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CURSO DE ODONTOLOGIA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Perfil dos pacientes com Síndrome do Espectro Autista (TEA) e outras comorbidades
atendidos na Faculdade de Odontologia da UFRGS
Porto Alegre
17 de Maio de 2021
Assinatura do orientador_______________________________________
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO...................................................................................................... 03
2. REVISÃO DE LITERATURA.............................................................................. 05
2.1 Conceito, diagnostico, etiologia e características ................................................... 05
2.2 Prevalência TEA ..................................................................................................... 05
2.3 TEA e suas manifestações no sistema estomatognático........................................... 05
2.4 Medicamentos utilizados ......................................................................................... 07
2.5 Atuação do profissional........................................................................................... 08
3.OBJETIVO GERAL.................................................................................................. 09
3.1 OBJETIVO ESPECÍFICO..................................................................................... 09
4.METODOLOGIA....................................................................................................... 09
4.1 DELINEAMENTO DO ESTUDO............................................................................ 09
4.2 POPULAÇÃO ALVO................................................................................................ 09
4.3 COLETA DE DADOS................................................................................................ 09
4.4 METODOLOGIA DE ANÁLISE DE DADOS......................................................... 09
4.5 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO.................................................................................. 10
4.6 CRITÉRIO DE INCLUSÃO...................................................................................... 10
4.7 RISCOS....................................................................................................................... 10
4.8 BENEFÍCIOS.............................................................................................................. 10
4.9 DESFECHO PRIMÁRIO............................................................................................ 10
4.10 HIPÓTESE................................................................................................................. 10
4.11 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS................................................................................... 11
1.INTRODUÇÃO
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Pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos de longo prazo de
natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais em interação com diversas barreiras,
podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdades de condições com
as demais pessoas.
Os resultados do Censo Demográfico 2010 apontaram 45.606.048 milhões de pessoas
que declararam ter pelo menos uma das deficiências investigadas, correspondendo a 23,9% da
população brasileira. Dentre as deficiências apontadas no censo estão: deficiência visual,
auditiva e motora, e a deficiência mental ou intelectual.
As pessoas com deficiência apresentam maior risco para o surgimento de doenças
bucais em função do uso sistêmico de medicamentos, dificuldade na realização do controle de
placa bacteriana e hábitos alimentares precários. Portanto, estes pacientes devem receber
atenção precoce e cuidados para evitar problemas futuros. (VARELLIS, 2005; TOLEDO,
2005)
Segundo Marra, em 2007, as pessoas com necessidades especiais costumam ter mais
doenças dentárias, ausências de dentes e maior dificuldade para receber tratamento dentário
do que outros membros da população, em razão do despreparo do profissional para essa
especialidade.
Esse comportamento vem sendo modificado por meio de profissionais que buscam
integrar esses indivíduos à sociedade e proporcionar um atendimento diferenciado, de acordo
com as necessidades de cada um, incluindo-os nos sistemas de atenção à saúde.
(CARVALHO, 2004). Para Silva et al. (2005), a presença de pacientes portadores de
necessidades especiais no consultório exige adequações ergonômicas adequadas para suas
limitações, além de qualificação do cirurgião-dentista.
Para Kupper e Regier (2013), no Manual de Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos
Mentais (DSM-V), o Transtorno do Espectro Autista, também conhecido como Autismo ou
TEA, este é classificado como um dos transtornos do neurodesenvolvimento e é
caracterizado por dificuldades persistentes na comunicação social e interação social em
diversos contextos, como, por exemplo, déficits na reciprocidade social, em comportamentos
não verbais de comunicação utilizados na interação entre indivíduos e em habilidades para
desenvolver, manter e compreender relacionamentos. Também podem estar presentes
atividades monótonas e estereotipadas, com comportamentos repetitivos em níveis diferentes
de deficiência intelectual. Transtorno de Hiperatividade com Déficit de Atenção (TDAH),
ansiedade, depressão e epilepsia são algumas das desordens psicológicas e neurológicas que
podem ocorrer em conjunto a esses sintomas de Autismo (LORD, 2020).
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2.REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Conceito, etiologia, diagnóstico e características.
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um distúrbio comportamental de causa
desconhecida, que afeta principalmente a interação social e a habilidade de comunicação.
(CHANDRASHEKHAR; BOMMANGOUDAR, 2018)
Não há testes genéticos, médicos ou laboratoriais específicos e disponíveis para
confirmar o diagnóstico de autismo e o manejo abrangente do autismo inclui aconselhamento
parental, educação especial em um ambiente altamente estruturado, terapia da fala e
treinamento de habilidades sociais, com o objetivo final de facilitar a independência nas
atividades de vida diária e autocuidado. Porém, existem critérios comportamentais que devem
ser observados no momento da investigação do transtorno, como: prejuízos qualitativos na
interação social, prejuízo qualitativo na comunicação verbal e não-verbal e nas brincadeiras e
um repertório notavelmente restrito de atividades e interesses são características essenciais
para a definição do diagnóstico (KUPPER; REGGIER, 2013).
