Você está na página 1de 118

Terapêutica Medicamentosa

Prof. Doutora Teresa Vale


Terapêutica medicamentosa
l Farmacologia pediátrica:
l Criança em desenvolvimento e
maturação.

l Alterações anatómicas, fisiológicas e bioquímicas


afetam os processos de absorção, distribuição,
metabolismo e excreção dos fármacos e os seus
mecanismos de ação.
Terapêutica medicamentosa
l Características fisiológicas da criança que
influenciam o efeito dos fármacos:
pH gástrico aumentado
Diferenças no tempo de esvaziamento gástrico, motilidade gastrointestinal
Maior conteúdo de água corporal
Maior permeabilidade da barreira hematoencefálica
Menor concentração e capacidade de ligação das proteínas plamáticas
Terapêutica medicamentosa
l Características fisiológicas da criança que
influenciam o efeito dos fármacos:
Diferenças na capacidade de metabolização
Diferenças nas taxas de filtração glomerular e secreção tubular
Maior incidência de perturbações metabólicas: desidratação, febre,
perturbações do equilíbrio ácido-base
Imaturidade dos tecidos
Proliferação activa dos tecidos
Terapêutica medicamentosa

Farmacocinética
Passagem dos fármacos através do organismo em função da
dose e do tempo.
Absorção.
Distribuição.
Biotransformação.
Excreção.
Terapêutica medicamentosa

Farmacocinética – Absorção
Processo de transporte do fármaco desde o local de
administração até à circulação sistémica.
Terapêutica medicamentosa

Farmacocinética – Absorção
Administração oral – absorção gastrointestinal.
Administração retal.
Administração intramuscular.
Administração respiratória.
Administração subcutânea.
Administração transcutânea ou percutânea.
Terapêutica medicamentosa

Farmacocinética – Absorção gastrointestinal


Administração oral – preferência às
formas de apresentação em solução ou
Xarope em crianças menores que 5 anos.

Comprimidos - risco de obstrução das vias


respiratórias.
Terapêutica medicamentosa

Farmacocinética – Absorção gastrointestinal


A maioria dos fármacos absorvem-se no tubo digestivo por
difusão passiva.
A absorção depende do pH ao longo do tubo digestivo, da
presença ou ausência e alimento, do tempo de esvaziamento
gástrico da motilidade gastrointestinal.
Terapêutica medicamentosa

Farmacocinética – Absorção gastrointestinal


pH gástrico de um recém-nascido é quase neutro, 6 a 8,
possivelmente devido à ingestão de liquido amniótico.
1º mês – desce até 3,5 a 5.

Atinge os valores do adulto aproximadamente aos 3 meses.


Terapêutica medicamentosa

Farmacocinética – Absorção gastrointestinal


pH gástrico 1-2 Fármacos com pH ácido mantêm-se
pH jejuno 5-6 no estômago em estado não ionizado
pH intestino grosso ≈ 8 sendo absorvidas rapidamente (tb na
1º porção do intestino delgado).
As bases absorvem-se melhor no
intestino.
Terapêutica medicamentosa

Farmacocinética – Absorção gastrointestinal


As particularidades do tubo digestivo em relação aos fármacos
normalizam-se entre os 6 meses e os 3 anos.

Na idade escolar pode considerar-se semelhante ao adulto.


Terapêutica medicamentosa

Farmacocinética – Absorção retal


Boa alternativa no caso de náuseas, vómitos ou convulsões.

Evita-se a passagem directa à veia porta, logo evita-se o


metabolismo hepático.
Terapêutica medicamentosa

Farmacocinética – Absorção retal


A absorção é irregular e incompleta devido à retenção e mistura
do fármaco com as fezes que impedem o contacto com a
mucosa retal.

Pode ser tão eficaz como a via oral (diazepam, paracetamol).


