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1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 4
4.5 Bacitracina.......................................................................................... 10
1
6.3 Farmacogenética dos AINEs .............................................................. 20
7.1 Sinérgicos........................................................................................... 21
7.2 Antagonistas....................................................................................... 21
8 ANTIPARASITÁRIOS ............................................................................... 22
10.1 Niclosamida..................................................................................... 28
2
12 DROGAS CONTRA PROTOZOÁRIOS.................................................. 31
12.2 Metronidazol.................................................................................... 31
15 BIBLIOGRAFIA ...................................................................................... 43
3
1 INTRODUÇÃO
Prezado aluno!
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável -
um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em
tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que
lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.
Bons estudos!
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2 FARMACOLOGIA E TERAPÊUTICA VETERINÁRIA
Fonte: www.ibo3a.com.br
5
Terapêutica significa o tratamento para uma determinada doença pela
medicina tradicional, ou através de terapia complementar ou alternativa.
Não existe um medicamento isolado que seja suficiente para atender a todas
as necessidades terapêuticas. É irracional que se trate uma infecção viral com
medicamentos antibacterianos ou infecção bacteriana com medicamentos
antiparasitários. Contudo, os princípios da seleção e o uso dos antibióticos são
similares independentemente do agente infeccioso (BRUMBAUGH, 1987, apud
SANTOS et al, 2008, p. 3)
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médicas, uma vez que o arsenal terapêutico da medicina humana é, na maior parte
das vezes, compartilhado com a Medicina Veterinária.
Na hora de escolher o protocolo terapêutico adequado deve-se ter
conhecimento do tipo de infecção que acomete o animal (vírus, bactérias, fungos),
saber sua toxicidade, resistência e espectro de ação. (JONES et al. 1983; BLOOD et
al. 2002, apud SANTOS et al, 2008, p. 3).
Fonte: www.greenme.com.br
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Agentes que atuam nas subunidades ribossômicas 30S, causando inibição da
síntese proteica e atuando como bactericidas: Aminoglicosídeos (estreptomicina,
neomicina, amicacina e outros);
Agentes que afetam o metabolismo dos ácidos nucléicos: Rifamicinas e
quinolonas;
Antimetabólitos: Sulfonamidas e trimetoprim;
Análogos dos ácidos nucléicos: Agentes antivirais (zidovudina, ganciclovir,
vidarabina e aciclovir).
- Penicilinas
As penicilinas podem ser consideradas como antibióticos muito pouco tóxicos,
uma vez que atuam em uma estrutura que não existe nas células dos animais.
Entretanto, podem ocorrer reações alérgicas, embora sejam muito mais comuns na
espécie humana. Estas reações manifestam-se como reações cutâneas sem
nenhuma gravidade, mas podendo chegar até mesmo ao choque anafilático. As
reações alérgicas ocorrem com mais frequência com as penicilinas naturais que com
as sintéticas. Estas reações são raras na Medicina Veterinária, não sendo usual o
teste para reação alérgica a este antibiótico, nas espécies animais.
As penicilinas se distribuem por vários tecidos tendo dificuldade para atravessar
a barreira cérebro-sangue íntegra. Não são biotransformadas pelo organismo, sendo
eliminadas pelos rins.
Seu espectro de ação é variável conforme a base utilizada. Este espectro de
ação aumenta conforme a geração da base (penicilinas de segunda geração, como a
ampicilina, apresentam espectro de ação maior que as penicilinas de primeira geração
e assim por diante).
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- Cefalosporinas
Com aplicação limitada em Veterinária, em parte devido ao seu alto custo, estes
antibióticos apresentam características farmacocinéticas semelhantes àquelas das
penicilinas. São considerados antibióticos pouco tóxicos, embora a experiência clínica
em animais seja pequena.
4.3 Aminoglicosídeos
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4.4 Polimixinas
4.5 Bacitracina
4.6 Vancomicina
4.7 Tetraciclinas
São antibióticos de largo espectro de ação que agem inibindo a síntese proteica
dos microrganismos sensíveis. A resistência bacteriana á mediada por plasmídeos.
