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Aluna: Lylian Palmiere – Turma XXV

AULA – ALISSON
Inflamação

❖ Inflamação: é a resposta local do tecido


vascularizado agredido (por agentes físicos,
químicos ou biológicos), caracterizada por
alterações do sistema vascular, dos componentes ❖ A inflamação simples, de forma geral, tem cura: o
líquidos e celulares, bem como por adaptações do anti-inflamatório bloqueia a evolução da
tecido conjuntivo inflamação e reversão do quadro clínico
❖ A lesão tecidual causada por agentes infecciosos, o Em doenças inflamatórias crônicas seu uso é só
trauma, induz uma complexa sequência de para amenizar sintomas, não produzem cura
eventos coletivamente conhecida como resposta ❖ Prostaglandinas
inflamatória em nível histopatológico o São chamados de derivados de eicosanoides
❖ Essa complexa reação do sistema imune inato em o São sintetizadas, fisiologicamente, do consumo
tecidos vascularizados envolve: Tríade das de fosfolipase de membrana
reações do processo inicial da inflamação o Durante lesão de membrana celular os
o Vasodilatação (arteriolar e venular) → aumento fosfolipídeos são expostos a fosfolipase A2, que
no fluxo sanguíneo local os degradam em ácido araquidônico
o Aumento da permeabilidade vascular (vênulas) ▪ Esse ácido é ciclizado via ciclooxigenase (1 e 2),
→ extravasamento de proteínas, plasma e produzindo a PG2, que será convertida PH2
formação do edema ▪ Por ação de isomerases específicas, a PH2 será
o Migração, acúmulo e ativação de leucócitos no convertida em PGI2, TXA2, PGD2, PGE2 e
sítio inflamatório PGF2a
❖ O próprio tecido e os adjuvantes do processo o Cada uma dessas gera uma função no tecido em
inflamatório iniciam a produção dos mediadores casos fisiológicos
inflamatórios: ▪ PGI2 → ação de vasodilatação, controle do
fluxo sanguíneo renal, diminui a agregação
plaquetária, associada a produção de muco
(citoproteção gástrica)
▪ TXA2 → aumento na agregação placentária e
vasoconstrição
▪ PGD2 (produzida em grande quantidade no
mastócito) → vasodilatação e diminuição na
agregação plaquetária
o Fatores que facilitam migração, acúmulo e ▪ PGE2 → associada a vasodilatação, controle do
ativação de células que saem dos vasos fluxo sanguíneo renal, diurese, citoproteção
sanguíneos e deslocam para o agredido gástrica, contração uterina e processo febril
▪ PGF2a → contração uterina e processo febril
o Durante o processo inflamatório, sua produção
é extremamente aumentada, causando a
evolução de eventos celulares e vasculares
associados a inflamação
o Os AINEs interferem nessa via, para reduzir os
prostanoides e produzir efeitos no controle da
o A grande parte dos fármacos tendem a inibir a
evolução da inflamação
produção desses mediadores inflamatórios e
▪ Mas essa inibição não ocorre especificamente
resultar em reduzir a inflamação local
no tecido inflamado, o fármaco se distribui
❖ Sinais e sintomas clássicos: dor, calor, rubor,
para o corpo inteiro, e isso pode levar aos
tumor e perda de função no tecido inflamado
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principais efeitos adversos associados ao seu ▪ São fatores que determinam adesão ao
uso tratamento, situação clínica que precisa de
intervenção rápida etc.
