ANTI-INFLAMATÓRIOS

(AINEs)

Ufac
Farmacologia
Prof Renaldo Moreno
Dor – objetivos do tratamento:

 Eliminar a causa da dor;


 Reduzir a sensibilidade dos nociceptores
(analgésicos-antipiréticos e anestésicos
locais);
 Interromper a condução da dor
(anestésicos locais);
 Suprimir a propagação do impulso
doloroso na medula (anestésico locais e
opióides);
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Dor – objetivos do tratamento:

 Inibir a conscientização da dor


(opióides, narcóticos);
 Influir na percepção da dor
(antidepressivos como co-
analgésicos).

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Farmacologia dos Autacóides
 AUTACÓIDES são substâncias naturais
do organismo de estrutura química e
atividades fisiológica e farmacológica
diversas, envolvidos em múltiplos
processos fisiológicos (secreção
gástrica, neurotransmissão central,
entre outros) e fisiopatológicos
(inflamação, alergia, anafilaxia, choque,
úlcera péptica, hipertensão arterial,
depressão, ansiedade).

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Farmacologia dos Autacóides
 Estão presentes em respostas
fisiopatológicas que se seguem a lesões
orgânicas.
 Participam da regulação humoral, mas
não podem ser classificados como
neurotransmissores ou hormônios.
 Na farmacologia, as drogas interferem
ao mimetizar ou antagonizar as ações
dos autacóides, bem como interferir na
sua síntese e seu metabolismo.
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Principais Autacóides
 Histamina
 Serotonina
 Prostaglandinas
 Tromboxanos e leucotrienos
 Fator de agregação plaquetária
 Angiotensina II, bradicinina e calidina
 Óxido nítrico (NO).

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Prostaglandinas
 Amplamente distribuídas em
tecidos e líquidos do corpo;
 São produzidas próximas de seus
locais de ação;
 São designadas alfabeticamente
prostaglandina A, B, C etc.
 São estudadas de acordo com o
sistema orgânico afetado por elas.

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Prostaglandinas
 Sistema reprodutor: auxiliam na ejaculação;
ajudam as contrações uterinas na
menstruação e no final da gestação (parto);
podem induzir ao aborto (dinoprostona).
 Sistema circulatório: mantém o canal arterial
aberto em algumas deformidades cardíacas do
recém-nascido até que se proceda cirurgia;
vasodilatação sistêmica (tto da HAS).
 Sistema gastrintestinal: efeito protetor da
mucosa gástrica (misoprostol – Cytotec).
Abortivo, contra-indicado na gravidez.

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Prostaglandinas
 Sistema urinário: vaso-dilatação com
manutenção do fluxo urinário; se administrado
no canal uretral pode favorecer a ereção; a
prostaglandina diminuída pode levar à
retenção de sódio e água (edema).
 Algumas prostaglandinas aumentam a
agregação plaquetária (etapa de formação do
coágulo).
 Algumas prostaglandinas facilitam a
eliminação do humor aquoso (tratamento do
glaucoma).

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INFLAMAÇÃO
 A inflamação é resposta do organismo a
estímulos etiopatogênicos de natureza
diversa.
 Está mais frequentemente associada a
traumatismos, infecções e depósito de
complexo antígeno-anticorpo.
 Tem por objetivo a reparação tecidual.
 Pode ser exagerada e mantida sem
qualquer benefício aparente.

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INFLAMAÇÃO

 Características clínicas: dor,


edema, eritema e aumento de
temperatura local e/ou sistêmica
(febre).
 “DOR, TUMOR, RUBOR E CALOR”.
 Inflamação aguda x inflamação
crônica.

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INFLAMAÇÃO: nível molecular
Há desnaturação protéica que leva à
ativação de uma série de sistemas que
sintetizam e liberam substâncias
intermediárias como:
 Histamina
 Serotonina
 Bradicinina
 Prostaglandinas
 Leucotrienos
 Outros vários fatores quimiotáticos

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INFLAMAÇÃO: nível histopatológico
da fase aguda

 Vasodilatação arteriolar e venular


 Aumento da permeabilidade da
microvascularização
 Migração de polimorfonucleares
 Proliferação de macrófagos

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INFLAMAÇÃO: nível histopatológico
da fase crônica
 Predomínio de monócitos,
linfócitos, plasmócitos e
fibroblastos.
 Sinais de regeneração e
reconstrução da matriz conjuntival

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PROSTAGLANDINAS

 Estão mais consistentemente


envolvidas no processo
inflamatório.
 Formam-se a partir do ácido
araquidônico, que é liberado de
fosfolipídeos de membranas de
células lesadas.