Há resistência cruzada entre o cloranfenicol e outros antibióticos, como os
macrolídeos e as lincosamidas. Estas drogas são metabolizadas no fígado e
eliminadas em conjugação com o ácido glicurônico, sendo que parte dela é eliminada
intacta pela urina, através de filtração glomerular (10% em cães e 20% em gatos).
Manifestações digestivas como vômitos e diarreia assim como reações alérgicas são
ocasionalmente descritas em cães e gatos.
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recebem estes antibióticos (macrolídeos). Em cães e gatos as lincosamidas são pouco
tóxicas, ocorrendo raramente vômitos e diarreias.
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5 AGENTES DE MECANISMOS DE AÇÃO NO QUIMIOTERÁPICOS
Fonte: puppyshow.com.br
5.1 Sulfas
5.2 Quinolonas
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é contraindicada para animais nesta faixa etária. Recomenda-se também, administrar
quinolonas com precaução a pacientes com insuficiência renal, uma vez que a maior
parte é excretada por esta via. Em tratamentos prolongados de cães (período superior
a três meses), têm-se relatado alteração da espermatogênese e/ou atrofia testicular.
Paralelamente, existem algumas interações medicamentosas dignas de nota
envolvendo as quinolonas. Quando administradas com metilxantinas, podem provocar
toxicidade do SNC (incluindo convulsões). Em conjunto com AINES, podem provocar
excitação do SNC. Além disso, antiácidos contendo Al, Mg, Ca, Zn e sucralfato, bem
como produtos à base de ferro, e multivitamínicos contendo Zn diminuem
significativamente a biodisponibilidade da quinolona.
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As sulfonamidas atuam sobre as bactérias através de inibição competitiva (ou
antagonismo metabólico) da diidropepteroato-sintetase, a enzima bacteriana
responsável pela incorporação de PABA ao ácido diidropteróico.
As sulfonamidas são bacteriostáticos de amplo espectro, sendo mais eficientes
no tratamento das infecções agudas, onde os mecanismos humorais e celulares de
defesa se mostram mais ativos, propiciando a remoção dos microrganismos
“inativados”. A sensibilidade bacteriana é variável em função da resistência, mas pode
atuar contra certos Gram-positivos (Streptococcus, Staphylococcus, Bacillus,
Clostridium e Nocardia), Gram-negativos (Salmonella, E. coli, Klebsiella, Enterobacter,
Pasteurella e Proteus), algumas rickettsias, protozoários (Toxoplasma e Eimeria) e
Nocardia; são descritos ainda na literatura possíveis efeitos sobre actinomicose,
actinobacilose e brucelose. Na prática, as sulfonamidas têm sido primariamente
indicadas para o tratamento de infecções cutâneas, gastrointestinais e urinárias.
A resistência bacteriana às sulfonamidas é, infelizmente, um fato comum e
crescente, principalmente decorrente de seu uso indiscriminado ao longo dos anos.
Os principais mecanismos desta resistência são:
Resistência natural: Bactérias que não necessitam sintetizar seu próprio ácido
fólico, podendo utilizar o folato pré-formado. Ex.: Gênero Leptospira;
Adaptação enzimática: Os microrganismos passam a utilizar vias metabólicas
alternativas para a obtenção de metabólitos essenciais, inativam a droga ou alteram
seus processos enzimáticos, determinando um aumento da síntese dos mesmos. A
seleção de cepas resistentes e a transferência mediada pelo fator R são os principais
mecanismos desta adaptação.
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6 FARMACOLÓGICAS DOS ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS
Fonte: petnanet.com.br
A casca do salgueiro (Salix Alba) foi utilizada por suas propriedades medicinais
durante muitos séculos por várias culturas no combate à febre. O primeiro relato de
suas propriedades foi feito em 1763 pelo reverendo Edmund Stone, em uma carta
para o presidente da Royal Society, em que descrevia as propriedades antifebris.
Leorux em 1829 isolou pela primeira vez em sua forma pura um ingrediente ativo da
casca denominado salicina. A salicina é um glicosídeo amargo que ao sofrer hidrólise
produz glicose e álcool salicílico. Em 1830, o ácido salicílico foi preparado pela
primeira vez a partir do álcool, sendo posteriormente sintetizado em 1860 por Kolbe e
Lautemann.
