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4.6- Aspectos conceituais relacionados ao uso racional de medicamentos:
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6. INTERVENÇÃO FARMACÊUTICA............................................................ 41
7. BIBLIOGRAFIA .......................................................................................... 45
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1. FARMACOLOGIA CLÍNICA
Fonte:www.revelandosaocarlos.com.br
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exercida em qualquer local que possua usuários de medicamentos expostos ao risco e
às consequências de seu uso.
O profissional que atua clinicamente tem, entre outras funções, a de garantir o uso
correto do medicamento, em conjunto com a equipe multiprofissional dos hospitais e
ambulatório, reduzindo o tempo de internação e melhorando a adesão destes ao
tratamento para garantir uma melhor qualidade de vida. Atua também na gestão da
farmacoterapia, revisando aspectos da seleção, administração e resultados terapêuticos
obtidos. Fornece educação e orientação ao paciente e recomendações ao médico para
ajustes no tratamento.
No início do século XX a figura do farmacêutico e da farmácia estava ligado ao
boticário, bem diferente do conhecimento que o farmacêutico possui hoje. Essa situação
acabou distanciando alguns profissionais das práticas em saúde naquela época. Assim
alguns, acabaram apenas atuando como dispensadores de produtos comerciais. Toda
essa situação, gerou na década de 60 uma reorganização das atitudes e formação,
gerando um movimento profissional para discutir melhorias nesta área. Assim, nascia nos
Estados Unidos o termo farmácia clínica, que incluía os farmacêuticos na equipe de
saúde para garantir sua qualidade de vida.
A farmácia clínica é uma responsabilidade do farmacêutico relacionada à utilização
correta dos medicamentos. Pode-se dizer que é a avaliação clínica do paciente sob o
ponto de vista farmacológico.
Nesse sentido, são analisadas se prescrição está condizente com indicações
terapêuticas dos medicamentos, com o estado clínico do paciente, e se esses estão
sendo efetivos, seguros e convenientes.
Soma-se a isso ao cenário clínico brasileiro caracterizado pelo aumento da
morbimortalidade relacionado a terapia medicamentosa e aos erros de medicação que
causam mortes previsíveis. Além disso, a prevalência de doenças crônicas que
necessitam de acompanhamento farmacoterapêutico contínuo.
1.2. Objetivo:
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2. FARMÁCIA CLÍNICA NO BRASIL LEGISLAÇÃO
Fonte:www.inspirar.com.br
7
Tem por função retroalimentar os demais membros da equipe de saúde com
informações que subsidiem as condutas.
A atividade do farmacêutico no cuidado ao paciente pressupõe o acesso a ele e
seus familiares, ao prontuário, resultados de exames e demais informações, incluindo o
diálogo com a equipe que assiste o paciente.
O farmacêutico deve registrar as informações relevantes para a tomada de decisão
da equipe multiprofissional, bem como sugestões de conduta no manejo da
farmacoterapia, assinando as anotações apostas.
Os hospitais devem adotar práticas seguras baseadas na legislação vigente, em
recomendações governamentais, e em recomendações de entidades científicas e afins,
nacionais e internacionais.
2.2- Competências
Comunicação e Educação;
Capacidade de julgamento, para tomada de decisão;
Avaliação e gerenciamento de informação médica;
Gerenciamento de Populações de Pacientes;
Conhecimentos sobre terapêutica.
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Devido à grande capilaridade do varejo farmacêutico brasileiro, o profissional que
deseja seguir a carreira de farmacêutico clínico tem um campo de ação nacional,
podendo atuar, inclusive, fora dos grandes centros urbanos.
Ser especialista em farmácia clínica exige que o profissional tenha um perfil
multidisciplinar, habilidade de comunicação, capacidade de tomar decisões e de interagir
com os pacientes, além de possuir conhecimentos aprofundados em fisiologia humana,
patologia, farmacologia e farmacoterapia. Ter fluência na língua inglesa é importante para
acessar a literatura técnica dessa carreira, e o espanhol é um importante diferencial.
Conhecimentos fisiopatologia / farmacoterapia;
Mente investigativa (nexo causal);
Acesso à informação de qualidade (literatura atualizada);
Habilidade de avaliação das situações;
Habilidade de comunicação;
Disponibilidade de educação permanente.
