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FARMACOBOTÂNICA, FARMACOGNOSIA E

TOXICOLOGIA
Sumário
NOSSA HISTÓRIA .................................................................................. 2

INTRODUÇÃO ......................................................................................... 3

FATORES QUE INFLUENCIAM NO ACÚMULO OU REDUÇÃO DE


METABÓLITOS SECUNDÁRIOS ..................................................................... 10

DESTINO DOS FÁRMACOS NO ORGANISMO ................................... 16

VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE UM FÁRMACO EM HUMANOS ORAL


......................................................................................................................... 18

APLICAÇÕES EM SUPERFÍCIES EPITELIAIS ..................................... 18

VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE UM FÁRMACO EM ANIMAIS ............ 20

SUBSTÂNCIAS INERTES ..................................................................... 22

BOTANICA REINO VEGETAL- EVOLUÇÃO DAS PLANTAS ............... 22

FITOTERAPIA ....................................................................................... 23

TOXIDADE E A FITOTERAPIA ............................................................. 24

CONCEITOS ESPECÍFICOS ................................................................ 25

DIFERENÇA FUNDAMENTAL .............................................................. 25

CURIOSIDADE ...................................................................................... 27

PROCESSOS EXTRATIVOS E FORMAS FARMACÊUTICAS ............. 28

REDUÇÃO OU TRITURAÇÃO .............................................................. 32

PROCESSOS EXTRATIVOS ................................................................ 33

REFERÊNCIA ........................................................................................ 41

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NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de


empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais,
científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o
saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma


confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

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INTRODUÇÃO
Há muito tempo as plantas medicinais vêm sendo estudadas na tentativa
de descoberta de novos princípios ativos. Plantas medicinais são assim
chamadas por apresentarem propriedades curativas e/ou preventivas para
determinadas doenças.

As referências históricas afirmam que o uso de plantas medicinais faz


parte da evolução humana e que essa prática é relatada na maioria das antigas
civilizações, sendo a primeira referência escrita encontrada na obra Pen Ts’ao
“A Grande Fitoterapia”, do chinês Shen Nung, a qual remonta a 2800 a.C (Dorta,
1998).

A fitoterapia foi um dos primeiros recursos terapêuticos utilizados pelos


povos, além de ser por muito tempo a única terapia disponível ao homem. Em
algumas ocasiões as plantas curavam, em outras matavam ou produziam graves
efeitos colaterais (De Melo et al., 2009), sendo, portanto, essencial o uso
responsável, racional, seguro e não abusivo das mesmas.

Fitoterapia significa tratamento de uma dada doença mediante o uso de


plantas. Pode-se dizer então que a fitoterapia é uma terapêutica caracterizada
pelo uso de plantas medicinais nas diferentes formas farmacêuticas. Emitida
pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), a RDC no 48, de 16 de
março de 2004, classifica o medicamento fitoterápico como aquele obtido
empregando-se exclusivamente matérias-primas ativas vegetais.

Essa RDC não considera medicamento fitoterápico aquele que inclua


substâncias ativas isoladas na composição, nem as associações destas com
extratos vegetais.

A eficácia e segurança são validadas em levantamentos farmacológicos


de utilização, documentações tecnocientíficas em publicações ou ensaios
clínicos fase (ANVISA, 2004).

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), o uso de


plantas medicinais pela população mundial vem obtendo cada vez mais espaço,
incentivado pela própria Organização, a qual acredita ser esta prática a principal

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opção terapêutica de aproximadamente 80% da população mundial (Pinto et al.,
2002).

A partir da segunda metade dos anos 70 e década de 80, verificou-se o


crescimento das medicinas alternativas, entre elas a fitoterapia. No Brasil, assim
como em outros países em desenvolvimento e, até mesmo, em países
desenvolvidos, tendo grande destaque a Alemanha, a fitoterapia tornou-se
realidade (Alves & Silva, 2002).

O aumento do consumo de fitoterápicos pode ser associado ao fato de


que as pessoas têm questionado os perigos do uso abusivo e irracional de
produtos farmacêuticos que não sejam de origem natural, procurando substituí-
los por práticas alternativas, como o uso de plantas medicinais.

A comprovação da ação terapêutica também favorece essa dinâmica.


Além disso, registra-se a insatisfação da população perante o sistema de saúde
e também a necessidade de poder controlar o próprio corpo, assumindo essas
práticas alternativas de promoção, prevenção e recuperação da saúde (Leite,
2000).

O mercado mundial de fitoterápicos movimenta cerca de US$ 22 bilhões


por ano. No Brasil estima-se que o comércio de fitoterápicos seja de 5% em
relação ao mercado total de medicamentos, avaliando-o em mais de US$ 400
milhões (Pinto et al., 2002). Este comércio emprega várias espécies nativas
brasileiras como, por exemplo, Mikania glomerata Sprengel (Alvarenga et al.,
2009).

Entre diversas plantas na Lista de Medicamentos Fitoterápicos de


Registro Simplificado, publicada pela ANVISA em 2008, e entre as incluídas nas
edições da Farmacopea, está Mikania glomerata, popularmente conhecida como
guaco (ANVISA, 2008). Tal é a importância desta espécie, que a inclusão foi feita
já na primeira edição da Farmacopeia Brasileira, em 1929 (Silva, 1929).

Além disso, na RDC n o 10, de 10 de março de 2010, a ANVISA publicou


medidas, entre elas a união de ciência e tradição, esclarecendo quando e como
as plantas medicinais devem ser utilizadas, garantindo os efeitos benéficos e

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evitando que o uso incorreto possa causar efeitos indesejáveis e toxicidade
(ANVISA, 2010).

O Programa de Pesquisas de Plantas Medicinais, desenvolvido pela


extinta Central de Medicamentos (CEME), reconheceu a eficácia de certas
espécies, dentre elas o guaco.

Seguindo as pesquisas anteriores, a Empresa Brasileira de Pesquisa


Agropecuária (EMBRAPA) possui projetos de coleta e distribuição de plantas
medicinais, além de apresentar um convênio com a Universidade do Mississipi
(EUA), com o objetivo de produzir fitoterápicos de qualidade.

Segundo o pesquisador da Embrapa Agroindústria Tropical, Flávio


Pimentel, a partir deste convênio e estabelecendo normas de cultivo e
processamento das plantas, os fitoterápicos terão mais qualidade,
podendo ser utilizados em várias terapias pelo Sistema Único de
Saúde (SUS), como uma estratégia para redução de custos
(EMBRAPA, 2010).

Assim, a fitoterapia pode atender várias demandas da saúde da


população, desde que abranja às exigências de controle de qualidade na
produção e processamento das plantas, garantindo a eficácia e segurança aos
usuários (Tomazzoni et al., 2006).

Se este controle não for realizado efetivamente, alterações na


composição química, eficácia, pureza e autenticidade da matéria-prima vegetal
podem desenvolver fitoterápico de má qualidade. Esta é a preocupação atual
quando se refere ao controle e produção de fitoterápicos de qualidade, visto que
o uso de fitoterápicos pela população mundial vem aumentando nos últimos anos
(Carvalho et al., 2008; Silveira et al., 2008).

No Brasil, esses problemas são encontrados com frequência em várias


regiões do país e, um paradigma pode ser observado.

A região norte é a maior produtora de fitoterápicos e, em contrapartida, é


uma das que menos fiscaliza tais produtos (Borella & Fontoura, 2002; Amaral et
al., 2003; Melo et al., 2004; Marliére et al., 2008; Veiga Junior, 2008).

O uso de plantas medicinais não pode mais ser considerado apenas como
cultura de povos ou tradição, mas como ciência que vem sendo estudada,

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aperfeiçoada e utilizada por grande parte da população mundial, como terapia
alternativa, a qual pode trazer inúmeros benefícios aos usuários (Tomazzoni et
al., 2006). Isto é comprovado em relação ao Guaco, através de estudos sobre
sua farmacobotânica, composição química e ações biológicas.

Para a fitoterapia é fundamental também o conhecimento sobre os


metabólitos secundários da planta, os efeitos e a biossíntese, além dos fatores
que podem influenciar no acúmulo ou redução destes componentes na planta
(Gobbo-Neto & Lopes, 2007).

Apesar da ampla quantidade de estudos sobre Mikania glomerata


(guaco), é possível notar a ausência de um trabalho que englobe os principais
pontos referentes ao uso de uma espécie de planta medicinal, i.e. rota
biossintética dos metabólitos secundários, propriedades biológicas
(farmacológicas e tóxicas) dos mesmos, morfoanatomia da espécie vegetal,
assim como fatores intrínsecos e do meio (por exemplo, luz, vento, calor, chuva)
que alteram o potencial de biossíntese.

