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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 4

2 BREVE HISTÓRIA DA FITOTERAPIA........................................................ 5

2.1 Benefícios da fitoterapia ..................................................................... 13

3 CARACTERÍSTICAS GERAIS E USO DE MEDICAMENTOS


FITOTERÁPICOS ..................................................................................................... 14

4 FITOTERAPIA CHINESA.......................................................................... 18

4.1 Tratamentos com plantas medicinais e fitoterápicos .......................... 20

4.2 Formulas de fitoterapia chinesa ......................................................... 22

4.3 Repertório dos sintomas e sinais ....................................................... 23

4.4 Farmacêutico e demais profissionais de saúde .................................. 34

4.5 Reações Adversas ............................................................................. 43

5 Fitoterapia x Fitoterápico........................................................................... 44

5.1 Indicações .......................................................................................... 44

5.2 Medicamentos fitoterápicos e fitoterapia ............................................ 46

5.3 Diferenças entre fitoterapia e homeopatia .......................................... 46

6 FITOTERAPIA E ALOPATIA..................................................................... 48

6.1 Alopatia e seu conceito ...................................................................... 48

7 Diferença entre planta medicinal e fitoterápico ......................................... 49

7.1 Conceitos ........................................................................................... 49

7.2 Diferença entre fitoterapia e plantas medicinais ................................. 50

7.3 Cuidados ............................................................................................ 51

7.4 Cuidados com os medicamentos fitoterápicos. .................................. 52

7.5 Plantas medicinais utilizadas na fitoterapia ........................................ 52

7.6 Contraindicações da fitoterapia .......................................................... 54


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8 ANVISA E fitoterápicos ............................................................................. 54

8.1 Como se registra fitoterápicos no Brasil ............................................. 55

9 CONCLUSÃO ........................................................................................... 56

10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 57

11 REFERÊNCIAS SUGERIDAS ............................................................... 65

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1 INTRODUÇÃO

Prezado aluno!
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável -
um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma
pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum
é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em
tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que
lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.
Bons estudos!

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2 BREVE HISTÓRIA DA FITOTERAPIA

Fonte: fitoterapia.com.br

Fitoterapia é a ciência que estuda as plantas medicinais e o uso das mesmas


no tratamento de doenças. A palavra "fitoterapia" vem dos termos
gregos therapeia = tratamento + phyton = vegetal e significa "terapia pelas plantas".
É uma das mais antigas práticas terapêuticas usadas pelo Homem. Sua origem
remonta ao ano 8.500 a.C., assentando-se no conhecimento popular (etnobotânica) e
na experiência científica (etnofarmacologia).

A fitoterapia e o uso de plantas medicinais fazem parte da prática da medicina


popular, constituindo um conjunto de saberes internalizados nos diversos
usuários e praticantes, especialmente pela tradição oral. Esta prática diminuiu
frente ao processo de industrialização, ocorrido no país, nas décadas de 1940
e 1950. (BRAGANÇA, 2006, apud BRUNING, 2012).

Outrora considerada uma medicina popular e alternativa, a fitoterapia hoje tem


sido cada vez mais usada e reconhecida nos meios médicos e científicos, sobretudo
devido a produtos com ação terapêutica comprovada cientificamente.
O isolamento do princípio ativo das plantas e o estudo dos seus mecanismos
farmacológicos é uma das prioridades da farmacologia.

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Até que o princípio ativo não seja isolado, as plantas medicinais são utilizadas
como remédios caseiros, principalmente sob a forma de chás, ultradiluições ou sob a
forma industrializada, mediante o extrato homogêneo da planta.
A fitoterapia é baseada na presença de princípios ativos de origem vegetal, ou
seja, ela é um tratamento e serve como forma de prevenção de doenças utilizando
plantas, partes de plantas e algumas preparações feitas com plantas.
A fitoterapia já faz parte da nossa realidade e cada vez mais fará, pois já é uma
técnica comprovada cientificamente e muito indicada entre os médicos como um
complemento a alguns tratamentos.
Podem ser consideradas plantas medicinais, folhas secas de plantas usadas
para fazer chás, florais, própolis e homeopáticos.
A fitoterapia utiliza as plantas medicinais para a extração de tintura, essência
real, óleo, cera ou suco, e as transforma em produtos industrializados por meio de
laboratórios especializados.

As plantas consideradas medicinais beneficiaram, e continuam beneficiando


a humanidade. Não precisaram dos testes clínicos como os fármacos
sintéticos, credenciaram-se pelo seu uso tradicional ao longo de séculos.
Ainda hoje muitas são utilizadas para tratamento de enfermidades, mesmo
havendo medicamentos sintéticos no mercado para o tratamento das
mesmas patologias. No entanto, existem plantas que são venenos por
conterem toxinas poderosas que podem levar à morte. Algumas plantas
medicinais são, inclusive, incompatíveis com o uso de certos medicamentos.
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE QUÍMICA, 2006, apud FERREIRA, 2010).

Este processo consiste em refinar as plantas com propriedades medicinais e


eliminar agrotóxicos ou substâncias que poderiam causar mal à saúde das pessoas
de maneira indireta. Trata-se de uma técnica de fabricação que também acaba por
potencializar os efeitos benéficos da planta, onde o seu princípio ativo pode ser isolado
e aproveitado de maneira mais específica para o tratamento de doenças.
A fitoterapia estuda as plantas e suas propriedades curativas para utilizá-las no
tratamento de diversos tipos de doenças de forma natural. O uso destas plantas se dá
através de chás, ultradiluições (medicamentos homeopáticos) e, emplastros.
Na fitoterapia são dispensados os métodos farmacológicos e industrializados.
Segundo REZENDE (2002), a fitoterapia é uma prática integrativa e
complementar que utiliza das diversas partes das plantas, como raízes, cascas,
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folhas, frutos e sementes, de acordo com a erva em questão. Essa terapia passou a
ser uma alternativa viável e importante também às populações dos países em
desenvolvimento, já que seu custo é diminuído. Ainda segundo a RDC nº48/04-
ANVISA, os fitoterápicos são medicamentos obtidos empregando-se exclusivamente
matérias primas ativos vegetais. Destaca-se que não se considera medicamentos
fitoterápicos aqueles que na sua composição inclua substâncias ativas isoladas, de
qualquer origem, nem associações destes com extratos vegetais.

A indústria de fitoterápicos é uma indústria em franco desenvolvimento no


mundo e pode representar uma oportunidade de desenvolvimento para o
setor farmacêutico no Brasil. Esta oportunidade é relevante não só pela
riqueza de nossa dotação natural de fatores em biodiversidade, mas pelo
conhecimento tradicional e científico acumulado sobre a atividade biológica
dessas plantas pela sociedade civil e pelas instituições de ciência e
tecnologia – ICTs. (ALVES, 2013, apud HASENCLEVER, 2017).

Este estudo justifica-se e, é importante, pois Segundo Rezende (2002)


a organização Mundial de Saúde afirma que 85% das pessoas do mundo utilizam
plantas medicinais para tratar da saúde, 80% das pessoas dos países em
desenvolvimento no mundo dependem da medicina tradicional e/ou complementar
para suas necessidades básicas de saúde, e que cerca de 85% da medicina
tradicional envolvem o uso de extratos de plantas. Acredita-se, ainda, que
aproximadamente 60% da população mundial recorrem quase que exclusivamente às
plantas medicinais como recurso terapêutico.
KLEIN e et a, destaca a importância de se ter um conhecimento atualizado
das condições de saúde e dos usuários de terapias disponibilizadas no Brasil,
tornando-se uma ferramenta útil para que diretrizes sejam traçadas para melhorar a
qualidade de vida da população cujas ações devem ser estabelecidas na conquista
desta meta. Além disso, a fitoterapia, por ser prática tradicional de saúde e já revelada
em diversos estudos como de utilidade terapêutica para uma parcela significativa da
população, poderia atender às várias demandas cabendo aos governos assegurarem-
lhe uma sustentabilidade (TOMAZZONI et al., 2006).
Entretanto, vale destacar resultados dos estudos de Alexandre et
al., (2008) em que descreveu que os conhecimentos empíricos acumulados no
passado (tradição cultural) e os científicos desenvolvidos, ao longo do tempo,

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principalmente com a condução de ensaios clínicos randomizados, mostram que as
plantas medicinais e os medicamentos fitoterápicos podem, também, provocar efeitos
adversos, toxicidade e apresentar contraindicações de uso.
A fitoterapia é tão antiga quanto à história da humanidade, tendo surgido
independentemente em grande parte dos povos, fazendo parte da evolução humana,
sendo o primeiro recurso terapêutico utilizado. A mais antiga referência conhecida
sobre o uso das plantas data de mais de sessenta mil anos.
Animais silvestres dificilmente se enganam ao distinguir plantas tóxicas de
espécies alimentares. Acredita-se então que, ao observar o comportamento dos
animais, o homem pré-histórico descobriria as propriedades curativas das plantas
aprendendo que algumas eram terapêuticas e outras venenosas. Como exemplo, cita-
se a observação de religiosas sobre os efeitos excitantes nos herbívoros domésticos
que ingeriam cafeeiros selvagens (Coffea arábica L.). Essa observação promoveu o
incentivo à utilização desses vegetais a fim de prolongar o estado de vigília a que
eram submetidas por conta de suas ocupações.
Nas referências históricas sobre plantas medicinais, verifica-se a existência de
relatos de sua utilização em praticamente todas as antigas civilizações e, bem antes
de surgirem às formas de escrita, as plantas já eram utilizadas pelo homem como
alimento e/ou remédio. Tiveram sucessos e fracassos, com curas, mortes e/ou
desencadeamento de efeitos colaterais em suas experiências com ervas.
REZENDE et al. (2002) cita em suas declarações que a fitoterapia é algo
bastante antigo, de épocas remotas, tem como referências desse conhecimento de
uso de plantas há mais de sessenta mil anos, sendo considerado que as primeiras
descobertas foram feitas por estudos em ruínas do Irã, já existiam farmacopeias que
reuniam as ervas e suas indicações terapêuticas na china a aproximadamente a 3.000
a.C.
As primeiras descobertas foram realizadas por estudos arqueológicos em
ruínas do Irã. Na China, teve início por volta de 3000 a.C., quando o imperador Cho-
Chin-Kei descreveu as propriedades do Ginseng e da Cânfora.
No Egito, muitos médicos utilizavam as plantas como medicamento e
consideravam a doença como resultado de causas naturais, não como consequência

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dos poderes de espíritos maléficos, mostrados em antigos papiros datados de 2000
a.C. Em um papiro que data de cerca de 1500 a.C., mencionou-se aproximadamente
700 drogas diferentes, dentre elas extratos de plantas, metais como cobre e chumbo
e venenos de animais de diversas procedências. Foram também mencionadas nesse
mesmo papiro fórmulas específicas para doenças conhecidas e, dentre as espécies
existentes na lista, incluem-se algumas utilizadas por até hoje por fitoterapeutas.
Desde 2300 a.C., outros relatos mostraram que os egípcios, hebreus e assírios
cultivavam várias ervas e traziam outras de suas expedições, e com elas produziam
classes de medicamentos.
Na antiga Grécia, as plantas e o seu valor terapêutico ou tóxico também eram
muito conhecidos, segundo autores. Hipócrates (460-377 a.C.), conhecido como o
"Pai da Medicina", reuniu em sua obra Corpus Hipocratium os conhecimentos médicos
de seu tempo, com indicações do medicamento vegetal e o tratamento adequado para
cada doença.

Na Conferência Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde, realizada


em 1978, como parte do plano de ação da OMS para atender o objetivo
“Saúde para todos no ano 2000”, foi incentivada a valorização das terapias
tradicionais, entre elas a fitoterapia, reconhecidas como recursos possíveis,
mais fáceis e economicamente viáveis de aumentar a cobertura de atenção
primária à saúde. (OPS, 1978, apud BRUNING, 2012).

No início da Era Cristã, o grego Dioscórides, em sua obra "De Matéria Medica",
catalogou e ilustrou aproximadamente 600 plantas utilizadas na medicina, em que
descreveu a aplicação terapêutica de várias delas, sendo muitos os nomes
apresentados por ele e utilizados ainda hoje na botânica. Essa obra é a principal
referência ocidental para a área de fitoterapia até o Renascimento, mostrando sua
importância.
Há na Bíblia muitas referências a plantas curativas ou seus derivados, como o
aloés, a mirra etc. Na Idade Média, momentos históricos ocorridos na Europa, como
a ascensão e queda do Império Romano e o fortalecimento da Igreja Católica,
influenciaram fortemente todo o conhecimento existente na época. Por isso, a
medicina, o estudo e informações sobre plantas medicinais mantiveram-se parados
por muito tempo.

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A criação de uma política de âmbito nacional para o uso das plantas
medicinais e dos fitoterápicos foi resultado de uma luta que remonta à época
anterior à criação do SUS, em que diversos atores, como pesquisadores,
gestores, profissionais de saúde e usuários tiveram papel fundamental
(BRASIL, 2006, apud DE FIGUEIREDO, 2014).

