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Resuminhos

A escolha e a via de administração dos medicamentos


analgésicos dependem da natureza e da duração da
O que é a inflamação? É uma reação do organismo a
dor.
uma infecção ou lesão dos tecidos.
 Geralmente, a dor leve e moderada é tratada com
Em um processo inflamatório a região atingida fica
os fármacos anti-inflamatórios não esteroides
avermelhada e quente. Isso ocorre devido a um
denominados como AINEs (por exemplo, cefaleia,
aumento do fluxo de sangue e demais líquidos
dismenorreia, dor muscular).
corporais migrados para o local.
 A dor aguda intensa (devido a queimaduras, pós-
operatórias, fraturas ósseas, câncer, artrite grave)
é tratada com derivados da morfina, denominados
opioides.
 A dor neuropática crônica (por exemplo, devido a
amputação de extremidades) que não responde
aos opioides é tratada com fármacos
antidepressivos tricíclicos.

são classificados em:

Anti-inflamatórios não-esteroides (AINEs)


Como a inflamação geralmente provoca o edema e
outras alterações que afetam as terminações  Os AINEs correspondem ao grupo de fármacos que
nervosas provocando a dor, a melhora da inflamação se apresentam quimicamente diferentes, inclusive
leve a moderada diminui a sensibilidade dolorosa, diferem em suas atividades antipirética, analgésica
tendo os anti-inflamatórios, portanto, também ação e anti-inflamatória, inibindo as enzimas da via
analgésica. cicloxigenase, sendo excelentes medicamentos
para tratar os efeitos indesejáveis causados pela
A inflamação, ou resposta inflamatória, pode ser resposta inflamatória.
caracterizada como uma cascata complexa de eventos
fisiológicos, os quais promovem proteção aos tecidos
e órgãos do corpo. Tal cascata atua restringindo os
danos no local da agressão, embora possa ter efeitos
deletérios quando ocorre de forma exacerbada
(BILATE, 2007).

 Os mediadores químicos variam de acordo com o


processo inflamatório.
 Os fosfolipídios das membranas plasmáticas
liberados pela destruição das células (por exemplo,
dos neutrófilos, e, dos monócitos) podem ser
transformados no ácido araquidônico em seus
derivados, quase sempre através de enzimas
especificas, levando a formação de mediadores
químicos.
Quando ocorre uma lesão na membrana celular, que é A ação dos AINES consiste na inibição das enzimas Cox,
constituída fundamentalmente por fosfolipídios, a com consequente diminuição da produção de
enzima fosfolipase A2, presente nos leucócitos e prostaglandinas, combatendo, assim, a inflamação, a
plaquetas, é ativada por citocinas pró-inflamatórias, dor e a febre.
como a interleucina (IL)-1.
Existem anti-inflamatórios que inibem de forma mais
seletiva ou específica a Cox 1 ou a Cox 2. Apenas a Cox
1 inibe a formação de tromboxano. A inibição da Cox 1
está associada a aumento do risco de sangramentos e a
Esta enzima leva à degradação dos fosfolipídios, danos no trato gastrintestinal.
resultando na produção de ácido araquidônico.
Este, ao ser metabolizado, forma os leucotrienos, pela Os inibidores seletivos e específicos de Cox 2 foram
ação da enzima lipooxigenase, e as prostaglandinas, as desenvolvidos na tentativa de diminuir a incidência dos
prostaciclinas e os tromboxanos, pela ação da enzima efeitos adversos da inibição da Cox 1.
cicloxigenase (Cox).
São eles:
✓ piroxicam, meloxicam, diclofenaco, naproxeno e
nimesulida (inibidores seletivos da Cox 2, primeira
geração);
✓ Celecoxibe, etoricoxibe, valdecoxibe, parecoxibe e
Na produção das prostaglandinas a partir do ácido lumiracoxibe (inibidores seletivos, mais específicos
araquidônico, a primeira enzima envolvida é a Cox2-4. da Cox 2, segunda geração).
Esta converte, por oxigenação, o ácido araquidônico
em dois componentes instáveis: a prostaglandina G2 e Os fármacos anti-inflamatórios não-esteroides são
a prostaglandina H2.
classificados em grupos de acordo com a substancia
que levou aos respectivos derivados:

 Derivados do ácido salicílico


 derivados da pirazolona
 Derivados do para-aminofenol
Essas prostaglandinas são posteriormente  derivados do ácido acético
transformadas por isomerases em prostaciclina, em  Derivados do ácido enólico
tromboxane A2, e em prostaglandinas D2, E2 e F2a.  derivados do ácido fenilantranílico
A prostaglandina E2 é importante por sua ação  Derivados do ácido propanoico
pirogênica e no aumento da sensibilidade à dor. O  inibidores seletivos da enzima cicloxigenase-2.
ácido araquidônico também leva à produção de
leucotrienos, via enzima lipooxigenase. Derivados do ácido salicílico

 Apesar de geralmente seguros, podem levar a


vários efeitos adversos, que variam desde uma
simples dispepsia até a morte por uma úlcera
perfurada ou hemorragia.
 Seu uso, portanto, deve ser criterioso e bem
indicado para que possa proporcionar mais
benefícios do que riscos ao paciente. Indicação:
 Sua administração sempre deve ser monitorizada Anti-inflamatório, antipirético, analgésico, aumenta
com exames laboratoriais complementares, com ventilação alveolar (doses terapêuticas), diminui a
especial atenção à função hepática, renal e agregação plaquetária, prevenção da angina Pectoris e
hemograma. do infarto do miocárdio.

✓ A aspirina tem sido classificada por alguns autores


como droga cardiovascular devido a importante
ação antiplaquetária inibindo de forma irreversível
a agregação plaquetária.
✓ Acetila irreversivelmente a enzima cicloxigenase,
único AINE que inibe a agregação plaquetária, e, a Derivados do para-aminofenol:
desgranulação de forma irreversível), diminuindo a  Paracetamol ou acetaminofeno
incidência de angina Pectoris, e, infarto do  São considerados não-narcóticos porque não
miocárdio em pacientes predispostos a estas causam tolerância nem dependência física.
doenças.
✓ Enquanto com os demais AINEs o efeito somente Apresenta fraca ação anti-inflamatória porque
é mantido enquanto estes fármacos permanecem em tecidos periféricos tem menor efeito sobre a
no plasma, com o uso da aspirina a recuperação da cicloxigenase mas, no SNC tem ação efetiva
hemostasia normal depende da produção de novas sendo utilizado como analgésico e antipirético
plaquetas funcionantes, que ocorre após 7 a 10
dias (fato que deve ser lembrado antes de cirurgias ✓ Em doses terapêuticas são mínimos os efeitos
pois pode causar hemorragia). adversos, como erupções cutâneas e reações
alérgicas que raramente ocorrem.

Doses de aspirina superiores a 325 mg provocam a


inibição da síntese de prostaciclinas no endotélio, O risco mais grave ocorre com doses altas que
provocando, portanto, efeito contrário à 3 prevenção pode provocar a hepatotoxicidade e levar ao
do infarto agudo do miocárdio, pois, a prostaciclinas óbito (devido a reações bioquímicas reagindo
inibe a agregação plaquetária, e, leva a vasodilatação. com os grupamentos sulfidrila das proteínas
A aspirina é absorvida no meio ácido do estomago. hepáticas formando reações covalentes, o que
leva a formação do metabólito
 Cuidado ao empregar os salicilatos em pacientes Nacetilbenzoquinona).
que apresentem lesões hepáticas,
hipoprotrombinemia, deficiência de vitamina K, Sintomas de toxicidade: Náuseas, vômitos, dores
hemofilia ou quando tomam anticoagulantes orais. abdominais, sonolência, excitação, e,
 A inibição da hemostasia plaquetária pode resultar desorientação.
em hemorragia severa. ➢ Como antídoto do paracetamol, dentro de dez
horas após a administração do paracetamol, a
Derivados da pirazolona administração de N-acetilcisteína pode ser a
solução , pois, a N-acetilcisteína contém
▪ Potente ação anti-inflamatória, mas são discretos grupamentos sulfidrila aos quais o metabólito
como analgésicos e antipiréticos. tóxico pode ligar-se.
▪ Não devendo ser utilizados por mais de uma
semana devido aos efeitos adversos.
▪ Alguns autores não consideram a dipirona como Derivados do ácido acético
fármaco com potente ação anti-inflamatória,
referindo-se a este medicamento apenas como  Aceclofenaco, Diclofenaco.
bom analgésico, e, antipirético (ação de reduzir a  Potente anti-inflamatório (mais do que a aspirina)
febre) devido a ação no SNC. em casos agudos dolorosos como artrite gotosa
Exemplos de fármacos: fenilbutazona aguda, espondilite anquilosante e osteoartrite
(butazolidina); oxifenilbutazona (febupen); coxofemoral, controle da dor associada a uveíte
dipirona ou metamizol. e/ou pós-operatório de cirurgia oftalmológica.

Os efeitos adversos mais frequentes são: náuseas,  Diclofenaco de sódio x Diclofenaco de potássio:
vômitos, erupções cutâneas e desconforto As diferentes indicações para uso do Diclofenaco,
epigástrico. Pode também ocorrer diarreia, se devem somente à tecnologia farmacêutica que
insônia, vertigem, visão turva, euforia ou nada mais é do que a forma de liberação do
nervosismo, e hematúria. fármaco- empregada.
Sendo a forma de liberação imediata empregada
principalmente como analgésica, pois o
comprimido sofre desintegração e dissolução do
fármaco no estômago, produzindo início de ação
mais rápido e maior pico de concentração Inibidores seletivos da enzima cicloxigenase-2
plasmática.  Nimesulida, celecoxib, etoricoxib e valdecoxib
 Diclofenaco potássico e Diclofenaco sódico não
apresentam diferenças farmacodinâmicas  Estes fármacos têm a ação específica sobre a
(mecanismo de ação) nem farmacocinéticas enzima cicloxigenase-2 (COX-2) sendo também
significantes. conhecidos como coxibes.
 Ambos são administrados sob a mesma condição e  Anti-inflamatórios, analgésicos e antipiréticos
absorvidos na forma ácida.  Com o uso contínuo dos inibidores seletivos da
 Ademais, a porção ativa da molécula é o enzima cicloxigenase-2 a produção da
Diclofenaco. Porém, a única diferença (quase prostaciclinas (que tem ação vasodilatadora) fica
mínima) entre os dois é o tempo de início e inibida, e, como os fármacos desse grupo não
duração da ação. inibem a COX-1 que leva à produção do
 Apesar de serem sais diferentes (um é sódio e o tromboxano (que causa agregação plaquetária,
outro é potássio), possuem a mesma ação no vasoconstrição, e, proliferação vascular), assim, o
organismo. uso prolongado (ou abusivo) desses medicamentos
inibidores seletivos da enzima cicloxigenase 2
Derivados do ácido enólico pode provocar a hipertensão arterial com as
 Piroxicam, meloxicam, tenoxicam... respectivas complicações como a angina Pectoris,
 Possui a vantagem de ter a meia-vida mais longa,
e, o infarto agudo do miocárdio.
e, apenas cerca de 20% dos pacientes apresenta
efeitos adversos, entretanto, aumenta o tempo de
coagulação e pode interferir na eliminação renal Fármacos úteis no tratamento da
de lítio.
 Além de serem usados para o tratamento das artrite reumatoide:
doenças inflamatórias, principalmente o piroxicam  Quando não se consegue controlar a inflamação
é também utilizado no tratamento das lesões ou não são bem tolerados os AINE, usamos outros
musculoesqueléticas, na dismenorreia, na dor do medicamentos são utilizados os fármacos de ação
pós-operatório. lenta no tratamento da artrite reumatoide.
 Geralmente, o inicio de ação ocorre depois de 3 a
Derivados do ácido fenilantranílico 4 meses de uso, tendo ação protetora e gradual, e,
 Ácido mefenâmico. não atuam sobre os derivados do ácido
 O principal uso tem sido na dismenorreia devido a araquidônico, portanto, não possuem atividade
ação antagonista nos receptores da PGE2 e analgésica e nem são primariamente anti-
PGF2alfa. inflamatórios.
 A via de administração é oral. A limitação tem sido  Medicamentos que fazem parte desse grupo:
a diarreia e inflamações intestinais, e, tem sido hidroxicloroquina, D-penicilamina e metotrexato.
relatados casos de anemia hemolítica.

Derivados do ácido propiônico (ou ácido Hidroxicloroquina:


fenilpropiônico):  Inibem a síntese de ácidos nucléicos,
 Cetoprofeno, fenoprofeno , ibuprofeno, estabilizam a membrana dos lisossomos, e,
loxoprofeno, naproxeno, pranoprofeno. aprisionam radicais livres.
 Analgésico e antipirético, a baixa toxicidade leva a  Na Artrite reumatoide que não respondem aos
melhor aceitação por alguns pacientes, com menor AINEs isoladamente, podendo ser usados
incidência de efeitos adversos do que a aspirina. juntamente com AINEs.
 O naproxeno sódico é absorvido mais
 Retardam o progresso das lesões erosivas
rapidamente, e, o pico da concentração plasmática
ósseas, podendo proporcionar a remissão dos
ocorre em período mais curto do que a forma não
sintomas.
sódica.
 São fármacos utilizados principalmente no
 Alteram a função plaquetária e o tempo de
tratamento da malária e atualmente estudado
sangramento, especialmente o naproxeno. Não
sobre o possível tratamento contra COVID 19.
alteram os efeitos dos hipoglicemiantes orais.
O ácido araquidônico tem este nome porque foi
D-penicilamina inicialmente conhecido como derivado do ácido do
 Consiste em um análogo do aminoácido amendoim.
cisteína que retarda o progresso da destruição
óssea e da artrite reumatoide, inclusive os
níveis do fator reumatoide (Ig M) diminuem
com a sua administração.
 A D-penicilamina também é usada no
tratamento de envenenamento por metais As prostaglandinas têm esse nome devido ser
pesados. identificada inicialmente na próstata, onde se
acreditava que fosse produzida, e, estocada na
Metotrexato vesícula seminal.
 Trata-se de um imunossupressor (ou
imunodepressor) utilizado em Artrite
reumatoide grave sem resposta adequada aos
AINEs, e, a pelo menos uma das medicações
(agentes) de ação lenta.
A maioria dos AINE bloqueia a produção de todas as
 Consiste em um antimetabólito,
prostaglandinas, incluindo as produzidas na mucosa
estruturalmente análogo ao ácido fólico, que
gástrica, predispondo a gastrite.
inibe de maneira competitiva a atividade da
enzima diidrofolato-redutase, e, considerado
quimioterápico específico da fase S (de síntese)
do ciclo celular (utilizado em alguns tipos de
neoplasias malignas).
 A resposta ao metotrexato ocorre em 3 a 6
semanas após o início do tratamento.
A prostaglandina PGE2 que aumenta a secreção do

Entenda as duas formas de muco gástrico; inibe a secreção do ácido gástrico; tem
maior ação pirogênica (provoca a febre); provoca a

cicloxigenase: Cox1 e Cox 2. contração do útero grávido (é utilizada em Obstetrícia


para interromper a gravidez).

A COX 2 corresponde a Cicloxigenase formada


principalmente durante a inflamação, enquanto a
COX 1, é formada fisiologicamente em grandes
quantidades na mucosa gástrica, transformando o
ácido araquidônico em prostaglandinas que
A prostaglandina PGF2alfa provoca a contração do
protegem a mucosa gástrica.
útero (aumenta no período pré menstrual, e, é
derivada da destruição das hemácias acumuladas, de
modo fisiológico, no útero).

O fator de ativação das plaquetas) é um lipídio liberado


indiretamente por muitas células inflamatórias
(neutrófilos, macrófagos, eosinófilos ativados, por
mastócitos e basófilos devido à interação com Entre as prostaglandinas encontra-se também a
antígenos, e, por plaquetas após a estimulação com a prostaciclinas (PGI2) que estimula a secreção de muco
trombina), sendo um mediador em muitos tipos de gástrico, e, bicarbonato, além de inibir a secreção de
inflamação principalmente na resposta brônquica. ácido gástrico.
principalmente o cortisol também conhecido como
hidrocortisona.
• Os glicocorticoides têm esse nome devido à ação
sobre a glicose sanguínea, embora também tenha
atividade sobre o metabolismo das proteínas, e,
lipídios.
• Os glicocorticoides são derivados do colesterol, e,
 Enquanto a enzima cicloxigenase-1 (COX-1) é a produzidas pelo córtex adrenal em resposta ao
principal geradora do tromboxano (formado ACTH também denominado como corticotropina,
principalmente nas plaquetas) que causa a e, produzido pela hipófise.
agregação plaquetária, vasoconstrição e • Para a liberação do ACTH, a hipófise é estimulada
proliferação vascular. pelo hipotálamo que produz o Fator de liberação
 Os leucotrienos apresentam este nome porque da corticotropina.
foram inicialmente encontrados nos leucócitos, e, • Os glicocorticoides são produzidos continuamente,
possuem três duplas ligações na e, liberados de forma pulsátil, em um ritmo
sua estrutura. Os leucotrienos provoca a circadiano, com níveis maiores pela manhã (um
dos motivos que aumenta o nível de estresse pela
broncoconstrição (contração que causa
manhã), e, menores à noite.
redução na passagem de ar pelas vias aéreas),
• Porém, situação de estresse contínuo, este ritmo é
um mecanismo que leva a crise asmática.
alterado. A zona reticular sintetiza androgênios
suprarrenais.

Os corticosteroides ou esteroides ou hormônios


esteroidais compreendem os hormônios do córtex
adrenal (glicocorticoides e mineralocorticóides), e,
os hormônios sexuais (andrógenos, progestágenos
e estrógenos).

Somente os glicocorticoides apresentam atividade


anti-inflamatória importante, além de suprimir a
imunidade.

Foram desenvolvidos vários fármacos derivados


semissintéticos dos glicocorticoides, e,
indiretamente bloqueiam a liberação do ácido
araquidônico devido estes fármacos estimularem a
produção da lipocortina que tem a ação de inibir a
enzima fosfolipase A2, responsável pela
transformação dos fosfolipídios em ácido
araquidônico.

Os corticosteroides também estabilizam a


membrana celular do mastócito, e, dos leucócitos
evitando ou diminui a liberação de histamina
assim como de fatores quimiotáxicos, e, de
mediadores inflamatórios, o que reduz o influxo
• A Zona glomerulosa a mais externa produz de leucócitos para o local da inflamação.
hormônios classificados como mineralocorticóides,
como a aldosterona, responsáveis pelo pela Portanto, a inflamação é acentuadamente reduzida
regulação do metabolismo hidroeletrolítico (e, com o uso de glicocorticoides que também tem a
pelo metabolismo hidrossalino). ação de evitar que os neutrófilos migrem até o
• A produção de aldosterona é regulada local da inflamação, embora os glicocorticoides
principalmente pelo sistema renina-angiotensina. aumentem o número de neutrófilos circulantes.
A Zona fasciculada (zona média, logo abaixo da
zona glomerulosa) produz glicocorticoides,
Os glicocorticoides são utilizados na terapia
inflamatória, e, imunossupressora em variadas
patologias, como: Doenças autoimunes,
inflamatórias, asma, distúrbios alérgicos, do
colágeno, dermatológicos, gastrintestinais,
hematológicas, oftálmicas, orais, respiratórias.

Outra indicação para o uso de glicocorticoides


consiste em gestante com possibilidade de parto
prematuro, e, com maturação inadequada dos
pulmões, com o objetivo de acelerar o processo
fisiológico (neste caso, o agente de eleição é a
betametasona, pois, tem menor capacidade de
ligação às proteínas plasmáticas, e, assim, o
fármaco livre atravessa a barreira placentária).

As vias de administração dependem da natureza da


doença e da condição do paciente, e, podem
administrados por via oral ,parenteral, tópica ,
oftálmica – inalatória – intra-articular – retal. A via
retal é usada em inflamações intestinais, e, a via
tópica é utilizada em distúrbios dermatológicos. De
acordo com as potências.

Os glicocorticóides podem provocar a Osteoporose


pois:
1 – Inibem o crescimento e função dos
osteoblastos;
2 – Diminui a absorção do cálcio intestinal, e,
aumenta excreção do cálcio renal;
3 - Inibem a duplicação das células ósseas e
síntese do colágeno I e II.
Aumento: Raro, desenvolvendo um quadro de
desidratação.
Principais componentes:
Redução: está conjugada ao quadro de desnutrição;
Albumina: Principal proteína plasmática; Cirrose: A redução da síntese hepática, é compensada
α1-Antitripsina: Modula a proteólise endógena; pela produção das imunoglobulinas.
α2–Macroglobulina: Inibidor de proteinases; Inibidorde proteinases / Ptnvolumosa
Síndrome nefrotica: Causada pela excreção de
Haptoglobina: Ligante da Hb livre;
β-Lipoproteína: LDL; albumina na urina.
Transferrina: Transporte de ferro para a síntese de Heme; A α1-fetoproteína é um análogo da albumina, sendo
Complemento: Proteínas imunidade humoral inata; uma das primeiras α globulinas a aparecer no soro de
Fibrinogênio: Importante fator de coagulação; mamíferos durante o desenvolvimento do embrião.
Ceruloplasmina: Proteína ligante do cobre;
Globulina: Ligante vitamina D; Também é a proteína sérica dominante no início da
Hemopexina: Ligante do Heme; fase embrionária.
Glicoproteína α1-ácida: Ligante de progesterona e outros Ela reaparece no soro de adultos durante certas
lipófilos
patologias, tais como: Carcinomas Hepatocelulares.
Proteína C-Reativa: Ligante de Fosfatidilcolina
e ácidos nucleicos

 Proteína mais abundante do plasma sanguíneo e


altamente solúvel em água.
 Constitui até 2/3 das proteínas plasmáticas totais.
 Sintetizada no fígado, atua como repositório móvel
de aminoácidos para incorporação a outras
proteínas.
 Importante transportador de várias substâncias
pelo plasma, tais como: tiroxina, bilirrubina,
penicilina, cortisol.

 Importante no metabolismo da vitamina D, pois


esta liga-se a um componente grupo-específico da
globulina.
 Mostra-se reduzida na síndrome nefrótica, levando
à perda de vitamina D.
 Esta perda pode contribuir para os problemas
subsequentes do metabolismo do cálcio
encontrados na síndrome nefrótica.
α –
 É um importante inibidor de proteinases do • Corresponde a fração de LDL das lipoproteínas
plasma plasmáticas.
 Não é uma proteína de fase aguda. • Vamos abordar na parte de dislipidemias, certo?
 É uma molécula muito grande, e não se difunde no
meio plasmático.
 Sua concentração aumenta significativamente na
síndrome nefrotica.
 Concentrações baixas aparecem em paciente com
pancreatite aguda grave e em pacientes com
• É encontrada na superfície celular das células
carcinoma avançado na próstata.
nucleadas.
• O aumento é caracterizado por insuficiência
renal, inflamação, neoplasias associadas
principalmente com linfócitos B.

 Tem como principal função a ligação à


hemoglobina liberada pela lise dos eritrócitos,
afim de preservar as reservas de ferro e
proteínas.
 Esse complexo é uma peroxidase potente, • é a principal proteína plasmática de transporte
capaz de hidrolisar peróxidos liberados de ferro.
durante a fagocitose pelos leucócitos
• O complexo Transferrina transporta o ferro
polimorfonucleares nos sítios de inflamação.
para as células, para incorporação nos
 Concentração sérica elevada em resposta ao
estresse, infecção, inflamação aguda ou citocromos, hemoglobinas, mioglobinas e para
necrose tecidual, provavelmente por os locais de reserva como o fígado e o reticulo
estimulação à síntese. endotelial.
 É uma proteína de fase aguda. • A Transferrina é utilizada no diagnostico da
anemia e no monitoramento.
• Deficiência de ferro: Transferrina elevada;

 Possui uma grande importância na manutenção


do estado iônico do ferro.
 Funciona como oxidante ou antioxidante,
depende de fatores como a presença de íons de • Proteína que tem propriedade de se ligar ao
ferro livre e o sitio de ligação da Transferrina. HEME, que é liberado pela degradação da
hemoglobina, contribuindo para a manutenção
das reservas de ferro.
• As reduções mais profundas ocorrem após
hemólise intravascular, quando a quantidade
de hemoglobina disponível excede a
capacidade de ligação da Haptoglobina.
• Conhecidas como: anticorpos humorais,
• É o mais abundante dos fatores de coagulação
reconhecem antígenos estranhos e iniciam o
sanguínea, formador de coagulo de fibrina.
mecanismo que removem ou destrói.
• São conhecidos 5 tipos: IgA, IgD, IgE, IgG e IgM.
IgA: é encontrada nas secreções corporais, como:
lagrimas, suor, saliva, leite, colostro...
inibe a aderência dos microrganismos a superfície
das células da mucosa, impedindo sua penetração.
É envolvida em respostas contra parasitas por
induzir a desgranulação dos eosinófilos.
IgD: Principal imunoglobulina de membrana na
superfície, especialmente de recém nascidos.
IgE: é tão rápida e firmemente ligada aos
mastócitos, que estão normalmente presentes no
✓ Sua concentração elevada nas reações de fase soro. Está envolvida nos processos de
aguda. hipersensibilidade imediata. É importante na
✓ A velocidade de sedimentação também encontra- resposta imune humoral e parasitas, é encontrados
se elevada devido aos conteúdos de fibrinogênio. em níveis elevados no caso de parasitados por
✓ Na gravidez e no uso de contraceptivos. helmintos.
IgG: é o mais estudado, é constituída a principal
imunoglobulina do sangue, produzida durante a
resposta imune secundária. São os únicos
anticorpos capazes de atravessar a barreira
placentária.
IgM: é a classe mais abundante de anticorpos
• As concentrações se elevam sempre que houver
secretados no sangue na fase inicial de uma
necrose tecidual;
resposta primaria por anticorpos. É uma
• Está presente no soro e é capaz de se ligar a restos
macroglobulina, a única sintetizada por neonatos e
celulares;
não atravessa a barreira placentária.
• Uma vez complexada, ativa a via clássica do
sistema complemento.
• É uma das primeiras a se elevar em doenças
inflamatórias;
• Em casos de infarto agudo do miocárdio, eleva-se 6
a 12 horas após o seu início. E pode apresentar
valores 2000 vezes mais que o normal.  Pico policlonal - representa resposta imunológica
simultânea de diversos clones plasmocitários a
determinado estímulo antigênico, seja
inflamatório, imune ou infeccioso, tais como
tuberculose, leishmaniose, artrite reumatoide e
lúpus eritematoso sistêmico. Este padrão aparece
como aumento difuso da fração gama,
representado pela presença de uma curva de base
larga, demonstrando a produção de todas as
classes de imunoglobulinas
Os tubos para coleta de sangue se diferenciam uns dos
outros pelas cores da tampa, sendo elas:

 Pico monoclonal - consiste no aumento Azul: tubo com citrato de sódio, O sangue que
homogêneo e fusiforme da fração gama, que precisa passar por uma análise de coagulação, que
representa a produção por um único clone deve conter amostra de plasma, deve ser colhido
plasmocitários de um tipo específico de em um tubo com citrato de sódio.
imunoglobulina e, sendo essas moléculas idênticas
entre si, apresentam a mesma mobilidade
eletroforéticos, levando à produção de uma curva Amarelo /vermelho: tubo sem anticoagulante; Os
de base estreita conhecida como pico monoclonal. tubos para coleta de sangue com as tampas em
A proteína monoclonal geralmente gera um pico vermelho ou amarelo são para análises
na fração gama, porém, este pode estar presente bioquímicas e sorológicas, pois contêm ativador de
algumas vezes na fração beta, quando a coágulo. A diferença entre as duas é que a
imunoglobulina envolvida é a IgA ou IgM. vermelha possui gel e a amarela não.

Verde: tubo com heparina; Para análises


bioquímicas, gasometria ou outros exames, a
amostra de plasma deve ser colhida em um tubo
com heparina.

Roxa: tubo com EDTA;


 Hipogamaglobulinemia/ agamaglobulinemia – para investigar possíveis distúrbios sanguíneos, é
consiste na redução do nível das gamaglobulinas, necessário realizar uma análise hematológica. Para
geralmente sem alteração pronunciada nas outras isso, o tubo com tampa roxa é ideal, pois ele possui
regiões da globulina. Esse padrão está presente anticoagulante e EDTA.
nas hipo ou agamaglobulinemias congênitas ou
secundárias, em que há ausência de um ou mais
anticorpos específicos, que resulta em infecções
freqüentes algumas vezes fatais.
Cinza: tubo com fluoreto de sódio. A amostra do
plasma deve ser colhida em um tubo com fluoreto
de sódio, ou seja, de tampa cinza, quando será
realizada uma análise de glicemia.
Creatinina sérica e urinária são usadas como índices da
função renal, em virtude da constância da formação da
Creatinina (clearance) → A renovação da creatinina é
constante: 1,0% a 2,0% da creatina total livre é
transformada a cada 24 h.

✓ É um indicador bioquímico da função


renal.
✓ A concentração sanguínea de creatinina é
proporcional à massa muscular.
✓ A excreção de creatinina só se realiza por
via renal, uma vez que ela não é
reabsorvida nem reaproveitada pelo
organismo.
✓ Aumenta de forma significativa e rápida
na insuficiência renal.

 A ureia é sintetizada no fígado a partir da


amônia derivada do catabolismo dos
aminoácidos.
 É excretada principalmente pela urina, e
em menor grau, pelo intestino e leite,
sendo filtrada no glomérulo e
parcialmente reabsorvida de forma
• São formados no organismo como resultado passiva nos túbulos.
 A reabsorção da ureia no túbulo está
do catabolismo de ácidos nucléicos,
relacionada de forma inversa com o fluxo
aminoácidos e proteínas.
da urina.
• Principais nitrogenados não proteicos:
Creatinina, Ureia, Ácido Úrico. A concentração de ureia pode estar
aumentada em alimentação com excesso de
proteína.

Azotemia: É o aumento nas concentrações de


compostos nitrogenados (ureia e creatinina) e
outras substâncias residuais nitrogenadas não
proteicas no sangue. Pode ocorrer por
✓ A creatina-fosfato é a principal reserva de qualquer condição que reduza o fluxo
fosfato altamente energético necessário ao sanguíneo renal.
metabolismo muscular.
✓ Sintetizada no fígado, rins e pâncreas a partir
da arginina, glicina e metionina.
✓ A creatinina é filtrada pelos glomérulos mas é
principalmente ou completamente reabsorvida
pelos túbulos renais, sendo excretada a uma Uremia: É a presença de todos os
taxa constante, que é proporcional à massa constituintes da urina no sangue; pode
muscular do indivíduo. ocorrer secundariamente a falência renal ou a
distúrbios pós-renais, incluindo obstrução
uretral e ruptura da vesícula urinária.
Sintomas suspeitos:
• Insuficiência renal ou cálculos numa criança ou
adulto jovem
• Presença de gota num homem ou mulher,
devido ao acumulo de ácido úrico no
organismo.

▪ Consiste no acúmulo de cristais de ácido úrico nas


articulações.
✓ A ureia é o principal produto excretado do ▪ Ocorre quando o urato monossódico se precipita
catabolismo das proteínas, sendo sintetizada no dos líquidos corporais.
fígado a partir de CO2 e da amônia gerada pela ▪ A articulação do dedão do pé é o sítio clássico da
desaminação dos aminoácidos por meio do ciclo gota.
da ornitina ou do ciclo de Krebs-Henseleit.
✓ Mais de 90% é excretada pelos rins, onde é
facilmente filtrada do plasma pelos glomérulos.
Porém, de 40 a 80% são reabsorvidos por difusão
passiva do túbulo renal para o interstício, para
retornar ao plasma.

