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Manual do Formando
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Índice
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 3
5. RASTREABILIDADE ......................................................................................... 7
8. BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 15
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Introdução
Atualmente, a qualidade e a segurança dos géneros alimentícios constituem
preocupações tanto para as empresas do setor alimentar como para o consumidor. Qualidade,
segundo a ISO 8402 (1994), é a totalidade das caraterísticas que confere a algo a capacidade de
satisfazer as necessidades do consumidor. A qualidade alimentar diz respeito às caraterísticas
que um alimento deve possuir, enquanto a segurança se relaciona unicamente com os riscos
que podem ser nocivos à saúde do consumidor. Para tal, os géneros alimentícios têm que ser
adequados para o consumo humano, de forma a não colocarem em causa a saúde e o bem-estar
do consumidor. O nível de exigência na qualidade alimentar, por parte do consumidor, aumenta
a cada dia que passa (CAC/RCP 1-1969- Rev. 4, 2003). O principal objetivo da legislação no setor
alimentar é proteger os interesses dos consumidores, fornecendo-lhes informação para que as
escolhas sejam efetuadas com conhecimento de causa; prevenir as práticas fraudulentas ou
enganosas; a adulteração de géneros alimentícios e quaisquer outras práticas que possam
induzir em erro o consumidor (Regulamento (CE) n.º 178/2002, de 28 de janeiro).
No entanto, a segurança dos géneros alimentícios está relacionada com a presença de
perigos no momento do seu consumo. Como a introdução dos perigos pode ocorrer em
qualquer etapa do processo, torna-se essencial a existência de um controlo adequado ao longo
de todo o processamento. As indústrias alimentares são obrigadas por lei a ter um sistema de
gestão da segurança alimentar. Consequentemente, criou-se o sistema Hazard Analysis and
Critical Control Points (HACCP), Análise de Perigos e Controlo de Pontos Críticos, tendo como
objetivo garantir a segurança dos géneros alimentícios através da identificação dos perigos
associados, desde a produção primária até à expedição de um determinado produto,
estabelecendo as medidas adequadas para que o controlo seja eficaz (NP EN ISO 22000, 2005).
Apesar de distintos, os princípios e práticas exigidos a nível da segurança alimentar estão
integrados na qualidade alimentar, sendo expectável que as empresas alimentares possuam um
sistema HACCP (Dias, 2010).
O plano HACCP deverá ser encarado como uma ferramenta de análise e prevenção de
perigos ligados ao processamento alimentar e não apenas como o controlo do produto final.
Este sistema de autocontrolo pode ser aplicado ao longo de toda a cadeia alimentar, desde a
produção primária até ao consumidor final. Desde 1986 que o Comité do Codex Alimentarius
recomenda às empresas da área alimentar a aplicação de sistemas de autocontrolo baseados
nos princípios do sistema HACCP (Vaz et al., 2000).
Ao longo da cadeia alimentar é essencial que exista comunicação com as diversas
etapas, de forma a assegurar que todos os perigos relevantes para a segurança alimentar são
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identificados e adequadamente controlados em cada etapa do processo. A comunicação com os
clientes e os fornecedores sobre os perigos identificados e as medidas de controlo permite obter
os requisitos dos vários clientes e dos vários fornecedores (NP EN ISO 22000, 2005). Desta forma,
antes da implementação do HACCP, é preciso criar condições, como os pré-requisitos, fazendo
estes com que o HACCP seja eficaz.
1.2. Código
4794
1.5. Objetivos
Explicar os principais requisitos legais aplicáveis à rolha de cortiça.
Reconhecer métodos de rastreabilidade.
Explicar os pré-requisitos de um sistema de segurança alimentar.
1.6. Conteúdos
Características do produto rolha de cortiça e sua utilização;
Requisitos legais do produto rolha de cortiça para contacto alimentar;
Rastreabilidade;
Pré-requisitos de um sistema de segurança alimentar:
o Formação;
o Controlo da potabilidade da água;
o Instalações e equipamentos;
o Manutenção e limpeza;
o Saúde e higiene pessoal;
o Controlo de pragas;
o Boas práticas de higiene e fabrico,
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Os 7 princípios do sistema HACCP.
