Você está na página 1de 7

SÍNTESE DE FÁRMACOS-ANTI-INFLAMATÓRIOS

NÃO ESTEROIDE (AINEs)-NIMESULIDA


Alunos:
Bianca Louzeiro Câmara
Dionir Alberto C. da
Rosa
Emelinda Rita Sousa Pessoa
Paulo Marcelo Alves
Yuri Edson Macedo Aragão
Tutor externo:
Ana Carolina Ternes Quadrado

1. INTRODUÇÃO

Os anti-inflamatórios foram descobertos em 1970, são medicamentos que impedem a


enzima ciclooxigenase (COX) de produzir substancias, que podem causar processos
inflamatórios no organismo. Os anti-inflamatórios são divididos em dois grupos são
eles: esteroides e não esteroides.
O presente trabalho vai tratar em especifico do anti-inflamatório não esteroide
chamado nimesulida, ao longo desse artigo vamos falar sobre a síntese desse
fármaco, sua origem, forma química entre outros aspectos.
A nimesulida foi desenvolvida por George Moore e colaboradores na indústria
farmacêutica Riker, por volta de 1975, e por consequência a descoberta da
ciclooxigenase e a importância prostaglandinas na inflamação e na dor ( LENZ, 2009;
p.31). O estudo para desenvolver este fármaco, teve a base racional de que os
radicais livres eram fatores críticos nas doenças inflamatórias crônicas e com sua
remoção destes radicais poderia haver novas atividades anti-inflamatórias no controle
das inflamações.
Apesar de ser desenvolvida em meados da década de 70, só na década de 80 a
nimesulida foi licenciada pela companhia de saúde Helsinn Healthcare S/A, que
investiu em mais pesquisas para que servissem de base para investigações
polivalentes que permitiu o registro e comercialização mundial desse fármaco. (LENZ,
2009, p.31).
A nimesulida faz parte da classe de medicamentos mais indicados no mundo todo
para tratamento de dor e inflamações, além de serem os mais utilizados na

1 Nome dos acadêmicos – Bianca Louzeiro Câmara,Dionir Alberto. C. da Rosa, Emelinda Rita Sousa
Pessoa, Paulo Marcelo Alves, Yuri Edson Macedo Aragão
2 Ana Carolina Ternes Quadrado
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI – Fármacia (3007289) – Prática do Módulo I -
30/06/2022
2

automedicação. Atualmente é comercializada no mundo inteiro, em mais de 50


países, incluindo a União Européia, América Central, América do Sul e Ásia.

2.FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A cicloxigenase é uma enzima presente nos tecidos e está relacionada aos


processos inflamatórios. Atualmente são conhecidas três isoformas da enzima, a
COX-1, COX-2 e COX-3. 
O mecanismo de ação destes medicamentos está relacionado com a inibição
periférica e central da atividade das enzimas ciclooxigenases (COX-1 e COX-2) e
subsequente diminuição da biossíntese e liberação dos mediadores da inflamação,
dor e febre, as prostaglandinas (SILVA, 2002).
A COX-1 é constitutiva, está sempre presente no organismo, colaborando para o
funcionamento fisiológico dos órgãos. Sua inibição produz, efeitos como lesões às
mucosas, lesão renal, alterações hemodinâmicas e distúrbios da função uterina,
sendo estes efeitos indesejados. A COX-2 é induzida pelos processos inflamatórios
e produz prostaglandinas que sensibilizam os nociceptores, provocam febre e
inflamação por meio da vasodilatação e do aumento da permeabilidade vascular.
Porém, em alguns órgãos, a COX-2 também é constitutiva, como nos rins,
endotélio vascular, útero e SNC (LULLMANN et al., 2010).
Acredita-se que a ação anti-inflamatória dos AINE esteja relacionada à inibição de
COX-2, enquanto os efeitos indesejáveis estão relacionados a inibição de COX-1
(RANG et al., 2016).
Nesse contexto, esse trabalho tem como objetivo apresentar um breve histórico da
nimesulida como fármaco da classe AINEs, mostrando seus efeitos como
medicamento, sua síntese e sua forma química entre outros aspectos.
A nimesulida foi desenvolvida pelo Dr. George Moore e seus colaboradores, é um
fármaco utilizado para o alívio sintomático da dor e inflamação. (ANDRADE et al.,
2010, p.1). Este fármaco é uma potente droga anti-inflamatórias não-esteroide
AINEs, inibidor seletivo da cicloxigenase-2 COX-2 e possui propriedades anti-
inflamatórias, antipirética e analgésica.
“a nimesulida é um AINEs da classe das sulfonamidas, pois tem um radical sulfonamida
no lugar da radical carboxila, apresenta potentes características anti-inflamatórias,
analgésicas e antipiréticas”. O mecanismo de ação da nimesulida tem a função de inibir a
enzima cicloxigenase, decorrente da interação do grupo sulfonamida da molécula com um
3

resíduo de arginina em uma cavidade hidrofílica da enzima. (MORAIS; ARAÚJO; PEREIRA,


2009).