Realiza e desenvolve procedimentos para a promoção, proteção e
recuperação da saúde;
Assegura que o medicamento seja administrado na dose, frequência, via de
administração e horário corretos;
Verifica se a prescrição médica está de acordo com aspectos técnicos e
legais;
Promove intervenções terapêuticas, quando necessário;
Realiza consulta, anamnese e avaliação farmacêutica;
Integra comissões, criadas com o objetivo de promover o uso racional de
medicamentos e garantir a segurança do paciente;
Planeja e coordena, junto com outros profissionais da saúde, estudos
epidemiológicos e outras investigações relacionadas à área da saúde;
Participa de comitês de ética em pesquisa;
Monitora e avalia os resultados da farmacoterapia por meio da solicitação
de exames;
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Analisa os níveis terapêuticos dos fármacos administrados durante o
tratamento do paciente;
Identifica interações medicamentosas;
Desenvolve plano de cuidado farmacêutico individual para cada paciente;
Analisa, em períodos pré-determinados, os resultados das intervenções
farmacêuticas;
Administra medicamentos aos pacientes, quando for de sua competência
profissional;
Orienta quanto à administração de formas farmacêuticas;
Prescreve no âmbito de sua competência profissional;
Verifica a adesão do paciente ao tratamento medicamentoso.
Desenvolve métodos para promover a maior adesão do paciente ao
tratamento;
Informa e orienta a sociedade quanto ao uso racional de medicamentos, por
meio de programas e materiais educativos;
Participa da formação e desenvolvimento profissional de farmacêuticos;
Faz parte da coordenação, supervisão, auditoria, acreditação e certificação
de ações e serviços relacionados às atividades do profissional
farmacêutico;
Elabora e atualiza formulários terapêuticos e protocolos clínicos para a
utilização de medicamentos.
Para exercer a farmácia clínica em sua plenitude o farmacêutico precisa
desenvolver ou aperfeiçoar conhecimentos em farmacologia, semiologia, tecnologia
farmacêutica, análises clínicas e tantas outras que forem demandadas pelo mercado de
trabalho.
Infelizmente a base para atuação desse profissional não é fornecida
adequadamente nos cursos de graduação. É importante que os farmacêuticos que
desejam atuar nessa área procurem cursos de pós graduação ou residências
multidisciplinares.
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Além disso, deve se um profissional com amplo conhecimento da língua inglesa
devido à publicação de artigos científicos e com interesse por estudar os protocolos
clínicos e diretrizes terapêuticas publicadas pelo Ministério da Saúde.
Habilidades pessoais são fundamentais, pois esses profissionais terão que lidar
com a experiência subjetiva em relação à utilização dos medicamentos e deverão
formalizar uma relação terapêutica em todos os níveis de assistência à saúde.
Hospitais públicos;
Hospitais privados;
Hospitais filantrópicos;
Farmácias e Drogarias;
Clínicas.
Fonte:www.projetoextensaofurb.blogspot.com.br
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Consistem na necessidade de reavaliação da prescrição por parte da Equipe
Médica/e ou Enfermagem no intuito de orientar esquemas terapêuticos garantindo um
tratamento farmacológico adequado, efetivo e seguro.
Falha de prescrição;
Aprazamento das drogas;
Prazo de tratamento com antimicrobianos;
Protocolo de profilaxia com antimicrobianos;
Incompatibilidades farmacológicas e físico-químicas;
Posologia ideal;
Via de administração;
Reconciliação medicamentosa;
Interações medicamentosas;
Ajustes de dose para pacientes com insuficiências;
Uso racional de medicamentos.
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Ademais, devem sempre prezar pelo uso racional do medicamento, ou seja, a
terapia mais apropriada, pelo período mais adequado, ao menor custo e a mais
conveniente para o paciente ou do seu cuidador.
A farmácia clínica é uma atribuição do profissional que está crescendo cada dia
mais no cenário brasileiro. Isso pode ser verificado pelo aumento da prevalência das
doenças crônicas que requerem condutas terapêuticas contínuas. Diante da importância
dessa especialidade, o Conselho Federal de Farmácia promulgou recentemente as
principais atribuições clínicas desse profissional.
