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Farmacologia Clínica dos AINES,

AIES e Antimicrobianos

Vanessa Bergo Hidalgo Dolce


Ana Claudia Guilhen Carvalho
Tânia Ramos Silva
Claudia Zangrande
Altivo de Souza e Souza

2023
2023
TEMAS ABORDADOS
Objetivos
Anti-inflamatórios não esteroides (AINES); Anti-
inflamatórios esteroides (AIES) e Opióides. Entender o uso
dos anti-inflamatórios no tratamento da inflamação.
Antimicrobianos. Entender o papel dos fármacos
adjuvantes no tratamento da dor e antimicrobianos; discutir
o uso desses medicamentos em condições específicas
como dor, inflamação e infecção. Discutir mecanismo de
ação. Avaliação da indicação, efetividade, segurança e
conveniência desses medicamentos. Aplicação dos
conhecimentos adquiridos no cuidado aos pacientes com
discussão de casos clínicos.
ANTI-INFLAMATÓRIOS
NÃO ESTEROIDAIS
(AINES)
ANALGÉSICOS ANTITÉRMICOS E
ANTIINFLAMATÓRIOS
HISTÓRICO

❖ Da casca do salgueiro – Leroux isolou em 1827, a


salicilina.

❖ Em 1838 Piria isolou um ácido da salicilina que


denominou – Ácido Salicílico.

❖ Em 1844 – Cahours isolou o ácido salicílico.

❖ Finalmente em 1860 Kolbe e Lautemann conseguiram


obtê-lo através de síntese.
ANALGÉSICOS ANTITÉRMICOS E
ANTIINFLAMATÓRIOS
HISTÓRICO

❖ Em 1899, Dreser introduziu no uso clínico o ácido


acetilsalicílico.

❖ Esses compostos aliviam apenas as dores brandas e


moderadas, sem produzirem dependência.

❖ O paracetamol foi usado pela primeira vez na medicina


por von Mering em 1893.

❖ No entanto, ganhou popularidade somente em 1949


quando foi reconhecido como o principal metabólito ativo da
tanto da acetanilida como da fenacetina.
FISIOLOGIA

❖ Inflamação

❖ Dor

❖ Febre
FISIOPATOLOGIA DA FEBRE

TRAUMA, LESÃO TECIDUAL, INFLAMAÇÃO

AUMENTO NA FORMAÇÃO DE CITOCINAS

FORMAÇÃO DA PGGE2

HIPOTÁLAMO

FEBRE
FISIOPATOLOGIA DA INFLAMAÇÃO
ANALGÉSICOS ANTITÉRMICOS E
ANTIINFLAMATÓRIOS

MECANISMO DE AÇÃO
● Inibição Periférica e Central da atividade da
enzima ciclooxigenase e subsequente,
diminuição da biossíntese e liberação dos
mediadores da inflamação, dor e febre
(prostaglandinas).
ANALGÉSICOS ANTITÉRMICOS E
ANTIINFLAMATÓRIOS

MECANISMO DE AÇÃO ANTIINFLAMATÓRIA

● Bloqueio da formação de PGs por inibição da Cox (Vane,


1971).

● Inibição da liberação de Histamina (Whittle, 1977).

● Diminuição da migração de monócitos (Di Rosa et al., 1971;


Higgs et al., 1980).
ANALGÉSICOS ANTITÉRMICOS E
ANTIINFLAMATÓRIOS

MECANISMO DE AÇÃO ANALGÉSICA


● Bloqueio da formação de PGs que sensibilizam os
nociceptores por inibição da Cox (Vane e Ferreira, 1979;
Moncada et al., 1978).
MECANISMO DE AÇÃO ANTITÉRMICA
● Bloqueio da formação de PGs por inibição da Cox como
modulador na regulação da Temperatura e ação Antipirética
relacionada com interferência na liberação de PGs.
Reajustam o termostato hipotâmico de forma a inibir a
produção de PGs na região do hipotálamo, impedindo assim
ação delas no hipotálamo a produzir aumento de temperatura.
PRINCIPAIS EFEITOS ADVERSOS DOS
AINES TRADICIONAIS

• Gastrite Aguda: Gastrites agudas são de aparecimento


súbito e geralmente associadas a um agente causador
como medicamentos (AINES/AIES) infecções e estresse
físico ou psíquico podem levar a uma gastrite
aguda. Alimentos contaminados com bactérias ou vírus
também podem ocasionar a gastrite.

• Gastrite Crônica: Quadro prolongado de gastrite que


pode ser induzido pela H. pylori.
FISIOLOGIA DO TRATO GASTROINTESTINAL

SECREÇÃO GÁSTRICA – SUCO GÁSTRICO


Os 4 diferentes componentes do Suco Gástrico são secretados por
células diferentes, sendo elas:

❖ HCL e FI – Células Parietais.

❖ PEPSINOGÊNIO/PEPSINA – Células Pépticas ou Principais – Ach


age como estimulador.

❖ MUCO + BICARBONATO – Células Secretoras de Muco ou Células


Mucosas.
FISIOLOGIA DO TRATO GASTROINTESTINAL

SECREÇÃO GÁSTRICA – SUCO GÁSTRICO

❖ BICARBONATO – (ficam presos ao muco).

❖ BICARBONATO + MUCO = PROTEÇÃO

❖ ÁLCOOL + AINES – Diminuem PGs.


FISIOPATOLOGIA DA ÚLCERA PÉPTICA
ÚLCERA PÉPTICA
É um desequilíbrio entre mecanismos lesivos da mucosa (alterados)
e os protetores (diminuídos).
❑ FATORES DESENCADEANTES
❑ FATORES EXÓGENOS:
- Fumo, AINES e Helicobacter pylori.
❑ SECREÇÃO DE ÁCIDO:
- Aumento da Gastrina;
- Aumento da Ach;
- Aumento da Histamina.
❑ ANORMALIDADES DE DEFESA DA MUCOSA:
- Diminuição de Bicarbonato e PGs.
COMPARAÇÃO DE PACIENTES COM
ÚLCERAS PÉTICAS INDUZIDAS PELO
USO CRÔNICO DE AINES
(ESTUDO EXPERIMENTAL EM CÃES)
ANALGÉSICOS ANTITÉRMICOS E
ANTIINFLAMATÓRIOS
A Organização Mundial de Saúde (OMS), classifica os
AINES seletivos para COX-2 em dois grupos:

➢ Seletivos para COX-2: Fazem parte deste grupo a


Nimesulida, Etodolaco e Meloxicam.
➢ Altamente Seletivos para COX-2: Grupo dos Coxibes,
representados pelo Rofecoxibe (retirado do mercado),
Etoricoxibe e Celecoxibe.
➢ O segundo grupo é formado por AINES utilizados há
certo tempo e, após passarem por testes de seletividade,
demonstram serem seletivos para isoenzima indutiva.
DERIVADOS DOS
ÁCIDO SALICÍLICO
(SALICILATOS)
SALICILATOS - AAS
INDICAÇÕES CLÍNICAS:
♥ ANALGESIA – Dores leves a moderadas.