o Alguns podem inibir mais COX 1 do que 2
▪ Diclofenaco, meloxican e a nimesulida são
AINES não seletivos, mas com uma maior
seletividade para COX-2
o Ibuprofeno é o que produz o início de ação mais
rápido do mercado (15-30min, com ½ de 2-4h)
▪ Seguido pelo paracetamol (30-60min, com ½
vida de 2h)
o Diclofenaco tem um início de ação mais
prolongado (2-3h, com ½ vida de 2h)
o Ácido mefenâmico possuem um início de ação
muito prolongado (2-4h, com ½ vida de 3-4h)
AINES
o Posologia: nimesulida (100mg, 12/12h),
❖ Mecanismos de ação: paracetamol e ibuprofeno precisam de mais
o Inibem as cicloxigenases (1 e/ou 2) = redução na administrações ao longo do dia
produção dos mediadores inflamatórios
prostanoides
▪ Benefícios: efeitos anti-inflamatório,
antipirético e analgésico = tríades dos efeitos
farmacológicos dos AINES

❖ Efeitos adversos:
o A principal queixa são os efeitos adversos na
mucosa gástrica (porque a COX-1 tem expressão
constitutiva nos mais diversos tecidos)
▪ No estômago, a produção de prostaglandinas
via COX-1 está associada a vasodilatação,
❖ Classes dos AINES: aumento da produção de muco (protege as
o Inibidores não seletivos das COX (1 e 2) células epiteliais do estomago) e bicarbonato
o Inibidores seletivos da COX-2 (inativa o ácido clorídrico)
o A inibição da COX-2 leva a um efeito anti- ▪ A inibição de COX-1 resulta em redução do
inflamatório dos AINES; a inibição da COX-1 gera fluxo sanguíneo para a mucosa gástrica,
os efeitos colaterais dos AINES diminuição na secreção e produção de muco e
❖ Classificação dos AINES quanto a estrutura bicarbonato, efeito inibitório na produção de
química: ácido clorídrico, potencializando sua produção
o Muitas vezes o que diferencia um fármaco do e lesão na mucosa gástrica
outro são as propriedades farmacocinéticas ▪ Uso contínuo associado a gastrite e até úlceras
▪ Início de ação dos fármacos gástricas
▪ ½ vida de ação o Podem precipitar crise de asma
▪ A inibição da COX produz um desvio na
metabolização do ácido araquidônico via
lipoxigenase, os quais geram como produtos
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os leucotrienos, extremamente (alteração do fluxo sanguíneo renal, da TFG,
broncoconstritoras e quimiotáteis (atração de efeitos antitrombóticos, gástricos e respiratórios)
células inflamatórias para a mucosa brônquica ❖ COX-2 tem sua expressão aumentada na
= cria cenário favorável para crise de asma) inflamação, mas alguns órgãos apresentam sua
o Aumentam o tempo de sangramento expressão constitutiva
▪ Efeitos antitrombóticos (muito associado ao ❖ Nas células endoteliais produz prostaciclina →
ácido acetilsalicílico, inibidor seletivo de COX- fisiologicamente um dos principais reguladores
1 forte, irreversível e duradouro) da PA, porque produz vasodilatação e inibição da
▪ Enquanto a plaqueta está circulante, o AAS ligação plaquetária por induzir a produção
inibe a COX-1 da plaqueta e a produção de endotelial de óxido nítrico
tromboxano fica inibida o Inibição de COX-2 nas células endoteliais produz
o Ação direcionado para o fluxo sanguíneo renal e uma redução da vasodilatação e redução do
para TFG efeito inibidor da agregação plaquetária → ao
▪ A COX-2, na mácula densa possui uma longo prazo gerou desfechos graves
expressão constitutiva, que pode ser ativada cardiovasculares (aumenta a incidência de HAS
ou inativada frente as quantidades de Na e Cl e de cardiopatias associadas a redução da
no filtrado glomerular prostaciclina endotelial
▪ Produz prostaglandinas na mácula densa, que ▪ Muitos dos fármacos inibidores da COX-2
direcionam para as células justa glomerulares foram retirados do mercado por conta dessa
→ induzem a liberação de renina → redução da prostaciclina (que tem papel
aumentam a TFG e aumentam a produção do essencial no tônus vascular e na modulação da
filtrado glomerular agregação plaquetária)
▪ Papel hemodinâmico significativo no controle
da TFG e do fluxo sanguíneo renal
▪ Quando utilizam inibidores da COX-2 (seletivos
ou não): há diminuição do fluxo sanguíneo
renal, queda na TFG e aumento na reabsorção
tubular de Na (consequentemente de água,
aumentando a volemia e cria uma perspectiva
favorável para deflagração do processo
hipertensor) (porque as PG tendem a inibir a
reabsorção tubular de Na)
▪ A queda da TFG é uma das principais causas da
nefropatia associada ao uso de AINES
(principalmente dos não seletivos)

❖ São indicados de forma geral para inflamações do


músculo esquelético – lombalgias, entorses, OA,
AR, dismenorreia primária e espondilite
anquilosante
❖ São prescritos sob um determinado tempo (o
menor possível, por conta das intercorrências
cardiovasculares associados ao uso contínuo
deles)
❖ Os dois mais prescritos no BR são: Etoricoxib e
Celecoxib; vendidos sob prescrição médica e com
Inibidores seletivos da COX-2 retenção do receituário
❖ Foram produzidos com o objetivo de reduzir os ❖ Inibição da atividade de COX-2 endotelial →
efeitos adversos por conta da inibição da COX-1 redução da produção de prostaciclina (PGI2) →
favorece as ações do tromboxano A2 em nível
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sanguíneo → produção de vasoconstrição e inibição da COX-2 pelo naproxeno e flurbiprofeno
agregação de plaquetas → aumenta o risco de ocorre principalmente na subunidade alostérica
eventos tromboembólicos e CV (IAM, AVE) ❖ Inibição irreversível das COX pelo AAS
o O AAS acetila de modo covalente as
subunidades catalíticas dos dímeros da COX-1 e
COX-2, inibindo irreversivelmente a atividade
das COX. Isso é uma importante distinção em
relação a todos os outros AINE
o As consequências da inibição da COX-1
plaquetária persiste por toda a vida da plaqueta.
