Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Relatório Final
Período da bolsa: de 08/2019 a 07/2020
PIBIC/CNPq
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO............................................................................................................... 3
2 OBJETIVOS.................................................................................................................... 5
2.1 Objetivo geral................................................................................................................ 5
2.2 Objetivos específicos..................................................................................................... 5
3 METODOLOGIA ............................................................................................................ 5
3.1 Substâncias ...................................................................................................................... 5
3.2 Grupos experimentais ...................................................................................................... 6
3.3 Animais............................................................................................................................. 6
3.4 Protocolos experimentais ................................................................................................. 7
3.4.1 Artrite induzida por adjuvante completo de Freund ..................................................... 7
3.4.2 Avaliação da coordenação motora................................................................................. 7
3.4.3 Avaliação da força muscular.......................................................................................... 7
3.4.4 Avaliação da Hiperalgesia Mecânica ............................................................................. 8
3.4.5 Avaliação do edema de joelho ....................................................................................... 8
3.4.6 Dosagem de citocinas .................................................................................................... 9
3.6 Descarte............................................................................................................................. 9
3.7 Análise estatística............................................................................................................. 9
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................................... 9
4.1 Efeito do FI sobre a coordenação motora e a força muscular ........................................ 10
4.2 Efeito do FI sobre a hiperalgesia mecânica .................................................................... 11
4.3 Efeito do FI sobre o edema articular e sobre a liberação das citocinas TNF-α e IL-6 no 13
líquido sinovial................................................................................................................
5 CONCLUSÕES ................................................................................................................ 16
6 PERSPECTIVAS.............................................................................................................. 16
7 REFERÊNCIAS................................................................................................................ 17
8 OUTRAS ATIVIDADES ................................................................................................. 21
3
1 INTRODUÇÃO
mas sua administração prolongada é afetada por vários efeitos colaterais. Além disso, os
medicamentos anti-reumáticos modificadores da doença também têm eficácia clínica
limitada e efeitos adversos sérios. Portanto, há uma necessidade de procurar agentes
alternativos para o tratamento da doença.
Desde tempos mais remotos as plantas são utilizadas para tratamento de
enfermidades, seja como infusão, chás, ou extratos etanólicos (partes da planta são imersas
em álcool e posteriormente utilizadas na pele). Associada ou não a pobreza e ao difícil
acesso a medicamentos farmacêuticos, estima-se que 80% da população mundial,
principalmente em países subdesenvolvidos, faz uso de plantas medicinais para fins
profiláticos ou terapêuticos (PETROVSKA, 2012). No entanto, apenas 10% das 250 mil
espécies de plantas do mundo foram estudadas para avaliar seu potencial como novas
propostas terapêuticas (NOGUEIRA, CERQUEIRA, SOARES, 2010).
Neste sentido, as plantas medicinais são fontes mundialmente valiosas na obtenção
de novas drogas, especialmente nos países desenvolvidos como Estados Unidos, que
atingem cerca de 20 bilhões de dólares no mercado global com essa classe de
medicamentos (CHEN et al., 2016). Assim, a combinação de biodiversidade com uma
medicina tradicional rica coloca o Brasil em uma posição estratégica e privilegiada para
programas de descoberta de drogas (NOGUEIRA, CERQUEIRA, SOARES, 2010). Essa
imensa biodiversidade, escassa nos países desenvolvidos, tem valor econômico inestimável
em várias atividades, mas é no campo do desenvolvimento de novos medicamentos onde
reside sua maior potencialidade (CALIXTO, 2003; PIMENTEL et al., 2015).
Os produtos naturais oriundos de plantas, incluindo seus metabólitos secundários
constituem 25% dos 40% de novas drogas desenvolvidas a partir de produtos naturais.
Embora apenas cerca de 10% da biodiversidade mundial tenha sido estudada, 140 mil
metabólitos secundários, oriundos, sobretudo de plantas superiores e de microrganismos,
foram isolados e caracterizados, mas ainda não foram avaliados biologicamente
( GUTBROD; ROMER; DÖRMANN, 2019; KABERA et al., 2014). Os metabólitos
secundários das plantas são divididos em três grandes grupos: os terpenos, compostos
fenólicos e alcaloides. Dentre os terpenos com atividade biológica promissora têm-se o
fitol. O fitol (FI) é um diterpeno alcoólico insaturado de cadeia ramificada, constituinte da
molécula de clorofila e, portanto, abundantemente presente na natureza (COSTA et al.,
5
2014; GUTBROD; ROMER; DÖRMANN, 2019; ISLAM et al., 2017; ). Ele apresenta
potencial anti-inflamatório e antinociceptivo (COSTA et al., 2014a; SANTOS et al., 2013).
Ademais, estudos têm mostrado que o fitol apresenta atividade ansiolítica (COSTA et al.,
2014b) e tem potencial para ser usado na terapia anti-esquistossoma (DE MORAES et al.,
2014). Porém, relatos sobre o potencial anti-inflamatório em modelos crônicos, como na
artrite são escassos na literatura.