♥ Cefaléia, Artralgias, Dismenorréia, Mialgias.

♥ Antitérmico (Atenção Síndrome de REYE e Dengue).

♥ Dosagem Habitual – 4/4 horas ou de 6/6 horas.


SALICILATOS - AAS
FARMACOCINÉTICA
• Absorção: Liberação imediata: rapidamente absorvido no
estômago. Absorvida principalmente por difusão passiva,
proporcional a suas moléculas não dissociadas, dependente
do pH.

• Distribuição: Distribui-se por todo organismo, tem alta


ligação a PP (deslocador de fármacos).

• Metabolismo: Hepática.
SALICILATOS - AAS
FARMACOCINÉTICA
• Excreção: Urina (75% como ácido salicilúrico, 10% como
ácido salicílico).

• Início de ação: 1 a 3 horas.

• Tempo para o pico: Liberação imediata: ~ 1 a 2 horas


(revestimento não entérico), 3 a 4 horas (revestimento
entérico) (Eikelboom, 2012); Cápsula de liberação
prolongada: ~ 2 horas.
SALICILATOS - AAS
Total de 319 Interações Medicamentosas

❑ Potencializam o efeito de agentes com propriedades


antiplaquetárias e anticoagulantes.
❑ Álcool (etílico): pode potencializar os efeitos tóxicos e adversos
da Aspirina.
❑ Indução Enzimática: Carisoprodol, Cefalotina,
Corticosteroides, Ginkgo Biloba, produtos com valproato.
❑ Os AINES no geral diminuem o efeito hipotensor dos anti-
hipertensivos e também dos diuréticos.
SALICILATOS - AAS
Contra-Indicações:

- Hipersensibilidade a AINEs; pacientes com asma, rinite e


pólipos nasais; uso em crianças ou adolescentes para
infecções virais, com ou sem febre.
SALICILATOS - AAS
EFEITOS COLATERAIS

♥ GASTROINTESTINAIS:
- Náuseas, Vômitos, Irritação da Mucosa Gástrica, podendo
causar ulcerações com áreas hemorrágicas.
♥ LESÕES:
- Efeito irritante direto sobre a mucosa.
- Bloqueio da PGs
♥ OBS: AAS revestido
AAS tamponado
SALICILATOS - AAS
EFEITOS COLATERAIS
♥ PELE E MUCOSAS:
- Destrói células epiteliais e induz edema celular e
descamação.
♥ FUNÇÕES PLAQUETÁRIAS:
- Prolonga o tempo de sangramento, pode causar hemorragia
por inibir Tromboxano A2.
♥ EFEITOS RESPIRATÓRIOS
- Broncoespasmo em asmáticos.
SALICILATOS - AAS
EFEITOS COLATERAIS
♥ SÍNDROME DE REYE:
- Vírus + AAS – Predisposição Genética (Lesão hepática e
encefalite).
♥ HIPERSENSIBILIDADE:
- Comum em idosos com asma: rinite, edema, urticária, falta
de ar, edema de glote, choque e morte.
♥ APRESENTAÇÕES COMERCIAIS:
- Ronal®, Aspirina®, Melhoral®, AAS®, Somalgin®,
Buferin®.
DERIVADOS DO
PÁRA – AMINOFENOL
PARACETAMOL
HISTÓRICO

▪ Um dos primeiros derivados introduzidos


nesse grupo, foi a Acetalinilida, em 1886,
tendo sido, logo depois retirada do mercado
por causar toxicidade.

▪ Em 1949 o Acetominofeno (Paracetamol),


passou a ser a droga mais utilizada do grupo.
PARACETAMOL
AÇÕES FARMACOLÓGICAS
● Efeitos analgésicos e antipiréticos comparáveis
aos do salicilatos.

● Preferido em pacientes com úlceras,


broncoespasmos, crianças com infecções virais.

● Analgésico de eleição nas dores leves e


moderadas na infância.
PARACETAMOL
MECANISMO DE AÇÃO
● Inibe Ciclooxigenase, (pouca ↓ PGs).
● Possui fraca atividade antiinflamatória, por
inibir fracamente a Cox-1 e Cox-2.
● Pode inibir uma terceira isoforma da
ciclooxigenase a COX-3.
● Possui efeito muito fraco sobre as plaquetas.
PARACETAMOL
FARMACOCINÉTICA
● Absorvido rapidamente pelo TGI.
● Pouca afinidade com as proteínas plasmáticas.
● Metabolização hepática onde este produz intermediários
altamente reativos para as células hepáticas, processo esse
chamado de BIOATIVAÇÃO.
● No processo de biotransformação o paracetamol é
rapidamente conjugado com o ácido glicurônico.
PARACETAMOL

FARMACOCINÉTICA
● Através dessa reação de conjugação com o glutation esse
intermediário reativo pode ser desintoxicado.
● Entretanto, o glutation é depletado pelo paracetamol,
impedindo a desintoxicação e permitindo a hepatotoxicidade.
● Excreção renal.
● Não ingerir com carboidratos.
PARACETAMOL
Interações Medicamentosas

Os anticonvulsivantes como: Fenitoína, Barbitúricos,


Carbamazepina pode aumentar a intoxicação hepática.

Paracetamol + Cloridrato de Fenilefrina resulta em diminuição da


eficiência do paracetamol e um aumento no risco de
hepatotoxicidade.

A probenecida causa uma redução em cerca de duas vezes do


clearance do paracetamol.
PARACETAMOL
Contra-Indicações:

- Hipersensibilidade ao Paracetamol.

- Pacientes com insuficiência hepática (alcoólatras) e


renal.
PARACETAMOL
EFEITOS COLATERAIS
● O analgésico é altamente seguro quando administrado em
doses terapêuticas, entretanto em determinadas condições
pode causar hepatotoxicidade (metabólito altamente ativo e
tóxico).
INTOXICAÇÃO AGUDA
● 24 horas: náusea, vômito.
● 48 horas: hepatotoxicidade (dose acima de 10 a 15 g).
PREPARAÇÕES COMERCIAIS:
● Tylenol®, Tylen®.
DERIVADOS DO
ÁCIDO ANTRANÍLICO
(FENAMATOS)
ÁCIDO MEFENÂMICO
FARMACOCINÉTICA

▪ Boa e rápida absorção por via oral.

▪ Alta afinidade de ligação às proteínas


plasmáticas.

▪ Biotransformação hepática.

▪ Excreção renal.
ÁCIDO MEFENÂMICO
MECANISMO DE AÇÃO
▪ Inibição da Cox.