Aspecto geral do Guaco (adaptado de Silva Junior, 2006).

1. Família Asteraceae: O grupo mais numeroso dentro das Angiospermas é


a família Asteraceae, que compreende cerca de 1.100 gêneros e 25.000
espécies. É constituída por plantas com características variadas, incluindo
geralmente pequenas ervas ou arbustos e raramente árvores (Verdi et al.,
2005). Aproximadamente 98% dos gêneros são compostos por plantas de
pequeno porte que são encontradas em todos os tipos de habitats,
principalmente nas regiões tropicais montanhosas da América do Sul
(Joly, 1967). Na constituição desta família, a composição química torna-
se mais importante do que a morfologia devido à presença de várias
classes de metabólitos secundários (Emerenciano et al.,1986).
2. Gênero Mikania Eupatorieae: é uma grande tribo que constitui a maior
parte da família Asteraceae na região Neotropical. Essa tribo é composta

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por 16 subtribos e 170 gêneros, com aproximadamente 2.400 espécies,
disseminadas pela América Central e pela América do Sul (Bautista,
2000). Mikania é um dos gêneros mais estáveis dessa tribo, embora as
espécies sejam de difícil delimitação, devido à grande variabilidade
morfológica que estas plantas apresentam. O gênero Mikania conta com
aproximadamente 430 espécies distribuídas nas regiões tropicais e
subtropicais da América, sendo que 171 espécies são encontradas no
Brasil (King & Robinson, 1987).

Entre a diversidade de plantas medicinais, que em virtude das


propriedades terapêuticas são utilizadas pela população, se destacam as plantas
do gênero Mikania, em especial o guaco, pela eficácia demonstrada no
tratamento de diversas enfermidades (Rodrigues et al., 1996).

Farmacobotânica do Guaco

A planta é subarbusto silvestre, escandente, de folhagem densa e perene,


com caule cilíndrico, ramificado e glabro. Quando seco, o caule apresenta fratura
fibrosa e aspecto estriado no sentido longitudinal, enquanto que, estando jovem,
apresenta coloração verde-claro passando a arroxeada e a cinzento-escura nas
partes suberificadas. As folhas são pecioladas, cordiforme-deltoides,
ovallanceoladas, tri ou pentanervadas e agudas no ápice (Simões et al., 1988).
As flores são esbranquiçadas e carnosas, dispostas em inflorescência panícula
tirsoide, com até 30 cm de comprimento, onde os capítulos se encontram
reunidos em glomérulos. As bractéolas são lineares e apresentam medidas
próximas a 2 mm de comprimento. O aquênio é pentangular, com
aproximadamente 3 mm (Freitas, 2006). O Guaco tem seu hábitat nas margens
dos rios, crescendo espontaneamente em matas primárias, capoeiras,
capoeirões, orla de matas, terrenos de aluvião, várzeas sujeitas a inundações e
possui boa adaptação ao cultivo doméstico. A planta é bastante procurada por
abelhas melíferas durante a época da floração. Reproduz-se por sementes ou

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plantio de estacas do caule, preferencialmente em terrenos arenosos e úmidos
(Cabrera & Klein, 1989; Ritter & Miotto, 1992).

Fitoquímica do Guaco

Na composição química de Mikania glomerata estão presentes a


cumarina, isobutiriloxicaurenoico. São encontrados ainda óleoslupeol, ácido
essenciais, entre eles sesquiterpenos e diterpenos do tipo caurano, e.g. ácidos
caurenoico, grandiflórico, cinamoilgrandiflórico e caurenol.

Outros metabólitos secundários como sitosterol, friedelina estigmasterol,


taninos hidrolisáveis, flavonoides e saponina, também estão presentes na
composição de Mikania (Oliveira et al., 1998; Santos, 2005; Vaz, 2010).

A cumarina é um dos principais responsáveis pelas atividades


farmacológicas. Já foram identificadas cerca de 1.300 cumarinas em fontes
naturais, como vegetais, fungos e bactérias.

Principais metabólitos secundários encontrados em Mikania glomerata:


cumarina (1), lupeol (2), ácido -isobutiriloxi-caur-16-en-19-oico (3), ácidos
diterpênicos (4), caurenoico (5), grandiflórico (6), cinamoilgrandiflórico -
sitosterol (9), friedelina (10) e estigmasterol (11) (adaptado de Santos,
2005).(7), caurenol (8), encontradas principalmente nas famílias Asteraceae,
Fabaceae, Oleaceae, Moraceae, Thymeleaceae, Apiaceae e Rutaceae.

No guaco, a cumarina é utilizada no controle de qualidade na produção


dos extratos, devido ao aroma característico que concede às folhas (Santos,
2005). O ácido caurenoico é diterpeno encontrado em muitas espécies do gênero
Mikania e, assim como a cumarina, apresenta importantes ações biológicas
(Santos, 2005).

Biossíntese da cumarina

As cumarinas são derivadas da via do ácido chiquímico, o qual é formado


pela condensação de dois metabólitos da glicose, o fosfoenolpiruvato e a
eritrose-4-fosfato.

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A junção do ácido chiquímico com uma molécula de fosfoenolpiruvato dá
origem ao ácido corísmico, ou corismato, dando continuidade à via. A partir
deste, há a formação de aminoácidos aromáticos, precursores de alcaloides, tais
como os essenciais triptofano, fenilalanina e o não-essencial tirosina.

A fenilalanina sofre ação da fenilalaninaamônio-liase (PAL), a qual retira


uma amônia da fenilalanina, dando origem ao ácido cinâmico, que por sua vez
origina o ácido o-cumárico.

Nos ácidos cinâmicos a isomerização cis/trans ocorre facilmente,


catalisada pela luz com incidência de 360 nanômetros e, a radiação UV é
suficiente para produzir uma mistura equilibrada de isômeros que podem ser
isolados (Dewick, 2002; Scio, 2004; Peres, 2004).

O ácido o-cumárico sofre, em seguida, glicosilação e isomerização


cis/trans, o que é fundamental para o processo de lactonização e formação final
da cumarina. A cumarina é liberada apenas após hidrólise enzimática e
lactonização, processos que ocorrem na danificação dos tecidos vegetais
durante extração e processamento (Santos, 2005).

Cadeia lateral do ácido cinâmico é um passo fundamental na formação,


catalisada pela enzima trans-cinamato-4-hidroxilase.

Na etapa (b) ocorre uma o-glicosilação do ácido o-cumárico.

Em seguida, etapa c, ocorre uma isomerização cis/ trans da dupla ligação


da cadeia lateral. A última etapa (d) é o processo de lactonização do ácido o-
cumárico, por ação enzimática e na presença de calor (Scio, 2004).

Outras substâncias são formadas após a ação enzimática da PAL, como


as ligninas, os flavonoides e o ácido benzoico precursor do ácido salicílico,
importante na defesa das plantas contra patógenos.

A fenilalanina-amônio-liase sofre alterações mediante fatores ambientais,


tais como luz, disponibilidade nutricional e infecção por fungos (Peres, 2004).

Outra importante enzima nessa via é a 5- enolpiruvil-3-fosfochiquimato


sintase (EPSP sintase), a qual é inibida pelo herbicida glifosato, suspendendo a
síntese de aminoácidos aromáticos.

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Em condições normais, a enzima EPSP catalisa, na planta, a reação que
envolve a transferência do enolpiruvil do fosfoenolpiruvato (PEP) para o
chiquimato-3-fosfato (S3P), formando 5-enolpiruvil-chiquimato-3-fosfato (EPSP)
e fosfato inorgânico, Pi (Coutinho & Mazo, 2005).

FATORES QUE INFLUENCIAM NO ACÚMULO OU REDUÇÃO DE


METABÓLITOS SECUNDÁRIOS
É fundamental o conhecimento sobre os fatores que podem influenciar na
composição química do fitoterápico e saber identificar em que partes da planta
são encontrados maiores teores de metabólitos, a fim de otimizar a produtividade
e tornar o produto final economicamente mais viável, além de melhorar a
qualidade dos medicamentos sem aumentar os custos na sua produção.

As proporções dos metabólitos podem variar com alterações sazonais,


circadianas, intra e interplanta, idade e desenvolvimento da planta, incluindo
desenvolvimento foliar, surgimento de novos órgãos, processos bioquímicos,
fisiológicos, ecológicos e evolutivos.

Temperatura, altitude, índice pluviométrico, radiação UV, composição a


poluição atmosférica, disponibilidade de nutrientes e água no solo, herbivoria e
ataque de patógenos são outros fatores que influenciam no metabolismo
secundário.

