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CENTRO UNIVERSITÁRIO FG – UNIFG

FARMÁCIA

EDINEIA PEREIRA CARDOSO

RELATÓRIO: FARMÁCIA MAGISTRAL

Guanambi – BA

2022
EDINEIA PEREIRA CARDOSO

RELATÓRIO: FARMÁCIA MAGISTRAL

Trabalho apresentado ao curso de Farmácia


do Centro Universitário FG- UniFG, como
um dos pré-requisitos para avaliação da
disciplina do estágio de Magistral.
Professor (a): Ricardo de Moraes Junior

Guanambi – BA

2022
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 4
2. OBJETIVO ........................................................................................................................ 5
2.1. Objetivo Geral ............................................................................................................ 5
2.2. Objetivo especifico ..................................................................................................... 5
3. DESENVOLVIMENTO ................................................................................................... 6
3.1. Documentação ............................................................................................................ 6
3.2. Treinamento ............................................................................................................... 6
3.3. Estrutura física ........................................................................................................... 6
3.4. Materiais, equipamentos e utensílios........................................................................ 7
3.5. Água ............................................................................................................................ 7
3.6. Aquisição de matérias primas e embalagem ........................................................... 8
3.6.1. Solicitação de Compras ...................................................................................... 8
3.6.2. Escolha do Fornecedor ....................................................................................... 8
3.6.3. Recebimento ........................................................................................................ 8
3.6.4. Armazenamento .................................................................................................. 9
3.7. Controle de qualidade ........................................................................................ 9
3.8. Controle do Processo de Manipulação............................................................ 10
3.9. Conferência final:..................................................................................................... 11
3.9. Rotulagem e embalagem .................................................................................. 11
3.10. Dispensação .............................................................................................................. 12
3.11. Garantia de Qualidade e Registro .......................................................................... 12
3.12. Descarte de Resíduos ............................................................................................... 12
3.13. Excipientes ................................................................................................................ 13
4. CONCLUSÃO ................................................................................................................. 14
5. REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 15
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1. INTRODUÇÃO

A manipulação é uma prática bastante antiga. No Brasil essa prática se inicia a partir
da chegada dos padres jesuítas que fundaram as primeiras farmácias e boticas no Brasil em
colégios. Os padres jesuítas eram os responsáveis em cuidar dos pacientes e preparar
remédios juntamente com a ajuda dos pajés que obtinham um maior conhecimento a cerca das
plantas medicinais. Com isso, levou-se o surgimento das primeiras farmácias de manipulação
a partir da iniciativa dos padres e povos indígenas (BONFANTI, 2022).
Desde então a farmácia de manipulação evoluiu com os anos, tornando-se uma
atividade restrita ao profissional farmacêutico. No entanto, preservou suas características
ancestrais, mantendo como foco principal a saúde humana (BONFANTI, 2022),
A farmácia de manipulação é considerada como um estabelecimento farmacêutico
onde são produzidos medicamentos e cosméticos em pequena escala, de forma
individualizada, levando em consideração as particularidades de cada paciente. Sendo assim,
o estabelecimento fundamenta-se em atender a demanda de cada paciente produzindo
medicamentos com composição, quantidade, formulação e forma farmacêutica especifica para
cada usuário (PEIXOTO, 2013). Dessa forma, o medicamento manipulado oferece inúmeras
vantagens em comparação ao industrializado. Dentre elas, facilidade posológica, melhor
adesão terapêutica e menor custo (COÊLHO, et al, 2021)

No Brasil, a farmácia de manipulação é uma prática que vem crescendo


constantemente e ganhando destaque no cenário de medicamentos, o que acaba gerando uma
economia no mercado brasileiro, pois é o setor que mais emprega farmacêuticos.
(ANFARMAG,2007).
No entanto, em detrimento deste fator torna-se evidente a necessidade de produzir
medicamentos de forma segura, eficaz e de qualidade (DIAS; FREY; MARQUEZ, 2020).
Nessa perspectiva, é fundamental que o farmacêutico tenha habilidades técnicas e
conhecimentos específicos, visto que, a qualidade do produto manipulado é um fator
obrigatório e indispensável para o sucesso terapêutico e depende fundamentalmente do
processo de produção (COÊLHO, et al, 2021).
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Com isso, é de suma importância que o profissional farmacêutico conheça as normas


regulatórias do seguimento para que possam ser aplicadas adequadamente no processo de
produção e posteriormente obtenção de produtos seguros e eficazes (NUNES, 2011).