A inibição da formação de TxA2 dependente da
COX-1 plaquetária é, portanto, cumulativa com
doses repetidas de AAS
o Essa função plaquetária parcial também pode
predispor pacientes que não aderem à terapia
❖ Eventos CV aumentados associados ao uso de antiplaquetária com baixa dose de AAS a
inibidores seletivos da COX-2 eventos trombóticos
❖ Inibição seletiva da COX-2
o Foram desenvolvidos inibidores seletivos da
COX-2 para obter uma eficácia semelhante
àquela dos AINE tradicionais, com melhor
tolerabilidade GI
o A maioria dos coxibes teve o seu uso restrito ou
foram retirados do mercado, em virtude de seu
perfil adverso de risco cardiovascular
Farmacocinética

❖ Absorção:
o Os AINE são rapidamente absorvidos após
AINES PELO GOODMAN ingestão oral, e as concentrações plasmáticas
máximas são alcançadas em 2 a 3 horas
❖ Os AINE são classificados, quanto a seu
o A ingestão de alimentos e os antiácidos podem
mecanismo, em AINE não seletivos quanto à
retardar a absorção e disponibilidade sistêmica
isoforma, que inibem tanto a COX-1 quanto a
❖ Distribuição:
COX-2, e em AINE seletivos da COX-2
o A maioria dos AINE liga-se extensamente (95-
Mecanismo de ação: inibição da 99%) às proteínas plasmáticas, geralmente à
cicloxigenase albumina e distribuem-se amplamente por todo
o corpo, penetrando rapidamente nas
❖ Os principais efeitos terapêuticos dos AINE
articulações artríticas
derivam de sua capacidade de inibir a produção
o A maioria dos AINE atinge concentrações
de PG
suficientes no SNC para ter um efeito analgésico
❖ A COX-1, que é expressa constitutivamente na
central
maioria das células, constitui a fonte dominante
❖ Metabolismo e excreção:
de prostanoides para funções de manutenção,
o A biotransformação hepática e a excreção renal
como a hemostasia. Em contrapartida, a COX-2,
constituem as principais vias de metabolismo e
induzida por citocinas, estresse de cisalhamento
eliminação da maioria dos AINE
e promotores de tumor é a fonte mais importante
o A t1/2 plasmática varia consideravelmente
de formação de prostanoides na inflamação e,
entre os AINE
talvez, no câncer
o A variação genética nas principais enzimas
❖ A maioria dos AINE inibe as subunidades
envolvidas no metabolismo e a variação na
catalíticas da COX-1 e da COX-2. Entretanto, a
composição da microbiota intestinal podem
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contribuir para a variabilidade no metabolismo seja a supressão permanente da formação
e na eliminação plaquetária de TxA2 que esteja na base do efeito
o Em geral, os AINE não são recomendados em cardioprotetor do AAS
caso de doença renal ou hepática avançada, o Tendo em vista a sua t1/2 relativamente curta e
devido a seus efeitos farmacodinâmicos inibição reversível da COX, não se acredita que a
adversos maioria dos outros AINE forneça uma
cardioproteção
Usos terapêuticos
❖ Outros usos clínicos: mastocitose sistêmica,
❖ Os AINE são antipiréticos, analgésicos e anti- tolerabilidade à niacina, síndrome de Bartter e
inflamatórios, com exceção do paracetamol, que quimioprevenção do câncer
é antipirético e analgésico, porém em grande
Efeitos adversos
parte desprovido de atividade anti-inflamatória
❖ Inflamação:
o Alívio principalmente sintomático da dor e
inflamação associadas a distúrbios
musculoesqueléticos, como artrite reumatoide
e osteoartrite (tratamento da espondilite
anquilosante e gota)
❖ Dor:
o Embora sua eficácia máxima seja geralmente
muito menor do que a dos opioides, os AINE não
têm os efeitos adversos indesejáveis dos
opiáceos sobre o SNC, incluindo depressão
respiratória e potencial desenvolvimento de ❖ Gastrointestinais:
dependência física o Dispepsia, dor abdominal, anorexia, náuseas e
o O tratamento da dor menstrual com AINE diarreia
obteve sucesso considerável, visto que as o Esses sintomas não são preditivos de lesões
cólicas e outros sintomas de dismenorreia gástricas ou intestinais, como hemorragias,