Porém os farmacêuticos se sentem despreparados, pois não possuem
embasamento científico e prático necessários para exercer plenamente essa função.
Sabendo disso, muitas instituições de ensino oferecem cursos de pós graduação e
residência multiprofissional.
Se você for farmacêutico, não deixe de investir nessa especialidade e consiga sua
tão desejada satisfação profissional. Se ainda for cursar essa graduação, considere atuar
nessa área. Se ainda tiver dúvidas, poste-as nos comentários abaixo e discuta com os
profissionais atuantes.
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3.5- Principais dificuldades enfrentadas por farmacêuticos para exercerem
suas atribuições clínicas
Fonte: www.farmaceuticort.wordpress.com
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Fonte:www.ictq.com.br
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O auto reconhecimento como profissional de saúde é vital para que o farmacêutico
incorpore a filosofia do Cuidado em saúde e utilize seus conhecimentos para realizar as
atividades clínicas e tornar-se um diferencial dentro da equipe de saúde.
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4.1- A importância da farmacologia clínica
Fonte:www.sercapacita.com.br
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4.2- As atribuições do farmacêutico na política nacional de medicamentos
Fonte:www.crf-pr.org.br
Fonte:www.bastidoresderondonia.com.br
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A farmácia hospitalar é uma unidade clínica e administrativa, na qual se processam
as atividades relacionadas à assistência farmacêutica. Dirigida exclusivamente por
farmacêutico, compõe a estrutura organizacional do hospital e está integrada
funcionalmente com as demais unidades administrativas e de assistência ao paciente.
O ponto de partida para a utilização de medicamentos é a prescrição, que é um
documento legal, pelo qual se responsabilizam quem prescreve, sendo no âmbito
hospitalar o médico, quem distribui o medicamento e quem o administra ao paciente,
estando sujeito a legislações de controle e vigilância sanitária.
A prescrição é um importante elo de comunicação escrita entre os profissionais de
saúde, vista como o início de uma série de eventos dentro do processo de medicação,
que resultará em uma administração segura ou não, de uma dose ao paciente.
Os requisitos e cuidados que devem ser adotados durante a elaboração da
prescrição e a distribuição dos medicamentos estão descritos principalmente nas
seguintes normas legais, Lei n° 5.991/73, Decreto n° 20.931/32 Resolução n°357 CFF e
Resolução nº 492/08.
O erro de medicação é qualquer evento evitável que, de fato ou potencialmente,
possa levar ao uso inadequado de medicamentos quando se encontram sob o controle
de profissionais de saúde, do paciente ou consumidor, podendo ou não provocar danos.
Pode ocorrer em qualquer momento do processo de medicação, pois este apresenta
várias etapas sequenciais, as quais são executadas por uma equipe multidisciplinar,
composta por médicos, farmacêuticos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e auxiliares.
Alguns fatores podem levar a erros de medicação, tais como falta de atenção ao executar
uma tarefa, deficiências na formação acadêmica, inexperiência, negligência, falhas na
comunicação entre a equipe, excesso de trabalho, uso de fontes de informação incorretas
e/ou desatualizadas, falta de conhecimento sobre os medicamentos e possíveis
interações, entre outros. Além de afetar diretamente a saúde do paciente, estes erros
provocam falta de credibilidade no sistema, desapontamento e desânimo nos
profissionais, comprometendo a qualidade assistencial.
Entre os erros de medicação encontra-se o erro de prescrição, o qual tem elevado
potencial para resultar em consequências maléficas para os pacientes. Para evitar esses
erros, é necessário que a prescrição seja apropriada, com doses adequadas em
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intervalos definidos, durante o tempo indicado de tratamento e deve-se garantir que os
medicamentos sejam eficazes, seguros e com qualidade. Prescrições ambíguas,
ilegíveis ou incompletas, bem como com ausência de padronização da nomenclatura dos
medicamentos prescritos, uso de abreviaturas e presença de rasuras, são fatores que
podem contribuir para a ocorrência de erros.
