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Fitoterapia

no
SUS
Dr. Marcos Viviano Dias
Temas
Fitoterapia racional uso correto dos fitoterápicos:
1. A Fitoterapia no SUS e o Programa de Pesquisas de Plantas Medicinais
da Central de Medicamentos
2. Fito no SUS oportunidade do renascimento
3. INTRODUÇÃO
4. Reconhecimento da fitoterapia
5. Plantas utilizadas no SUS
6. Resolução e implantação
7. Portarias e incentivos
8. Memento fitoterápico
9. De graça até injeção na testa
10. SUS passa a oferecer terapias alternativas para a população
11. Como ter acesso às práticas integrativas pelo SUS
12. A realidade brasileira
13. Curso de fitoterapia do SUS
14. FITOTERÁPICOS RECONHECIDOS
15. Conceitos: droga vegetal, planta medicinal, derivado, opototerapico etc.
16. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira
17. Bibliografia
A visão
terapêutica

• Apesar de toda nossa capacidade científica e tecnológica, não conseguimos


igualar as células vegetais no metabolismo da luz solar, transformando-a em
energia para vida e crescimento. Desde as épocas mais antigas, a vida humana
está indissoluvelmente ligada às plantas.
• O simples fato de olhar uma planta ou de respirar
seu aroma pode ser profundamente terapêutico.
•Veja as imagens a seguir... E sinta o que Elas evocam em você!
À semelhança de um bom amigo, as plantas estão sempre ao nosso dispor
quando delas precisamos.
FITOTERAPIA
RACIONAL
Uso correto dos fitoterápicos
Memento Fitoterápico
A matéria a seguir é de autoria do
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos
Estratégicos Departamento de Assistência
Farmacêutica e Insumos Estratégicos
Fitoterapia no SUS
Oportunidade do renascimento
Com a adoção da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no Sistema
Único de Saúde (SUS), está novamente aberto o portal de acesso ao conhecimento das
plantas medicinais brasileiras e seu emprego correto na recuperação e manutenção da
saúde. É a oportunidade do renascimento do processo de fusão do saber do povo com o
saber do técnico conhecido pela sigla PPPM (Programa de Pesquisas de Plantas
Medicinais), cujo desenvolvimento por pesquisadores brasileiros apoiados pelo Ministério
da Saúde, por meio do setor de pesquisas da antiga Ceme (Central de Medicamentos),
marcou época.
INTRODUÇÃO
A utilização de plantas medicinais é tão antiga quanto a raça
humana e a preparação de medicamentos fitoterápicos sempre
fez parte da prática farmacêutica.
Reconhecimento da
fitoterapia
• Em 1978, a Organização Mundial da Saúde reconheceu oficialmente o uso de
fitoterápicos. No Brasil, a política de plantas medicinais e fitoterápicos
remonta de 1981 por meio da Portaria n. º 212, de 11 de setembro, do
Ministério da Saúde que, em seu item 2.4.3, define o estudo das plantas
medicinais como uma das prioridades de investigação clínica e, 1982, o
Ministério da Saúde (PPPM/Ceme) lançou o Programa de Pesquisa de Plantas
Medicinais da Central de Medicamentos para obter o desenvolvimento de uma
terapêutica alternativa e complementar, com embasamento científico, pelo
estabelecimento de medicamentos fitoterápicos, com base no real valor
farmacológico de preparações de uso popular, à base de plantas medicinais.
Plantas utilizadas no SUS
É marcante por estimular o desenvolvimento das experiências municipais
que já utilizam plantas cultivadas em suas próprias hortas na preparação de
fitoterápicos de qualidade, seguros, eficazes e disseminam seu uso correto nas
práticas medicinais caseiras em benefício de milhares de famílias, e, ainda, por
assegurar o uso em bases científicas de muitas dessas plantas entre os quais várias
estão sendo aproveitadas no sistema produtivo nacional, como Mikania glomerata, o
guaco, Maytenus illicifolia L., a espinheira santa, representantes da flora do sul do
Brasil, Miracrodruon unrudeuva Allemão, a aroeira-do-sertao (All.) A. C. Smith e
Lippia sidoides Cham, o alecrim-pimenta, ambas representando o Nordeste, Schinus
terebintifolius Raddi, a aroeira-da-praia, que representa a Mata Atlântica, Uncaria
tomentosa (Willd.) DC., a unha-degato e Piper hispidinervum C.DC., valiosa
pimenta-longa produtora de safrol, da Amazônia, Mentha x villosa, a hortelã-rasteira
e Phyllanthus niruri L., a erva-pombinha ou quebra-pedra, ambas de ocorrência em
todo território nacional, para citar apenas alguns exemplos notáveis.
Que este antigo sonho se transforme em realidade.
São os votos de todos aqueles que têm dedicado
suas vidas profissionais ao uso correto das plantas
medicinais nos programas de saúde pública em
todos os rincões deste país.