Vários escritos de filósofos gregos foram também esquecidos e alguns deles


recuperados somente no começo do século XVI por meio de versões em árabe. Foi
assim que se tornou obrigatória na época consultas às obras de Dioscórides,
Columela, Galeno e Plínio. Relata-se, ainda, que a arte da cura teve um grande
impulso por meio dos alquimistas, destacando-se entre eles Paracelso (nome
verdadeiro era Phillipus Aureolus Theophrastus Bombastus von Hohenheim,
desempenhou seu papel de médico e alquimista), que criou as bases da medicina
natural, sendo um dos principais responsáveis pelo avanço da terapêutica.
Contudo, a fitoterapia teve maior avanço a partir do século XIX, graças ao
progresso científico na área da química, permitindo a análise, identificação e
separação dos princípios ativos das plantas.
Devido à evolução e sofisticação da fitoterapia no decorrer dos anos, o
conhecimento das propriedades curativas das plantas não pode mais ser considerado
apenas como tradição passada de geração para geração, mas como ciência que tem
sido estudada, aperfeiçoada e aplicada por diversos povos ao longo dos tempos.
Assim, é de grande importância a utilização das plantas medicinais, tanto para
a medicina quanto para a cultura.
A fitoterapia trata da cura pelas plantas através de métodos populares. Vários
povos de diferentes culturas perceberam nas plantas propriedades curativas que,
quando manipuladas, proporcionavam a recuperação das pessoas. Elas produziam
chás e cataplasmas cicatrizantes e anti-inflamatórios a partir de suas próprias
experiências e observações, cada qual a sua maneira.
No México, foram descobertas três múmias de crianças oferecidas aos deuses.
Uma delas sofria com sinusite e a subida da montanha lhe causava muito mal-estar.
Para que ela alcançasse o topo e cumprisse seu destino, eram lhe oferecidas folhas
de “coca” para mastigar. Entorpecida, ela poderia continuar em seu caminho sentindo
menos dores.

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Já no Oriente, segundo relatos bíblicos, a Jesus teria sido oferecido vinagre,
uma bebida natural obtida a partir da fermentação de frutas que serviria para o mesmo
propósito da folha de coca, indicando os conhecimentos de fitoterapia daquele povo.
Segundo FRANÇA et al. (2007), os usos de remédios caseiros vêm desde as
tribos primitivas onde as mulheres extraiam os princípios ativos das plantas para o
uso no tratamento das doenças. Foram surgindo papéis dentro das comunidades e
dentre eles podemos citar o do curandeiro que guardava as informações de
substâncias com zelo e transmitindo as informações a pessoas selecionadas que
julgavam preparadas. O autor relata ainda a contribuição do inspirador Chinês Shen
Nung datado do período 2838-2698 a.C que catalogou 365 ervas medicinais e
venenos, usados por expiração Taoista de Pan Ku, considerado o deus da criação.
Segundo YUNES & CALIXTO (2001), a história da fitoterapia foi dividida em
três períodos, sendo o primeiro período de 1800 a 1900 aproximadamente, o segundo
de 1900 até 1970/1980, e o terceiro período de 1970 a 1980.
O primeiro período de 1800 a 1900 compreendeu o final do século XVIII e
princípio do século XIX, este período foi marcado pelo início dos estudos de Bavoisier,
considerado fundador da química moderna, Berzelins, pioneiro no domínio de estudos
da química moderna, e os trabalhos analíticos de Liebig e outros que fundaram a
Química orgânica moderna. Foi um período onde os químicos encontraram limitados
recursos, se dedicando em isolar e determinar a estrutura de compostos ativos de
plantas, conhecidas e experimentadas pela população naquela época. Dentro dos
compostos isolados podemos citar a morfina isolada em 1803 por Seturner, a codeína
em 1932 por Robiquet e a Papaverina em 1948 por Merck todos da planta Papaver
somniferum, a efedrina por Nagai em 1887, da Ephedra Sinica, potente
broncodilatador. A Atropa Belladonae conhecida desde o início do século XVI através
do constituinte ativo foi determinada como alcaloide hyoscyamina, já na Valeriana
oficcinalis citada em trabalhos nos séculos IX e X, foram isolados compostos com
ação sedativa, dentre outros como a Digitalis Purpure, a Cinchona Calisaya, utilizada
como antimalárica no Peru. Em 1898, Felix Hoffman, sintetizou um composto isolado
formando o Ácido Acetil Salicílico (YUNES; CALIXTO, 2001).

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O segundo período de 1901 a 1970/80 foi marcado pelo avanço e
contribuição das plantas para a medicina com a descoberta de novos compostos
importantes para a saúde da população onde podemos citar como agente hipnótico o
barbital, como anestésicos locais a amilocaína e procaína, como anticonvulsivante o
fenobarbital, difenil- hidantoína, como anti-infeccioso, o prontosil, demonstrando
posteriormente que o composto se decompunha à sulfanilida como a verdadeira
substancia ativa, tornando-se de grande importância durante a segunda guerra até a
descoberta dos antibióticos que após a guerra vários fármacos, de origem sintética,
foram desenvolvidos tornando se muito importantes para a humanidade, dentre os
produtos naturais aparecem somente os antibióticos obtidos dos fungos como a
penicilina, a actinomicina, a estreptomicina e a bacitrina, o cloranfenicol, a neomicina,
dentre outros (YUNES;CALIXTO, 2001).
De acordo com FRANÇA et al. (2007), no século XIX foi permitido sintetizar
novas substâncias orgânicas em laboratórios, fator esse que foi determinante para a
revolução industrial e tecnológica que levou a produção de fármacos à medida que
foram sendo explorados derivados puros e concentrados de plantas, porém os
médicos passaram a priorizar drogas sintéticas, desconsiderando o papel da
fitoterapia.

Como é comum em outras políticas sociais no Brasil, existe uma lacuna entre
a garantia político-legal de um direito e seus resultados no cotidiano dos
cidadãos. Portanto, para os povos indígenas, a existência de seu próprio
subsistema de políticas e serviços parece ter tido pouco impacto na melhoria
das condições de saúde5. Sua situação continua precária, marcada pela
persistência de doenças parasitárias e infecciosas que coexistem com uma
transição nutricional e epidemiológica acelerada na qual surgem novas
doenças, incluindo síndromes crônicas, sobrepeso e obesidade, distúrbios
mentais e comportamentais e causas externas de doenças e morte.
(LANGDON, 2017, apud BASTA, 2012).

O terceiro período, de 1970/1980 até o presente; época em que uma série


de problema que deviam ser solucionados, como a diminuição das chances de
encontrar novos fármacos pelo método screening, com relação ao aumento
considerável dos custos para se obter novos fármacos, colocando como exemplo que
para obter um novo anticonvulsivante seria necessário aproximadamente 400 mil

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compostos, para obter um antiviral aproximadamente 400 milhões de compostos,
números esses que aumentaram os custos para a obtenção dos fármacos
aumentando de U$ 4 milhões de 1960, a U$ 40 milhões em 1980, hoje calcula-se que
estes valores estejam entre U$ 300 e U$ 500 milhões (YUNES & CALIXTO, 2001)
De acordo com LOURES et al. (2010), o Ministério da Saúde desde o ano de
1995 instituiu e normatizou no Brasil o registro de fitoterápicos, sendo considerado
assim todo produto tecnicamente obtido e elaborado, onde utiliza as matérias primas
ativas vegetais com finalidade profilática, curativa ou para fins de diagnóstico, com
benefícios para o usuário.

2.1 Benefícios da fitoterapia

A fitoterapia trata diversos tipos de doenças através da manipulação de flores


e plantas de todas as espécies já estudadas. Seus princípios ativos podem ser
aproveitados através da infusão de folhas para chás, banhos, ou, preparo para
cataplasmas. Um dos maiores benefícios da fitoterapia, e motivo pelo qual muitas
pessoas têm se interessado pelo tratamento, é a forma natural utilizada para
manipular as plantas. O processo utilizado pela fitoterapia é popular, e não
farmacológico, o que significa que o produto desta manipulação é livre de elementos
sintéticos.
As plantas são muito úteis no combate de infecções, insônia, estresse, dores,
distúrbios intestinais, distúrbios hormonais, contusões, problemas respiratórios, baixa
imunidade, emagrecimento, gripes ou resfriados, e, muitos outros tipos de doenças.
Os elementos sintéticos, que constituem os medicamentos tradicionais,
potencializam a ação ativa da matéria prima contra as doenças oferecendo um prazo
mais curto para a cura, mas, podem oferecer também, dependência e reações
adversas, que vão desde um desconforto estomacal a alergias na pele, entre outros
sintomas típicos.
Já, a atuação dos chás, cataplasmas, e outros tipos de preparos produzidos
pela fitoterapia, possuem ação mais lenta no organismo, e oferecem menos riscos de
dependência química, enquanto as reações adversas são bem menos frequentes.

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3 CARACTERÍSTICAS GERAIS E USO DE MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS

Fonte: centroflora.com.br

As preparações dos fitoterápicos normalmente são através da maceração ou


destilação (óleos voláteis). Normalmente os extratos fluidos são extraídos com etanol
e com água ou através de etanol e água, nos extratos sólidos, o processo se dá pela
evaporação e depois processados até a secura. Em alguns casos são concentrados
por etapas fito químicas complexas, no caso do Ginkgo Biloba onde são processadas
50 partes da matéria prima para a obtenção de uma parte de material seco
padronizado, ou seja, plantas associadas com homeopáticos não são considerados
medicamentos fitoterápicos.

Do ponto de vista legal, o momento que demarca o início do processo de


inserção da Fitoterapia nos serviços de saúde ocorreu em 1988, quando a
Comissão Interministerial de Planejamento e Coordenação (CIPLAN),
através da Resolução nº 08, disciplinou a introdução da Fitoterapia nos
serviços de saúde (BRASIL, 2006, apud DE FIGUEIREDO, 2014).

Os medicamentos fitoterápicos possuem ação terapêutica lenta, não sendo


recomendado seu uso nas emergências médicas. Os fitoterápicos normalmente são
utilizados pela população para doenças como gripe, problemas digestivos e
intestinais, doenças circulatórias, insônia, como tônicos, e no tratamento da fadiga e
do cansaço. Poucos foram os fitoterápicos até hoje que possuem estudos

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cientificamente comprovados. Podemos observar ainda a disponibilidade de matéria
prima para a fabricação de medicamentos fitoterápicos, o que é um problema pela
dificuldade, fato que não se repete com os medicamentos sintéticos, e ainda podemos
ver que ao contrário dos medicamentos sintéticos poucos fitoterápicos objetos de
estudos clínicos são realizados como duplo cego, aleatórios e bem controlados com
padrões aceitos internacionalmente (YUNES; CALIXTO, 2001).
Segundo BALBINO E DIAS (2010) os medicamentos preparados com plantas
medicinais podem causar reações adversas ou toxicidade se for utilizado com outros
medicamentos. Relatar diagnóstico errado, tentando pressupor a espécie das plantas,
pode causar superdose terapêutica e reações adversas, podendo ser perigoso.
Existe certa dificuldade em perceber os efeitos colaterais das plantas
medicinais tanto pelo usuário como pelo profissional da saúde. Nos Estados Unidos e
Inglaterra, já existe uma subnotificação voluntária dos medicamentos feitos com
plantas, devido os usuários não procurarem conduta médica para utilização dos
fitoterápicos e seus eventos adversos.
SIMÕES et al. (1999), relata que grande parte desses fitoterápicos são
adquiridos em farmácia e lojas de produtos naturais, onde podemos perceber a
diferença de um produto convencional de um natural, sendo ambos eficientes, mas os
convencionais produzem maiores efeitos colaterais.
Há uma generalização por parte da população de que tudo que é natural não é
tóxico e não faz mal à saúde. Esse conceito é totalmente errado, pois existe uma
grande parte das plantas medicinais que são prejudiciais ao organismo humano,
possuem alto teor de toxicidade de constituinte farmacológico ativo muito tóxico
(FRANÇA et al., 2008).
Para a ANVISA (2009), diante de algumas notificações recebidas foram
diagnosticados uso abusivo de fitoterápicos contendo alto teor de etanol, queimadura
de pele relacionada ao uso tópico, dor no fígado após uso oral de ervas contendo
etanol, convulsões e diarreias.
Muitos fitoterápicos são usados de forma aleatória, cada vegetal em sua
essência pode ser um alimento, veneno ou medicamento, as interações alimentícias,

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tóxicas e medicamentosas se dão em relação à dose, via de administração e a
finalidade em que ela foi empregada.
O Brasil tem uma das mais ricas biodiversidades do planeta, com milhares de
espécies em sua flora e fauna. Possivelmente, a utilização das plantas - não só como
alimento, mas também como fonte terapêutica começou desde que os primeiros
habitantes chegaram ao Brasil, há cerca de 12 mil anos, dando origem aos
paleoníndios amazônicos, dos quais derivaram as principais tribos indígenas do país.
Pouco, no entanto, se conhece sobre esse período, além das pinturas rupestres.