Ureia elevada:
✓ Dieta rica em proteínas
✓ Catabolismo proteico elevado
✓ Tratamento com cortisol ou seus análogos
sintéticos
✓ Desidratação

 ácido úrico é o produto final da degradação dos


ácidos nucléicos e do catabolismo das purinas em
seres humanos: adenosina e guanosina.

Deriva de 3 fontes principais:


1. Catabolismo das nucleoproteínas ingeridas
2. Catabolismo das nucleoproteínas endógenas
3. Transformação direta de purina-nucleotídeos
endógenos.

➢ É o principal composto nitrogenado do


excremento dos répteis e pássaros.
➢ Encontrado em pequenas quantidades na urina
dos mamíferos, e seus sais ocorrem nas
articulações na gota.
 A artrite gotosa pode estar associada aos cristais de
urato no líquido da articulação e a depósitos de
cristais o tecido das articulações.

 Em qualquer lugar que ocorram, despertam uma


resposta inflamatória intensa, consistindo de
leucócitos polimorfonucleares e macrófagos.

 Geralmente, durante uma crise gotosa a


concentração de ácido úrico plasmática é normal.

Se classificam em: Primária e secundária:

Primária: Associação de superprodução metabólica de


purinas, excreção renal reduzida e ingestão alimentar
elevada. Pode também estar relacionada a defeitos
enzimáticos herdados na via metabólica da purina.
Secundária: Resulta da hiperuricemia atribuível a
diversas causas identificáveis.
Doença Renal aguda ou crônica de qualquer tipo.
Consequência da administração de diuréticos.
Acidemia orgânica ocasionada pela elevação do aceto
acetato (cetoacidose diabética) ou acidose láctica.
Caso clinico:

Homem de 46 anos chega ao setor de emergência com


forte dor nos dedos do pé direito. O paciente
apresentava um estado de saúde normal até de manhã
cedo quando se levantou com dor forte no dedão do pé
direito. O paciente nega qualquer trauma no pé por
batida e não tinha histórico prévio desse tipo de dor em
outras articulações. Relatou ter tomado “algumas
cervejas a mais” com os amigos na noite anterior. O
exame mostrou temperatura de 38,2°C e o incômodo
decorrente da dor no dedão do pé direito, que estava
inchado, quente, avermelhado e muito sensível. O resto
do exame foi normal. Foi coletado líquido sinovial que
mostrou a presença de cristais.
1. Qual o diagnóstico mais provável?
2. Como seria feito um diagnóstico definitivo?
3. Qual é a fisiopatologia dessa doença?
Antibióticos

Histórico
• 1928- Fleming descobre a penicilina
• 1939- Inicia-se uso clinico -> 2° Guerra Mundial
• 1940- Howard Florey e Ernst Chain -> Produção em
escala industrial ‘A era dos antibióticos’
• 1961- 513 Antibióticos
• Atualmente – Cerca de 8000 antibióticos.

Classificação de acordo com a estrutura


química:

 Sulfonamidas e drogas relacionadas:


Sulfametoxazol, dapsona (DDS, Sulfona).
 Quinolonas: Norfloxacino, Ciprofloxacino.
 Antibioticos B-Lactâmicos: Penicilinas,
cefalosporinas,carbapenemas,monobactâmicos.
 Tetraciclinas: Doxiciclina.
 Derivados do nitrobenzeno: Cloranfenicol.
 Aminoglicosídeos: gentamicina, neomicina.
• Liquens, algas, animais, plantas (+ 3000 substâncias  Macrolídeos: eritromicina, raxitromicina,
com atividade antibiótica.) azitromicina.
• 123 São produzidos por fermentação  Polipeptídicos: Polimixina B, bacitracina.
• + 50 são produzidos como compostos  Glicopeptídicos: Vancomicina, teicoplanina.
semissintéticos.  Poliênicos: anfotericina B, Nistatina.
• 3 são completamente sintéticos.
Classificação de acordo com o espectro de atividade:

• Espectro estreito: Penicilina G, Estreptomicina,


Eritromicina.
• Espectro amplo: Tetraciclinas, cloranfenicol.
Classificação de acordo com o tipo de atividade: Dependentes da função renal:
Necessidade de diminuição das doses.
Bacteriostática: Sulfonamidas, tetraciclinas,
 Na insuficiência renal leve:
cloranfenicol, eritromicina.
Aminoglicosídeos, vancomicina,
Bactericida: Penicilinas, cefalosporinas, vancomicina,
cefalosporinas.
aminoglicosideos, polipeptídicos, quinolonas,
 Na insuficiência renal moderada-grave:
rifampicina.
Carbenicilina, fluoroquinolonas,
Cotrimoxazol.
 Fármacos a evitar: Cefalotina, cefaloridina,
ácido nalidixico, nitrofurantoína,
tetraciclinas (exceto a doxiciclina)

Dependentes da idade:

▪ Síndrome do bebê cinzento: cloranfenicol;


▪ Kernicterus: Sulfonamidas;
▪ Ototoxicidade: Aminoglicosídeos;
▪ Deposição nos ossos e dentes em formação:
Tetraciclinas.

Dependentes da função hepática:

Necessidade de diminuição das doses:


Toxicidade dos antibioticos: Cloranfenicol, metronidazol, clindamicina,
rifampicina.
Fármacos a evitar: Estolato de eritromicina,
✓ Irritação local
tetraciclinas, pefloxacina, acido nalidixico.
✓ Dor e formação de abcessos. (intramuscular)
✓ Tromboflebites. (Intravenoso)
✓ Antibioticos irritantes: Eritromicina, tetraciclinas,
cloranfenicol, algumas cefalosporinas. Dependentes da Gravidez:

✓ Todos devem ser evitados.

Riscos para a gestante:


necrose gordurosa do fígado,
pancreatite e lesão renal
Riscos para o feto: (tetraciclinas)
Surdez (AMG), ossos
e dentes (tetraciclinas)

 São considerados seguros:


Penicilinas, cefalosporinas, eritromicina.
✓ Topicamente (bacitracina + neomicina)
Ação dos antibióticos:
Dependentes de fatores locais:

✓ Presença de pus e secreções: Contém fagócitos,


resíduos celulares e proteínas -> podem se ligar ao Resistência bacteriana
fármaco ou criar condições desfavoráveis para a sai
ação.
✓ Presença de Hematomas: Ligação de fármacos á
hemoglobina. (penicilinas, cefalosporinas e
tetraciclinas.)
✓ Diminuição do pH no local da infecção:
Diminuição da atividade dos aminoglicosídeos e
macrolideos.
✓ Abcessos: Comprometimento da penetração na
área-> necessidade de drenagem do abcesso.
✓ Presença de material necrótico e corpos
estranhos.

Escolha do antibiótico depende de:

Espectro de atividade;
Tipo de atividade;
Sensibilidade ao microrganismo;
Toxicidade relativa;
Perfil farmacocinético;
Vias de administração;
Evidencias de eficácia clínica;
Custo.

Uso combinado de antibióticos


Obter um sinergismo.
✓ Sulfametoxazol + trimetoprima;
✓ Amoxicilina + Acido clavulânico;

Reduzir a gravidade ou incidência de efeitos adversos.

Prevenir o desenvolvimento de resistência:


✓ Valor nas infecções crônicas -> tratamentos
prolongados. (Hanseníase, h.pylori)
Ampliar o espectro de ação:
✓ Tratamento de infecções mistas
✓ Tratamento inicial de infecções graves
Ao se associar o ácido clavulânico à amoxicilina,
esta combinação passa a exercer atividade
antimicrobiana contra as cepas resistentes à
amoxicilina.

Dentre os antibióticos beta-lactâmicos estão


incluídos todas as penicilinas, as cefalosporinas,
carbapenêmicos e monobactâmicos Algumas
bactérias adquiriram a capacidade de produzir
“beta-lactamases”, que são capazes de hidrolisar
o anel beta-lactâmico, inativando a ação destes
antibióticos Existem os “inibidoras de beta-
lactamase” que quando associados ao antibiótico
originalmente sem atividade contra a bactéria,
Inibidores da parede celular:
pode recuperar, e as vezes ampliar, a sua ação
contra bactérias produtoras desta enzima.
Beta-lactâmicos
Mecanismo de ação dos antibióticos beta-
lactâmicos:

Todos os antibióticos beta-lactâmicos possuem


ação bactericida. Eles atuam por inibição da
síntese da parede celular bacteriana, que é uma
estrutura essencial da célula por manter a sua
integridade, prevenindo-a da lise osmótica.
Devemos lembrar que a osmolaridade no interior
da célula bacteriana é bem superior ao do meio em
que elas habitualmente vivem, e parede celular é a
estrutura fundamental que mantém as bactérias
vivas e em seus formatos característicos.

 Estes antibióticos se caracterizam pela


presença, em sua estrutura química, do anel β-
lactâmico, responsável pela sua ação
antimicrobiana.
 A ligação do anel βlactâmico com outros
diferentes anéis, como anel tiazolidínico, nas
penicilinas, ou o anel di-hidrotiazina, nas
cefalosporinas, compõem as estruturas básicas
que caracterizam as diferentes classes de
antibióticos beta-lactâmicos.
 Ao longo do tempo, algumas bactérias
adquiriram a capacidade de produzir enzimas,
denominadas beta-lactamases, que são capazes
de promover a hidrólise do anel beta-lactâmico,
inativando a ação destes antibióticos.
lista dos principais antibióticos beta-lactâmicos
utilizados na prática clínica:

 Penicilinas naturais: Penicilina G (Benzil-


penicilina): penicilina cristalina, procaína e
benzatina, Penicilina V.
 Penicilinas semi-sintéticas: Oxacilina
 Aminopenicilinas: Ampicilina e Amoxicilina.
 Carboxipenicilinas: Carbenicilina, Ticarcilina.
 Inibidores da beta-lactamase:
Ácido Clavulânico/amoxicilina,
Tazobactam/Piperacilina ,
Sulbactam/ampicilina.

Glicopeptídeos
Cefalosporinas:

 Primeira geração: Cefalexina, Cefadroxil,


Cefalotina, Cefazolina.
Estável frente ao ácido
Ativo contra cepas G+
Moderadamente ativo contra G-
 Segunda geração: Cefoxitina, Cefuroxime,
Cefaclor.
Mais potente contra algumas G-
(E.coli, Kleb, Proteus)
Algumas tem boa atividade contra patógenos
respiratórios.
Menos ativo contra G+ que os de 1° geração.
Nenhuma atividade contra pseudomonas.
 Terceira geração: Ceftriaxone, Cefotaxime,
Ceftazidime.
Muito potente contra G-
Algumas possui atividade contra
pseudomonas Estruturas cíclicas complexas:
Moderadamente ativo contra anaeróbios. Aminoácidos e açúcares
 Quarta-geração: Cefepima, cefpiroma, cefoselis. Triciclicas: Vancomicina
Espectro mais equilibrado Tetracíclicas: Teicoplanina.
Permeabilidade da membrana elevada
Ativas contra G- e G+
Modesta atividade contra anaeróbios.
✓ De um modo geral, têm atividade contra bactérias Mecanismo de resistência:
gram-positivas aeróbias e anaeróbias.
O mecanismo de resistência aos glicopeptídeos envolve
✓ Não possuem atividade contra bacilos gram-
uma menor afinidade destas drogas aos precursores de
negativos e Bacteroides fragilis.
peptidoglicano das bactérias, permitindo a síntese de
✓ As principais indicações de uso englobam o
desta estrutura da parede celular apesar da exposição
tratamento de infecções por Staphylococus
ao antimicrobiano.
resistentes à oxacilina, Enterococcus resistentes a
ampicilina e Streptococcus com resistência de alto Este mecanismo é observado com maior frequência em
nível às penicilinas. espécies de Enterococcus, sobretudo E. faecium, sendo
✓ a Ceftriaxona é uma opção adequada contra incomum nos demais cocos gram-positivos.
Streptococcus com resistência intermediária às
penicilinas
Principais representantes da classe:
Mecanismo de ação:
✓ Vancomicina: A vancomicina foi o primeiro
antibiótico da classe desenvolvido para uso
clínico. Foi obtida através de culturas de
Amycolatopsis orientalis.
• Está disponível na formulação endovenosa
(mais amplamente difundida), mas também na
oral. A administração pode ser feita a cada 8 ou
12 horas
• Exerce atividade contra estafilococos,
enterococos, estreptococos, Clostridium
difficile (bactéria causadora de colite
pseudomembranosa) e outras bactérias
anaeróbias gram-positivas, como
Peptostreptococcus.
• Principais usos clínicos: A vancomicina é
• Nos microrganismos em reprodução, durante a utilizada via endovenosa para o tratamento de
formação de nova parede celular, os bacteremias, infecções graves de pele e partes
glicopeptídeos ligam-se e formam complexos com moles, intra-abdominais, urinárias,
as unidades N-acetilglicosamina e N- osteomielites, pneumonias, meningites e
acetilmurâmico-peptídeo, que iriam compor o endocardites causadas por estafilococos
peptidoglicano da nova parede. resistentes a oxacilina, enterococos resistentes
• Desta maneira, interrompem o processo de a ampicilina e estreptococos com resistência
polimerização (formação) da parede celular. elevada às penicilinas. É recomendado o uso
Desprovidas de parede celular, as bactérias também, nestes casos, para pacientes que
sensíveis sofrem lise, devido à elevada pressão apresentam alergia às penicilinas e
osmótica do seu meio interno. cefalosporinas.
• Seu efeito é, portanto, bactericida. É importante • A vancomicina deve ser indicada para
observar que, apesar do processo ser diferente, o infecções por cocos gram-positivos somente se
resultado é similar ao ocorrido com a não for possível o uso de penicilinas e
administração de antibióticos beta-lactâmicos. cefalosporinas, por alergia ou resistência
bacteriana.
• Efeitos adversos: Uma dos efeitos adversos
mais comuns da vancomicina é a “síndrome do
homem vermelho”, associada à rápida Aminoglicosídeos
velocidade de infusão. Está relacionada à
ativação de mastócitos e liberação de
histamina. Manifesta-se como prurido e
eritema, principalmente em face e pescoço. Em
alguns casos, também ocorre angioedema e
hipotensão.
Outro efeito adverso descrito é a
nefrotoxicidade, considerando-se a excreção
renal, via filtração glomerular da droga.

✓ Teicoplanina: A teicoplanina foi desenvolvida a  Os aminoglicosídeos são drogas altamente efetivas


partir da fermentação do Actinoplanes contra bacilos gram-negativos e potencializam o
teichomyceticus. efeito de penicilinas e cefalosporinas em infecções
• A formulação disponível do medicamento pode graves.
ser administrada por via endovenosa,  Todos os aminoglicosídeos de uso clínico foram
intramuscular ou oral. No entanto, assim como obtidos inicialmente de duas espécies de fungos:
descrito para Vancomicina, a droga possui baixa Streptomyces spp. e o Micromonospora spp.
absorção oral.
 Não são absorvíveis por via oral, portanto, para
• O espectro de atividade é semelhante ao da que tenham efeito sistêmico precisam ser
vancomicina, porém apresenta meia-vida sérica administrados por via parenteral.
mais longa, o que permite a administração em
dose única diária.
• Principais usos clínicos: As principais indicações
Mecanismo de ação:
terapêuticas são semelhantes às da
vancomicina, no entanto, considerando-se que ✓ Os aminoglicosídeos são drogas primariamente
não ultrapassa barreira hematoencefálica bactericidas por causarem alterações em
mesmo na presença de inflamação meníngea, proteínas sintetizadas pela bactéria, ao ligarem-
não é uma opção para tratamento de se irreversivelmente aos ribossomos
meningite. Para o tratamento de bacteremias e bacterianos.
endocardites, a vancomicina também é ✓ Podem também atuar de forma bacteriostática
superior. ao inibirem a síntese de proteínas.
✓ Para agirem é fundamental que entrem dentro
da bactéria e esta etapa é dependente de
energia e oxigênio. A passagem do antibiótico
do meio externo para o meio intracelular é
mediada por um mecanismo ativo de
transporte, auxiliado pelo potencial elétrico
transmembrana (carga positiva da droga e
carga negativa do meio intracelular) da
bactéria.
✓ A penetração dos aminoglicosídeos na bactéria
é facilitada pela ação de antibióticos que
inibem a síntese da parede celular, como os
antibióticos betalactâmicos.
✓  Pode ser indicada em infecções urinárias, com
Três características descrevem a atividade alta taxa de cura.
bactericida dos aminoglicosídeos ao inibir a  A gentamicina pode ser utilizada na profilaxia
síntese de proteínas da bactéria: é dependente cirúrgica em procedimentos no trato gênito-
da concentração da droga no local da infecção, urinário (TGU) e gastrintestinal (TGI), para
o efeito pós-antibiótico e o sinergismo com casos de alergia a betalactâmicos.
outros antibióticos, em especial a penicilina,
ampicilina, oxacilina, cefalosporinas e a ▪ Amicacina: A amicacina é o aminoglicosídeo
vancomicina. semi-sintético mais utilizado na prática clínica,
e é um derivado da canamicina. É o mais
Dentre os principais mecanismos de resistência resistente à inativação pelas enzimas
aos aminoglicosídeos estão a produção de produzidas por enterobactérias e
enzimas inativadoras e a redução da Pseudomonas aeruginosa.
permeabilidade da membrana celular ▪ A amicacina está indicada no tratamento de
bacteriana às drogas. Esta resistência costuma infecções por estafilococos em associação
ter origem na aquisição de plasmídeos com a oxacilina, em casos de endocardite e
conjugativos, mas pode ter origem pode ser usado no início do tratamento (3 a 5
cromossômica. dias) em infecções graves de outros sítios
(pneumonia, sepse, celulite).
Os principais aminoglicosídeos de uso clínico:

✓ Estreptomicina: A estreptomicina foi


descoberta em 1944, e foi o primeiro
Tetraciclinas
antibiótico que demonstrou ação contra bacilos
gram-negativos e, em especial, contra o
Mycobacterium tuberculosis.
✓ A ação nas enterobactérias (E.coli, Klebsiella,
Proteus) é variável e dependendente da
sensibilidade do isolado bacteriano, por isso
não é o aminoglicosídeo recomendada para o
tratamento de infecções causadas por estes
microrganismos.
✓ É recomendada para uso por via intramuscular
(IM), aplicada diariamente de 3 a 5 vezes por
semana, na fase de ataque do tratamento da
tuberculose, que deverá ser completado por A primeira tetraciclina foi descoberta a partir de um
medicamentos por via oral na fase de rastreamento de potenciais antibióticos naturais
manutenção. oriundos de bactérias presentes no solo.

 Gentamicina: A gentamicina, juntamente com As tetraciclinas são compostos formados por um


a amicacina, compõem as principais drogas núcleo central de quatro anéis ligados a vários radicais
desta classe para o tratamento de infecções periféricos. Uma dimetil-amina posicionada na posição
causadas por enterobactérias e Pseudomonas Carbono-4 é necessária para condicionar a atividade
aeruginosa. antimicrobiana destes medicamentos. Radicais
 A sua absorção por via intramuscular é contendo oxigênio na porção inferior da molécula
completa, mas em infecções graves a via também parecem exercer papel importante na
endovenosa é a preferida. atividade terapêutica, já que são os sítios de ligação de
alguns metais como o magnésio e zinco, importantes
mediadores da ligação destes antibióticos no ✓ Minociclina: A minociclina apresenta espectro de
ribossomo bacteriano. ação semelhante à doxiciclina. Atualmente, no
entanto, seu uso não é difundido. A principal
Mecanismos de ação: As tetraciclinas atuam através
indicação é na composição do esquema
da inibição da síntese proteica bacteriana, o que ocorre
terapêutico para hanseníase.
principalmente através da sua ligação reversível à
✓ Efeitos adversos: As tetraciclinas geralmente são
subunidade 30S do ribossomo bacteriano. Desta forma,
bem toleradas, mas podem causar intolerância
há inibição da ligação do RNA transportador ao
alimentar, náuseas, vômitos e diarreia. É também
ribossomo e, consequentemente, ocorre interferência
descrito fotossensibilidade e hiperpigmentação,
no aporte e na ligação dos aminoácidos formadores
esta última principalmente associada à minociclina.
das proteínas. São considerados, portanto, antibióticos
bacteriostáticos.
• Glicilciclinas: As glicilciclinas foram desenvolvidas a
partir de modificações químicas realizadas na
minociclina, o que proporcionou ampliação do
Principais representantes da classe:
espectro de ação, abrangendo microrganismos
✓ Doxiciclina: É considerado um antimicrobiano de resistentes às tetraciclinas. O único representante
amplo espectro, sendo ativo contra cocos gram- da classe é a tigeciclina, que está disponível
positivos (Staphylococcus aureus e Streptococcus somente na formulação para uso endovenoso.
pneumoniae), alguns bacilos gram-negativos, • Atuam também sobre Staphylococcus aureus
microrganismos intracelulares, atípicos, riquétsias resistentes a oxacilina, Enterococcus resistentes à
e espiroquetas. vancomicina, enterobactérias e Acinetobacter
A doxiciclina pode ser usada em diversas baumannii. Não há atuação contra Proteus e
situações, dentre elas: Pseudomonas aeruginosa.
▪ Infecções sexualmente transmissíveis: é a opção
de escolha para o tratamento de linfogranuloma
venéreo e donovanose (causas de úlcera genital de
evolução prolongada). Também é recomendada no
esquema de tratamento de doença inflamatória
pélvica.
▪ Infecções respiratórias: é uma alternativa para o
tratamento de pneumonias comunitárias quando
há impossibilidade do uso de beta-latâmicos ou
quando se suspeita de infecção por
microrganismos atípicos, como alternativa ao uso
de macrolídeos. Também é uma opção para
tratamento de sinusites.
▪ Infecções de pele, partes moles e osteomielite:
considerando-se a boa penetração da droga nestes
sítios, é uma opção para o tratamento destas
infecções causadas por microrganismos sensíveis.
▪ Febre maculosa: como apresenta espectro de ação
contra Rickettsia, é a droga de escolha para o
tratamento de febre maculosa, quando for possível
o uso de medicação por via oral.
pelo DNA. Ao ser produzido, associa-se aos

Macrolideos ribossomos que são os locais onde ocorrerá a


síntese proteica. Os ribossomos das bactérias
possuem coeficiente de sedimentação 70S
(unidade Svedberg: medida indireta do tamanho
do ribossomo conforme sua velocidade de
sedimentação quando submetido a uma força
ultracentrífuga).
• O RNAr, constituinte dos ribossomos, constitui 70%
do RNA celular total, ou seja, apresenta-se em
maior quantidade que o RNAm (14%) e o RNAt
(16%). Os agregados ribossomo-RNAm são
denominados polirribossomos ou polissomos e
contêm todos os componentes do sistema de
• Eritromicina síntese de proteínas. Finalmente, o RNAt, também
• Claritromicina produzido pela célula, se encarregará de trazer os
• Azitromicina aminoácidos absorvidos para serem ligados na
composição do peptídeo.
Os macrolídeos constituem um grupo de • Os RNAt apresentam uma sequência de bases que
antibióticos formados quimicamente por um formam os anticódons, fixando-se ao complexo
anel macrocíclico de lactona, ao qual se ligam RNAm-ribossomo no local do códon
um ou mais açúcares. As principais drogas correspondente.
pertencentes a esta classe são a eritromicina, a • A ligação ao ribossomo se dá pelas unidades 30S e
claritromicina, a azitromicina e a espiramicina. 50S. Ocorre então uma série de reações,
catalisadas pela enzima peptidil-transferase por
Mecanismo de ação: meio das quais o ribossomo, deslocando-se ao
• Para facilitar a compreensão do mecanismo de longo dos RNAm, vai ligando os aminoácidos
ação dos macrolideos, é fundamental o trazidos pelo RNAt.
conhecimento dos mecanismos envolvidos na • Este processo resulta na formação de peptídeos de
síntese proteica bacteriana, que é um processo acordo com o programa contido no RNAm,
metabólico bastante complexo, comandado por finalizando por constituir a proteína codificada
genes cromossômicos. geneticamente no cromossomo.
• O cromossomo bacteriano, ligado à face interna da
membrana celular, é formado por uma única
molécula longa de DNA, na qual está contido o
código genético com o programa completo da
síntese de proteínas. Para que ocorra a produção
de qualquer proteína, é necessária a participação
de três tipos de RNA: RNA mensageiro (RNAm),
RNA transportador (RNAt) e RNA ribossômico
(RNAr).
• O RNAm é sintetizado a partir do DNA durante o
processo denominado transcrição, através da
atividade da enzima RNA polimerase. No RNAm
está especificado o tipo e a ordem de aminoácidos
a serem ligados (códons) para formar a proteína,
de acordo com o código genético determinado
A síntese proteica pode sofrer interferência dos
antibióticos em várias fases do seu desenvolvimento.
As drogas pertencentes à classe dos macrolideos são
consideradas bacteriostáticas na maioria dos casos.
Agem bloqueando a síntese proteica bacteriana ao se
ligarem à subunidade 50S do ribossomo. Assim,  Claritromicina: A Claritromicina é um
impedem a transferência dos aminoácidos conduzidos antibiótico semissintético derivado da
pelo RNA transportador para a cadeia polipeptídica eritromicina. Apresenta maior estabilidade
em formação. no ácido gástrico, possibilitando melhor
absorção via oral.
 Além de melhor tolerada que a eritromicina,
Medicamentos disponíveis: não sofre interferência da alimentação e
apresenta meia vida mais prolongada, o que
✓ Eritromicina: É formado por três componentes, as possibilita administração duas vezes ao dia.
eritromicinas A, B e C, sendo a eritromicina A a  É uma das principais drogas para o
predominante e mais ativa. O conjunto destas tratamento de pneumonias atípicas,
substâncias é referido como eritromicina básica infecções por micobactérias do complexo
(base), que apresenta baixa absorção oral. Mycobacterium avium e infecções causadas
✓ Esse medicamento age contra Streptococcus, por Helicobacter pylori (bactéria associada a
Staphylococcus, Listeria monocytogenes, úlceras pépticas, linfoma gástrico, gastrite).
Corynebacterium diphtheriae.
✓ Em relação à cobertura para microrganimos
Gramnegativos, demonstra excelente atividade
contra Bordetella pertussis, moderada atividade
contra Neisseria gonorrohae e Neisseria
meningitidis e espectro bastante restrito para Azitromicina: Azitromicina também é um
Haemophilus influenzae. macrolideos semissintético derivado da
✓ Para o uso em gestantes, deve-se evitar a eritromicina. É considerado como
formulação com o éster estolato, devido ao maior pertencente à subclasse dos azalídeos,
risco de hepatotoxicidade (icterícia colestática). devido à modificação ocorrida no anel
básico da eritromicina que possibilitou o seu
▪ Espiramicina: A espiramicina é um antibiótico desenvolvimento. Diferencia-se da
macrolídeo natural obtido a partir de culturas de eritromicina por seu espectro de ação mais
Streptomyces ambofaciens. Apresenta amplo, maior meia-vida, boa tolerância oral
propriedades antimicrobianas semelhantes às da e baixa toxicidade.
eritromicina, porém com menor potência É uma alternativa para o tratamento de
antimicrobiana. Mantém o mesmo espectro, infecções de vias aéreas (superior e inferior)
porém, diferente desta, demonstra atividade causadas por Streptococcus,
contra o protozoário Toxoplasma gondii, causador Staphylococcus, Haemophilus influenzae,
da toxoplasmose. Moraxella catarrhalis e também infecções
▪ Atualmente, o principal uso clínico da espiramicina de pele de menor gravidade causadas por
é no tratamento de toxoplasmose na gestação, Streptococcus e Staphylococcus. É ativa no
quando não há evidências de infecção fetal, já que tratamento da coqueluche.
esta droga também não ultrapassa
adequadamente a barreira placentária.
Clindamicina Cloranfenicol

A clindamicina é um derivado semissintético da


lincomicina, um antibiótico natural obtido da
fermentação do fungo Streptomyces lincolnensis.

Usos clínicos: Infecções graves por anaeróbios,


infecções ginecológicas, abcessos pulmonares,
gangrena gasosa.
A clindamicina encontra-se disponível em solução
injetável e cápsulas para uso oral.

✓ A clindamicina atua predominantemente em Mecanismo de ação:


bactérias aeróbias gram-positivas e anaeróbios.
Não tem ação contra aeróbios gram-negativos. O cloranfenicol se liga à subunidade 50S do ribossomo,
✓ não atua nas Enterobactérias, portanto não deve inibindo a síntese protéica da bactéria, tendo, assim,
ser usada no tratamento de infecções suspeitas ou ação bacteriostática. Porém, pode ser bactericida
comprovadas por aeróbios gram-negativos. Ela contra algumas espécies como S. pneumoniae, H.
também não age contra Enterococcus, H. influenza influenzae e N. meningitidis, através de mecanismo não
e N. meningitidis. bem elucidado.

Mecanismos de resistência:
A resistência pode ser adquirida através de plasmídeos
ou alterações de permeabilidade à droga. Mais
frequentemente, a resistência é determinada pela
produção de uma enzima, acetiltransferase ou nitro
redutase, que inativa o composto.
Indicações clínicas: O primeiro antibacteriano utilizado nos Estados
Unidos, em 1935, foi uma Sulfonamidas, a
• Tem sido usado no tratamento de infecção por
sulfanilamida. Nos anos subsequentes, este
enterococos resistentes à vancomicina.
• Pode ser utilizada nas salmoneloses, composto foi modificado no intuito de reduzir os
principalmente na febre tifóide. efeitos colaterais e ampliar o espectro de ação. A
• É alternativa no tratamento de meningite utilização conjunta das sulfonamidas com um
bacteriana e epiglotite, artrite séptica e derivado diaminopirimidínico (trimetoprima) foi
osteomielite por Haemophilus influenzae em empregada a partir de 1968, o que possibilitou
pacientes alérgicos aos ß-lactâmicos.
maior eficácia terapêutica para o tratamento de
• Indicado no tratamento de ricketsioses ou
erlickiose diversas infecções bacterianas e também para
algumas causadas por protozoários e fungos.

Efeitos colaterais:
Mecanismo de ação:
• Reações de hipersensibilidade como erupção ✓ As Sulfonamidas e as diaminopirimidinas
macular ou vesicular acompanhada ou não de
ffdfd bloqueiam, sequencialmente, a biossíntese de
febre são incomuns.
tetraidrofolatos (a forma ativa do ácido
• Náuseas, vômitos, alteração no paladar,
diarréia e irritação anal podem ocorrer folínico).
durante administração oral. ✓ As sulfonamidas inibem as sintetases, que
• A toxicidade hematológica apresenta-se com transformam o ácido paraaminobenzoico
reticulocitopenia, podendo evoluir com sdsf (PABA) em ácido fólico.
anemia, granulocitopenia e trombocitopenia. ✓ Já as diaminopirimidinas inibem as redutases,
Essas alterações são dose-dependentes e que reduzem o ácido fólico a ácido folínico.
reversíveis com a suspensão da droga.
✓ Não havendo a formação de tetraidrofolatos,
• Também pode apresentar-se como anemia
aplástica irreversível, geralmente entre 3 e 12 fica comprometida a síntese de bases
semanas após a terapia. Embora rara, nitrogenadas (purinas), que iriam originar os
freqüentemente é fatal e pode ocorrer com ácidos nucleicos Desta maneira, o uso associado
qualquer apresentação, mesmo tópica. de sulfonamidas e diaminopirimidinas promove
bloqueio sequencial na via de síntese do ácido
A “Síndrome do bebê cinzento” é outra forma grave de folínico de microrganismos sensíveis.
toxicidade, cujos sinais se iniciam após 3 a 4 dias de

tratamento, caracterizando-se por vômitos, distensão
abdominal, letargia, cianose, hipotensão, respiração
irregular, hipotermia e morte. Ocorre pela falta de
capacidade do recém-nascido conjugar e eliminar a
droga. Como atravessa a placenta e é encontrada no
leite, seu uso deve ser evitado em gestantes e
lactantes. É contraindicada no terceiro trimestre de
gestação, devido ao risco de “síndrome cinzenta”.