primária são causados pela liberação de PG pelo erosões e úlceras subepiteliais; frequentemente
endométrio durante a menstruação assintomáticas e que tendem a cicatrizar de
o Os AINE são muito usados no tratamento das modo espontâneo
crises de enxaqueca e podem ser combinados o As complicações graves – sangramento,
com determinados fármacos, como as triptanas, perfuração ou obstrução – ocorrem em uma
ou com antieméticos para ajudar a aliviar a taxa anual de 1 a 2% nos usuários regulares de
náusea associada AINE
❖ Febre: o O risco é particularmente elevado em pacientes
o O tratamento antipirético é reservado aos com infecção por Helicobacter pylori, consumo
pacientes nos quais a febre em si pode ser excessivo de álcool ou outros fatores de risco
prejudicial e para aqueles que apresentam alívio para lesão de mucosa, incluindo o uso
considerável quando a febre é reduzida concomitante de glicocorticoides
❖ Sistema circulatório fetal: o Mecanismo:
o As PG estão implicadas na manutenção da ▪ A inibição da COX-1 nas células epiteliais
desobstrução do canal arterial, e a gástricas diminui as PG citoprotetoras da
indometacina, o ibuprofeno e outros AINE têm mucosa, particularmente a PGI2 e a PGE2.
ido usados em recém-nascidos para fechamento Esses eicosanoides inibem a secreção de ácido
do canal inapropriadamente patente pelo estômago, intensificam o fluxo sanguíneo
❖ Cardioproteção: da mucosa e promovem a secreção de muco
o A ingestão de AAS prolonga o tempo de citoprotetor no intestino. A COX-2 também
sangramento. Esse efeito deve-se à acetilação contribui para a formação constitutiva dessas
irreversível da COX plaquetária e consequente PG pelo epitélio gástrico humano, e o uso de
inibição da função plaquetária. Acredita-se que produtos da COX-2 pode contribuir para a
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cicatrização de úlceras. Outro fator que pode reabsorção de K+ em consequência da
desempenhar um papel na formação de disponibilidade reduzida de Na+ nas porções
úlceras consiste na irritação local causada pelo distais dos túbulos e supressão da secreção de
contato dos AINE administrados por via oral – renina induzida pelas PG
cuja maior parte consiste em ácidos orgânicos ❖ Nefropatia por analgésicos:
– com a mucosa gástrica o É um estado de insuficiência renal lentamente
o A inibição das plaquetas por AINE aumenta a progressiva, redução da capacidade de
probabilidade de sangramento quando ocorre concentração do túbulo renal e piúria estéril
dano à mucosa o Fatores de risco consistem em uso crônico de
❖ Cardiovasculares: altas doses de combinações de AINE e infecções
o Os inibidores da COX-2 diminuem a formação de frequentes do trato urinário
PGI2, porém não inibem a formação de TxA2 ❖ Gravidez:
plaquetário catalisada pela COX-1 o A expressão da COX-2 no miométrio e os níveis
o Mecanismo: de PGE2 e PGF2α aumentam acentuadamente
▪ A PGI2 inibe a agregação plaquetária e no miométrio durante o trabalho de parto
reprime o efeito dos estímulos pró- o Demonstrado um prolongamento da gestação
trombóticos e aterogênicos pelo TxA2, e as pelos AINE
PGI2 e PGE2 renais formadas pela COX-2 o Entretanto, esse uso associa-se ao fechamento
contribuem para a homeostasia da pressão do canal arterial e ao comprometimento da
arterial circulação fetal in útero, particularmente em
o Os AINE com seletividade para a COX-2 devem fetos com mais de 32 semanas de gestação
ser reservados para pacientes com alto risco de ❖ Hipersensibilidade:
complicações GI o Desde rinite vasomotora, urticária generalizada
o O risco cardiovascular parece ser condicionado e asma brônquica até edema de laringe,
por fatores que influenciam a exposição ao broncoconstrição, rubor, hipotensão e choque
fármaco, como dose, t ½, grau de seletividade, o A intolerância ao AAS (incluindo asma associada
potência e duração do tratamento ao AAS) é uma contraindicação para o