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CICLOOXIGENASE (COX)

 CICLOOXIGENASE – 1 (COX-1)
 CICLOOXIGENASE – 2 (COX-2)
 São enzimas que transformam o
ac. Araquidônico em
prostaglandinas.
 COX-1: está presente nas funções
fisiológicas das prostaglandinas.
 COX-2: está presente nos processos
inflamatórios.
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Fosfolipídios

Fosfolipase A2
cicloxigenases
Ácido aracdônico
lipoxigenases

Ácido 5-hidroxiperoxi
eicosatetraenoico PGH2/PGG2
5-HEPTE

5-HETE leucotrienos TxA2 PGE2, PGF2 PGI2

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anti-inflamatórios: principais grupos
farmacológicos

1. Não esteróides – AINE ou MAINE


ou AINH
2. Esteróides
3. De longa duração
4. Imunossupressores

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anti-inflamatórios não-esteróides

 Constituem um grupo heterogêneo


de compostos que compartilham
algumas ações terapêuticas e
alguns efeitos colaterais.
 O protótipo do grupo é a aspirina
ou ácido acetil salicílico (AAS).

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anti-inflamatórios não-esteróides

 Mecanismo de ação dos AINE:


 A inibição da CICLOOXIGENASE,
enzima responsável pela biossíntese
das prostaglandinas e de alguns
autacóides correlatos, a partir do ác.
Araquidônico, parece ser o
componente importante nesse
mecanismo.

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anti-inflamatórios não-esteróides
 Os AINE não interferem na evolução
natural da doença, ou seja, não curam
doenças.
 Aliviam os sintomas como dor e febre.
 A maioria dos AINE inibe não-
seletivamente as formas COX-1 e COX-2.
 Alguns anti-inflamatórios mais modernos
inibem seletivamente a COX-2,
produzindo menos efeitos colaterais,
como a nabumetona e o celecoxib
(Celebra).
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anti-inflamatórios não-esteróides

 Ações terapêuticas :
 Todos os AINE possuem ações
antipiréticas, analgésicas e anti-
inflamatórias, porém com diferenças
em suas atividades;
 O acetominofeno (paracetamol) é
antipirético e analgésico, porém com
ação anti-inflamatória fraca.

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anti-inflamatórios não-esteróides

 Efeitos colaterais do tratamento com


AINE:
 Ulceração e intolerância gastrintestinais.
 Bloqueio da agregação plaquetária.
 Inibição da motilidade uterina
(prolongamento do trabalho de parto).
 Inibição da função renal mediada pelas
prostaglandinas.
 Reações alérgicas.

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anti-inflamatórios não-esteróides
 Fatores de risco para complicações
gastrintestinais:

Definitivos
Idade maior que 65 anos
Hist. de úlcera ou complicações
Uso de doses elevadas
Uso de múltiplos AINES
Uso concomitante de corticosteróides
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anti-inflamatórios não-esteróides
 Fatores de risco para complicações
gastrintestinais:

Possíveis
Sexo feminino
Fumo
Álcool
Presença do Helicobacter pylori

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anti-inflamatórios não-esteróides

SALICILATOS:
 Ácido acetilsalicílico: (AAS, Aspirina)
 Diflunisal

 Salicilatos não-acetilados: salicilato de

sódio, trisalicilato de colina e


magnésico, salsalato, ácido
salilsalicílico.

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anti-inflamatórios não-esteróides

DERIVADOS DA PIRAZOLONA:
 Fenilbutazona
 Oxifembutazona

 Bumadizona

 Feprazona

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(anador, dipirona, novalgina)
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anti-inflamatórios não-esteróides

ÁCIDOS INDOLACÉTICOS:
 Indometacina (Indocid)

 Sulindaco

 Etodolaco

ÁCIDOS HETEROARILACÉTICOS:
 Tolmetina

 Diclofenaco (Voltaren, Cataflan)

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anti-inflamatórios não-esteróides

ÁCIDOS ARILPROPIÔNICOS:
 Naproxeno (Naprosyn)

 Ibuprofeno (Danilon)

 Fenoprofeno (Trandor)

 Cetoprofeno (Profenid)

 Flurbiprofeno (Ocufen)

 Oxaprozina

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anti-inflamatórios não-esteróides

ÁCIDOS ANTRANÍLICOS:
 Ácido mefenâmico (Ponstan)

 Ácido flufenâmico

 Ácido meclofenâmico

ÁCIDOS ENÓLICOS:
 Piroxicam (Feldene)

 Tenoxicam (Tylatil)

 Meloxicam (Movatec)

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anti-inflamatórios não-esteróides

ALCANONAS:
 Nabumetona (Relifex)

OUTROS:
 Azapropazona (Apazona)

 Nimesulida (Scaflam)

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anti-inflamatórios Esteróides

 Glicocorticóides são hormônios


sintéticos que mimetizam ações do
cortisol endógeno (da gl. Suprarenal ou
adrenal).
 As alterações sintéticas visam aumentar
o feito anti-inflamatório e diminuir a
retenção de sódio;
 São os mais eficazes anti-inflamatórios
disponíveis.
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anti-inflamatórios Esteróides
 Sinonímias: glicocorticóides,
corticosteróides, corticóides, anti-
inflamatórios hormonais etc.
 Em doses menores (10mg/kg) são
utilizados em terapia substitutiva do
cortisol endógeno;
 Em doses farmacológicas maiores,
utilizados como anti-inflamatórios;
 Em doses mais elevados, alcançam
ações imunossupressivas (inibição de
funções linfocitárias).
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