Sulfametoxazol – trimetoprima:

Sulfonamidas Trata-se de composto bem absorvido por via oral,


sem interferência de alimentos. Há disponível
também a formulação endovenosa. Atravessa a
barreira hematoencefálica, atingindo concentrações
terapêuticas no líquor.
Tem ação sobre bactérias gram negativas, gram-
positivas, protozoários e fungos. No entanto, a
resistência bacteriana a estas drogas tem se difundido
amplamente, tanto na comunidade quanto no
ambiente hospitalar, limitando seu uso para infecções
causadas por Streptococcus, Staphylococcus,
Enterobacteriaceas, dentre outros.

Principais usos clínicos:

✓ Dentre as infecções bacterianas, os principais usos


clínicos são para tratamento de infecções urinárias
Farmacocinética:
e prostatites.
✓ No entanto, como mencionado anteriormente, as ✓ As quinolonas, com exceção do Ácido Nalidíxico e da
taxas crescentes de resistência dos principais Norfloxacina, são consideradas drogas de alto Volume
patógenos, como a Escherichia coli, têm limitado
de Distribuição (Vd) e Ligação Protéica (Lp) reduzida o
seu uso clínico.
✓ Já foi utilizada em larga escala para tratamento de que, pelo menos em parte, explica sua adequada
infecções estreptocócicas de vias aéreas superiores penetração nos diversos compartimentos do
e inferiores. organismo.
✓ Em relação às infecções fúngicas, é a principal ✓ Assim, conseguem atingir níveis terapêuticos em pele,
alternativa terapêutica para tratamento e articulações, ossos, pulmão, parênquima renal e
profilaxia primária e secundária de infecções por
próstata. Novamente, a incorporação de radicais às
Pneumocystis jirovecii, infecção oportunista
frequente em portadores de HIV/aids. estruturas básicas da classe permite às quinolonas altas
taxas de absorção oral.
✓ As quinolonas e seus metabólitos são eliminados
preferencialmente pela via renal. Em geral, não há
necessidade de ajustes significativos de dose de acordo
com a função renal ou hepática, com exceção da
ciprofloxacina.

Quinolonas
✓ Eventos adversos são pouco comuns, entretanto,
fototoxicidade, alterações no ritimo cardíaco e
encefalopatia sejam descritos.

Farmacodinâmica:
 As Quinolonas são consideradas bactericidas para a
maioria das síndromes infecciosas onde possuem
indicação.
 A disponibilidade da droga tanto no interstício quanto
no meio intracelular proporciona concentrações várias
vezes maiores que a Concentração Inibitória Mínima
• As Quinolonas foram descobertas por acaso e (CIM) para cada microrganismo.
artificialmente a partir da síntese da Cloroquina.  O efeito terapêutico das Quinolonas ocorre através da
• São conhecidas quatro estruturas moleculares inibição de duas enzimas, a Topoisomerase II ou DNA-
precursoras, a partir das quais as Quinolonas vêm Girase e a Topoisomerase IV, envolvidas na síntese do
sendo desenvolvidas e aprimoradas. material genético bacteriano. A inibição destas duas
• Todas são formadas por um conjunto bicíclico moléculas faz com que as cadeias de DNA sejam
aromático e uma função cetona na posição quatro
formadas com falhas estruturas em sua composição,
das moléculas.
inibindo a replicação e levando à morte bacteriana.
Principais representantes e suas indicações clínicas:

✓ Ácido Nalidíxico: Primeiro representante das


Quinolonas para uso clínico, o Ácido Nalidíxico
também representa a única Quinolonas de
primeira geração. Por suas limitações de
espectro de ação antimicrobiana, absorção
✓ Levofloxacina: A Levofloxacina inaugura o
oral e pela incapacidade de atingir
grupo das quinolonas de terceira geração,
concentrações séricas terapêuticas, ficou
sendo também conhecidas como quinolonas
restrita para o tratamento de infecções não
respiratórias. Possuem um espectro de ação
complicadas do trato urinário e diarreias
maior em relação à Norfloxacina e à
bacterianas.
Ciprofloxacina, já que mantém a atividade em
enterobactérias e Pseudomonas aeruginosa e
oferece cobertura consistente para gram
positivos, incluindo o Estreptococcus
pneumoniae e os microorganismos atípicos
✓ Norfloxacina: O primeiro produto das como Legionella pneumophila, Micoplasma
Quinolonas de segunda geração possui um pneumoniae e Chlamydophila pneumoniae.
espectro de ação bastante semelhante ao
apresentado pelo Ácido Nalidixico. Manteve a
ação já conhecida para o tratamento de
infecções por enterobactérias, sendo incluído
em seu espectro a Pseudomonas aeruginosa.
✓ Moxifloxacina: A Moxifloxacina foi a terceira
quinolona de terceira geração a ser
disponibilizada no Brasil, após a remoção da
gatifloxacina do mercado brasileiro pela
associação com casos insuficiência hepática.
✓ Ciprofloxacina: Esta Quinolonas é a Manteve boa parte das características de
representante da classe mais prescrita na farmacocinética da Levofloxacina, porém,
atualidade. A Ciprofloxacina manteve o amplo evoluiu na potência e no espectro de ação
espectro de ação antimicrobiana em bacilos antimicrobiana.
gram negativos, entretanto, a atividade
consistente em Pseudomonas aeruginosa é o
que marca a sua atividade neste grupo de
microrganismos. Outro aspecto notório de
seu espectro de ação se dá na ampliação de
atividade em cocos gram positivos.

✓ Ofloxacina: Este outro representante das


quinolonas de segunda geração possui
características muito semelhantes às
apresentadas pela Ciprofloxacina, muito
embora a sua utilização seja restrita no país
aos pacientes em tratamento de infecções
pelo Micobacterium tuberculosis, resistentes
aos tuberculostáticos de primeira linha.
Farmacocinética e farmacodinâmica
Farmacocinética: Absorção, distribuição metabolismo Tipos de transdutores de sinais:
e excreção de fármacos.
Farmacodinâmica: Estuda os efeitos fisiológicos,
bioquímicos e mecanismo de ação dos fármacos.

Receptores:
Farmacologia x Fisiologia Proteínas possuidoras de um ou mais sítios que,
quando ativados por substâncias endógenas, são
capazes de desencadear uma resposta fisiológica.
Sódio, potássio
SÍTIOS DE AÇÃO: Locais onde as substâncias endógenas
Potencial de ação
ou exógenas (fármacos) interagem para promover uma
Cálcio
resposta fisiológica ou farmacológica.
Sinapse
Em Farmacologia: Receptor - local onde o fármaco
Contração e relaxamento muscular interage e produz um efeito farmacológico.
Agonista e Antagonista
Receptores celulares

Principais alvos para ação dos


Farmacodinâmica: fármacos:
Fármaco + Receptor:  Receptores (receptores para ligantes
reguladores endógenos)
 Canais Iônicos
 Transportadores
 Enzimas
 Proteínas Estruturais.
Receptores ligados à proteína G:

AÇÃO DOS FÁRMACOS ✓ Receptores metabotrópicos


✓ A proteína G é uma proteína de membrana que
Para produzir efeito farmacológico o fármaco precisa consiste em três subunidades (), em que a
ter duas características: subunidade  possui atividade GTPase.
✓ Existem vários tipos de proteína G, que interagem
com diferentes receptores e controlam diferentes
Afinidade
Atividade efetores.
pelo
intrínseca ✓ Alguns exemplos: mAch, adrenorreceptores,
receptor
GABAB.

Capacidade de se ligar. Depois de ligar tem que


ter capacidade de ativar.

Efetores controlados por proteínas G:

✓ Duas vias chaves são controladas por


receptores através de proteínas G.
TIPOS DE RECEPTORES ✓ Ambas podem ser ativadas ou inibidas por
FARMACOLÓGICOS: ligantes farmacológicos.
✓ Via da adenilato ciclase/cAMP: - AC catalisa a
Receptores ligados a canais: formação do mensageiro intracelular cAMP - O
cAMP ativa várias proteínas quinases,
✓ Denominados receptores ionotrópicos Participam
fosforilando de várias enzimas,
principalmente da transmissão rápida.
transportadores e outras proteínas.
✓ Proteínas oligoméricas dispostas ao redor de um
canal.
✓ A ligação do ligante e a abertura do canal ocorrem
em milissegundos.
✓ Alguns exemplos: nAch, GABAA , NMDA.
Receptor beta adrenérgico:
Efetores controlados por proteínas G: Receptores intracelulares:
 Controlam a transcrição gênica
✓ Via da fosfolipase C/trifosfato de inositol/  Os ligantes incluem hormônios esteroides,
diacilglicerol: Catalisa a formação de dois hormônios tiroidianos, vit. D, ac. retinóico
mensageiros intracelulares  Os receptores são proteínas intracelulares, os
✓ IP3 e DAG - O IP3 aumenta a concentração ligantes devem penetrar nas células.
intracelular de cálcio - O  [ ] intracelular de  Os efeitos são produzidos em consequência da
cálcio desencadeia eventos como: contração, síntese alterada de proteínas e, portanto, de início
secreção, ativação enzimática e lento.
hiperpolarização de membrana.
✓ O DAG ativa proteína quinase C que controla
muitas funções celulares.

Receptores ligados a quinases:

Ação e efeito das drogas são a mesma coisa?

Ação das drogas: Combinação da droga com seu


receptor.
▪ Os receptores de vários hormônios (p. ex insulina)
Efeito das drogas: Consiste na alteração final da função
e fatores de crescimento incorporam a tirosina
biológica, consequência da ação da droga.
quinase em seu domínio intracelular.
Tipos de efeito das drogas:
▪ Estão envolvidos principalmente em eventos que
Estimulação: Aumento da atividade celular (exemplo:
controlam o crescimento e a diferenciação
adrenalina estimula as glândulas salivares.)
celulares e atuam indiretamente ao regular a
Depressão: Redução da atividade celular. (exemplo:
transcrição gênica.
Barbitúricos deprimem o SNC.)
Irritação: Efeito lesivo sobre células. (exemplo: ácidos
irritam a mucosa gástrica)
Reposição: Acrescentar molécula ausente ou
deficiente. (exemplo: insulina no diabetes.)
Citotóxica: Destruição seletiva das células. (exemplo:
antibióticos destruindo as bactérias.)

O que é dose?
É a quantidade adequada de uma droga que é
necessária para produzir certo grau de resposta em
determinado paciente.
A dose de uma droga deve ser determinada em Descreve a tendência de uma droga para
termos de resposta escolhida. combinar-se com um tipo particular de receptor.
Exemplo: Dose analgésica da aspirina: 0,3 a 0,6g As substancias químicas que possuem afinidade
dose anti-inflamatória da aspirina: 3 a 6g/dia. por um dado receptor podem ser classificadas
como: Agonistas ou antagonistas.

Janela terapêutica: Conceitos básicos:


Agonistas: Substâncias que causam alterações na
função celular, produzindo vários tipos de efeitos.
Antagonistas: Substâncias que se liga ao receptor
sem causar ativação impedindo
consequentemente a ligação do agonista.
Especificidade: capacidade de um fármaco
reconhecer apenas um receptor.
Afinidade: Tendência de um fármaco se ligar ao
seu receptor.
Eficácia: Tendência de um fármaco, uma vez ligado
ativar o receptor.

Farmacodinâmica eficácia:
Efeito máximo que uma droga pode produzir.

Droga + Receptor
1- Efeito máximo: Agonista pleno/total
2- Efeito parcial: Agonista parcial
3- Nenhum efeito: Antagonista

Potência:
A concentração efetiva 50 (CE50) é usada para
determinar a potência de um fármaco.
Concentração em que produz 50% de sua resposta
Especificidade: máxima.
Os receptores são específicos para os ligantes.
Agonistas: Índices terapêuticos:

Farmacocinética:
 Agonistas totais: Produzem resposta máxima por É responsável por analisar o trajeto percorrido
ocupar todos os receptores ou parte deles. pelo fármaco, desde a sua absorção até sua
 Agonistas parciais: Não desencadeiam resposta eliminação, passando pela distribuição e
máxima mesmo quando ocupam todos os biotransformação ou metabolismo. Em alguns
receptores. órgãos chave: intestino, fígado e pulmão. Além
disso, algumas características do fármaco e do
organismo irão fornecer informações para o
Antagonistas: conhecimento da farmacocinética e,
consequentemente farmacodinâmica.

Vias de administração: As vias de administração


são escolhidas para que o fármaco seja capaz de
ultrapassar as barreiras apresentadas pelo corpo,
aproveitando-se das moléculas de transporte e
de outros mecanismos que permitem a absorção
dos fármacos.
Quanto mais rápida a absorção, menor tempo
para alcançar a concentração máxima do plasma
que, conseguinte terá uma queda na curva pelos
outros mecanismos farmacocinéticos.

Impedem que os agonistas se liguem ao receptor.


1. Antagonistas competitivos: Se ligam no mesmo
sitio do agonista no receptor. (ligação reversível)
2. Antagonistas não competitivos: Se ligam no
mesmo sítio do agonista no receptor. (ligação
irreversível)
3. Antagonistas alostéricos: Se ligam num sitio
alostéricos e impedem que o agonista se ligue ao
receptor.
Difusão passiva:

• Fármaco se desloca da maior para menor


concentração, a favor do gradiente de
concentração.
• Não há gasto de energia.
• Não apresenta seletividade.
• Não pode ser saturada.
• Não envolve inibição competitiva.
• Hidrossolubilidade, lipossolubilidade e porção
ionizada do fármaco são de extrema
importância.

Difusão facilitada:

▪ Fármaco se desloca da maior para menor


Absorção: concentração, em maior velocidade e não
A Absorção de um fármaco é definida como sua proporcional ao gradiente de concentração.
passagem do local de administração, ▪ Reserva energética para manter o sistema.
atravessando as membranas biológicas, com ▪ Transportador facilita a passagem.
destino a corrente sanguínea, considerando a ▪ Pode ser saturado.
amplitude dessa transferência. ▪ Pode existir inibição competitiva.
▪ Transportador da natureza desconhecida.
Características do fármaco:
 Hidrossolubilidade
 Natureza, pka e potencial de ionização. Transporte ativo:
 Coeficiente de partição.
 Fármaco se desloca da maior concentração
 Massa molar.
para a menor, contra o gradiente de
Características do meio fisiológico: concentração.
 Há necessidade de energia via ATP
• pH  Presença de transportador.
• Integridade e espessura da barreira mucosa  Pode ser saturado.
lipídica.  Ocorrência de inibição competitiva.
• Grau de vascularização  Transportador especifico para uma
• Dependência de transportadores de substância.
membrana.

No processo de absorção, deve-se considerar como os


fármacos atravessam as membranas biológicas e, nesse
sentido, a difusão passiva, difusão facilitada e
transporte ativo, são importantes por serem as
principais formas de transporte dos fármacos.
Metabolismo dos fármacos:

O metabolismo é definido como uma mudança


estrutural em determinada molécula para torna-la mais
susceptível a excreção. O metabolismo de um fármaco
começa na mucosa intestinal, passa pelo fígado e
termina nos pulmões. No fígado é onde ocorre o
fenômeno metabolismo de primeira passagem
hepático. Com frequência, os fármacos administrados
por via oral são absorvidos em sua forma inalterada
pelo TGI e transportados até o fígado através da
circulação porta, permitindo ao tecido hepático que
promova seu metabolismo.

Distribuição:

Após o processamento do fármaco há distribuição pelo


organismo que representa biodisponibilidade, ou seja
fração ou percentual de fármaco que após
administrado atinge a circulação geral, podendo
determinar o valor de concentração plasmática, suas
taxas máximas e o tempo de efeito pós administração
do fármaco.

Eliminação dos fármacos:

É definida como o passo em que o fármaco deixa o


organismo. Ocorre através de alguns mecanismos,
podendo ser de forma direta, por excreção biliar ou
renal; pode ocorrer a transformação da droga em
metabolitos hidrossolúveis. Um dos parâmetros
importantes é a meia vida, definida como: intervalo de
tempo durante o qual a concentração plasmática de
um fármaco é reduzido pela metade.
Farmacologia do sistema nervoso
autônomo.
▪ O Sistema Nervoso no organismo humano
controla, e, coordena as funções de todos os
sistemas do organismo como também, ao receber
os devidos estímulos, tem a capacidade de capaz
de interpretá-los, e, desencadear respostas
adequadas aos respectivos estímulos.
▪ Enquanto muitas funções do sistema nervoso
dependem da vontade (voluntários), muitas outras
ocorrem sem que tenhamos a consciência
(involuntários) dessa integração com o meio
ambiente.

O Sistema Nervoso no organismo humano é


dividido em Sistema Nervoso Central (SNC), e
Sistema Nervoso Periférico (SNP).

 O SNC compreende o cérebro, o cerebelo, o bulbo,


e, a medula espinal (ou espinhal).
 O Sistema Nervoso Periférico consiste em todos os
neurônios aferentes (sensoriais), e, eferentes
(motores).  Os sistemas parassimpático, e, simpático exercem
ações opostas em algumas situações, por exemplo,
No Sistema Nervoso Periférico os nervos sensoriais no controle da frequência cardíaca, na musculatura
e motores são constituídos por feixes de axônios. gastrintestinal, mas, não exercem ações opostas
Os nervos são considerados cranianos quando em outras situações como em relação às glândulas
partem do crânio, e, espinhais quando partem da salivares, e, o músculo ciliar.
medula.

Os gânglios podem ser aferentes ou eferentes, Enquanto a atividade simpática aumenta no


sendo que os aferentes são os cranianos, e, estresse, a atividade parassimpática predomina
espinhais. Os eferentes são autônomos. durante o repouso, e, à saciedade.

O Sistema Nervoso Periférico eferente se subdivide


em Sistema Nervoso Somático (voluntário), e, → Os principais transmissores do sistema nervoso
Sistema Nervoso Autônomo (involuntário). autônomo são:
Acetilcolina (no sistema nervoso parassimpático),
 A função do Sistema Nervoso Autônomo, é a e, a noradrenalina (no sistema nervoso simpático).
regulação do sistema cardiovascular, digestão,
respiração, temperatura corporal, metabolismo,
secreção de glândulas exócrinas, e, portanto,
manter constante o ambiente interno
(homeostase).
No sistema urinário, a acetilcolina provoca contração e
redução da capacidade da bexiga, enquanto no trato
A comunicação entre células nervosas, portanto, gastrintestinal provoca o aumento da motilidade e do
tônus da musculatura lisa, podendo provocar náuseas e
entre neurônios e órgãos efetuadores, ocorre
vômitos.
através da liberação de sinais químicos
(substancias químicas) específicos produzidos pelas Através do sistema autonômico simpático, a
terminações nervosas, denominados acetilcolina age nos receptores nicotínicos da
neurotransmissores. medula supra-renal provocando a liberação de
catecolaminas, como a adrenalina e a
noradrenalina, o que em situações de estresse,
Os neurônios que liberam a noradrenalina são aumenta a produção destas catecolaminas,
denominados de neurônios adrenérgicos ou provocando a vasoconstrição, elevação rápida da
noradrenérgicos. Os neurônios que liberam a pressão arterial e aumento da frequência
acetilcolina são denominados de neurônios cardíaca.
colinérgicos.
→ Experiências comprovaram que a administração da
muscarina que é o princípio ativo extraído do
Sistema parassimpático cogumelo venenoso Amanita muscarina produzem
ações semelhantes às da acetilcolina em
determinados receptores situados em alguns
• O sistema parassimpático é formado por algumas órgãos efetores sendo denominados de receptores
fibras que estão contidas nos pares cranianos III, muscarínicos (ou seja, nos mesmos receptores
VII, IX e X, e, por outras fibras que emergem da onde a acetilcolina age).
região sacra da medula espinhal.
→ E, verificou-se também que administrando a
atropina ocorre o bloqueio das ações estimuladas
 A acetilcolina é inativada pela enzima pela acetilcolina ou muscarina nos receptores
acetilcolinesterase que tem origem na muscarínicos, mas, em outros receptores, a
membrana pós sináptica da sinapse administração da acetilcolina (mesmo logo após o
colinérgica, e, também encontrada nas bloqueio pela atropina) ocorre a produção de
hemácias e na placenta. efeitos semelhantes aos da nicotina, assim,
podemos afirmar que no sistema parassimpático
No sistema cardiovascular, doses pequenas ou transmissão colinérgica existem dois tipos de
de acetilcolina provocam vasodilatação nas receptores nos órgãos efetuadores que são
redes vasculares mais importantes do denominados de receptores muscarínicos, e,
organismo, entretanto, esta vasodilatação receptores nicotínicos.
depende de um intermediário denominado
óxido nítrico. A acetilcolina, assim, produz
diminuição das pressões sistólica e diastólica,
além de reduzir a frequência cardíaca,
produzindo a bradicardia.

No sistema respiratório, a acetilcolina, em Esses termos, nicotínicos ou muscarínicos,


doses pequenas produz broncoconstrição e lembram as ações e os efeitos da nicotina e da
aumento da secreção, o que pode muscarina.
desencadear crises asmáticas.
As enzimas Monoamina oxidase (MAO), e, a Catecol-
Os receptores colinérgicos são classificados em dois O-metil transferase (COMT) inativam a noradrenalina.
grupos: Receptores nicotínicos e receptores
muscarínicos. • A MAO é uma enzima desanimadora que retira
grupamento NH2 de diversos compostos, como
 receptores nicotínicos (estão diretamente noradrenalina, adrenalina, dopamina, serotonina.
acoplados aos canais catiônicos) são classificados A MAO localiza-se nas mitocôndrias dos neurônios,
em dois grupos: musculares e neuronais. Enquanto e, em tecidos não neurais, como o intestinal e o
os receptores ou tipos musculares são encontrados hepático, e, oxida a noradrenalina transformando
na junção neuromuscular esquelética; os no ácido vanilmandélico.
receptores ou tipos neuronais são encontrados
principalmente no cérebro e em gânglios  Os receptores adrenérgicos ou adrenoceptores
autônomos, e, terminação nervosa sensorial. reconhecem a noradrenalina, e, iniciam uma
 Os receptores muscarínicos (estão acoplados a sequência de reações na célula, o que leva a
proteína G) são classificados em: M1 ou neural, M2 formação de segundos mensageiros intracelulares,
ou cardíacos, e, M3 ou glandular. Existem mais sendo considerados os transdutores da
dois tipos de receptores muscarínicos que ainda comunicação entre a noradrenalina e a ação
não estão bem caracterizados. gerada na célula efetuadora.
→ O receptores M1 ou neurais produzem excitação
(lenta) dos gânglios (entéricos e autônomos), das São conhecidos cinco grupos de adrenoceptores ou
células parietais (estômago), e, do SNC (córtex e receptores adrenérgicos:
hipocampo). Alfa 1 – alfa2 – beta 1 – beta 2 - beta 3.
→ O receptores M2 ou cardíacos são encontrados
nos átrios e provocam redução da frequência ✓ Estes adrenoceptores quando são ativados
cardíaca e força de contração dos átrios. Estes apresentam os seguintes efeitos:
receptores também agem na inibição pré sináptica.
→ Os receptores M3 ou glandulares causam a Alfa 1: Vasoconstrição – aumento da resistência
secreção, contração da musculatura lisa vascular, periférica – aumento da pressão arterial –
e, relaxamento vascular (agindo no endotélio midríase – estimulo da contração do esfíncter superior
vascular). da bexiga – secreção salivar – glicogenólise hepática –
relaxamento do músculo liso gastrintestinal.

Sistema simpático Alfa 2: Inibição da liberação de neurotransmissores,


incluindo a noradrenalina – inibição da liberação da
insulina – agregação plaquetária – contração do
No sistema simpático, a noradrenalina, portanto, é músculo liso vascular.
o neurotransmissor dos impulsos nervosos dos Beta 1: Aumento da frequência cardíaca (taquicardia) –
nervos autonômicos pós-ganglionares para os aumento da força cardíaca (da contratilidade do
órgãos efetuadores. miocárdio) – aumento da lipólise.
Beta 2: Broncodilatação – vasodilatação – pequena
diminuição da resistência periférica –
→ A noradrenalina é formada a partir do aminoácido
aumento da glicogenólise muscular e hepática –
tirosina, de origem alimentar, que chega até aos
aumento da liberação de glucagon –
locais da biossíntese, como à medula adrenal, às
relaxamento da musculatura lisa uterina – tremor
células croma fins e às fibras sinápticas através da
muscular.
corrente sanguínea. A tirosina é transportada para
Beta 3 - Termogênese e lipólise.
o citoplasma do neurônio adrenérgico através de
um carregador ligado ao sódio (Na+).
→ A enzima tirosina hidroxilase transforma a tirosina
em DOPA (diidroxifenilalanina). A DOPA é
transformada em dopamina através da enzima
dopa descarboxilase (também denominada L-
amino-descarboxilase ácida aromática), sendo,
então, a DOPA descarboxilação para se
transformar em dopamina.
Ações do sistema nervoso Fármacos agonistas colinérgicos:
simpático e parassimpático. • Denomina-se de medicamento agonista o que
possui afinidade celular especifica produzindo
ação farmacológica.
Simpático Parassimpático • Assim, no caso de fármaco ou medicamento
dilatação da pupila Contração do músculo agonista colinérgico, portanto, são os
ou midríase ciliar caracterizados pelos efeitos que produzem de
Secreção viscosa contração da pupila ou modo semelhante aos da acetilcolina, e, agindo
(espessa) da miose ao nível da sinapse colinérgica (do sistema
glândulas salivares nervosos autônomo parassimpático).
Aumento da Secreção aquosa • Os fármacos agonistas colinérgicos são
frequência cardíaca e (abundante) da também denominados de
da contratilidade – glândulas salivares - parassimpaticomiméticos ou
Elevação da pressão Diminuição da colinomiméticos.
sanguínea frequência cardíaca e da
contratilidade -
Dilatação da traqueia Diminuição da pressão Geralmente, a acetilcolina não tem importância
e bronquíolos sanguínea
(broncodilatação) terapêutica, devido a sua multiplicidade de
Diminuição do tono broncoconstrição ações, e, sua rápida inativação pela
muscular e da acetilcolinesterase. Em situação ocasional, como
motilidade agente local em Oftalmologia (principalmente para
gastrintestinal produzir miose em cirurgia oftálmica), alguns
Contração de Aumento do tono
esfíncteres muscular e da
autores sugerem como única possibilidade do uso
gastrintestinais motilidade terapêutico da acetilcolina.
gastrintestinal
Relaxa o músculo Contração do músculo Os fármacos agonistas colinérgicos ou
detrusor e contração detrusor da bexiga parassimpaticomiméticos ou colinomiméticos são
do esfíncter distribuídos em dois grupos:
(retenção urinária)  Agonistas colinérgicos de ação direta, também
Estimula a ejaculação Relaxamento do trígono denominados de colinérgicos diretos ou
e do esfíncter (bexiga) colinomiméticos diretos ou
Elevação da glicemia Estimula a ereção parassimpaticomiméticos diretos – que agem nos
e Liberação de ácidos (acetilcolina e óxido receptores colinérgicos como agonistas, ativando
graxos no sangue nítrico) esses receptores e desencadeando respostas
semelhantes às provocadas pela estimulação do
parassimpático.
 Agonistas colinérgicos de ação indireta, também
denominados de colinérgicos indiretos ou
colinomiméticos indiretos ou
parassimpaticomiméticos indiretos – que embora
não tenham ação direta sobre os receptores
colinérgicos, são drogas que proporcionam maior
tempo da ação da acetilcolina, inibindo a enzima
que tem o poder de destruir a acetilcolina,
portanto, os inibidores da acetilcolinesterase ou
anticolinesterásicos. Estes inibidores da
acetilcolinesterase podem ser reversíveis e
irreversíveis.
OS FÁRMACOS AGONISTAS FÁRMACOS AGONISTAS
COLINÉRGICOS DE AÇÃO DIRETA COLINÉRGICOS DE AÇÃO INDIRETA

→ São utilizados com maior frequência: OU ANTICOLINESTERÁSICOS


Betanecol, e, a pilocarpina. → As drogas agonistas colinérgicos de ação indireta
ou anticolinesterásicos inibem a enzima
 O Betanecol é um éster da colina, que não é acetilcolinesterase, prolongando a ação da
hidrolisado pela acetilcolina, e, possui intensa acetilcolina.
atividade muscarínica, e, pouca ou nenhuma → Portanto, provocam a potencialização da
ação nicotínica. Devido a ação de estimular o transmissão colinérgica nas sinapses autônomas
músculo detrusor da bexiga, e, relaxar o colinérgicas e na junção neuromuscular.
trígono e o esfíncter, provocando a
expulsão da urina. ✓ Estes anticolinesterásicos podem ser reversíveis,
se a ação não for prolongada, e, irreversíveis, se
 O Betanecol é utilizado para estimular esta ação for prolongada.
bexiga atônica, principalmente no pós-parto,
e, na retenção urinária não- obstrutiva pós- Os fármacos anticolinesterásicos
operatória. reversíveis utilizados são:
Devendo ser lembrados os efeitos adversos Fisostigmina – neostigmina
da estimulação colinérgica generalizada, – piridostigmina – edrofônio –
como a queda da pressão arterial, a sudorese, inibidores dirigidos contra a enzima
a salivação, o rubor cutâneo, a náusea, a dor acetilcolinesterase no SNC.
abdominal, a diarreia e o broncoespasmo.

 A pilocarpina é um alcaloide, capaz de ➢ A fisostigmina alcaloide que consiste em uma


atravessar a membrana conjuntival, e, consiste amina terciária, bloqueia de modo reversível a
em uma amina terciária estável à hidrólise pela acetilcolinesterase, potencializando a
acetilcolinesterase. É muito menos potente do atividade colinérgica em todo o organismo,
que a acetilcolina, possui atividade
possuindo grande número de atividades,
muscarínica. Com a aplicação ocular, produz
inclusive atingindo o SNC. A duração de ação
contração do músculo ciliar, provocando a
miose. da fisostigmina é 2 a 4 horas.
 Como efeito adverso, a pilocarpina pode
atingir o SNC (principalmente em idosos com a ➢ A neostigmina , derivado do trimetilbenzenamínio,
idade avançada provocando confusão), e, também inibe reversivelmente a enzima
produzir distúrbios de natureza central, e, acetilcolinesterase, entretanto é mais polar do que
produzir sudorese e salivação. a fisostigmina e não penetra no SNC, tendo
atividade sobre a musculatura esquelética mais
intensa do que a fisostigmina. A duração de ação
da neostigmina é de 2 a 4 horas.