Terapêutica medicamentosa

Farmacocinética – Distribuição
Após a absorção o fármaco passa para a corrente sanguínea e
no plasma une-se em parte a proteínas e parte circula em forma
livre.
Metabolismo proteico.
Metabolismo hídrico.
Terapêutica medicamentosa
Farmacocinética - Distribuição
Recém-nascido Criança 1 ano Adulto
Água corporal total 75% 59% 50-60%
Fluido extracelular 45% 25% 20-25%
Gordura corporal 12% 30% 18%
Terapêutica medicamentosa

Farmacocinética – Biotransformação
Alteração da estrutura química do fármaco, por ação
enzimática, com formação de um ou vários compostos –
metabolitos.
A metabolização é o mecanismo responsável pela perda de
efeito do fármaco e o seu desaparecimento do organismo.
Terapêutica medicamentosa

Farmacocinética – Biotransformação
A principal biotransformação dos fármacos ocorre no fígado.
Os fármacos chegam ao fígado em duas fases:
1º passo – via porta depois da absorção no tubo digestivo.
2º passo – quando já estão em circulação e penetram de novo
através da artéria hepática.
Terapêutica medicamentosa

Farmacocinética – Biotransformação
As reacções de metabolização podem ser não sintéticas ou de
Fase I e reacções sintéticas, de conjugação ou de Fase II.
Terapêutica medicamentosa

Farmacocinética – Excreção
O rim é o principal órgão excretor de fármacos. Responsável
pela eliminação das substâncias hidrossolúveis.

Outras vias de eliminação com pequena contribuição –


intestino, saliva, suor, pulmões.
Terapêutica medicamentosa

Farmacocinética – Excreção
A excreção renal envolve três processos básicos:

- Filtração glomerular
- Secreção
- Reabsorção tubular.
Terapêutica medicamentosa

Farmacocinética – Excreção
Os rins filtram cerca de 190 l de plasma por dia.
A taxa de filtração glomerular é cerca de 130 ml/min.

Taxa de excreção renal = (taxa de filtração glomerular + taxa de


secreção tubular) – taxa de reabsorção tubular.
Terapêutica medicamentosa

Farmacodinâmica
“Efeitos e mecanismo de acção molecular dos fármacos”.

Os processos de crescimento e maturação condicionam


diferenças entre crianças e adultos.
Terapêutica medicamentosa

Cálculo da dose de fármaco para a criança


A farmacocinética e a farmacodinâmica indicam a necessidade
de estabelecer particularidades na dosagem para a criança.

A prescrição realiza-se em função da idade, peso e superfície


corporal.
Terapêutica medicamentosa
l Limites dos grupos etários:
Período neo -natal Até 28 dias após o nascimento
Primeira infância 28 dias até 12 meses
1 aos 2 anos
Segunda infância 2 aos 6 anos
Terceira infância 6 aos 10- 12 anos
Pré - puberdade 10-12 aos 12-14 anos
Puberdade 12-14 aos 14-16 anos
Adolescência 14-16 aos 18-20 anos
Terapêutica medicamentosa
l Cálculo da dose de fármaco a administrar:
l Quantidade de fármaco / kg de peso
l Composição corporal
l Tecido muscular
l Tecido adiposo – fármacos lipofílicos acumulam-se no tecido
adiposo – necessidade de aumentar a dose para ter o efeito
desejado.
Terapêutica medicamentosa
mg / Kg / dia

Calculo aproximado do peso até aos 10 anos de idade:


Peso da criança = dobro dos anos de idade + 8

•Exemplo criança com 5 anos: 10 + 8 = 18 Kg


Terapêutica
antimicrobiana
Terapêutica mista
l Controlo e estabilização da microbiologia oral
obrigatório quando há manifestação de doença
cárie apenas com lesões pré-cavitárias.

l Clorhexidina + Fluoretos
l 4 semanas
Terapêutica mista
l Bochecho prévio de solução de clorhexidina
0,12% (após as refeições)

l Escovagem dentária com gel clorhexidina 0,2%

l Sem recurso à utilização de água.


Terapêutica mista
l Os fluoretos estão indicados antes de deitar.

l Escovagem dentária com dentífrico fluoretado


1500 ppm.

l Sem recurso à utilização de água.


Terapêutica mista
l Crianças até aos seis
anos de idade –
quantidade tridimensional
da unha do 5º dedo da
criança.
Terapêutica mista
l Após a utilização de clorhexidina retoma-se a
utilização de rotina de dentífrico fluoretado 1500
ppm:

l 2 a 3x / dia, após refeições


l uma obrigatoriamente antes de deitar.
Terapêutica de choque
l Controlo e estabilização da microbiologia oral
obrigatório quando há manifestação de doença
cárie com lesões cavitárias.

l Clorhexidina
l 2 semanas
Terapêutica de choque
l Bochecho prévio de solução de clorhexidina
0,12% (após as refeições)

l Escovagem dentária com gel clorhexidina 0,2%

l Sem recurso à utilização de água.