Estudos demonstram que a população amazônica utiliza, com mais


frequência, plantas medicinais para o tratamento de gripes, infecções e
inflamações, malária e hipertensão arterial, em relação aos fármacos de
referência. As folhas são as partes mais utilizadas, entretanto, não são únicas
e exclusivas. Infusões e decocto são as formas de preparo mais recorrentes.
Ademais, outras formas de preparo como o xarope, o suco, a farinha, a seiva,
o óleo; misturadas com leite, café ou mel; também são comuns (SANTOS, et
al, 2014, apud BEZERRA ,2016)

As primeiras informações sobre os hábitos dos indígenas só vieram à luz com


o início da colonização portuguesa. Com a chegada de Pedro Álvares Cabral ao Brasil
em 1500, surgiu a primeira correspondência oficial ligada ao País a qual, escrita por
Pero Vaz de Caminha narrando as características da terra recém-descoberta e
enviada ao Rei de Portugal, Dom Manuel, onde relatava com notório entusiasmo o
descobrimento de uma nova terra. Essa carta ficou conhecida como carta de
Caminha, que é considerada a certidão de nascimento do Brasil, por ser o primeiro
documento oficial sobre o País.
Um pouco mais tarde, entre 1560 a 1580, o padre José de Anchieta detalhou
melhor as plantas comestíveis e medicinais do Brasil em suas cartas aos Superior
Geral da Companhia de Jesus descreveram em detalhes alimentos como o feijão, o
trigo, a cevada, o milho, o grão-de-bico, a lentilha, o cará, o palmito e a mandioca, que
era o principal alimento dos índios. Anchieta citou também verduras como a taioba-
rosa, a mostarda, a alface, a couve, falou das furtas nativas como a banana, o
marmelo, a uva, o citrus e o melão, e mostrou a importância que os índios davam às
pinhas das araucárias.

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Das plantas medicinais, especificamente, Anchieta falou muito em uma "erva
boa", a hortelã-pimenta, que era utilizada pelos índios contra indigestões, para aliviar
nevralgias e para o reumatismo e as doenças nervosas. Exaltou também as
qualidades do capim-rei, do ruibarbo do brejo, da ipecacuanha-preta, que servia como
purgativo, do bálsamo-da-copaíba, usado para curar feridas e da cabriúva-vermelha.
Outro fato que chamou atenção do missionário foi a utilização dos timbós pelos
índios, especialmente da espécie Erytrina speciosa. O timbó, de acordo com o
dicionário é uma "designação genérica para leguminosas e sapindáceas que induzem
efeitos narcóticos nos peixes, e por isso são usadas para pescar. Maceradas, são
lançadas na água, e logo os peixes começam a boiar, podendo facilmente ser
apanhados com a mão. Deixados na água, os peixes se recuperam, podendo ser
comidos sem inconveniente em outra ocasião".
Quase tudo que se sabe da flora brasileira foi descoberto por cientistas
estrangeiros, especialmente os naturalistas, que realizaram grandes expedições
científicas ao Brasil, desde o descobrimento pelos portugueses até o final do século
XIX. Essas grandes expedições tinham o intuito de conhecer e explorar as riquezas
naturais do país, conhecer a geologia e a geografia do Novo Mundo, bem como
determinar longitudes e latitudes para a elaboração dos mapas.
Não se sabe bem ao certo quando este método de utilização de plantas para
tratar enfermidades surgiu, por que cada povo desenvolveu a sua própria maneira de
curar as doenças sofridas naquelas épocas, mas, ela foi descrita primeiramente na
China.
O imperador Cho-Chin-Kei, há três mil anos AC, descreveu as propriedades da
cânfora e do Ginseng, dando início a uma série de descobertas que deveriam passar
a ser catalogadas a partir de então, tanto na China quanto em outras partes do mundo,
como no manual árabe do ano 1334.

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4 FITOTERAPIA CHINESA

Fonte: acupunturatradicional.com.br

A fitoterapia chinesa é uma especialidade muito comum no país. Ela se utiliza,


não só de plantas, mas também de minerais e animais. Seus princípios são muito
semelhantes aos da homeopatia, a não ser pelos métodos de preparação utilizados.
Ambas as terapias se apoiam no conceito de energias e na utilização de matérias
primas que vão além das plantas.
Os pilares da fitoterapia chinesa são, os cinco sabores, as quatro naturezas, os
pontos meridianos e as energias complementares (Yin e Yang).
Esta especialidade terapêutica desenvolveu ainda, níveis de categorização que
separavam as plantas das espécies venenosas, daquelas medicinais e, também
relacionavam as espécies de plantas que tratavam o espírito e revigoravam o corpo.
A Fitoterapia, literalmente terapia através das plantas, é conhecida na China há
quase 3000 anos, época em que os livros eram escritos em pergaminhos, casco de
tartaruga e seda.

A identificação dos ‘primeiros médicos’ confunde-se, na História, com a figura


de sacerdotes, xamãs e curandeiros, e isto fica claro quando verificamos que
os males do corpo eram principalmente relacionados à interferência de
deuses e situações místicas incompreensíveis no mundo natural. Mesmo com
o desenvolvimento da ciência, ainda se manteve um vínculo entre a cura do
corpo e a condição de crença do paciente em um campo sobrenatural em
que, mediante a sua fé ou a intercessão de orações e cultos, o paciente
18
poderia encontrar a saúde, principalmente quando esgotados todos os
recursos conhecidos. (LOPES, 1970, apud REGINATTO, 2016).

Na época da última dinastia Han (25-220 d.C.), quando os clássicos foram


compilados, surgiu a Matéria Medica Clássica do Esposo Divino e Discussões de
Desordens Induzidas pelo Frio (Shang Han Lun) de Zhang Zhong Jing, os quais são
as fontes de todas as prescrições utilizadas até hoje.
O povo acreditava na sua habilidade de observar e entender a natureza, a
saúde e a doença eram objetos dos princípios da ordem natural.
O universo é composto de várias forças: a complementaridade oposta do Yin e
Yang e os Cinco Elementos. O microcosmo humano é a miniatura destas forças.
No Shang Han Lun o autor separa as agressões externas (vento, frio, calor,
umidade, secura) dos fatores internos (alegria, medo, raiva, melancolia, preocupação)
como causas das doenças. Ele distingue as energias que causam perturbações das
infecções por penetração de um agente nocivo.

Os primeiros registos chineses de propriedades curativas de plantas são


atribuídos ao imperador Shen Nung da dinastia Han, que por volta do ano
3000 a.C. escreveu um tratado que descreve 365 ervas medicinais e seu uso.
Posteriormente, foram muitas e importantes as obras que vieram enriquecer
o uso medicinal de plantas, que chegaram aos nossos dias no âmbito da MTC
(Medicina Tradicional Chinesa). (MILLER, 2006, apud VENTURA, et al,
2016).

O respeito à milenar tradição da Fitoterapia Chinesa fez com que as fórmulas


utilizadas hoje fossem as mesmas da Dinastia Han. Estas Fórmulas Magistrais
encontradas nos livros em diversos idiomas são utilizadas e estudadas em quase
todos os países. No Japão, desde 1950 o Ministério da Saúde Japonês reconhece
148 destas fórmulas como de utilidade pública.
Na fitoterapia chinesa, não se pensa em cura, mas sim em equilíbrio, pois o
organismo busca a auto cura. Para isto precisamos desestagnar algumas energias
paradas, como no caso da TPM (que para medicina chinesa é estagnação do sangue
e a pessoa necessita de ervas, que aqueçam e melhorem a circulação do sangue,
principalmente naquela parte do corpo).

19
As terapêuticas orientais buscam, sobretudo, promover o bem-estar e
prevenir agravos, com vantagens para uma intervenção precoce, por
combinar terapias e personalizar o atendimento. (WANG, 2011, apud
KUREBAYASHI, 2016).

O mais importante é suprir o que o corpo necessita naquele momento, seja um


Tônico para aumentar a energia de um organismo com falta de CHI (energia), ou uma
fórmula para sedar e ajudar a dormir melhor, restaurando esta energia, ou ainda um
Tônico de Sangue, por que a pessoa não está se alimentando direito. Tudo isto pode
ser visto, num diagnóstico chinês, de pulso e de língua ou no diagnóstico japonês do
Hara. Se você fornece o que o organismo está precisando, a pessoa fica em seu
melhor estado, com a mente clara, alegre e com energia. Fora deste estado está o
desequilíbrio, pois saúde e bem-estar.
Devemos conservar o que se tem de mais precioso: O corpo, a Energia Vital
dentro do corpo, o Sangue (principalmente as mulheres, pois possuem Deficiência de
Sangue, por causa de partos e menstruações, entre outros) e a mente tranquila. Por
isso a maioria dos fitoterápicos são de caráter preventivo. A ideia é não deixar o corpo
adoecer.
A Fitoterapia Chinesa é como a alquimia, para se fazer uma fórmula é preciso
conhecer as capacidades energéticas, curativas e sinérgicas das ervas, ou seja, a
interação de uma planta com as outras. Na formulação Chinesa existe uma erva
Imperador, que vai determinar a ação da fórmula, as ervas Ministros, que ajudam a
potencializar a ação do Imperador, as ervas Assistentes que são necessárias para o
bem-estar da pessoa e cuidam do estômago para que este receba bem a fórmula, e
por fim as ervas Mensageiras que levam as ervas para o local necessário.
Acreditamos que trabalhar com as Fórmulas Magistrais, que pertencem na sua
maioria a Dinastia Han, seja o modo mais eficientes de se usar a Fitoterapia Chinesa.

4.1 Tratamentos com plantas medicinais e fitoterápicos

A atenção primária à saúde (APS) foi definida pela Organização Mundial da


Saúde (OMS) em 1978 como “Atenção essencial à saúde baseada em tecnologia e
métodos práticos, cientificamente comprovados e socialmente aceitáveis, tomados

20
universalmente acessíveis a indivíduos e famílias na comunidade por meios aceitáveis
para eles e a um custo que tanto a comunidade quanto o País possam arcar em cada
estágio de seu desenvolvimento, um espírito de autoconfiança e autodeterminação. É
parte integral do sistema de saúde do País, do qual é função central, sendo o enfoque
principal do desenvolvimento social e econômico global da comunidade.
É o primeiro nível de contato dos indivíduos, da família e da comunidade com
o sistema nacional de saúde, levando a atenção à saúde o mais próximo possível do
local onde as pessoas vivem e trabalham, constituindo o primeiro elemento de um
processo de atenção continuada à saúde” (Declaração de Alma-Ata, Genebra, 1998).
Embora a medicina moderna esteja bem desenvolvida na maior parte do
mundo, a OMS reconhece que grande parte da população dos países em
desenvolvimento depende da medicina tradicional para sua atenção primária, tendo
em vista que 80% dessa população utilizam práticas tradicionais nos seus cuidados
básicos de saúde e 85% deles utilizam plantas ou preparações feitas com elas (MS,
2007).
A Assembleia Mundial de Saúde, em 1987, reiterou as recomendações feitas
pela Declaração de Alma-Ata e recomendou enfaticamente aos Estados membros
iniciar programas amplos relativos à identificação, avaliação, preparo, cultivo e
conservação de plantas usadas em medicina tradicional; e assegurar a qualidade das
drogas derivadas de medicamentos tradicionais extraídos de plantas, pelo uso de
técnicas modernas e aplicações de padrões apropriados e boas práticas de fabricação
(BPF) (MS, 2007).
Em 1991, a OMS reforçou a importante contribuição da medicina tradicional na
prestação de assistência social, especialmente às populações que têm pouco acesso
aos sistemas de saúde, e solicitou aos Estados-membros que intensificassem a
cooperação entre praticantes da medicina tradicional e da assistência sanitária
moderna, principalmente no tocante ao emprego de remédios tradicionais de eficácia
científica demonstrada, a fim de reduzir os gastos com medicamentos. Sugeriu,
também, que todos esses remédios fossem aproveitados plenamente e que os
produtos naturais, em particular os derivados de plantas, poderiam conduzir ao
descobrimento de novas substâncias terapêuticas (MS, 2007).

21
Sendo assim, selecionamos alguns distúrbios menores, ou seja, patologias ou
estados físicos que não são considerados graves, e sugerimos tratamentos com
plantas presentes na Farmacopeia Brasileira. Lembramos que é necessário voltar aos
capítulos anteriores ou o contato com o seu conselho de classe para verificar a
possibilidade de recomendação ou prescrição de cada forma farmacêutica (droga
vegetal, tintura, extrato seco, xarope). (PANIZZA, 2010).
Tosse - Plantas medicinais, Fitoterapia e Fitoterápicos; Gripes e resfriados -
Plantas medicinais, Fitoterapia e Fitoterápicos; Rinite alérgica - Plantas medicinais,
Fitoterapia e Fitoterápicos; Dor - Plantas medicinais, Fitoterapia e Fitoterápicos (Uso
externo); Dor - Plantas medicinais, Fitoterapia e Fitoterápicos (Uso Interno); Cefaleia
- Plantas medicinais, Fitoterapia e Fitoterápicos; Febre - Plantas medicinais,
Fitoterapia e Fitoterápicos; Diarreia - Plantas medicinais, Fitoterapia e Fitoterápicos;
Micose - Plantas medicinais, Fitoterapia e Fitoterápicos; Gastrite - Plantas medicinais,
Fitoterapia e Fitoterápicos; Lavagem íntima - Plantas medicinais, Fitoterapia e
Fitoterápicos.

Em 2006, o Ministério da Saúde (MS) publicou a Política Nacional de Plantas


Medicinais e Fitoterápicos, Decreto nº 5813, de 22 de junho de 2006,
(BRASIL, 2006, apud OLIVEIRA, 2016).