Sabendo da imensa disponibilidade do FI na natureza, considerando as atividades
biológicas demonstradas em estudos anteriores, e a escassez de estudos sobre a atividade do
mesmo na supressão da inflamação em modelos crônicos, principalmente na artrite, torna-
se relevante estudar o efeito anti-inflamatório do FI na supressão da inflamação em modelo
de monoartrite (M.AR), podendo este composto se tornar uma molécula promissora no
desenvolvimento de novas propostas terapêuticas. Desta forma, o presente estudo teve
como objetivo avaliar o efeito do FI em um modelo animal de dor crônica inflamatória.
2 OBJETIVOS
3 METODOLOGIA
3.1 Substâncias
6
Neste estudo, foi utilizado um modelo animal que gera processos inflamatórios,
sendo ele a artrite induzida por CFA em camundongos. Os animais foram randomizados em
três grupos para a realização dos protocolos experimentais:
Grupo Sham: constituído por animais submetidos à administração da solução salina
estéril e e tratados com o veículo (solução salina + Tween 80 0,2%) por via oral.
Grupo controle negativo (veículo): constituído por animais submetidos ao modelo
experimental descrito acima e tratados com o veículo (solução salina + Tween 80
0,2%) por via oral;
Grupo experimental tratado com FITOL: constituído por animais submetidos ao
modelo experimental descrito acima e tratados com 50 mg/kg de fitol por via oral.
A concentração foi determinada levando em consideração dados da literatura que
mostram atividade biológicas in vivo (SANTOS et al., 2013; SILVA et al., 2014)
3.3 Animais
Tabela 1- Distribuição dos animais utilizados nesta pesquisa segundo o teste a ser realizado.
A avaliação da força de tração muscular das patas dianteiras e traseiras foi realizada
pela adaptação do método descrito por (BURNES et al., 2008) onde foi utilizado o Grip
Strenght Meter (Modelo EFF 305, Insight Ltda., Ribeirão Preto, Brasil).
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
10
4.3 Efeito do FI sobre o edema articular e sobre a liberação das citocinas TNF-α e IL-6 no
líquido sinovial
Figura 3. Avaliação diária do efeito do FI (50 mg/kg v.o.) sobre o edema no modelo de dor
crônica inflamatória. Os valores foram expressos em média ± E.P.M. ***p < 0,001, **p <
0,01, *p < 0,05 vs. grupo CFA. Para comparações múltiplas, os dados foram analisados por
ANOVA de duas vias, seguido pelo pós-teste de Bonferroni.
Tem sido relatado que o aumento do TNF-α e outras citocinas inflamatórias como,
a IL-6, levam a hiperplasia do fibroblasto sinovial, a destruição da matriz extracelular,
16
danos às articulações e dor (LI et al., 2016; MOUDGIL; KIM; BRAHN, 2011). Além disso,
a redução da concentração das citocinas pró-inflamatórias, na cavidade articular, tem sido
relatada como um sinal de melhora em pacientes com artrite (GALLELLI et al., 2013) e
que tanto o bloqueio periférico quanto o central da ação de citocinas pró-inflamatórias
atenuam o comportamento semelhante à dor em modelos experimentais de artrite
(BOETTGER et al., 2010). Portanto, sugere-se que com a diminuição do processo
inflamatório na cavidade articular após o tratamento oral com FI reflete diretamente no
aumento do limiar nociceptivo, ou seja, na diminuição da percepção de dor experimentada
pelo animal.
Logo, sugere-se que o efeito antiedematogênico do FI possa estar relacionado à
diminuição de moléculas pró-inflamatórias bem como também pode estar associada à
diminuição do recrutamento celular como, por exemplo, dos neutrófilos. Portanto, o efeito
antinociceptivo do FI pode ser explicado, em parte, pela redução destas moléculas pró-
inflamatórias na cavidade articular. Os resultados encontrados corroboram com os estudos
desenvolvidos por Silva e colaboradores (2014), que demonstraram a atividade anti-
inflamatória do FI, evidenciando a redução da concentração das citocinas TNF-α e IL-1β,
bem como a redução do edema e comportamento nociceptivo (SANTOS et al., 2013).
Nossos resultados mostraram que o tratamento com FI apresentou atividade
antiartrítica, atuando como anti-inflamatório, antinociceptivo e antiedematogênico.
5 CONCLUSÕES
Os dados apresentados no presente estudo mostraram que o FI apresentou atividade
anti-hiperalgésica na dor crônica inflamatória, sendo capaz de aumentar o limiar de retirada
da pata em todos os dias de avaliação. Além disso, reduziu o edema e diminui as citocinas
pró-inflamatórias ocasionadas pela indução da monoartrite com CFA. Dessa forma, o FI
possuiu propriedades farmacológicas capazes de aliviar a dor artrítica de origem
inflamatória e reduzir o edema no presente modelo, atuando como anti-inflamatório,
antinociceptivo e antiedematogênico. Assim, sugere-se que esse diterpeno possa ser uma
substância promissora para o tratamento da dor crônica inflamatória.
6 PERSPECTIVAS
17
7 REFERÊNCIAS
8 OUTRAS ATIVIDADES
Participação e apresentação de trabalho no VII Simpósio de Plantas Medicinais do
Vale do São Francisco e 1st France-Brazil Meeting on Natural Products. Também foram
realizadas reuniões científicas com o grupo de pesquisa para debates e apresentação de
seminários que serviram como base de conhecimento para a execução do presente trabalho.
Além disso, colaboração em outros projetos de grupo de pesquisa e elaboração de artigo
científico.