Terapêutica de choque
l Após as duas semanas abandona-se a utilização
de clorhexidina e retoma-se a utilização de rotina
de dentífrico fluoretado 1500 ppm:

l 2 a 3x / dia, após refeições


l uma obrigatoriamente antes de deitar.
Terapêutica analgésica
anti-inflamatória
Terapêutica medicamentosa

Analgésicos e Anti-inflamatórios

Analgésicos não opiáceos - AINEs

Analgésicos opiáceos
Terapêutica medicamentosa
Analgésicos e Anti-inflamatórios
AINEs ANALGÉSICOS
OPIÁCEOS
Acção Analgésica Analgésica
Antipirética Antitússica
Anti-inflamatória Sedativa /hipnótica

Local de acção Periférico Sistema Nervoso Central

Mecanismo de acção Inibição da síntese de prostaglandinas Através de receptores

Actividade Dor leve a moderada e superficial Dor intensa e profunda

Efeitos indesejáveis Metabólicos, alergia, intolerância intestinal e Dependência física e psíquica,


hematológicos náuseas vómitos e depressão
respiratória
Terapêutica anti-inflamatória
AINEs em uso terapêutico
Derivados do ácido Derivados do Derivados do indol e Derivados do ácido Derivados do ácido antranílico
salicílico ácido acético do indeno propiónico

Acetilsalicilato de Aceclofenac Acemetacina Ácido triaprofénico Ácido niflúmico


lisina Cetorolac Etodolac Cetoprofeno Etofenamato
Ácido acetilsalicilico Diclofenac Indometacina Dexibuprofeno
Fentiazac Sulindac Fenbufeno
Flurbiprofeno
Ibuprofeno
Naproxeno

Derivados Oxicams Alcanonas Sulfonanilidas Derivados para- Benzenesulfo


pirazolónicos aminofenólicos namidas

Azapropazona Lornoxicam Nabumetazona Nimesulida Paracetamol Celecoxibe


Fenilbutazona Meloxicam Propacetamol Etoricoxibe
Piroxicam Parecoxibe
Tenoxicam Valdecoxibe
Derivados do ácido salicílico
l Acetilsalicilato de lisina (Aspegic, Lisaspin)
l Ácido acetilsalicílico (Aspirina, A-A-S)
l Contra-indicados em crianças com idade inferior a 12
anos devido ao risco de síndrome de Reye.
Doença rara.
Encefalopatia aguda e doença hepática grave.
Letal em 20 a 40% dos casos.
Pode causar lesões cerebrais permanentes nos sobreviventes.
Derivados sulfanilamídicos
l Nimesulida (Nimed, Aulin, Donulide)
l Contra-indicado em crianças com idade inferior a 12
anos.
l Risco de toxicidade hepática.
l Risco de síndrome de Reye.
Derivados para-aminofenólicos
l Paracetamol (Ben-u-ron)
l Fraca actividade anti-
inflamatória.
l Absorvido no intestino delgado.
l Metabolizado no fígado.
l Excreção renal.
l Hepatotóxico (sobredosagens).
Derivados para - aminofenólicos
l Posologia v.o. 15mg / Kg (dose),
60mg/Kg /dia
l Ben-u-ron 40mg / ml
l 1 colher medida (5ml Xarope) = 200mg
Derivados para - aminofenólicos
l Ben-u-ron:
l Contém sacarose 2,5g de sacarose por 5ml (1 colher
medida) de xarope.

l “Pode ser prejudicial para os dentes.”


Derivados do ácido propiónico
l Ibuprofeno (Brufen, Nurofen)
l Acção analgésica, antipirética e anti - inflamatória.
l Absorvido no tubo digestivo.
l Excreção renal.

l Posologia v.o. 20 a 30 mg / Kg / dia.


Enzimas anti-inflamatórias
l Não há evidência de eficácia destas enzimas.
l Amilase (Maxilase)

l Posologia
l 0 a 3 anos 1 colher chá 3x / dia
l 3 a 10 anos 2 colheres chá 3x /dia
Terapêutica medicamentosa

Analgésicos opiáceos
Codeína – único analgésico opiáceo utilizado em crianças, como
antitússico.