➢ A neostigmina é mais útil no tratamento da


miastenia grave do que a fisostigmina, pois, a
fisostigmina tem menor potência na junção
neuromuscular do que a neostigmina. Entretanto,
a fisostigmina é mais útil do que a neostigmina em
condições de etiologia central, como por exemplo,
em caso de superdosagem de atropina (pois, a
atropina penetra no SNC, e, a neostigmina não
atinge o SNC).
➢ A piridostigmina, derivado do metilpiridínio,
consiste em outro inibidor da acetilcolinesterase
com duração de ação 3 a 6 horas, portanto, maior
do que a neostigmina, e, a fisostigmina, também é
utilizado no tratamento da miastenia grave e como
antídoto de agentes bloqueadores
neuromusculares.

➢ O edrofônio, que consiste em uma amina


quaternária, tem ações farmacológicas
semelhantes às da neostigmina, entretanto, o
edrofônio possui ação de curta duração, entre 10 a
20 minutos, sendo utilizada em administração
venosa, geralmente para fins de diagnóstico da
miastenia grave, provocando rápido aumento da
força muscular, entretanto, o excesso pode levar a
uma crise colinérgica. Tem sido também referido o
uso do edrofônio para reverter os efeitos do
bloqueador neuromuscular após uma cirurgia.

Tabela de neurotransmissores

Molécula Derivada Local de


transmissora síntese
Acetilcolina Colina SNC, nervos Fármacos antagonistas
colinérgicos.
parassimpáticos
Serotonina Glutamato SNC, células
croma fins do
trato digestivo, • Os antagonistas colinérgicos são drogas que
células agem nos receptores colinérgicos, bloqueando
entéricas seletivamente a atividade parassimpática
GABA Glutamato SNC (reduzindo ou bloqueando a ação da
acetilcolina), sendo estes antagonistas
Histamina Histidina Hipotálamo também chamados parassimpaticolíticos ou
Adrenalina ou Tirosina Medula fármacos anticolinérgicos ou anticolinérgicos
epinefrina adrenal, assim, diminuem, inibem ou bloqueiam a
algumas células resposta colinérgica.
do SNC • Portanto, reduzem ou anulam o efeito de
Noradrenalina Tirosina SNC, nervos estimulação do sistema nervoso
simpáticos parassimpático (impede que a acetilcolina
Dopamina Tirosina SNC estimule os receptores colinérgicos), e, em
Adenosina ATP SNC, nervos determinadas situações (indiretamente)
periféricos tem o efeito estimulante do sistema
Óxido nítrico Arginina SNC, trato nervoso simpático.
gastrointestinal
▪ É utilizada na bradicardia, e, como antiarrítmico.

Bloqueadores ou agentes ESCOPOLAMINA OU HIOSCINA (Buscopan).


A escopolamina ou hioscina também é um alcaloide da

antimuscarínicos belladona.
Apresenta efeitos semelhantes aos da atropina, porém,
a escopolamina tem ações e efeitos
mais pronunciados no SNC, com a duração mais
→ Os receptores muscarínicos são os receptores prolongada do que a atropina. Apresenta
colinérgicos (os que liberam a acetilcolina nos também o efeito de bloquear a memória recente.
neurônios do sistema nervoso autônomo
parassimpático) que são estimulados pelo alcaloide
muscarina, e, bloqueados pela atropina.
IPRATRÓPIO (Atrovent)
✓ Os receptores muscarínicos (estão acoplados Consiste em um derivado quaternário da atropina.
a proteína G) são classificados em: M1 ou Não tem efeitos sobre o SNC, é utilizado no tratamento
neural, M2 ou cardíacos, e, M3 ou glandular. da asma, bronquite e DPOC para a broncodilatação,
principalmente sob a forma de brometo de ipratrópio
Os bloqueadores ou agentes antimuscarínicos são através da via de administração inalatória.
seletivos para o sistema parassimpático, As reações adversas sistêmicas são reduzidas e
agindo unicamente nos receptores muscarínicos, confinadas principalmente à boca, e, às vias
bloqueando ou inibindo as ações da aéreas. Geralmente, a via de administração do
acetilcolina nestes receptores. ipratrópio é a inalatória.

→ Existem vários agentes antimuscarínicos, PROPANTELINA


entretanto, são mais utilizados: Consiste em um antagonista muscarínico utilizado
Atropina – escopolamina ou hioscina – ipratrópio como antiespasmódico, na rinite, na
propantelina - dicicloverina –diciclomina – incontinência urinária, e, no tratamento da úlcera
glicopirrolato – ciclopentolato - tropicamida. gástrica e duodenal. Em altas doses
apresenta efeitos nicotínicos que levam ao bloqueio da
transmissão neuromuscular.
ATROPINA (Sulfato de atropina)
A atropina é um alcaloide extraído, principalmente da
planta Atropa belladona, usado na forma de sulfato,
consiste em um bloqueador muscarínico
potente com ação tanto central quanto periférica, com DICICLOVERINA ou DICICLOMINA
duração de quatro horas, exceto quando Antiespasmódico, e, espasmolítico derivado do ácido
administrado no epitélio ocular que pode durar alguns bicicloexilcarboxílico que reduz a
dias os seus efeitos. Todos os receptores muscarínicos contratura da musculatura lisa do tubo digestivo e do
são bloqueados pela atropina. trato urinário. Indicado para cólicas intestinais, cólon
irritável ou espasmódico, colopatias funcionais agudas
ou crônicas, e, incontinência urinária.
É utilizada:

▪ Antiespasmódico (no trato gastrintestinal);


▪ broncodilatador, midriático, antissecretório do
trato respiratório superior e inferior, antiarrítmico;
▪ Na asma, como broncodilatador;
▪ Como adjuvante da anestesia reduzindo as
secreções, e, provocando a broncodilatação;
▪ Utilizado no exame oftalmológico como midriático;
▪ Na intoxicação por anticolinesterásicos;
GLICOPIRROLATO
Um antagonista muscarínico utilizado como
antiespasmódico, em alguns distúrbios do trato Anticolinérgicos centrais
gastrointestinal e para reduzir a salivação decorrente
da utilização de alguns anestésicos.
→ Os antipsicóticos (também denominados como
neurolépticos) são largamente usados para
CICLOPENTOLATO E TROPICAMIDA
tratamento de transtornos mentais crônicos.
São utilizados em Oftalmologia como midriáticos.
Entretanto, está associado a vários efeitos
colaterais, incluindo distúrbios do movimento.
Muitos pacientes com transtorno psicótico agudo

Bloqueadores ganglionares. que são medicados com neurolépticos também


recebem drogas anticolinérgicas para reduzir
alguns dos efeitos colaterais motores também
→ Os Bloqueadores ganglionares bloqueiam os conhecida como Impregnação Neuroléptica como,
receptores nicotínicos, bloqueando os canais por exemplo, provocada pelo haloperidol (Haldol)
iônicos, não sendo seletivos para o sistema que é um antipsicótico (ou neuroléptico).
simpático ou parassimpático, tem sido utilizados → Os efeitos adversos dos anticolinérgicos
mais de modo experimental, e, pouco usados na centrais são: Agitação, confusão mental,
terapêutica, pois, possui ações complexas e euforia, secura da boca, midríase, retenção
imprevisíveis. urinária, e, constipação.

✓ Bloqueadores ganglionares:
Toxina botulínica - Nicotina – Trimetafano – Reativação das enzimas
colinesterases.
mecamilamina

Bloqueadores
neuromusculares  Os anticolinesterásicos irreversíveis (agonistas
colinérgicos) correspondem aos compostos
organofosforados sintéticos que possuem a
capacidade de efetuar ligação covalente com a
→ Consistem em bloqueadores da transmissão enzima acetilcolinesterase, com ação bastante
colinérgica no sistema somático na placa motora prolongada, o que leva ao aumento duradouro da
neuromuscular da musculatura esquelética. Assim, concentração de acetilcolina em todos os locais
combinam-se com os receptores nicotínicos onde esta é liberada. Entretanto, para reativar as
bloqueando a ação da acetilcolina. Tem sido colinesterases inibidas pelos organofosforados
utilizados principalmente na anestesia para inibidores da colinesterase, é utilizada a
produzir relaxamento muscular, sem a pralidoxima, de uso parenteral, que consiste em
necessidade de doses anestésicas mais elevadas. um composto peridíneo sintético, com a
Estes bloqueadores não penetram nas células com capacidade de deslocar o organofosforado através
facilidade, sendo a maioria excretada pela urina de da fosforilação do inseticida ou composto
forma inalterada. relacionado, se a pralidoxima for utilizada dentro
de pouco tempo após o uso do organofosforado,
✓ Bloqueadores neuromusculares: revertendo os efeitos dos inseticidas, como os
Tubocurarina (alcurônio) – atracúrio – mivacúrio efeitos sistêmicos do isofluorato, exceto os efeitos
rocurônio – vecurônio – pancurônio - succinilcolina. no SNC.
Estes bloqueadores são considerados de ação local.  A pralidoxima deve ser usada somente em
conjunção com a atropina, após oxigenação
adequada.
 A atropina é utilizada também no tratamento de
paciente vítima de envenenamento por espécies
de cogumelos que contém altas concentrações de
muscarina, e, outros alcaloides relacionados.

Os fármacos anticolinérgicos, frequentemente,


provocam constipação podendo necessária a
administração de laxativos, e, como os medicamentos
que afetam o sistema nervoso
autônomo não são muito específicos, os efeitos
colaterais devem ser observados de acordo
com o segmento afetado, como por exemplo,
ressecamento da boca (reduz a salivação),
náusea, vômito, diarreia, cólicas abdominais,
taquicardia, dificuldade na deglutição, retenção
urinária, e, fraqueza. Portanto, podem ser importantes
procedimentos para aliviar alguns dos
efeitos adversos.
Pico de FSH: Estimula a liberação de LH
Pico de LH: Estímulo para ovulação
Corpo lúteo: progesterona.

A produção de FSH e LH pelo cérebro regula o ciclo


ovárico, que se divide em três fases: folicular,
ovulatória e luteínica.

 Fase Folicular: A fase folicular inicia-se no


dia 1 de cada ciclo. A FSH (cujo aumento
gradual é ligeiramente mais precoce e
pronunciado do que a LH) estimula o
crescimento de 3 a 30 folículos, sendo que,
normalmente, apenas um vai atingir a plena
maturação e libertar um óvulo, enquanto os
restantes degeneram. À medida que se
desenvolve, o folículo liberta hormonas
ováricas, sobretudo estrogénio.
Esta fase termina precisamente antes do
aumento da LH que antecede a ovulação.
O Ciclo menstrual é causada pela secreção alternada
 Fase Ovulatória: Começa com o aumento
dos hormonios: FSH(Hormônio folículo estimulante) e
progressivo da LH, que 16 a 32 horas depois
LH (Hormônio luiteinizante), pela hopófise e dos resulta num pico de concentração,
estrogenios e progesterona pelos ovários. estimulando a rotura do folículo e libertação
do óvulo que iniciará pouco depois a descida
através das trompas até ao útero.
É nesta fase que poderá encontrar os
espermatozoides com possibilidade de
fecundação.
 Fase Luteínica: Começa após a ovulação e
termina imediatamente antes do início da
maturação de um novo folículo. Nesta fase, os
níveis de LH e FSH são mínimos, e o folículo
rebentado forma uma estrutura amarela,
denominada “corpo lúteo”, que segrega
grandes quantidades de estrogénio e
progesterona.

Ciclo Uterino (Endometrial)


O endométrio é a camada mais interna do útero, que
reveste a cavidade uterina, sofrendo alterações
durante o ciclo menstrual, por influência das hormonas
ováricas. Estas modificações permitem, em cada mês,
preparar o útero para uma possível gravidez, e
dividem-se em 4 fases: proliferativa, secretora,
menstrual e pré menstrual.
1. Fase Menstrual: O dia 1 do ciclo
corresponde ao primeiro dia da menstruação,
que consiste na descamação das células
endometriais, que se tinham desenvolvido no
ciclo anterior. Esta descamação resulta da
quebra de estrogénios e progesterona, devido
ao desaparecimento do corpo lúteo.

2. Fase proliferativa: Com o


desenvolvimento de um novo folículo ovárico,
ocorre um aumento de estrogénio, que
promove a proliferação do endométrio, com
crescimento rápido das suas glândulas e vasos
sanguíneos. Nesta fase, as glândulas produzem
um muco fino e pegajoso que se alinha no
canal cervical, e que tem por função guiar os
espermatozoides até ao útero.

3. Fase secretora: Após a ovulação, o corpo


lúteo produz estrogénios e progesterona em
grandes quantidades. O estrogénio promove o
crescimento adicional do endométrio,
enquanto a progesterona promove o
desenvolvimento das glândulas secretoras e do
tecido conjuntivo, transformando o
endométrio num órgão secretor rico em
nutrientes, capaz de nutrir precocemente o
embrião e de permitir a sua fixação. Uma
semana após a ovulação, o endométrio mede
5 a 6 mm de espessura. Se não ocorrer a
fixação do embrião na parede uterina e
consequente gravidez, o corpo lúteo degenera,
há quebra dos níveis de estrogénio e
progesterona, e aparece a menstruação,
iniciando-se um novo ciclo

4. Fase Pré menstrual: Período da queda


das concentrações dos hormônios ovarianos,
quando a camada de superfície do endométrio

Regulação hormonal:
perde seu suprimento sanguíneo normal e a
mulher está prestes a menstruar, dura cerca
de 2 dias. Pode ser acompanhada por dor de
cabeça, dor e inchaço nas mamas,
Estrógeno: Induz as células de muitos locais do
irritabilidade, insônia. (tpm ou tensão pré
organismo, a proliferar, isto é, a aumentar
menstrual.)
em número.
Progesterona: A progesterona é um hormônio,
produzido pelos ovários, que tem um papel
muito importante no processo de gravidez,
sendo responsável por regular o ciclo
menstrual da mulher e preparar o útero para
receber o óvulo fertilizado, evitando que seja
expulso pelo corpo.
quando deve ocorrer o sangramento, não sendo
necessário haver interrupção.

Contraceptivos 4. Caso não ocorra a menstruação no intervalo entre


as cartelas, a paciente deve procurar o serviço de

hormonais.
saúde para descartar a hipótese de gravidez.
5. Caso a paciente esqueça de tomar a pílula: Caso
tenha ultrapassado o período de 12 horas, pule o
comprimido e tome normalmente seguindo a
Tipos de pílula: cartela. Caso o não tenha ultrapassado o período
de 12 horas pode fazer a ingestão de 2 pílulas.
 Classificam-se em combinadas e apenas com 6. No caso de esquecimento é recomendado utilizar
progestogênio ou minipílulas; um método de barreira.
 as primeiras compõem-se de um estrogênio 7. No caso de diarreia, vomito com duração de mais
associado a um progestogênio, enquanto a de 2 dias deve-se utilizar um método de barreira
minipílula é constituída por progestogênio isolado. existem possibilidades da não-absorção dos
 As combinadas dividem-se ainda em monofásicas, esteroides da pílula, com consequente perda da
bifásicas e trifásicas. ação anticonceptiva.
 Nas monofásicas, a dose dos esteroides é
constante nos 21 ou 22 comprimidos da cartela. Interações medicamentosas:
 As bifásicas contêm dois contêm três tipos de Anticonvulsivantes: Barbitúricos
comprimidos com os mesmos hormônios em Carbamazepina
proporções diferentes. Primidona
Difenil-hidantoína
Antibióticos: Rifampicina
Fungicidas: Griseofulvina
Anticoncepcionais hormonais
Efeitos adversos:
orais combinados:
Alteração de humor, náuseas, cefaleia, tonturas, dores
 São componentes que contêm dois hormônios nas mamas, mal estar gástrico.
sintéticos, o estrogênio e o progestogênio, Benefícios além da ação contraceptiva:
semelhantes aos produzidos pelo ovário da
mulher.  Redução da doença inflamatória pélvica (DIP).
 As pílulas combinadas atuam basicamente por  Redução da frequência de cistos funcionais do
meio da inibição da ovulação, além de provocar ovário.
alterações nas características físico-químicas do  Redução da incidência do adenocarcinoma de
endométrio e do muco cervical. ovário.
 Redução da frequência do adenocarcinoma de
Orientação ao paciente: endométrio.
 Redução da doença benigna da mama.
1. No primeiro mês de uso, deve-se tomar no  Redução da dismenorreia e dos ciclos hiper
primeiro dia da menstruação. (no máximo até o 5° menorrágicos.
dia)  Redução da anemia.
2. A seguir deve-se ingerir um comprimido ao dia
sempre no mesmo horário.
3. No final da cartela de 21 dias, deve-se fazer a
pausa de 7 dias e iniciar no 8° dia uma nova
cartela. Se a cartela tem 22 pílulas, a pausa é de 6
dias. Alguns tipos já possuem 7 dias de placebo, são classificados em: monofásico, bifásico e trifásico.
 O monofásico apresenta a mesma dosagem de
estrógeno e progestogênio em toda as pílulas da
cartela.
 O bifásico e o trifásico podem mudar a quantidade
e o tipo de hormônio nos diferentes momentos do
ciclo de ingestão das pílulas.

Anticoncepcionais hormonais
orais apenas de progestogênio.
 São comprimidos que contêm uma dose
muito baixa de progestogênio, que
promove o espessamento do muco
cervical, dificultando a penetração dos
espermatozoides, e inibe a ovulação em
aproximadamente metade dos ciclos
menstruais.

Orientações a paciente:
1. Nas lactantes devem-se iniciar o uso
após a sexta semana do parto.
2. As não-lactantes devem-se ter seu uso
continuo após o termino da cartela de
35 comprimidos.
3. Se a mulher atrasou a ingestão da
pílula mais do que três horas ou
esqueceu alguma pílula e já não
amamenta ou amamenta, mas a
menstruação retornou, deve tomar a
pílula esquecida, assim que possível, e
continuar tomando uma pílula por dia.
4. Também deve usar preservativos ou
evitar relações sexuais, pelo menos
durante dois dias
5. Em caso de diarreia grave ou vômitos
durante mais de 24 horas, orientar a
mulher para continuar o uso da pílula
se for possível, usar o preservativo ou
evitar relações sexuais até que tenha
tomado uma pílula por dia, durante
sete dias seguidos, depois que a
diarreia e os vômitos cessarem.
Interação medicamentosa
Anticoncepcionais hormonais
Pode haver infecção com rifampicina, griseofulvina e
anticonvulsivante (fenitoína, carbamazepina, injetáveis com progestogênio
barbituratos, primidona), que são medicamentos
indutores de enzimas hepáticas e reduzem a eficácia da isolado:
minipílula.

Efeitos adversos:  O anticoncepcional hormonal injetável, aprovado


para uso no Brasil, é um derivado da 17
Alteração do fluxo menstrual, dor nos seios, cefaleia. alfahidroxiprogesterona, preparado em suspensão
microcristalina, para administração intramuscular
Benefícios além da ação contraceptiva:
profunda.
Prevenção das doenças benignas de mama; câncer de  Além de inibirem a ovulação, aumentam a
endométrio ou de ovário; e doença inflamatória viscosidade do muco cervical dificultando a
pélvica. passagem dos espermatozoides.

Temos o exemplo citado a cima, são conhecidos Orientações a paciente:


também como minipílulas.
1. É utilizado 150 mg trimestralmente.
2. Deve ser aplicada nos primeiros cinco a sete dias
do ciclo menstrual, na região glútea, para
TIPOS DE INJETÁVEIS: permitir a formação do depósito. Não se deve
massagear o local após a injeção
• Com progestogênio isolado: 3. Deve-se repetir a injeção a cada intervalo
Consiste na administração de progestogênio definido pela paciente (trimestral), podendo ser
isolado, via parenteral (I.M), com obtenção de feita até, no máximo, quinze dias após a data
efeito anticonceptivo por períodos de 3 meses. estipulada, para não aumentar o risco de falha.
• Combinado: Os anticoncepcionais injetáveis
combinados contêm uma associação de estrogênio Efeitos adversos:
e progestogênio, para uso parenteral (I.M),
mensal. Amenorreia, Sangramento irregular, Aumento de
peso, Cefaleia, Alterações de humor e
Nervosismo.
Principais componentes e dosagem:
Interação medicamentosa

Não tem sido demonstrada interação com


antibióticos.

Benefícios além da ação contraceptiva:

✓ Pode reduzir o risco de:


1. DIP (doença inflamatória pélvica).
2. Câncer de endométrio.
3. Anemia falciforme.
4. Endometriose.
5. Câncer de ovário.
6. Cisto de ovário.
Anticoncepcionais hormonais
injetáveis combinados:
 os anticoncepcionais hormonais injetáveis
combinados contêm um éster de estrogênio
natural, o estradiol, e um progestogênio
sintético.
 Inibem a ovulação e tornam o muco cervical  A anticoncepção de emergência é um uso
espesso, impedindo a passagem dos alternativo da anticoncepção hormonal oral para
espermatozoides. evitar uma gravidez depois da relação sexual.
 Deve ser tomada antes de completar 72 horas após
a relação sexual desprotegida.
Orientações a paciente:  Atua basicamente inibindo adiando a ovulação,
interferindo na capacitação espermática e
1. A primeira injeção deve ser feita até o 5º dia do possivelmente na maturação do oocito.
início da menstruação. As aplicações sequentes  Não interrompe uma gravidez em andamento.
devem ocorrer a cada 30 dias.
2. Deve-se aplicar por via intramuscular profunda,
abstendo-se de massagem ou calor local para Atenção:
evitar difusão do material injetado.
3. Se houver atraso de mais de três dias para a nova Não deve ser utilizada de rotina como método
injeção, a mulher deve ser orientada para o uso do anticoncepcional, mas apenas em situações de
preservativo. emergência.

Efeitos adversos: Tipos e composição:

Anticoncepcionais orais apenas de


Alterações menstruais, Cefaleia, Náuseas e/ou progestogênio: Levonorgestrel 0,75 mg
vômitos, Mastalgia e Aumento de peso. (Postinor-2, Norlevo, Pozato e Pilem).
Método de Yuzpe:
Interações medicamentosas: ✓ Anticoncepcionais orais combinados contendo
 Os antirretrovirais (ARV) não-nucleosídeos 0,25 mg de levonorgestrel e 0,05mg de
(Efavirenz e Nevirapina) e os inibidores de protease etinilestradiol (Evanor, Neovlar).
(Nelfinavir e Ritonavir), disponíveis para o controle ✓ Anticoncepcionais orais combinados contendo
da infecção pelo HIV, interagem diminuindo os 0,15 mg de levonorgestrel e 0,03mg de
níveis séricos dos hormônios estrogênicos. etinilestradiol (Microvlar, Nordette).
Início de uso: Efeitos adversos:

 Até 72 horas após uma relação sexual sem náuseas, vômitos, tontura, fadiga, cefaleia, Mastalgia,
proteção anticoncepcional, mas quanto mais diarreia, dor abdominal e irregularidades menstruais.
rápido se administra, maior a proteção.
 Até 72 horas após uma relação sexual
desprotegida, a mulher deve utilizar um dos
esquemas descritos na tabela abaixo:

Orientações a paciente
1. Explique que as pílulas podem ser usadas em
qualquer momento do ciclo menstrual, porem o
quanto mais rápido for administrada, maior
eficácia.
2. Após tomar as pílulas, a menstruação poderá
ocorrer até 10 dias antes ou depois da data
esperada, mas numa porcentagem importante
dos casos a menstruação ocorre na data
esperada com uma variação de 3 dias para mais
ou para menos.
3. A anticoncepção de emergência não protege
contra posteriores relações sexuais
desprotegidas, e deverá, portanto, utilizar algum
método regular de anticoncepção para futuras
relações sexuais desprotegidas.
4. Caso ocorra gravidez, as pílulas não provocam
qualquer efeito adverso para o feto.
5. Suspender o uso do anticoncepcional (caso faça
uso) esperar a menstruação e só depois iniciar
uma nova cartela.
Uma estudante de farmácia

As Células como unidades outros produtos de excreção celular que são


transportado para os rins e serem eliminados.
vivas do corpo.  Os líquidos intracelulares diferem
significativamente do liquido extracelular, ele
A unidade básica do nosso organismo é a Célula.
contem grandes quantidades de íon potássio,
Cada órgão possui um agregado de células diferentes,
magnésio e fosfato.
mantidas e unidas por estruturas de suporte
 Mecanismos especiais para o transporte de íons
intercelular. Cada tipo de célula é especialmente
através de membranas celulares, matem as
adaptada para realizar algumas funções determinadas.
diferenças de concentração iônica entre os líquidos
→ Embora cada célula possui diferenças umas das extracelulares e intracelulares.
outras, todas possui características básicas
comuns.
→ O mecanismo químicos gerais de transformação de
Homeostasia
• É definido como: a manutenção de condições
nutrientes em energia são basicamente os
quase constantes no meio interno.
mesmos, em todas as células são liberados
✓ Todos os órgãos e tecidos do corpo humano
produtos finais de suas reações químicas nos
executam funções que contribuem para manter
líquidos que a cercam.
essas condições relativamente constante.
→ Quase todas as células tem a capacidade de
reproduzir células adicionais de seu próprio tipo.
Geralmente quando essas células são destruídas, O Sistema circulatório do sangue:
as células restantes do mesmo tipo geram novas → O liquido extracelular é transportado para todas as
células para suprir a perca. partes do corpo em dois estágios. O primeiro é a
movimentação do sangue pelo corpo, nos vasos
Líquido extracelular (meio interno) sanguíneos. E o segundo é a movimentação de
 Cerca de 60% do nosso corpo é composto por liquido entre os capilares sanguíneos e os espaços
líquidos, solução aquosa de íons e outras intercelulares entre as células e tecidos.
substâncias.
 Embora a maior parte desse líquido esteja dentro
das células e seja chamado de líquido intracelular,
cerca de um terço se encontra nos espaços fora
das células e é chamado liquido extracelular.
▪ O liquido extracelular está em movimento
constante por todo corpo.
▪ Ele é rapidamente transportado no sangue
circulante e em seguida misturado no sangue pelos
líquidos teciduais, por difusão através da parede
dos capilares.

Diferença entre os líquidos


extracelular e intracelular.
 O Liquido extracelular possui grandes quantidades
de sódio, cloreto e íons bicarbonato mais os
nutrientes para as células, como oxigênio, glicose,
ácidos graxos e aminoácidos. Também possui
dióxido de carbono que é transportado das células
para os pulmões e serem excretados, além de
Uma estudante de farmácia

→ Todo sangue na circulação percorre o circuito


circulatório, em media uma vez a cada minuto,
Remoção dos produtos finais do
quando o corpo está de repouso é ate 6 vezes por metabolismo.
minuto, quando a pessoa está extremamente
ativa. Remoção do dióxido de carbono pelos pulmões:
Ao mesmo tempo que o sangue capta oxigênio nos
Origem dos Nutrientes do fluido pulmões, o dióxido de carbono é liberado do sangue
para os alvéolos pulmonares; o movimento respiratório
extracelular. do ar para dentro e para fora dos pulmões carrega o
dióxido de carbônio para a atmosfera.
→ Sistema respiratório: Cada vez que o sangue passa
pelo corpo, flui também pelos pulmões. O sangue Rins: A passagem do sangue pelos rins remove do
capta nos alvéolos, o oxigênio necessário para as plasma a maior parte das outras substâncias, além do
células. dióxido de carbono, que não são necessárias para as
→ Trato gastrointestinal: Grande parte do sangue células. Essas substancias inclui diferentes produtos
bombeado pelo coração também flui através das finais de metabolitos celulares, tais como a ureia e o
paredes do trato gastrointestinal, aí diferentes ácido úrico, também o excesso de água dos alimentos.
nutrientes dissolvidos, incluindo: carboidratos,
Trato gastrointestinal: O material não digerido que
ácidos graxos e aminoácidos, são absorvidos, do
entra no trato gastrointestinal e parte dos resíduos não
alimento ingerido para o liquido extracelular no
aproveitáveis do metabolismo são eliminados nas
sangue.
fezes.
→ Fígado e outros órgãos que realizam funções
metabólicas: Nem todas as substâncias absorvidas Fígado: Entre as funções do fígado está a
pelo trato gastrointestinal podem ser usadas na desintoxicação ou a remoção de muitas drogas e
forma absorvida pelas células. O fígado altera químicas que são ingeridas. O fígado secreta varias
quimicamente muitas dessas substâncias, para perdas em bile, para ser eliminada nas fezes.
formas mais utilizáveis em outros tecidos do corpo
(células adiposas, rim, glândulas endócrinas e
mucosas gastrointestinais.) Contribuem para
modificar as substâncias absorvidas ou as
armazenam até que sejam necessárias.
→ Sistema musculo esquelético: Proporciona
mobilidade para proteção contra ambientes
diversos, sem ele todo o organismo com seus
mecanismos homeostáticos poderia ser
instantaneamente destruídos.
Anemias: Anemias Megaloblástica
Definição: Redução da massa de eritrócitos ou Anemias carenciais:
decréscimo na concentração de hemoglobina.
Anemias por deficiência de:
Defeito fisiológico: Redução na capacidade
 Ferro
transportadora de oxigênio e consequente menor
oxigenação dos tecidos = Disfunção de órgãos.  Ácido fólico
 Vitamina B12

Sintomas gerais: Causas:

▪ Mudança no padrão de comportamento Deficiência:


(irritabilidade); Vitamina B12 DNA
▪ Anorexia; Ac. Fólico
▪ Fadiga, fraqueza muscular;
▪ Dispneia no exercício palpitações;


Vertigens, tonturas, zumbidos;
Cefaleia;
Fisiopatologia:
▪ Palidez ou icterícia;
 Síntese defeituosa de DNA
▪ Irregularidades menstruais.
Afeta as 3 linhagens, mais proeminente na
linhagem eritróide (Assincronia de maturação
Classificação morfológica das núcleo/citoplasma)
 Hematopoese inefetiva (Aumento da proporção de
anemias: morte de células na MO)

Hipocrômica-Microcítica:
Deficiência de ferro;
Causas
Desordens da síntese das globinas; Deficiência de folatos:
Desordens das porfirinas e síntese do Heme. ▪ Ingestão inadequada
Macrocíticas: ▪ Requerimento aumentado (gravidez, lactação,
Megaloblásticas anemias hemolíticas crônicas)
Deficiência de vitamina B12 ▪ Absorção defeituosa, mecanismos multifatoriais.
Deficiência de ácido fólico
Desordens herdadas ou induzidas da síntese Deficiência de vitamina B12:
de DNA. ❖ Ingestão inadequada
❖ absorção defeituosa (gastrite, gastrectomia
total ou parcial, atrofia gástrica autoimune,
Normocrômica-Normocítica: ❖ administração de drogas como cimetidina,
Perda sanguínea recente ranitidina e omeprazol.
Anemias Hemolíticas ❖ Transporte defeituoso (Deficiência
Medula óssea hipoplásica congênita de transcobalamina II)
Medula óssea infiltrada
Doenças crônicas.
Manifestações clinicas
Manifestações neurológicas:
Parestesias
Distúrbios motores -> Dificuldade de marcha

Manifestações mentais:
Depressão (deficiência de folatos);
Déficit de memória;
Disfunção cognitiva e demência;
(Deficiência de vitamina B12)

Tríade:
Fraquezas, úlceras na língua e parestesias.
Manifestações Hematológicas: Anemia, sangramento
e infecções são pouco comuns.
Alteração de epitélios: Diarreias e glossite.

Quadro laboratorial
Sangue periférico:
✓ Anisocitose e poiquilocitose (esquisitócitos,
Dacriócitos).
✓ Pontilhado basófilo, corpúsculos de howell-jolly,
anel de cabot, eritroblastos.
✓ Reticulócitos: diminuído (VN: 0,5 a 2%)
✓ Leucopenia, neutropenia absoluta,
hiperseguimentação de granulócitos
✓ Trombicitopenia.
Eritroblastos policromático
Inclusões eritrocitárias Tratamento:
Anemia perniciosa > Tratamento permanente
via parenteral.
Demais pacientes: VitB12 via parenteral e oral.
Tratamento Ac. Fólico: Correção da dieta,
aumento no consumo de verduras e folatos via
oral.