A nimesulida tem o nome químico de N-(4-nitro-2-fenoxifenil) metanossulfonamida


(BUDAVARI, 1989). A imagem a seguir mostrar a fórmula estrutural desse fármaco:

A fórmula molecular da nimesulida é C 13H12N2O5S, seu peso molecular é de 308,31


g/mol. A faixa de fusão é entre 143 e 144,5ºC. O fármaco é considerado um ácido
fraco, pois seu pKa varia entre 6,5.
A substância apresenta-se na forma de pó amarelo pálido, cristalino, levemente
untuoso ao tato, inodoro e não higroscópico. Facilmente solúvel em etanol e
metanol, muito solúvel em acetona, clorofórmio, acetonitrila e dimetilformamida. É
solúvel em soluções de hidróxidos alcalinos e insolúvel em água e em soluções
ácidas.
A nimesulida é considerada no sistema de classificação biofarmacêutica com baixa
solubilidade e alta permeabilidade, sendo classificado no grupo 2. (VOLPATO,
2002, p. 1).
A nimesulida pode ser obtida por três maneiras diferente sendo a primeira por
nitração do 2-fenoximetanosulfonanilida com adição de ácido nítrico em ácido
acético, a segunda forma por condensação de 2-fenoxi-4-nitroanilina com adição
de cloreto de metanossulfonilo em piridina e a terceira forma por condensação de
2-bromo-4-nitrometanosulfonanilida com adição de fenol por meio de hidróxido de
potássio e piridina em benzeno.
4
5

Quanto à absorção em ultravioleta, o pico de máxima absorção no ultravioleta está


em 295 nm com valores de absorbância próximos de 0,510. (ANVISA, 2003,
p.122). Quanto á sua dissolução a nimesulida representa um passo limitante no
processo de absorção do fármaco, característica essa que deve ser considerada
durante o desenvolvimento farmacotécnico de formas farmacêuticas sólidas
(FONSECA et al., 2009; NAINAR et al., 2012; MIRCIOIU et al., 2013).
Decorrente do que já foi exposto sobre o fármaco (nimesulida), se faz necessário
explicar sobre suas propriedades farmacológicas e farmacocinéticas. Sabemos que
a nimesulida pertence a classe dos AINEs, porém diferente dos outros AINEs a
nimesulida apresenta caráter ácido devido pertencer ao grupo sulfonamida, como
também já foi exposto no presente artigo.
Por pertencer a esse grupo sulfonamida a nimesulida tem uma alta ação anti-
inflamatória, antipirética e analgésica, apresenta também baixa toxicidade,
ponderado incidente gástrico e alto indicie terapêutico.
Assim a nimesulida inibe a enzima cicloxigenase-2, diminuindo a síntese de
prostaglandinas ligadas com a inflamação, ou seja, os derivados sulfonanilídicos
reduzem a produção de radicais livres, que são substâncias extremamente
prejudiciais para a integridade da membrana celular em processos de inflamações
e condições patológicas. Então a nimesulida agirá como limpador dos radicais
superóxidos produzidos no processo de oxidação enzimática do ácido
araquidônico. (ROLIM, 2001).
A administração desse fármaco se dá por via oral, e é rapidamente absorvida no
trato intestinal, sendo que atinge picos de concentrações plasmáticos entre 1,5 a
2,5 horas. (ROLIM, 2001). No plasma, a concentração terapêutica está na faixa de
3 a 4 mg/L no adulto. Seu tempo de meia-vida plasmática da nimesulida varia entre
3 a 4 horas, entretanto sua ação varia entre 8 a 12 horas (PINTO, 2009).
A ligação da nimesulida as proteínas plasmáticas são maiores que 90%
principalmente a albumina sérica humana, caso sua concentração seja maior que
sua capacidade de fixação, poderá ocorrer um aumento do fármaco livre e por
consequência aumento dos efeitos colaterais (LENZ, 2009).
A nimesulida é metabolizada pelo fígado e tem como metabólito principal a
hidroxinimesulida, farmacológica ativa, sua metabolização hepática ocorre por três
vias principais, clivagem da molécula no éter de articulação, redução do grupo nitro
(NO2) para grupo amina (NH2), e hidroxilação do anel fenóxi, outros metabólitos
6