2. OBJETIVO

2.1.Objetivo Geral

O presente relatório destina-se à descrição do funcionamento de uma farmácia de


manipulação, mediante as experiências vivenciadas no período de estágio, bem como,
salientar os procedimentos e operações realizados no estabelecimento, desde as suas
instalações, equipamentos, aquisição de matérias primas, controle de qualidade,
armazenamento, avaliação farmacêutica mediante a prescrição, manipulação, dispensação e
orientação do farmacêutico aos pacientes quanto ao uso do produto, garantindo o uso racional,
efetivo e seguro.

2.2.Objetivo especifico

 Documentação;
 Treinamento;
 Estrutura física;
 Materiais, equipamentos e utensílios;
 Água;
 Aquisição de matérias primas e embalagem;
 Controle de qualidade;
 Controle do Processo de Manipulação;
 Conferência Final
 Rotulagem e embalagem;
 Dispensação;
 Garantia da qualidade e registro;
 Descarte de resíduos;
 Excipientes;
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3. DESENVOLVIMENTO

3.1.Documentação

A documentação é uma parte fundamental da farmácia de manipulação, pois


possibilita orientar cada procedimento ali realizado contendo informações técnicas e cuidados
durante as operações. Dentre esses documentos se encontra o manual de boas práticas de
manipulação em farmácia (BPMF), que estabelece os cuidados durante todos os
procedimentos na farmácia, para assegurar e garantir a qualidade dos produtos e serviços; Os
Procedimentos Operacionais Padrão (POPs), dispõe de técnicas e operações que visam
proteger e garantir a qualidade das preparações manipuladas, além de assegurar a segurança
dos manipuladores; Registro de receitas, que se trata de um livro de receituário geral, onde
devem conter dados do paciente, como nome, endereço, nome do prescritor, dados da
formulação e demais informações que permitam a sua rastreabilidade, além disso, insumos
sujeitos a controle especial ou antimicrobiano também deverá ser registrado (ANVISA, 2007).

3.2.Treinamento

O treinamento envolve a capacitação de todos os funcionários, pelo qual são treinados


para estarem aptos para qualquer acidente ou incidente que venha ocorrer durante processos
magistrais, além de terem conhecimentos dos riscos que podem ocorrer durante os
procedimentos. Ademais, é necessário que a farmácia comprove a efetividade desses
treinamentos (BUSANELLO, C.; et al, 2017).
É valido ressaltar que, esses treinamentos devem ser feitos sempre que tiver a
admissão de um novo colaborador, mudança de setor e periodicamente, para que dessa forma
todos os funcionários estejam sempre devidamente orientados, capacitados e sempre
atualizados acerca dos conhecimentos (BUSANELLO, C.; et al, 2017).

3.3.Estrutura física

Para a estrutura da farmácia, a mesma pode apresentar planta baixa desde que
aprovada e assinada pela Vigilância sanitária local. Ademais, a sua infraestrutura deve estar
em suas corretas adequações de modo que possibilite a realização dos procedimentos e
atividades. Com isso, a farmácia de manipulação deve constar com um espaço destinado as
atividades administrativas, local de armazenamento, sala para controle de qualidade, sala para
pesagem de matérias primas, laboratórios individuais para cada tipo de manipulação (sólidos,
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semissólidos e líquidos, homeopatia, hormônios e antibióticos e citostáticos), sala de


dispensação, sala de paramentação, vestiários, sanitários, local para lavagem de utensílios e
materiais e local para deposito de limpeza (ANVISA, 2007).
O tamanho das salas deve corresponder à dimensão preconizada da legislação vigente.
Tanto os ambientes internos quanto externos da farmácia devem estar em boas condições e
bem estruturados. As instalações devem conter superfícies internas, como piso, parede e teto,
de modo, que ambos sejam lisos, impermeáveis, resistentes a agentes sanitizantes e de fácil
limpeza e sempre estejam em perfeitas condições, tanto os equipamentos e instalações,
quanto, os ambientes da farmácia. Os ambientes devem estar ventilados e iluminados. O
almoxarifado, laboratórios e o local de armazenamento de medicamentos devem apresentar
umidade e temperatura devidamente controlada e monitorada, garantindo assim a qualidade
dos produtos e cosméticos e segurança dos funcionários (BUSANELLO, C.; et al, 2017).