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Atualmente, a extração é ainda feita por um processo manual, com a ajuda do machado,
mas existe cada vez menos operadores especializados no golpeio da cortiça.
Relativamente à rolha de cortiça é o único vedante capaz de respeitar a evolução do
vinho e o desenvolvimento do seu esplendor após o engarrafamento. E é também o único capaz
de aliar tradição, sustentabilidade e alta competência técnica qualquer que seja o néctar a
preservar. Desde que D. Pérignon lhe reconheceu todas as virtudes que procurava para os seus
vinhos, a rolha de champanhe evoluiu para a sua forma definitiva, conjugando um corpo
principal em aglomerado de cortiça com dois discos de cortiça natural na extremidade que
permanece em contacto com o vinho. É destinada a vinhos que associam uma pressão extrema
com uma subtil delicadeza, como champanhes e vinhos espumantes ou espumosos. Opção
incontestável nos melhores champanhes do mundo.
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3.3. Sistema de gestão de perigos e riscos
Os fornecedores devem ser capazes de demonstrar um Sistema de gestão de perigos
e riscos formal, através de todo o processo de fabrico e assegurar que todos os perigos para a
segurança do consumidor e à integridade do produto estão identificados, e que os controlos
apropriados estão estabelecidos e documentados (Natural Cork, 2007).
4. Rastreabilidade
De acordo com o Regulamento (CE) n.º 178/ 2002, de 28 de janeiro, rastreabilidade é a
capacidade de descobrir a origem e seguir o rasto de um género alimentício, de um alimento
para animais, de um animal produtor de género alimentício ou de uma substância alimentícia
ou para alimentos para animais ao longo de todas as fases de produção, transformação,
distribuição e comercialização (incluindo a produção primária). Consiste em conhecer, a partir
do produto final, a sua origem e percurso. As empresas do setor alimentar devem ter
implementados procedimentos que permitam a identificação dos fornecedores dos géneros
alimentícios e dos compradores aos quais tenham sido fornecidos os seus produtos (AHRESP,
2009).
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5.1. Formação
A formação em higiene e segurança alimentar é fundamental para todos que, direta ou
indiretamente, trabalham no setor alimentar. De acordo com o Regulamento (CE) n.º 852/ 2004,
de 29 de abril, os empregadores devem garantir que os colaboradores que manuseiam os
géneros alimentícios e os responsáveis pelo desenvolvimento e manutenção de sistemas de
segurança alimentar tenham formação/instrução adequada em segurança alimentar. Segundo
Vaz et al., (2000) a empresa deverá assegurar os conhecimentos e competências específicos que
permitam possuir um sistema HACCP eficaz. A formação de higiene e segurança alimentar
deverá ser transmitida a todos os colaboradores, dando a importância necessária a este setor e
às operações que cada colaborador executa.
Segundo Quali (2015), os colaboradores das empresas do setor alimentar deverão
elaborar planos de formação adequados, tomando em consideração os seguintes fatores:
Natureza do (s) género (s) alimentício (s);
Processo de produção/transformação/distribuição;
Modo de consumo/utilização do género alimentício;
Forma de conservação/armazenamento;
Tipo de embalamento;
Prazo de validade;
Entre outros.
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dispensada de efetuar o controlo a todos os parâmetros definidos no DEC-LEI n.º 306/
2007, mas terá de se certificar e de poder evidenciar que quer o armazenamento, quer
o tratamento não afetam de forma negativa a qualidade da água e que esta cumpre os
valores paramétricos definidos.
Quando a dimensão da empresa é grande e o risco da utilização de uma água imprópria
é significativo. Neste caso, é aconselhável prever um plano de controlo analítico da água,
no mínimo a nível microbiológico e ao desinfetante residual livre (normalmente cloro
residual livre).
A água utilizada é fornecida por uma entidade gestora mas, por motivos externos a este
estágio, os dados do controlo analítico da água na zona de implantação da empresa do
setor alimentar não estão disponíveis. Neste caso a empresa do setor alimentar terá de
suportar o controlo analítico da água, com vista a verificar o cumprimento dos valores
paramétricos definidos no DEC-LEI n.º 306/ 2007.