Para evitá-los são necessárias ações como capacitação dos profissionais,
promoção de cursos, palestras, seminários e treinamentos; alertando sobre os erros mais
frequentes e danos provocados aos pacientes. Quando ocorre um erro, a sua
comunicação é extremamente importante para prevenir erros futuros, por isso, deve-se
reconhecer a sua existência e a necessidade de ser relatado, elaborando mecanismos
que facilitem e estimulem a notificação. Deve-se ter um sistema de medicação bem
estruturado, promovendo condições que auxiliem na minimização e prevenção de erros,
sendo necessárias regras, normas e ações que deem o auxílio necessário aos
profissionais.
Devido aos diversos erros potenciais relacionados com a prescrição médica,
evidencia-se a importância do farmacêutico na análise prévia à distribuição dos
medicamentos, minimizando possíveis danos aos pacientes.
Portanto, por meio da intervenção farmacêutica, é possível reduzir eventos
adversos, aumentar a qualidade assistencial, diminuir custos hospitalares e promover o
uso racional de medicamentos. Outras estratégias são a implantação da prescrição
eletrônica, treinamento dos prescritores, conscientizando-os e educando-os para a
importância da prescrição correta e legível; e a atuação de farmacêuticos clínicos no
âmbito hospitalar.
A prevenção de erros tem sido reconhecida mundialmente como uma prioridade
para os serviços de saúde, sendo de grande relevância durante a prescrição médica, pois
os equívocos são bastante comuns.
Torna-se ainda mais complexa a administração de medicamentos, em pacientes
internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e Unidades Semi Intensiva (USI),
devido ao uso de medicamentos potencialmente perigosos (MPP) e ao fato de os
pacientes estarem com certa instabilidade clínica.
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4.5- Promoção do uso racional de medicamentos
Fonte: www.iped.com.br
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• Não se fazem ajustes para fatores coexistentes (clínicos, genéticos, ambientais
e outros)
• Utilizam-se dois ou mais medicamentos quando um dos dois alcançaria
virtualmente o mesmo efeito
• Procura-se atacar várias condições relacionadas quando o tratamento da
condição primária melhoraria ou resolveria as demais
• Não são prescritos os medicamentos necessários
• A dose é insuficiente
• A duração do tratamento é demasiadamente curta
Problemas de prescrição;
• Prescrição extravagante
• Sobre prescrição
• Prescrição incorreta
• Prescrição múltipla
• Subprescrição
Fonte:www.diariodebiologia.com
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• Eventos adversos, incluindo os letais. Exemplo: uso indevido de antibióticos, auto
prescrição ou uso inapropriado de automedicação;
• Eficácia limitada. Exemplo: quando não se obtém o efeito esperado devido ao
uso de dose subterapêutica;
• Resistência a antibióticos. Exemplo: o sobre uso ou o uso em doses
subterapêutica;
• Farmacodependência. Exemplo: abuso de certos medicamentos, tais como
os tranquilizantes;
• Risco de infecção. Exemplo: uso inapropriado de injetáveis.
Todos os componentes do ciclo da Assistência Farmacêutica podem e devem
contribuir para a promoção do uso racional de medicamentos, o que tentaremos
rapidamente exemplificar:
• Seleção e formulário terapêutico: orienta as escolhas terapêuticas para
medicamentos eficazes, seguros e custo-efetivos, bem como orienta quanto às
abordagens terapêuticas mais adequadas, inclusive, destacando as situações onde
a abordagem não-medicamentosa pode ser mais apropriada. No Brasil, foi elaborado
o Formulário Terapêutico Nacional, baseado nos medicamentos contidos na Relação
Nacional de Medicamentos Essenciais – Rename e disponível na Biblioteca Virtual em
Saúde.
• Gerenciamento da Assistência farmacêutica: o bom gerenciamento da
Assistência Farmacêutica deve ter como resultado a disponibilidade de medicamentos
de qualidade, adquiridos com agilidade satisfatória, baixo preço, armazenados e
distribuídos de forma a preservar suas características.
• Dispensação e uso: garante o acesso a medicamentos adequadamente
envasados e rotulados, o bom entendimento do uso do medicamento pelo paciente, bem
como intervém junto ao prescritor ou demais membros da equipe de saúde para
assegurar a correta prescrição.