AÇÕES FARMACOLÓGICAS
▪ São analgésicos, antiinflamatórios e antitérmicos.
▪ Como analgésico para dores de pequena e moderada
intensidade e o tratamento não deve exceder mais de uma
semana.
▪ Como atividade antiinflamatório possui metade da ação da
fenilbutazona.
▪ Alivia a dor da dismenorréia.
ÁCIDO MEFENÂMICO

CONTRA-INDICAÇÕES

▪ Em pacientes com ulcerações e inflamação gastrintestinal,


e pacientes com comprometimento renal.

▪ PREPARAÇÕES COMERCIAIS:

Pontin®, Ponstan®,
ÁCIDO MEFENÂMICO
Interações Medicamentosas

- Anticoagulante: o ácido mefenâmico desloca a varfarina dos sítios de ligação


à proteína e pode aumentar a resposta aos anticoagulantes orais.
- Potencializam o efeito de agentes com propriedades antiplaquetárias e
anticoagulantes.
- Lítio: antiinflamatórios não-esteróides (AINEs), incluindo ácido mefenâmico,
produziram uma elevação do nível plasmático de lítio e uma redução no
clearance renal de lítio. Sendo assim, quando ácido mefenâmico e lítio são
co-administrados, os pacientes devem ser cuidadosamente observados com
relação aos sinais de toxicidade por lítio.
- Os AINES no geral diminuem o efeito hipotensor dos anti-
hipertensivos e também dos diuréticos.
DERIVADOS
PIRAZOLÔNICOS
DIPIRONA
EFEITOS FARMACOLÓGICOS
● Age de forma semelhante ao AAS.
EFEITOS COLATERAIS
● Choque anafilático.
● Hipotensão.
● Discrasias sanguíneas (alteração na coagulação do
sangue).
● TGI: náusea, vômito, desconforto.
PREPARAÇÕES COMERCIAIS:
● Magnopyrol®, Anador®, Novalgina®, Baralgin®.
DIPIRONA
FARMACOCINÉTICA

• Por administração intravenosa (IV) são obtidos altos níveis


plasmáticos e seus efeitos podem se iniciar dentro de 30
minutos a 1 hora e podem durar até 6 horas.

• Sua metabolização é hepática e são excretados via renal.


DIPIRONA
Interações Medicamentosas

- Potencializam o efeito de agentes com propriedades antiplaquetárias e


anticoagulantes.

- Ciclosporinas: a dipirona pode causar redução dos níveis plasmáticos de


ciclosporina. As concentrações da ciclosporina devem, portanto, ser monitoradas
quando a dipirona é administrada concomitantemente. Metotrexato: a
administração concomitante da dipirona com metotrexato pode aumentar a
hematotoxicidade do metotrexato particularmente em pacientes idosos.
Portanto, esta combinação deve ser evitada.

- Ácido acetilsalicílico: a dipirona pode reduzir o efeito do ácido acetilsalicílico na


agregação plaquetária, quando administrados concomitantemente. Portanto,
essa combinação deve ser usada com precaução em pacientes que tomam baixa
dose de ácido acetilsalicílico para cardioproteção.
DIPIRONA
Interações Medicamentosas

- Bupropiona: a dipirona pode causar a redução na concentração sanguínea de


bupropiona. Portanto, recomenda-se cautela quando a dipirona e a bupropiona
são administradas concomitantemente.

- Lítio: antiinflamatórios não-esteróides (AINEs), incluindo dipirona, produziram


uma elevação do nível plasmático de lítio e uma redução no clearance renal de
lítio. Sendo assim, quando dipirona e lítio são co-administrados, os pacientes
devem ser cuidadosamente observados com relação aos sinais de toxicidade
por lítio.

- Os AINES no geral diminuem o efeito hipotensor dos anti-hipertensivos


e também dos diuréticos.
FENILBUTAZONA
FARMACOCINÉTICA
● Rapidamente absorvida pelo TGI
● Liga-se em torno de 96% às proteínas plasmáticas.
● Metabolização hepática .
● Excreção renal lenta de metabólitos.

EFEITOS FARMACOLÓGICOS
● A Fenilbutazona é muito eficaz para o tratamento de artrite reumatóide,
gota aguda, osteoartrite.
● Na crise aguda da gota constitui excelente alternativa a
colchicina/indometacina.
● Causa toxicidade na medula óssea.

PREPARAÇÕES COMERCIAIS:

Butazona®, Butazolidina®.
FENILBUTAZONA
Total de Interações Medicamentosas

- Como possuem alta afinidade de ligação às proteínas plasmáticas,


acabam agindo como deslocadores de fármacos e inibidor enzimático.
Exemplos: Anticoagulantes orais, Sulfonamidas, Hipoglicemiantes orais.

- Lítio: antiinflamatórios não-esteróides (AINEs), incluindo fenilbutazona


produziram uma elevação do nível plasmático de lítio e uma redução no
clearance renal de lítio. Sendo assim, quando fenilbutazona e lítio são co-
administrados, os pacientes devem ser cuidadosamente observados com
relação aos sinais de toxicidade por lítio.

- Os AINES no geral diminuem o efeito hipotensor dos anti-hipertensivos


e também dos diuréticos.
DERIVADO DO
ÁCIDO FENILACÉTICO
DICLOFENACO
EFEITOS FARMACOLÓGICOS
● Potentes inibidores da COX.
EFEITOS COLATERAIS MAIS FREQUENTES
● TGI (20%): Sangramentos, ulcerações ou perfurações na
parede.
● Renal.
PREPARAÇÕES COMERCIAIS
● Voltaren®, Voltaflex, Cataflan®, Neotaren®, Neotaflan®, Flotac®
(diclofenaco de colestiramina – 70mg).
DICLOFENACO
FARMACOCINÉTICA

• Absorção: ~ 50% (disponível sistemicamente).

• Distribuição: Distribui-se por todo organismo, tem alta


ligação a PP (deslocador de fármacos).

• Metabolismo: Hepática.

• Excreção: Renal.
DICLOFENACO
Total de 383 Interações Medicamentosas

❑ Agentes com propriedades antiplaquetárias e anticoagulantes


aumentando seus efeitos.
❑ Álcool (etílico): pode potencializar os efeitos tóxicos e adversos
do Diclofenaco.
❑ Os AINES no geral diminuem o efeito hipotensor dos anti-
hipertensivos e também dos diuréticos.
❑ Lítio: Os agentes antiinflamatórios não esteróides podem
aumentar a concentração sérica de lítio.
DICLOFENACO
CONTRA-INDICAÇÕES

▪ Em pacientes com ulcerações e inflamação gastrintestinal, e pacientes


com comprometimento renal.

▪ Hipersensibilidade ao diclofenaco (por exemplo, reações anafilactóides,


reações cutâneas graves) história de asma, urticária ou outras reações
alérgicas após tomar aspirina ou outros AINEs.

▪ Pacientes com insuficiência renal moderada a grave.