A época de coleta é um dos fatores fundamentais, sendo relatada em


praticamente todos os metabólitos secundários. Outros fatores de grande
importância são as condições de produção, coleta e estocagem da planta
(Gobbo-Neto & Lopes, 2007). Há uma relação entre intensidade de luz e
produção de metabólitos secundários, pois todas as substâncias produzidas
pelas plantas estão envolvidas com a fotossíntese, o que causa
consequentemente, alterações anatômicas, fisiológicas e químicas.

O teor de cumarina, especialmente, apresenta alterações significativas


com relação às variações na intensidade de luz, tendo maior produção em pleno
sol. Importantes variações de cumarina são encontradas dependendo do órgão,
sendo que no Guaco os maiores teores deste metabólito são observados em
folhas jovens (5,20 mg g-1 de matéria seca), seguidos por flores (1,04 mg g-1 de

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matéria seca), caules (1,05 mg g-1 de matéria seca) e raízes (0,11 mg g-1 de
matéria seca).

Além disso, as maiores concentrações de cumarina foram observadas


perto da gema apical nas folhas, apontando os tecidos meristemáticos como
locais de síntese. Os maiores valores são encontrados em partes superiores da
planta, o que indica a relação com o crescimento e processo de desenvolvimento
do guaco, quando ocorre maior acúmulo (Castro et al., 2006).

Etapa que envolve a transferência do enolpiruvil do PEP para o S3P,


formando o EPSP. Na figura destaca-se o local de inibição do Glifosato
(adaptado de Coutinho & Mazo, 2005).

Ações biológicas

O guaco é usado na cultura popular há séculos devido às propriedades


das folhas, que incluem ação tônica, depurativa, antipirética e broncodilatora,
além de estimulante do apetite e antigripal (Lorenzi & Matos, 2008).

É ainda empregada no tratamento da asma, bronquite e adjuvante no


combate à tosse (Teske & Trentini, 1997). Estudos relataram que o guaco age
diretamente causando broncodilatação e relaxamento da musculatura lisa
respiratória, o que pode estar relacionado ao bloqueio dos canais de cálcio,
acompanhado de ações anti-inflamatória e antialérgica (Moura et al., 2002;
Castro et al., 2006), que são extremamente benéficas ao tratamento da asma, a
qual caracteriza-se por obstrução e inflamação das vias aéreas e, resposta
broncodilatadora exagerada (Santos, 2005).

Apesar de possuir várias indicações terapêuticas populares, somente a


ação broncodilatadora, antitussígena, expectorante e edematogênica sobre as
vias respiratórias foram comprovadas (Oliveira et al., 1998). Outros estudos
mostram potencial atividade antialergênica (Fierro et al., 1999), antimicrobiana
(Pessini et al., 2003), além de atividade analgésica (Ruppelt et al., 1991), anti-
inflamatória (Falcão et al., 2005), antioxidante (Vicentino & Menezes, 2007) e
antidiarreica (Salgado et al., 2005). Segundo a ANVISA, o guaco pode ser usado
sob as formas de tintura e extrato (ANVISA, 2008).

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Dentre os metabólitos encontrados no Guaco se destacam a cumarina e
o ácido caurenoico pelas ações farmacológicas, tais como anti-inflamatória e
expectorante. Acredita-se que o ácido caurenoico tenha a propriedade de inibir
o crescimento de Staphylococcus aureus e Candida albicans, podendo ser este,
juntamente com o ácido cinamolgrandiflórico os responsáveis pela atividade
antibiótica (Soares et al., 2006).

Apresenta também atividade antimicrobiana contra Staphylococcus


epidermidis, Bacillus cereus, Bacillus subtilis e Streptococcus pneumoniae, além
de ser ativo in vitro contra formas tripomastigotas de Trypanosoma cruzi. Potente
ação relaxante da contração uterina, através de mecanismos independentes de
receptores â2 - adrenérgicos e como antagonista de canais de cálcio, também
foi observada (Santos, 2005). Estudos recentes avaliaram a composição química
de extratos do guaco e sua atividade antimicrobiana sobre Streptococcus
mutans. Observou-se efeito inibitório efetivo sobre as cepas bacterianas e
inibição da aderência dos microorganismos à superfície do vidro.

A ação antimicrobiana de Mikania glomerata classifica-o como fonte


promissora de novos agentes terapêuticos (Yatsuda et al., 2005), o que pode ser
observado pela ação dos óleos essenciais de Mikania glomerata na atividade
contra candidíase (Duarte et al., 2005).

As cumarinas apresentam atividade citotóxica, anti-HIV1 pela inibição da


transcriptase reversa, antifúngica, inseticida, vasodilatadora coronariana através
da inibição da cAMPfosfodiesterase e anticoagulante, inibindo a formação de
tromboxana nas plaquetas (Scio, 2004).

O extrato de guaco administrado por via subcutânea reduz a


permeabilidade vascular, a migração de leucócitos e a adesão aos tecidos
inflamados. A cumarina é capaz de inibir a migração de neutrófilos para o local
afetado. Este efeito antiinflamatório do fitoterápico pode ser devido à inibição da
produção de citocinas pró-inflamatórias no local de inflamação (Alves et al.,
2009).

O tratamento com Mikania glomerata também está indicado em casos de


pneumoconiose, que é caracterizada por inflamação pulmonar causada pela
exposição ao pó de carvão. A utilização reduz a infiltração pulmonar inflamatória

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induzida pelo pó de carvão, o que aponta o fitoterápico como preventivo de lesão
pulmonar oxidativa (Freitas et al., 2008).

Interações medicamentosas e toxicidade

A varfarina cuja estrutura química resulta de uma modificação da


cumarina, é um anticoagulante oral que atua como inibidor da vitamina K, um
cofator essencial para a síntese de fatores da coagulação II, VII, IX e X (Chaves
et al., 2010). Outras moléculas com o esqueleto químico das cumarinas, como
acenocumarol, femprocumona e dicumarol, também apresentam atividade
anticoagulante (Chaves et al., 2010).

Como o guaco é rico em cumarinas, é desaconselhável o uso para


crianças com idade inferior a um ano e mulheres no período gestacional. Além
disso, o uso prolongado pode provocar acidentes hemorrágicos, pelo
antagonismo à vitamina K (Freitas, 2006). Além da interação com
anticoagulantes, um estudo demonstrou que extratos secos de guaco poderão
interagir, sinergicamente in vitro, com alguns antibióticos como tetraciclinas,
cloranfenicol, gentamicina, vancomicina e penicilina, no entanto, o mecanismo
de ação ainda é desconhecido (Betoni et al., 2006).

A cumarina, presente principalmente nas folhas do Guaco, é o principal


metabólito e apresenta ações biológicas no combate a enfermidades do trato
respiratório, devido as ações broncodilatadora, expectorante, anti-inflamatória e
antialérgica, comprovadas pelos diversos estudos realizados, o que faz do guaco
um potente fitoterápico contra asma e bronquite.

Os registros apresentados demonstram a necessidade de novas


pesquisas sobre plantas medicinais, incluindo o Guaco, esclarecendo sobre sua
composição química e ações biológicas de seus componentes, além de
possíveis interações medicamentosas, toxicidade e descoberta de novas
atividades farmacológicas.

Assim, a fitoterapia, aplicada de forma segura e racional, pode trazer os


benefícios esperados aos usuários e ser cada dia mais utilizada como terapia
alternativa. A compreensão das enzimas envolvidas na rota biossintética dos

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metabólitos secundários com ação biológica pode auxiliar na modulação de
efeitos farmacológicos e toxicológicos do extrato de Guaco. Isto se torna possível
por meio da inibição de determinada via biossintética, o que consequentemente
acarretaria inibição de determinado metabólito.

A história da farmacologia é bem antiga e podemos dividir em 3 eras: a


natural, sintética e biotecnológica

Era natural

1. 4.500 A.E.C.: Na Mesopotâmia utilizava-se da fermentação para produção


de etanol, em Nagpur há registros escritos de 250 plantas medicinais como
a papoula e a mandrágora.
2. 1.550 A.E.C.: Um dos primeiros registros históricos que menciona o uso de
fármacos é um texto da farmácia egípcia, conhecido como o Papiro de Edwin
Smith, datado de 1500 A.E.C. Existe também o Papiro de Ebers de 1550
A.E.C. que relata a forma de preparo e uso cerca de 700 remédios extraídos
de plantas como romã, babosa, cebola, alho, coentro, etc.
3. 77 E.C. Dioscórides (considerado o fundador da farmacognosia) escreveu
"Sobre Material Médico" ou "De Materia Medica" com 944 preparações de
657 de plantas.
4. 131-200 E.C. Cláudio Galeno ou Galeno de Pérgamo escreve "De
succedanus" ou “drogas paralelas”.
5. Séc. XV Paracelso considerado por muitos como um reformador do
medicamento, fundador da Bioquímica e da Toxicologia e autor da frase “A
dose faz o veneno” Signatura doctrinae
6. Séc. XV-XVII: iniciam as Grandes Navegações onde novas espécies
vegetais são introduzidas à Europa (café, cacau, Ipecacuanha, etc).
7. Iluminismo: Desenvolvimento do pensamento científico e conhecimento
fisiológico, elementos fundamentais para a Farmacologia.