Trata-se de estratégias para o uso racional de medicamentos, pois este é o
fundamento básico da Assistência Farmacêutica. Algumas áreas de estudo têm-se
consolidado por acarretarem a mobilização de técnicas e conhecimento específicos.
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Bem utilizadas, podem tornar-se ferramentas importantes para o diagnóstico da
realidade, fornecendo subsídios técnicos e gerenciais para a tomada de decisão.
Promoção da prescrição racional As estratégias para promover o uso racional de
medicamentos distribuem-se segundo o público-alvo que queremos sensibilizar. O
primeiro passo deve consistir em identificar as razões pelas quais as práticas
inapropriadas estão ocorrendo para melhor eleger e direcionar a intervenção. As
intervenções podem ser categorizadas da seguinte forma:
Fonte:www.ctbotelho.com.br
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1. O medicamento é conhecido ou suspeito de causar reações adversas ou
interagir com outros medicamentos, alimentos, ou procedimentos diagnósticos, de forma
a representar um risco elevado à saúde.
2. O medicamento é utilizado no tratamento de pacientes que podem se encontrar
em elevado risco de reações adversas
3. O medicamento é uma substância muito prescrita ou cara
4. O medicamento é potencialmente tóxico ou causa desconforto nas doses
terapêuticas normais
5. O medicamento é mais efetivo quando usado de maneira específica
6. O medicamento está sendo submetido a uma avaliação para adição, retirada ou
retenção nas listas de padronização
7. O medicamento foi selecionado, por meio de organizações de controle, para
avaliação Várias das comissões multidisciplinares da saúde (farmácia e terapêutica,
controle de infecção hospitalar, nutrição parenteral, óbitos etc.) Trabalham com temas
que podem gerar várias possibilidades de interface com a questão dos medicamentos,
gerando e/ou orientando diversas intervenções.
É bastante comum que os prescritores não considerem o custo do tratamento
como parâmetro de escolha dentre as opções terapêuticas.
Assim, incluir essas informações nos boletins ou outros instrumentos informativos
pode ser de grande utilidade.
Os modelos padronizados de receituário, facilitando a explicitação de critérios de
prescrição para determinados fármacos, também podem ser outra alternativa a utilizar.
Como exemplo já em uso no Brasil, temos as requisições de receita para substâncias
controladas pela Portaria 344/98, bem como o uso de formulários específicos para
solicitação de antibióticos utilizados por vários hospitais.
Na falta de uma denominação melhor em português, estamos chamando de
‘embalagens inteligentes’ aquelas em que a disposição e a quantidade de medicamentos
fornecidos servem como orientação tanto para o prescritor como para o paciente quanto
à melhor forma de uso dos medicamentos. Exemplos disso são as cartelas de
contraceptivos orais e os blísteres (calendários utilizados na hanseníase).
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Algumas unidades de saúde têm utilizado outras medidas administrativas com a
intenção de promover a prescrição racional, como por exemplo, limitar a circulação dos
representantes de empresas médicas, proibição de uso de amostras grátis de
medicamentos não padronizados e outras. É interessante lembrar que a descontinuidade
do abastecimento de medicamentos é outro aspecto administrativo que frequentemente
pode acarretar o uso irracional, na medida em que, pela ausência das opções
terapêuticas de primeira escolha, os prescritores tenderão a utilizar opções
desnecessariamente mais caras e inadequadas.
Estratégias regulatórias Incluem as medidas de cunho regulatório, como a
definição de políticas com orientação ao uso racional, os atos com medidas regulatórias
à prescrição, a retirada de produtos inidôneos do mercado, as restrições de
comercialização e de distribuição. As principais medidas de promoção da prescrição
racional estão sumarizadas.
A execução de determinados projetos de investigação, utilizando a metodologia
própria dos estudos de utilização de medicamentos, é outra arma importante. Quanto à
criação de Centros de Farmacovigilância, é notória sua contribuição, principalmente, no
que diz respeito ao saneamento do mercado farmacêutico e identificação de problemas
pontuais. Este, entretanto, é um aspecto que ainda está em desenvolvimento no país.