4.2 Formulas de fitoterapia chinesa

A Medicina tradicional Chinesa (MTC) com mais de 5000 anos de existência


compreende além das Fórmulas Magistrais Chinesas, a prática da acupuntura, a
dietoterapia, exercícios e massagem. Ela nos traz o conhecimento sobre a utilização
de substâncias em combinações perfeitas que são as Formulas Magistrais Chinesas
(FMC) que evoluíram junto com a Humanidade. A tecnologia mais recente de extração
das Formula Magistrais Chinesas foi desenvolvida nos anos 60, sendo atualmente
Taiwan o maior produtor e exportador de Extratos Secos (ES) do mundo. São
preparações complexas que utilizam ingredientes de origem vegetal, mineral e animal,
consagradas pelo uso e com efeitos terapêuticos comprovados através de literaturas
e compêndios chineses, provenientes do acúmulo de experiências e da melhoria de
conclusões teóricas de gerações de médicos chineses mais atuantes.

22
Em 2005, a pesquisa global da OMS sobre a Política Nacional de Medicina
Tradicional e Regulamento de Fitoterápicos já havia mostrado um aumento
do uso de medicamentos alternativos e complementares em muitos países
desenvolvidos e em desenvolvimento. A segurança e eficácia de tais práticas,
bem como o controle de qualidade, tornaram-se preocupações importantes.
Assim, as preparações de fórmulas chinesas têm seguido o padrão de Boas
Práticas em Medicina Chinesa. (FAN, 2012, apud KUREBAYASHI, 2016).

As principais características a serem observadas são nas formulações são:


Sob o aspecto do produto: padrão internacional seguindo a boas práticas de
fabricação; critérios rigorosos para controle de procedência de matérias-primas;
critérios científicos para controle de qualidade; melhor rastreabilidade.
Sob o aspecto farmacotécnico: maior estabilidade; menor toxicidade; maior
dosagem.
Sob o aspecto clínico: melhor controle de dosagem exposta; possibilidade de
uso simultâneo de múltiplas fórmulas; possibilidade de dose de ataque alta;
possibilidade de uso prolongado.

4.3 Repertório dos sintomas e sinais

A legislação de acesso ao patrimônio genético, por muito tempo, foi um dos


principais entraves para o desenvolvimento de fitoterápicos no Brasil. A
Medida Provisória (MP) nº 2.186-16/01 foi uma fonte de insegurança jurídica
que ameaçava o desenvolvimento da Indústria Farmacêutica e de
Biotecnologia no Brasil (OLIVEIRA, 2013, apud OLIVEIRA, 2016).

Segundo estudos realizados pela Organização Mundial da Saúde (OMS),


aproximadamente 80% da população de países em desenvolvimento utiliza-se de
práticas tradicionais na atenção primária à saúde e, desse total, 85% fazem uso de
plantas medicinais (CARVALHO, 2004). Com base nesses fatos, o estudo de plantas
medicinais como fonte de medicamentos é advogado pela OMS como parte do seu
programa “Saúde Para Todos”.
A pesquisa e o desenvolvimento de fitoterápicos por todo o mundo têm por
finalidade atender as necessidades das empresas na busca de inovações levando em
conta as seguintes informações: produtos modernos, renovação pela necessidade de
novos lançamentos, busca de novos desenvolvimentos que atendam aos requisitos
legais (controle de qualidade, segurança e eficácia) e aperfeiçoamento de produtos já
23
existentes. O estudo de campo e os dados dos laboratórios hoje permitem
desenvolver terapias alternativas com bases científicas e etnofarmacológicas,
validando o conhecimento popular relacionado a sistemas tradicionais de medicina.
O Brasil, com seu amplo patrimônio genético e sua diversidade cultural, tem em
mãos a oportunidade para estabelecer um modelo de desenvolvimento próprio e
soberano no Sistema Único de Saúde (SUS) com o uso de plantas medicinais e
fitoterápicos. Esse modelo deve buscar a sustentabilidade econômica e ecológica,
respeitando princípios éticos e compromissos internacionais assumidos e
promovendo a geração de riquezas com inclusão social.

A Conferência Nacional de Saúde, instância máxima de deliberação de


políticas de saúde, seguidamente recomendou a implantação da Fitoterapia
e de outras práticas integrativas e complementares no SUS. Esta
recomendação está colocada explicitamente nos relatórios da 8ª (1986), 10ª
(1996), 11ª (2000) e 12ª (2003) (BRASIL, 2006, apud DE FIGUEIREDO,
2014).

A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a


Infância (Unicef) promoveram em 1978 a Conferência Internacional sobre a Atenção
Primária em Saúde em Alma–Ata, no Cazaquistão, alertando para a necessidade de
ação urgente dos governos, profissionais da saúde e desenvolvimento, bem como da
comunidade mundial para proteger e promover a saúde dos povos no mundo. Nessa
conferência, é recomendado aos estados-membros proceder à:
Formulação de políticas e regulamentações nacionais referentes à utilização
de remédios tradicionais de eficácia comprovada e exploração das possibilidades de
incorporar os detentores de conhecimento tradicional às atividades de atenção
primária em saúde, fornecendo-lhes treinamento correspondente (OMS, 1979).
Ao final da década de 1970, a OMS criou o Programa de Medicina Tradicional,
que recomenda aos Estados-membros o desenvolvimento de políticas públicas para
facilitar a integração da medicina tradicional e da medicina complementar alternativa
nos sistemas nacionais e atenção à saúde, assim como promover o uso racional dessa
integração.
Embora a medicina moderna esteja bem desenvolvida na maior parte do
mundo, a OMS reconhece que grande parte da população dos países em
desenvolvimento depende da medicina tradicional para sua atenção primária, tendo
24
em vista que 80% dessa população utilizam práticas tradicionais nos seus cuidados
básicos de saúde e 85% utilizam plantas ou preparações destas.
Em vista desses fatos, e considerando a rica biodiversidade brasileira e sua
enorme potencialidade no que diz respeito as plantas medicinais, no ano de 2006 duas
políticas foram publicadas para o setor de plantas medicinais e fitoterápicos no Brasil,
a fim de incentivar a prática desse tipo de terapia pelos profissionais da saúde. A
primeira foi a Portaria Ministerial MS/GM nº 971, de 03 de maio de 2006, aprovando a
Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no Sistema
Único de Saúde (SUS), que prevê a incorporação de terapias como a homeopatia, o
termalismo, a acupuntura e a fitoterapia nesse sistema.

Os principais entraves da MP nº 2.186- 16/01 para a indústria farmacêutica e


de biotecnologia são: falta de mecanismos de regularização e multas
desproporcionais à lucratividade do produto; atrasos e aumento de custo nos
processos de desenvolvimento; insegurança jurídica em acesso a
conhecimento tradicional associado (por exemplo, escolha da comunidade a
ser beneficiada); incerteza no modelo de negócio a ser estabelecido; e
incerteza da indústria sobre futuras modificações na legislação. (OLIVEIRA,
2013, apud OLIVEIRA, 2016).

A segunda foi o decreto no. 5.813, de 22 de junho de 2006, que aprova


a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF) e dá outras
providências (CARVALHO, 2008). Essa Política estabelece diretrizes e linhas
prioritárias para o desenvolvimento de ações pelos diversos parceiros em torno de
objetivos comuns voltados à garantia do acesso seguro e do uso racional de plantas
medicinais e fitoterápicos em nosso País. Também traça diretrizes para o
desenvolvimento de tecnologias e inovações, assim como o fortalecimento das
cadeias e dos arranjos produtivos.
Para o monitoramento e a avaliação da Política Nacional de Plantas Medicinais
e Fitoterápicos, foi criado e aprovado pela Portaria Interministerial nº 2.960, de 9 de
dezembro de 2008, o Comitê Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, que
iniciou seus trabalhos no dia 29 de setembro de 2009. Com a sua criação essa política
tornou-se o Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. Com caráter
consultivo e deliberativo, o comitê é composto por representantes do governo e da
sociedade civil.

25
Compete ao Comitê Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos:
I – Definir critérios, parâmetros, indicadores e metodologia voltados à avaliação
da Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF), sendo as
informações geradas no interior dos vários planos, programas, projetos, ações e
atividades decorrentes dessa política, agora Programa Nacional;
II – Criar instrumentos adequados à mensuração de resultados para as diversas
vertentes da PNPMF;
III – Avaliar a ampliação das opções terapêuticas aos usuários e a garantia de
acesso a plantas medicinais, fitoterápicos e serviços relacionados à fitoterapia no
SUS;
IV – Acompanhar as iniciativas de promoção à pesquisa, desenvolvimento de
tecnologias e inovações nas diversas fases da cadeia produtiva;
V – Avaliar as questões relativas ao impacto de políticas intersetoriais sobre
plantas medicinais e fitoterápicos, tais como: desenvolvimento sustentável das
cadeias produtivas, fortalecimento da indústria farmacêutica, uso sustentável da
biodiversidade e repartição dos benefícios decorrentes do acesso aos recursos
genéticos de plantas medicinais e ao conhecimento tradicional associado;
VI – Acompanhar o cumprimento dos compromissos internacionais assumidos
pelo País no âmbito da PNPMF;
VII – Acompanhar a consonância da política e do programa com as demais
políticas nacionais.
Atualmente, o Conselho Brasileiro de Fitoterapia (Conbrafito) faz parte deste
Comitê representando a Agricultura como Titular por meio de seu presidente em
exercício.
O Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos contempla todas
as etapas de produção de fitoterápicos, desde o início, com as pesquisas que
demonstrem evidências científicas da planta para um determinado tratamento,
passando pelo cultivo, colheita, extração, produção e comercialização do produto. Por
envolver também a sabedoria popular, o programa não poderia deixar de lado o
conhecimento das comunidades tradicionais.

26
No Estado de São Paulo temos também o exemplo da Lei nº 12.739/07,
proposta pelo deputado Rodolfo de Costa e Silva, que autorizou o Poder Executivo a
criar o Programa Estadual de Fitoterápicos, Plantas Medicinais e Aromáticas.
O Artigo 7º diz que o Programa Estadual de Fitoterápicos, Plantas Medicinais
e Aromáticas deverá respeitar os seguintes princípios:
I - A pesquisa científica voltada para a identificação e a classificação de plantas
para análise de suas qualidades terapêuticas;
II - O cultivo de plantas medicinais;
III - A pesquisa científica voltada para o desenvolvimento do processo de
produção de produtos fitoterápicos;
IV - A produção de fitoterápicos;
V – A distribuição dos produtos fitoterápicos;
VI - A controle de qualidade dos produtos fitoterápicos;
VII - A divulgação dos produtos fitoterápicos com vista a orientar a comunidade
médico-usuário da saúde a respeito de sua utilização.
A Lei nº 12.951, de 07 de outubro de 1999 (D.O. 15 de outubro de 1999) dispõe
sobre a Política de Implantação da Fitoterapia em Saúde Pública no Estado do Ceará.
O Artigo 1º dessa lei diz que fica o Estado do Ceará autorizado a implantar política de
incentivo à pesquisa e à produção de produtos fitoterápicos, com o objetivo de facultar
ao Sistema Único de Saúde – SUS, o uso de tais medicamentos na prevenção, no
diagnóstico e no tratamento de enfermidades específicas. Em 2007 a Assistência
Farmacêutica no Estado foi regulamentada como Coordenadoria (Coasf –
Coordenadoria de Assistência Farmacêutica), se tornando divisão direta do
organograma da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), o Núcleo de Fitoterapia
(Nufito) que vem desenvolvendo atividades que vão desde a capacitação de
profissionais para o conhecimento e cultivo das plantas à orientação científica sobre
a utilização desses medicamentos na Farmacologia da Saúde Pública na capital e no
interior.
Outros Estados, como o Rio de Janeiro e a Bahia, também apresentaram seus
programas estaduais de fitoterápicos e plantas medicinais.

27
Alguns municípios também criam suas próprias políticas públicas que
incentivam a utilização da prática da fitoterapia como a Lei Municipal nº 14.903, de 06
de fevereiro de 2009, que dispõe sobre a criação do Programa de Produção de
Fitoterápicos e Plantas Medicinais no Município de São Paulo e dá outras
providências, agora regulamentada pelo Decreto nº 51.435, de 26 de abril de 2010.
Segundo o Decreto nº 51.435:
Art. 3º: O Programa tem por objetivo principal proporcionar a população o
acesso seguro:
I – Às plantas medicinais, com a adoção de boas práticas agrícolas relativas ao
respectivo cultivo, manipulação e produção de mudas certificadas e validadas, para
utilização de acordo com orientação sobre o uso correto;
II – Aos fitoterápicos, produzidos segundo legislação específica, a fim de serem
disponibilizados, mediante prescrição de profissionais autorizados
legalmente, médicos e cirurgiões dentistas nas suas respectivas especialidades, nas
unidades de saúde da Secretaria Municipal da Saúde.
Outra Lei do município de São Paulo com o mesmo intuito é a Lei nº 13.717,
de 8 de janeiro de 2004, Projeto de Lei nº 140/01, do Vereador Celso Jatene, D.O.U.
do município de São Paulo de 9 de janeiro de 2004, que dispõe sobre a implantação
das Terapias Naturais na Secretaria Municipal de saúde, e dá outras providências. O
Artigo 1º diz que fica o Poder Executivo Municipal incumbido da implantação das
Terapias Naturais para o atendimento da população do Município de São Paulo.
§ 1º - Entende-se como Terapias Naturais todas as práticas de promoção de
saúde e prevenção de doenças que utilizem basicamente recursos naturais.
§ 2º - Dentre as Terapias Naturais destacam-se modalidades, tais como:
massoterapia, fitoterapia, terapia floral, acupuntura, hidroterapia, cromoterapia,
aromaterapia, geoterapia, quiropraxia, ginástica terapêutica, iridiologia e terapias de
respiração.
Em 2005, a Secretaria de Ciência e Tecnologia e Insumos Estratégicos, por
meio do Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos
(DAF/SCTIE/MS) elaborou, em parceria com outros ministérios e com colaborações
de consultores e pesquisadores, uma lista de espécies vegetais considerando as já

28
utilizadas nos serviços de saúde estaduais e municipais, o conhecimento tradicional e
popular e os estudos químicos e farmacológicos disponíveis. Esse documento
subsidiou, em 2008, a elaboração da Relação Nacional de Plantas Medicinais de
Interesse ao SUS (Renisus).
A finalidade do Renisus é subsidiar o desenvolvimento de toda a cadeia
produtiva, inclusive nas ações que serão desenvolvidas também pelos outros
ministérios participantes no Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos,
relacionadas à regulamentação, cultivo, manejo, produção, comercialização e
dispensação de plantas medicinais e fitoterápicos. Terá também a função de orientar
estudos e pesquisas que possam subsidiar a elaboração da Renafito (Relação
Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos), o desenvolvimento e a inovação na
área de plantas medicinais e fitoterápicos.