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Era sintética

1. 1804: Friedrich Sertürner isola a Morfina.


2. 1817: Carl Linnaeus isola a Estriquinina (Pesticida, muito usado para matar
Ratos).
3. 1820: Pierre-Joseph Pelletier e Joseph Bienaimé Caventou Isolam
o Quinino Tratamento de malária.
4. 1828: Johann Buchner isola a Salicilina usada no tratamento de dores e
febre.
5. 1847: Rudolf Buchheim funda o primeiro instituto de Farmacologia
6. 1897: Felix Hoffmann sintetiza a Aspirina a partir do ácido salicílico.
7. 1932: Josef Klarer e Fritz Mietzsch sintetizam o Prontosil precursor dos
antibióticos.

Era Biotecnológica

1. 1978: Genentech produz insulina humana a partir de E. Coli com DNA


recombinante.
2. 1981: Genentech produz hormônio de crescimento (GH) com DNA
recombinante.
3. 1990: Primeira tentativa de terapia gênica.
4. Luxturna (Voretigene neparvovec) primeira terapia gênica aprovada
pela FDA para tratamento de Amaurose congênita de Leber (US$ 850.000)
doença degenerativa e hereditária onde provoca alterações na atividade
elétrica da retina diminuindo a visão.

Antes do uso medicinal os fármacos eram considerados "artigos de festa"


como o Óleo doce de Vitríolo (éter etílico – séc. XVI) e Óxido Nitroso (Humphrey
Davy – 1799).

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DESTINO DOS FÁRMACOS NO ORGANISMO

Para que um fármaco aja no organismo ele precisará se ligar a um


receptor específico, como dito na famosa frase "Corpora non agunt nisi fixata"
(Um fármaco não agirá, a menos que esteja ligado) [Paul Ehrlich], com algumas
exceções: Diuréticos e purgativos osmóticos, antiácidos e agentes quelantes de
metais pesados.

Qualquer substância que atue no organismo vivo pode ser absorvida por
este, distribuída pelos diferentes órgãos, sistemas ou espaços corporais,
modificada por processos químicos e finalmente eliminada.

A farmacologia estuda estes processos e a interação dos fármacos com


o homem e com os animais: absorção, distribuição,
metabolismo/autotransformação e exceção.

1. Absorção - Para chegar na circulação sanguínea o fármaco deve passar por


alguma barreira dada pela via de administração, que pode ser: cutânea,
subcutânea, respiratória, oral, retal, muscular. Ou pode ser inoculada
diretamente na circulação pela via intravenosa, sendo que neste caso não
ocorre absorção, pois não atravessa nenhuma barreira, caindo diretamente
na circulação. A absorção (nos casos que existe barreira) do fármaco, é como
já foi citado anteriormente, fundamental para seu efeito no organismo.

A maioria dos fármacos é absorvida no intestino, e poucos fármacos no


estômago, os fármacos são melhor absorvidos quando estiverem em sua forma
não ionizada, então os fármacos que são ácidos fracos serão absorvidos melhor
no estômago que tem pH ácido, Exemplo (Ácido Acetil Salicílico), já os fármacos
que são bases fracas, serão absorvidos principalmente no intestino, sendo que
esse tem um pH mais básico que o do estômago. Os fármacos na forma de
comprimido, passam por diversas fases de quebra, até ficarem na forma de pó
e assim serem solubilizados e absorvidos, já os fármacos em soluções, não
necessitam sofrer todo esse processo, pois já estão na forma solúvel, e podem
ser rapidamente absorvidos.

A seguir uma ordem de tempo de absorção, para várias formas


farmacêuticas: Comprimido>Cápsula>Suspensão>Solução.

16
1. Distribuição - Uma vez na corrente sanguínea o fármaco, por suas
características de tamanho e peso molecular, carga elétrica, pH,
solubilidade, capacidade de união a proteínas se distribui pelos distintos
compartimentos corporais.
2. Metabolismo ou Biotransformação - Muitos fármacos são transformados
no organismo por ação enzimática. Essa transformação pode consistir em
degradação (oxidação, redução, hidrólise), ou em síntese de novas
substâncias como parte de uma nova molécula (conjugação). O resultado do
metabolismo pode ser a inativação completa ou parcial dos efeitos do
fármaco ou pode ativar a droga como nas "pródrogas" p.ex: sulfas. Ainda
mudanças nos efeitos farmacológicos dependendo da substância
metabolizada. Alguns fatores alteram a velocidade da biotransformação, tais
como, inibição enzimática, indução enzimática, tolerância farmacológica,
idade, patologias, diferenças de idade, sexo, espécie e o uso de outras
drogas concomitantemente.
3. Excreção - Finalmente, o fármaco é eliminado do organismo por meio de
algum órgão excretor. Os principais são rins e fígado p.ex: através da bile,
mas também são importantes a pele, as glândulas salivares e lacrimais,
ocorre também a excreção pelas fezes.

Os fármacos geralmente têm uma lipofilia moderada, caso contrário eles


não conseguiriam penetrar através da membrana das células com facilidade, e
a via de excreção mais usada pelo organismo é a via renal, através da urina,
então geralmente os fármacos como são mais apolares tendem a passar pelo
processo de metabolização, que os torna mais polares e passíveis de serem
eliminados pela urina, mas aí o que está sendo eliminado do organismo são os
metabólitos do fármaco, já não é mais o fármaco. Já os fármacos que são polares
são eliminados pela urina sem passar pela metabolização, e então o que está
sendo eliminado agora é o fármaco mesmo e não seus metabólitos.

17
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE UM FÁRMACO EM HUMANOS
ORAL

Simples, segura e barata, geralmente os fármacos são absorvidos no


intestino delgado por difusão (efeito sistêmico). A absorção por essa via pode
ser afetada por: Conteúdo do trato gastro intestinal (TGI) pode retarda a
absorção, Motilidade gastrointestinal (diarreia), Fluxo sanguíneo esplâncnico
(propranolol), Tamanho da partícula e formulação, Fatores físico-químicos (pH,
interações medicamentosas), efeito de primeira passagem (um fármaco pode
sofrer metabolização por ação de enzimas intestinais e (principalmente)
hepáticas ao ser absorvido pelo intestino antes de chegar a circulação sistêmica.
90% nitroglicerina (vasodilatador) é degradada, uma via alternativa deve ser
usada (normalmente sublingual).

Sublingual: Absorção rápida e diretamente para a circulação sistêmica.


Indicação: fármacos instáveis em pH ácido ou que são rapidamente
metabolizadas pelo fígado. Poucos medicamentos são absorvidos corretamente
por essa via (Ex.: nitroglicerina).

Retal: Absorção rápida. Indicação: impossibilidade de utilizar a via oral devido a


náuseas, impossibilidade de deglutir ou restrições alimentares pré- e pós-
operatórias. Ex.: acetaminofeno (febre), diazepam (convulsões) e laxantes
(constipação)

APLICAÇÕES EM SUPERFÍCIES EPITELIAIS

Cutânea:

-Tópica: ação local com pouca absorção do fármaco. Ex.: Cetoconazol


(infecções fúngicas)

18
-Transdérmica: ação sistêmica de efeitos prolongados, são necessariamente
lipossolúveis e relativamente caros. Ex.: contraceptivo hormonal, Nicotina.

Ocular: através de colírios, possui ação local sem efeitos colaterais sistêmicos.
Ex.: Dorzolamida

Sublingual: Absorção rápida e diretamente para a circulação sistêmica.


Indicação: fármacos instáveis em pH ácido ou que são rapidamente
metabolizadas pelo fígado. Poucos medicamentos são absorvidos corretamente
por essa via (Ex.: nitroglicerina).

Retal: Absorção rápida. Indicação: impossibilidade de utilizar a via oral devido a


náuseas, impossibilidade de deglutir ou restrições alimentares pré- e pós-
operatórias. Ex.: acetaminofeno (febre), diazepam (convulsões) e laxantes
(constipação)

Nasal: Spray nasais, possui efeito sistêmico de absorção rápida.


Ex.: Calcitonina (osteoporose), Fluticasona (rinite alérgica)

Inalação: De absorção rápida, ajuste fácil, possui ação sistemática (usado para
aplicação de anestésicos voláteis e gasosos (ex.: óxido nitroso (N2O)) e ação
local (minimizar efeitos colaterais sistêmicos (ex.: Salbutamol (broncodilatador)).