Anemia Normocítica e
Anel de cabot Normocrômica
A anemia normocítica e Normocrômica ocorre em
muitas situações que envolvem desde doenças
malignas, doenças específicas de órgãos,
hemorragias e processos hemolíticos.

→ A contagem de reticulócitos na anemia


normocítica e Normocrômica geralmente fornece
a resposta para avaliar o grau de atividade
eritropoiética.
→ Na presença de anemia normocítica e
Corpúsculo de Howell-Jolly Normocrômica, com reticulócitos normais ou
diminuídos, sugere-se o exame citológico da
medula óssea, que pode apresentar um quadro
normal nas doenças crônicas, renal, hepática e
endocrinológicas, bem como no início da
deficiência de ferro.

Com reticulocitose
Hemorragias, Hemólises hereditárias e
adquiridas
Leucemia (M.O. anormal)
I.R.C. (M.O. anormal)

pontilhado basófilo
Sem reticulocitose
Hepatopatias (M.O. normal)
Provas auxiliares diagnóstico Doenças crônicas (M.O.normal)
Início de ferropenia (M.O. normal)
- Níveis séricos de vitamina B12; M.O. - Medula Óssea;
- Níveis séricos de folatos; I.R.C. - Insuficiência Renal Crônica
- Pesquisa de metabolitos: Ácido
metilmalônico e homocisteína.
-Anticorpos contra fator intrínseco e células
parietais (anemia perniciosa)
-Teste de Schilling (absorção de VitB12)
Anemia Falciforme  A causa da doença é uma mutação pontual no
gene beta da globina, em que há a substituição
→ O eritrócito tem estrutura e propriedades de uma base nitrogenada do códon GAG para
metabólicas extremamente complexas que ainda GTG, resultando na troca do ácido glutâmico
hoje são objeto de investigações.
(Glu) pela valina (Val) na posição número seis
→ A hemoglobina representa importante fator do do gene.
controle da integridade do eritrócito. Sua elevada  Essa substituição origina uma molécula de
concentração, próxima de 30 g/dL, faculta à hemoglobina anormal denominada
hemácia operar com máxima eficiência, mas hemoglobina S (HbS), ao invés da hemoglobina
implica, em contrapartida, um potencial letal. normal chamada de hemoglobina A (HbA)
 Essa pequena modificação estrutural é
responsável por profundas alterações nas
propriedades físico-químicas da molécula de
hemoglobina no estado desoxigenado.

A anemia falciforme também pode ser denominada


siclemia ou drepanocitose

Principal manifestação clínica da


anemia falciforme:
→ A alteração celular causada pelo processo de
A anemia falciforme é um exemplo falcização influencia intensamente o fluxo
clássico de uma alteração mínima na estrutura de
sanguíneo, aumentando a sua viscosidade;
hemoglobina capaz de provocar, sob determinadas
circunstâncias, uma singular interação molecular e → Dor: Em decorrência da transformação da
drástica redução na sua solubilidade. hemácia em forma anormal de foice, tende a
ocorrer a estagnação mecânica do sangue nos
capilares, contribuindo para a oclusão vascular.
Fisiopatologia: → Síndrome mão-pé: nas crianças pequenas as
crises de dor podem ocorrer nos pequenos
vasos sanguíneos das mãos e dos pés, causando
inchaço, dor e vermelhidão no local;
→ Infecções: as pessoas com doença falciforme
têm maior propensão a infecções e,
principalmente as crianças podem ter mais
pneumonias e meningites. Por isso elas devem
receber vacinas especiais para prevenir estas
complicações. Ao primeiro sinal de febre deve-
se procurar o hospital onde é feito o
acompanhamento da doença. Isto certamente
fará com que a infecção seja controlada com
mais facilidade;
→ Úlcera (ferida) de Perna: ocorre mais
frequentemente próximo aos tornozelos, a
partir da adolescência. As úlceras podem levar
anos para a cicatrização completa, se não
forem bem cuidadas no início do seu acompanhados, como normalmente é feito com
aparecimento. Para prevenir o aparecimento todas as outras crianças que não têm a doença.
das úlceras, os pacientes devem usar meias
grossas e sapatos; Não há tratamento específico das doenças
→ Sequestro do Sangue no Baço: o baço é o órgão falciformes. Assim, medidas gerais e preventivas
que filtra o sangue. Em crianças com anemia no sentido de minorar as consequências da anemia
falciforme, o baço pode aumentar rapidamente crônica, crises de falcização e susceptibilidade às
por sequestrar todo o sangue e isso pode levar infecções são fundamentais na terapêutica destes
rapidamente à morte por falta de sangue para pacientes.
os outros órgãos, como o cérebro e o coração. É
uma complicação da doença que envolve risco
de vida e exige tratamento emergencial. ✓ Hidratação: Desidratação e hemoconcentração
precipitam crises vaso oclusivas. Por outro lado,

Diagnóstico: indivíduos com doença falciforme são


particularmente susceptíveis à desidratação devido
A detecção é feita através do exame à incapacidade de concentrar a urina com
eletroforese de hemoglobina. O teste do consequente perda excessiva de água. Assim, a
pezinho, realizado gratuitamente antes do bebê manutenção de boa hidratação é importante,
receber alta da maternidade, proporciona a principalmente durante episódios febris, calor
detecção precoce de hemoglobinopatias, como excessivo, ou situações que cursem com
a anemia falciforme. diminuição do apetite.
✓ Profilaxia contra infecções: Penicilina Profilática
O diagnóstico das síndromes falciformes depende
fundamentalmente da comprovação da hemoglobina S Penicilina profilática previne 80% das septicemias
pela eletroforese de hemoglobinas, utilizando por S. pneumoniae (Pneumococo) em crianças com
conjuntos complementares de suportes e tampões que anemia falciforme até 3 anos de idade
permitam a distinção das diferentes hemoglobinas ✓ O impacto da profilaxia é enorme e deve ser
anormais. As técnicas mais utilizadas incluem a iniciado aos 3 meses de idade para todas as
eletroforese de hemoglobina em acetato de celulose
crianças com doenças falciformes (SS, SC, SB).
com pH 8.4, em gel de ágar com pH 6.2, e teste de
solubilidade da hemoglobina em tampão fosfato ✓ A terapêutica deve continuar até 5 anos de idade.
concentrado. Pode-se utilizar a forma oral (Penicilina V) ou
parenteral.
✓ Imunização: A imunização deve ser realizada como
Tratamento: em qualquer outra criança, contra agentes virais e
bacterianos. Entretanto, particular ênfase deve ser
• Quando descoberta a doença, o bebê deve ter
dada à vacinação contra Pneumococo,
acompanhamento médico adequado baseado num
Haemophilus influenzae e Hepatite B .
programa de atenção integral.
✓ Desde que septicemia por Pneumococo e H.
• Nesse programa, os pacientes devem ser
influenzae tipo B são frequentes na doença
acompanhados por toda a vida por uma equipe
falciforme, a imunização deve ser precoce.
com vários profissionais treinados no tratamento
Entretanto, a vacina contra Pneumococo
da anemia falciforme para orientar a família e o
atualmente no mercado não é imunogênica antes
doente a descobrir rapidamente os sinais de
de dois anos de idade. Já a vacina contra hepatite B
gravidade da doença, a tratar adequadamente as
pode ser realizada ao nascimento.
crises e a praticar medidas para sua prevenção.
✓ Nutrição: Assim como outros pacientes com
• A equipe é formada por médicos, enfermeiras,
hemólise crônica, indivíduos com doenças
assistentes sociais, nutricionistas, psicólogos,
falciformes estão particularmente sujeitos à
dentistas, etc. Além disso, as crianças devem ter
superposição de anemia megaloblástica,
seu crescimento e desenvolvimento
principalmente quando a dieta é pobre em folato,
durante a gestação ou em períodos de crescimento
rápido. Além disso, a carência de folato pode estar Mecanismo de vaso-oclusão na anemia falciforme:
relacionada a um maior risco de trombose e má- O contato direto das hemácias SS e a presença de
formação de tubo neural no primeiro bimestre da hemólise intravascular levam à ativação das células
endoteliais que revestem o vaso; a presença do heme
gestação. Assim, para prevenção da deficiência de
livre na circulação tem efeito deletério no vaso e ainda
ácido fólico, recomenda-se a suplementação com consome o Óxido Nítrico (NO) sintetizado pelas células
1a 2 mg de folato ao dia. endoteliais. Juntamente com a presença de Espécies
✓ Educação e Higiene: Frio é um fator desencadeante Reativas de Oxigênio (ROS), a hipóxia e os
de crises de falcização. Portanto, utilizar roupas vasoconstritores como Endotelina-1 (ET-1), esses
apropriadas, principalmente em dias de chuva e à mecanismos contribuem para a ativação das células
noite. endoteliais. O estado de hipercoagulabilidade leva a
níveis aumentados de Fator Tecidual (FT), Fator
✓ A utilização de meias de algodão e sapatos protege
Ativador de Plaquetas (FAP), Fator de von Willebrand
os tornozelos de possíveis traumas que podem (FvW) e ativação plaquetária.
cursar com úlceras de perna de difícil cicatrização. A ativação do endotélio também conta com a presença
✓ Medidas de higiene e cuidado com a cavidade oral das plaquetas ativadas no vaso sanguíneo e a sua
são fundamentais na prevenção de complicações adesão à parede vascular.
como recorrência de úlceras de perna e infecções Após sua ativação, as células endoteliais aumentam a
que podem precipitar crises vaso oclusivas. expressão das moléculas de adesão (como ICAM-1,
VCAM-1 e E-selectina) na superfície do vaso e também
liberam mais citocinas e quimiocinas como o IL-8, IL-6 e
IL-1B, que com o TNF-B, contribuem para a inflamação
O processo vaso-oclusivo. vascular e a ativação das células sanguíneas.
Os leucócitos e as hemácias aderem à parede vascular
devido à sua ativação e expressão de moléculas de
adesão e, também, podem haver interações
heterotípicas entre leucócitos aderidos e hemácias. A
vasoconstrição elevada e a obstrução física do vaso
ocasionam uma redução no fluxo sanguíneo com
consequente hipóxia e falcização das hemácias,
dificultando a passagem do sangue, e finalmente
resultando na vaso-oclusão.
Anemia hemolítica Como a vida média das hemácias em circulação é de
aproximadamente 120 dias, cerca de 1/120 ou 0,8% da
massa total de hemácias é destruída diariamente, e
→ O complexo mecanismo da formação do eritrócito, outra quantidade igual é produzida, resultando em
a eritropoiese, ocorre no ambiente específico da equilíbrio.
medula óssea. Após a perda do núcleo picnotico, a
hemácia é liberada em circulação com sua forma
característica de disco bicôncavo, e sobrevive, em
média, por 120 dias.
Em condições normais, a destruição das hemácias
ocorre preferencialmente no interior dos macrófagos,
e somente pequena quantidade de hemólise ocorre no
compartimento intravascular.

A hemólise no sistema fagocítico mononuclear


acontece primariamente no baço, no fígado e na
medula óssea. Devido a sua anatomia vascular peculiar,
o baço é extremamente sensível para detectar defeitos
Durante esse período, percorre uma distância de eritrocitários mínimos.
aproximadamente 200 quilômetros e enfrenta a
turbulência da bomba cardíaca mais de 500 mil vezes.
Portanto, é previsível que a hemácia seja uma célula
metabolicamente ativa e necessite de suprimento
adequado de glicose para produção de energia.

O sangue da zona marginal do baço e o da arteríola


Mecanismos de destruição das terminal é drenado para a polpa vermelha,

Hemácias:
diretamente aos seios venosos e daí para as veias
eferentes ou, alternativamente, para os cordões
existentes entre os seios. A passagem de volta dos
cordões esplênicos para os sinusoides só é possível
através de poros estreitos, irregulares e tortuosos, e os
macrófagos e outras células atuam como obstáculos
físicos à sua volta.

Para ultrapassar esses obstáculos, o eritrócito necessita


de enorme grau de deformabilidade. Esse tipo de
circulação, além de remover eritrócitos pouco
deformáveis, é capaz de remover partículas ligadas à
membrana como corpos de Heinz, corpúsculos de
Howell-Jolly, grânulos sideróticos e vacúolos.
convertido em hemossiderina dentro das células
tubulares, sendo este, em parte, assimilado para
reutilização e, em parte, chega à urina quando as
Outro importante aspecto da circulação esplênica é a células tubulares se degradam.
redução no volume de plasma no sangue esplênico. O
fluxo laminar nas arteríolas centrais desvia o plasma Consequências da hemólise
para os ramos perpendiculares, levando à formação ✓ A hiperbilirrubinemia não conjugada (indireta) e
de sangue de elevado hematócrito que circula
a icterícia acontecem quando a conversão da
lentamente na polpa vermelha. Como consequência,
há maior estase e condições metabólicas hemoglobina em bilirrubina excede a capacidade
desfavoráveis, como hipóxia, acidose e redução na do fígado de conjugar e excretar a bilirrubina
concentração de glicose.
( Visão geral da função biliar). O catabolismo da
bilirrubina causa aumento de estercobilina nas
fezes e urobilinogênio na urina e, às
vezes, colelitíase.
✓ A medula óssea responde à excessiva perda de
eritrócitos, acelerando a produção e a liberação
O fígado não é tão sensível quanto o baço para de eritrócitos e provocando reticulocitose.
detectar defeitos mínimos das hemácias. No entanto,
sendo a lesão suficientemente importante para ser
Sinais e sintomas:
detectada pelos macrófagos hepáticos, ele é mais
eficiente que o baço, pois seu fluxo sanguíneo é muito
maior: o fluxo sanguíneo hepático corresponde a 35% As manifestações sistêmicas assemelham-se às de
do volume-minuto cardíaco, ao passo que o fluxo outras anemias e incluem palidez, fadiga, tontura
esplênico corresponde a 5%. e possível hipotensão. Icterícia conjuntival e/ou
icterícia podem ocorrer e pode haver
Assim, na esferocitose hereditária as hemácias são esplenomegalia.
destruídas no baço; o fígado não é capaz de As crises hemolíticas (hemólise aguda, grave) são
detectar o defeito. Como consequência, a incomuns; podem ser acompanhadas de calafrios,
esplenectomia é terapêutica eficaz nessa moléstia.
Já as hemácias na anemia falciforme são febre, dores lombar e abdominal, prostração e
suficientemente deformadas para serem choque. Hemoglobinúria faz com que a urina
detectadas pelo fígado, e de nada adianta a fique vermelha ou vermelho-amarronzada.
remoção do baço nessa doença.

Conceito de anemia hemolítica: Diagnóstico:


Esfregaço de sangue periférico e contagem de
As anemias hemolíticas compreendem um grupo de
doenças em que a sobrevida das hemácias em reticulócitos
circulação está acentuadamente reduzida e a medula Bilirrubina sérica, LDH, haptoglobina e ALT
óssea não é capaz de compensação mesmo Teste de Coombs e/ou rastreamento de
aumentando sua produção.
hemoglobinopatias.
Hemólise intravascular: A hemólise intravascular
resulta em hemoglobinemia quando a quantidade de
✓ Suspeitar hemólise nos pacientes com anemia e
hemoglobina liberada no plasma excede a capacidade
reticulocitose.
de ligação da Hb da haptoglobina, proteína de ligação
✓ Se houver suspeita de hemólise, examinar o
do plasma, normalmente presente em concentrações
esfregaço de sangue periférico e dosar bilirrubina
plasmáticas de aproximadamente 100 mg/dL (1,0
sérica, LDH, haptoglobina e ALT.
g/L). Os níveis plasmáticos da haptoglobina livre serão
✓ O esfregaço de sangue periférico e a contagem de
baixos. Com hemoglobinemia, dímeros de Hb não
reticulócitos são os exames mais importantes
ligada são filtrados na urina e reabsorvidos nas células
para o diagnóstico da hemólise.
tubulares renais; quando a capacidade de reabsorção
é excedida, ocorre a hemoglobinemia. O ferro é
✓ Teste de Coombs ou rastreamento de
hemoglobinopatia (p. ex., HPLC) podem ajudar a
identificar a causa da hemólise.

Uma vez identificada a hemólise, procurar a etiologia.


Para estreitar o diagnóstico diferencial das anemias
hemolíticas.

Tratamento:
Os corticoides são úteis no início do tratamento de
hemólise autoimune causada por anticorpos quentes.
A terapia de transfusão a longo prazo pode provocar
acúmulo excessivo de ferro, necessitando, dessa
forma, de terapia de quelação. A esplenectomia é
benéfica em algumas situações, principalmente
quando o sequestro esplênico for a causa principal da
destruição de eritrócitos. Se possível, a esplenectomia
é adiada até 2 semanas após a vacinação com vacinas
pneumocócicas contra Haemophilus influenzae e
meningocócicas. Na doença da crioaglutinina (ou
aglutinina fria), recomenda-se evitar o frio e, algumas
vezes, o sangue é aquecido antes da hemotransfusão.
A substituição de folato é necessária para pacientes
com hemólise crônica.
Interpretação de hemograma Atenção:
VCM: Normocitose
RDW: Normocitose
Eritrograma (Série vermelha)
Número de hemácias;
Hemoglobina;
Hematócrito ; Serie branca
Índices Hematimétricos (VCM, HCM,CHCM, RDW);
Leucocitos, linfocitos e monocitos:
Avaliação morfológica das hemácias.

Leucograma (Série Branca)


Número de leucócito total; CITOSE PENIA
Contagem especifica de leucócitos;
Avaliação morfológica dos leucócitos.
Leucocitose Leucopenia
Plaquetograma Linfocitose Linfopenia
Monocitose Monopenia
Numero de plauquetas;
Avaliação morfologica das plaquetas.

Granulocitos: Neutrofilo, Eosinofilo e Basofilo

Indices hematimétricos
Mostra a morfologia das hemácias.
FILIA PENIA
VCM: Volume corpuscular médio. (Tamanho)
VGM: Volume globular médio.
Tamanho normal: Hemácia normocitica (normocitose)
Neutrofilia Neutropenia
Tamanho menor: Hemácia microcitica (Microcitose) Eosinofilia Eosinopenia
Tamanho maior: Hemácia Macrocitica (macrocitose) Basofilia Basopenia
Quantidade de hemoglobina nas hemácias.
HCM: Hemoglobina crepuscular média
HGM: Hemoglobina globular média. Alterações da Série vermelha:
CHCM: Concentração de hemoglibina corpuscular
média.
CHGM: Concentração de hemoglobina globular média.
Normal: Hemácia normocrômica (Normocromia)
Menor: Hemácia hipocromica (Hipocromia)

Os indices hematimetricos servem para


classificar as anemias:
VCM e HCM baixo: Anemia microcitica e hipocrômica;
VCM e HCM normais: Anemia normocitica e
normocromica;
VCM alto: Anemia macrocitica.
Microcitose.
RDW: Amplitude de distribuição das hemácias.
Macrocitose Poiquilocitose

Seta preta: Codócitos, Seta vermelha: Esferócitos, seta


Hipocromia azul: Estomatocitos.

Inclusões eritrocitárias

Pontilhado basófilo
Anisocitose

Corpúsculos de Howell-Jolly
Microcitose: Hemácias menores que o normal, Estomatocitos.
com VCM abaixo de 30fL.
Macrocitose: Hemácias maiores que o normal,
VCM acima de 100fL.
Hipocromia: Hemácias menos coradas do que o
normal, observa-se aumento no halo central da
hemácia.
Anisocitose: Variação no tamanho das hemácias.
Poiquilocitose: Variação na forma das hemácias:
(Esferócitos, eliptocitos, estomatócitos, drepanócitos,
esquisitócitos...)
Inclusões eritrocitárias: Corpúsculo de howell-
jolly, pontilhado basófilo, parasitas...

Dacriócitos: (Forma de gota/coxinha)

Variações da série vermelha:


Eliptocitos

Esferócitos (marcado pelo *)


Codócitos ou célula em alvo.
Esquizitócitos: (hemácia sem formato definido)

Acantocitos:

Série branca (leucograma)


Poiquilocitoses: É a parte do hemograma que inclui a avaliação dos
glóbulos brancos, compreende a contagem global e
diferencial dos leucocitos, além da avaliação
morfologica do esfregaço sanguineo ao microscopio.

 Esse exame está indicado no diagnóstico e


acompanhamentos dos processos infecciosos,
inflamatórios, alergicos, tóxicos e neoplásicos.

Variação: Idade, sexo, raça, uso de medicamentos,


doenças subjacentes...

Hemácia em foice/drepanocito.
Leucocitose: (>11000 leucocitos/ mm3)
Resposta da fase aguda de várias doeças.
Alterações morfologicas:
Processos infecciosos e inflamatórios.
Leucemia.

Leucopenia: (<4500 leucocitos/mm3)


Associada a uma variedade de infecções,
em geral virais.
Resulta em um maior consumi ou menor sobrevida
intravascular.

Desvio a esquerda: é o processo de maturação


dos granulocitos posicionados a celulas mais jovens á
esquerda.
Presença de celulas mais jovens da série granulocitica.

Linfocito atipico.

Polimorfonucleares:
Celulas com numerosos grânulos especificos e núcleo
segmentado.

Neutrofilos: São os leucocitos mais numerosos, entre


50 e 70%. Agem nas agressoes microbianas, podendo
conter granulações grosseiras (toxicas) em infecções
graves.
Aumento: Neutrofilia Redução: Neutropenia.

Eosinofilos: entre 1 e 4% do total (50 a 450/mm3) é


importante na mediação de processos inflamatórios Granulações toxicas.
associados a alergia e na defesa contra parasitas
helminticos.
Aumento: Eosinofilia Redução: Eosinopenia

Basófilo: Entre 0 a 1% do total. (0 a 100/mm3)


desempenham funções importantes na reação alérgica
e anafilaticas, relacionadas a ação do igE, histamina e
outras aminas vasoativas.
Aumento: basofilia diminuição: Basopenia

Corpos de dohle
Neutrófilos hipersegmentados/ Pleucariócitos.
Plaquetas
Hemostasia,
menor componente celular,
fragmentos citoplasmáticos sem núcleo.
Valor normal: 150.000 – 400.000/mm3
Trombocitopenia – Valores inferiores a 150.000/mm3
Trombocitose- Valores superiores a 400.000/mm3

plaquetas normais.

Agregação plaquetária
Uma estudante de farmácia

Origem e desenvolvimento das Medula Óssea


células sanguíneas

Adultos: Ossos chato do crânio, extremidade proximal


dos ossos longos, vertebras, costelas, ossos da bacia
Sangue periférico (Crista ilíaca) esterno e medula óssea.
Medula óssea vermelha: Produz sangue.
→ Eritrócitos (Hemácias) Medula óssea amarela: Não se produz mais sangue, é
→ Leucócitos polimorfonucleares: Neutrófilos, substituído ao longo da vida por tecido adiposo.
eosinófilos e basófilo.
 A medula óssea precisa saber quantas células
→ Leucócitos mononucleares: Linfócitos e
foram destruídas para repor novamente na mesma
monócitos.
quantidade.
→ Plaquetas.
Hematopoiese: Produção de células do sangue.
Após o nascimento os locais que produzem sangue são:
Vertebra, esterno, costelas
e até os 22/25 anos: fêmur e tíbia.
Eritrócito (Hemácia)

Multiplicação celular: Proliferação.


Maturação celular: Diferenciação.
Célula jovem no sangue: Patologia.

Eritropoiese: Produção de Hemácias.

Hemácias normais.
Uma estudante de farmácia

Maturação das hemácias: Núcleo redondo ou leve oval


Halo perinuclear
Cromatina Fina.
Citoplasma azul pálido
Núcleo proeminente.

Eritoblasto basófilo

Citoplasma basófilo
Zona Perinuclear Clara (ao redor do núcleo)
Cromatina + condensada que o proeritroblasto e
menos condensada que o eritoblasto
policromático.

Eritoblasto Policromático

Proeritroblastos
Uma estudante de farmácia

Citoplasma azul claro Citoplasma esverdeado


Cromatina condensada Extrusão do núcleo do eritoblasto Ortocromatico
Policromático Força o citoplasma a sair completamente
Núcleo + condensado Núcleo é fagocitado pelo macrófago
que o basófilo e – condensado que o Restos de DNA
Ortocromatico. 2 a 3 Dias vira hemácia.
Reticulo filamentosa
Corante azul de cresil brilhante cora as hemácias e
Eritoblasto Ortocromatico reticulócitos.

Se corar com corante picnotico:


Hemácia policromática.
Muita hemácia policromática: Policromasia.

Maturação dos neutrófilos,


eosinófilos e basófilos.

Citoplasma Acidófilo
Cromatina extremamente condensada
Núcleo picnotico ‘Perto de sair’

Reticulócito
Uma estudante de farmácia

Mieloblasto
Mielocito

Cromatina fina
Núcleo sem segmentação
Cromatina mais condensada
Visualização de nucléolos (mancha)
que o promielocito
Citoplasma basófilo
Cromatina fina
Com presença de grânulos
Sem visualização de nucléolos
(difícil visualização)
Núcleo não segmenta
Citoplasma basófilo/ acidófilo.
Promielocito Com granulações.

Metamielocito

Núcleo sem segmentação


Cromatina fina
Visualização de nucléolos (manchas)
Citoplasma basófilo
Núcleo: Cromatina fina. + condensada que a do
Intensa granulação
Mielocito.
não segmenta
sem visualização de nucléolos
citoplasma acidófilo com granulação fina.
Uma estudante de farmácia
Nasce com o indivíduo.
“Proteção dependente de mecanismos que
 A Imunologia surgiu do estudo de mecanismos de
existem antes da ocorrência de infecção, são
defesa contra infecções.
capazes de uma resposta rápida e reagem
 Historicamente, imunidade significou proteção
essencialmente do mesmo modo (...)”
contra doenças, mais precisamente, proteção às
(ABBAS et. al)
doenças infecciosas.
 Envolve mecanismos de defesa presentes ao
 Imunologia é, no conceito mais amplo, a disciplina
nascer ou que se desenvolvem
que estuda os processos de reconhecimento de
naturalmente devido à maturação do
substâncias não-próprias ao organismo ou próprias
indivíduo;
modificadas (antígenos), que incluem
 Representa a primeira linha de defesa do
microrganismos ou macromoléculas e o conjunto
organismo;
de respostas geradas consiste na: RESPOSTA
 Não apresenta memória;
IMUNOLÓGICA.
 Filogeneticamente mais antiga (Presente em
É denominado antígeno: todos os organismos multicelulares,
▪ Qualquer estrutura química que possa induzir uma incluindo plantas e insetos).
resposta imune.
▪ moléculas estranhas ao organismo (não próprias; 3 Importantes funções:
ex. microrganismos), e também em moléculas do
próprio organismo. 1. Resposta inicial para prevenir
infecção no hospedeiro;
2. Os mecanismos efetores da
imunidade inata são sempre usados
para eliminar microrganismos
Imunidade inata ou natural. mesmo durante a resposta imune
adaptativa;
3. Estimula a resposta imune
Imunidade adaptativa ou adquirida adaptativa e pode influenciar sua
natureza tornando-a mais efetiva
contra diferentes tipos de
microrganismos.

Inata:
✓ Presente no nascimento;
✓ Não especifica;
✓ Não muda de intensidade com a exposição;
✓ Não há memória.

Adquirida:
✓ A partir da exposição;
✓ É especifica;
✓ Aumenta a intensidade com a exposição;
✓ Há memória.
✓ Epitélios (pele, revestimentos do trato intestinal e Receptores Celulares de
respiratório) -> Barreira Reconhecimento de Padrão:
✓ Ativam-se na presença do microrganismo -
Fagócitos e Sistema Complemento
Tipos
 Toll Like Receptors
 Lectinas Tipo C
 Receptores Varredores (Scavenger)
 Receptores a N-Formil- Met-Leu-Phe

Toll Like Receptors


✓ Macrófagos, Células Dendríticas, Neutrófilos,
Células Epiteliais Mucosas e Endoteliais;
✓ Encontrados na superfície celular e em
membranas intracelulares (Reconhecimento em
regiões distintas).

▪ A imunidade adquirida é também denominada


específica porque planeja um ataque a um
antígeno específico previamente encontrado.
▪ Suas características são as capacidades de
aprender, adaptar e lembrar.
▪ A imunidade adquirida leva tempo para se
desenvolver após a primeira exposição a um novo
antígeno.
Lectinas Tipo C O sistema imune inato usa diversos tipos de
▪ Moléculas ligadoras de carboidrato cálcio- receptores celulares, presentes em diferentes
dependentes; localizações nas células, moléculas solúveis no sangue
▪ Membrana de Macrófagos e Células Dendríticas. e nas secreções de mucosas para reconhecer PAMPS e
DAMPS
Receptores Varredores (Scavenger)
✓ Moléculas que medeiam a captação de
lipoproteínas oxidadas para dentro das células. Ex.:
CD36 e CD68;
Células Efetoras: Fagócitos
Funções: identificar, ingerir e destruir
Receptores a N-Formil- Met-Leu-Phe microrganismos.
▪ Reconhecem peptídeos curtos que contêm
resíduos Nformilmetionil. Proteínas bacterianas 1. Neutrófilos: população celular mais abundante no
são iniciadas por essa sequência. sangue; núcleo segmentado; grânulos no citoplasma;
estágio precoce da resposta imune inata (primeiras
DAMPS horas);
▪ O sistema imune inato também reconhece
2. Macrófagos: monócitos (sangue); residentes em
moléculas endógenas que são produzidas ou
locais de entrada de patógenos; estágio tardio da
liberadas por células danificadas ou mortas.
resposta imune inata (1-2 dias);
▪ Podem ser produzidas como resultados de danos
celulares provocados por infecções, como também 3. Células Dendríticas.
podem indicar a ocorrência de lesões celulares
assépticas causadas por diversos mecanismos,
como toxinas químicas, queimaduras, traumas ou
redução do suprimento sanguíneo.
Neutrófilos
▪ Não são liberados por células mortas por  Mais abundantes na circulação;
apoptose.  Medeiam a fase precoce da resposta inflamatória;
▪ São produzidas por células saudáveis para
 Numerosas projeções e núcleo segmentado;
aumentar a resposta imune inata.
 Citoplasma rico em grânulos;
 Produção: 1x10 a 11/dia (adulto);
Macrófagos Fagocitose de Microrganismos
“Processo ativo de englobamento de partículas”.
Papel central nas respostas inata e adaptativa;
(ABBAS et. al)
Sangue: monócitos;
Tecidos: macrófagos;
Células dominantes da fase tardia da RI inata (1 ou
2 dias após infecção);
Meia vida longa.

Células NK
✓ Linhagem Linfoide;
✓ Reconhecimento de células infectadas
e/ou estressadas e células malignas;
✓ Provocam destruição direta destas células
e secretam citocinas inflamatórias,
principalmente IFN-;
✓ Receptores de Ativação x Receptores de
Inibição.