O valor dos produtos naturais das plantas medicinais para a sociedade e para
a economia do Estado é incalculável. Um em quatro produtos vendidos nas
farmácias é fabricado a partir de materiais extraídos de plantas das florestas
tropicais ou de estruturas químicas derivadas desses vegetais. (GARCIA,
1995, apud SOUZA, 2010).

As espécies vegetais foram pré-selecionadas por regiões que referenciavam


seu uso, por indicações de uso e de acordo com as categorias do Código Internacional
de Doenças (CID-10). Essa parte inicial do trabalho foi realizada por técnicos da
Anvisa e do Ministério da Saúde (MS), profissionais de serviços e pesquisadores da
área de plantas medicinais e fitoterápicos, vinculados à área da saúde, representando
as diversas regiões brasileiras.
Todas as políticas apresentadas estimulam a adoção da fitoterapia nos
programas federais, estaduais e municipais de saúde pública, mostrando a
importância do aperfeiçoamento dos profissionais da saúde nessa área, que vem
crescendo, ganhando força e confiança da comunidade.
Nos últimos anos uma grande parte da população passou a mudar seus hábitos
de compra: o setor de produtos naturais vem despertando a atenção de consumidores
preocupados com a saúde e que buscam alternativas de tratamento com o mínimo
possível de efeitos colaterais. Da mesma forma, os profissionais da saúde estão

29
procurando cada vez mais alternativas aos produtos sintéticos e alopáticos para a
melhoria dos sintomas e o tratamento de diversas patologias.

O efeito placebo parece atuar sobre vários sistemas de neurotransmissores,


como opiáceos e dopamina. Regiões do cérebro, incluindo o córtex cingulado
anterior, córtex pré-frontal dorsolateral e gânglios basais podem ser ativados,
após a administração de placebo. A expectativa de melhoria de um paciente,
portanto, pode influenciar os resultados, tanto quanto algumas intervenções
ativas, e este efeito pode ser maior para procedimentos. (OKEN, 2008, apud
KUREBAYASHI, 2016).

Este livro foi concebido para ajudar os profissionais interessados em aplicar a


fitoterapia em equipes multidisciplinares, tanto no sistema único de saúde (SUS) como
na rede privada, a recomendar e/ou prescrever fitoterápicos e plantas medicinais
segundo a legislação. A utilização da fitoterapia está cada vez mais padronizada e
segura, constituindo uma excelente terapêutica, se utilizada com o devido
conhecimento e responsabilidade.
Lembramos que as legislações estão sempre sendo atualizadas, modificadas
e/ou revogadas. As leis, resoluções, instruções normativas e outros decretos já
apresentados e os que ainda serão citados estão atualizados até a data da publicação
deste livro. Recomendamos que os profissionais que se utilizarem da legislação oficial
na prescrição ou recomendação de plantas medicinais e fitoterápicos verifiquem se
essas leis não foram alteradas ou atualizadas por outras.
O Conselho Brasileiro de Fitoterapia (Conbrafito) sinaliza a importância da
busca constante do aprimoramento na prescrição e/ou recomendação segura de
plantas medicinais e fitoterápicos através de cursos, congressos, leitura de artigos
científicos e da filiação a instituições de classe que estabeleçam, definam, reciclem e
fortaleçam essas regulamentações.
Os conselhos de classe são os órgãos representativos das classes
profissionais atuantes no Estado ou País, e têm por finalidade fiscalizar o exercício de
cada profissão. Esses conselhos fiscalizam o mercado e as profissões no que diz
respeito à sua regulamentação. Em relação à fitoterapia, cada conselho de classe
deve se expressar, informando aos profissionais como proceder. Para tal eles se
baseiam: na interface que cada profissão tem com a fitoterapia, no reconhecimento

30
que a fitoterapia vem obtendo através de sua inserção em políticas públicas no
sistema único de saúde e nas evidências científicas de suas finalidades terapêuticas.
Atualmente, ou seja, na data da publicação deste livro, os profissionais que
estão habilitados a prescrever fitoterápicos e plantas medicinais são:
Médicos: Segundo o artigo 14° do Código de Ética Médica (Resolução do
Conselho Federal de Medicina nº 1.246/88, de 08 de janeiro de 1988), o médico deve
empenhar-se para melhorar as condições de saúde e os padrões dos serviços
médicos e assumir sua parcela de responsabilidade em relação à saúde pública, à
educação sanitária e à legislação referente à saúde.
De acordo com o mesmo código de ética, é direito do médico:
Art. 21 - Indicar o procedimento adequado ao paciente, observadas as práticas
reconhecidamente aceitas e respeitando as normas legais vigentes no País.
Considerando que a fitoterapia está inserida em políticas públicas no sistema
único de saúde como a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares
(Portaria nº 971, de 03 de maio de 2006) e o Programa Nacional de Plantas Medicinais
e Fitoterápicos (Decreto nº 5813, de 22 de junho de 2006), o profissional médico está
apto a utilizá-la quando achar conveniente.
Por outro lado, vale a pena lembrar que os Médicos brasileiros que
prescreverem terapias com o objetivo específico de conter o envelhecimento (práticas
conhecidas como Antiaging) estarão sujeitos às penalidades previstas em processos
ético-profissionais, podendo serem punidos até com a perda do registro profissional.
Resolução nº1.999/12, aprovada em outubro/2012 pelo plenário do Conselho Federal
de Medicina (CFM).
Cirurgiões dentistas: A lei nº 5081, de 24 de agosto de 1966, do Conselho
Federal de Odontologia, regulamenta o exercício da odontologia 4. Dessa lei,
destacamos:
Art. 6º - Compete ao cirurgião-dentista:
I - Praticar todos os atos pertinentes à odontologia, decorrentes de
conhecimentos adquiridos em curso regular ou em cursos de pós-graduação;
II - Prescrever e aplicar especialidades farmacêuticas de uso interno e externo,
indicadas em Odontologia;

31
VIII - Prescrever e aplicar medicação de urgência no caso de acidentes graves
que comprometam a vida e a saúde do paciente (...).
Considerando que os fitoterápicos e as plantas medicinais são apresentados
em diversas formas farmacêuticas como tinturas, infusões, decoctos, extratos e
outras, o cirurgião dentista está apto a prescrevê-las dentro da odontologia.
Além disso, em reunião realizada a 25 de setembro de 2008, o Conselho
Federal de Odontologia emitiu a Resolução CFO - nº 82/2008, em que reconhece e
regulamenta o uso pelo cirurgião-dentista das seguintes práticas integrativas e
complementares à saúde bucal: acupuntura, fitoterapia, terapia floral, hipnose,
homeopatia e laserterapia.
Médicos veterinários: Segundo a Lei nº 5.517, de 23 de outubro de 1968, que
dispõe sobre o exercício da profissão de médico-veterinário e cria os Conselhos
Federal e Regional de Medicina Veterinária, capítulo II, artigo 5º:
É da competência privativa do médico veterinário o exercício das seguintes
atividades e funções a cargo da União, dos Estados, dos Municípios, dos Territórios
Federais, entidades autárquicas, paraestatais e de economia mista e particulares:
A prática da clínica em todas as suas modalidades;
O Artigo 6º desta mesma lei diz:
Art. 6º -Constitui, ainda, competência do médico veterinário o exercício de
atividades ou funções públicas e particulares, relacionadas com:
... e) a responsabilidade pelas fórmulas e preparação de rações para animais e
a sua fiscalização.

Desde os tempos remotos o homem tem empregado uma variedade de


produtos, inicialmente naturais e posteriormente também sintéticos, para
aliviar dores e outros sintomas, curar ou prevenir enfermidades. Entretanto,
foi só a partir de meados do século XX que começou de fato a se instituir um
controle do Estado sobre a qualidade, segurança e eficácia de
medicamentos. (SIMÕES, 2002, apud CARVALHO, 2012).

Enfermeiros: Embora os enfermeiros pudessem prescrever apenas mediante a


um protocolo médico o Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), atento à
utilização de ervas medicinais na cultura popular e reconhecendo que os enfermeiros
precisam esclarecer e educar a clientela para o uso correto da fitoterapia, emitiu o
Parecer Informativo 004/95, em que reconhece o caráter holístico da formação do
32
enfermeiro e os aspectos ético-legais da utilização das práticas alternativas no
cuidado ao cliente. Em 1997, o COFEN, por meio da Resolução 197, estabeleceu e
reconheceu as terapias alternativas, entre elas a fitoterapia, como especialidades e
ou qualificações do enfermeiro.

É possível, portanto, que os nossos ancestrais tenham aprendido através da


observação da natureza o valor terapêutico das plantas. Na verdade, existem
evidências históricas e arqueológicas de que as propriedades curativas das
plantas medicinais já eram conhecidas desde o período Neolítico (cerca de
10.000 anos atrás). (BHATTARAM, 2002, apud ALVES, 2013).

Contudo em junho de 2014 o enfermeiro foi surpreendido pelo Tribunal


Regional Federal (TRF) da 1ª Região (Brasília) que anulou a Resolução 272/2002 do
Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), que possibilitava ao
enfermeiro diagnosticar doenças, prescrever medicação e solicitar exames com
autonomia no âmbito dos programas ou rotinas aprovadas em instituições de saúde.
Farmacêuticos: Na prática da fitoterapia o farmacêutico é o elo entre o popular
e o científico. A assistência farmacêutica humaniza e amplia relação entre
profissionais prescritores legalmente habilitados e o paciente. É o amigo de plantão
com as portas abertas, que com dedicação, compromisso, conhecimento e
responsabilidade transforma sua farmácia em um estabelecimento de saúde e não um
simples comércio.
Hoje além do farmacêutico trabalhar na farmácia que é uma unidade de
prestação de serviços assistência farmacêutica, manipulação e/ou dispensação de
medicamentos magistrais, oficinais, farmacopeicos ou industrializados, cosméticos,
insumos farmacêuticos, produtos farmacêuticos e correlatos. (Lei Nº 13.021, de 8 de
agosto de 2014), o mesmo pode trabalhar com insumos e produtos fitoterápicos que
serão utilizados na:
Estética: Resolução CFF Nº 573 de 22 de maio de 2013. Dispõe sobre as
atribuições do farmacêutico no exercício da saúde estética e da responsabilidade
técnica por estabelecimentos que executam atividades afins.
Acupuntura: Resolução CFF nº 516 de 26 de novembro de 2009.
Veterinária: manipulação de formulas fito veterinárias.

33
Esporte: Analise de fitoterápicos em Doping esportivo, além de manipulação e
produção de produtos de uso interno e externo e Fitofertilizantes.
Como já havia sido previsto pelo Conselho Brasileiro de Fitoterapia (Panizza
2010), hoje o farmacêutico já é um profissional prescritor legalmente habilitado através
da Resolução CFF Nº 586 de 29/08/2013 (Regula a prescrição farmacêutica e dá
outras providências).
A prescrição farmacêutica constitui em uma atribuição clínica do farmacêutico
e deverá ser realizada com base nas necessidades de saúde do paciente, nas
melhores evidências científicas, em princípios éticos e em conformidade com as
políticas de saúde vigentes. O ato da prescrição farmacêutica poderá ocorrer em
diferentes estabelecimentos farmacêuticos, consultórios, serviços e níveis de atenção
à saúde, desde que respeitado o princípio da confidencialidade e a privacidade do
paciente no atendimento. O farmacêutico poderá realizar a prescrição de
medicamentos e outros produtos com finalidade terapêutica, cuja dispensação não
exija prescrição médica, incluindo medicamentos industrializados e preparações
magistrais (alopáticos ou dinamizados, plantas medicinais, drogas vegetais e outras
categorias ou relações de medicamentos que venham a ser aprovadas pelo órgão
sanitário federal para prescrição do farmacêutico). O exercício deste ato deverá estar
fundamentado em conhecimentos e habilidades clínicas que abranjam boas práticas
de prescrição, fisiopatologia, semiologia, comunicação interpessoal, farmacologia
clínica e terapêutica.
O grande segredo das plantas medicinais e fitoterápicos são os profissionais
que trabalham em equipe multidisciplinar todos em conjunto visando à promoção,
proteção e recuperação da saúde, e à prevenção de doenças e de outros problemas
de saúde.