▪ Rotulagem canadense: Contra-indicações adicionais (não estão na


rotulagem dos EUA): Insuficiência cardíaca grave não controlada; úlcera
gástrica / duodenal / péptica ativa; sangramento GI ativo ou perfuração,
DERIVADOS DO
ÁCIDO PROPIÔNICO
DERIVADOS DO ÁCIDO PROPIÔNICO

EFEITOS FARMACOLÓGICOS
● Potentes inibidores da COX, inibição de cininas e histamina.

EFEITOS COLATERAIS MAIS FREQUENTES


● TGI (3 a 10%): Agranulocitose.
● Prolongamento do tempo de sangramento.

PREPARAÇÕES COMERCIAIS:
● Ibuprofeno - Artril®, Spidufen®, Ibuprovil®.
● Naproxeno - Naprosyn®.
● Cetoprofeno - Profenid®.
DERIVADOS DO
ÁCIDO ENÓLICO
(OXICAM)
DERIVADOS DO ÁCIDO ENÓLICO

EFEITOS FARMACOLÓGICOS
● Meia-vida prolongada.

EFEITOS COLATERAIS MAIS FREQUENTES


● TGI (16%): Cefaléia, zumbidos, edema, erupções cutâneas.

PREPARAÇÕES COMERCIAIS:
● Piroxicam - Anflene®, Feldene®.
● Tenoxicam - Tilatil®.
● Meloxicam - Movatec®.
DERIVADO DA
SULFONANILIDA
NIMESULIDA
EFEITOS FARMACOLÓGICOS
● Inibidor de PGs.
● Boa tolerabilidade gástrica e renal.
● Poucos efeitos colaterais.
● Pediatria.

PREPARAÇÕES COMERCIAIS:
● Nimesulida - Scaflan®.
DERIVADOS DO ÁCIDO
INDOLACÉTICO
INDOMETACINA
FARMACOCINÉTICA

▪ Liberação imediata.

▪ Alta afinidade de ligação às proteínas plasmáticas.

▪ Biotransformação hepática.

▪ Excreção urinária.
PREPARAÇÕES COMERCIAIS:
● Indocid®, Indocin®.
INDOMETACINA
Total de 360 Interações Medicamentosas

- Ciclosporinas:(Sistêmica): Os agentes antiinflamatórios não


esteróides podem potencializar o efeito nefrotóxico da
Ciclosporina (Sistêmica).

- Os agentes antiinflamatórios não esteroidais podem aumentar a


concentração sérica da Ciclosporina (Sistêmica).

- Potencializam o efeito de agentes com propriedades


antiplaquetárias e anticoagulantes.
INDOMETACINA
Total de 360 Interações Medicamentosas

- Álcool (etílico): pode potencializar os efeitos tóxicos / adversos de Agentes


Antiinflamatórios Não Esteroidais. Especificamente, o risco de sangramento
gastrointestinal pode aumentar com esta combinação.

- Lítio: antiinflamatórios não-esteróides (AINEs), a indometacina, produziram


uma elevação do nível plasmático de lítio.

- Os AINES no geral diminuem o efeito hipotensor dos anti-hipertensivos


e também dos diuréticos.

- Os AINES podem potencializar os efeitos adversos e efeitos tóxicos de


vários fármacos.
INDOMETACINA
CONTRA-INDICAÇÕES:

- Hipersensibilidade a indometacina ou ao outro componente da


fórmula, pacientes que apresentaram asma, urticária ou reações do tipo
alérgico após tomar aspirina ou outros AINEs.

- Rotulagem canadense: Contra-indicações adicionais (não na rotulagem


dos EUA): insuficiência cardíaca grave não controlada; úlcera
gastrointestinal ativa (gástrica, duodenal, péptica); sangramento
gastrointestinal ativo; doença inflamatória intestinal; sangramento
cerebrovascular; insuficiência hepática grave ou doença hepática
ativa; insuficiência renal grave.
ETODOLACO
FARMACOCINÉTICA

▪ Liberação imediata.

▪ Alta afinidade de ligação às proteínas plasmáticas.

▪ Biotransformação hepática.

▪ Excreção urinária.

PREPARAÇÕES COMERCIAIS:
● Flancox®.
ETODOLACO
Contra-Indicações:

- Hipersensibilidade ao etodolaco ou ao outro componente da


fórmula, pacientes que apresentaram asma, urticária ou reações do tipo
alérgico após tomar aspirina ou outros AINEs.

- Rotulagem canadense: Contra-indicações adicionais (não na rotulagem


dos EUA): úlcera gastrointestinal ativa (gástrica, duodenal,
péptica); sangramento gastrointestinal ativo; doença inflamatória
intestinal.
ETODOLACO
Total de 331 Interações Medicamentosas

- Ciclosporinas:(Sistêmica): Os agentes antiinflamatórios não


esteróides podem potencializar o efeito nefrotóxico da
Ciclosporina (Sistêmica).

- Os agentes antiinflamatórios não esteroidais podem aumentar a


concentração sérica da Ciclosporina(Sistêmica).

- Potencializam o efeito de agentes com propriedades


antiplaquetárias e anticoagulantes.
ETODOLACO
Total de 331 Interações Medicamentosas

- Álcool (etílico): pode potencializar os efeitos tóxicos / adversos de Agentes


Antiinflamatórios Não Esteroidais. Especificamente, o risco de sangramento
gastrointestinal pode aumentar com esta combinação.

- Lítio: antiinflamatórios não-esteróides (AINEs), o etodolaco, produziram uma


elevação do nível plasmático de lítio.

- Os AINES no geral diminuem o efeito hipotensor dos anti-hipertensivos


e também dos diuréticos.

- Os AINES podem potencializar os efeitos adversos e efeitos tóxicos de


vários fármacos.
INIBIDORES
ALTAMENTE
SELETIVOS COX-2
(COXIBES)
INIBIDORES ALTAMENTE SELETIVOS COX-2

❑ Celecoxib - Celebra® (1998).

❑ Rofecoxib - Vioxx® (1999) – (retirado do comércio entre 2004 e 2005).

❑ Valdecoxib - Bextra® (2002) - (retirado do comércio entre 2004 e 2005).

❑ Estudos sugerem que os fármacos que inibem seletivamente COX-2,


mas não a COX-1, poderiam aumentar a taxa de problemas
cardiovasculares, quando comparados aos AINES tradicionais.

❑ Esses medicamentos não apresentam o “efeito cardioprotetor”, pois não


bloqueiam a produção de Tromboxano A2 (TXA2), responsável pela
agregação plaquetária.
INIBIDORES ALTAMENTE SELETIVOS COX-2

❑ Embora exista uma maior segurança quanto aos


efeitos das COXIBs sobre o sistema gastrointestinal,
informações farmacológicas adicionais são
necessárias para elucidar os efeitos
cardiovasculares e renais e as possíveis interações
com outros medicamentos.