Células Dendríticas
→ Conexão entre a Resposta Inata e Adaptativa – “
APC’s Profissionais”
→ Apresentam-se morfologicamente com projeções
membranosas – Auxilia na captura dos patógenos;
→ Amplamente distribuídas (tecidos linfoides,
epitélio mucoso e parênquima dos órgãos).
Ramo Humoral da Imunidade Inata.
 O Sistema do Complemento (Sistema em
Cascata que pode ser ativado por 3 vias –
MAC);
 Pentraxinas (Proteínas que reconhecem
estruturas microbianas) Ex. PCR Proteína Soro
amiloide (Fase aguda – IL-6 e IL-1) ;

Proteínas da via clássica:

Sistema complemento:
❖ É um dos principais mecanismos efetores da
imunidade inata e da imunidade humoral;
❖ Consiste em proteínas plasmáticas e de superfície
celular inativas;
❖ A ativação envolve a proteólise sequencial de
proteínas para gerar enzimas com atividade

Proteínas da Via Alternativa


proteolítica;
❖ A proteólise gera produtos que se ligam
covalentemente à superfícies microbianas ou à
anticorpos.

Vias de ativação:
Via da lectina Funções do complemento:
 Ativada na ausência de Ac pela ligação de
polissacarídeos microbianos à lectinas circulantes;
 MBL inicia a ativação.
 MBL promove a ligação nos resíduos de manose
dos polissacarídeos microbianos.

Citocinas
Função:
 Recrutar e ativar leucócitos;
 Induzir alterações sistêmicas: aumento na síntese
de células efetoras e proteínas que potenciam a
Proteínas da via da lectina: resposta antimicrobiana.
 Principais fontes: macrófagos, neutrófilos e NK.

Ação biológica na RI inata:


 Controle de infecção viral: IFN e  - Inflamação:
TNF, IL1 e quimiocinas
 Proliferação e ativação: IL 12 e IL15 –
 Ativação de macrófagos: IFN-
 Produção de neutrófilos e síntese de proteína C-
reativa: IL6.
Uma estudante de farmácia

Conceitos Básicos → Simples: possui apenas um tipo de corante e tem


como objetivo principal corar as bactérias para
 Microbiologia é a ciência que estuda as bactérias avaliação morfológica.
de interesse clínico. → Compostos: Utilizam de mais de um tipo de
 No laboratório a identificação bacteriana é feita corante e são utilizados para avaliação morfológica
através de isolamento e cultivo bacteriano em e para diferenciar as bactérias em grupos distintos,
meios de cultura especifico, seguido de testes por exemplo: Coloração de gram, coloração de
baseados na análise das características Ziehl-Neelsen.
morfotintorias e avaliação do metabolismo
bacteriano.

Características morfotintorias:
Se refere a forma e arranjo bacteriano e a classificação
através da coloração pelo método de gram, que é o
mais utilizado em bacteriologia.
Quanto á forma, as principais bactérias patogênicas são
classificadas em: Cocos, bacilos, cocobacilos e formas
espiraladas.

Método de coloração Gram


Ela classifica a bactéria em dois grupos:
Gram positiva e Gram negativa. Esse método baseia na
composição e característica de permeabilidade da
parede celular bacteriana. As bactérias Gram positivas
apresentam uma parede celular com várias camadas de
peptideoglicano, e não possuem membrana externa
lipoproteica, sendo mais rígida e capaz de conter o
cristal violeta no seu interior corando de roxo ou
purpura até o final do processo, não sofrendo

Métodos de coloração descoloração pelo álcool.

As bactérias Gram Negativas apresentam uma parede


As bactérias são seres microscópicos e para sua celular com uma fina camada de peptideoglicano e
visualização é necessário um microscópio óptico e a possui uma membrana externa lipoproteica contendo
confecção de uma lamina contendo o esfregaço fixado LPS (lipopolissacarídeo) e no processo de coloração
e corado. A melhor objetiva para analisar essas analises após a ação do álcool se descolorem e perdem o
é a lente de imersão que amplia 100x e deve ser usada complexo cristal violeta, corando-se de Fucsina que é
com uma gota de óleo de imersão. da cor rosa.

Os métodos de coloração podem ser classificados em


simples e compostos.
Uma estudante de farmácia

Técnica de coloração Gram corantes. Proporcionando maior resistência a ação


dos agentes álcool-ácido, empregados nesse
método de coloração.
→ Esse método é muito utilizado em amostras de
escarros para pesquisa de BAAR em pacientes com
suspeita de tuberculose.

Técnica de coloração de Ziehl-


Neelsen

Para a realização do método de coloração é necessário


confeccionar a lâmina contendo o esfregaço da
amostra fixada. A seguir a lâmina precisa ser
posicionada para começar o processo de coloração
como mostrada na figura a seguir:

→ Fixação do esfregaço na chama


→ Fucsina de Ziehl (5 min) Aquecer ate
desprender (vapores por 3x)
→ Álcool acido (2 min)
→ Azul de metileno (2 minutos)
→ Lamina pronta!

Método de coloração Ziehl-Neelsen


Um método amplamente empregado para o
diagnóstico da tuberculose, sendo um método de
coloração a quente, diferencial, que tem como
finalidade corar e identificar os BAAR (Bacilos Álcool
Ácidos Resistentes).

→ Essas bactérias apresentam uma parede celular


diferenciada e com uma externa camada de ácidos
micólicos, que dificulta a penetração de vários
Introdução a química farmacêutica: Conceitos importantes:
 Relação estrutura - atividade
 É a ciência que procura descobrir e
 Interação fármaco – receptor
desenvolver novos químicos que possam ser
úteis como medicamentos.
 Pode envolver a síntese, ou o estudo da
relação entre a estrutura e atividade biológica,
podendo elucidar a interação entre o
composto e o sítio alvo.

Desenvolvimento de fármacos
 Paracelso(1493 a 1541), pai da Classificação dos medicamentos:
farmacoquímica ou iatroquímica, tentou
estabelecer o modo pelo qual as drogas • Por efeito farmacológico: Ex: analgésicos; anti-
atuavam para fazer desaparecer os sintomas psicóticos; anti-hipertensivos; antiasmáticos;
ou debelar com a doença. antibióticos, etc.
 Adotou a “doutrina da assinatura”, segundo • Por estrutura química: têm em comum a mesma
Deus indicara qual o agente medicinal estrutura; ex: penicilinas, barbitúricos, opiáceos,
adequado para o tratamento do órgão esteróides, catecolaminas, etc.
afetado, exemplo: os talos da hepática, seriam • Por sitio alvo: são compostos que atingem o
úteis no tratamento de doenças hepáticas, o mesmo sistema no corpo, usualmente envolvem
açafrão curaria a icterícia, as raízes um mensageiro químico; ex: anti-histaminico,
vermiformes seriam eficientes medicamentos colinergico, etc.
contra vermes intestinais. • Por sitio de ação: são agrupados de acordo com
 Embora essa doutrina tivesse como enzima ou receptor com o qual interagem.
fundamento crendices populares, ela
contribuiu, de certa forma para o progresso
das ciências médicas. Fases importantes da ação dos
Medicamento x remédio fármacos:
 Os medicamentos são substâncias ou
preparações elaboradas em farmácias
(medicamentos manipulados) ou indústrias
(medicamentos industriais), que devem seguir
as determinações legais de segurança, eficácia
e qualidade.
 A ideia de remédio está associada a todo e
qualquer tipo de cuidado utilizado para curar
ou aliviar doenças, sintomas, desconforto e
mal-estar.
 Alguns exemplos de remédio são: banho
quente ou massagem para diminuir as tensões;
chazinho caseiro e repouso em caso de
resfriado;
Fatores que influenciam as
ações dos fármacos: A velocidade de absorção de fármacos depende da
velocidade de dissolução que, entres outras
propriedades, depende também do tamanho das
 Fatores relacionados ao fármaco: partículas.
• Fatores intrínsecos físico-químicos:
• Formulação medicamentosa ✓ Lipofilicidade: Relacionada com a passagem
• Associação medicamentosa. através de membranas plasmáticas: ABSORÇÃO
✓ é a propriedade mais importante para um
 Fatores intrínsecos físico-químicos: fármaco.
• Lipossolubilidade ✓ Está relacionada a absorção, distribuição,
• Coeficiente de partição: Óleo/água potência e eliminação.
• Tamanho e forma molecular ✓ Lipofilicidade é um fator importante em todas
• Carga elétrica. as seguintes propriedades (biológicas ou físico-
químicas) :
Fatores relacionados as propriedades Solubilidade
Absorção
físico-químicas dos fármacos: Ligação proteína plasmáticas
Clearance metabólico
✓ Hidrossolubilidade: A solubilidade dos Volume de distribuição
fármacos é uma propriedade importante para a Interação com alvo
sua absorção e, consequentemente, para a sua Clearance renal e biliar
atividade. Penetração SNC
Depósito em tecido
Biodisponibilidade
Toxicidade.
✓ Coeficiente de partição: É definido pela
concentração da substância na fase Na difusão simples, as moléculas atravessam as
orgânica/concentração da substância na fase membranas lipídicas na forma não-ionizada.
aquosa (Corg/Caq). A distribuição da forma Não ionizada é função do
pka da droga e do pH do meio, sendo expressa pela
✓ Grau de ionização: Adicionalmente, essa equação que citamos anteriormente.
propriedade físico química é de fundamental
importância na fase farmacodinâmica, devido ✓ Influencia do pH: A aspirina e outros ácidos
à formação de espécies ionizadas que podem fracos são mais absorvidos no estomago devido
interagir complementarmente com resíduos ao meio ácido.
de aminoácidos complementares do sitio ativo Pka da aspirina: 3,5
do receptor. pH do estômago: 1,5
pH do intestino: 6,5
✓ Absorção:

Passagem através das


Agente químico: Solubilidade, Grau de
ionização, tamanho e forma da molécula.
Organismos: Membrana Biológica.
barreiras celulares:

Valores de pka para alguns fármacos


ácidos e básicos:
Fatores que influenciam na ação dos
fármacos:
✓ Grau de ionização da droga:
pka da droga, pH do meio.
✓ Equação de Handerson- Hasselbach
 Propriedades físico químicas e
atividade biológica: Análogos, pró- fármacos e
As principais propriedades Físico-químicas da latenciação de fármacos:
molécula capazes de alterar o perfil
farmacoterapêutico são: ▪ Análogos e pró- fármacos são compostos
Lipofilicidade Coeficiente de partição estruturalmente semelhante a um fármaco
Coeficiente de ionização protótipo.
Pka
▪ As propriedades biológicas destes
compostos são, porém, diferentes das do

 Mecanismos de transporte através fármaco protótipo no que diz respeito a


certos aspectos, tais como potência,
de membranas: espectro de ação, índice terapêutico e
biodisponibilidade.
• Transporte passivo
▪ O fármaco análogo não raro diverge
• Transporte ativo
estruturalmente do fármaco protótipo
• Transporte facilitado apenas por um átomo ou grupo de
• Pinocitose (líquidos) átomos, geralmente isósteros daqueles
• Fagocitose (sólidos) presentes no fármaco matriz. A ampicilina
é análoga da benzilpenicilina.
▪ O pró- fármaco, por sua vez, é derivado de
Transporte Passivo fármaco conhecido e provado, derivado
Principal mecanismo para a passagem de drogas que este que, em razão de suas propriedades
físico- químicas melhoradas, aumenta a
possuem certo grau de lipossolubilidade. Depende do
biodisponibilidade do referido fármaco e
gradiente de concentração do agente químico e de sua
solubilidade nos lipídios, que é caracterizada pelo que, mediante processo enzimático ou
coeficiente de partição lipídeo/água químico, é transformado no fármaco
primitivo, antes de atingir o seu local de
ação ou no local de ação.

Transporte Ativo:

O transporte ativo ocorre com gasto de energia e, assim  Os pró- fármacos são também, chamados
como na difusão facilitada, ocorre com a ajuda de derivados reversíveis ou bio- reversíveis de
proteínas carreadoras, que são denominadas de
fármacos.
bombas. Diferentemente da difusão, no entanto, o
transporte ocorre contra o gradiente de concentração.  Ao processo de obtenção de pró- fármacos dá-se o
O exemplo mais conhecido de transporte ativo é nome de latenciação de fármacos.
a bomba de sódio e potássio.  Consiste essencialmente em converter, mediante
modificação química, um composto
biologicamente ativo em forma de transporte
Ácido acetilsalicílico inativa que, após ataque enzimático ou químico,
libertará o fármaco ativo.
Ácido orgânico fraco, pka 3,5
 O emprego de pró-fármacos ou latenciação de
Rapidamente absorvido no estômago. fármacos visa a modificar várias propriedades
Eliminado na forma de salicilato. farmacêuticas e biológicas dos fármacos matrizes.
Alcalinização da urina aumenta a eliminação Entre os seus objetivos:
de salicilato.  Alteração da farmacocinética do fármaco in vivo a
fim de melhorar a sua absorção, distribuição,
metabolismo e excreção;
 Melhoria da biodisponibilidade;
 Aumento da estabilidade do produto final;


Auxílio à formulação farmacêutica;
5-Diminuição da toxidade e dos efeitos
O que ocorre com o fármaco além de
colaterais. interagir?

Como o pH varia no corpo?


Fluido pH
Humor aquoso 7,2

Sangue 7,4

Colón 5-8
Duodeno (vazio) 4,4-6,6

Duodeno 5,2-6,2
(alimentado)
Saliva 6,4
Intestino 6,5
Delgado
→ Um fármaco oral deve:
Estômago (vazio) 1,4-2,1
▪ dissolver
Estômago 3-7 ▪ Ficar intacto em diferentes pHs (1.5 a 8.0)
▪ Ficar intacto ao contato com a flora intestinal
(alimentado)
▪ Ultrapassar membranas
Suor 5,4 ▪ Ficar intacto ao metabolismo hepático
▪ Evitar transporte ativo pela bile
Urina 5,5-7,0 ▪ Evitar excreção renal
 Assim, um fármaco terá diferentes perfis de ▪ Permear órgãos
ionização pelo corpo. ▪ Evitar partição em tecidos indesejados (Ex:
 Por exemplo, compostos básicos não serão bem cérebro, feto)
absorvidos no estômago comparados aos ácidos,
visto que a forma não ionizada é a forma capaz de
difundir à circulação sanguínea.
• Cadeia carbônica é a estrutura formada por todos
os átomos de carbono de um molécula orgânica e
Química Orgânica é a área da Química que estuda os
também pelo heteroátomo que esteja posicionado
compostos que contêm carbono, chamados de entre esses carbonos.
compostos orgânicos.

Atualmente são chamados de compostos orgânicos os


compostos que contêm carbono, sejam ou não
produzidos por organismos vivos.

Qualquer átomo em uma molécula orgânica que não


seja de carbono ou de hidrogênio é denominado
heteroátomo.
Elementos comuns em compostos orgânicos:

Classificar um carbono significa dizer a quantos


outros carbonos ele se encontra ligado na cadeia
carbônica.

Exemplo:

 os átomos unem-se por ligação covalente.


 Ligação covalente: ocorre tipicamente entre
átomos de elementos não-metálicos e/ou
semimetálicos, os quais formam moléculas.
 Os compostos orgânicos formam substâncias
moleculares.
 Como ocorre tipicamente com substâncias
moleculares algumas substâncias orgânicas são
gasosas, nas condições ambientes, outras são
líquidas e outras são sólidas.
1. Classificação quanto a presença de ciclos:

2. Quanto a presença de heteroátomo:

Homogênea: Não apresenta heteroátomo.


Heterogênea: Apresenta Heteroátomo. conjunto de substâncias que apresentam semelhanças
na fórmula estrutural e, possuem propriedades
3. Quanto a insaturação: químicas semelhantes.

É o átomo ou grupo de átomos característico de uma


certa classe funcional.

4. Quanto a presença de ramificações:

5. Quanto a presença de aromaticidade:


✓ A expressão grupos substituintes orgânicos ou,
simplesmente grupos orgânicos é usada para
 A nomenclatura de compostos orgânicos segue as designar qualquer grupo de átomos que apareça
regras elaboradas pela IUPAC. com frequência nas moléculas orgânicas.
 O nome de um composto orgânico é formado pela
união de três fragmentos: prefixo + infixo + sufixo.
• O prefixo, a parte inicial, indica o número de
átomos de carbono presentes na molécula.
• O infixo indica o tipo de ligação química entre os
átomos de carbono.
• O sufixo, a parte final, indica a classe funcional do
composto.

✓ São compostos orgânicos formados exclusiva-


mente por átomos de carbono e de hidrogênio.

✓ Nos Hidrocarbonetos: a cadeia principal é a


maior sequência de átomos de carbono que
contém as ligações duplas e triplas.
✓ Nas demais classes de compostos orgânicos: a
cadeia principal é a maior sequência de átomos
de carbono que contém o grupo funcional.
• Classe de compostos com a semelhança
estrutural de apresentar o grupo - OH ligado a
um carbono saturado.

É composta por substâncias que apresentam o grupo


carbonila C = O entre carbonos.

Álcoois Primários: contêm um grupo - OH ligado a um


carbono que tem um ou nenhum átomo de carbono
ligado a ele.
Álcoois Secundários: contêm um grupo - OH ligado a
um carbono que, por sua vez, está ligado a outros dois
átomos de carbono.
Álcoois Terciários: contêm um grupo - OH ligado a um
carbono que, por sua vez, está ligado a outros três Para denominar as cetonas, usamos o sufixo ona.
átomos de carbono.

Substâncias que apresentam o grupo funcional – CHO.


Os compostos desta classe têm em comum a presença
do grupo funcional – COOH.

O grupo funcional característico desta classe


funcional é:

Grupo funcional característico desta classe de


compostos:
As aminas são derivadas da amônia, na qual um,
dois ou três dos hidrogênios foram substituídos
por grupos orgânicos.

 Os ésteres são comumente empregados como


flavorizantes em balas e doces.
 Isômeros são dois ou mais compostos diferentes
Caracteriza-se pela existência de diferentes
que apresentam a mesma fórmula molecular.
compostos, que embora apresentem fórmulas
 Isomeria plana ou constitucional. moleculares e estruturais idênticas, apresentam
 Estereoisomeria: Isomeria geométrica diferentes arranjos espaciais dos átomos.
Isomeria ótica. Pode ser: cis-trans ou ótica

Isomeria geométrica (cis-trans):


 A isomeria geométrica ocorre devido à
✓ Pode ser percebida observando-se a fórmula diferente disposição espacial dos átomos
estrutural plana dos compostos. em cadeias insaturadas ou cíclicas.
✓ Isômeros constitucionais diferem na maneira  apresentam fórmulas estruturais planas
com que seus átomos estão conectados. idênticas, mas diferentes propriedades.
exemplos:

 Em Compostos Cíclicos:

Observe:
 O composto 1,2-dimetilciclopentano. Observe ▪ Uma maneira muito simples para
que um deles possui os dois ligantes iguais no representar compostos orgânicos em duas
mesmo lado do plano, sendo designado como dimensões foi introduzida pelo químico
isômero cis. alemão Emmil Fischer e denomina-se
 Já o outro composto possui os ligantes iguais projeção de Fischer.
em planos diferentes, sendo, portanto, o
isômero trans.

Em Compostos com Ligação Dupla C = C

✓ Para que uma dada fórmula estrutural plana


permita a existência de isômeros geométricos,
é necessário, além da presença de uma ligação
dupla, que cada um dos carbonos da dupla
apresente dois ligantes diferentes entre si.
Isômeros óticos desviam o plano de vibração da luz
polarizada. Um desvia o plano da luz polarizada no
sentido horário e o outro no anti-horário.

• Ocorre em moléculas que não apresentam


plano de simetria;
• uma molécula é a imagem especular da outra.

A luz é denominada polarizada quando oscila em


apenas uma direção.
A luz polarizada é obtida quando a luz atravessa
lentes especiais denominadas polarizadores.
Uma das propriedades características de
moléculas quirais é a sua capacidade de desviar o
plano de vibração da luz polarizada.
O aparelho utilizado para medir esse desvio é
denominado polarímetro

Moléculas simétricas são oticamente inativas


Ao passar por um tubo contendo apenas moléculas
simétricas, o plano de vibração da luz polarizada não
Condição para haver isômeros óticos: presença de sofre desvio (rotação).
carbono quiral ou assimétrico. Moléculas assimétricas são oticamente ativas.
Ao passar por um tubo contendo moléculas
assimétricas, o plano de vibração da luz polarizada
sofre desvio (rotação).
da sobrevida deste, principalmente se tratando dos
endoparasitas, em que, caso ocorra morte do
hospedador, o parasita normalmente também
Parasitologia é uma ciência que se baseia no estudo sucumbe. Como estratégia de sobrevivência e
dos parasitas e suas relações com o hospedeiro, transmissão, o parasita “busca” reduzir sua
englobando os filos Protozoa (protozoários), do reino capacidade de agressão em relação ao seu
Protista e Nematoda e Platyhelminthes (platelmintos) e hospedeiro, o que se dá por seleção natural, no
Arthropoda (artrópodes), do reino Animal. sentido de uma melhor adaptação a
determinado(s) hospedeiro(s).
Neste caso, quanto maior for à agressão, menos
 Agente etiológico: é o agente causador ou o adaptado é este parasita a espécie que o hospeda,
responsável pela origem da doença. pode ser um e consequente possibilidade de morte deste, o que
vírus, bactéria, fungo, protozoário ou um helminto. tende com o passar dos anos à seleção de
 Endemia: quando o número esperado de casos de amostras (cepas) menos virulentas para este
uma doença é o efetivamente observado em uma hospedador.
população em um determinado espaço de tempo.
 Doença endêmica: aquela cuja incidência Habitat parasitário
permanece constante por vários anos, dando uma
• Tal como acontece com os seres de vida livre, que
ideia de equilíbrio entre a população e a doença.
têm um habitat definido em determinada área
 Epidemia: é a ocorrência, numa região, de casos
geográfica estudada, a localização de um parasita
que ultrapassam a incidência normalmente
em seu hospedeiro não se dá ao acaso, mas sim é
esperada de uma doença.
consequência de uma adequação parasitária a
 Infecção: é a invasão do organismo por agentes
determinado segmento anatômico que passa a ser
patogênicos microscópicos.
assim o seu ecossistema interno, em decorrência
 Infestação: é a invasão do organismo por agentes
sofre as consequência das ações naturais de
patogênicos macroscópicos.
resistência de seu hospedeiro.
 Vetor: organismo capaz de transmitir agentes
• Podemos por assim dizer que o “habitat”
infecciosos. o parasita pode ou não desenvolver se
parasitário é o local mais provável de encontro de
enquanto encontra-se no vetor.
determinado parasita em seu hospedeiro, sendo
 Hospedeiro: organismo que serve de habitat para
que para os helmintos normalmente
outro que nele se instala encontrando as condições
consideramos, quanto não se especifica a fase de
de sobrevivência. o hospedeiro pode ou não servir
desenvolvimento em questão, o habitat da forma
como fonte de alimento para a parasita.
adulta.
 Hospedeiro definitivo: é o que apresenta o
parasito em fase de maturidade ou em fase de
atividade sexual.
 Hospedeiro intermediário: é o que apresenta o Principais tipos de parasitismo:
parasito em fase larvária ou em fase assexuada.
Acidental: Quando o parasita é encontrado em
 Profilaxia - é o conjunto de medidas que visam a hospedeiro anormal ao esperado. P.e. Adulto de
prevenção, erradicação ou controle das doenças Dipylidium caninum parasitando humanos.
ou de fatos prejudiciais aos seres vivos. Errático: Se o parasita se encontra fora de seu
habitat normal. P.e. Adulto de Enterobius
Adaptação parasitária vermicularis em cavidade vaginal.
Obrigatório: É o tipo básico de parasitismo, onde o
A perda parcial de um ou mais sistemas
parasita é incapaz de sobreviver sem seu
metabólicos e da capacidade de utilizar outra fonte
hospedeiro P.e. A quase totalidade dos parasitas.
nutricional no meio ambiente externo, em todo
Proteliano: Expressa uma forma de parasitismo
seu ciclo de vida ou em parte dele, faz com que o
exclusiva de estágios larvares, sendo o estágio
parasita se instale em seu hospedeiro e dependa
adulto de vida livre.P.e. Larvas de moscas
produtoras de miíases. Especificidade parasitária
Facultativo: É o caso de algumas espécies que É a capacidade que apresenta o parasita de se
podem ter um ciclo em sua integra de vida livre e adaptar a determinado número de hospedeiros, o
opcionalmente podem ser encontrados em estado que geralmente acarreta sua maior ou menor
parasitário. P.e. Algumas espécies de moscas que dispersão geográfica. Quando são encontrados um
normalmente se desenvolvem em materiais grande número de espécies de hospedeiros
orgânicos em decomposição no solo (cadáveres ou parasitadas de forma natural, denominamos o
esterco), podem sob determinadas condições, parasita de eurixeno (P.e. Toxoplasma gondii), se
parasitar tecidos em necrose, determinando o existe pequeno número de espécies tendendo a
estado de miíases necrobiontófa:gas. somente uma, denominamos de estenoxeno (P.e.
Wuchereria bancrofti).

Ciclo vital
É a sequência das fases que possibilitam o Tipos de hospedeiro
desenvolvimento e transmissão de determinado Ciclo Heteroxeno:
parasita. Quanto ao número de hospedeiros Definitivo: Quando o parasita se reproduz neste,
necessários para que o mesmo ocorra, podemos de forma sexuada e/ou é encontrado em estágio
ter dois tipos básicos de ciclos: adulto.
Intermediário: Se o parasita no hospedeiro só se
reproduz de forma assexuada ou se encontra
exclusivamente sob forma larvar (helmintos). Obs.:
Se um protozoário não apresenta em seu ciclo
reprodução sexuada em nenhum dos hospedeiros,
Monoxeno: Onde é o bastante um hospedeiro para estes são conhecidos como hospedeiro vertebrado
que o mesmo se complete. P.e. Ascaris e invertebrado respectivamente.
lumbricoides e Trichomonas vaginalis. Paratênico ou de transporte - Quando no mesmo,
não ocorre evolução parasitária, porém, o
hospedeiro não está apto a destruir o parasita
rapidamente, podendo assim, ocorrer posterior
transmissão em caso de predação por espécie
hospedeira natural. Obs. Não é um verdadeiro caso
de parasitismo.
Heteroxeno: Onde são necessários mais de um Reservatório: É representado pelo hospedeiro
hospedeiro para que o ciclo se complete, existindo vertebrado natural na região.
pelo menos uma forma do parasita exclusivo de
um tipo de hospedeiro. Quando existem dois
hospedeiros, é denominado ciclo dixeno (P.e. Gên.
Períodos clínicos e parasitológicos:
Taenia e Trypanosoma cruzi); entretanto, quando Períodos Clínicos
são necessários mais de dois hospedeiros, de ciclo ▪ Período de incubação: Consiste no período desde
polixeno (P.e. Gên. Diphyllobothrium). a penetração do parasita no organismo até o
aparecimento dos primeiros sintomas, podendo
ser mais longo que o período pré-patente, igual ou
mais curto. Período de sintomas: É definido pelo
surgimento de sinais e/ou sintomas.
▪ Período de convalescência: Iniciam-se logo após
ser atingida a maior sintomatologia, findando com
a cura do hospedeiro.
▪ Período latente: É caracterizado pelo
desaparecimento dos sintomas, sendo
assintomática e finda com o aumento do número
de parasitas (período de recaída).

Períodos Parasitológicos:

Período pré-patente: É o compreendido desde


a penetração do parasita no hospedeiro até a
liberação de ovos, cistos ou formas que possam
ser detectadas por métodos laboratoriais
específicos.
Período patente: Período em que os parasitas
podem ser detectados, ou seja, podem-se Cutânea
observar estruturas parasitárias com certa
facilidade.
Período sub-patente: Ocorre em algumas
protozooses, após o período patente e caracteriza-
se pelo não encontro de parasitas pelos métodos
usuais de diagnóstico, sendo geralmente sucedido
por um período de aumento do número de
parasitas (período patente).

 Protozoários são seres unicelulares, na maioria


Muco Cutânea
heterótrofos, mas com formas autotróficas e com
mobilidade especializada.
 A maioria deles é muito pequena, medindo de
0,01 mm a 0,05 mm aproximadamente, sendo
que algumas exceções podem medir até 0,5 mm
como, por exemplo, os foraminíferos.
 Sua forma de nutrição é muito diferenciada, pois
podem ser predadores ou filtradores, herbívoros
ou carnívoros, parasitas ou mutualistas.
 A digestão é intracelular, por meio de vacúolos
digestivos, sendo que o alimento é ingerido ou
entra na célula por meio de uma "boca", o
citóstoma.

A leishmaniose apresenta três formas clínicas mais


comuns:
Leishmaniose cutânea; que causa feridas na pele.
Leishmaniose muco-cutânea; cujas lesões podem levar Viceral
a destruição parcial ou total das mucosas.
Leishmaniose visceral; também chamada calazar,
caracterizada por surtos febris irregulares, substancial
perda de peso, espleno e hepatomegalia e anemia
severa.
Reprodução: divisão binária.

Ciclo vetor
 Enfermidade polimórfica da pele e das mucosas,
caracterizada por lesões ulcerosas indolores, 1. o inseto pica o vertebrado contaminado para fazer
únicas ou múltiplas (forma cutânea simples), o seu repasto sanguíneo e ingere macrófagos
lesões nodulares (forma difusa) ou lesões contendo as formas amastigotas do parasito.
cutaneomucosas, que afetam as regiões muco 2. Ao chegarem ao estômago do inseto, os
faríngeas concomitantemente ou após a infecção macrófagos se rompem liberando as amastigotas.
cutânea inicial. 3. Estas sofrem uma divisão binária e se transformam
rapidamente em Promastigotas, que se
 Agente etiológico: A LTA é causada por parasitos multiplicam ainda no sangue ingerido, que é
do gênero Leishmania Ross, 1903.Este protozoário envolto pela membrana peritrófica.
tem seu ciclo completado em dois hospedeiros, um 4. Esta membrana se rompe no 3o ou no 4o dia e as
vertebrado e um invertebrado (Heteroxeno). formas Promastigotas ficam livres. As formas
Promastigotas permanecem se reproduzindo por
 Os hospedeiros vertebrados incluem uma grande divisão binária, podendo seguir dois caminhos, de
variedade de mamíferos: Roedores, endentados acordo com a espécie do parasito.
(tatu, tamanduá, preguiça), marsupiais (gambá), 5. As leishmanias do “complexo brasiliensis” vão
canídeos e primatas, inclusive o homem. migrar para as regiões do piloro e do íleo (seção
Os hospedeiros invertebrados são pequenos peripilária). Nestes locais elas se transformam de
insetos da ordem Díptera, família Psycodidae, Promastigotas para Paramastigotas, aderindo ao
subfamília Phlebotominae, gênero Lutzomyia. epitélio do intestino do inseto.
6. Nas leishmanias do “complexo mexicana” o
mesmo fenômeno ocorre, porém a fixação das
✓ Morfologia: Paramastigotas se dá no estômago do inseto.
Novamente se transformam em Promastigotas e
a Leishmania apresenta três formas durante o seu migram para a região da faringe do inseto.
ciclo: 7. Neste local se transformam novamente em
1. Amastigotas: de forma oval ou esférica, estas são Paramastigotas e à partir daí vão se transformando
as formas encontradas no hospedeiro vertebrado, em pequenas Promastigotas infectantes,
no interior das células do SMF. Não há flagelo livre, altamente móveis, que se deslocam para o
mas um rudimento presente na bolsa flagelar. aparelho bucal do inseto.
2. Promastigotas: formas alongadas em cuja região
anterior emerge um flagelo livre. São encontradas
no tubo digestivo do inseto vetor e em cultura. Ciclo no vertebrado:
3. Paramastigotas: formas ovais ou arredondadas 1. O inseto, na sua tentativa de ingestão de sangue,
com flagelo livre. São encontradas aderidas ao injeta as formas promastigotas no local da picada.
epitélio do trato digestivo do vetor através de 2. Dentro de 4 a 8 horas estes flagelados são
hemidesmossomas. interiorizados pelos macrófagos teciduais.
Rapidamente as formas promastigotas se
transformam em amastigotas, que são
encontradas no sangue 24 horas após a fagocitose.
3. As amastigotas resistem à ação destruidora dos
macrófagos e se multiplicam intensamente, até
ocupar todo o citoplasma. O macrófago se rompe,
liberando as amastigotas, que vão penetrar em
outros macrófagos, iniciando a reação
inflamatória.
Patogenia:
Tratamento:
No início da infecção, as células destruídas pela
probóscida do inseto e a saliva inoculada atraem Atualmente é utilizado um antimonial pentavalente, o
para a área células fagocitárias mononucleares, Glucantime.
como os macrófagos. Somente a forma difusa não responde bem ao
Ao serem fagocitadas, as formas Promastigotas se
tratamento.
transformam em amastigotas e sofrem divisões
binárias sucessivas; mais macrófagos são atraídos Imunoterapia: a Leishvacin, vacina utilizada para
para o local, onde se fixam e são infectados. A lesão imunoprofilaxia, vem sendo usada no tratamento de
inicial é manifestada por um infiltrado inflamatório pacientes que não respondem bem ao tratamento com
composto principalmente de linfócitos e macrófagos resultados promissores.
na derme, estes últimos abarrotados de parasitos.
Um amplo aspectro de formas pode ser visto na LTA,
variando de uma lesão auto resolutiva a lesões
desfigurastes. Esta variação está intimamente ligada
ao estado imunológico do paciente e às espécies de
Leishmania.