4.4 Farmacêutico e demais profissionais de saúde

Encaminhar ao farmacêutico por escrito através da prescrição ou bloco de


recomendação os produtos naturais, os fitoterápicos, cosméticos, Produtos da
Medicina Tradicional Chinesa (RDC Nº 21, de 25 de Abril de 2014 - ANVISA) entre

34
outros, para ser orientado o Uso Seguro e Racional, nomenclatura botânica e popular,
parte utilizada ,forma de utilização ,posologia e modo de usar, contra indicações,
reações adversas, interação, forma farmacêutica, frequência de administração,
duração do tratamento, dosagem, instruções adicionais, quando necessário ao Cliente
ou Paciente.

O registro de medicamentos é o instrumento através do qual o Ministério da


Saúde, no uso de sua atribuição específica, determina a inscrição prévia no
órgão ou na entidade competente, pela avaliação do cumprimento de caráter
jurídico-administrativo e técnico-científico relacionada com a eficácia, segu-
rança e qualidade destes produtos, para sua introdução no mercado e sua
comercialização ou consumo (BRASIL, 1967, apud NETO, 2013).

A Resolução CFF nº 44, de 17 de agosto de 2009, que dispõe sobre boas


práticas farmacêuticas para o controle sanitário do funcionamento, da dispensação e
da comercialização de produtos e da prestação de serviços farmacêuticos em
farmácias e drogarias e dá outras providências, autoriza que o farmacêutico, após ter
realizado um serviço de atenção farmacêutica, entregue ao cliente a Declaração de
Serviço Farmacêutico.
A declaração de serviço farmacêutico é muito importante para registrar o
serviço de atenção farmacêutica e pode ser muito útil por diversos motivos. Pode, por
exemplo, funcionar como um histórico do paciente, que muitas vezes está passando
por mais de um médico ou profissional da saúde. Pode também ser um difusor de
informações sobre fitoterápicos e reação adversa a medicamentos fitoterápicos
(RAMF), produtos tradicionais fitoterápicos e proporcionar educação permanente para
assegurar o uso racional de fitoterápicos. Isso traz mais segurança para a farmácia e
para o farmacêutico.
A RDC 67, de 8 de outubro de 2007, da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (ANVISA), que dispõe sobre Boas Práticas de Manipulação de
Medicamentos para Uso Humano em Farmácias, no item 5.17:
5.17. Prescrição de medicamentos manipulados;
5.17.1. Os profissionais legalmente habilitados, respeitando os códigos de seus
respectivos conselhos profissionais, são os responsáveis pela prescrição dos
medicamentos de que trata este regulamento técnico e seus anexos;

35
5.17.2 A prescrição ou indicação, quando realizada pelo farmacêutico
responsável, também deve obedecer aos critérios éticos e legais previstos. (critérios
este previstos na RDC 138/03 - ANVISA);
Diante dessa resposta, entende-se que os fitoterápicos que constarem na
Farmacopeia Brasileira, Formulário Nacional, Formulário de Fitoterápicos ou em obras
equivalentes, ou ainda outro documento considerado oficial pela ANVISA, podem ser
manipulados pela farmácia de manipulação, sem a necessidade da prescrição de um
profissional legalmente habilitado.
O farmacêutico poderá prescrever medicamentos cuja dispensação exija
prescrição médica, desde que condicionado à existência de diagnóstico prévio e
apenas quando estiver previsto em programas, protocolos, diretrizes ou normas
técnicas, aprovados para uso no âmbito de instituições de saúde ou quando da
formalização de acordos de colaboração com outros prescritores ou instituições de
saúde.
Para o exercício deste ato será exigido, pelo Conselho Regional de Farmácia
de sua jurisdição, o reconhecimento de título de especialista ou de especialista
profissional farmacêutico na área clínica, com comprovação de formação que inclua
conhecimentos e habilidades em boas práticas de prescrição, fisiopatologia,
semiologia, comunicação interpessoal, farmacologia clínica e terapêutica.
É vedado ao farmacêutico modificar a prescrição de medicamentos do
paciente, emitida por outro prescritor, salvo quando previsto em acordo de
colaboração, sendo que, neste caso, a modificação, acompanhada da justificativa
correspondente, deverá ser comunicada ao outro prescritor.
O processo de prescrição farmacêutica é constituído das seguintes etapas:
I - Identificação das necessidades do paciente relacionadas à saúde;
II - Definição do objetivo terapêutico;
III - seleção da terapia ou intervenções relativas ao cuidado à saúde, com base
em sua segurança, eficácia, custo e conveniência, dentro do plano de cuidado;
IV - Redação da prescrição;
V - Orientação ao paciente;
VI - Avaliação dos resultados;

36
VII - Documentação do processo de prescrição.
No ato da prescrição, o farmacêutico deverá adotar medidas que contribuam
para a promoção da segurança do paciente, entre as quais se destacam:
I - Basear suas ações nas melhores evidências científicas;
II - Tomar decisões de forma compartilhada e centrada no paciente;
III - considerar a existência de outras condições clínicas, o uso de outros
medicamentos, os hábitos de vida e o contexto de cuidado no entorno do paciente;
IV - Estar atento aos aspectos legais e éticos relativos aos documentos que
serão entregues ao paciente;
V - Comunicar adequadamente ao paciente, seu responsável ou cuidador, as
suas decisões e recomendações, de modo que estes as compreendam de forma
completa;
VI - Adotar medidas para que os resultados em saúde do paciente, decorrentes
da prescrição farmacêutica, sejam acompanhados e avaliados.

Para milhões de pessoas, as plantas, os tratamentos tradicionais e as


práticas da medicina tradicional representam a principal fonte de atenção à
saúde e às vezes a única (OMS, 2013, apud MACEDO, 2016).

A prescrição farmacêutica deverá ser redigida em vernáculo, por extenso, de


modo legível, observados a nomenclatura e o sistema de pesos e medidas oficiais,
sem emendas ou rasuras, devendo conter os seguintes componentes mínimos:
I - Identificação do estabelecimento farmacêutico ou do serviço de saúde ao
qual o farmacêutico está vinculado;
II - Nome completo e contato do paciente;
III - Descrição da terapia farmacológica, quando houver, incluindo as seguintes
informações:
a) Nome do medicamento ou formulação, concentração/dinamização, forma
farmacêutica e via de administração;
b) Dose, frequência de administração do medicamento e duração do
tratamento;
c) Instruções adicionais, quando necessário.

37
IV - Descrição da terapia não farmacológica ou de outra intervenção relativa ao
cuidado do paciente, quando houver;
V- Nome completo do farmacêutico, assinatura e número de registro no
Conselho Regional de Farmácia; VI - local e data da prescrição.
A prescrição de medicamentos, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS),
estará necessariamente em conformidade com a Denominação Comum Brasileira
(DCB) ou, em sua falta, com a Denominação Comum Internacional (DCI).
A prescrição de medicamentos, no âmbito privado, estará preferentemente em
conformidade com a DCB ou, em sua falta, com a DCI.
É vedado ao farmacêutico prescrever sem a sua identificação ou a do paciente,
de forma secreta, codificada, abreviada, ilegível ou assinar folhas de receituários em
branco.

Os fitoterápicos sempre se destacaram por representarem uma parcela


significativa no mercado de medicamentos. Globalmente, o setor movimenta
US$ 21,7 bilhões por ano. No entanto, não existem no Brasil dados oficiais
atualizados, embora, estima- se que esse mercado movimente cerca de US$
160 milhões por ano. As vendas de fitoterápicos internamente tem crescido
15% anuais, contra 4% das vendas dos medicamentos sintéticos. Em toda a
cadeia produtiva, o setor de medicamentos fitoterápicos movimenta
anualmente em torno de R$ 1 bilhão (CARVALHO et al., 2008, apud
CARNEIRO, 2014).

Será garantido o sigilo dos dados e informações do paciente, obtidos em


decorrência da prescrição farmacêutica, sendo vedada a sua utilização para qualquer
finalidade que não seja de interesse sanitário ou de fiscalização do exercício
profissional.
No ato da prescrição, o farmacêutico deverá orientar suas ações de maneira
ética, sempre observando o benefício e o interesse do paciente, mantendo autonomia
profissional e científica em relação às empresas, instituições e pessoas físicas que
tenham interesse comercial ou possam obter vantagens com a prescrição
farmacêutica.
É vedado o uso da prescrição farmacêutica como meio de propaganda e
publicidade de qualquer natureza. (Resolução CFF Nº 586 de 29/08/2013)
Nutricionistas: A Resolução nº 525 do Conselho Federal de Nutrição, de maio
de 2013, revogou a Resolução nº 402 do Conselho Federal de Nutrição, de 30 de julho
38
de 2007, que regulamentava a prescrição fitoterápica pelo nutricionista de plantas in
natura frescas, ou como droga vegetal nas suas diferentes formas farmacêuticas e dá
outras providências.
Desta forma, o nutricionista tem em mãos a oportunidade, tanto da prescrição
de 2 a 4 gramas diárias de alho (Allium sativum) fresco na dieta do paciente
hiperlipidêmico e hipertenso, como também prescrever o alho nas suas diversas
formas farmacêuticas como tintura, extrato seco e óleo, de acordo com a necessidade
e adequação ao caso. A fitoterapia pode ser utilizada na terapia nutricional como
estratégia complementar à prescrição dietética elaborada, desde que os fitoterápicos
prescritos tenham indicações de uso relacionadas com o campo de atuação do
profissional nutricionista, ou seja, uso via oral, além de ter embasamento em estudos
científicos ou em uso tradicional reconhecido da planta medicinal. Dessa maneira
ficam não disponíveis as formulações tópicas e inaladas. Um exemplo é o confrei
(Symphytum officinale) que não deve ser prescrito pela nutricionista, pois seu uso é
exclusivamente tópico. Uma outra Planta Medicinal que é o eucalipto, não pode ser
prescrita através da inalação, porém pode ser prescrita de uso oral.
Plantas Medicinais e Drogas Vegetais preparadas unicamente por decocção,
maceração ou infusão conforme indicação são atribuição do nutricionista sem
especialização. Para a prescrição de fitoterápicos e preparações magistrais sobre
forma de capsulas, drágeas, pastilhas, xaropes, sprays ou qualquer outra forma
farmacêutica como extrato, tintura, alcoolatura ou óleo, como medicamento
fitoterápicos comerciais ficou a atribuição exclusiva ao nutricionista portador do título
de especialista ou certificado de pós-graduação lato sensu nessas áreas.

As plantas medicinais e seus derivados estão entre os principais recursos


terapêuticos da MT e da Medicina Complementar e Alternativa – MCA e vêm
há muito sendo utilizados pela população brasileira nos seus cuidados com a
saúde (BRASIL, 2012, apud MACEDO, 2016).

O artigo 5ª dessa resolução diz que a prescrição fitoterápica realizada pelo


nutricionista deverá conter obrigatoriamente:
I - Nomenclatura botânica, sendo opcional o nome popular;
II - Parte utilizada;
III - Forma de utilização e modo de preparo;
39
IV - Posologia e modo de usar;
V - Tempo de uso.
Existem, porém, algumas restrições em relação à prescrição de fitoterápicos
por nutricionistas. Esses profissionais não podem prescrever aqueles produtos cuja
legislação vigente exija prescrição médica, segundo o Artigo 6º dessa resolução.
A RDC nº 10/10 ANVISA traz em seu Anexo I uma lista com drogas vegetais
para uso interno, para uso externo e de uso inalatório, com a respectiva alegação de
propriedade além de posologia segura e modo de usar de cada espécie. No caso do
profissional nutricionista, é permitido apenas a prescrição das drogas vegetais para
uso interno, como previsto em legislação. Estas informações são excelentes
ferramentas e podem ser aproveitadas pelo profissional na elaboração de sua receita.
Segue abaixo o Anexo I desta RDC, traz também medidas usuais de referência para
a preparação da droga vegetal em forma de infusão, decocção ou maceração. Estas
medidas também podem ser aproveitadas pelo nutricionista na orientação de seu
paciente. O profissional pode especificar em sua receita a quantidade em gramas de
planta medicinal a ser utilizada na preparação ou então a quantidade em mililitros da
preparação a ser ingerida. São elas:
I – Colher das de sopa: 15 ml / 3 g;
II – Colher de sobremesa: 10 ml / 2 g;
III – Colher das de chá: 5 ml / 1 g;
IV – Colher das de café: 2 ml / 0,5 g;
V – Xícara das de chá ou copo: 150 ml;
VI – Xícara das de café: 50 ml;
VII – Cálice: 30 ml17.
Fisioterapeutas: A Resolução nº 380, de 3 de novembro de 2010 do Conselho
Federal de Fisioterapeutas (COFFITO), regulamenta o uso pelo fisioterapeuta das
práticas integrativas e complementares de saúde e dá outras providências.
O Artigo 1º desta resolução autoriza a prática pelo Fisioterapeuta dos atos
complementares ao seu exercício profissional regulamentado, nos termos desta
resolução e da portaria MS número 971/2006:

40
Fitoterapia; Práticas Corporais, Manuais e Meditativas; Terapia Floral;
Magnetoterapia; Fisioterapia Antroposófica; Termalismo / Crenoterapia
/Balneoterapia; Hipnose.
O Artigo 3º destaca que o Fisioterapeuta deverá comprovar perante o COFFITO
a certificação de conhecimento das práticas integrativas e complementares. Será
habilitado nos termos desta resolução o Fisioterapeuta que apresentar títulos que
comprovem o domínio das Práticas Integrativas de Saúde objeto desta resolução. Os
títulos a que alude este artigo deverão ter como origem:
a) Instituições de Ensino Superior;
b) Instituições especialmente credenciadas pelo MEC;
c) Entidades Nacionais da Fisioterapia intimamente relacionadas às práticas
autorizadas por esta resolução.
Parágrafo Único: Os cursos concedentes dos títulos de que trata este artigo,
deverão observar uma carga horária mínima, devidamente determinada pelo
COFFITO que consultará as entidades associativas da fisioterapia de âmbito nacional
que sejam intimamente relacionadas às práticas autorizadas por esta resolução, por
meio dos seus respectivos Departamentos. Biomédico: Atualmente o Biomédico conta
com 35 habilitações.
A Normativa: n.º 01/2012 Dispõe sobre rol de atividades para fins de inscrição
e fiscalização dos profissionais Biomédicos, Técnicos, Tecnólogos nas áreas de
acupuntura, estética, citologia e anatomia patológica, junto aos Conselhos Regionais
de Biomedicina.