o A menor dose possível deve ser prescrita pelo tratamento com qualquer outro AINE, devido à
menor período possível sensibilidade cruzada
❖ Pressão arterial e eventos renais adversos: ❖ Resistência ao ácido acetilsalicílico
o Em até 5% dos usuários regulares de AINE, ❖ Hepatotoxicidade:
pode-se esperar o desenvolvimento de o Ocorre lesão hepática em 17% dos adultos com
hipertensão (mais comumente em tratados com superdosagem acidental de paracetamol
AINE seletivos da COX-2) o O uso de doses terapêuticas de diclofenaco
o Em situações que afetam os sistemas pode ser complicado por hepatotoxicidade
reguladores, como desidratação, hipovolemia, o Os AINE não são recomendados na presença de
insuficiência cardíaca congestiva, cirrose doença hepática ou renal avançada
hepática, doença renal crônica e outros estados ❖ Síndrome de Reye:
de ativação dos sistemas simpáticos-suprarrenal o Devido à possível associação com a síndrome de
ou de renina-angiotensina, a regulação da Reye, o AAS e outros salicilatos estão
função renal pela formação de PG torna-se contraindicados para crianças e para adultos
crucial jovens com menos de 20 anos de idade que
o Os AINE comprometem a inibição induzida por apresentam febre associada à doença viral
PG da reabsorção de Cl– e da ação do hormônio o Início agudo de encefalopatia, disfunção
antidiurético, o que pode resultar em retenção hepática e infiltração gordurosa do fígado e de
de sal e de água. A inibição das PG derivadas da outras vísceras
COX-2 que contribuem para regulação do fluxo
Interações medicamentosas
sanguíneo na medula renal pode levar a uma
elevação da pressão arterial, aumentando o ❖ Uso concomitante de AINE e AAS
risco de eventos trombóticos cardiovasculares e o Muitos pacientes usam AINE para dor crônica e
insuficiência cardíaca. Os AINE promovem a doses baixas de AAS para cardioproteção
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▪ Essa interação medicamentosa pode ▪ Tendência à dilatação dos vasos periféricos
enfraquecer o efeito cardioprotetor do AAS decorrente de um efeito direto sobre o
❖ iECA músculo liso vascular
o Os AINE podem atenuar a eficácia dos inibidores o Efeitos GI → desconforto epigástrico, pirose,
da ECA ao bloquear a produção de PG dispepsia, náuseas e vômitos. Os salicilatos
vasodilatadoras e natriuréticas também podem causar gastrite erosiva e
o A combinação de AINE e inibidores da ECA ulceração e hemorragia GI
também pode provocar hiperpotassemia ▪ O sangramento GI induzido pelo AAS por vezes
acentuada, resultando em arritmias cardíacas, é indolor e, se não identificado, pode levar à
particularmente no idoso e em pacientes com anemia ferropriva
hipertensão, diabetes melito ou cardiopatia o Efeitos hepáticos → salicilatos podem causar
isquêmica lesão hepática, geralmente após altas doses
❖ Varfarina o Efeitos uricosúricos → doses maiores do que as
o Os AINE podem aumentar o risco de recomendadas (> 5 g/dia) induzem uricosúria e
sangramento em pacientes em uso de varfarina reduzem os níveis plasmáticos de urato
o Efeitos hematológicos → inibição irreversível da
Ácido acetilsalicílico
função plaquetária constitui o mecanismo
❖ Os salicilatos são ativamente transportados para subjacente ao efeito cardioprotetor do AAS
fora do LCS através do plexo corióideo ▪ Os pacientes com lesão hepática grave,
❖ Esses fármacos cruzam prontamente a barreira hipoprotrombinemia, deficiência de vitamina
placentária K ou hemofilia devem evitar o AAS porque a
❖ Os três principais produtos metabólicos são o inibição da hemostasia de plaquetas pode
ácido salicilúrico (conjugado com glicina), o resultar em hemorragia
glicuronídeo éter ou fenólico e o glicuronídeo o Efeitos endócrinos → em longo prazo diminui a
éster ou acila. Os salicilatos e seus metabólitos captação pela tireoide do iodo e sua depuração,