Profilaxia:

Evitar as picadas de flebotomíneos através de


medidas de proteção individual: repelentes, telas de
mosquiteiro de malha fina e embebidos em inseticida A Leishmaniose visceral canina (LVC) ou calazar é uma
piretróide enfermidade infecciosa generalizada, crônica,
Em áreas de colonização recente, recomenda-se a caracterizada por febre, hepatoesplenomegalia,
construção de casas a uma distância de pelo menos linfadenopatia, anemia com leucopenia, edema e
500 m da mata, devido à baixa capacidade de voo estado de debilidade progressivo, levando o paciente
dos flebotomíneos.
ao óbito se não for submetido ao tratamento
específico.

Diagnóstico: Agente etiológico: Leishmania chagasi


Morfologia: Semelhante a Leishmaniose
▪ Diagnóstico Clínico: tegumentar americana.
Baseado na característica da lesão e em dados
epidemiológicos. Ciclo:
▪ Diagnóstico laboratorial O ciclo é do tipo Heteroxeno e envolve como
Pesquisa do parasito transmissor as fêmeas do mosquito Lutzomyia
longipalpis.
Exame direto de esfregaços corados: após anestesia
O ciclo é semelhante à da LTA, com o inseto
local, retira-se um fragmento das bordas da lesão e faz- ingerindo as formas amastigotas durante o seu
se um esfregaço em lâmina, corado com derivados de repasto sanguíneo e sofrendo divisões e
Romanowsky, Giensa ou Leishman. transformações dentro do inseto. A figura abaixo
Cultura: pode ser feita a cultura de fragmentos de representa o ciclo da LVC:
tecido ou de espirados da borda da lesão. As formas Promastigotas injetadas pela picada do
Inóculo em animais: o hamster é o animal mais flebotomíneo são fagocitadas por macrófagos,
utilizado para o isolamento de Leishmania. Inocula-se, transformam-se em amastigotas e reproduzem-se
por via intradérmica, no focinho ou nas patas, um dentro dos macrófagos. Quando os macrófagos
estão densamente parasitados rompem-se e as
triturado do fragmento com solução fisiológica.
amastigotas são fagocitadas por outros macrófagos.
Patogenia: Diagnóstico:

As formas amastigotas se multiplicam rapidamente no Clínico:


local da picada do mosquito. Pode se desenvolver no Febre baixa recorrente, envolvimento linfático,
local um nódulo, o leishmanioma, que não se ulcera esplenomegalia e caquexia, combinados com histórico
como na LTA. A partir daí ocorre a visceralização das de residência em área endêmica.
amastigotas, ou seja, a sua migração para as vísceras, Laboratorial
principalmente os órgãos linfoides. Os órgãos ricos em -Pesquisa do parasito: o parasito pode ser
células do SMF são mais densamente parasitados, demonstrado com material obtido da punção da
como a medula óssea, baço, fígado e linfonodos. A via medula óssea, fígado e baço, através de esfregaços
de disseminação das leishmanias pode ser corados pelo Giensa.
hematogênica e/ou linfática. A Leishmania chagasi
raramente tem sido encontrada no sangue periférico
humano, embora nos canídeos este achado seja
frequente.

Aspectos clínicos: Agente etiológico:


Trypanosoma cruzi
Alterações esplênicas: a esplenomegalia (aumento do Ciclo: Heteroxênico, passando por uma fase de
baço) é o achado mais importante e destacado do multiplicação intracelular no hospedeiro vertebrado e
calazar. extracelular no inseto vetor (triatomíneos).
Alterações hepáticas: outra característica marcante do
calazar, as alterações hepáticas causam Ciclo biológico no hospedeiro vertebrado:
disproteinemia, que leva ao edema generalizado e a As formas tripomastigotas metacíclicas eliminadas nas
ascite, comuns na fase final da doença. fezes e na urina dos barbeiros, durante ou logo após o
Alterações no tecido hematopoiético: uma das mais repasto sanguíneo, penetram pelo local da picada e
importantes é a anemia. A medula óssea é usualmente
interagem com as células do SMF da pele e mucosas.
encontrada densamente parasitada.
Neste local ocorre a transformação das tripomastigotas
 O único vetor é a Lutzomyia longipalpis, de ampla em amastigotas, que se multiplicam por divisão binária.
distribuição geográfica. A taxa de infecção de A seguir ocorre a diferenciação das amastigotas em
Promastigotas deste vetor é dependente da taxa tripomastigotas que são liberados da célula hospedeira
de infecção no hospedeiro. caindo no interstício. Estas tripomastigotas na
corrente sanguínea, atingem outras células de
Ciclo epidemiológico do calazar:
qualquer outro tecido ou órgão para cumprir um novo
 Ciclo silvestre: envolve os flebotomíneos e as ciclo celular ou são destruídos pelo sistema imune.
raposas. Podem ainda ser ingeridos por triatomíneos, onde
 Ciclo doméstico ou peridoméstico: envolve o cumprirão seu ciclo extracelular.
homem e o cão doméstico.
Ciclo biológico no hospedeiro invertebrado:
Profilaxia: Os barbeiros triatomíneos se infectam ao ingerir as
-Tratamento de todos os casos humanos; formas tripomastigotas presentes na corrente
- Eliminação dos cães infectados; circulatória do hospedeiro vertebrado durante a
- Combate ao vetor; hematofagia. No estômago do inseto se transformam
- Controle rigoroso dos cães vadios; em formas arredondadas ou epimastígotas. No
- Uso de repelentes e telas de mosquiteiro;
intestino médio as epimastígotas se reproduzem por
- Vacinação.
divisão binária, sendo responsáveis pela manutenção
da infecção no vetor. No reto, porção final do tubo
digestivo, as epimastígotas se diferenciam em
tripomastigotas metacíclicas, infectantes para os
vertebrados, sendo eliminadas nas fezes ou na urina
Mecanismos de Transmissão: As alterações cardíacas (reveladas pelo
- Transmissão pelo vetor; eletrocardiograma), do esôfago e do cólon (reveladas
- Transfusão sanguínea; pelo raio X) fazem suspeitar da fase crônica da doença.
- Transmissão congênita;
- Acidentes de laboratório; Laboratorial
- Transmissão oral; São utilizados métodos diferentes para a fase aguda e a
- Coito; fase crônica.
- Transplantes. Na fase aguda, observa-se alta parasitemia podendo
ser utilizados métodos diretos de busca do parasito.
Patogenia: Na fase crônica, a parasitemia é baixíssima, fazendo-se
necessário métodos imunológicos.
Fase aguda:
Pode ser sintomática ou assintomática, sendo a Pesquisa do parasito:
segunda mais freqüente. Ambas estão relacionadas
com o estado imunológico do paciente.
- Esfregaço sanguíneo corado pelo Giensa;
A fase aguda se inicia através das manifestações - Métodos de concentração;
locais, quando o T. cruzi penetra na conjuntiva (sinal - Xenodiagnóstico;
de Romaña) ou na pele (chagoma de inoculação) - Hemocultura.
As manifestações gerais são febre, edema localizado Métodos sorológicos
e generalizado, hepatomegalia, esplenomegalia, e ás - Reação de precipitação;
vezes, insuficiência cardíaca e perturbações - RIFI;
neurológicas. - Reação de fixação do complemento (RFC);
O óbito, quando ocorre, é devido a
- Reação de Hematoaglutinação indireta;
meningoencefalite aguda ou a insuficiência cardíaca,
devido a miocardite aguda difusa, uma das mais - ELISA
violentas que se tem notícia. - Lise mediada pelo complemento;
- Sondas de DNA (PCR);
Fase crônica: - Anticorpos monoclonais.
Forma indeterminada:
Caracterizada pelos seguintes parâmetros:
Positividade de exames parasitológicos ou sorológicos; Profilaxia:
Ausência de sintomas; - Melhoria das habitações rurais;
Eletrocardiograma convencional normal; - Combate ao barbeiro;
Coração, esôfago e cólon radiologicamente normais. - Controle do doador de sangue;
Cerca de 50% dos paciente chagásicos que passaram - Vacinação.
pela fase aguda pertencem a esta forma.

Diagnóstico:

Clínico:
Origem do paciente, presença dos sinais de entrada,
acompanhados de febre irregular ou ausente,
hepatoesplenomegalia, taquicardia, edema
generalizado ou dos pés.
A malária é uma das doenças parasitárias que maior 7. O merozoíto penetra na hemácia, transforma-se
dano já causou a milhões de pessoas nas regiões em trofozoíto eritrocíctico jovem. Apresentando-se
tropicais e subtropicais do globo. dentro da hemácia na forma de um anel, com a
A malária humana existente no Brasil é causada por massa citoplasmática envolvendo um vacúolo
três espécies de Plasmodium: P. vivax, causador da digestivo e um único núcleo.
terçã benigna; P. falciparum, agente da terçã maligna e 8. Esse trofozoíto continua a crescer às expensas da
P. malariae causador da quartã benigna. hemácia (O2, hemoglobina, glicose): o vacúolo
Possui ciclo heteroxeno onde o homem é o hospedeiro diminui e o núcleo se desenvolve. O citoplasma
intermediário e os mosquitos do gênero Anopheles são também aumenta – é o trofozoíto médio.
os definitivos. 9. As transformações continuam: o citoplasma enche
quase toda a hemácia e se torna irregular
Hábitat do parasito: (amebóide); o pigmento, antes esparso, reúne-se
Varia conforme a fase do ciclo evolutivo do parasito. no centro do parasito. Ele está com 48-72 horas e
Assim, no homem, temos formas parasitando os pronto para iniciar a esquizogonia – transformação
hepatócitos durante a fase pré-eritrocítica e formas e divisão celular.
parasitando hemácias na fase eritrocítica. No mosquito 10. Completada a esquizogonia temos o esquizonte:
encontramos formas parasitárias principalmente no citoplasma enchendo quase toda a hemácia com
estômago e glândulas salivares. um número variável de núcleos, dependendo da
espécie.
Ciclo biológico: 11. Cada núcleo se separa com uma porção de
No homem pode ser dividido em duas partes: citoplasma, formando os merozoítos dentro da
1. Fase exoeritrocítica: é a fase do ciclo que se passa hemácia, e ao conjunto denominamos rosácea ou
nos hepatócitos antes de se desenvolver nos merócito. Cada espécie de Plasmodium tem uma
eritrócitos. É também conhecida como ciclo pré- quantidade determinada de merozoítos compondo
eritrocítico, ciclo tissular primário ou criptozoico. o merócito: P. vivax, 12 a 14, P. falciparum, 8 a 36,
2. Fase eritrocítica: é a fase do ciclo que se passa nos e P. malariae, 6 a 12. (ver a figura com as formas
eritrócitos. dos trofozoítos eritrocíticos no final do roteiro).
12. A esquizogonia se processa em intervalos regulares
O ciclo se passa em dois hospedeiros: para cada espécie: P. vivax, 48 horas (terçã
No homem, com reprodução assexuada do tipo benigna); P. falciparum, 36 a 48 horas (terçã
esquizogonia e no mosquito, com reprodução sexuada maligana) e P. malariae, 72 horas (quartã benigna).
do tipo esporogonia. 13. Durante a fase eritrocítica, alguns merozoítos
penetram em hemácias jovens (ainda na medula
1. Uma pessoa entra numa zona malarígena e é óssea) e se diferenciam, formando os gametócitos.
picada por um mosquito fêmea do gênero É o início da reprodução sexuada ou esporogonia,
Anopheles. Estando infectado, este inocula de 10 a que se completará no mosquito.
20 esporozoítos. Esses permanecem na corrente 14. Os gametócitos aparecem na corrente sanguínea
sanguínea por cerca de 30 minutos. de 6 a 8 dias depois do primeiro acesso febril; são
2. Daí vão para o fígado, onde penetram em mais numerosos na fase inicial da doença e o
hepatócitos iniciando o ciclo tissular. número de gametócitos femininos
3. No hepatócito se multiplicam completando a (macrogametócitos) é maior que masculinos
esquizogonia com a produção de milhares de (microgametócitos).
merozoítos (10.000 para P. vivax e 40.000 para P.
falciparum). Esta fase dura seis dias em P. Para que haja infecção do mosquito é necessário que o
falciparum e oito dias para P. vivax. paciente apresente cerca de 300 gametócitos por mm3
4. Após este período, os merócitos (hepatócitos de sangue.
contendo merozoítos) se rompem, pondo em A fêmea do mosquito Anopheles, ao exercer a
liberdade milhares de merozoítos. hematofagia ingere as formas sanguíneas do parasito,
5. Parte destes é englobada por células fagocitárias e mas apenas os gametócitos são capazes de evoluir no
destruídas, outra parte poderia tomar duas inseto. As outras degeneram e morrem.
direções: uns voltariam para os hepatócitos,
permanecendo aí dormentes ou em um novo ciclo
esquizogônico e outros iniciam um novo ciclo
eritrocítico.
6. Estes merozoítos que invadem as hemácias estão
dando início ao ciclo eritrocítico.
Transmissão:

Ocorre pela inoculação de esporozoítos durante a


picada de fêmeas de mosquitos do gênero Anopheles.
Estes mosquitos pertencem a família Culicidae, a
mesma do mosquito da dengue (Aedes aegypti) e do
pernilongo comum (Culex quinquefasciatus). São
essencialmente silvestres, sendo a principal espécie
transmissora da malária no Brasil o Anopheles darlingi.
A transmissão congênita, embora muito rara, pode
ocorrer.

Outro mecanismo possível é através da transmissão de


sangue de doadores na fase crônica, sem
sintomatologia aparente.

Diagnóstico
Clínico: a anamnese, o tipo de acesso, a anemia e a
esplenomegalia. Porém, para a identificação da Agente etiológico:
espécie, há necessidade de exames de laboratório. Humanos: Trichomonas vaginalis
Laboratorial: a necessidade de identificar a espécie do Suínos: Tritrichomonas suis
parasito reside no fato de que a terapêutica é Bovinos: Trichomonas foetus
específica e, quando mais precoce, melhor. Para isso Aves: Trichomonas gallinae e Tetratrichomonas
podem ser usados métodos parasitológicos e gallinarum
imunológicos.
Parasitológicos: consistem no exame de sangue em É Monoxeno e não possui forma cística, somente a
esfregaços para evidenciar os parasitos. O diagnóstico trofozoítica. Reprodução por divisão binária
é baseado na morfologia do plasmódio, no aspecto da longitudinal.
hemácia e nos estádios encontrados no sangue.
Os métodos de exame de sangue são: Local da infecção:
*Exame em gota espessa (corado pelo Giensa): ainda é Trato geniturinário do homem e da mulher.
considerado o “padrão ouro” dos testes diagnósticos
de malária. Tem uma desvantagem sobre a esfregaço Transmissão:
delgado por ser difícil a identificação específica. É uma doença venérea.
* Esfregaços sanguíneos em camada delgada (corados É transmitido pela relação sexual e pode sobreviver por
pelo Giensa ou leishman): deve ser um esfregaço fino e mais de um mês no prepúcio de um homem sadio,
uniforme; usado para diagnóstico individual. O sangue após o coito com uma mulher infectada.
deve ser colhido durante ou logo o acesso malárico. O homem é o vetor da doença; com a ejaculação, os
tricomonas presentes na mucosa da uretra são levados
a vagina pelo esperma.
Tratamento A tricomoníase neonatal em meninas é adquirida
O tratamento é feito atualmente usando a cloroquina, durante o parto.
um derivado da quinina. Nos casos de plasmódios
resistentes pode se utilizar a primaquina.
Na malária, o tratamento dos doentes e principalmente
dos gametóforos é um dos elos mais importantes do
controle.
Patologia Tratamento:
 Eficiente, realizado com nitrimidazóis, mais
Mulher: comumente com metronidazol.
- Varia da forma assintomática ao estado agudo.
- A infecção vaginal provoca uma vaginite que se
caracteriza por um corrimento vaginal fluido
abundante de cor amarelo-esverdeada, bolhoso, de
odor fétido, mais comumente no período pós-
menstrual.
- A mulher apresenta dor e dificuldade para as relações
sexuais, desconforto nos genitais internos, dor ao
urinar e frequência miccional.

Homem:
- A tricomoníase no homem é comumente
assintomática.
- Se sintomática, apresenta como uma uretrite com
fluxo leitoso ou purulento e uma leve sensação de
prurido na uretra.
- Pela manhã, antes da passagem da urina, pode ser
observado um corrimento claro, viscoso e pouco
abundante, com desconforto para urinar (ardência
miccional).

Diagnóstico:
Clínico: o diagnóstico diferencial da tricomoníase, tanto
no homem como na mulher é difícil, sendo essencial o
diagnóstico parasitológico. Agente etiológico:
▪ O diagnóstico é feito através da observação do Giardia lamblia.
material coletado a fresco no microscópio ou em Morfologia:
cultura de parasitos. Apresenta duas formas: cística e trofozoítica.
▪ O exame é feito com o material coletado diluído
em solução salina isotônica (0,15M) tépida. Este é Ciclo:
o mais prático e rápido método de diagnóstico, A G. lamblia é um parasito Monoxeno de ciclo
mas possui uma sensibilidade relativamente baixa. biológico direto.
▪ Para aumentar a sensibilidade das preparações a A via de infecção normal para o homem é a ingestão de
fresco, estas podem ser coradas, com Safranina, cistos. Em voluntários humanos, verificou-se que um
verde-malaquita ou azul de metileno. pequeno número de cistos pode causar a infecção (10 a
▪ As culturas de parasito são mais sensíveis, porém 100). Após a ingestão do cisto, o desencistamento
demoram de 3 a 7 dias para fornecer resultados. ocorre no meio ácido do estômago e é completado no
▪ Os exames de RIFI e ELISA são mais sensíveis que duodeno e jejuno, onde ocorre a colonização do
os exames já descritos, porém, são tecnicamente parasito. Este se reproduz por divisão binária
mais complexos. Estes métodos possuem maior longitudinal. O ciclo se completa com o encistamento
significado em caso de pacientes assintomáticos. do parasito e a sua eliminação nas fezes. Quando o
trânsito intestinal está acelerado, é possível achar
Profilaxia: trofozoítos nas fezes.
- Abster-se do ato sexual;
- Uso de preservativos (camisinha) durante todo o
intercurso sexual;
- Limitar o número de parceiros;
- Se um dos parceiros estiver infectado, o outro
também tem de ser tratado, prevenindo a reinfecção.
Transmissão: Profilaxia
Através da ingestão de cistos, veiculados através de: - Higiene pessoal;
- Ingestão de água sem tratamento ou deficientemente - Proteção dos alimentos;
tratadas (só com cloro); - Tratamento de água;
- Alimentos contaminados, sendo que estes podem ser - Ferver a água;
contaminados por moscas e baratas; - Diagnóstico e tratamento dos doentes.
- De pessoa a pessoa, através de mãos contaminadas;
- Através de sexo anal; Tratamento:
- Animais domésticos contaminados com Giardia de - Metronidazol, tinidazol, e secnidazol.
morfologia semelhante a humana.

Sintomatologia:
 A maioria das infecções por G. lamblia é
assintomática.
 Os casos sintomáticos dependem de fatores não
bem conhecidos e estão relacionados com a cepa e
o número de cistos ingeridos, deficiência
imunitária do paciente e principalmente por baixa
acidez no suco gástrico (acloria).
 A forma aguda se apresenta como uma diarreia do
tipo aquosa, explosiva, de odor fétido,
acompanhada de gases, com distensão e dores
abdominais.
 Essa forma aguda dura poucos dias e seus
sintomas iniciais podem ser confundidos com
diarreias virais e bacterianas. Classificação:
 Ela se resolve espontaneamente e os parasitos - Filo Sarcomastigophora
podem desaparecer das fezes. - Sub-filo Sarcodina
 Após o desenvolvimento da imunidade, há uma - Ordem Amoebida
regressão dos sintomas, podendo alguns pacientes - Família Entamoebida
se tornarem portadores assintomáticos.
Dentro da família Entamoebida, quatro espécies
podem habitar o corpo humano.
Diagnóstico Entamoeba histolytica
E. coli
Clínico: diarreia com esteatorréia, irritabilidade, E. hartmanni
insônia, náuseas e vômitos, perda de apetite e dor E. gingivalis
abdominal. Apesar destes sintomas serem bastante
Endolimax nana
característicos, é conveniente a comprovação por
exames laboratoriais. Destas, somente E. histolytica pode causar doença ao
Laboratorial: deve-se fazer exame de fezes nos
homem.
pacientes para identificar cistos ou trofozoítos nestas.
Em fezes formadas: os métodos de escolha são os de
concentração: método de Faust ou de MIFC.
Em fezes diarreicas: usar o método direto (com salina
ou lugol) ou o método da hematoxilina férrica.
O diagnóstico da giardíase apresenta dificuldades
devido ao fato de que pacientes infectados não
eliminam cistos continuamente. Para contornar tal
situação, recomenda-se fazer o exame de três
amostras fecais em dias alternados.
Caso ainda não se encontrem cistos, recomenda-se o
exame do fluído duodenal e biópsia jejunal, obtidas
através de tubagem duodenal.
Apresentam duas formas: Diagnóstico
 Uma forma de resistência, que também é a forma Clínico:
infectante, chamado cisto. Difícil de ser feito, por apresentar sintomatologia
 Os cistos são esféricos ou ovais, medindo de 8 a comum a várias doenças intestinais.
No abcesso hepático, além da dor, febre e
20m de diâmetro. Possuem quatro núcleos, com
esplenomegalia, pode-se fazer o diagnóstico através de
cariossoma pequeno e central e a cromatina raios-x, cintilografia, ultrassonografia e tomografia
periférica. computadorizada.
 A segunda forma é a reprodutiva, ou trofozoítica. Laboratorial
Mede de 20 a 40 m, mas podem chegar a 60m nas Exame de fezes, procurando por cistos ou trofozoítos.
formas obtidas de lesões tissulares. O exame do aspecto e da consistência das fezes é
muito importante, principalmente se ela é desintérica e
 Geralmente possuem um só núcleo, bem nítido nas
contém muco e sangue.
formas coradas e pouco visível nas formas vivas. O exame a fresco das fezes deve ser feito tão logo ela
 Examinado á fresco mostra-se pleiomórfico, ativo, seja emitida, no máximo 20 a 30 minutos após, pois
alongado, com emissão contínua e rápida de tem o objetivo de encontrar trofozoítos.
pseudópodes, grossos e hialinos; costuma imprimir Fezes formadas: técnicas de concentração.
uma movimentação direcional, parecendo estar Como a emissão de cistos e trofozoítos não é
constante, recomenda-se vários exames em dias
deslizando em uma superfície como uma lesma.
alternados.
Ciclo:
A E. histolytica é um parasito monoxeno de ciclo Profilaxia
biológico direto. - Saneamento básico;
▪ A via de infecção normal para o homem é a - Educação sanitária;
- Combate aos insetos sinantrópicos;
ingestão de cistos. Após a ingestão do cisto, o
- Lavar os alimentos com substâncias amebicidas
desencistamento ocorre no meio ácido do (permanganato de potássio, iodo).
estômago e é completado no duodeno e jejuno, - Vacinas.
onde ocorre a colonização do parasito.
▪ Este se reproduz por divisão binária longitudinal. O Tratamento
ciclo se completa com o encistamento do parasito
e a sua eliminação nas fezes. Quando o trânsito Derivados imidazólicos: Metronidazol, são os mais
utilizados.
intestinal está acelerado, é possível achar
trofozoítos nas fezes.
Ciclo:
Possui duas fases:
- Assexuada, nos tecidos de vários hospedeiros;
- Sexuada, nas células do epitélio intestinal dos gatos
jovens.

Fase assexuada:
Agente Etiológico: Toxoplasma gondii
um protozoário de distribuição geográfica mundial,  Começa com o hospedeiro susceptível (mamíferos
com alta prevalência sorológica, podendo atingir 60% e aves) ingerindo oocistos maduros ou tecidos
da população em determinados países. contendo cistos com bradizoítos. Os taquizoítos
A toxoplasmose é uma zoonose e atinge quase todas as são destruídos pelo suco gástrico, mas se
espécies de mamíferos e aves. Os felinos são os penetrarem na mucosa oral poderão evoluir como
hospedeiros definitivos e os outros animais (inclusive o os oocistos e os bradizoítos.
homem) hospedeiros intermediários.  Os esporozoítos e bradizoítos se transformam em
taquizoítos dentro das células intestinais. Após
Morfologia e hábitat esta rápida passagem pelo epitélio intestinal, os
❖ O T. gondii pode ser encontrado em vários tipos de taquizoítos vão invadir vários tipos de células do
tecidos e células (exceto hemácias) e líquidos corpo, formando um vacúolo parasitário, onde se
orgânicos (saliva, leite, esperma, líquido multiplicarão intensamente por endodiogenia (ver
peritoneal). figura), formando novos taquizoítos (fase
Formas: proliferativa), que irão romper a célula e invadir
novas células.
Taquizoíto. É a forma encontrada na fase aguda da  Essa disseminação no organismo ocorre através de
infecção, sendo denominada também forma taquizoítos livres na linfa e na corrente sanguínea
proliferativa, forma livre ou trofozoítica. É uma forma pode acarretar um quadro polissintomático, de
móvel, de multiplicação rápida (tachys = rápido), por gravidade variável, podendo levar o indivíduo à
endodiogenia. São pouco resistentes a ação do suco morte.
gástrico, no qual são rapidamente destruídos.  Com o aparecimento da imunidade, os parasitos
Bradizoíto. É a forma encontrada nos tecidos extracelulares desaparecem do sangue e há uma
(musculares esquelético e cardíaco, nervoso, retina), diminuição da multiplicação intracelular. Os
geralmente durante a fase crônica da infecção. Se parasitos resistentes evoluem para a produção de
multiplicam lentamente (bradys = lento) dentro do cistos.
cisto por endodiogenia ou endopoliginia. A parede do  Esta fase cística, juntamente com a diminuição dos
cisto é resistente e elástica, isolando os bradizoítos da sintomas, caracteriza a fase crônica.
ação do sistema imune do hospedeiro. São mais  Esta fase pode durar por muito tempo ou, por
resistentes à passagem pelo estômago que os mecanismos ainda não totalmente esclarecidos
taquizoítos e podem permanecer viáveis por vários (diminuição da imunidade, alteração hormonal,
anos nos tecidos. etc.) poderá haver reagudização, com
Oocisto. É a forma de resistência que possui uma sintomatologia semelhante à primoinfecção.
parede dupla bastante resistente às condições do meio
ambiente. São produzidos nas células intestinais dos
felinos não imunes e são eliminados ainda imaturos
junto com as fezes. Após a esporulação no meio
ambiente, cada oocisto contém dois esporocistos, cada
um com quatro esporozoítos.
Fase sexuada Transmissão
✓ Ocorre somente nas células epiteliais do intestino O homem adquire a doença por três vias principais:
de gatos e outros felinos jovens (não imunes). São - Ingestão de oocistos presentes em jardins, caixas de
por isso considerados hospedeiros definitivos. areia, latas de lixo ou disseminados mecanicamente
✓ Assim, o gato não imune se infecta ingerindo por moscas, baratas, minhocas, etc.
oocistos, taquizoítos ou cistos tissulares (quem - Ingestão de cistos tissulares encontrados na carne
sabe comendo um rato?), desenvolverá o ciclo crua ou mal cozida, especialmente de porco e de
sexuado. carneiro. O congelamento a 0oC e o cozimento acima
✓ Os esporozoítos, bradizoítos ou taquizoítos, ao de 60oC mata os cistos na carne.
penetrarem no epitélio intestinal do gato sofrerão - Congênita ou transplacentária: cerca de 40% dos
um processo de multiplicação por endodiogenia e fetos pode adquirir a doença se a mãe estiver na fase
merogonia, dando origem á vários merozoítos. aguda da doença durante a gestação.
✓ Alguns merozoítos penetrarão em novas células Vias de infecção do feto:
epiteliais e se transformarão nas formas sexuadas Transplacentária;
masculinas e femininas: os gametócitos, que após Rompimento de cistos no endométrio (útero);
um processo de maturação se transformam no Taquizoítos livres no líquido amniótico.
gameta masculino móveis (microgameta) e no
feminino imóvel (macrogameta).
✓ O macrogameta permanece dentro da célula Diagnóstico
epitelial enquanto os microgametas móveis irão Clínico: difícil, porque as maioria das infecções é
sair da sua célula e fecundar o macrogameta, assintomática ou se confunde com sintomas de outras
formando o ovo ou zigoto. doenças.
✓ Este evoluirá dentro do epitélio, formando uma Laboratorial:
parede externa dupla, resistente, dando origem ao Demonstração do parasito:
oocisto. Obtida na fase aguda em exsudados, liquor, sangue,
✓ A célula epitelial se rompe e os oocistos são leite, etc. a forma encontrada é o trofozoíto, melhor
liberados na luz do intestino e levados ao meio evidenciado após centrifugação. Estes métodos não
ambiente pelas fezes, e num período de quatro são utilizados na rotina.
dias, ficará maduro com dois esporocistos com Na fase crônica, a demonstração do parasito é feita
quatro esporozoítos cada. através da biópsia de tecidos diversos contendo os
✓ O gato jovem é capaz de eliminar oocistos por um cistos. O material obtido pode ser inoculado em
mês, aproximadamente. O oocisto, em boas camundongos ou usado para exame histopatológico.
condições de umidade e temperatura e em local Apesar de raramente empregado, quando utilizado, a
sombreado, é capaz de se manter infectante por dificuldade freqüente é a diferenciação com outros
cerca de 12 a 18 meses parasitos que formam cistos, como Sarcocystis e
Histoplasma

Tratamento
Só eficaz na fase aguda, não existindo uma droga eficaz
na fase crônica da doença. Os medicamentos só agem
nas formas proliferativas, e não nos cistos tissulares.
Pirimetamina com sulfadiazina ou sulfadoxina.
Uma estudante de farmácia

Construção Histórica das políticas de → Precárias condições de vida e de trabalho das


populações urbanas, surgimento de movimentos
saúde no Brasil. operários que resultam em embriões de legislação
trabalhista e previdenciária.
A Constituição federal de 1988, deu nova forma à
→ Quadro sanitário era caótico, devido a inexistência
saúde no Brasil, estabelecendo-a como Direito
de um modelo sanitário, deixando as cidades
universal. A saúde passou a ser dever constitucional de
favoráveis a epidemias.
todas as esferas do governo, sendo que antes era
→ Predominavam-se as doenças transmissíveis,
apenas da união e relativo ao trabalhador segurado. O
grandes epidemias e doenças pestilenciais, frutos
conceito de saúde foi ampliado e vinculado as politicas
da imigração, migração e das precárias condições
sociais e econômicas. A assistência concebida de forma
de saneamento básico:
integral (preventiva e curativa). Definiu-se a gestão
Febre amarela, Varíola, Tuberculose, Sífilis e
participativa como importante inovação, assim como
endemias.
comando e fundos financeiros únicos para cada esfera
de governo. (Brasil,1988) Rodrigo Alves presidente do Brasil, nomeou Oswaldo
Cruz como diretor do departamento federal de saúde
Como era antes do sus? pública, que se propôs erradicar a epidemia de febre
A vinda da corte portuguesa para o Brasil em 1808 amarela no Rio de Janeiro.
determinou mudanças na administração publica
colonial, até mesmo na área da saúde. Nesse mesmo período um fato marcante
aconteceu: A Revolta da Vacina, desencadeada
 A cidade do Rio de Janeiro tornou-se centro das pela lei federal 1.261/1904 que tornava-se
ações sanitárias. Era necessário então criar obrigatória a vacinação contra a varíola.
rapidamente centros de formação de médicos.
 Assim, por ordem real, foram fundadas as
academias medico-cirúrgicas no RJ e BA na O nascimento da previdência social.
primeira década do século XIX, que logo foram
transformadas nas duas primeiras escolas de
medicina do país.