Não está recomendada a administração a crianças com idade


inferior a 2 anos.
Terapêutica medicamentosa
l Codeína
l Via oral: > 2 anos, 0,25 mg / Kg, cada 4-6 horas,
máximo 12 mg / dia.

l 12 anos, 5-10 mg, cada 4-6 horas, máximo 60mg / dia.


Terapêutica antibiótica
Terapêutica antibiótica
Antibióticos

Classe Beta-lactâmicos
Grupos Penicilinas Inibidores das beta- Carbapenemos Monobactamos Cefalosporinas
lactamases

Sub- Penicilinas naturais Ácido clavulânico Imipenem Aztreonam 1ª geração


Grupos Penicilinas resistentes Meropenem 2ª geração
às penicilinases 3ª geração
Aminopenicilinas Sulbactam Tazobactam 4ª geração
Cefalosporinas
orais
Terapêutica antibiótica
Antibióticos

Classe Não Beta-lactâmicos (inibição da síntese proteica)


Grupos Macrólidos Lincosamidos Aminoglicosídeos Tetraciclinas Nitroimidazóis Quinolonas

Sub- Eritromicina Lincomocina Estreptomicina Oxitetraciclina Metronidazol Ciprofloxacina


Grupos Espiramicina Clindamicina Gentamicina Clorotetraciclina Tinidazol Enoxacina
Josamicina Netilmicina Miniciclina Seconidazol Lomefloxacina
Miocamicina Tobramicina Doxicilina Ornidazol Norfloxacina
Roxitromicina Canamicina Rolitetraciclina Sertaconazol Pefloxacina
Claritromicina Amicacina Metaciclina Ofloxacina
Azitromicina Rosoxacina
Terapêutica antibiótica
Antibióticos usados preferencialmente
Beta-lactâmicos Macrólidos Amoxicilina / ácido Nitroimidazóis
clavulânico ou
clindamicina
Penicilinas (1ª Alérgicos a Infecções com Usados só em
escolha) penicilinas complicações loco- infecções graves
regionais: causadas por
Edema, Adenopatias anaeróbios estritos.
Amoxicilina
Ou sistémicas: Reacções adversas
Febre, Prostração graves.
Terapêutica antibiótica
l Contra-indicações:
Alterações do crescimento ósseo.

l Tetraciclinas Hipoplasia do esmalte.

Discromia dentária.
Terapêutica medicamentosa

Terapêutica antibiótica – Penicilinas


Apesar de ser o menos tóxico pode causar alergias.
Cerca de 10% dos pacientes têm alergia às Penicilinas.
Necessidade de questionar o paciente relativamente a possível
alergia. O choque anafilático pode levar à morte.
Antibiótico de 1ª escolha em Odontopediatria.
Terapêutica medicamentosa

Penicilinas – espectro de acção


Espectro reduzido Penicilina G
Penicilina V
Espectro amplo Ampicilina
Amoxicilina
Resistentes a beta-lactamases Meticilina

Espectro amplo + inibidores de beta-lactamases Amoxicilina + ácido clavulânico


Terapêutica antibiótica
l Amoxicilina (beta-lactâmico)

l Absorção intestinal.
l Excreção renal e pequena porção biliar.
l Posologia: 25 a 50 mg / Kg /dia, 8 / 8 h.
l Amplamox, Cipamox, Clamoxyl.
Terapêutica antibiótica
l Amoxicilina / Ácido Clavulânico

l Metabolização hepática.
l Excreção renal.
l Posologia: 20 – 40 mg / Kg / dia, 2 x /dia
l Augmentin DUO, Penilan DT, Claxamox DT.
Terapêutica antibiótica
l Azitromicina (macrólido)

l Excreção biliar e transintestinal.