são excretados na urina (depende da dose e do mas aumenta o consumo de O2 e a taxa de
pH urinário) desaparecimento da tiroxina e tri-iodotironina
❖ Usos terapêuticos: da circulação
o É apenas raramente usada para doenças o Efeitos ototóxicos → comprometimento
inflamatórias, como artrite, auditivo, as alterações dos sons percebidos e o
espondiloartropatias e lúpus eritematoso zumbido ocorrem comumente durante a terapia
sistêmico; prefere-se a administração de AINE com salicilato em altas doses
com melhor perfil de segurança GI ▪ São causados pelo aumento da pressão
o O AAS suprime os sinais clínicos e melhora a labiríntica ou por um efeito sobre as células
inflamação tecidual na febre reumática aguda ciliadas da cóclea, possivelmente em
❖ Efeitos adversos: consequência da vasoconstrição na
o Respiração → aumentam o consumo de O2 e a microvasculatura auditiva
produção de CO2 (particularmente no músculo o Gravidez → redução do peso ao nascimento,
esquelético) em doses anti-inflamatórias, aumento na mortalidade perinatal,
devido ao desacoplamento da fosforilação desenvolvimento de anemia, hemorragia pré-
oxidativa. A frequência e a profundidade parto e pós-parto, gestação prolongada e parto
respiratórias aumentam, a Pco2 cai, e ocorre complicado – EVITAR
alcalose respiratória o Efeitos locais irritantes → é irritante para pele e
o Equilíbrio acidobásico e eletrolítico e efeitos mucosas e destrói as células epiteliais
renais → aumento da excreção renal de ❖ Intoxicação por salicilato: mais graves ocorrem
bicarbonato, que é acompanhado de aumento com mais frequência em crianças e às vezes são
na eliminação de Na+ e K+ fatais
o Cardiovascular → em doses baixas, diminui o o Efeitos no SNC, hiperpneia intensa e
risco cardiovascular e é recomendado para hiperpirexia são sintomas pro-eminentes
prevenção do infarto do miocárdio e do AVE em o Quando totalmente desenvolvida, a síndrome
pacientes de alto risco consiste em cefaleia, tontura, zumbido,
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dificuldade auditiva, obscurecimento da visão, diclofenaco para a COX-2 assemelha-se à do
confusão mental, cansaço, sonolência, celecoxibe
sudorese, sede, hiperventilação, náuseas, o Usos: para tratamento sintomático em longo
vômitos e, em certas ocasiões, diarreia prazo da artrite reumatoide, da osteoartrite e da
❖ Interações medicamentosas: espondilite anquilosante, dor, dismenorreia
o Administração concomitante de AAS reduz as primária e enxaqueca aguda
concentrações de indometacina, naproxeno, o Efeitos adversos: provoca efeitos colaterais
cetoprofeno e fenoprofeno (particularmente GI) em cerca de 20% dos
o Há interações adversas importantes do AAS com pacientes. A incidência de efeitos adversos GI
varfarina, sulfonilureias e metotrexato graves, hipertensão e infarto do miocárdio
assemelham-se àquela dos inibidores seletivos
Paracetamol
de COX-2
❖ É o metabólito ativo da fenacetina ▪ Outras respostas indesejáveis ao diclofenaco
❖ O paracetamol eleva o limiar ao estímulo incluem efeitos sobre o SNC, exantemas,
doloroso, exercendo assim um efeito analgésico retenção hídrica, edema e comprometimento
contra a dor devido a uma variedade de etiologias da função renal. O fármaco não é
❖ Mecanismo de ação: recomendado para crianças, mães que
o O paracetamol possui efeitos analgésicos e amamentam ou gestantes
antipiréticos semelhantes aos do AAS, porém ❖ Indometacina
apenas efeitos anti-inflamatórios fracos. Trata- o É um derivado indol metilado, que está indicada
se de um inibidor não seletivo da COX, que atua para o tratamento da artrite reumatoide,
no sítio peróxido da enzima, sendo, portanto, osteoartrite e espondilite anquilosante
distinto entre os AINE. A presença de altas moderadas a graves; artrite gotosa aguda; e
concentrações de peróxidos, conforme ombro doloroso agudo
observado em locais de inflamação, diminui a o É um potente inibidor não seletivo das COX.