3.4.Materiais, equipamentos e utensílios.

É de suma importância que, os materiais, equipamentos e utensílios estejam limpos e


sanitizados para a utilização.
Dessa maneira, a farmácia deve constar com: balança de precisão e vidrarias
devidamente calibradas, sistema de purificação de água, refrigerador para conservação de
termolábeis, termômetros e higrômetros, as bancadas e armários devem ser revestidos por um
material liso, resistente e de fácil higienização, lixeiras identificadas com pedal, tampa e saco
plástico, armários com chaves para armazenamento de produtos sob controle especial e
equipamentos de incêndio, como extintores.
É importante salientar que, a calibração dos equipamentos deve ser feito anualmente
ou até mais vezes a depender da frequência do seu uso, os equipamentos deve passar por
manutenção periodicamente, os instrumentos de uso interno utilizados na manipulação deve
ser assinalado e diferenciado em relação aos instrumentos de uso externo, a geladeira deve
sempre manter a sua variação de temperatura entre 2°C e 8°C devendo ter a sua temperatura
medida duas vezes ao dia com registro de valores, ademais, é proibido utilizar a mesma para
armazenar alimentos e ou bebidas.

3.5.Água

Insumo essencial e indispensável na farmácia de manipulação, podendo ser utilizada


água purificada e água potável. A água é considerada como um insumo farmacêutico que
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pode ser produzida pela própria farmácia, no entanto, a sua preparação deve atender os
critérios de higiene e limpeza. A mesma deve ser supervisionada por meio de analises físico
químicos e microbiológicas. É importante que cada lote de água produzida deve ser registrado
e etiquetadas no frasco.
Quando se trata da agua purificada, a sua analise é mensal. Já a agua potável,
semestral, pelo qual deve ser recolhida diretamente da torneira e analisar todas as suas
características como pH, cor, cloros residuais, turbidez, etc.
Cabe salientar que, o estabelecimento deve manter ficha de especificação tanto da
agua portável, quanto, purificada.

3.6. Aquisição de matérias primas e embalagem

3.6.1. Solicitação de Compras

Inicialmente é feita a solicitação de compras, pelo qual, é feita através de registro em


planilha conforme verificação da falta. A farmacêutica é responsável pelo pedido,
posteriormente, é emitida ordem de compra para pedido documentado junto ao fornecedor.

3.6.2. Escolha do Fornecedor

Esta escolha baseia-se principalmente na baixa porcentagem de reprovação da


matéria-prima, continuidade na qualidade de seu fornecimento, envio de certificado de
análise, assinado pelo farmacêutico responsável; presença do responsável técnico; embalagem
apropriada e identificação correta das matérias-primas (denominação, lote, fabricação,
validade, teor, condições de estocagem, fornecedor/fabricante); pronto atendimento;
informações do programa de qualificação do fornecedor.

3.6.3. Recebimento

Todo o material, para ser recebido, deverá passar pela inspeção de recebimento
conforme procedimento operacional padrão; que deverá verificar correspondência com o
pedido, nota fiscal, certificado de análise, se os produtos estão devidamente etiquetados e
identificados com: denominação, número de lote, prazo de validade e data de fabricação.
Caso os produtos do recebimento sejam liberados, os mesmos deverão ter suas
embalagens externas sanitizadas com álcool 70% com cuidado para não a apagar a
informações contidas no rotulo dos produtos e então são encaminhados para a área de controle
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de qualidade, acompanhados com o certificado de análise do fornecedor, etiquetas para


fracionamento e certificado de analise. Também deve-se separar a amostragem que
posteriormente irão ser avaliados no controle de qualidade e o restante dos produtos são
armazenados na quarentena com a identificação de “quarentena”.