O uso de plantas medicinais é milenar, entretanto, desde o início deste


século, tem ocorrido um crescente interesse pelo estudo de espécies vegetais
e seu uso tradicional em diferentes partes do mundo, sobre tudo para garantir
que a utilização seja racional e segura. (CHEIKHYOUSSEF, et al, 2011, apud
MACEDO, 2016).

Biomédicos Acupunturista: Fitoterapia na forma de infuso; decocto; tintura;


alcoolatura; extrato, cremes, e pomadas, óleos essenciais, cuja legislação vigente não
exija prescrição médica; Dietoterapia clínico- energética; Fitoterapia chinesa;
Aplicação de emplastros vegetais e minerais.

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É obrigatório ao Biomédico Acupunturista encaminhar para acompanhamento
médico os casos de distúrbios metabólicos, os psiquiátricos graves, os de
comunicação compulsória (Dengue, hepatite virais, Síndrome da Paralisia Flácida
Aguda, Acidente de trabalho) aos serviços públicos de saúde.
O Grande sucesso do Biomédico acupunturista que trabalha com plantas
medicinais, aplicação de emplastros vegetais , fitoterapia chinesa, Dietoterapia clínico-
energética e prescrição de fitoterápicos na estética é poder encaminhar ao
farmacêutico seus pacientes para ser orientado o Uso Seguro e Racional de Plantas
Medicinais e Fitoterápicos de uso interno e externo, nomenclatura botânica e popular,
parte utilizada ,forma de utilização ,posologia e modo de usar, contra indicações,
reações adversas, interação, forma farmacêutica, frequência de administração ,
duração do tratamento, dosagem, instruções adicionais.
Lembrando o que valida e habilita a prescrição de fitoterápicos na estética é a
Resolução n 241, de 29 de maio de 2014: Dispõe sobre atos do profissional biomédico
com habilitação em biomedicina estética e regulamenta a prescrição por este
profissional para fins estéticos.
Art. 5º - O biomédico que possuir habilitação em Biomedicina Estética poderá
realizar a prescrição de substâncias e outros produtos para fins estéticos incluindo
substâncias biológicas (toxina botulínica tipo A), substâncias utilizadas na
intradermoterapia (incluindo substâncias estróficas, venotróficas e lipolíticas),
substâncias classificadas como correlatos de uso injetável conforme ANVISA,
preenchimentos dérmicos, subcutâneos e supraperiostal (excetuando-se o
Polimetilmetacrilato/ PMMA), fitoterápicos, nutrientes (vitaminas, minerais,
aminoácidos, bioflavonóides, enzimas e lactobacilos), seguindo normatizações da
ANVISA.
Art. 6º - Caberá ao profissional biomédico a prescrição de formulações
magistrais ou de referência de cosméticos, cosmecêuticos, dermocosméticos, óleos
essenciais e fármacos de administração tópica. Formulações magistrais e de
referência de peelings químicos, enzimáticos e biológicos, incluindo a Tretinoína
(Ácido retinóico de 0,01 a 0,5% de uso domiciliar e até 10% para uso exclusivo em
clínica) seguindo instruções da ANVISA.

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Por fim a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, através da Portaria
Nº 338/2014-SMS.G no uso de suas atribuições publicou no Diário Oficial
Cidade de São Paulo Nº 25 - DOM de 06/02/14 - p.19:
Para fins de prescrição de medicamentos são considerados prescritores os
seguintes profissionais: Médico; Cirurgião-Dentista (Ao cirurgião-dentista é
permitido prescrever medicamentos para fins odontológicos); Enfermeiro (Ao
enfermeiro é permitido prescrever medicamentos conforme protocolos ou outras
normativas técnicas estabelecidas pelo gestor municipal); Nutricionista (Ao
nutricionista é permitido realizar a prescrição dietética de suplementos nutricionais,
conforme a Resolução CFN nº 390 de 27 de outubro de 2006). Farmacêutico (Ao
farmacêutico é permitido prescrever medicamentos: de acordo com a Lista de Grupos
e Indicações Terapêuticas Especificadas (GITE), isentos de prescrição médica,
conforme a Resolução do Conselho Federal de Farmácia (CFF) nº 586, de 29 de
agosto de 2013; e de acordo com protocolos ou outras normativas técnicas
estabelecidas pelo gestor municipal, quando se tratar de medicamentos sob
prescrição médica).
Cada profissional deve estar atento a suas resoluções de âmbito e normativas
para prescrever Plantas Medicinais e Fitoterápicos de forma ética e legal.

4.5 Reações Adversas

Segundo a ANVISA, Reação Adversa a medicamentos é qualquer resposta a


um medicamento que seja prejudicial, não intencional, e que ocorra nas doses
normalmente utilizadas em seres humanos para profilaxia, diagnóstico e tratamento
de doenças, ou para a modificação de uma função fisiológica.
É importante para a manutenção da eficácia e segurança dos medicamentos a
identificação de novas reações adversas, ou seja, aquelas que eventualmente
ocorrem e não estão previstas nas bulas.
Os profissionais da saúde e a população podem ajudar, notificando ao Órgão
Sanitário competente estas informações.

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Atualmente, as plantas medicinais são utilizadas por grande parte da
população mundial, como um recurso medicinal alternativo para o tratamento
de diversas enfermidades, uma vez que em muitas comunidades,
representam um recurso mais acessível em relação aos medicamentos
alopáticos (BEVILACQUA, 2010, apud CARNEIRO, 2014).

5 FITOTERAPIA X FITOTERÁPICO

Fonte: minutofarmacia.com.br

Os conceitos de fitoterapia e fitoterápico são diferentes.


Fitoterápico é uma preparação farmacêutica que utiliza como matéria prima
partes de plantas (folhas, caules, raízes, flores, sementes) com efeitos farmacológicos
conhecidos e fitoterapia engloba as preparações fitofarmacológicas, os
medicamentos fitoterápicos e o próprio uso popular das plantas em si.

O uso medicinal da Artemisia annua contra a malária foi descrito pela primeira
vez nas “52 Prescrições” escritas durante a Dinastia Mawangdui Han que
reinou na China de 206 a.C. a 220 d.C. (LI, 2003, apud ALVES, 2013).

5.1 Indicações
A origem de toda farmacologia é fitoterápica, ou seja, as plantas medicinais
foram pesquisadas e tiveram a sua composição alterada em laboratório para a
fabricação de medicamentos.

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Trata-se de um método que vem sendo utilizado desde há muitos anos como
forma de prevenir, tratar, ou curar doenças.
Neste método as plantas são utilizadas de todas as formas caseiras conhecidas
como chás, compressas, cataplasmas, unguento, lavagens, inalações e banhos.
Fitoterapia é considerada uma especialidade médica, que é tratada na área da
medicina alopática, ao contrário da homeopatia e da acupuntura, que são terapias
alternativas. Porém, hoje já é vista não só como alternativa, mas sim uma ferramenta
que serve como complemento para a promoção da saúde.
Por trabalhar de forma natural, a Fitoterapia serve para complementar
tratamentos de saúde e na prevenção de doenças crônicas ou agudas.
Cada planta possui vários constituintes químicos e podem produzir alguns
efeitos no nosso organismo.
Vários compostos possuem efeitos similares e a associação destes compostos
aumentam esses efeitos. A isso denominamos efeito sinérgico dos medicamentos.
Por exemplo, no efeito analgésico da Croton urucurana, planta popularmente utilizada
no tratamento da dor e inflamação, foram isolados em laboratório catequinas e
galocatequinas do extrato desta planta, as quais exercem efeito analgésico em
camundongos. Porém, isoladamente, foram muito menos potentes do que a sua
totalidade de frações.
O efeito analgésico de C. urucurana se deve a uma associação de vários
fitoconstituintes, incluindo campesterol, stigmasterol, β-sitosterol, ácido acetil-
aleuritólico, catequina, galocatequina e glicosídeo do β-sitosterol. Os compostos
isolados, apesar de se encontrarem em concentrações baixas, atuam em sinergismo,
provavelmente através do mesmo mecanismo de ação ou por mecanismos
diferentes. Outro fitoterápico, Ginkgo biloba, tem cerca de 20 substâncias ativas que
respondem juntas pelo efeito terapêutico, sem a totalidade simultânea das quais, o
mesmo efeito não se alcança na plenitude.
Outra vantagem é a associação de mecanismos por compostos agindo em
alvos moleculares diferentes, por exemplo a Serenoa repens no tratamento da
hiperplasia benigna de próstata. Este fitoterápico apresenta compostos que agem
inibindo a atividade da 5α-redutase, impedindo a formação da Di- hidrotestosterona.

45
Este fitoterápico apresenta também compostos que agem possivelmente inibindo a
ciclooxigenase ou lipoxigenase, reduzindo o processo inflamatório. Além de
compostos que agem como antagonistas de receptores na suprarrenal e
bloqueadores de cálcio que explicariam seu efeito benéfico sobre o trato urinário
permitindo uma micção mais livre.
Considerando que os compostos ativos se apresentam em concentrações
reduzidas nas plantas, são muito menores os riscos de efeitos secundários não
desejáveis (a depender da planta).

5.2 Medicamentos fitoterápicos e fitoterapia

A fitoterapia se baseia no uso popular e caseiro das plantas, como se fazia


desde há milhares de anos, quando as propriedades curativas das mesmas eram o
único recurso para o tratamento de doenças. Mas atualmente observamos que, é mais
comum a utilização do extrato natural das plantas manipulado em laboratório.
Neste processo, somente a função terapêutica das plantas é preservada. Este
é um dos motivos que fazem muitas pessoas acharem que a fitoterapia é alopatia.
Este cuidado se deve por conta do uso de aditivos químicos e agrotóxicos
utilizados nas plantações para o controle de pragas que podem ser prejudiciais à
saúde.

O Brasil é considerado um país privilegiado, considerando sua extensão e o


diversificado ecossistema, detendo aproximadamente um terço da flora
mundial. Existe também no país estudiosos contribuindo para o
desenvolvimento da química de produtos naturais. (MARLIÉRE et al., 2008,
apud SOUZA, 2010).

5.3 Diferenças entre fitoterapia e homeopatia

A homeopatia e a fitoterapia possuem metodologias alternativas oriundas pela


busca do tratamento de várias doenças de forma natural, sendo assim, não utilizam
materiais industrializados. Porém, estas duas terapias medicinais possuem
diferenças.

46
A fitoterapia só utiliza plantas, enquanto a homeopatia utiliza elementos de
origem mineral ou animal. Porém a diferença não se limita somente a isso, visto que
a forma como é alcançado o diagnóstico do paciente é muito distinta entre as duas
terapias alternativas.
Homeopatia: O paciente é observado como um todo, de modo que é criada
uma relação de respeito, prestando muita atenção em seus relatos, humor, exercícios
físicos, higiene, problemas, entre outros elementos, que como um todo, será utilizado
para buscar o equilíbrio das energias reguladoras da saúde do indivíduo, de modo que
o mesmo possa se recuperar de maneira satisfatória. A homeopatia trata de várias
doenças através de substâncias naturais que possuem elementos causadores dos
mesmos sintomas sofridos pelo paciente, sendo que esses elementos são de origem
mineral, animal ou vegetal. Seguindo a lógica de que: “os iguais se atraem”. Os
medicamentos são constituídos através da sucessão, dinamização e diluição dos
elementos.
Fitoterapia: Esta terapia alternativa é desenvolvida de forma independente de
acordo com os povos e suas maneiras, de modo que utilizam plantas para a cura de
doenças. Plantas estas que eram comuns de serem utilizadas em tempos remotos.
Na fitoterapia não se utiliza de elementos de origem mineral ou animal, somente
através das plantas, por meio de infusão ou cataplasma.

47
6 FITOTERAPIA E ALOPATIA

Fonte: idec.org.br

A fitoterapia estuda as propriedades curativas das plantas e as utiliza para o


tratamento de diversos tipos de doenças. Através da fitoterapia são criados
medicamentos fitoterápicos. Tais medicamentos podem ser considerados alopáticos,
porque passam por procedimentos farmacológicos e industrializados.
A maior diferença entre a fitoterapia e a alopatia, está na forma de manipulação
dos elementos da natureza, que tem como objetivo comum, o tratamento e a cura de
doenças. Uma se baseia nos benefícios naturais de manipulação e estudo das
plantas, enquanto a outra, se baseia na manipulação de extratos de plantas de forma
farmacológica e industrializada.