sua atividade inibitória da COX Inibe também a motilidade dos leucócitos
❖ Usos: polimorfonucleares, deprime a biossíntese de
o O paracetamol é adequado para uso como mucopolissacarídeos e pode ter um efeito
analgésico ou antipirético; é particularmente vasoconstritor direto independente da COX
valioso em pacientes para os quais o AAS está o Efeitos adversos: os efeitos GI adversos são
contraindicado comuns e podem ser fatais; os pacientes idosos
❖ Efeitos adversos: correm um risco significativamente maior
o As doses terapêuticas de paracetamol não têm ▪ Pode ocorrer diarreia e algumas vezes ela está
nenhum efeito clinicamente relevante sobre os associada a lesões ulcerativas do intestino
sistemas cardiovascular e respiratório, as ▪ Pancreatite aguda em casos raros e fatais
plaquetas ou a coagulação ▪ O efeito mais frequente no SNC consiste em
o Os efeitos adversos GI são menos comuns do cefaleia frontal intensa. Podem ocorrer
que com doses terapêuticas de AINE tonturas, vertigem e confusão mental
o O efeito adverso agudo mais grave da ❖ Sulindaco
superdosagem de paracetamol consiste em o É um profármaco, cuja atividade anti-
necrose hepática potencialmente fatal inflamatória reside no seu metabólito sulfeto,
que é mais de 500 vezes mais potente do que o
Derivados do ácido acético
sulindaco como inibidor da COX
❖ Diclofenaco o Usado no tratamento da artrite reumatoide,
o Apresenta atividade analgésica, antipirética e osteoartrite, espondilite anquilosante, ombro
anti-inflamatória doloroso e artrite gotosa
o Sua potência é substancialmente maior que a de o Seus efeitos analgésicos e anti-inflamatórios são
outros AINE comparáveis aos obtidos com o AAS
o Embora não tenha sido desenvolvido como o As mesmas precauções que se aplicam aos
fármaco seletivo da COX-2, a seletividade do outros AINE a respeito dos pacientes sob risco
de toxicidade GI, risco cardiovascular e
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comprometimento renal também se aplicam ao ❖ Alguns dos derivados do ácido propiônico, em
sulindaco particular o naproxeno, têm efeitos inibitórios
❖ Etodolaco proeminentes sobre a função leucocitária
o Também é efetivo no tratamento da ❖ Usos: tratamento sintomático da artrite
osteoartrite, artrite reumatoide e dor leve a reumatoide, artrite juvenil e osteoartrite. Alguns
moderada, e o fármaco parece ser uricosúrico também foram aprovados para dor, espondilite
o Pacientes que usam durante 1 ano ou menos anquilosante, artrite gotosa aguda, tendinite,
interrompem o tratamento devido a efeitos bursite, cefaleia, dor de dente e edema pós-
colaterais GI, exantemas e efeitos sobre o SNC operatórios e dismenorreia primária
❖ Tolmetina ❖ Ibuprofeno
o Para o tratamento da osteoartrite, artrite o É mais bem tolerado do que o AAS e do que a
reumatoide e artrite reumatoide juvenil e tem indometacina e tem sido usado em pacientes
sido usada no tratamento da espondilite com história de intolerância GI a outros AINE
anquilosante o Os efeitos adversos menos frequentes do
o São normalmente tomadas com refeições, leite ibuprofeno consistem em exantema (3-9%),
ou antiácidos, de modo a diminuir o trombocitopenia (< 1%), cefaleia (1-3%), tontura
desconforto abdominal (3-9%), visão embaçada (< 1%) e, em alguns
❖ Cetorolaco casos, ambliopia tóxica (< 1%), retenção hídrica
o O cetorolaco é um analgésico potente, porém (1-3%) e edema (1-3%)
um anti-inflamatório apenas moderadamente o Pode ser usado em certas ocasiões por
eficaz gestantes; entretanto, a preocupação
o O uso do cetorolaco limita-se a 5 dias ou menos concentra-se nos efeitos durante o terceiro
para a dor aguda, e o fármaco pode ser trimestre, incluindo atraso do parto
administrado por via oral, IV, IM ou intranasal ❖ Naproxeno
o É amplamente usado em pacien-tes pós- o É um AINE não associado a um aumento na taxa
operatórios, mas não deve ser empregado para de infarto do miocárdio
analgesia obstétrica de rotina o Cerca de 1 a 10% dos pacientes que tomam
o Tem início de ação rápida e duração curta naproxeno apresentam efeitos adversos GI, que
o Tratamento de conjuntivite alérgica sazonal e consistem em pirose, dor abdominal,
inflamação ocular pós-operatória constipação intestinal, diarreia, náuseas,
o Os efeitos colaterais do cetorolaco sistêmico dispepsia e estomatite
consistem em sonolência (6%), tontura (7%), ▪ Os efeitos colaterais no SNC consistem em
cefaleia (17%), dor GI (13%), dispepsia (12%), sonolência (3-9%), cefaleia (3-9%), tontura (≤
náuseas (12%) e dor no local de injeção (2%). 9%), vertigem (< 3%) e depressão (< 1%).