3.6.4. Armazenamento

Nessa etapa, os materiais devem estar dispostos em ordem alfabética, devem estar
organizados em prateleiras e não podem estar em contato direto com o chão, parede ou teto, é
importante manter a sala sempre limpa e seca, a temperatura e umidade devem estar sempre
sendo monitoradas e registradas, além de estarem de acordo às condições de armazenamento
dos materiais. Além disso, dispor os materiais conforme Firt-in fist-out, ou seja, o primeiro
que entra deve ser o primeiro a sair, dispor os materiais de forma que as matérias primas com
a data de validade menor fiquem a frente daquelas com data de validade maior. Os rótulos
das matérias primas devem apresentar informações como: denominação do produto (DCB ou
DCI), código de referencia interna, identificação do fabricante/fornecedor, quando necessário
o teor ou a potencia da matéria prima, prazo de validade ou data de reanalise, as condições de
armazenamento e advertências e a situação interna da matéria prima, ou seja, se está de
quarentena, aprovado ou reprovado.
As embalagens devem estar acondicionadas, fechadas e integras, quando a embalagem
apresentar qualquer dano deverá ser reparado. O material de embalagem deve estar
acondicionado em sacos plásticos fechados e armazenados nas prateleiras do almoxarifado da
farmácia. Ademais, os materiais devem conter etiquetas como forma de sinalização para
informar a sua situação.

3.7.Controle de qualidade

O controle de qualidade é uma etapa crucial, pois se destina a avaliar a integridade


tanto das matérias primas e embalagens, quanto do produto final. Essa analise é feita por meio
de um conjunto de operações estabelecidas de acordo a legislação vigente. A ANVISA é o
órgão responsável por especificar as condições em que os materiais e produtos farmacêuticos
devem estar.
A etapa se inicia com a inspeção de recebimento, que visa avaliar a integridade das
embalagens e informações dos rótulos. Para as matérias primas são avaliados grau ou teor
alcóolico, densidade e volume, características organolépticas, pH, solubilidade, ponto de
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fusão, viscosidade, teor, pureza e a avaliação do certificado de analise do fornecedor. Devem-


se avaliar as preparações de estoque mínimo que envolve o grau ou teor alcóolico, teor,
viscosidade, pureza microbiológica, volume e as capsulas devem ser avaliadas por meio do
peso médio.
As especificações e referencias farmacopeicas e ou outras fontes de consultas
reconhecidas devem estar disponíveis. Todos os lotes de matérias primas devem estar
acompanhados com os respectivos Certificados de Analises emitidos pelo fabricante /
fornecedor. Nele devem constar informações claras e objetivas com todas as especificações
devendo estar devidamente datada, assinada e com a especificação do responsável técnico e
numero de inscrição no conselho regional correspondente a sua ocupação. Os certificados
devem ser analisados para verificar se o mesmo atende os parâmetros estabelecidos. Após
aprovada a matéria prima deve ser fracionada, identificada e armazenada adequadamente,
caso reprovada a mesma deve ser isolada e identifica e informar ao fornecedor para realizar a
devolução ou troca.

3.8. Controle do Processo de Manipulação

A manipulação de produtos magistrais ocorre por etapas sequencias, seguindo os


procedimentos operacionais adequados para manipulação.
Para as preparações de estoque mínimo já existem formulas padrão e, para prepara-las
é necessário emitir uma ordem de produção com as quantidades estabelecidas. Antes de
iniciar a produção todas as prescrições são avaliadas pelo farmacêutico responsável, onde são
analisadas a viabilidade e compatibilidade dos componentes e a concentração. O farmacêutico
registra na ordem de produção a sua verificação e realiza os cálculos para estabelecer as
unidades, concentração dos fármacos, equivalência e o tipo de excipiente que poderá ser
utilizado para aquela fórmula, ademais, cada fórmula deve receber um número de registro que
é definida por uma ordem sequencial de registro fornecida pelo próprio computador. Para uma
manipulação adequada e segura existem procedimentos operacionais que são rigorosamente
seguidos para evitar a contaminação cruzada entre as manipulações, de forma que, antes
mesmo do inicio da manipulação de cada formula toda a superfície de trabalho e
equipamentos são devidamente sanitizados, os matérias utilizados em uma manipulação
anterior e resíduos são retirados e levados para limpeza. Os matérias e utensílios são
separados e exclusivos para cada setor. Os rótulos das embalagens devem constar informações
como: Nome do prescritor e do paciente, número de registro do receituário, data da
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manipulação, prazo de validade, identificar todos os componentes que foram prescritos na


receita, bem como, a sua quantidade, forma farmacêutica e a quantidade das unidades ali
presentes na embalagem, peso/volume, quando aplicável, posologia e nome, endereço, CNPJ
e telefone para contato da farmácia e etiquetas com orientações, como por exemplo, manhã,
noite, agite antes de usar, etc.
É importante salientar que, a depender da forma farmacêutica a ser manipulada
existira procedimentos específicos, sendo de grande importância inspecionar cada processo a
fim de obter um produto de qualidade, seguro e eficaz.