Associado ao desenvolvimento anormal nos aspectos social, de linguagem,
comunicação ou brincadeiras imaginativas nos três primeiros anos de vida, também existem
sintomas altamente variados e prevalentes no TEA, como a grande possibilidade de retardo
mental, podendo ser leve (mais prevalente), moderado e profundo e hiper e hipossensibilidade
a estímulos sensoriais. Também podem ser comuns distúrbios do sono e distúrbios
alimentares, automutilação, acessos de ira e explosões de agressividade (KLIN, 2006).
2.2 Prevalência
É mais comum em indivíduos do sexo masculino, numa taxa de 3,17: 1,13, no entanto
as mulheres apresentam uma forma mais grave (CHANDRASHEKHAR;
BOMMANGOUDAR, 2018).
2.3 TEA e suas manifestações no sistema estomatognático.
A saúde bucal do paciente com o Transtorno do Espectro Autista, está́ na
interdependência de cuidados primários e orientação quanto à promoção de saúde, levando em
consideração o contexto em que o indivíduo está inserido (AMARAL et al., 2016). Como as
pessoas com esta síndrome possuem dificuldade para a realização da higiene bucal, por
apresentam deficiência motora, neurológica e hipotonia muscular, pode ocorrer um maior
acúmulo de biofilme bacteriano, aumentando a suscetibilidade do desenvolvimento da doença
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auditivo, olfativo e gustativo) podem tornar o paciente não colaborativo e até agressivo,
dificultando o atendimento odontológico.
Por outro lado, Wannmacher e Ferreira em 2007 alertam que é preciso que o cirurgião-
dentista esteja atento há eventuais interações medicamentosas e os efeitos colaterais dos
medicamentos utilizados pelos pacientes com necessidades especiais, o que inclui os
pacientes com TEA.
Para Jaber em 2011, um programa de saúde bucal que enfatiza a prevenção deve ser
considerado de particular importância para crianças e jovens com o Transtorno do Espectro
Autista, fornecendo cuidados bucais as crianças principalmente, requer paciência e uma
compreensão completa do grau de sua deficiência mental. Sem dúvida alguma, uma melhor
compreensão do comportamento de um indivíduo com TEA, ajudará muito ao dentista a
prestar os cuidados necessários de saúde bucal de uma maneira empática e adequada (CHEW
et al., 2006).
Também, pode-se utilizar abordagens psicológicas usadas em Odontopediatria em uma
consulta odontológica, como exemplo, os métodos dizer-mostrar-fazer, distração,
dessensibilização, controle de voz, reforço positivo ou recompensa, e modelação. Esses
métodos podem ser mais difíceis de serem aplicados em pacientes com TEA, mas devem ser
encorajados. Um ambiente tranquilo e um atendimento antes dos 7 anos de idade, pode
facilitar o tratamento odontológico. (AMARAL et al., 2012).
Enfim, o paciente com o Transtorno do Espectro Autista (TEA) deve ser acompanhado
pelo cirurgião-dentista com um objetivo de prevenção e tratamento das doenças bucais como
em qualquer outro paciente, pois apresenta problemas bucais comuns, fazendo-se necessário o
uso da odontologia educativa, preventiva e restauradora, como por exemplo a realização de
um programa de higiene bucal e educação sobre saúde bucal para os cuidadores dos pacientes
com este transtorno. (KATZ et al., 2012).
3. 1 OBJETIVO GERAL
O objetivo do presente estudo é avaliar o perfil dos pacientes diagnosticados com o
Transtorno do Espectro Autista (TEA) atendidos na Faculdade de Odontologia da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul no período de 2001 ao ano de 2019.
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Correlacionar ao Transtorno do Espectro Autista (TEA) com síndromes, deficiência
intelectual, esquizofrenia, epilepsia, ansiedade, TDAH, doenças cardíacas, asma e outras
doenças crônicas não transmissíveis, alergias, medicamentos de uso contínuo utilizado
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4. METODOLOGIA
4.1. DELINEAMENTO DO ESTUDO
Pesquisa descritiva do tipo documental, quantitativa e transversal com análise de
dados secundários.
4.2 POPULAÇÃO ALVO
Utilizará um banco de dados de 1.620 prontuários da Disciplina de Atendimento
Odontológico ao Paciente com Necessidades Especiais (ODO01015) da Faculdade de
Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, no período de agosto de 2019 a
abril de 2021.