Em 1853 Hoffman, um químico da Bayer, foi o primeiro a preparar o ácido
acetilsalicílico, tendo como base o trabalho iniciado por Gerhardt. Em 1875, o uso foi
ampliado para tratamento sintomático da febre reumática. Notou-se que além do alívio
da dor e da febre, acontecia uma redução no edema articular, nessa época o
medicamente ainda era denominado ‘’antirreumático’’ pois a expressão anti-
inflamatória não existia. Em 1899, Dresser demonstrou os efeitos anti-inflamatórios e
introduziu definitivamente o ácido acetilsalicílico para a Medicina com o nome de
Aspirina.
Em 1884 foi sintetizada a fenazona, registrada com o nome de antipirina e mais
tarde, outros medicamentos do grupo pirazolônico foram desenvolvidos, como a
aminopirina, a melubrina, a metilmelubrina (dipirona) e a fenilbutazona. Todos esses
eram utilizados como analgésicos, antitérmicos e antirreumáticos. Em 1948 foi
descoberta a atividade anti-inflamatória da cortisona, e posteriormente os demais
constituintes desse grupo, como a hidrocortisona, prednisona e dexametasona, e só
a partir de então o termo Anti-inflamatório passou a ser empregado. Com isso
dividiram-se essas medicações em dois grandes grupos: os anti-inflamatórios
esteroidais ou hormonais e os anti-inflamatórios não esteroidais.
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Para entender seu mecanismo de ação é necessário primeiramente entender a
fisiologia natural do processo inflamatório.
Qualquer estímulo nocivo ao organismo, que seja o suficiente para iniciar o
processo inflamatório, gera a ativação de uma série de mediadores químicos que
atuarão principalmente em mecanismos vasculares e celulares (SPINOSA et al, 2006
apud MIDON, 2012, p. 21). Basicamente o processo inflamatório é classificado em
Agudo (com curta duração) ou em Crônico (duração indeterminada, nem sempre
apresentam os sinais clássicos), mas os eventos que desencadeiam ambos são os
mesmos.
Fonte: cienciasveterinarias.com
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7.1 Sinérgicos
Como pode ser visto acima, deduz-se que o uso do trimetoprim em ruminantes
é pouco efetivo, devido à sua rápida sua eliminação do plasma, embora os níveis
teciduais permaneçam por períodos um pouco maiores.
7.2 Antagonistas
São antagônicas das sulfas todas as drogas que possuam PABA ou moléculas
similares em suas fórmulas, das quais se destacam anestésicos locais, vitaminas do
complexo B, derivados da metilxantina (cafeína, teofilina e teobromina) e algumas
proteínas (p.ex. gelatinas e proteínas séricas).
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Anticonvulsivantes e digitálicos: São potencializados pela sulfa por serem
deslocados de suas ligações a proteínas plasmáticas;
Ferro e metais pesados: Incompatibilidade química (precipitação);
Mandelamina e ciclosporina: Aumentam o risco de nefrotoxicidade das sulfas.
8 ANTIPARASITÁRIOS
Fonte: caes-e-cia.com.br
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Eliminação do agente ou, o que é mais comum, manutenção de uma carga
parasitária a níveis toleráveis pelo hospedeiro, pois não há vermífugo que atue contra
todos os tipos de parasita e em todas as fases de seu desenvolvimento;
Prevenção da reinfestação.
Obs.: De maneira geral, a administração de antiparasitários é curativa em
carnívoros e profilática em grandes animais.
Parenterais: IM ou SC;
Intra-ruminal: Pode ser perigosa, pela possibilidade de desenvolvimento de
peritonite, embora os ruminantes tenham grande capacidade de “restringir” estas
infecções, reduzindo seu risco;
Oral: Indicada para equinos, animais de companhia e no tratamento massal de
aves, coelhos e suínos. Pode ser utilizada para bovinos, mas a dificuldade de
aplicação, sobretudo quando muitos animais devam ser tratados, limita o emprego
desta via;
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Transcutânea ou percutânea: Utiliza formulações do tipo spot-on ou pour-on.
Estas preparações contêm um veículo especial que permite a absorção da droga pela
pele. Apesar de mais caras, facilitam bastante a vermifugação de grandes rebanhos;
Bolus: Forma farmacêutica pouco utilizada no Brasil, consiste num comprimido
protegido por uma série de camadas que, sob ação dos microrganismos ruminais, vai
liberando lentamente a droga.