Prof. Dr. Francisco José de Abreu Matos


Idealizador do Projeto Farmácias-Vivas.
Resolução CIPLAN Nº 08, de 08 de
março de 1988, abaixo transcrita:
Essa resolução, onde os SECRETÁRIOS-GERAIS dos MINISTÉRIOS DA
PREVIDÊNCIA SOCIAL, DA EDUCAÇÃO
e DO TRABALHO, no desempenho de suas atribuições
de coordenadores da COMISSÃO
INTERMINISTERIAL DE PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO
- CIPLAN, instituída pela Portaria
Interministerial nº MS/MPAS/05, de 11 de março de 1980, alterada pelas Portarias
Interministeriais nºs. MS/MPAS/ MEC/03, de 27 de abril de 1984 e
MS/MPAS/MEC/ MTb13, de 13 de maio de 1987, preconiza:
Resolução e implantação

CONSIDERANDO a estratégia das Ações Integradas 1.IMPLANTAR a prática de Fitoterapia nos


de Saúde aprovada pela Resolução CIPLAN nº 07/84, serviços de saúde, assim como orientar, através
de 3 de março de 1984; das Comissões Interinstitucionais de saúde (CIS),
CONSIDERANDO que a Fitoterapia é prática buscarem a inclusão da Fitoterapia nas Ações
terapêutica milenar que inclui o aproveitamento da Integradas de Saúde (AIS), e/ ou programação do
flora brasileira, contando o seu acervo com Sistema Unificado e Descentralizado
literatura científica especializada, e largamente de saúde (SUDS) nas Unidades Federadas,
recomendada pela Organização Mundial de Saúde visando colaborar com a prática oficial da
(OMS); medicina moderna, em caráter complementar.
CONSIDERANDO que a sua aplicação terapêutica
tem demonstrado alta eficácia em algumas 2.Criar procedimentos e rotinas relativas à prática
patologias mais comuns da saúde pública; da Fitoterapia nas Unidades Assistenciais
CONSIDERANDO o seu uso secular no Brasil, e a Médicas (BRASIL,
possibilidade de baratear custos para os cofres 1988b).
públicos, implicando em uma maior autossuficiência
e menor necessidade de importação de matéria
prima, resolvem:
Portarias e incentivos
Portaria n.º 06/SVS – Secretaria de Vigilância Sanitária, de 31 de janeiro de 1995, institui
e normatiza o registro de produtos fitoterápicos junto ao Sistema de Vigilância Sanitária.
Item 80.2: “os gestores do SUS devem estimular e ampliar pesquisas realizadas
em parceria com Universidades Públicas que analisem a efetividade das práticas
populares alternativas em saúde com o apoio das agências oficiais de fomento à
pesquisa”;
Item 286: “as Secretarias Municipais de Saúde, com a colaboração técnica e
financeira do Ministério da Saúde e das Secretarias Estaduais de Saúde, devem
garantir a atenção integral à
saúde [...]”;
Item 286.12: “incorporar ao SUS, em todo o país, as práticas de saúde como a fitoterapia,
acupuntura e homeopatia, contemplando as terapias alternativas e práticas populares”;
Item 351.10: o Ministério da Saúde deve incentivar a fitoterapia na Assistência Farmacêutica
Pública e elaborar normas para sua utilização, amplamente discutidas com os trabalhadores
em saúde e especialistas, nas cidades onde existir maior participação popular, com gestores
mais empenhados com a questão da cidadania e dos movimentos populares.
Memento fitoterápico
Ao se considerar a deficiência na formação acadêmica dos profissionais prescritores quanto
ao emprego de plantas medicinais e fitoterápicos como opção terapêutica, a existência de
guia ou memento fitoterápico nos programas serve como facilitador da adesão desses
profissionais, promovendo conhecimento científico-tecnológico na área.