3.9.Conferência final:

Após a manipulação, tanto as formulas quanto a documentação devem passar pelo


processo de conferencia final, realizada pelo farmacêutico responsável, para certificar se a
fórmula manipulada está de acordo à prescrição. Essa conferencia inclui a inspeção visual da
formula, bem como, registros e documentos. Depois de conferidas são assinadas pelo
farmacêutico e logo são dispostas na loja, em prateleiras e agrupadas separadamente dos
demais pedidos, em sacolas plásticas e em ordem alfabética. Para as fórmulas termolábeis, as
mesmas devem ser armazenadas em geladeiras até ser dispensada para o cliente final.

3.9.Rotulagem e embalagem

Após a manipulação é feita a rotulagem. Todos os pedidos acompanham seus


respectivos rótulos. Os rótulos das preparações farmacêuticas de estoque mínimo contêm
alguns dados, como: Nome do produto e dosagem, lote interno, data da fabricação e validade
e a quantidade que foi manipulada. Já para as formulas manipuladas a serem dispensadas
apresentam rótulos contendo o nome do prescritor e do paciente, numero de registro no livro
de receituário, data da manipulação e prazo de validade, forma farmacêutica, identificação
com a quantidade de todos os componentes da receita, numero de unidades, peso/volume,
quando aplicável, posologia e nome, endereço, CNPJ e telefone para contato da farmácia. Já a
matéria prima com transferência de embalagem de acondicionamento, a farmácia possui
rótulo padrão para a identificação do material fracionado e transferido de embalagem.
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3.10. Dispensação

Antes de o pedido ser dispensando ao cliente final há uma verificação do produto


avaliando a sua conformidade, as etiquetas de advertências, doses, observações do laboratório,
nome do paciente e orienta-lo das condições adequadas de conservação e seu uso adequado.

3.11. Garantia de Qualidade e Registro

A garantia de qualidade se objetiva em assegurar que os produtos e serviços estejam


dentro dos padrões de qualidade exigidos. Para assegurar à qualidade das fórmulas
manipuladas a farmácia possui um sistema de garantia de qualidade (SGQ) que se baseia nas
Boas Práticas de Manipulação (BPM) e tem a finalidade de
Assegurar que as operações de manipulação sejam identificadas por escrito e que as
exigências das BPM sejam devidamente cumpridas, os controles necessários para avaliar as
matérias primas devem ser realizados conforme procedimentos escritos e registrados e devem
haver a elaboração de procedimentos escritos para a limpeza da área de manipulação,
materiais e equipamentos; os equipamentos devem estar calibrados e documentados; a
preparação de manipulação siga os procedimentos estabelecidos; a preparação seja
manipulada e conservada mantendo a sua qualidade; Realização de auto inspeções de forma a
obter uma melhoria continua; exigência de programa de educação inicial e continuo;
proibição de cosméticos, joias e acessórios para aqueles que tem contato direto com a
manipulação e estabelecer prazos de validade às formas manipuladas.

3.12. Descarte de Resíduos

A RDC 306/2004 e a Resolução n. 358/2005 do Conselho Nacional de Meio,


preconiza que os serviços de saúde que produzam residuais devem possuir um plano de
gerenciamento de resíduos(PGRSS) com o intuito de relatar as atividades ligadas ao manejo
dos resíduos, atentando a suas características, abrangendo os aspectos referentes à geração,
manejo, segregação, acondicionamento, identificação dos resíduos de acordo a sua tipologia
(A, B, C, D, E), transporte interno, armazenamento, coleta e transporte externo, destino
ambiental final, proteção à saúde pública e meio ambiente, conforme descrito na legislação.
Na farmácia em questão a mesma possui PGRSS e todo o lixo acumulado nas lixeiras
de cada setor é retirado ao final do expediente e é transferido para o local de coleta.
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3.13. Excipientes