Injeção

Subcutânea: Aplicação do fármaco logo abaixo da pele, medicamentos que


seria degradados na via oral, possuí rápida absorção (que depende da perfusão
local, (ex.: Insulina))

Intramuscular: Aplicação do fármaco no músculo, de rápida absorção e ação


prolongada. A Absorção depende da perfusão local. Preferível à via subcutânea
quando maior volume de fármaco é necessário (ex.: Penicilina)

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Intravenosa: Via mais rápida e confiável, o fármaco entra diretamente na
circulação sistêmica, a velocidade depende diretamente da forma de
administração (dose única ou infusão contínua).

Intratecal: Aplicação do fármaco no espaço subaracnoide, esta via é específica


para o sistema nervoso central: Anestesia regional, Analgesia e Terapia
antibiótica.

VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE UM FÁRMACO EM ANIMAIS

Vias mais comuns para aplicação de fármacos em animais experimentais:

-Oral (gavagem)

-Oral (consumo voluntário)

-Subcutânea

-Intramuscular

-Intreperitoneal

-Intravenosa

DIVISÕES DA FARMACOLOGIA

Farmacologia Geral: estuda os conceitos básicos e comuns a todos os grupos


de drogas.

Farmacologia Especial: estuda as drogas em grupos que apresentam ações


farmacológicas semelhantes. Ex.: farmacologia das drogas autonômicas (que
atuam no SNC).

Farmacotécnica: estuda o preparo, a purificação e a conservação, da preparação


das drogas, medicamentos e fármacos nas suas diferentes formas farmacêuticas
(compridos, cápsulas, supositórios, etc.), da sua conservação e análise, visando
o melhor aproveitamento dos seus efeitos no organismo;

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Farmacoterapia: união da farmacodinâmica e a farmacocinética para
desenvolver uma terapia medicamentosa;

Imunofarmacologia: estuda a ação dos fármacos sobre o sistema imune;

Farmacognosia: diz respeito à origem, métodos de conservação, identificação e


análise química dos fármacos de origem vegetal e animal;

Tecnologia Farmacêutica: é o ramo da ciência aplicada que visa a obter


preparações farmacêuticas dotadas de máxima atividade, doseadas com maior
precisão e apresentação que lhes facilitem a conservação e a administração;

Farmacodinâmica: trata das ações farmacológicas e dos mecanismos pelos


quais os fármacos atuam (em resumo, ação da droga no organismo);

Farmacocinética: diz respeito aos processos de absorção, distribuição,


biotransformação (e interações) e excreção dos fármacos (em resumo, ação do
organismo na droga);

Farmacogenética: área em crescimento explosivo, que trata das questões


resultantes da influência da constituição genética nas ações, na
biotransformação e na excreção dos fármacos e, inversamente, das
modificações que os fármacos podem produzir nos genes do organismo que os
recebe;

Cronofarmacologia: estudo dos fármacos em relação ao tempo. Sua aplicação


se baseia nos resultados da cronobiologia;

Toxicologia: diz respeito às ações tóxicas não só dos fármacos usados como
medicamentos, mas também de agentes químicos que podem ser causadores
de intoxicações domésticas, ambientais ou industriais.

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SUBSTÂNCIAS INERTES

Quer dizer são substâncias que não possuem valor medicinal, ou não
possuem ação farmacológica sobre o organismo humano. Obs. Destaca-se que
as substâncias inertes determinam a eficiência medicinal do vegetal e dos
princípios ativos. Um exemplo: o ginkgo biloba que no extrato seco estão
presentes todas as substâncias da planta e que apresentam a propriedade
terapêutico de promover a vaso dilatação. Contudo, quando os princípios ativos
e suas substâncias são separadas perde-se a eficiência terapêutica ou ação da
vasodilatação.

BOTANICA REINO VEGETAL- EVOLUÇÃO DAS PLANTAS

Morfologia

As plantas dividem-se em dois ramos:

- Talófitas: Plantas pouco diferenciadas, sem raízes nem caules, constituídas


somente por um talo. Ficam próximo ao solo: Cogumelos, Líquens e Algas (meio
aquático).

-Comófitas: com raízes e caule, possuem conjunto de ramos folhosos, células


diferenciadas (formam vasos condutores). Correspondem aos vegetais
superiores.

-Algas Pluricelulares: São também chamadas Talófitas, por não possuírem raiz,
caule e folha. Não apresentam tecido ou vasos condutores. Sua reprodução
pode ser sexuada ou assexuada (por fragmentação ou esporos). Utilidades das
algas: Para alimentação, Matéria-prima para indústria (ágar-ágar e algina).

- Briófitas: Apresentam rizoides, cauloides e filoides. Vivem em locais úmidos e


na sombra. Não possuem vasos condutores de seiva. Ex.: Musgos e hepáticas.

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-Pteridófitas: Apresentam raiz, caule e folhas. Vivem em locais sombrios.
Apresentam vasos condutores de seiva. Ex.: Samambaias e avencas.

FITOTERAPIA

DEFINIÇÃO: phitos = plantas (grego); terapia = no dicionário médico


encontra-se a seguinte definição: “parte da medicina que pesquisa e põe em
prática os meios adequados para curar as doenças e atenuar as dores”.

Significando: cuidado ou tratamento, ou seja: a fitoterapia é um tratamento


do organismo como um todo (estado geral), através das plantas e ervas
medicinais in natura, sem separar os princípios ativos.

Contudo, é uma terapia que busca os meios adequados para a sua


utilização e não de maneira desordenada e inconsequente. Procura investigar a
existência dos princípios ativos que justifiquem a utilização da planta em
questão; e, a forma mais adequada de utilizar-se daquela substância e bem
como a dosagem e o momento correto de se ingerir este fitoterápico.

Fitoterapia é uma abordagem holística que vê o indivíduo como um todo


e, além disso, utiliza a planta na sua totalidade. Lembrando que holístico vem de
holus = totalidade; e que indivíduo: in = não; divíduo = divisível. Portanto, a
própria palavra na sua raiz tem a pessoa indivisível, na sua totalidade e,
relacionando o indivíduo com a fitoterapia ele é parte da natureza.

POR QUE FUNCIONA? As ervas e plantas medicinais possuem


substâncias que foram sintetizadas (a planta sintetiza estas substâncias do solo,
ar, luz solar, devido ao clima, relações da planta com o meio, etc...) Ao longo do
seu crescimento (muitas dessas substâncias são para proteger a planta). Por
exemplo, cita-se o caqui que possui um sabor que amarra quando é consumido
verde. Os animais e pássaros gostam do caqui maduro e dificilmente o comem
verde devido aos taninos que possuem esse efeito adstringente.

23
Além de garantir que não seja agredido o caquizeiro garante sua
perpetuação, pois as sementes estão contidas no fruto da árvore, e somente
quando está maduro, suas sementes estão prontas para a perpetuação da
espécie. Estas substâncias são conhecidas pela ciência como Princípios Ativos.

Nem todas as substâncias das ervas são terapêuticas e possuem ação


sobre o organismo. As substâncias que não possuem ação são conhecidas como
substâncias inertes.

Muitas dessas substâncias inertes possuem uma participação na


assimilação ou na ação dos princípios ativos. É por isso que na fitoterapia fala-
se do efeito sinérgico. Sinergia é quando se utiliza a planta toda ou as
preparações com todas as suas substâncias sejam elas, ativas ou inertes,
confere-lhes um efeito ou uma atividade terapêutica diferenciada da fitoterapia
que somente separar ou isolar os princípios ativos.

TOXIDADE E A FITOTERAPIA

Outra importante observação, em relação a fitoterapia e suas substâncias


é que nem todas as plantas e substâncias são benéficas ao organismo. Há
substâncias tóxicas e há plantas altamente tóxicas. Aliás, em relação a fitoterapia
pode-se observar que todas as plantas possuem um grau de toxidade.

Em algumas plantas a toxidade apresentada é baixa que pode ser


utilizada por um período maior em outros casos pode-se utilizar uma
determinada planta somente em doses pequenas e por um tempo muito curto.
Há outras que ao serem utilizadas uma única vez causam uma intoxicação
violenta.

Vale apenas destacar que: AS PLANTAS SÃO NATURAIS, MAS MAL


UTILIZADAS OU UTILIZADAS DE MODO INDISCRIMINADO PODEM MATAR
OU CAUSAR DANOS IRREVERSIVEIS AO ORGANISMO. NEM TUDO QUE É
NATURAL NECESSARIAMENTE FAZ BEM AO SER HUMANO.

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CONCEITOS ESPECÍFICOS

O que é um fitoterápico? É um medicamento produzido a partir de um


extrato da planta seca, tintura mãe, pó da planta, etc.