Hospedeiro:
Espécie e raça: Algumas espécies ou raças não podem receber determinadas
drogas, como é o caso dos cães Collie em relação à ivermectina;
Idade: Relaciona-se à maturidade dos sistemas enzimático e imunológico;
Carga parasitária;
Peso;
Estado fisiopatológico do animal.
Parasita: Resistência ao antiparasitário.
Fonte: meusanimais.com.br
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9.1 Benzimidazóis
9.3 Farmacocinética
25
9.4 Toxicidade / contraindicações
26
destas. Os cães podem apresentar como efeitos adversos vômito, diarreias, perda de
peso, letargia e, muito raramente, necrólise epidérmica tóxica, sobretudo quando se
faz tratamentos prolongados e com doses altas; animais da raça Dachshund são
particularmente mais sensíveis. Ata também como acaricida e fungistático. Pela sua
alta toxicidade, está em desuso atualmente.
Albendazol: Albendathor (V), Valbazen (V), Albendazol (H), Alben (H), Mebenix
(H) e Zentel (H);
Cambendazol: Cambendazole (V) e Cambem (H);
Fenbendazol: Drontal Plus (V), Equifen (V) e Panacur (V);
Flubendazol: Não possui apresentações comerciais no Brasil;
Mebendazol: Duprazol Susp. (V), Telmin (V), Mebendazole (H,V), Pantelmin
(H) e Necamin (H);
Oxfendazol: Synantic (V) e Systamex (V);
Oxibendazol: Equitac (V) Gelminthe (V) e Oxibendazole (V);
Parbendazol: Não possui apresentações comerciais no Brasil;
Tiabendazol: Bulvermin (V), Vermífugo Duprat (V), Foldan Pomada (H)
Thiabendazol (H) e Helmiben (H);
Tiofonato: Não possui apresentações comerciais no Brasil.
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10 DROGAS CONTRA CESTÓIDES
Fonte: acritica.com
10.1 Niclosamida
10.2 Praziquantel
10.3 Nitroscanato
10.4 Benzimidazóis
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11 DROGAS CONTRA TREMATÓDEOS
Fonte: pt.play-azlab.com
11.1 Nitroxinil
11.2 Rafoxanida
30
12 DROGAS CONTRA PROTOZOÁRIOS
12.2 Metronidazol
12.3 Pirimetamina
12.4 Amprólio
13 ONCOLOGIA VETERINÁRIA
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sucedida da terapêutica oncológica, proporcionado avanços à oncologia veterinária
nas últimas décadas (RODASKI; DE NARDI, 2008, apud MILHOLLI, 2018, p. 218).
13.2 Quimioterapia
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pode proporcionar a cura em determinados tipos de cânceres ou ser capaz de
promover a redução da massa neoplásica. Além disso, pode prolongar a sobrevida de
animais que apresentam doença metastática (DALECK; DE NARDI, 2016, apud
MILHOLLI, 2018, p. 220).
Atualmente, a gama de fármacos disponíveis, permite que cada paciente seja
tratado de forma individual, visto que uma mesma neoplasia pode ter comportamento
e metabolismo diferentes em cada animal (BILLER et al., 2016; MOORE;
FRIMBERGER, 2010, apud MILHOLLI, 2018, p. 220).
A quimioterapia clássica também conhecida como quimioterapia de dose
máxima tolerada, refere-se à administração de agentes quimioterápicos em altas
doses com o intuito de maximizar a morte de células tumorais, seguida por um período
de descanso para a recuperação de outras células que sejam sensibilizadas por estas
drogas, como as da medula óssea e do trato gastrointestinal (BILLER et al., 2016,
apud MILHOLLI, 2018, p. 220).
Os fármacos antineoplásicos possuem maior efeito em células que apresentam
intensa divisão mitótica, ou seja, células que estão multiplicando-se rapidamente. No
entanto, o ciclo celular de células tumorais, não é necessariamente mais curto que no
tecido saudável (RODASKI; DE NARDI, 2008, apud MILHOLLI, 2018, p. 220). Além
disso, a ação citotóxica dos quimioterápicos não diferencia células saudáveis de
células neoplásicas, sendo este o principal mecanismo causador de seus efeitos
colaterais (DALECK; DE NARDI, 2016; MOORE; FRIMBERGER, 2010, apud
MILHOLLI, 2018, p. 220). Embora as células neoplásicas possam exibir maior
suscetibilidade a toxicidade produzida pelos quimioterápicos, os períodos de intervalo
entre os tratamentos podem permitir o crescimento tumoral (BILLER et al., 2016, apud
MILHOLLI, 2018, p. 220).