por hidroxilações e reduções simultâneas, acetilação do grupo amina e conjugação,


no entanto uma pequena fração do fármaco é excretada pela urina de forma
inalterada. (LENZ, 2009).
A eliminação desse fármaco ocorre pelas fezes (70%) e pela urina (23%) (PINTO,
2009), não provocando acúmulos mesmo por administrações contínuas, além de
ter uma boa tolerância sistemática e gastrintestinal. (ROLIM, 2001).
Apesar de ter ações analgésicas e anti-inflamatórias a nimesulida apresenta alguns
efeitos indesejáveis, por ser um inibidor de cicloxigenases, também pode inibir
radicais de oxigênio e na produção e liberação de ácido hipocloroso em neutrófilos,
mas sem modificar suas ações. Apesar disso tem maior eficácia quando
comparada com diclofenaco e naproxeno. (PINTO, 2009).
Sobre a sua toxidade hepática renal, esse fármaco apresenta uma taxa baixa, seus
efeitos mais comuns, por exemplo são no trato gastrintestinal, náuseas, dor
abdominal, diarreia e vômitos. No que diz respeito a pele: ocorrência de rash
cutâneo, prurido e urticária. No sistema nervoso: cefaleia, sonolência, tonturas e
vertigens. Por último os efeitos hematológicos: eosinofilia, anemia, leucopenia,
neutropenia e trombocitopenia (ROLIM, 2001, p. 39).
A nimesulida é comercializada nas seguintes formas farmacêuticas: comprimido,
comprimido dispersível, cápsulas manipuladas, suspensão oral, granulado, gotas e
supositórios. (ANDRADE et al., 2010, p.1). A nimesulida faz parte da classe de
medicamentos mais indicados no mundo todo para tratamento de dor e
inflamações, além de serem os mais utilizados na automedicação.

3.Metodologia
Foi realizado pesquisas no Google acadêmico, em busca de artigos e livros
relacionados ao tema proposto. Realizamos a leitura dos mesmos para compor o
presente trabalho, relacionado os parágrafos para dá sentindo ao artigo.

4.Resultados e discussões
A nimesulida faz parte da classe dos AINEs não esteroides, sua descoberta como
fármaco foi de grande contribuição para ciência, pois foi a partir de sua descoberta
que a ciência iniciou pesquisas sobre ciclooxigenase e sua importância no
entendimento da inflamação e dor no corpo humano.
Assim o presente artigo, ilustrou um breve histórico da nimesulida como fármaco,
retratando desde de sua descoberta, até seus processos químicos, farmacológicos
7

e farmacocinéticos. Isso nos faz perceber como esse fármaco é importante, pois é
um dos mais utilizados nos processos de inflamação e dor, sendo um dos
medicamentos mais usados na automedicação.

5. Referências

BUDAVARI, Susan; O´NEIL, Marydele J.; SMITH, Ann; HECKELMAN, Patricia E.


The Merck Index. 11. ed. New Jersey: Editora Merck e CO, 1989.

CARDOSO, Sheila Pressentin; COLINVAUX, Dominique. Explorando a motivação


para estudar química. Química Nova na Escola, nº. 2, dezembro, 2002, p.401.

ROLIM, Clarice Madalena Bueno. Bioequivalência de Comprimidos de


Nimesulida do Mercado Nacional. 2001. 210p. Tese (Doutorado) – Faculdade de
Ciências Farmâceuticas – Universidade de São Paulo – São Paulo, 2001.

SYLVESTER, J. Anti-inflamatórios não-esteroidais. Tradução e supervisão da


Comissão de Educação Continuada/Sociedade Brasileira de Anestesiologia. 2.ed.
São Paulo. 2016
FACULDADE DE FARMÁCIA DA UNIVERSIDADE DO PORTO. Nimesulida.
Universidade do Porto. (Trabalho de conclusão de curso)- Portugal, 2013.

Você também pode gostar