l Posologia: 10 mg / Kg / dia, 1 toma, durante 3 dias.
l Azitrix, Zithromax.
Terapêutica antibiótica
l Claritromicina (macrólido)

l Excreção renal.
l Posologia: 7,5 mg / Kg 12 em 12 h.
l Klacid pediátrico.
Terapêutica antibiótica
l Eritromicina (macrólido)

l Excreção biliar.
l Posologia: 20 – 40 mg / Kg / dia.
l Efeitos gastrointestinais frequentes.
Terapêutica antibiótica
l Clindamicina (lincosamidos)

l Excreção biliar.
l Posologia: 3 a 6 mg / Kg / dia, 6 / 6 h
l Dalacin C.
Terapêutica profiláctica
Profilaxia endocardite bacteriana
l Regime “standard”:
Amoxicilina 50mg / Kg

l via oral
l 1 hora antes do procedimento.
Profilaxia endocardite bacteriana
l Alergia às penicilinas:
Clindamicina 20mg / Kg
Cefalexina ou Cefadroxil 50mg / Kg
Claritromicina ou Azitromicina ou 15mg / Kg

l via oral
l 1 hora antes do procedimento
Profilaxia endocardite bacteriana
l Impossibilidade de utilização da via oral:
Ampicilina 50mg / Kg

l IM ou IV
l 30 min antes do procedimento.
Profilaxia endocardite bacteriana
l Alergia às penicilinas e impossibilidade de
utilização da via oral:
Clindamicina 20mg / Kg IV
Cefazolina 25mg / Kg IM ou IV

l 30 min antes do procedimento.


Terapêutica anti-fúngica
Terapêutica medicamentosa

Terapêutica anti-fúngica
Polienos: Anfotericina B e Nistatina

Imidazóis: Miconazol

Triazóis: Fluconazol
Terapêutica medicamentosa

Terapêutica anti-fúngica
Nistatina
Ação fungistática. Pouco solúvel na água.

O tratamento deve prolongar-se por mais 2 semanas para evitar


as recidivas.
Terapêutica anti-fúngica
l Nistatina - MYCOSTANTIN

l Suspensão oral 30 ml (100.000 UI / ml)


l Posologia: 100.000 UI 6 / 6h ( 1ml 6 / 6h)
Terapêutica anti-fúngica
l Miconazol - DAKTARIN

l Gel oral 20mg / g


l Posologia:
l Crianças < 2 anos: 2,5 mg 2x / dia
l 2 a 6 anos: 5ml 2x / dia
l > 6 anos: 5ml 4x / dia.
Terapêutica sedativa
Terapêutica medicamentosa

Terapêutica sedativa - eleição do fármaco


1. Idade cronológica do paciente, grau de colaboração e
temperamento.
2. Necessidade de tratamento.
3. Via de administração.
4. Grau de sedação desejado.
5. Experiência profissional / familiarização com o fármaco.
Terapêutica medicamentosa

Terapêutica sedativa
Hidroxizina ( Atarax)

Benzodiazepinas: Diazepam e Midazolam


Terapêutica medicamentosa

Terapêutica sedativa - Hidroxizina


Indicações:
Crianças ansiosas, tímidas, apreensivas em idade pré-escolar.

Produz uma sedação ligeira semelhante ao protóxido.


Terapêutica sedativa
l Atarax

l Xarope 200ml, 2mg / ml


l Posologia: 1 a 2 mg / Kg de peso.

l Existem protocolos: 25mg 2h antes da consulta, 2ª


dose de 25mg 1h antes da consulta.
Terapêutica medicamentosa

Terapêutica sedativa - Benzodiazepinas


Acção sobre o SNC:

1. Efeito ansiolítico, relaxante muscular e anticonvulsivo.


2. Efeito amnésico.
3. Efeito sedante hipnótico.
Terapêutica medicamentosa

Terapêutica sedativa - Benzodiazepinas


Indicações:
1. Sedação de crianças com ansiedade e medo.
2. Pacientes com paralisia cerebral e história de epilepsia.

O midazolam é duas vezes mais potente que o diazepam.


Terapêutica sedativa
l Diazepam (Valium, Metamidol)

l Posologia via oral: 0,2 a 0,4mg / Kg.

l 1mg / ano de idade: 2-5mg para crianças de 4-5 anos,


5-10mg crianças de 6 a 12 anos e 10-15 mg crianças
de 13 a 16 anos.
Terapêutica sedativa
l Diazepam (Stesolid)

l Posologia via rectal: 0,5mg / Kg.


Terapêutica sedativa
l Midazolan (Dormicum)

l Posologia via oral: 0,25 a 0,5mg / Kg (máximo 20mg).


Terapêutica anestésica
Terapêutica medicamentosa

Terapêutica anestésica
Em Odontopediatria um dos pilares de manejo de conduta das
crianças é o controlo da dor.