❑ Para o alívio de dores suave a moderada, ainda o


uso de AINES convencionais, tenha a sua indicação.
INIBIDORES ALTAMENTE SELETIVOS COX-2

❑ De acordo com ADRAC (Adverse Drug Reactions Advisory


Comitte), desde o início da comercialização do Celecoxib em
outubro de 1999, já foram relatados 919 casos sobre os
efeitos colaterais relacionados com o seu uso.

❑ Poucos pacientes relataram alterações no TGI.

❑ No entanto, outros efeitos colaterais tem sido mais


proeminente com uso dos altamente seletivos Cox-2 entre
eles, urticária, cefaléia, alergia.
CELECOXIB
FARMACOCINÉTICA

▪ Prolongado devido à baixa solubilidade.

▪ Alta afinidade de ligação às proteínas


plasmáticas.

▪ Biotransformação hepática.

▪ Excreção fezes e urina.


CELECOXIB
Total de 356 Interações Medicamentosas

- Ciclosporinas: Os agentes antiinflamatórios não esteróides podem


potencializar o efeito nefrotóxico da Ciclosporina (Sistêmica).

- Os agentes antiinflamatórios não esteroidais podem aumentar a


concentração sérica da Ciclosporina (Sistêmica).
CELECOXIB
Total de 356 Interações Medicamentosas

- Álcool (etílico): pode potencializar os efeitos tóxicos adversos de


Agentes Antiinflamatórios Não Esteroidais.

- Lítio: antiinflamatórios não-esteróides (AINEs), o Celecoxib,


produziram uma elevação do nível plasmático de lítio.

- Os AINES podem potencializar os efeitos adversos e efeitos


tóxicos de vários fármacos.
CELECOXIB
CONTRA-INDICAÇÕES:

- Hipersensibilidade ao celecoxib, sulfonamidas, aspirina, outros AINES


ou qualquer componente da formulação; pacientes que apresentaram
asma, urticária ou reações do tipo alérgico após tomar aspirina ou outros
AINEs.

- Rotulagem canadense: Contra-indicações adicionais (não na rotulagem


dos EUA): Gravidez (terceiro trimestre); mulheres que estão
amamentando; insuficiência cardíaca grave não controlada; úlcera
gastrointestinal ativa (gástrica, duodenal, péptica); sangramento
gastrointestinal ativo; doença inflamatória intestinal; sangramento
cerebrovascular; insuficiência hepática grave ou doença hepática
ativa; insuficiência renal grave.
CORTICÓIDES
CORTICOSTERÓIDES
OU
GLICOCORTICÓIDES
CORTICÓIDES

- São Hormônios sintéticos que mimetizam a ação


do cortisol endógeno, produzido na zona cortical
das glândulas Supra Renais, que estão situadas
nos polos superiores dos rins.
HISTÓRICO
▪ Primeira referência às adrenais data 1563 por Bartolomeu
descrevendo anatomicamente a existência das glândulas
supra renais.

▪ Em 1855, Thomas Addison chamou a atenção para uma


síndrome decorrente da destruição das supra renais que
levava o paciente a morte em poucos dias (Doença de
Addison).

▪ Começaram adrenalectomizar animais e confirmaram a


morte destes em poucos dias.

▪ Em 1930 – Separação de Cortina e Adrenalina.


HISTÓRICO
▪ Em 1930 – Cushing descreveu o quadro do
hipercortisolismo.

▪ Em 1948 Hench tratou com sucesso pacientes com artrite


reumatoide – usando cortisona – Início da corticoterapia.

▪ Em 1952 – Astwood purificou pela primeira vez o hormônio


ACTH.

▪ Desde sua descoberta, os glicocorticóides tiveram sua


importância reconhecida, sendo identificados como
indispensáveis à vida.
FISIOLOGIA

Secreção: de cortisol se dá a partir de um estímulo estressante, que transmite impulsos nervosos


ao hipotálamo. Este, por sua vez, libera o fator liberador de corticotropina (CRH), que chega a hipófise,
cujas células secretam hormônio adrenocorticotrópico (ACTH) que flui pelo sangue até o córtex da
supra-renal onde o cortisol é sintetizado. O excesso de hormônio, cortisol, inibe a síntese dos
hormônios estimuladores do eixo hipotálamo/adrenal.
FISIOLOGIA
FISIOLOGIA
SUPRA-RENAIS:
- Porção interna (medula adrenal): Adrenalina e
Noradrenalina.
- Porção externa (córtex adrenal – corresponde a 90% da
glândula) e produz:
- Hormônios Glicocorticóides: Ação predominante sobre o
metabolismo intermediário dos carboidratos, proteínas e
gorduras, e além disso, possuem efeitos antiinflamatórios e
imunodepressores. Exemplo: Cortisol.
- Hormônios Mineralocorticóides: Atuam no equilíbrio
hidroeletrolítico retendo sódio e depletando potássio.
Exemplo: Aldosterona.
FISIOLOGIA
SUPRA-RENAIS:
- Hormônios Sexuais: Andrógenos e Estrógenos
(testosterona e estradiol).

- O ACTH estimula o colesterol a sintetizar esses hormônios.

Mineralocorticóides e Glicocorticóides formam os


CORTICOSTERÓIDES ou CORTICÓIDES.
FISIOLOGIA
➢ Ambos os grupos possuem ação tanto sobre a
retenção de sódio e água quanto sobre o
metabolismo intermediário da ação antiinflamatória.

➢A hidrocortisona, principal glicocorticóide


endógeno, também conhecida como cortisol, possui
efeito retentor de sódio.

➢A aldosterona é o mais importante


mineralocorticóide com ação glicocorticóide
mínima.
GLICOCORTICÓIDES
QUÍMICA E RELAÇÃO ESTRUTURA-ATIVIDADE

▪ A Hidrocortisona é o protótipo do grupo.

▪ A Cortisona e Prednisona necessitam sofrerem biotransformação para se


tornarem ativas – Hidrocortisona e Prednisolona, respectivamente.

▪ As alterações nas moléculas da hidrocortisona e da cortisona deram


origem aos compostos sintéticos atuais.

▪ Modificações na estrutura química da Hidrocortisona favoreceram o


aumento de 4 vezes maior da ação antiinflamatória sem aumento
correspondente na retenção de sódio. Exemplo: Prednisolona e
Prednisona.
GLICOCORTICÓIDES
GLICOCORTICÓIDES
QUÍMICA E RELAÇÃO ESTRUTURA-ATIVIDADE

▪ Somando-se o grupo CH3 ao carbono 6 da Prednisolona origina-se –


Metilprednisolona (capacidade antiinflamatória superior e atividade
mineralocorticóide menor comparada à Prednisolona) com (meia vida
plasmática intermediária).

▪ Se acrescentarmos o flúor ao carbono 9 da Prednisolona, essa


transforma-se em 9-Fluorprednisolona, cuja ação glicocorticóide é 20
vezes maior do que a Hidrocortisona, porém com o mesmo aumento da
atividade mineralocorticóide.