Memento fitoterápico-Livro do ministério da saúde sobre fito com 142 pg. Na pasta de
materiais da disciplina.
Pesquisas com resultado comprovado
De graça até injeção na testa
Foi publicado no Diário Oficial da União (DOU), na última sexta-
feira (13), de janeiro de 2017 que o Sistema Único de Saúde (SUS)
passará a oferecer terapias alternativas como opções complementares
de tratamentos, a exemplo da meditação, quiropraxia, reiki e
arteterapia, mas terapeutas ainda não sabem se serão remunerados por
essas práticas.

“Ter o SUS admitindo essas técnicas é excelente para nossa área, mas isto não quer dizer que
vai se ganhar bem. É um reconhecimento, mas o SUS é municipalizado e depende de cada
prefeitura. A verba existe, mas a burocracia das prefeituras e enorme”
Não desestimulamos o voluntariado...

Voluntariado – Enquanto os profissionais que trabalham com terapias alternativas não podem
ser oficialmente contratados pelos hospitais, os terapeutas holísticos atuam como voluntários
em instituições de saúde, a exemplo da terapeuta Maria Saavedra, que já aplicou Reik como
voluntária, para ajudar no tratamento de crianças com câncer.

“Tivemos um resultado excelente com a prática. As crianças deixaram de ter enjoo e os


cabelos pararam de cair. Fizemos um trabalho terapêutico também com as mães, para que elas
tivessem maior aceitação da doença e obtivessem um conforto maior”, contou a terapeuta.

Mas queremos mais do que satisfação!


SUS passa a oferecer terapias alternativas
para a população
Serviços são oferecidos por iniciativa local e recebem financiamento do
Ministério da Saúde por meio do Piso de Atenção Básica (PAB) de cada
município.

Multi profissões
Para o diretor do Departamento de Atenção Básica do Ministério da Saúde, Allan
Nuno, não é necessariamente o médico que prescreve esses procedimentos. “Por
exemplo, a homeopatia, para você ser habilitado a fazer você pode ser médico,
enfermeiro, fisioterapeuta, professor de educação física.”
Como ter acesso às práticas integrativas pelo SUS
–Os serviços serão prestados na Atenção Básica, em uma das Unidades Básicas de
Saúde (UBS).

–Cada município tem sua legislação a respeito, mas cabe ao prefeito através de licitação
incluir na Atenção Básica a terapia indicada. Aí depende da articulação politica de cada
um.

–Cada gestor da UBS define quais das 19 terapias vai ofertar e em quais UBSs. Ou seja,
nem todas atividades estão disponíveis em todos as UBs.

–Para fazer o acompanhamento, o paciente deverá receber atendimento médico em uma


das UBS e ter o pedido receitado pelo profissional. Ou seja tem que passar pelo médico
antes.
A realidade brasileira
Em 2016, segundo os dados coletados a partir do sistema informatizado e-SUS e do Prontuário
Eletrônico do Cidadão (PEC), foram registrados mais de dois milhões de atendimentos das PICs nas
UBS. Mais de 770 mil foram de Medicina Tradicional Chinesa que inclui acupuntura, 85 mil foram de
fitoterapia, 13 mil de homeopatia. Já mais de 926 mil atendimentos são de outras práticas integrativas
que não possuíam código próprio para registro, que com a publicação da portaria nº145/2017 passam a
ter.

Atualmente, 1.708 municípios oferecem práticas integrativas e complementares e a distribuição dos


serviços está concentrada em 78% na atenção básica, principal porta de entrada do SUS, 18% na
atenção especializada e 4% na atenção hospitalar. Mais de 7.700 estabelecimentos de saúde ofertam
alguma prática integrativa e complementar, o que representa cerca de 28% das Unidades Básicas de
Saúde (UBS). As PICs estão presentes em quase 30% dos municípios brasileiros, distribuídos pelos 27
estados e Distrito Federal e todas as capitais brasileiras.