4.12- Intervenções para a promoção do uso racional por parte dos profissionais
de saúde:
Treinamento de prescritores
Educação formal (anterior à prática profissional)
Educação continuada
Visitas supervisionadas
Grupos de leitura, seminários, centros de estudo Material impresso
Literatura clínica e boletins
Guias de tratamento e formulários de medicamentos
Panfletos
Abordagens baseadas no contato de rotina Estratégias gerenciais
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Seleção, aquisição e distribuição
Listas de aquisição limitadas ao elenco de medicamentos essenciais
Estudo de revisão de medicamentos com intervenção
Fonte:www.blogmarcosfrahm.com
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Embora eles sejam semelhantes, preparamos um guia rápido para ajudá-lo a sanar suas
dúvidas. Confira:
Medicamentos de referência ou de marca: quando uma farmacêutica descobre um
medicamento novo, ela tem de registrá-lo no órgão federal responsável pela vigilância
sanitária do país (no caso do Brasil, a Anvisa). É preciso comprovar cientificamente a
eficácia, segurança e qualidade do produto na ocasião do registro. Para isso, são
necessários estudos, pesquisas e testes, o que gera custos altos que serão revertidos no
preço do produto. Um medicamento de referência, normalmente, leva mais de um ano
para ser aprovado pela Agência.
Os remédios de marca em geral estão no mercado há um bom tempo, são bastante
conhecidos pelo seu nome comercial e normalmente estão entre os primeiros que
surgiram para curar determinada doença.
Na embalagem sempre há o nome inventado pela farmacêutica (nome fantasia do
produto), o do princípio ativo e o da empresa que criou a fórmula.
Quando o período da patente expira – esse prazo varia de acordo com as leis de
cada país, mas no Brasil o tempo de comercialização sem concorrentes é de 20 anos -,
outros laboratórios são autorizados a produzir o mesmo medicamento.
Medicamentos similares: são uma cópia do medicamento de referência, com o
mesmo princípio ativo, a mesma concentração, via de administração, posologia e
indicação terapêutica, além de precisarem passar obrigatoriamente pelos mesmos testes
de bioequivalência e biodisponibilidade. Por exemplo, se o medicamento de referência
começa a fazer efeito depois de 1 hora, os similares devem seguir o mesmo padrão.
Segundo a Anvisa, eles só podem ser diferentes em características relativas ao
tamanho, prazo de validade, embalagem e rotulagem. Na prática, o que muda mesmo é
o nome comercial do medicamento.
Medicamentos genéricos: os genéricos são uma cópia idêntica dos medicamentos
de marca, pois têm a mesma composição química. Portanto, é possível tomar o remédio
genérico no lugar do de marca e vice-versa, com toda segurança.
A lei dos genéricos no Brasil foi implantada em 1999 com o objetivo de ampliar o
acesso da população aos medicamentos, principalmente os pacientes de doenças
crônicas, como diabetes. Para ser identificados, precisam conter na embalagem uma
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tarja amarela e logo abaixo do nome do princípio ativo, a frase “Medicamento genérico –
Lei 9.787/99”.
Muitos consumidores têm receio quanto à qualidade do produto, já que seu preço
é inferior. No entanto, esse temor não procede, pois desde o início da implantação da
política dos genéricos no país, esses medicamentos passam por testes de comprovação
de qualidade. Em tese, eles são mais baratos porque em seu preço não estão embutidos
gastos com propagandas, nem custos de pesquisa para o desenvolvimento do produto
novo.
Por lei, os genéricos devem ser no mínimo 35% mais baratos. Por exemplo, se
determinado medicamento de referência custa R$ 20,00, o genérico deve custar até R$
13,00. Como são os laboratórios que estimam o preço, nada impede que ele seja ainda
mais barato.
6. INTERVENÇÃO FARMACÊUTICA
Fonte:www.crfms.org.br
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Atenção Farmacêutica surge no cenário brasileiro e internacional como um novo
exercício profissional onde o farmacêutico assume a responsabilidade de garantir que o
paciente, que recebe um medicamento, possa cumprir os esquemas farmacoterapêuticos
e seguir o plano de assistência, de forma a alcançar resultados positivos.