▪ Ao introduzirmos um metil ou uma hidroxila no carbono 16, teremos


respectivamente, a triancinolona, betametasona ou a dexametasona (meia
vida plasmática longa).

▪ A Dexametasona tem ação glicocorticóide 30 vezes mais potente que a


Hidrocortisona e atividade mineralocorticóide quase nula.
GLICOCORTICÓIDES
FARMACOCINÉTICA
● ABSORÇÃO: Todas as vias são absorvidas com ótima
eficácia.
● Via Oral – Bem absorvida.
● Há também absorção dérmica, sinovial e conjuntival.
● DISTRIBUIÇÃO: 90% de ligação às Proteínas Plasmáticas
Atravessa a B.H.P e B.H.E.
● METABOLISMO E EXCREÇÃO: Metabolização Hepática
e Excreção Renal.
FARMACODINÂMICA
❑ Os efeitos dos Glicocorticóides podem ser observados em quase todo o
organismo.

❑ Existem tecidos que possuem receptores específicos para esses


hormônios, enquanto outros não possuem.

❑ Sendo este o receptor (GR) para os glicocorticóides, sendo que a


aldosterona também liga-se porém com afinidade bastante reduzida.

❑ Os glicocorticóides sintéticos se ligam com afinidade semelhante ou até


mesmo superior à o cortisol endógeno.
FARMACODINÂMICA
FARMACODINÂMICA
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

❑ A Carbamazepina, Rifampicina e Fenobarbital realiza


indução enzimática quando administrados juntamente com
glicocorticóides.
❑ Os glicocorticóides aumentam a excreção renal dos
Salicilatos.
❑ O Cetoconazol compete com os Glicocorticóides, sendo
este um medicamento utilizado na Síndrome de Cushing.
❑ A Espironolactona compete com a Aldosterona pelos seus
receptores específicos, por isso em determinadas condições
esta é utilizada.
SÍNDROME DE CUSHING
EFEITOS FISIOLÓGICOS

♦ Influenciam no metabolismo de Carboidratos, Lipídios e


Proteínas.

♦ Dão ao organismo capacidade de resistir a situações


variadas e estressantes.
EFEITOS FISIOLÓGICOS
❖ Metabolismo de Carboidratos e Proteínas:

❖ CARBOIDRATOS: Gliconeogênese hepática (↑ da


glicose hepática); Menor Utilização Periférica; ↑ da Glicose
plasmática e Glicosúria.

❖ PROTEÍNAS: Inibição da Síntese Proteica nos Tecidos


Periféricos; Estimulação da Proteólise/Aumentando a
degradação; ↑ da Síntese Proteica Hepática;
Consequentemente aumento da excreção de proteínas e
redução do volume muscular/atrofia muscular.
EFEITOS FISIOLÓGICOS

❖ Metabolismo de Lipídeos:
- Ativam a lipase dessa forma ativa a quebra de
lipídeos que resultará na redistribuição de gordura
corporal.
- Aumento de gordura na parte superior do pescoço
(giba de búfalo); Área Supra Clavicular; Face (face
de lua-cheia).
EFEITOS FISIOLÓGICOS
❖ Metabolismo de Sal e Água/Equilíbrio Hidroeletrolítico:
- Os mineralocorticóides exercem seus efeitos através de receptores ao
nível dos ductos coletores, causando maior reabsorção de sódio e
secreção de potássio).

❖ Sistema Cardiovascular:
- Ação dos Mineralocorticóides: Hipertensão Induzida pelo aumento da
reabsorção de sódio.
- Ação dos Glicocorticóides: Também agem aumentando os níveis
pressóricos arteriais, principalmente em situações de estresse, onde
estes possuem afinidade pelos receptores beta-adrenérgicos
(catecolaminas).
- Possui também diminuição de PGs (substância vasodilatadora).
EFEITOS FISIOLÓGICOS
❖ Sistema Nervoso Central:
- Melhora do Humor
- Menos Euforia
- Mais Insônia
- Menos Depressão
❖ Alteração dos níveis de Células Sanguíneas no
Plasma:
- ↓ de linfócitos circulantes; ↓ da produção de anticorpos.
- ↓ de eosinófilos, basófilos e monócitos que são células de
defesa, dessa forma irá contribuir com a redução do
processo inflamatório.
EFEITOS FISIOLÓGICOS
❖ Metabolismo do Cálcio e dos Ossos:
- Há presença de receptores para os glicocorticóides nas células ósseas.
- Com a produção normal de cortisol há o aumento na diferenciação e na
maturação celular.
- A osteocalcina proteína responsável pela formação óssea sofre
alterações quando o pico de cortisol está diminuído.
- Quantidades fisiológicas maiores influenciam negativamente no
metabolismo ósseo.
- As doses farmacológicas dos corticoides agem nas células inflamatórias
reduzindo a função dos fibroblastos que diminuem a produção de
colágeno e glicosaminoglicano resultando em menor cicatrização
EFEITOS FISIOLÓGICOS
❖ Metabolismo do Cálcio e dos Ossos:
- Agem também diminuindo a função dos osteoblastos interferindo na
formação da matriz óssea – osteoporose induzida.

- Os Glicocorticóides também atuam nos níveis de cálcio, onde haverá


uma diminuição da absorção de cálcio pelo TGI e aumentar a eliminação
de cálcio pelos rins, contribuição da osteoporose induzida.

- Em crianças também alteram o crescimento por alterarem a fisiologia do


crescimento muscular – precisa ser monitorada a administração.
EFEITOS FARMACOLÓGICOS
➢ Os efeitos farmacológicos dos corticosteróides se verificam em doses
superiores à quantidade produzida endogenamente.

➢ O efeito farmacológico acaba sendo extensão dos seus efeitos


fisiológicos, pois ocorrem pela ativação dos mesmos receptores.

➢ Os glicocorticóides muito menos que os mineralocorticóides, promovem


retenção de sódio e água e excreção urinária de potássio.

➢ Esses efeitos são observados com os glicocorticóides naturais


(hidrocortisona/cortisona), quase não ocorrendo com os compostos
sintéticos (prednisolona/dexametasona).
AÇÕES ANTIINFLAMATÓRIAS
INFLAMAÇÃO GLICOCORTICÓIDES

- Aumento do Fluxo Sangüíneo - Diminuição da permeabilidade


Local. capilar .
- Aumento da Permeabilidade - Evita extravasamento de
Capilar. líquidos e proteínas fora dos
capilares.
- Extravasamento de Líquidos.
- Reduz Formação de Edemas.
- Edema.
- Liberação de Substâncias
- Presença de Leucócitos.
Vasoativas.
- Migração de Neutrófilos.
- Atividade Fagocitária.
- Degeneração de Leucócitos com
formação de pus.
- Cicatrização com deposição do
tecido fibroso.
AÇÕES ANTIINFLAMATÓRIAS
➢ Os glicocorticóides previnem o início da cascata de reação que leva à
produção de PGs e leucotrienos.