É importante conhecer perfeitamente os mecanismos de


controlo da dor, isto é, dominar as técnicas anestésicas.
Terapêutica medicamentosa

Anestésicos tipo éster


A sua aplicação limita-se ao uso tópico.

Os mais utilizados são a tetracaína e a benzocaína.


Anestésicos tipo éster
l Procaína – 2%, sem ou com adrenalina (1:80.000). Recomendada
em pacientes alérgicos aos anestésicos tipo amida. Dose máx. no
adulto 6mg/Kg.
l Tetracaína
l Cocaína Utilizados em preparações de uso tópico.
l Benzocaína

Absorção baixa.
Anestésicos tipo amida
l Lidocaína – o mais utilizado em Medicina Dentária
l Etidocaína
l Mepivacaína
l Bupivacaína
l Prilocaína
l Articaína
Lidocaína
l Metabolizada no fígado
l 2%, 3% com ou sem vasoconstritor
l 2% e 1:80.000 ou 1:100.000 de adrenalina são
apropriadas para anestesia:
l Infiltração
l Intra-óssa
l Intraligamentar
l Bloqueio regional.
Lidocaína
l Eficaz como anestésico tópico.

l Contra-indicações:
l Alérgicos ás amidas
l Casos em que o uso de adrenalina é prejudicial.
Lidocaína
l Duração da anestesia:

l Infiltração maxilar: 60 min. polpa, 170 min. tecidos


moles.

l Bloqueio mandibular: 85 min. polpa, 190 min. tecidos


moles.
Lidocaína
l Doses máximas:
l Lidocaína 2% 4,4 mg / Kg
(máx. 300mg)

l Lidocaína 2% +
Adrenalina 1:80.000 ou
1:100.000 7 mg / Kg
(máx. 500mg)
Lidocaína
l Exemplo:
l Criança com 20 Kg
Lidocaína 2% 4,4 mg / Kg x 20 Kg = 88 mg

1,8 ml 30 mg
x 88 mg

X = 5,28 ml

5,28 : 1,8 = 2,9 anestubos


Lidocaína
l Exemplo:
l Criança com 20 Kg
l Lidocaína 2% + Adrenalina 1:80.000
7 mg / Kg x 20 Kg = 140 mg
1,8 ml 31,14 mg
x 140 mg

X = 8,09 ml

8,09 : 1,8 = 4,5 anestubos


Mepivacaína
l Metabolizada no fígado.
l Algum fármaco é excretado pelo rim na forma
original.
l Não está disponível em preparações de uso
tópico.
Mepivacaína
l Está indicada quando é necessário uma
preparação anestésica sem vasoconstritor, a
solução a 3% é mais eficaz que as soluções de
lidocaína.
l Doses máximas:
l Mepivacaína 3% 4,4 mg / Kg
(máx. 300mg)
Mepivacaína
l Exemplo:
l Criança com 20 Kg
Mepivacaína 3% 4,4 mg / Kg x 20 Kg = 88 mg

1,8 ml 54 mg
x 88 mg

X = 2,93 ml

2,93 : 1,8 = 1,6 anestubos


Mepivacaína
l Duração da anestesia:

l Infiltração maxilar: 25 min. polpa, 90 min. tecidos


moles.

l Bloqueio mandibular: 40 min. polpa, 165 min. tecidos


moles.
Articaína
l Contra-indicações:

l Crianças de idade inferior a 4 anos


l Alérgicos a anestésicos do tipo amida
l Doentes com metahemaglobinemia congénita ou
idiopática
l Doentes com doenças graves cardiovasculares.
Articaína
l Precauções especiais de utilização:
l Deve ser evitada a injecção intravascular.
l Recomenda-se antes de realizar a infiltração, proceder
a um teste de aspiração.
l Informar desportistas – possibilidade de um resultado
analítico positivo no controlo de dopagem.
l Doentes com disfunção hepática ou renal.
l Idosos e crianças.
Articaína
l Difunde-se facilmente a partir do local de
aplicação.
l Doses máximas:
l Articaína 4% +
Adrenalina 1:100.000 ou
1:200.000 7 mg / Kg crianças de 4 a 12 anos 5 mg / Kg
(máx. 500mg)
Articaína
l Exemplo:
l Criança com 20 Kg
Articaína 4% 5 mg / Kg x 20 Kg = 100 mg (máximo)