Fonte: O Departamento de Atenção Básica (DAB)


http://dab.saude.gov.br/portaldab/noticias.php?conteudo=_&cod=2297
Curso de fitoterapia do SUS

https://avasus.ufrn.br/local/avasplugin/cursos/curso.php?id=149
Fitoterápicos reconhecidos

FITOTERÁPICOS REGISTRADOS NO SUS E Formulário de


Fitoterápicos
Podemos recomendar alimentos e não dietas
Norma Básica de Alimentos
Decreto-Lei n. 986/69
Alimento é toda substância ou mistura de substâncias, no estado sólido, líquido,
pastoso ou qualquer outra forma adequada, destinadas a fornecer ao organismo
humano os elementos normais à sua formação, manutenção e desenvolvimento.
Exclusão de produtos com finalidade de uso e propriedade
medicamentosa e ou terapêutica.
Não é permitido para alimentos fazer menção a prevenção, tratamento e
cura de doenças.

GGALI Gerência Geral de Alimentos-


MAPA. Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento.
“Terapeutas sérios não fazem
promessas de cura, pois entendem
que esse processo é individual e
intransferível. A função do
profissional é apenas conduzir o
paciente ao
autoconhecimento.”
Anna Munhoz - Jornalista
PLANTAS UTILIZADAS PELO SUS
FITOTERÁPICOS PERMITIDOS E
PROIBIDOS
É importante salientar que o terapeuta deverá consultar o item restrição de uso, para verificar se o
fitoterápico exige prescrição médica ou não. Segundo a Resolução ANVISA n0 89 de 16 de março de
2004, onze fitoterápicos exigiam prescrição médica, porém, com a instrução normativa n0 5 de 11 de
dezembro de 2008, ficam isentadas as plantas Hamamelis virginiana e Centella asiática.
Os fitoterápicos que exigem prescrição médica são os descritos na tabela a seguir:
Fitoterápicos permitidos
Todas as ervas acima são conhecidas como capim limão
Brasil ganha formulário de fitoterápicos

Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira denominado FFFB


Formulário de
Fitoterápicos
• A grande maioria dos medicamentos, hoje disponíveis no mundo, é ou foi
originado de estudos desenvolvidos a partir da cultura popular que fazem da
rica biodiversidade brasileira um vasto campo de pesquisa científica.
• Da cultura popular aos cultivares controlados por profissionais
conhecedores do assunto, coloca o Brasil na linha de frente no estudo e
aplicação da medicina não convencional, da complementar e alternativa a
partir da medicina e do conhecimento tradicional.
• Portanto, coube ao Comitê a elaboração do Formulário de Fitoterápicos da
Farmacopeia Brasileira, 1ª edição, que dará suporte às práticas de
manipulação e dispensação de fitoterápicos nos Programas de Fitoterapia
no SUS.
• O Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira é constituído de:
47 monografias de drogas vegetais para infusos e decoctos, 17 de tinturas,
uma de xarope, cinco de geis, cinco de pomadas, uma de sabonete, duas de
cremes, quatro de bases farmacêuticas e uma de solução conservante.
• Consideraremos a seguir, para este estudo apenas algumas
ervas preconizadas pelo SUS.
Bibliografia:

• CUNHA, A. P. Farmacognosia e Fitoquímica. Lisboa: CalousteGulbenkian,


2005. 670 p.
• FERRERO, D. Fitoterapia–Conceitos clínicos. São Paulo: Atheneu, 2006.
502 p.SIMÕES, C.
• M. O. Farmacognosia: da planta ao medicamento. 3 ed. Porto Alegre:
UFRGS/EDUFSC, 2001.
• BLUMENTHAL, M. TheComplete GermanComissionE Monographs:
therapeuticguideto herbalmedicines. Austin: AmericanBotanicalCouncil,
1998.
• ALONSO, J. Tratado de fitofármacos y nutraceuticos. Rosario: Corpus
Editorial, 2007. 1143 p.

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