➢ A inibição de leucotrienos é de suma importância, pois esses


compostos produzem quimiotaxia de neutrófilos, aderência ao local
inflamatório e aumento da permeabilidade vascular.

➢ Essa ação dos corticóides diferencia-se grandemente da ação dos


AINES.

➢ Já que os AINES não interfere na produção dos leucotrienos, somente


na inibição de PGs através da enzima COX.
USOS TERAPÊUTICOS GERAIS
❑ Artrite Reumatóide
❑ Doenças Renais
❑ Doenças Alérgicas
❑ Asma Brônquica
❑ Doenças Oculares
❑ Doenças da Pele
❑ Edema Cerebral
❑ Transplante de Órgãos
CORTICÓIDES TÓPICOS
TOXICIDADE E REAÇÕES ADVERSAS

TOXICIDADE
♥ Suspensão brusca após o uso contínuo de altas doses, onde ocorre
exacerbação do processo patológico que estava sendo tratado.

♥ Insuficiência da supra renal que é provocada pela atrofia do córtex que


se desenvolve em consequência do efeito inibitório do hormônio cortisol.

♥ Com isso há uma presença de uma síndrome de retirada que evolui


com febre, mal-estar, mialgias e artralgias, sintomas estes que podem ser
confundidos com a patologia que esta sendo tratada.
TOXICIDADE E REAÇÕES ADVERSAS

EFEITOS ADVERSOS
♥ Distúrbios comportamentais: Nervosismo, insônia e até
depressão. Geralmente essas reações são reversíveis com a
retirada da droga.
♥ Síndrome de Cushing: Face de lua-cheia; giba de búfalo;
obesidade central (estrias e acne).
♥ Úlceras pépticas ou perfuração de úlcera preexistentes
(maior probabilidade quando há a utilização destes
medicamentos em associação com AINES).
♥ Infecções por deprimir a resposta imunitária.
TOXICIDADE E REAÇÕES ADVERSAS

EFEITOS ADVERSOS
♥ Nos olhos podem induzir catarata e glaucoma.
♥ Hipertensão induzida é mais comum na síndrome de
Cushing, uma vez que os corticóides sintéticos não possuem
atividade mineralocorticóide acentuada.
♥ Hiperglicemia e consequentemente glicosúria.
♥ Edemas ocasionados principalmente pelos
mineralocorticóides (hidrocortisona/cortisona). Sendo que a
maioria dos glicocorticóides sintéticos
(prednisona/prednisolona/dexametasona) o faz em menores
quantidades.
PRINCIPAIS CONTRA-INDICAÇÕES

♥ Hipertensão arterial
♥ Atrofia muscular
♥ Infecções
♥ Osteoporose
♥ Diabetes mellitus
♥ Úlceras pépticas
PREPARAÇÕES COMERCIAIS

- Dexametasona: Decadronal®, Decadron®, Dexametasona Injetável,


Duo-Decadron®.
- ASSOCIAÇÕES: Via Oral – Vitatonus-Dexa®, Dexalgen®, Emistin®.
Oftálmico - Minidex®, Dexavison®.
Injetável – Dexalgen®, Cianotrat-Dexa®.
PREPARAÇÕES COMERCIAIS

- Hidrocortisona base.
- ASSOCIAÇÕES: Otosporin®.

- Betametasona: Celestone®, Diprospan®.


- ASSOCIAÇÕES: Celestamine®, Garasone®.

- Prednisona: Meticorten®.
ANALGÉSICOS
OPIÓIDES
COMPARACÕES FARMACOLÓGICAS
Analgésicos Opiódes: AINEs:

● Fármacos com ação central ● Fármacos com efeito periférico,


sobre receptores opiódes, sobre a síntese de PGs, sem efeito
sem produzirem perda de ao nível da condução do impulso
consciência. nervoso.

● Potente ação analgésica;


● Ação sobre a dor visceral; ● Ação analgésica intermediária;
● Tolerância e dependência. ● Efeito antiinflamatório, antipirético
e antiagregante.
RECEPTORES OPIÓIDES
MÚLTIPLOS
▪ Existem espalhados de uma forma generalizada no SNC e
em outros tecidos, predominando em regiões como:

 Hipotálamo (Homeostasia)
 Sistema Límbico (emoções)
 Medula (porta de entrada de informações sensoriais)

▪ Também existem receptores concentrados no intestino.


RECEPTORES OPIÓIDES
MÚLTIPLOS
➢ Mu1: Analgesia supraespinhal.

➢ Mu2: Depressão respiratória, dependência, redução dos movimentos


do TGI (intestino).

➢ Kappa: Analgesia espinhal, sedação, sono, dependência.

➢ Gama/Sigma: Ocasiona alterações comportamentais, como, disforias,


desilusões, alucinações, delírios e efeitos cardíacos.

➢ Delta: Alteração no comportamento afetivo (aceitação à dor).


CLASSIFICAÇÃO
❖ AGONISTAS FORTES
- Morfina (Dimorf®), Meperidina (Dimerol®), Sulfentanila; Fentanila.

❖ AGONISTAS FRACOS
- Propoxifeno (Doloxene-A®), Tramadol (Tramal®), Codeína (Tylex,
Setux®).

❖ ANTAGONISTAS
- Naloxona (Narcan®); Nalorfina e Naltrexona.
ANTIMICROBIANOS
DEFINIÇÕES E CARACTÉRISTICAS

• No sentido mais estrito, os antibióticos são substâncias


produzidas por diversas espécies de MOO (bactérias,
fungos), que suprimem o crescimento de outros
microrganismos.

• O uso comum frequentemente estende o termo


antibiótico para incluir agentes antimicrobianos
sintéticos, como as sulfonamidas.
DEFINIÇÕES E CARACTÉRISTICAS

• Os antibióticos diferem acentuadamente nas suas


propriedades físicas, químicas e farmacológicas, no
espectro antibacteriano e nos mecanismos de ação.

• O conhecimento dos mecanismos moleculares da


replicação das bactérias, fungos e vírus facilitou
enormemente o desenvolvimento racional de
compostos capazes de interferir nos ciclos vitais dos
microrganismos.
CLASSIFICAÇÃO E MECANISMO DE AÇÃO

• Do ponto de vista histórico, a classificação mais comum


baseia-se na estrutura química e no mecanismo de ação:

• (1) Agentes que inibem a síntese da parede celular


bacteriana; incluem as penicilinas e as cefalosporinas, que
são estruturalmente semelhantes, bem como agentes
distintos, como vancomicina, bacitracina e os antifúngicos
azóis (clotrimazol,fluconazol e itraconazol);
CLASSIFICAÇÃO E MECANISMO DE AÇÃO

• (2) Agentes que atuam diretamente sobre a membrana


celular do MOO, afetando a sua permeabilidade e
resultando em extravasamento de compostos intracelulares;
incluem os detergentes, como a polimixina e os antifúngicos
a nistatina e a anfotericina B, que se ligam aos esteróis da
parede celular;
CLASSIFICAÇÃO E MECANISMO
DE AÇÃO
• (3) Agentes que afetam a função das subunidades
ribossômicas 30 ou 50S, causando inibição reversível da
síntese de proteínas; esses bacteriostáticos incluem o
cloranfenicol, as tetraciclinas, a eritromicina, a clindamicina.