4.3 COLETA DE DADOS
A coleta de dados será realizada por examinadores devidamente treinados. Os
seguintes dados serão avaliados: a idade do paciente no primeiro atendimento, sexo, último
tratamento recebido em sua visita a clínica da disciplina de atendimento odontológico ao
paciente com necessidades especiais, condição sistêmica do paciente, ou seja, as
comorbidades apresentadas: síndromes, deficiência intelectual, esquizofrenia, epilepsia
,ansiedade, TDAH, doenças cardíacas, asma e outras doenças crônicas não transmissíveis,
presença de alergias, medicamentos de uso contínuo utilizados (ansiolítico, antidepressivos,
antipsicóticos, anticonvulsivantes), idade, sexo e moradia dos pacientes.
4.4 METODOLOGIA DE ANÁLISE DE DADOS
Os dados serão digitados no programa Excel e posteriormente exportados para o
programa SPSS v. 23.0 para análise estatística. Serão descritas as variáveis numéricas por
médias e desvio-padrão e as categóricas por frequências absolutas e relativas. Serão
associadas as variáveis categóricas pelo teste de Qui-quadrado ou teste Exato de Fisher. As
variáveis quantitativas serão comparadas pelo teste U de Mann-Whitney e a avaliação da
razão de chances a partir do método regressão logística binária.
4.5 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO
O critério de exclusão na pesquisa será o preenchimento incompleto da ficha clínica
no momento da anamnese por falta de tempo do aluno ou devido a qualquer outro empecilho.
4.6 CRITÉRIO DE INCLUSÃO
O critério de inclusão será a presença da ficha clínica totalmente preenchida com os
dados completos do paciente.
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4.7 RISCOS
Todo trabalho apresenta riscos e vale a pena lembrar que a resolução nº 466, de
12/12/2012, indica que ao executar uma pesquisa há possibilidade de danos à dimensão física,
moral, intelectual, psíquica, moral, intelectual, social, cultural ou espiritual do ser humano, em
qualquer fase de uma pesquisa e dela decorrente. Como se trabalhará com dados de
prontuários, o presente estudo apresenta riscos inerentes a abordagens desta natureza, tais
como quebra de confiabilidade e privacidade. No entanto, os pesquisadores garantem de que
os danos previsíveis, tais como os acima referidos serão evitados por meio da codificação dos
dados.
4.8 BENEFÍCIOS
Esta pesquisa poderá proporcionar dados relevantes para a programação e
desenvolvimento de novas turmas da Disciplina da Clínica de Atendimento Odontológico ao
Paciente com necessidades Especiais da Faculdade de Odontologia da UFRGS, abordando a
necessidade ou não de reestruturação logística para o atendimento aos seus pacientes.
4.9 DESFECHO PRIMÁRIO
Estima-se que a referida pesquisa contribuirá para um melhor conhecimento do perfil dos
pacientes com TEA da Clínica de Atendimento Odontológico ao Paciente com necessidades
Especiais da Faculdade de Odontologia da UFRGS, no que diz respeito à comorbidades, uso
de medicamentos e necessidades odontológicas.
4.10 HIPÓTESE
Como hipótese desta pesquisa, têm-se que os pacientes com TEA atendidos na
Disciplina de Atendimento Odontológico ao Paciente com necessidades Especiais da
Faculdade de Odontologia da UFRGS, no período de 2001 a 2019, exibirão uma prevalência
de cárie alta, higiene bucal precária e extensas necessidades de tratamento odontológico, bem
como apresentarão comorbidades e demonstrarão o uso de medicamentos de uso contínuo
como ansiolíticos, antidepressivos, antipsicóticos e anticonvulsivantes.
4.11 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS
O projeto de pesquisa foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul (CEP /UFRGS) sob o número 1.499.611. De acordo com a
Resolução 196/96 IX. 2 os dados serão guardados durante cinco anos e após serão destruídos.
6. CRONOGRAMA
03 a 08/2020
Atividade
08 a 12/2019
08 a 12/2022
08 a 11/2021
08 a 12/2020
7. ÁREA DE CONHECIMENTO
Atendimento Odontológico para pacientes com Necessidades Especiais.
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ANEXOS
Anexo 1 Parecer Consubstanciado do CEP.
17
UNIVERSIDADE FEDERAL DO
RIO GRANDE DO SUL / PRÓ-
REITORIA DE PESQUISA -
DADOS DO PARECER
Ende re ço : Av. Paulo Gama, 110 - Sala 317 do Prédio Anexo 1 da Reitoria - Campus Centro
Bairro : Farroupilha CEP: 90.040-060
UF: RS Munic ípio : PORTO ALEGRE
Te le fo ne: (51)3308-3738 Fax: (51)3308-4085 E-mail: etica@propesq.ufrgs.br
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