O que é um fitofármaco? É um medicamento com princípio ativo retirados


de plantas medicinais.

O que é um fitocomplexo? É a mistura de várias ervas.

O que é uma droga? A droga medicamentosa vegetal é a parte da planta


medicinal que contém os princípios ativos conhecidos e que passaram por
processos de beneficiamento (secagem e estabilização).

O que é um fármaco? É um componente separado dentre os princípios


ativos de uma planta, com propriedades curativas ou terapêuticas. Um exemplo
de fármaco é a pilocarpina retirada do Pilocarpus jaborandi (jaborandi) para
tratamento do glaucoma.

DIFERENÇA FUNDAMENTAL

Geralmente na alopatia, o fármaco é isolado, estabilizado e usado com


fim específico. Um exemplo que podemos citar é o ácido salicílico extraído pela
primeira vez do salgueiro (Salix alba) e estabilizado em laboratório com adição
do radical acetil.

Na fitoterapia é extraído a totalidade das substâncias da planta. Portanto,


na fitoterapia não há separação dos princípios ativos que a planta sintetizou.
Utiliza-se a parte ou a planta de forma integral com todos os seus constituintes
tenham eles valor medicinal ou não. É valorizado o conjunto de substâncias da
planta.

25
O QUE SE ENCONTRA NA PLANTA? Ao longo da vida da planta e a
relação com o meio em que vive, ela sintetiza substâncias que podem ser
divididas em: Apresentam material seco e duro.

Podem ser:

-Deiscentes – abrem-se quando maduros. Exs: Feijão, soja.

-Indeiscentes – não se abrem quando maduros. Exs: Noz, milho.

Frutos compostos: Originam-se de uma única flor que tem vários ovários.
Ex: Framboesa.

Frutos múltiplos: Originam-se dos ovários de muitas flores que crescem


num mesmo ramo. Ex: Abacaxi.

Pseudofrutos (Falsos frutos): O fruto verdadeiro origina-se do ovário da


flor, enquanto que o pseudofruto origina-se de outras partes da flor, como o
receptáculo e o pedúnculo.

Os pseudofrutos são os frutos que não são considerados pelo conceito


botânico de fruto. É a parte comestível da planta que não é formado pelo ovário,
mas sim pelo pedúnculo floral.

Existem três tipos de pseudofrutos:

-Pseudofrutos simples – se origina do desenvolvimento do receptáculo de uma


única flor, com apenas um carpelo, que através de uma inchação envolve o todo
o fruto ou parte dele. Alguns exemplos deste fruto é a maça, a pera e o caju.

-Pseudofrutos múltiplos - se originam de vários carpelos de variadas flores.


Formam-se a partir da inflorescência que dá origem a frutos variados.
Desenvolvem-se agrupados por nascerem muito perto um do outro. Alguns
exemplos deste fruto é o abacaxi, a amora, figo, fruta-do-conde e jaca.
Pseudofruto composto – se origina de diversos ovários de uma mesma flor, e
desenvolvem diversos frutos. Quando é fecundado o receptáculo se dilata,
passando a ser carnudo. O morango é exemplo deste fruto.

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CURIOSIDADE

Na bananeira, o ovário desenvolve sem ser fecundado, sendo assim, a


planta reproduz-se assexuadamente, já que não possui semente. Esse fruto é
chamado partenocárpico.

Sementes: Camadas da semente. Tegumento – é o mesmo que casca,


protege a semente.

Amêndoa – é formada pelo albúmen e o embrião. Condições para a


semente germinar: Que ela esteja inteira, madura e sadia.

Estar em solo fértil, com água e ar como ocorre a dispersão dos frutos e
das sementes:

- Dispersão pelos animais.

- Dispersão pelo vento.

- Dispersão pela água.

- Dispersão dos frutos deiscentes.

A importância dos frutos e das sementes

- Na alimentação.

- Na indústria de óleos e na fabricação de medicamentos

27
PROCESSOS EXTRATIVOS E FORMAS FARMACÊUTICAS

Medicamento obtido empregando-se exclusivamente matérias-primas


ativas vegetais. É caracterizado pelo conhecimento da eficácia e dos riscos de
seu uso, assim como pela reprodutibilidade e constância de sua qualidade.

Sua eficácia e segurança é validada através de levantamentos


etnofarmacológicos de utilização, documentações tecnocientíficas em
publicações ou ensaios clínicos.

Não se considera medicamento fitoterápico aquele que, na sua


composição, inclua substâncias ativas isoladas, de qualquer origem, nem as
associações destas com extratos vegetais.

Colheita

Como cada planta tem suas partes especificadas para uso, também cada
planta tem seu tempo de colheita estabelecido em compêndios especializados.
Deve-se sempre verificar quando é o melhor momento para se retirar as partes
a serem utilizadas da planta para garantirmos a máxima quantidade de princípios
ativos disponíveis para extração. Por exemplo, no Guaco a parte utilizada são
as folhas, e a maior concentração de princípios ativos se dá na primavera,
principalmente no mês de outubro.

Secagem de material vegetal

A maioria das extrações vegetais é feita com a planta seca. A umidade


pode provocar deterioração do material e aparecimento de mofo, que
dependendo do princípio ativo que a planta contém, pode modificar
quimicamente esse componente e causar danos à saúde do usuário.

Curiosidade: O Guaco, conhecido vegetal utilizado como expectorante,


possui entre seus princípios ativos a Cumarina. O aparecimento de fungos entre

28
as folhas de Guaco transformam essa Cumarina em Decumarol que é utilizado
como veneno de ratos.

Tipo de órgão vegetal

De acordo com a parte da planta a ser seca, quanto a sua dureza,


tamanho, estabilidade dos componentes ou teor de umidade, podemos escolher
o método de secagem a ser empregado. Quando o vegetal tem alta
concentração de óleos essenciais, a estabilidade dos componentes fica
comprometida em temperaturas elevadas.

Principais técnicas de secagem

1. Liofilização: processo com uso de sublimação (passagem da água do estado


sólido para o gasoso sem passar pelo estado líquido) para a retirada da umidade
dos vegetais. Faz-se o congelamento do vegetal e sob vácuo, a temperatura vai
aumentando de – 35 °C para + 35 °C por um período aproximado de 12 horas.
Este método é empregado para vegetais sensíveis à temperatura.

2. Secagem por aspersão: Spray drier: passagem de ar quente pelo vegetal com
exaustão constante e por arraste, o vegetal vai perdendo a umidade. O ar quente
atinge neste método até 95 °C, e o material chega a aprox. 60 a 70 °C.

3. Fornos e Túneis de secagem: empregam calor seco produzido por


resistências, lâmpadas incandescentes ou fogo indireto, variando apenas na
forma deste emprego. No caso dos fornos, o material fica disposto em bandejas
por período suficiente para a secagem (este processo varia entre 8 a 12 horas).
Nos túneis de secagem, o material passa por longas esteiras que caminham com
velocidade reduzida, sendo expostos ao calor ao longo do mesmo (este processo
demora de 4 a 6 horas).

4. Se Apresentam material suculento.

Podem ser:

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Bagas – têm uma ou mais sementes livres. Exs.: Melancia, mamão.

Drupas – têm um endocarpo duro (caroço) envolvendo a semente. Exs.: Manga,


abacate.

Raiz

A importância das raízes para alimentação:

- Matéria-prima nas indústrias e Fabricação de medicamentos

- Combate à erosão e Fertilização do solo.

Caule

Funções do caule:

- Sustentação da copa (folha, flores e frutos).

- Condução da seiva bruta e da seiva elaborada.

Adaptações do caule Gavinha. Ex.: chuchuzeiro. Espinhos. Ex.: laranjeira.


Cladódios (caules lembram folhas).

A importância dos caules:

- Para alimentação.

- Matéria-prima para indústria.

- Na construção e fabricação de móveis.

Tipos de caule Caules aéreos:

a) Caules eretos Tronco. Ex.: Sequoia Haste. Ex.: Salsa. Estipe. Ex.: Palmeira.
Colmo. Ex.: Bambu.

b) Caules rastejantes. Ex.: Melancia.

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c) Caules trepadores. Ex.: Maracujá. Caules subterrâneos

d) Rizoma. Ex.: gengibre

e) Tubérculos: Batata inglesa.

f) Bulbos. Ex.: Cebola. Caules aquáticos - Ex: Elódea Corte de caule A Folha
Funções da folha: - Respiração A respiração ocorre com todas as células vivas.
É o processo realizado para se obter energia. O² + Nutrientes = Energia + H²O
+ CO² -

Fotossíntese

Fotossíntese é o processo pelo qual seres autótrofos conseguem fabricar


seus próprios alimentos, transformando energia luminosa em energia química
processando o Dióxido de Carbono, Água e minerais em compostos orgânicos e
produzindo Oxigênio gasoso. Primeira etapa: Fotoquímica Usa a matéria prima
do solo e a energia solar na produção de produtos primários, o ATP (Adenosina
tri- fosfato) e o NaDPH2, liberando Oxigênio como subproduto da dissociação da
molécula da água.