• (4) Agentes que se ligam à subunidade ribossômica 30S e


alteram a síntese de proteínas, resultando em morte celular,
incluem os aminoglicosídeos;
CLASSIFICAÇÃO E MECANISMO DE AÇÃO

• (5) Agentes que afetam o metabolismo bacteriano dos


ácidos nucléicos, como as rifamicinas (rifampicina), que
inibem a RNA-polimerase, e as quinolonas, que inibem as
topoisomerases;

• (6) Os antimetabólitos, que incluem o trimetoprim e as


sulfonamidas, que bloqueiam enzimas essenciais no
metabolismo do folato;
FATORES QUE DETERMINAM A
SENSIBILIDADE E A RESISTÊNCIA DOS
MICRORGANISMOS AOS
ANTIMICROBIANOS
SENSIBILIDADE E A RESISTÊNCIA

• O sucesso da terapia antimicrobiana de uma infecção


depende de diversos fatores.

• Em termos mais simples, a concentração de antibiótico no


local da infecção deve ser suficiente para inibir o
crescimento do microrganismo agressor.

• Se as defesas do hospedeiro estiverem intactas e ativas pode


ser suficiente um efeito inibitório mínimo:
SENSIBILIDADE E A RESISTÊNCIA

• Como aquele proporcionado pelos bacteriostáticos (agentes


que interferem no crescimento ou na replicação do
microrganismo, mas que não o matam).

• Já se houver comprometimento das defesas do hospedeiro,


pode ser necessária uma destruição completa mediada pelo
antibiótico (um efeito bactericida) para erradicar a infecção.
SENSIBILIDADE E A RESISTÊNCIA

• A concentração do fármaco no local da infecção não apenas


deve inibir o MOO, como também deve permanecer abaixo
dos níveis tóxicos para as células humanas.

• Se isso for conseguido, o MOO é considerado SENSÍVEL AO


ANTIBIÓTICO.

• Se não for possível obter com segurança uma concentração


inibitória ou bactericida, o MOO é então considerado
resistente ao antibiótico.
SENSIBILIDADE E A RESISTÊNCIA

• Por conseguinte, os MOO considerados "resistentes" podem


responder à terapia quando a infecção está limitada ao trato
urinário.

• Resistência bacteriana aos antimicrobianos.

• Para que um antibiótico seja eficaz, ele deve atingir o alvo,


ligar-se a ele e interferir na sua função.
SELEÇÃO DOS ANTIMICROBIANOS
• A seleção ideal e criteriosa dos antimicrobianos na terapia das
doenças infecciosas exige discernimento clínico e um
conhecimento detalhado dos fatores farmacológicos e
microbiológicos.

• Infelizmente, a decisão quanto ao uso de antibióticos


frequentemente é tomada de maneira um tanto leviana, sem
considerar o possível MOO infectante ou as características
farmacológicas do fármaco.
SELEÇÃO DOS ANTIMICROBIANOS
• Os antibióticos são utilizados de 3 maneiras gerais:
• Como terapia empírica, como terapia definitiva e como terapia
preventiva ou profilática.
• Quando utilizado como terapia empírica ou inicial, o
antibiótico deve oferecer "cobertura" contra todos os
patógenos prováveis, visto que o MOO ou os MOO’s
infectantes ainda não foram identificados.
SELEÇÃO DOS ANTIMICROBIANOS

• Com frequência, utiliza-se a terapia de combinação ou a


monoterapia com um agente de amplo espectro.

• Entretanto, uma vez identificado o MOO infectante, deve-se


instituir a terapia antimicrobiana definitiva — com esquema
de espectro estreito e baixa toxicidade para completar o
tratamento.
SELEÇÃO DOS ANTIMICROBIANOS
• Quando um antimicrobiano está indicado, o objetivo é
escolher um fármaco seletivamente ativo contra o MOO ou
MOO’s infectantes mais prováveis, que tenha o menor
potencial de provocar toxicidade ou reações alérgicas no
indivíduo que está sendo tratado.
SELEÇÃO DOS ANTIMICROBIANOS
• A primeira decisão a ser tomada é estabelecer se a
administração de um antimicrobiano está realmente indicada.

• Muitos prescritores estão condicionados a associar a febre a


infecções tratáveis e, por isso, prescrevem terapia
antimicrobiana sem efetuar qualquer avaliação.

• Essa prática é irracional e potencialmente perigosa.


SELEÇÃO DOS ANTIMICROBIANOS
• O diagnóstico pode ser mascarado se não forem obtidas
culturas apropriadas antes do início da terapia.

• Os antibióticos podem causar toxicidade grave, e o uso


indiscriminado de antimicrobianos promove a seleção de
microrganismos resistentes.
SELEÇÃO DOS ANTIMICROBIANOS

• A instituição de uma antibioticoterapia empírica ideal exige


o conhecimento dos MOO infectantes mais prováveis e suas
sensibilidades aos antimicrobianos.

• Existem várias técnicas úteis na seleção de um esquema


antibiótico.

• O quadro clínico pode sugerir o MOO específico.


SELEÇÃO DOS ANTIMICROBIANOS
• É essencial saber quais os MOO que têm maior tendência a
causar infecções específicas em determinado hospedeiro.

• Além disso, existem técnicas laboratoriais simples e rápidas


para o exame dos tecidos infectados.
SELEÇÃO DOS ANTIMICROBIANOS
• O método mais valioso e consagrado pelo tempo para a
identificação imediata de bactérias consiste no exame da
secreção infectada ou do líquido corporal por coloração pelo
método de Gram.

• Os testes desse tipo ajudam a reduzir a lista de patógenos


potenciais e permitem uma seleção mais racional da
antibioticoterapia inicial.
SELEÇÃO DOS ANTIMICROBIANOS
TESTE DE SENSIBILIDADE MICROBIANA A
ANTIMICROBIANOS

• Os testes mais comumente utilizados são o teste de difusão


em disco, o teste de diluição em ágar ou caldo e os sistemas
de testes automatizados.
REFERÊNCIAS

- BRAGHIROLLI, Iglesias Daikelly. Farmacologia aplicada.


Porto Alegre: SER - SAGAH, 2018. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788595023116

- LÜLLMANN, Heinz; MOHR, Klaus; HEIN, Lutz. Farmacologia:


texto e atlas. 7. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788582713815

- Revista Colombiana de Ciencias Químico Farmacéuticas.


ISSN 0034-7418. Disponível em:
https://www.proquest.com/publication/2035763?accountid=13462
9&decadeSelected=2020

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