1,8 ml 72 mg
x 100 mg

X = 2,5 ml

2,5 : 1,8 = 1,3 anestubos


Articaína
l Crianças entre 20 a 30 Kg 0,25 a 1ml (1/6 a ½
anestubo)
l não ultrapassar 1,5 ml durante a intervenção e a dose
de 2,5 ml em 24 horas.
l Crianças entre 30 e 45 Kg 0,5 a 2 ml (1/3 a 1
anestubo)
l Não ultrapassar 2ml durante a intervenção e a dose de
5ml em 24 horas
Articaína
l Duração da anestesia:

l 70 min. polpa, 240 min. tecidos moles.

l Segundo alguns estudos o facto de ser mais duradoura


pode ser considerado um efeito indesejável.
Tipos de anestesia local
l Anestesia tópica ou de superfície
l Anestesia de infiltração
l Anestesia troncular
l Anestesia raquidiana ou subdural
l Anestesia epidural
l Anestesia local intravenosa
Terapêutica medicamentosa

Técnicas de administração de anestesia local


A anestesia é dos momentos que mais exige controlo por parte
do profissional.

“Dizer – mostrar – fazer”.


Anestesia tópica ou de superfície
l Pomadas, cremes, soluções,
aerossóis

l A absorção do anestésico local a


partir das membranas mucosas
pode ser rápida e
quantitativamente importante.
Benzocaína
Anestesia tópica ou de superfície
l Anestesia tópica
l A mucosa deve ser
previamente seca.

l Deve massajar-se para que


seja mais efectiva.

l Tempo necessário para que


actue.
Terapêutica medicamentosa

Anestesia de infiltração
Velocidade de injecção recomendada é de 1ml / minuto.

Cerca de 2 minutos para um anestubo (1,8 ml).

Injectar sempre lentamente.


Anestesia troncular
l O bloqueio dentário inferior é recomendado:

l Em todos os procedimentos em molares temporários


mandibulares.
l Em crianças com 6 ou mais anos de idade.
Anestesia troncular – “Regra 10”
l Anestesia troncular ou infiltrativa mandibular?

l Idade da criança + nº do dente

l >10 anestesia troncular


l <10 anestesia infiltrativa
Considerações gerais
l Rendimento cardíaco
l Metabolismo basal Mais elevados na criança
l Perfusão sanguinea

Absorção mais rápida do anestésico local.


Possibilidade de se atingir concentrações plasmáticas elevadas.
Considerações gerais
l A criança apresenta maior sensibilidade dos
órgãos - alvo:
l SNC
l Sistema cardiovascular

Utilização de preparações com vasoconstritor.


Respeitar doses recomendadas.
Efeitos indesejáveis sistémicos
l Acção depressora nas estruturas excitáveis:
l SNC
l Tecido de condução cardíaco
l Nervos periféricos
l Fibras musculares lisas e estriadas.
Efeitos indesejáveis locais
l Dor durante a injecção.

l Trismus.
Efeitos indesejáveis locais
l Palidez da pele ou
mucosa
(vasoconstritor).

l Auto traumatismo.
Bibliografia
lCurzon MEJ, Preston AJ. Risk Groups: Nursing Bottle Caries/Caries in the Elderly. Caries
res 2004;38:24-33.
lHerrero M, Pozo P, Martínez E, Gallegos L. Relación de los medicamentos azucarados y la
aparición de caries en la infancia.Odontol Pediátr 2003;11(1):21-25.
lCameron A, Widmer R. Manual de Odontologia pediátrica. Madrid: Harcourt Brace 1998.
lAlmeira A. Terapêutica antibiótica das infecções orais. Lisboa: Lidel 2005.
lFernandes MH. Farmacologia e Terapêutica em Medicina Dentária. Porto: Medisa 2006.
lProntuário terapêutico. Infarmed 2010.
lBoj JR, Catalá M, García-Ballesta C, Mendoza A, Planells P. Odontopediatria la evolución
del niño al adulto joven.Madrid: Ripano 2011.
lRamos F, Santos L, Castilho M, Silveira M. Manual de Interações Alimentos-
Medicamentos.Lisboa: Hollyfar 2010.

Você também pode gostar