A vinda da família real para o Brasil, criou a


necessidade da organização de uma estrutura sanitária
mínima, capaz de dar suporte a quem se instalava na
cidade do RJ.
✓ A acumulação capitalista advinda do comercio
Início das republicas exterior tornou possível o inicio do processo de

(Republica velha 1889-1930) industrialização no país, que se deu principalmente


no eixo Rio-SP.
• Esse processo foi acompanhado de uma
A proclamação da república, em 1889, foi moldada na urbanização crescente e da utilização de
ideia de modernizar o Brasil. A necessidade urgente de imigrantes, especialmente europeus (italianos e
atualizar a economia e a sociedade com o mundo portugueses..), como mão de obra nas
capitalista mais avançado favoreceu a redefinição dos indústrias.
trabalhadores brasileiros como capital humano. Os operários na época não tinham quaisquer
garantias trabalhistas, como: Férias, Pensão,
→ O cenário político econômico girava em torno da
aposentadoria e jornada de trabalho definida.
instalação do modo de produção capitalista,
• Em função das péssimas condições de trabalhos
surgindo as primeiras industrias.
existentes e da falta de garantia de direitos
trabalhistas, o movimento operário organizou
Uma estudante de farmácia

duas greves gerais no país, uma em 1917 e Em 1933, as CAPS foram unificadas e foi criados os
outra em 1919. institutos de aposentadoria e pensões (IAPS),
• Através desses movimentos, os operários garantindo benefícios assegurados aos associados:
conseguiram a conquistar alguns direitos
✓ Aposentadoria;
sociais.
✓ Pensão em caso de morte;
Em 24 de janeiro de 1923, foi aprovado pelo ✓ Assistência medica hospitalar;
congresso nacional a lei Elói Chaves, marco inicial ✓ Socorros farmacêuticos, mediante indenização
da previdência social no Brasil. Através dessa lei pelo preço do custo acrescido das despesas de
foram instituídas as caixas de aposentadoria e administração.
pensão (CAPS)
Em 1941, aconteceu a I Conferência Nacional de
Características do CAPS saúde, e a criação do serviço especial de saúde
 Aposentadoria e pensões; pública. Ocorreu durante a segunda guerra
 Por instituições ou empresas; mundial como consequência do convenio firmado
entre os governos brasileiros e norte-americano
 Serviços funerários, socorro médico
em 1942.
para a família, medicamento por preço
especial;
 Assistência por acidente de trabalho;
 Financiamento e gestão: Trabalhador e xsd
empregado;
 Assistência médica para o empregado e
família.

Atenção:
1. Primeira CAP -> Ferroviários e
Segunda CAP -> Marítimos.
2. Não esqueça: Era por empresa;
3. O Estado não participada do financiamento das
CAPS, logo, o financiamento era bipartite!

A crise do café e a crise da politica velha republica


desencadearam um golpe de estado conhecido como
Revolução de 30. A indústria passou a ser o maior
responsável pelo maior acúmulo de capital.

“O Primeiro governo Vargas foi reconhecido pela


literatura como um marco nas configurações de
politicas sociais no Brasil. As mudanças institucionais
que ocorreram, a partir de 1930, moldaram a politica
pública brasileira , estabelecendo um arcabouço
jurídico e material que conformaria o sistema de
proteção social até um período recente (CAMPOS E
FERREIRA, acesso em: 29/02/2020)
Uma estudante de farmácia
FARMACOTECNICA II

SISTEMAS DISPERSOS O Fármaco é solúvel, o sistema é homogêneo; As


partículas não sedimentam, pois a solução instável. Não
→ Materiais sólidos, líquidos e gasosos distribuem-se pode ser observada no microscópio, um exemplo é a
dentro de outros materiais sólidos, líquidos ou solução aquosa de NaCl
gasosos, formando sistemas homogêneos ou
heterogêneos. DISPERSÃO COLOIDAL
→ A formação do sistema homogêneo, heterogêneo
depende de: Solubilidade > Características físico- É homogêneo a olho nu, e heterogêneo ao microscópio,
químicas do fármaco. E do tamanho das partículas não forma sedimento, dispersão de nanopartículas,
dispersas ao meio. polímeros. (Carbopol, natrosol...)
→ Soluções: Homogêneo/ Suspensões: Heterogêneos
VANTAGENS DO SISTEMA COLOIDAL:
DISPERSÃO
 Quanto menor o tamanho da partícula menor a
influencia da gravidade sobre ela;
 Apesar de ser um sistema disperso é um sistema
estável.
 Pode haver sistemas dispersos do tipo:
Solido/liquido: Suspensões
Liquido/liquido: Emulsões cosméticas e
farmacêuticas
Liquido/sólido-gás: Aerossóis
Sólido/Liquido: Pós, comprimidos..

DISPERSÕES FINAS E DISPERSÕES GROSSEIRAS

Uma dispersão consiste em um sistema em que a ✓ Sistemas heterogêneos.


✓ Partículas se sedimentam em função do tempo e da
substância A está em forma de pequenas partículas,
gravidade.
distribui uniformemente sobre a substância B. ✓ Suspensão e emulsões de uso cosmético e
A substância A será a fase dispersa do sistema> partícula. farmacêutico.
E a substância B será a fase dispersante do sistema>
Veiculo. COLOIDE LIOFÓBICO:

Fase dispersa: Interna/ Fase dispersante: Externa. → Não possui afinidade pelo solvente, um exemplo
comum é: água e óleo.
DE ACORDO COM O TAMANO DA FASE → Não tem afinidade pelo sistema.
DISPERSA... → Sistema termodinamicamente instável.
→ Alteram pouco a viscosidade do sistema,
independente da concentração.

COLOIDE LIOFILICO

→ Possui afinidade pelo solvente.


→ Possui afinidade pelo meio dispersante.
→ Forma dispersão estável.
→ Aumenta a viscosidade do sistema dependente
da concentração.
→ Dispersa espontaneamente na fase dispersante.

SOLUÇÕES VERDADEIRAS
Uma estudante de farmácia
FARMACOTECNICA II

METODOS DA DISPERSÃO: POTENCIAL ZETA : ESTABILIDADE DO


SISTEMA.
1) Método de dispersão (top down): quebra de
partículas grosseiras em partículas de dimensões
coloidais empregando métodos físicos.
2) Método da condensação (bottom-up): síntese
de partículas coloidais baseada nos arranjos
formados átomos a átomos, moléculas a
moléculas de uma maneira controlada.

ESTABILIDADE DOS SISTEMAS COLOIDAIS:

COLOIDES LIOFÓBICOS

• Superfícies adquirem cargas em meio aquoso;


• Dissociação de íons: substâncias iônicas – cargas
através da dissolução desigual dos íons de carga
oposta (Ex: IAg = I- + Ag+)
• Ionização: ionização de cargas de superfície,
dependente do pH
• Adsorção de íons: Adsorção desigual de íons de
cargas opostas (agentes tensoativos)

A DUPLA CAMADA ELÉTRICA – ESTABILIDADE DOS • Potencial zeta abaixo de determinado valor /30
SISTEMAS COLOIDAIS: mv/ = coagulação
▪ Carga da superfície influencia distribuição das cargas • Estabilidade de partículas (maior valor em
do meio, formação de dupla camada elétrica na módulo da carga superficial das partículas, maior
interface da partícula com o meio estabilidade)
• Alta Estabilidade: Valor de potencial zeta maior
do que -30mV ou +30 mV.

FATORES QUE INFLUENCIAM NO POTENCIAL


ZETA:

 PH.
 Força iônica do meio: maior força iônica do meio leva
a compressão da dupla camada e diminui o potencial
zeta.

TIPOS DE GÉIS:
▪ Potencial zeta: diferença de potencial entre a
superfície da camada interna e a região eletro neutra.  Gelificação de sóis liofóbicos (géis bifásicos): sóis
▪ Carga da partícula; liofóbicos floculados onde gel pode ser considerado
▪ Interação com membranas biológicas; um flóculo continuo. Exemplo: gel de hidróxido de
▪ Estabilidade dos sistemas dispersos. alumínio e magnésio.
Uma estudante de farmácia
FARMACOTECNICA II

 Geleificação de sóis liofílicos: Macromoléculas TÉCNICA DE PREPARO DOS GÉIS :


distribuídas uniformemente na fase dispersante (géis
monofásicos). • Fase crucial: manuseio e hidratação do polímero
 Polímeros sintéticos: Pesar os agentes conservantes e solubilizá-los no
 Carbômero veículo
 Derivados de celulose (Natrosol) Polvilhar o agente geleificante sobre o veículo, sob
Aumento da concentração da macromolécula: agitação vigorosa
aumento da viscosidade do gel. Caso haja formação de grumos, dispersar com
agitação ou trituração
Adicionar agente alcalinizante quando necessário,
após dispersão completa do polímero
Incorporar os ativos, misturando até homogeneizar

TIPOS ESPECIAIS DE FLOCULADO DE SÓIS


LIOFÓBICOS

Coloides hidratados cuja estrutura dos cristais apresenta-


se como placas chatas. Exemplo: bentonita, silicato de
alumínio e magnésio (Veegum), caulim.

GELIFICAÇÃO IN SITU

Géis mantidos por ligações intermoleculares muito


fracas, transição de sol-gel ocorre em função de agente
externos com pH, temperatura.
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FARMACOTECNICA II

Polímero Incompatibilidades Concentrações pH de


usuais (%) estabilização

Carbômero - Polímeros 0,5 – 1,0 5-11


Carbopol catiônicos, ácidos
fortes, eletrólitos

Carboximetilcelulose Sais de ferro, 4,0 – 6,0 2-10


alumínio, zinco,
gelatina, pectina,
colágeno

Hidroxietilcelulose - Soluções salinas 0,1 – 3,0 2-12


Natrosol

Metilcelulose Parabenos e ácidos 2,0 – 5,0 3-11


mineirais
Uma estudante de farmácia
TOXICOLOGIA

CONCEITOS BÁSICOS:
TOXICOLOGIA: INTOXICAÇÃO:
→ É a ciência que estuda os efeitos nocivos causados Processo patológico causado pelo agente tóxico e é
pelas substâncias químicas e agentes físicos ao caracterizado pelo desequilíbrio fisiológico, consequente
interagirem com o organismo vivo. de alterações bioquímicas, o processo é evidenciado por
sinais e sintomas.
ÁREAS DE ATUAÇÃO DA TOXICOLOGIA:

Ambiental: Estuda os efeitos nocivos causados por FATORES DETERMINANTES DA INTOXICAÇÃO:


substancias químicas presentes no macroambiente, local  A via de acesso do agente ao organismo.
onde se vive. (Ar, solo, água...)  As propriedades físico-químicas do agente tóxico.
Ocupacional: Estuda os efeitos nocivos causados por
 O estado fisiopatológico do individuo exposto,
substancias químicas presente no ambiente de trabalho.
particularmente no que diz a respeito das
Medicamentos: Estuda os efeitos adversos que os
funções cardíacas, hepáticas e renais.
medicamentos podem causar.
Social: Os efeitos adversos causados pelo uso de drogas
INTOXICAÇÃO AGUDA X INTOXICAÇÃO CRONICA:
decorrente da vida. (Álcool, nicotina...)
Alimentos: Estuda os efeitos nocivos decorrentes da Intoxicação aguda: Decorre de um único contato, ou
utilização de aditivos e da presença de resíduos vários contatos decorrentes no período de 24 horas. Os
contaminantes. ( Corante, edulcorante, agrotóxicos...) efeitos surgem em imediato ou no período de 2 semanas
Agente toxico, toxicante ou xenobiótico: é uma substancia após o contato.
de estrutura química definida ou agente físico que Intoxicação Crônica: Resulta da exposição prolongada e
interage com o organismo causando um efeito nocivo. repetitiva a doses cumulativas do agente toxico, num
Toxicidade: é a capacidade ou propriedade potencial que período prolongado, geralmente maior que 3 meses. Os
as substancias químicas possuem de produzirem efeitos efeitos podem aparecer em meses ou anos.
nocivos ao organismo, pode causar toxicidade
independente da quantidade em contato. FASES DA INTOXICAÇÃO.
FATORES QUE INTERFEREM NA T OXICIDADE: É DIVIDIDA EM 4 FASES:

 Ao próprio agente químico, solubilidade e → Fase de exposição: é a fase que a superfície


volatilidade. -> Físico-químicas. interna ou externa do organismo entra em
 Ao organismo: Fatores genéticos, idade, sexo, contato com o agente tóxico. (Via inalatória, via
estado nutricional.
oral, digestiva e transdermica.)
Aumenta a penetração ou diminui no organismo.
Idade podemos comparar a infância X velhice, NÃO EXISTE VIA PRINCIPAL.
onde são as duas idades que possui mais → Fase toxicocinética: Inclui todos os processos
sensibilidade a intoxicação, devido a diminuição envolvidos na intoxicação, desde a
e a maturação das enzimas presentes no disponibilidade, concentração do agente tóxico
organismo. nos diferentes tecidos do organismo até a
 Ao ambiente, levamos em consideração a biotransformação, absorção, distribuição e
temperatura e a pressão.
excreção do agente tóxico.
 Exposição ao agente toxico: Tempo de exposição
X frequência; (Concentração X tempo); via de → Fase toxicodinâmica: interação do agente tóxico
administração. com seus sítios de ação específicos ou não, e o
aparecimento do desequilíbrio fisiológico.
AÇÃO TÓXICA X ANTÍDOTO
→ Fase Clínica: é a fase em que há evidências de
Ação tóxica: É o mecanismo pelo qual o agente tóxico sinais e sintomas, ou ainda alterações
causa seu efeito. patológicas detectáveis mediante provas
Antidoto: é uma substancia empregada para antagonizar diagnósticas.
o efeito do agente tóxico.
Uma estudante de farmácia
TOXICOLOGIA

SINAIS CLÍNICOS DA INTOXICAÇÃO: MECANISMOS DE ABSORÇÃO

 A intoxicação é o conjunto de sinais e sintomas que  Transporte ou difusão passiva: nesse mecanismo o
demonstra o desequilíbrio orgânico promovido pela agente tóxico atravessa a membrana celular apenas
ação de uma substância tóxica. por apresentar características físico-químicas
 É um estado patológico do organismo frente à semelhantes a da mesma, sem necessidade de
presença de uma dada concentração de um agente estruturas transportadoras.
tóxico.  obedece ao gradiente de concentração, substância
tende a sair do meio mais concentrado para o menos
CATEGORIAS DE SINAIS CLÍNICOS: concentrado;
 sofre influência do pka do agente tóxico e pH do
→ os sinais clínicos localizados aparecem ao nível da
meio, isto é, substâncias que se encontram sem carga
primeira barreira vencida pelo tóxico, como pulmões
tem absorção facilitada (substâncias
e pele;
ácidas/substâncias básicas);
→ os sinais clínicos sistematizados referem-se a cada
 não apresenta gasto de energia (não necessita de
uma das etapas posteriores do caminho da
estruturas especializadas em transporte);
substância nociva no organismo.
 não sofre saturação (todo agente tóxico tende a ser
absorvido independente de sua concentração).
INTERAÇÕES ENTRE SUBSTÂNCIAS :
• Transporte ativo: mecanismo no qual o agente tóxico
A exposição a várias substâncias pode vir a causar efeitos é transportado para o interior da célula através da
diferentes daqueles que seriam provocados por apenas ação de estruturas presentes na membrana dessa
uma. Esse comportamento pode ser fruto da interação célula, especializadas em transporte. Essas estruturas
dessas substâncias. Esses efeitos podem manifestar-se de recebem o nome de carreadores de membrana.
3 modos: • não obedece ao gradiente de concentração, é
dependente do número de carreadores e sua
 Efeito aditivo: efeito final é a soma dos efeitos eficiência;
isolados de cada substância. • ocorre consumo de energia da célula, pois para
 Efeito sinérgico: efeito final é maior que a soma dos exercerem sua função eles devem apresentar
efeitos isolados da cada substância. Aqui uma mudança estrutural e essa necessita de energia para
substância intensifica o efeito de outra. ocorrer;
 Efeito antagônico: uma substância apresenta efeito • o transporte ativo não sofre influência do pka do
contrário ao de outra substância. agente tóxico e do pH do meio;
• esses carreadores sofrem saturação, isto é, podem
TOXICOCINÉTICA parar de exercer o transporte em quantidades muito
é o estudo da relação entre a quantidade de um agente grandes do agente tóxico por falta de energia.
tóxico que atua sobre o organismo e a concentração dele •
no plasma, relacionando os processos de absorção,
distribuição e eliminação do agente, em função do tempo. DISTRIBUIÇÃO

→ Depois que a substância química é absorvida ela


→ O efeito tóxico é geralmente proporcional à
passa através do sangue por todo o organismo,
concentração do agente tóxico no plano do sítio de
causando os efeitos nocivos especialmente nos
ação, denominado também tecido-alvo.
órgãos alvo.
→ ABSORÇÃO - a passagem de uma substância
→ A distribuição é dependente dos fatores abaixo:
química do meio externo para a circulação
-fluxo sanguíneo e linfático
sanguínea. Assim sendo a absorção torna-se o
-fixação às proteínas plasmáticas
principal processo associado à intoxicação.
-diferença entre o pH dos diferentes tecidos
-coeficiente de partição óleo/água.
Uma estudante de farmácia
TOXICOLOGIA

→ Podemos estimar a distribuição de um agente tóxico Quanto maior o tempo de meia -vida mais
através do volume de distribuição (Vd), o qual é lentamente será biotransformado o ag ente
definido como sendo volume aparente que recebe tóxico.
de maneira homogênea o agente tóxico absorvido.
Pode ser calculado como segue:
EXCREÇÃO OU ELIMINAÇÃO
saída do agente tóxico do organismo.
Vias de excreção:
via renal
via hepática
via respiratória
BIOTRANSFORMAÇÃO
outras vias:
→ é um conjunto de reações que tem como finalidade cabelo, unha, saliva, lágrima, suor e leite materno
alterar a estrutura da molécula do agente tóxico de
forma a facilitar a sua eliminação. → Podemos avaliar a eliminação através de um ente
→ O principal órgão responsável pela biotransformação matemático conhecido como Clearance (Cl) ou
é o fígado, porém, esta ocorre em outros órgãos Depuração.
como rins, intestino, sistema nervoso, etc. Em todos → A maioria das substâncias apresenta velocidade de
esses órgãos o processo é realizado por enzimas. eliminação diretamente proporcional à sua
Como a biotransformação é dependente de enzimas, concentração (eliminação de primeira ordem).
o processo sofre influência dos fatores abaixo: • Pode-se calcular o Cl de maneira simples para uma
Fatores internos: estimativa de eliminação.
• Genética; Cl = dose
• sexo; ASC
• idade; ASC = área sob a curva de concentração plasmática
• temperatura corporal; versus tempo.
• estado nutricional;
• estado patológico.
As curvas de concentração plasmáticas
→ Fatores externos: entre os fatores externos temos as
substâncias que atuam sobre os sistemas enzimáticos versus tempo podem ser de 2 tipos:
inibindo-os ou ativando-os. Essas substâncias são os
CURVA A
inibidores ou indutores enzimáticos.

• A biotransformação pode ser estimada através do Concentração plasm.


cálculo do tempo de meia-vida (T1/2) do agente
tóxico.
O tempo de meia-vida é o tempo necessário para
que a concentração do agente tóxico se reduza à
metade.
O tempo de meia-vida pode ser calculado de duas
maneiras:
T1/2 = 0,7 x Vd ou T1/2 = 0,7
Cl kel
tempo
Vd = Volume de distribuição;
Cl = Clearance ou depuração;
kel = constante de eliminação. (A) curvareferente a exposição endovenosa,
onde observamos apenas a fase de
eliminação (reta descendente).
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TOXICOLOGIA

Toxicodinâmica

CURVA B
 A Toxicodinâmica é o estudo da natureza da ação
tóxica exercida por substâncias químicas sobre o
sistema biológico, sob os pontos de vista bioquímico
e molecular.
Concentração plasm.
→ Seletividade de ação:
Os agentes tóxicos produzem seus efeitos alterando
as condições fisiológicas e bioquímicas normais das
células.
Agentes não seletivos: Alguns compostos do tipo
ácido ou base atuam indistintamente sobre qualquer
órgão, causando irritação e corrosão nos tecidos de
contato.
 Seletivos: outros compostos são mais específicos no
tempo seu modo de ação e causam danos a um tipo
específico de órgão ou estrutura, chamado estrutura-
(B) curva referente aos outros tipos de exposição alvo, sem lesar outros.
(pulmonar, digestiva, cutânea), onde observamos Essas estruturas-alvo frequentemente são moléculas
as fases de absorção (reta ascendente), proteicas que exercem importantes funções no
distribuição (reta paralela ao eixo das abscissas) organismo tais como enzimas, moléculas
e eliminação (reta descendente). transportadoras. canais iônicos e receptores.
→ A seletividade de alguns compostos decorre
 O cálculo para ASC das curvas acima mencionadas de dois fatores:
emprega as fórmulas relacionadas as figuras 1. o agente é equitóxico a diversos órgãos, mas é
geométricas triângulo (A) e trapézio (B). Essas acumulado principalmente em determinados órgãos;
fórmulas são apresentadas abaixo: 2. reage regularmente com um componente citológico
ou bioquímico que está ausente ou não desempenha
ASC = b x h função relevante num órgão.
2

ASC = (B + b) x h Mecanismos gerais


2
 Interações de agentes tóxicos com receptores.
Ex: nicotina que ativa os receptores colinérgicos
provocando aumento da ação colinérgica e a d-
Onde:
tubocurarina que bloqueia esses receptores levando
b = base
a falta de ação colinérgica.
B = base maior
h = altura  Interferências nas funções e membranas excitáveis.
b = base menor Ex: tetrodotoxina, derivada de gônadas, fígado e pele
de peixe da família Tetrodontidae, que bloqueia os
Quanto maior o valor do clearance mais canais de sódio, situados nas membranas axônicas,
rapidamente o agente tóxico será retirado da impedindo as trocas iônicas.
corrente sanguínea.  Inibição da fosforilação oxidativa
Pode ocorrer por 4 mecanismos:
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TOXICOLOGIA

• bloqueio do fornecimento de oxigênio aos


tecidos.
Nos estudos de Toxicodinâmica são determinados índices
Ex: conversão da hemoglobina em
importantes como dose efetiva (DE) e dose letal (DL)
metemoglobina pelos nitritos, a utilização de empregados no cálculo da Margem de Segurança (MS).
oxigênio pelos tecidos é bloqueada pelo cianeto,
sulfeto e azida, por causa da sua afinidade ao Também podemos avaliar a toxicidade de uma agente
citocromo oxidase. tóxico através de um tipo de curva denominada Curva
dose-resposta graduada, a qual é aplicada a qualquer tipo
• inativação de enzimas específicas do processo.
de substância. Neste tipo de curva avalia-se a extensão dos
Por exemplo, a rotenona que age sobre enzimas
efeitos em função da concentração do agente tóxico.
específicas na cadeia transportadora de
elétrons.
• bloqueio da fosforilação oxidativa.
Os compostos nitrofenóis são exemplos deste
mecanismo.
• Inibição do Ciclo de Krebs ou do Ácido
Tricarboxílico.
Exemplo desse efeito é o fluoracetato de sódio.
→ Complexação com biomoléculas

 Componentes enzimáticos.
Ex: os inseticidas organofosforados inibem
irreversivelmente a acetilcolinesterase, o
monóxido de carbono se fixa a hemoglobina
inibindo o transporte de oxigênio aos tecidos,
além de combinar-se com o citocromo oxidase.
 Proteínas. Ex: paracetamol, promovem
diminuição significativa de glutationa no
organismo o que impede que esta participe da
eliminação de outras substâncias.
 Lipídeos. Ex: Tetracloreto de carbono formam
radicais livres (molécula eletrofílica e reativa)
que participam da peroxidação de lipídeos.
 Perturbação de homeostase cálcica. Ex:
nitrofenóis, quinonas, peróxidos, aldeídos,
dioxinas, alcanos e alcenos halogenados e
alguns íons metálicos, possuem a propriedade
de desequilibrar a homeostase de cálcio.
Introdução:
✓ Nictúria: Aumento urinário noturno.
Urina: Inicio da analise laboratorial, (cor, turvação, ✓ Oligúria: diminuição do volume urinário (400 mL)
odor, volume, teste da formiga...) ✓ Piúria: presença de pûs na urina
Vantagens: Amostra de obtenção rápida, fácil ✓ Poliúria: Aumento volume diário médio.
coleta, informações por exames simples e barato. ✓ Proteinúria: Presença de proteína na urina.

Formação e composição da urina: Sufixo Emia: relativo a sangue.

• Formada continuamente nos rins:


✓ Uremia: Ureia/Sangue
Ultrafiltrado do plasma.
✓ Glicemia: Glicose/sangue.
• Volume médio: 1200mL/dia.
→ Composição:
✓ Calculo renal
Maior parte: água + elementos dissolvidos.
✓ Diálise renal: Remoção de resíduos.
Ureia, substancias orgânicas como: Creatinina,
✓ Diurese: Quanto de urina está sendo eliminado.
ácido úrico.
✓ Diurético: Aumento da eliminação urinaria.
Substancias inorgânicas: Cloro, sódio e Potássio.
✓ Micção: Urinar
 Interferências: Hábitos alimentares, atividade
✓ Nefrite: Inflamação
física, metabolismo, função endógena.
 Anormais: Muco, células, cristais, bactérias... Uroanálise:
Análise física, química e microscópica da urina.

Volume Coleta e manipulação das amostras


▪ Depende da concentração de água excretada.
• Técnicas de biossegurança: Luvas, jaleco e
(hidratação do indivíduo).
óculos de proteção.
▪ A água ingerida é eliminada através da urina, suor.
• Amostras coletadas em recipiente LIMPO e
▪ Débito urinário médio: 1200-1500 mL/dia
SECO (tampa de rosca, frascos estéreis,
▪ Faixa normal: 600 a 2000mL/dia.
bolsas...)
▪ Influências: Ingestão de líquidos, perda (suor),
• Identificação do paciente: Nome, data, hora
queimaduras, ação do hormônio antidiurético...
da colheita (no frasco)
• Amostra entregue imediatamente ao
laboratorio e analisadas em 1 hora ou
Terminologias importantes conservadas adequadamente (refrigeração 4-
8°C) bacteriostatico congela a bacteria em ate
Sufixo úria: Relativo a urina meia hora.
✓ Anúria: Ausência – de 100mL/dia.
✓ Cetonúria: Cetonas, presença de corpos cetonicos
na urina. Alterações em amostras não
✓ Disúria: Dor, ardor para urinar.
✓ Glicosúria: Presença de glicose na urina. conservadas:
✓ Hematúria: Hemácias na urina.
✓ Hiperestenúria (>1,010) → Mantidas em temperatura ambiente + de 1
✓ Hipoestenúria (<1,010) Densidade da urina. hora:
1° da manhã 1015-1025 • Aumento do PH: Uréia é degradada em
✓ Isoestenúria (=1,010)
amônia.
• Diminuição da glicose: Glicolise.
• Diminuição das cetonas: Volatização
• Diminuição da bilirrubina: sensível a luz.
• Diminuição urobilinogênio: Oxida urobilina. Após a colheita retirar o saco e fechar colando
• Aumenta nitrito: Redução do nitrato por metade do adesivo da outra metade.
bacterias. Se o bebê não urinar no espaço de 30 minutos
• Aumento do número de bactérias. o saco deve ser substituído e todo
• Aumento da turvação procedimento repetido.
• Desintegração de hemácias e cilindros.
• Alteração da cor. (altera metabolitos)
Hemácias: estruturas arredondadas,
refringentes, com halo central.
Instruções para coleta:
Mulheres:
Lavar as mãos com água e sabão;
Lavar a região genital, de frente pra trás com
água e sabão. (não enxugar)
Afastar os grandes lábios: Importante para que a
colheita seja feita diretamente do jato urinário;
Desprezar o 1° jato sem interromper a micção,
recolher apenas o jato intermédio para um frasco
estéril.
Evitar encher o frasco, fechar a tampa de rosca.
Entregar de imediato no laboratório ou preservar
na geladeira. Células epiteliais: Citoplasma abundante e
irregular, podem aparecer em aglomerados.

Homens:
Lavar as mãos com água e sabão.
Lavar a glande com água e sabão; não enxugar
Rejeitar o primeiro jato, recolher o jato
intermédio em um frasco estperil.
Evitar enxer o frasco, fechar a tampa de rosca.
Entregar de imediato ao laboratório ou
preservar na geladeira.

Cilindro hialino: Estrutura alongada, incolor, são


Bebês: melhores observadas em pequeno aumento e
luz difusa.
O adulto deverá lavar as mãos e fazer o
mesmo na zona genital do bebê, enxugar com
gaze estéril.
Aplicar o saco coletor: Meninos -> Pênis
introduzido na abertura do saco; deve ser
aplicada na metade superior do órgão genital.
Meninas -> Abertura do saco deve ser
aplicada na metade superior do órgão genital.
Leucocitos: Redondos, maiores que as hemácias,
contém granulos e núcleo lobulado.

Cilindro granuloso: Estrutura alongada com conteudo


granuloso no seu interior.

Cristais ácido úrico: Amarelo-acastanhado,


encontrados em úrina acida.

Cristais fosfato triplo: Formato de ‘tampa de caixão’


encontrados em urina alcalina.

Cristais oxalato de cálcio: Em formato de envelope,


mas pode aparecer em formato oval. Encontrados em
urinas acidas ou neutras.
Cristais ácido úrico

Cristais fosfato triplo

Cristais oxalato de cálcio

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