Além disso, o desenvolvimento de mutações que gerem resistência aos
quimioterápicos, e o suprimento sanguíneo deficiente em tumores de grandes
proporções colaboram na falha terapêutica (MOORE; FRIMBERGER, 2010, apud
MILHOLLI, 2018, p. 220). No entanto, algumas células tumorais podem exibir
quimioresistência mesmo que ainda não tenham sido expostas a referida droga,
devido a um fenômeno denominado mecanismo de resistência a múltiplas drogas
(MRMD) (DALECK; DE NARDI, 2016, apud MILHOLLI, 2018, p. 220).
34
Os quimioterápicos são classificados conforme sua especificidade e efeitos
sobre o ciclo celular, e com base na sua estrutura química. Em geral, estes fármacos
agem principalmente durante a mitose, impedindo a formação do fuso mitótico, e na
síntese de DNA, por meio do bloqueio da disponibilidade de precursores, pelo
impedimento da transcrição do DNA ou sua lesão (RODASKI; DE NARDI, 2008, apud
MILHOLLI, 2018, p. 220).
Com o intuito de diminuir as reações secundárias a toxicidade e o
desenvolvimento de populações neoplásicas resistentes, criou-se o conceito de
poliquimioterapia, que consiste na utilização de fármacos antineoplásicos de forma
associada com o intuito de alcançar um efeito aditivo ou sinérgico, e assim aplicar
tratamento antitumoral a todas as células neoplásicas, principalmente as resistentes,
sem aumentar a toxicidade aos tecidos sadios (RODASKI; DE NARDI, 2008, apud
MILHOLLI, 2018, p. 220). Entretanto, deve-se escolher criteriosamente os fármacos a
serem associados, de forma que não apresentem toxicidade acumulativa (MOORE;
FRIMBERGER, 2010, apud MILHOLLI, 2018, p. 220), e que atuem em diferentes
fases do ciclo celular, para que o maior número de células neoplásicas possa receber
tratamento (DALECK; DE NARDI, 2016, apud MILHOLLI, 2018, p. 221). A
quimioterapia pode ser classificada em modalidades baseadas na sua finalidade
terapêutica. Quando esta é realizada previamente a uma outra modalidade de
tratamento, por exemplo, a cirurgia, e tem como objetivo reduzir a massa tumoral e
prevenir a ocorrência de metástases, recebe a denominação de quimioterapia
neoadjuvante. Por outro lado, a quimioterapia adjuvante consiste na associação da
quimioterapia após outra modalidade terapêutica que já tenha permitido o controle da
doença localmente, como forma de evitar ou minimizar os riscos de recorrência e
metástases, assim como oferecer uma maior sobrevida. Já a quimioterapia paliativa
não tem como finalidade a cura, mas oferecer para pacientes com neoplasias
avançadas e doença metastática a minimização dos sinais clínicos causados pelo
câncer (RODASKI; DE NARDI, 2008, apud MILHOLLI, 2018, p. 221).
13.3 Imunoterapia
35
(DALECK; DE NARDI, 2016, apud MILHOLLI, 2018, p. 223), a qual vem sendo
utilizada como proposta terapêutica em tumores altamente malignos e agressivos,
principalmente com o intuito de prevenir e controlar a doença metastática (BILLER et
al., 2016, apud MILHOLLI, 2018, p. 223).
A imunoterapia tem como objetivo atuar na modulação e otimização da
resposta imunológica, para que as células neoplásicas sejam reconhecidas e
destruídas (KENNEDY, 2010, apud MILHOLLI, 2018, p. 223). Esta modulação pode
ser induzida de forma ativa por meio da estimulação do sistema imune do paciente
para que este produza uma resposta contra o tumor, ou de forma passiva, pela
utilização de uma substância efetora, que agirá sobre a neoplasia (DALECK; DE
NARDI, 2016, apud MILHOLLI, 2018, p. 223).