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ser de fácil higienização, sem zonas onde exista probabilidade de acumulação de sujidade. Desta
forma, deverão ser elaborados planos de manutenção e verificação dos equipamentos, planos
de higienização, sempre que adequado e aplicável. Os planos de higienização deverão conter as
seguintes informações: procedimentos de higienização, agentes de limpeza a aplicar e
respetivas concentrações/ diluições, periodicidade de higienização, responsáveis pela
higienização, responsável pela verificação, procedimento de verificação, periodicidade de
verificação, ações corretivas a tomar em caso de deteção de não conformidades e registos
associados.
Segundo Lima (2013), a eficácia dos processos da empresa depende da manutenção dos
equipamentos. Estes têm uma particular relevância, na medida em que destes depende a
produtividade e a eficiência das máquinas. Todas as paragens devem ser mínimas; para tal, uma
correta manutenção garante a qualidade dos equipamentos e o seu bom funcionamento. A
manutenção dos equipamentos no setor alimentar deve ser feita periodicamente, de forma a
manter e conservar os equipamentos, tendo uma higiene e segurança alimentar adequadas.
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Evitar o contacto da pele com o produto (Dias, 2006).
A higienização correta das instalações começa pelos responsáveis da empresa, pois são
estes que através do reconhecimento da importância deste setor sabem que a higienização
inadequada pode custar muito dinheiro ou até colocar em causa a viabilidade da empresa,
podendo originar reclamações por falta de qualidade e higiene (Loureiro, 2009). Normalmente
a higienização é realizada durante a laboração, mas também se deve proceder a uma
higienização das instalações, equipamentos e utensílios de forma a assegurar uma higiene
adequada a toda a envolvente do setor sempre que seja necessário (Baptista, 2003).
Segundo o Regulamento (CE), nº 852/ 2004, de 29 de abril, relativo à higiene dos géneros
alimentícios, todos os materiais, utensílios e equipamentos que entrem em contacto com
mesmos devem estar efetivamente higienizados. Segundo a APED (2004), devem existir os
seguintes cuidados:
As instalações, equipamentos e utensílios devem permitir uma higienização adequada;
As frequências mínimas de higienização de equipamentos, instalações e utensílios
deverão ser previamente definidas pela equipa HACCP;
As superfícies que estão em contacto direto com os géneros alimentícios deverão ser
higienizadas, com frequência e sempre que necessário;
Os agentes de higienização devem encontrar-se claramente identificados e devem ser
armazenados em locais isolados dos géneros alimentícios.
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A higiene pessoal é de extrema importância, especialmente neste tipo de indústria, pois
há um contacto elevado com os alimentos que estão a ser processados, sendo uma potencial
fonte de contaminação (Dias, 2006).
Quadro 1- Requisitos da higiene pessoal
Aplicação Requisitos
Irrepreensivelmente limpas;
É proibido o uso de adornos;
Mãos
Higiene individual
A secagem das mãos deve ser feita com toalhas de papel, descartáveis
e absorventes.
Cabelos Devem apresentar-se lavados, penteados e totalmente cobertos.
Barba ou
Devem manter-se devidamente aparados.
bigode
Todos os visitantes devem utilizar o kit visitante;
Deve ser de cor clara, estar limpo e deve ser mudado regularmente;
Vestuário
Deve ser lavável ou descartável;
É obrigatório o uso de touca.
Cada colaborador deve ser convenientemente informado de todas as
regras, devendo ter o conhecimento de toda a documentação;
Formação do pessoal
Cada colaborador deve estar informado para cumprir uma boa
higiene tal como as suas obrigações.
O pessoal deverá apresentar condições de saúde para que não
Saúde do pessoal contamine os alimentos;
Informar o superior hierárquico sempre que tiver alguma doença.
São proibidos comportamentos, tais como: fumar, mascar pastilhas,
Atitudes
comer, tossir, roer as unhas, entre outros.
*Nota: A farda de trabalho nunca deve ser utilizada fora das instalações de trabalho.
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Devem ser arquivados os registos das intervenções feitas por técnicos especialistas e
pelos colaboradores;
Os produtos utilizados para o controlo de pragas, devem ser utilizados com todas as
precauções, com o objetivo de não contaminarem os géneros alimentícios;
As suas embalagens devem ser guardadas em armários fechados devidamente
identificados, e num local onde não existam géneros alimentícios.