Na manipulação de medicamentos, a maioria fármacos ou insumos farmacêuticos


costumam ser combinados com agentes não farmacológicos, denominados de excipientes. Os
excipientes possuem a função de solubilizar, suspender, expessar, diluir, emulsificar,
estabalizar, colorir, conservar e flavonizar as formas farmacêuticas manipuladas, de forma a
obter produtos estáveis, seguros e eficazes (COSTA; et al, 2021).
De acordo com Guia de Manipulação os excipientes são divididos em quatro tipos,
sendo eles:

 Excipiente IP1: Indicado para ativos de alta solubilidade, voltado para preenchimento
de cápsulas gelatinosas. A sua formulação constitui-se de estearato de magnésio,
lactose mono-hidratada, dióxido de silício coloidal e celulose microcristalina.

 Excipiente IP2: Também indicado como excipiente para cápsulas com ativos de alta
solubilidade. Sua formulação constitui-se de dióxido de silício coloidal, celulose
microcristalina e amido de milho.

 Excipiente IP3: Excipiente utilizado para cápsulas com ativos de baixa solubilidade.
Sua formulação constitui-se de amido glicolato, sódio, dióxido de silício coloidal,
lauril sulfato de sódio, celulose microcristalina e lactose mono-hidratada.

 Excipiente IP4: Excipiente de cápsulas para ativos de baixa solubilidade.


Sua formulação constitui-se de amido glicolato sódio, lauril sulfato de sódio, amido de milho
e celulose microcristalina.
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4. CONCLUSÃO

A manipulação é uma prática muito antiga e que prevalece até os dias atuas como
atividade exclusiva do profissional farmacêutico voltada para fins terapêuticos. No qual, o
conhecimento acerca do processo de fabricação e controle de qualidade das formas galênicas
é fundamental para a obtenção de um produto farmacêutico de qualidade.
Nessa perspectiva, o estágio de manipulação me possibilitou vivenciar uma
experiência única no qual foi possível aplicar os conhecimentos teóricos e práticos adquiridos
ao longo do curso, bem como, absorver novos conhecimentos do que é realizado na pratica na
farmácia de manipulação, de forma a adquirir competências com profissionais experientes que
irão contribuir futuramente para o exercício da minha profissão. Ademais, foi notório o
conhecimento e a vasta experiência dos profissionais da farmácia que demostraram
responsabilidade por parte da gestão e orientação farmacêutica aos pacientes acerca dos
produtos manipulados garantindo efetividade e segurança tanto na manipulação de produtos
como na utilização dos mesmos, sendo possível entender a complexidade e a importância dos
cuidados exigidos na manipulação para a obtenção de produtos seguros e eficazes em um
curto prazo de tempo, com preço acessível e personalizado de acordo a demanda de cada
paciente.
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5. REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE FARMACÊUTICOS MAGISTRAIS. Portal Anfarmag,


2007. Disponível em: https://anfarmag.org.br/. Acesso em: 20 nov. 2022

ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução – RDC nº 67, de 8 de


outubro de 2007. Boas Práticas de Manipulação de Preparos Magistrais e Oficinais para Uso
Humano em farmácias.

BONFANTI, Sandra. História da farmácia de manipulação. BioFase. Santa Catarina, 2022.

BUSANELLO, C. et al. Farmácia com manipulação: Guia do profissional farmacêutica.


Conselho Regional de Farmácia do Estado do Paraná. CRF- PR. 2017. Disponível em:
https://www.crfpr.org.br/uploads/revista/28746/aZZf464JBFpB_j0DtYTwkQy0BI3URohA.p
df. Acesso em: 20 nov. de 2022.

DIAS, K.L.F.; FREY, J.A.; MARQUEZ, C.O. Vantagens dos medicamentos manipulados X
medicamentos industrializados. Revista Ibero – Americanas de humanidades, Ciência e
Educação – REASE. São Paulo, v.6, n. 12, 2020.

NUNES, G.A.R., Legislação e qualidade em farmácias magistrais. FAEMA: Faculdade de


Educação e Meio Ambiente. Ariquemes, 2011.

PEIXOTO, F.S., Avaliação da qualidade de cápsulas de nifedipino (10 mg) manipuladas em


farmácias magistrais de Santo Antônio de Jesus/BA. FAMAM. Governador Mangabeira,
2013.

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