Segunda etapa: Química ou Enzimática Basicamente enzimática, onde o


Gás Carbônico (retirado do ar atmosférico) é fixado e reduzido até carboidratos,
utilizando a energia da fase Fotoquímica: ATP e NaDPH2.

A Fotossíntese é o processo pelo qual a planta produz o alimento que


necessita com auxílio da luz solar. Clorofila CO²+ H²O + Sais Minerais Glicose +
H²O + O² Luz - Transpiração É o processo de eliminação de vapor de água,
realizado pelos estômatos.

À medida que a planta perde água pelas folhas, ela vai sugando água do
solo pelas raízes. Importância da folha para alimentação.

Partes da flor

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Originam-se de um só ovário. Frutos carnosos cagem simples: Exposição
do material ao calor do sol, quando partes duras. Em caso de partes tenras, a
exposição ao tempo deve ser feita à sombra em ambiente arejado.

Pontos a considerar:

a-Tipo de órgão vegetal: partes tenras ( folhas, flores e sumidades floridas)


tendem a perder umidade com mais facilidade que partes duras como caule,
raízes, frutos e sementes;

b-Dimensão: quando o material entra no processo de secagem já em dimensões


pequenas, a perda de água é mais rápida de água é mais rápida;

c- Estabilidade dos constituintes: constituintes sensíveis à temperatura , tais


como óleos essenciais, tendem a reduzir suas quantidades em temperaturas
elevadas;

d- Teor de umidade: deve ser considerado quando avaliamos o tempo de


exposição ao calor;

REDUÇÃO OU TRITURAÇÃO

Após o processo de secagem, temos que reduzir o material que está


sendo trabalhado, afim de aumentarmos a área de exposição da planta ao líquido
extrator. Para este processo podemos utilizar processos manuais, tais como
rasura de folhas e flores, ou um dos equipamentos abaixo para partes mais
duras, como caules, raízes, frutos e sementes.

Facas e Martelos: (quase todos os tipos de material) conjunto montado em um


eixo contendo grupos de facas e grupos de peças de metal sem corte, com frente
larga, que serve para quebrar as partes duras da planta como um martelo faria.
Esse conjunto montado em um eixo de motor girando em velocidades
controladas, força o material a passar por peneiras quando reduzido;

32
Discos: (materiais moles) dois discos montados em um eixo, um fixo e outro
móvel, girando e moendo as partes da planta como faríamos girando as palmas
de nossas mãos uma sobre a outra em movimento inverso;

Pinos: (mat. Moles ou fibrosos) mesmo processo do moinho de discos, com a


diferença que esses discos não tem a face lisa, mas que possuem fileiras de
pinos que rompem o material fibroso pelo movimento e contato com os mesmos.

PROCESSOS EXTRATIVOS

É a maneira pela qual se extraem os princípios ativos e inertes de uma


planta através da ação de um liquido extrator em contato com um vegetal em
estado fresco ou seco.

Tipos de processos extrativos

Maceração

Definição: Maceração é o processo pelo qual se extraem substancias ativas e


inativas de um vegetal, fresco ou seco, através de um liquido extrator.

A maceração pode ser feita a quente e a frio. O liquido extrator pode ser: a água,
álcool, óleo e glicerol.

Maceração aquosa

Neste caso o vegetal pode ser fresco ou seco. Pode ser de 2 tipos: Frio e quente

a- Frio

Processo de extração realizado à temperatura ambiente, na presença de um


líquido extrator, que pode ser a água, álcool, cachaça, vinho e óleos. Neste caso,

33
coloca-se a erva de “molho” no líquido extrator escolhido e côa- se. Tempo de
maceração:

Para partes tenras - 8 a 12 horas.

Para partes mais duras - 22 a 24 horas.

Chá serenado: Preparado com plantas verdes geralmente frutas, que ficam
macerando em água por um período de aproximadamente 8 a 10 horas e são
utilizados como refresco.

Vantagem desta técnica

Os sais minerais e as vitaminas existentes no vegetal também são aproveitados


pois não se perdem com o aumento da temperatura.

A maceração, além de usar água também pode usar: álcool, leite, óleo e vinho.

b- Quente

Infusão: Aplicado em partes tenras das plantas: flores, folhas, sumidades


floridas.

Da mesma forma, apareceu também a designação de Cosmético Natural,


que pode ser entendido como o produto que contém substâncias encontradas
na natureza, sem trata- mento, o que não é muito interessante, já que podem ser
instáveis do ponto de vista químico, físico e microbiológico (ISAAC et al., 2008).
O cosmético natural pode, também, ser entendido como sendo aquele produto
que não contém substâncias resultantes de síntese química, embora possa
conter conservantes sintéticos.

Por outro lado, mesmo com dificuldades para designar corretamente


esses novos termos, é preciso reconhecer uma crescente utilização de produtos
de origem vegetal, o que fomentou o uso e o estudo para descoberta de novos
ativos e sua atuação na pele. Assim, o cosmético natural pode ser entendido
como aquele produto que contenha extrato ou óleo vegetal, como ativos,
lembrando sempre aquela analogia equivocada do que é natural faz bem
(CHARLET, 1996).

34
Há milhares de anos, o homem vem utilizando os recursos da flora no
tratamento de diversas patologias. Gurib-Fakim (2006) afirma que os primeiros
registros sobre a utilização de plantas foram escritos em placas de argila,
oriundas da Mesopotâmia, e datados por volta de 2600 a.C.

No ano 78 d.C., o botânico grego Pedanios Dioscorides descreveu cerca


de 600 plantas medicinais, além de produtos minerais e animais no tratado de
matéria medica. Esse tratado permaneceu como fonte de referência por mais de
quatorze séculos. Foi através da observação e da experimentação pelos povos
primitivos que as propriedades terapêuticas de determina- das plantas foram
sendo descobertas e propagadas de geração em geração, fazendo parte da
cultura popular (TUROLLA & NASCIMENTO, 2006). No século XVI, o médico
suíço Philippus Aureolus Theophrastus Bombastus von Hohenheim, conhecido
como Paracelsus (1493-1541), formulou a “Teoria das Assinaturas”, baseada no
provérbio latim similia similibus curantur, “semelhante cura semelhante”.

Com essa teoria, acreditava-se que a forma, a cor, o sabor e o odor das
plantas estavam relacionados com as suas propriedades terapêuticas, podendo
dar indícios de seu uso clínico.

Algumas dessas plantas passaram a fazer parte das farmacopeias


alopáticas e homeopáticas a partir do século XIX, quando se começaram a
investigar suas bases terapêuticas (ELVIN-LEWIS, 2001).

O isolamento da morfina da Papaver somniferum L., em 1803, pelo


farmacêutico Friedrich Wilhelm Adam Sertürner, marcou o início do processo de
extração de princípios ati- vos de plantas.

A partir de então, outras substâncias foram isoladas, como, por exemplo,


a quinina e a quinidina obtidas da Cinchona spp, em 1819, e a atropina da Atropa
belladonna L., em 1831, que passaram a ser utilizadas em substituição aos
extratos vegetais (TUROLLA & NASCIMENTO, 2006).

Assim, a produção de fármacos via síntese química, o crescimento do


poder econômico das indústrias farmacêuticas e a ausência de comprovações
científicas de eficácia das substâncias de origem vegetal aliada às dificuldades

35
de controle químico, físico-químico, farmacológico e toxicológico dos extratos
vegetais até então utilizados impulsionaram a substituição desses por fármacos
sintéticos (RATES, 2001).

Após a década de 1960, observou-se, então, um desinteresse da indústria


farmacêutica e dos institutos de pesquisa pela busca de novas substâncias de
origem vegetal, por se acreditar que já haviam sido isoladas as principais
substâncias ativas das drogas vegetais conhecidas, bem como já haviam sido
realizadas todas as possíveis modificações químicas de interesse dessas
substâncias.

Entretanto, a partir dos anos 1980, os avanços técnicos e o


desenvolvimento de novos métodos de isolamento de substâncias ativas a partir
de fontes naturais permitiram maior rapidez na identificação de substâncias em
amostras complexas como os extratos vegetais, ressurgindo o interesse pela
pesquisa dessas substâncias como protótipos para o desenvolvimento de novos
fármacos.