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Princípio 5: Estabelecimento de Ações Corretivas – Quando a vigilância indicar que um Ponto
Crítico de Controlo está fora de controlo, deve ser colocada em prática a respetiva ação
corretiva;
Princípio 6: Estabelecimento de Procedimentos de Verificação – Deve ser efetuada regular-
mente, uma verificação para analisar se as medidas referidas nos princípios 1 a 5 estão a
funcionar eficazmente;
Princípio 7: Estabelecimento da Documentação – Elaboração de documentos e registos ade-
quados, a fim de demonstrar a aplicação eficaz das medidas referidas nos Princípios 1 a 6.
A equipa HACCP será responsável por toda a aplicação do Sistema, nomeadamente pela sua
definição, implementação, operacionalidade e atualização. Deve existir um responsável da
equipa, que coordenará todas estas atividades. A equipa deve definir o âmbito de aplicação do
Sistema HACCP, incluindo todas as atividades e todos os produtos.
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7. Bibliografia
Baptista, P. & Saraiva, J. (2003). Higiene pessoal na indústria alimentar. Forvisão-
consultoria em Formação Integrada, Lda, 34 pp.
CAC/RCP 1 (1969). Recommended International Code of Practice – General Principles of
Food Hygiene, Rev. 4 (2003), 27 pp.
Decreto-Lei n.º 306/2007 de 27 de Agosto, Diário da República, I Série, n.º 164, 27 de
Agosto de 2007.
Dias, I. A. (2006). Proposta de reformulação de um plano HACCP aplicado ao fabrico de
bacon – Tecnologia da Carne – trabalho de fim de curso com vista à obtenção do
Bacharel em Engenharia Alimentar - Escola Superior Agrária de Santarém, 97 pp.
Dias, S. I. P. (2010). Implementação da Norma ISO 22000:2005 numa indústria de
transformação de frutos secos. Dissertação para obtenção do grau de Mestre em
Tecnologia e Segurança Alimentar. Universidade Nova de Lisboa, 106 pp.
Fortes, M. A. ; Rosa, M. E.; Pereira H. (2006) A cortiça. 2ª edição, 260pp.
ISO 22000 (2005). Sistemas de gestão da segurança alimentar: requisitos para qualquer
organização que opere na cadeia alimentar, 45 pp.
Loureiro, M. (2009). Código de Boas Práticas de Segurança Alimentar (HACCP) na
Restauração Temporária. Trabalho elaborado no âmbito da cadeira de Segurança
Alimentar o Mestrado em Engenharia Alimentar. Escola Superior Agrária de Coimbra, 27
pp.
Maximiano, D. G. F. (2014). Revisão do plano HACCP na produção de arroz e validação
do método de determinação de brancura e textura do arroz. Tecnologia dos Cereais –
trabalho de fim de curso com vista à obtenção grau de Licenciatura em Engenharia
Alimentar. Escola Superior Agraria de Santarém, 71 pp.
Natura Cork (2007). Guia Internacional para a compra de rolhas de cortiça para vinhos
tranquilos. Acedido em outubro, 19, 2020 disponível em::
https://issuu.com/acas.pt/docs/guia_internacional_compra_de_rolhas
Quali (2015). HACCP: vantagens. Acedido em outubro, 19, 2020 disponível em:
http://www.quali.pt/haccp/226-vantagens-haccp
Regulamento (CE) n. º 854/2004. Jornal Oficial da União Europeia, N.º 139 de 29 de Abril
de 2004: Comissão das Comunidades Europeias, 59 pp.
Regulamento (CE) n.º 178/2002. Jornal Oficial da União Europeia, N.º L 31 de 1 de
fevereiro de 2002: Comissão das Comunidades Europeias, 24 p.
Regulamento (CE) n.º 852/2004. Jornal Oficial da União Europeia, N.º 139 de 29 de Abril
de 2004: Comissão das Comunidades Europeias, 54 pp.
Vaz, A; Moreira, R.; Hogg, T. (2000). Introdução ao HACCP. Associação para a Escola
Superior de Biotecnologia da Universidade Católica, 53 pp.
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