O sistema imunológico detecta tumores por meio de antígenos específicos
associados aos tumores (BEATTY; FINN, 2013, apud MILHOLLI, 2018, p. 223), e a
imunoterapia pode estimular efeitos específicos dirigidos contra determinados alvos
tumorais, ou inespecíficos em que o sistema imune é estimulado a ter um maior nível
de atividade para destruir células neoplásicas (DALECK; DE NARDI, 2016, apud
MILHOLLI, 2018, p. 223).
As vacinas contra o câncer têm como objetivo a indução de uma resposta imune
antitumoral que resultará na regressão clínica do tumor e de metástases caso
presente, sendo a forma mais ativa de imunoterapia. Devido seu efeito ser dependente
da resposta imune do paciente, os resultados decorrentes de seu uso podem demorar
alguns meses para aparecer (BEATTY; FINN, 2013, apud MILHOLLI, 2018, p. 223).
Estas vacinas podem ser feitas utilizando antígenos provenientes de células tumorais
alogênicas ou autólogas, lisados de tumor completos, peptídeos tumorais purificados
ou pelo uso de antígenos tumorais definidos, como a tirosinase (GROSENBAUGH et
al., 2011, apud MILHOLLI, 2018, p. 223).
O uso destas vacinas tem sido estudado como tratamento adjuvante de
melanomas malignos orais em cães (GROSENBAUGH et al., 2011, apud MILHOLLI,
2018, p. 223), adenocarcinomas epiteliais (BEATTY; FINN, 2013, apud MILHOLLI,
2018, p. 223), meningiomas e outros tipos de cânceres (ANDERSEN et al., 2013, apud
MILHOLLI, 2018, p. 223).
Em ensaios clínicos com cães portadores de linfoma de células B a utilização
de uma vacina genética direcionada à transcriptase reversa da telomerase, associada
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a quimioterapia resultou em um aumento significativo na sobrevida dos cães
vacinados, se comparado aos animais não vacinados (GAVAZZA et al., 2013, apud
MILHOLLI, 2018, p. 223).
Além das vacinas antitumorais, o uso de anticorpos monoclonais, interleucinas,
e outras moléculas para o tratamento celular, têm permitido melhores resultados no
tratamento do câncer, com menores efeitos colaterais e maior aceitação do tutor ao
tratamento (DALECK; DE NARDI, 2016, apud MILHOLLI, 2018, p. 223).
Embora os resultados da imunoterapia aparentemente sejam promissores, a
associação da radioterapia ou da quimioterapia aos protocolos tem o potencial de
melhorar seus efeitos (BILLER et al., 2016, apud MILHOLLI, 2018, p. 223).
13.4 Radioterapia
37
grande frações de radiação, que são feitas uma vez por semana durante três semanas
(BILLER et al., 2016, apud MILHOLLI, 2018, p. 226).
Diversas podem ser as aplicações da radioterapia curativa, devido a
responsividade de muitas neoplasias a essa terapia, como: os tumores cerebrais, os
tumores nasais, os tumores orais e os tumores de membros apendiculares. No
tratamento de tumores cerebrais, nasais e faciais a radioterapia é utilizada como
tratamento principal. Além disso, pode-se utilizar a radioterapia no pós-operatório para
aumentar a margem de segurança nas cirurgias de retirada de sarcoma ou carcinoma,
assim como pode ser utilizada como pré-operatório visando a diminuição da massa
tumoral para posterior cirurgia. Outra aplicação seria na fase de protocolos de indução
no tratamento de linfomas (WITHROW; VAIL; PAGE, 2013, apud MILHOLLI, 2018, p.
226).
Dos cânceres tratáveis com radioterapia, os tumores orais caninos, em especial
o epúlide acantomatoso, o carcinoma de células escamosas e o melanoma, possuem
uma boa resposta a radiação, assim como o linfoma canino e felino, os sarcomas e
carcinomas de cavidade nasal e alguns tumores de pele como o mastocitoma,
também possuem boa resposta com esta terapia. Em casos de tumores ósseos, como
o osteossarcoma, a radioterapia é utilizada como medida paliativa no protocolo de
tratamento (LARUE; CUSTIS, 2014, apud MILHOLLI, 2018, p. 226).