Ao farmacêutico moderno é indispensável conhecimentos, atitudes e destrezas
que permitam ao mesmo integrar-se à equipe de saúde e interagir mais com o paciente
e a comunidade, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida no que se refere à
otimização da farmacoterapia e o uso racional de medicamentos. As ações do
farmacêutico, no modelo de atenção farmacêutica, em sua grande maioria, são atos
clínicos individuais.
As sistematizações das intervenções farmacêuticas e a troca de informações
dentro de um sistema de informação composto por outros profissionais de saúde pode
contribuir para um impacto em nível coletivo e na promoção do uso seguro e racional de
medicamentos.
No início do século XX, o farmacêutico era o profissional de referência para a
sociedade nos aspectos relacionados ao medicamento, atuando na guarda, na
dispensação e na manipulação de, praticamente, todos os fármacos disponíveis na
época. Com a expansão da indústria farmacêutica, o abandono da prática de formulação
pela classe médica e a diversificação do campo de atuação fizeram com que a prática
farmacêutica consistisse apenas na distribuição de medicamentos industrializados,
levando o profissional a se distanciar da área.
A preocupação com a qualidade, a eficácia e a segurança dos medicamentos
produzidos em larga escala fez com que o farmacêutico hospitalar fosse solicitado
a prestar informações sobre as características que os novos medicamentos podiam ter
sobre o perfil clínico dos pacientes.
Nos anos 60, surge nos Estados Unidos, a farmácia clínica com o objetivo de
promover a saúde, prevenir e monitorar eventos adversos, intervir e contribuir na
prescrição de medicamentos para a obtenção de resultados clínicos positivos, otimizar a
qualidade de vida dos pacientes e minimizar os custos relacionados à terapia.
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Dessa forma o farmacêutico passa a integrar a equipe de saúde e a atuar de forma
mais efetiva na assistência prestada ao paciente, usando seus conhecimentos para
melhorar o cuidado.
Torna-se fundamental para a terapêutica clínica à medida que ocorre a prevenção
dos erros de medicamentos, a promoção do uso correto e racional, a diminuição do custo
da terapia e o tempo de internação do paciente.
Atualmente, é quase impossível pensar em prática médica ou a relação médico-
paciente sem a presença de medicamentos. O seu uso indevido é um problema de saúde
pública e gera grandes consequências econômicas, todavia quando utilizados
apropriadamente são o recurso terapêutico mais eficaz.
O farmacêutico realiza a monitorização terapêutica analisando a posologia, a
interação do medicamento com outros fármacos, com alimento ou com alguma patologia,
a via de administração, a indicação terapêutica e os efeitos adversos. Essa avaliação
poderá resultar em uma intervenção farmacêutica.
O farmacêutico é o profissional do medicamento e deve estar inserido na equipe
multiprofissional para o combate ao uso irracional de medicamentos e na diminuição de
erros e eventos adversos, sempre contribuindo na melhoria da farmacoterapia e na
promoção da qualidade de vida dos pacientes.
A intervenção farmacêutica é capaz de melhorar o cuidado ao paciente e quando
documentada permite a avaliação da qualidade por meio de indicadores, os quais podem
ser utilizados para demonstrar a contribuição do farmacêutico na assistência, reforçar aos
profissionais a importância desse cuidado e comparar os dados com outras instituições,
visando melhorias de processos.
Para realizar a farmácia clínica com qualidade é importante que os processos
estejam sistematizados e padronizados de modo que se possa definir e ampliar esse
instrumento de trabalho em todos os campos de atuação e até mesmo em outras
instituições hospitalares.
Um dos desafios da categoria farmacêutica é modificar as condutas, incorporando
na prática profissional um modelo que propicie ao farmacêutico assumir a
responsabilidade com a farmacoterapia. Para tanto a relação contínua entre paciente e
farmacêutico é fundamental para que os serviços de intervenção farmacêutica sejam
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realizados de maneira ética e legal, fornecendo resultados permanentes assegurando a
efetividade da terapia estabelecida.
Deste modo cabe aos profissionais farmacêuticos buscarem seus lugares frente
às equipes de saúde, criando assim laços que sustente a sua prática profissional, indo
ao encontro dos objetivos estabelecidos para a intervenção farmacêutica e procurando
identificar e servir as necessidades reais do cidadão.
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7. BIBLIOGRAFIA
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47