Assim, mesmo com o desenvolvimento de grandes laboratórios


farmacêuticos e dos fármacos sintéticos, as plantas medicinais permaneceram
como forma alternativa de trata- mento em várias partes do mundo.

Observou-se, nas últimas décadas, a revalorização do em- prego de


preparações à base de plantas, mas o novo avanço, longe de ser uma volta ao
passado, caracteriza-se pela busca de produção em escala industrial,
diferentemente das formas artesanais que caracterizaram os estágios iniciais de
sua utilização (TUROLLA & NASCIMENTO, 2006). No início da década de 1990,
a Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou que 65 – 80% da população
dos países em desenvolvimento dependiam das plantas medicinais como única
forma de acesso aos cuidados básicos de saúde.

Ainda, ao longo do tempo, têm sido registrados variados procedimentos


clínicos tradicionais utilizando plantas medicinais.

Apesar da grande evolução da medicina alopática a partir da segunda


metade do século XX, existem obstáculos básicos na sua utilização pelas

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populações carentes, que vão desde o acesso aos centros de atendimento
hospitalares à obtenção de exames e medicamentos. Esses motivos, associados
com a fácil obtenção e a grande tradição do uso de plantas medicinais,
contribuem para sua utilização pelas populações dos países em
desenvolvimento (VEIGA JÚNIOR et al., 2005).

Nos países em desenvolvimento, bem como nos mais desenvolvidos, os


apelos da mídia para o consumo de produtos à base de fontes naturais
aumentam a cada dia. Os ervanários prometem saúde e vida longa, com base
no argumento de que plantas usadas há milênios são seguras para a população.

Nos Estados Unidos e na Europa, entretanto, há mais controle no registro


e na comercialização dos produtos obtidos de plantas. Nesses países, as normas
para a certificação e o controle de qualidade de preparações vegetais são mais
rígidos.

Já no Brasil, as plantas da flora nativa são consumidas com pouca ou


nenhuma comprovação de suas propriedades farmacológicas, propagadas por
usuários ou comerciantes. Muitas vezes essas plantas são, inclusive,
empregadas para fins diferentes daqueles utilizados pelos silvícolas.

Comparada com a dos medicamentos usados nos tratamentos


convencionais, a toxicidade de plantas pode parecer trivial, o que, entretanto,
não é verdade. É, sim, um problema sério de saúde pública.

Os efeitos adversos, possíveis adulterações e toxidez, bem como a ação


sinérgica com outras substâncias ocorrem comumente (VEIGA JÚNIOR et al.,
2005). Assim, a prática da utilização de plantas de forma segura encontra uma
série de dificuldades, que vão desde a identificação correta do material botânico
utilizado à quase inexistência de estudos de segurança, eficácia e qualidade de
grande parte das plantas, uma vez que as pesquisas realizadas para avaliação
do uso seguro no Brasil ainda são incipientes, assim como o controle da
comercialização pelos órgãos oficiais em feiras livres, mercados públicos ou lojas
de produtos naturais (ROCHA et al., 2004).

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Como atualmente ainda grande parte da comercialização de plantas e
extratos ou óleos vegetais é feita em farmácias e lojas de produtos naturais, onde
preparações vegetais são comercializadas com rotulação industrializada e, em
geral, essas preparações não possuem certificado de qualidade e são
produzidas a partir de plantas cultivadas, este capítulo abordará os compostos
ativos, sua utilização em cosméticos, uma introdução ao controle de qualidade
de matérias-primas vegetais e de produtos acabados contendo extratos ou óleos
vegetais, além das técnicas de identificação e monitoramento de sua
constituição química descritas em Farmacopeias e Códigos oficiais, os testes
empregados nos ensaios de controle de qualidade para o produto acabado, além
de uma série de formulações cosméticas empregando ativos encontrados nas
plantas, na obtenção de diferentes tipos de fitocosméticos.

As matérias-primas naturais utilizadas para fabricação/manipulação de


produtos cosméticos apresentam vantagens e desvantagens, em relação às
sintéticas, tais como:

� os produtos naturais são misturas de um grande número de componentes


químicos. Isso pode representar uma enorme dificuldade para o controle de
qualidade ou, então, para atribuir a ação a um determinado constituinte;

� os produtos naturais são difíceis de padronizar, em função de seus vários


componentes, que fornecem um espectro não definido; assim, uma só
substância é considerada, em geral a predominante, para sua padronização,
sem considerar os demais componentes; entre- tanto, a atividade atribuída ao
extrato pode ser devida à ação conjunta de dois ou mais constituintes da mesma
planta;

� os produtos naturais geralmente apresentam composição variada em função


do clima ou da época da coleta ou mesmo da qualidade da terra, o que pode
dificultar o emprego dessa planta como fonte de recursos naturais para
elaboração de fitocosméticos, por não estar garantida a mesma constituição
qualitativa;

� os produtos naturais podem sofrer contaminação por pesticidas, uma vez que,
no Brasil, o uso desses produtos químicos ainda é prática costumeira;

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� os produtos naturais podem conter substâncias tóxicas, cancerígenas e
alergizantes, que não foram identificadas em função da grande quantidade de
substâncias presentes nos extratos vegetais;

� os produtos naturais apresentam atividade consagrada, uma vez que sua


ação é popularmente conhecida há tempos.

� os produtos naturais têm sua disponibilidade limitada e sempre sujeita a


flutuações.

Em contrapartida, é possível dizer, a respeito dos produtos sintéticos:

� são mais baratos. Isso pode ser exemplificado com o óleo essencial extraído
das flores do jasmim, para fabricação de perfumes: um caminhão de flores
fornece cerca de 40ml

Após o investimento da pesquisa para a síntese dessa composição aromática, o


custo de 40ml representaria bem menos que o custo apresentado pelo caminhão
cheio de flores;

� podem apresentar várias atividades, originando fitocosméticos


multifuncionais, bastante requisitados pelo mercado consumidor atual;

� podem ter fabricação seletiva, para fins específicos. Isso permite a definição,
exata, da atividade do fitocosmético proposto;

� podem ter sua ação ou efeito secundário identificados com maior facilidade,
uma vez que os contaminantes presentes em decorrência da síntese química
são mais facilmente identificados;

� apresentam qualidade constante, obtida pela rigorosa produção aliada à fácil


repetibilidade da rota de síntese;

� exigem tempo de pesquisa e apresentam um custo elevado para serem


autoriza- dos como novos produtos, em função da necessidade de comprovação
da segurança e eficácia; porém, ao ser aprovados, possibilitam a fabricação dos
fitocosméticos de qualidade assegura- da (CHARLET, 1996). Os ativos

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cosméticos de origem vegetal devem apresentar disponibilidade, ou seja, devem
estar disponíveis em função de sua incorporação no veículo/excipiente. Devem,
também, apresentar uma ação, seja em função de sua permeação cutânea,
proteção à pele ou mesmo por permanecer na superfície da pele.

A natureza dos ativos cosméticos de origem vegetal pode ser


hidrossolúvel, tais como os extratos vegetais, e lipossolúvel, como os óleos
vegetais. Os extratos vegetais podem ser obtidos a frio ou a quente, a partir de
diversas partes das plantas secas (flores, folhas, caules, raízes) e vários líquidos
extratores: álcool, água, glicóis (PEYREFITTE et al., 1998) e misturas entre eles,
compatíveis com a formulação e com a pele.

Embora a aceitação dessa prática esteja próxima do fim, pela


preocupação de não se usar produtos potencialmente irritantes ou tóxicos à pele,
em função de insolubilidade de alguma substância ativa nos líquidos extratores
ou sua mistura, é possível a utilização de um solvente orgânico para fazer a
extração, com posterior evaporação desse produto e consequente suspensão do
resíduo em um glicol, obtendo-se, assim, o extrato glicólico, com maior
compatibilidade com a pele, independentemente do tipo de glicol: propileno,
dipropileno ou dietilenoglicol.

Os óleos vegetais são obtidos por prensagem forte e a frio de grãos


moídos (PEYREFITTE et al., 1998) ou, em caso de necessidade, extração com
um solvente, sua posterior evaporação e suspensão em óleo, geralmente o de
amendoim, abundante, barato e de fácil obtenção no Brasil.

Em função dos ativos a serem extraídos, é possível também a obtenção


de óleos vegetais por meio da maceração da planta em óleo de amendoim ou
em triglicerídeo sintético. Os extratos vegetais podem ser obtidos por
maceração, digestão, infusão, decocção, extração com ultrassom, percolação,
extração com Soxhlet, extração por fluido supercrítico, originando extratos totais
(preparados a partir da planta integral) e extratos parciais (produzi- dos pela
separação seletiva de determinado constituinte ou faixa de constituintes, por
meio físico ou químico de um ou mais órgãos da planta).

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