6.1 Alopatia e seu conceito

A alopatia foi um termo criado por Christian Friedrich Samuel Hahnemann,


considerado o pai da homeopatia, para denominar os métodos que não correspondem
à medicina alternativa.

48
A alopatia também pode representar a medicina moderna, medicina ocidental,
medicina baseada em evidências e biomedicina. Todas elas utilizam meios
industrializados de processamento.

7 DIFERENÇA ENTRE PLANTA MEDICINAL E FITOTERÁPICO

Fonte: nutritotal.com.br

7.1 Conceitos

Planta medicinal: É aquela comprovadamente capaz de curar doenças ou


aliviar sintomas e que soma longa tradição de uso como medicamento em uma
população ou comunidade. De acordo com a legislação brasileira (Lei 5991/73),
plantas medicinais podem ser vendidas apenas em farmácias ou herbanários. Nesses
locais, devem estar corretamente embaladas e acompanhadas da classificação
botânica (nome científico) no rótulo. A embalagem de uma planta medicinal não pode
apresentar indicações para uso terapêutico.
As plantas medicinais são caracterizadas pela sua capacidade comprovada de
cura e alívio de sintomas de doenças. Elas costumam ser pouco manipuladas, e não
passam por processos de extração. São plantas de uso popular que puderam ser

49
estudadas e aprovadas para o consumo através de instituições competentes e órgãos
governamentais.
Estas plantas podem ser vendidas através de embalagens simples onde não
há especificações de uso ou indicações terapêuticas, além do nome científico da
própria planta. Elas podem ser comercializadas somente por farmácias e herbanários.
O produto final não é industrializado. Podem ser considerados plantas medicinais,
folhas secas de plantas usadas para fazer chás, florais, própolis e homeopáticos.
Fitoterápico: É o medicamento que tem a planta medicinal como matéria-
prima. Ele é obtido usando derivados extraídos da planta (extrato, tintura, óleo, cera,
suco, entre outros) que são industrializados. Esse processo evita contaminações por
agrotóxicos e substâncias estranhas, garantindo a qualidade e a eficácia do uso. Todo
medicamento fitoterápico deve ser produzido em laboratório autorizado e obter
registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) antes de ser
comercializado. Não são considerados fitoterápicos: chás, partes ou pó de plantas
medicinais, homeopatia, florais, medicamentos manipulados, e própolis.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) regulamentou os


fitoterápicos no Brasil como medicamentos convencionais que precisam
apresentar critérios de qualidade, segurança e eficácia, através de
levantamentos etno-farmacológicos de utilização, documentações técno-
científicas em estudos farmacológicos e toxicológicos pré-clínicos e clínicos
(BRASIL, 2009, apud CARNEIRO, 2014).

7.2 Diferença entre fitoterapia e plantas medicinais

A diferença entre a fitoterapia e plantas medicinais, portanto, está no


isolamento do princípio ativo das plantas com propriedades curativas conhecidas
como plantas medicinais, e, o uso destas plantas em forma de chás, sucos, florais,
emplastros ou diluições, que configuram o método caseiro.
Hoje em dia, é bem comum as pessoas procurarem métodos complementares
para uma melhor saúde e qualidade de vida. Esta procura, em alguns casos, pode
levar à algumas dúvidas pertinentes.

50
Enquanto uma procura o seu uso popular através de chás, folhas secas ou pó
de plantas, a outra opta por extrair o seu máximo potencial utilizando recursos
laboratoriais.
As plantas medicinais são aquelas capazes de aliviar ou curar enfermidades e
têm tradição de uso como remédio em uma população ou comunidade. Para usá-las,
é preciso conhecer a planta e saber onde colhê-la e como prepará-la. Quando a planta
medicinal é industrializada para se obter um medicamento, tem-se como resultado o
fitoterápico. O processo de industrialização evita contaminações microrganismos,
agrotóxicos e substâncias estranhas, além de padronizar a quantidade e a forma certa
que deve ser usada, permitindo uma maior segurança de uso. Os medicamentos
fitoterápicos industrializados devem ser registrados no ANVISA/Ministério da Saúde
antes de serem comercializados.

7.3 Cuidados

Por mais natural que seja, é muito importante termos certos cuidados com
remédios naturais.
Mesmo na fitoterapia, há algumas contraindicações, bem como efeitos
colaterais. Portanto, é de extrema importância evitar a automedicação e seguir à risca
as informações de dosagem e suas formas de uso.
Ao se consultar com um fitoterapeuta, é fundamental relatar ao profissional,
qualquer espécie de medicamento que esteja tomando a fim de evitar que a fitoterapia
interfira na ação do medicamento ou até gerando outros efeitos.
Procurar sempre seu médico. Não é recomendável a utilização de chás de
plantas pouco estudadas ou desconhecidas. Devemos ter cautela de consumir plantas
com origem conhecidas, contendo rótulo (com local de produção, data de validade,
nome científico), ou aquelas sabidamente de grande segurança de uso.
Devemos lembrar que os fitomedicamentos podem apresentar interações
medicamentosas com outras medicações em uso pelos pacientes. A Matricaria
recutita (Camomila) interage com anticoagulantes, como por exemplo a varfarina,
aumentando o risco de sangramentos. Barbitúricos (fenobarbital) e outros sedativos

51
podem ter seu efeito potencializado com a ação depressora do sistema nervoso
central deste mesmo fitomedicamento. Efeitos adversos como alterações na pressão
arterial, problemas neurológicos, hepáticos e renais podem levar a internações
hospitalares e até mesmo a morte, dependendo do medicamento e da dose usada.
Como qualquer remédio, o mau uso de fitoterápicos pode ocasionar problemas à
saúde. Deve-se procurar um médico para diagnóstico e prescrições corretas e
necessárias.

7.4 Cuidados com os medicamentos fitoterápicos.

Buscar informações com os profissionais de saúde; Informar ao seu médico


qualquer reação desagradável que aconteça enquanto estiver usando plantas
medicinais ou fitoterápicos; Observar cuidados especiais com gestantes, lactantes,
crianças e idosos; Informar ao seu médico se está utilizando plantas medicinais ou
fitoterápicos, principalmente antes de cirurgias; Adquirir fitoterápicos apenas em
farmácias e drogarias autorizadas pela Vigilância Sanitária; Seguir as orientações da
bula e rotulagem; Observar a data de validade (Nunca tomar medicamentos vencidos);
Seguir corretamente os cuidados de armazenamento; ter cuidado ao associar
medicamentos, o que pode promover a diminuição dos efeitos ou provocar reações
indesejadas; desconfiar de produtos que prometem curas milagrosas.

A sociedade tem a percepção de que todo produto natural é seguro e


desprovido de efeitos colaterais. Em alguns casos, os efeitos dos produtos
naturais são apenas psicológicos e, em outros, causam danos irreversíveis à
saúde. A falta de informação do público sobre os fitoterápicos tem sido
explorada por muitos espertalhões em busca de curas milagrosas e lucros
fáceis. Outros com intenções duvidosas, ao invés de esclarecerem os seus
benefícios, lançam dúvidas e emitem opiniões sem levar em consideração os
milênios que as plantas medicinais estão a serviço da humanidade. A única
maneira de combater estes espertalhões é levar informações confiáveis de
cientistas ao grande público, sem parcialidade ou interesses econômicos
escusos. (NEWMAN, 2007, apud FERREIRA, 2010).

7.5 Plantas medicinais utilizadas na fitoterapia

As plantas medicinais utilizadas através da fitoterapia constam do uso de suas


flores, sementes, cascas, diluições e extrato. A camomila, por exemplo, é utilizada em
52
forma de chá e serve para acalmar, melhorar as funções intestinais, e aliviar as dores
de cabeça.
O Ginseng, por outro lado, favorece e estimula a energia corporal, combate o
estresse e é tido como um potente afrodisíaco.
Já, parar curar doenças como a catapora e o sarampo, recomenda-se a planta
de sabugueiro, que também é antitérmica e combate resfriados.
Para cada problema de saúde há um tipo de planta medicinal que pode ser
usada como forma de prevenção ou tratamento, mas há benefícios estéticos que
também podem ser favorecidos pela fitoterapia como, chá de alfavaca, ou, chá
alecrim, para a calvície, e chá verde para perder barriga.
Com o objetivo de estimular as defesas naturais do organismo, essa área é
notoriamente empregada nas culturas indígena e africana. Nos monastérios, na era
medieval, os religiosos dedicavam-se ao seu estudo e aplicações clínicas. Nesse
mesmo período, os bruxos também assumiram importante papel no tratamento de
feridas, associando-o às plantas medicinais.
Os fitoterápicos podem advir de substâncias in natura, manipuladas ou
industrializadas e tem se tornado cada vez mais populares entre os povos de todo o
mundo. A fitoterapia, apesar de considerada por muitos como uma terapia alternativa,
se enquadra dentro da chamada medicina alopática.
Medicamento fitoterápico é toda preparação farmacêutica (extratos, tinturas,
pomadas e cápsulas) que utiliza como matéria-prima partes de plantas, como folhas,
caules, raízes, flores e sementes, com conhecido efeito farmacológico.
O uso adequado de medicamentos fitoterápicos auxilia no combate a doenças
infecciosas, disfunções metabólicas, doenças alérgicas e traumas diversos, entre
outros e deve ser utilizado mediante orientação médica.

A população em geral utilizava medicamentos provenientes de importações,


especialmente da Europa. Não existia, ademais, um conhecimento em
relação ao correto armazenamento das plantas, a fim de preservar suas
propriedades medicinais, ou seja, seus princípios ativos. (MARTINS, 2000,
apud BRUNING, 2012).

53
7.6 Contraindicações da fitoterapia

Apesar das plantas poderem ser usadas de forma natural e caseira pela
fitoterapia, algumas delas possuem elementos que podem fazer mal à saúde de
determinadas pessoas como, mulheres grávidas, hipertensos, ou pessoas propensas
a desenvolver processos alérgicos. Por isso, convém sempre consultar um médico em
caso de dúvidas.
Os chás também podem causar irritação no estômago se tomados
regularmente, sem uma indicação adequada, ou, por mais de 3 vezes ao dia.
Os fitoterápicos, ou plantas medicinais para uso caseiro, são encontrados em
casas especializadas em produtos naturais ou farmácias, mas sem a indicação no
rótulo. Então redobre a atenção sobre o modo de uso para não acabar cometendo
erros na administração da planta a ser utilizada para o tratamento.

8 ANVISA E FITOTERÁPICOS

Fonte: jornaldaorla.com.br

A ANVISA tem o papel de regulamentar todos os medicamentos, incluindo os


fitoterápicos, e fiscalizar as indústrias farmacêuticas com o intuito de proteger e
promover a saúde da população. Sendo assim, a ANVISA controla a produção, a

54
liberação para consumo (registro) e acompanha a comercialização dos
medicamentos, podendo retirá-los do mercado caso seu consumo apresente risco
para a população.
No site da ANVISA há registros de que as farmácias de manipulação têm
permissão para manipular medicamentos e, entre eles, os fitoterápicos, lembrando
que os produtos dessas farmácias não são registrados na ANVISA. A Agência reforça
que “um fitoterápico pode ser manipulado se for prescrito em uma receita ou se sua
fórmula constar na Farmacopeia Brasileira, no Formulário Nacional, Formulário de
Fitoterápicos ou em obras equivalentes”.

8.1 Como se registra fitoterápicos no Brasil

Segundo MACEDO (2009), uma característica peculiar do nosso complexo


industrial da saúde, é a existência de um parque público de laboratórios, de
abrangência nacional, voltado para a produção de medicamentos primordialmente
destinados aos programas de saúde pública em assistência farmacêutica. Constitui,
portanto, um importante patrimônio público. A IN no 5/ 2008 - ANVISA/MS torna
pública a lista de registro simplificado de fitoterápicos, onde pode-se ver 36 espécies
botânicas com estudos de eficácia e segurança já conhecidos e aprovados. Há cinco
resoluções específicas para o registro de fitoterápicos no Brasil: a RDC 48, que é
acompanhada pelas RE 88, 89, 90 e 91.
A verificação da embalagem, o número de inscrição do medicamento no
Ministério da Saúde, são de absoluta importância, bem como a sigla MS, seguida de
um número contendo de nove ou treze dígitos, iniciado sempre pelo número um (1).
Ao encontrar um produto sendo vendido como fitoterápico que não tenha registro na
ANVISA, você deve comunicar a Vigilância Sanitária de sua cidade ou estado, ou
denunciar à ANVISA.

55
9 CONCLUSÃO

Fitoterapia é a ciência que estuda as plantas medicinais e o uso das mesmas


no tratamento de doenças. A palavra "fitoterapia" vem dos termos
gregos therapeia = tratamento + phyton = vegetal e significa "terapia pelas plantas".
É uma das mais antigas práticas terapêuticas usadas pelo Homem.
A fitoterapia é baseada na presença de princípios ativos de origem vegetal, ou seja,
ela é um tratamento e serve como forma de prevenção de doenças utilizando plantas,
partes de plantas e algumas preparações feitas com plantas.
A fitoterapia já faz parte da nossa realidade e cada vez mais fará, pois já é uma
técnica comprovada cientificamente e muito indicada entre os médicos como um
complemento a alguns tratamentos.

56
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