Podem ocorrer efeitos adversos GI e renais Outras reações comuns incluem prurido (3-
graves, sangramento e reações de 9%) e diaforese (< 3%)
hipersensibilidade ao cetorolaco ▪ R aros casos de icterícia, comprometimento da
❖ Nabumetona função renal, angioedema, trombocitopenia e
o Para o tratamento da artrite reumatoide e agranulocitose
osteoartrite
Fenamatos
o Está associada a dor em cólica na parte inferior
do abdome (12%) e diarreia (14%). Outros ❖ São usados no tratamento de curta duração da
efeitos colaterais incluem exantema (3-9%), dor em lesões dos tecidos moles, na dismenorreia
cefaleia (3-9%), tontura (3-9%), pirose, zumbido e na artrite reumatoide e osteoartrite
e prurido (3-9%) ❖ Anemia hemolítica autoimune é um efeito
colateral potencialmente grave, mas raro
Derivados do ácido propiônico
Ácidos enólicos (oxicans)
❖ Os derivados do ácido propiônico são inibidores
não seletivos da COX com os efeitos terapêuticos ❖ Esses agentes assemelham-se na sua eficácia ao
e colaterais comuns aos outros AINE AAS, indometacina ou naproxeno para o
Aluna: Lylian Palmiere – Turma XXV
tratamento em longo prazo da artrite reumatoide ▪ Os efeitos atribuídos à inibição da produção de
ou osteoartrite PG no rim – hipertensão e edema – ocorrem
❖ A principal vantagem sugerida para esses com os inibidores de COX não seletivos e com
compostos reside em sua t1/2 longa, que o celecoxibe
possibilita a administração de uma dose única o Os inibidores seletivos da COX-2 perdem a sua
❖ Piroxicam vantagem GI em relação a outros AINE isolados
o Pode inibir a ativação dos neutrófilos, de forma quando usados em associação com AAS
aparentemente independente da sua o O uso crônico de celecoxibe pode diminuir a
capacidade de inibir a COX densidade mineral óssea, particularmente em
o Devido a seu início de ação lento e à demora homens idosos. Foi sugerido que o celecoxibe
com que alcança o estado de equilíbrio, é menos pode retardar a consolidação de fraturas e a
adequado para analgesia aguda cicatrização do tendão ao osso
o O piroxicam pode estar associado a mais ❖ Etoricoxibe
reações cutâneas graves e GI do que outros o Inibidor seletivo da COX-2
AINE não seletivos o Pacientes com comprometimento hepático têm
❖ Meloxicam tendência a acumular o fármaco. A insuficiência
o Aprovado para uso na osteoartrite, artrite renal não afeta a depuração do fármaco
reumatoide e artrite reumatoide juvenil o Para alívio sintomático no tratamento da
o A lesão gástrica produzida é significativamente osteoartrite, artrite reumatoide e artrite gotosa
menor em comparação com a do piroxicam aguda, bem como para o tratamento em curto
prazo da dor musculoesquelética, dor pós-
AINEs seletivos para COX-2
operatória e dismenorreia primária
intencionalmente desenvolvidos
o Associado a um risco aumentado de ataque
❖ Os inibidores seletivos da COX-2 são moléculas cardíaco e AVE
com cadeias laterais que se encaixam dentro de
PERGUNTAS DA AULA
sua bolsa hidrofóbica, mas que são demasiado
grandes para bloquear a COX-1 com afinidade ❖ Nefropatas ou dialíticos:
igualmente alta o Dar preferência para esteroidais (corticoides)
❖ O celecoxibe é o único inibidor da COX-2 aprovado o Pode usar, mas por pouco tempo (7-14 dias) e
❖ O etoricoxibe foi aprovado em vários países, com dose baixa
porém é restrito nas suas indicações o Suspender outras drogas nefropatas
❖ Deve-se evitar o uso de AINE seletivos da COX-2 ❖ Mecanismo de HAS
em pacientes com propensão a doenças ❖ Terapia aguda: 15-30 dias
cardiovasculares ou vasculares encefálicas ❖ Terapia crônica: acima de 90 dias
❖ Embora os inibidores da COX-2 intencionalmente
desenvolvidos tenham demonstrado, em geral, a
capacidade de reduzir as complicações GI graves,
em comparação com compostos não seletivos das
isoformas, nenhum dos AINE seletivos da COX-2
possui eficácia superior estabelecida
❖ Celecoxibe
o É usado no controle da dor aguda para o
tratamento da osteoartrite, artrite reumatoide,
artrite reumatoide juvenil, espondilite
anquilosante e dismenorreia primária
o Devido ao risco cardiovascular, os médicos são
aconselhados a usar a menor dose possível pelo
menor tempo possível
o Confere um risco de infarto do miocárdico e
AVE, e isso parece estar relacionado com a dose
e com o risco subjacente de doença
cardiovascular

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