Novas tecnologias têm surgido a fim de aumentar a eficácia da radioterapia,
como a radioterapia conformacional tridimensional que possibilita que o feixe de
radiação seja moldado por toda a extensão do tumor, preservando assim os tecidos
sadios. A radioterapia com intensidade modulada que possibilita que o feixe de
radiação se movimente durante o tratamento, permitindo emissão de feixes de
diferentes ângulos e distância numa única sessão. Outra modalidade é a radioterapia
estereotáxica que, igual as demais técnicas citadas, possibilita administrar uma alta
dose de radiação numa margem estreita de localização, permitindo desta forma,
melhores opções de tratamento para diversas neoplasias em diversas localizações
(LARUE; CUSTIS, 2014, apud MILHOLLI, 2018, p. 226).
38
14 ONCOLOGIA VETERINÁRIA
Fonte: veterinariavilaisabel.com.br
A oncologia veterinária é, portanto, a principal esperança de solução para os
que têm um pet doente em casa, buscando diagnósticos precisos e tratamentos
eficientes que possam curar animais deste terrível mal.
Embora haja uma série de fatores externos que podem desencadear o
surgimento de tumores e do câncer em cães e gatos, em boa parte dos casos, os
motivos do aparecimento desse tipo de complicação são genéticos; ocorrendo ao
longo da vida do animal em função de mutações das mais variadas. Com isso em
vista, fica um pouco mais claro entender que o surgimento deste tipo de problema na
vida dos animais é um tanto quanto imprevisível, e é por isso que a oncologia
veterinária se torna uma especialidade tão importante nos dias de hoje.
Junto com isso, outro fator que também deve ser ressaltado é o de que,
segundo uma série de estudos e pesquisas realizadas no mundo da oncologia
veterinária, o câncer é, hoje, um dos principais motivos para o óbito de animais de
pequeno porte.
Aparecendo, na maioria das vezes, em cães e gatos de mais idade (a partir dos
10 anos de vida), os tumores também podem aparecer nos animais tendo infecções
virais de diferentes naturezas como grandes incentivadores – fazendo com que um
pet já debilitado por uma doença possa adquirir outra ainda mais complicada como
parte do seu desenvolvimento.
Embora os procedimentos cirúrgicos sejam o tratamento mais indicado nos dias
de hoje a medicina veterinária oncológica vem fazendo uma série de avanços ao longo
39
das últimas décadas, atualmente já é possível encontrar tratamentos alternativos
(como a quimioterapia e a eletroquimioterapia) para tentar achar soluções para a
doença - que se apresenta nos animais, principalmente, em forma de tumores
hematopoiéticos, cutâneos e mamários.
40
14.3 Principais tipos de câncer em pets
41
de novas possibilidades, permitindo que tratamentos menos invasivos pudessem
ajudar cães e gatos a se curar do mal do câncer.
A tradicional quimioterapia também é usada com frequência em pets com
câncer, possibilitando a retirada completa do tumor cancerígeno do corpo do animal.
Outra forma de tratamento que também tem sido usada nos últimos tempos é a
crioterapia – que consiste no uso do frio extremo como forma de terapia.
Embora seja relativamente nova no mundo animal e ainda sem muitos centros
e clínicas que ofereçam esse tipo de tratamento, a radioterapia é mais uma opção que
começa a se popularizar entre os bichos com câncer, e tem sido apontada como
bastante eficiente pelos profissionais que fazem o uso desse meio como forma de
tratamento.
Ainda mais recente no universo dos pets, a eletroquimioerapia em animais
também vem sendo apontada como uma nova esperança no tratamento de cães e
gatos com câncer; combinando quimioterapia e eletroporação (que consiste no envio
de curtos impulsos elétricos para aumentar a capacidade de transporte das
membranas) para tratar e curar os animais doentes.
Independentemente do grau de invasão de cada um destes métodos, a escolha
para o tratamento do câncer em pets deve ser indicada por um profissional
especializado em oncologia veterinária – que saberá o meio mais adequado de tratar
o animal, levando em consideração fatores como localização, tamanho e
desenvolvimento do tumor.
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Modalidades terapêuticas em oncologia de pequenos animais: aspectos gerais.
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