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Formador: C. Miranda
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UFCD 3297
Objetivos
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Índice
1. Introdução .............................................................................................................................. 4
2. Conceitos ............................................................................................................................... 4
3. HACCP ................................................................................................................................... 5
3.1. Conceito do Sistema HACCP ........................................................................................ 6
3.1.1. Codex Alimentarius ............................................................................................... 7
3.2. Contaminação Cruzada ................................................................................................. 7
3.3. Perigos .......................................................................................................................... 8
3.3.1. Perigos Físicos ...................................................................................................... 8
3.3.2. Perigos Biológicos ............................................................................................... 10
3.3.3. Perigos Químicos ................................................................................................ 12
3.3.4. Medidas de Controlo de Perigos de Carácter Geral ........................................... 15
3.4. Regulamentação em Vigor .......................................................................................... 16
4. Pré-requisitos HACCP ......................................................................................................... 16
5. Receção e Armazenamento de Géneros Alimentícios ........................................................ 17
5.1. Compra de matérias-primas e produtos alimentares .................................................. 17
5.2. Área/Zona de Especifica Receção .............................................................................. 18
5.3. Controlo/Inspeção dos Veículos de Transporte na Receção ...................................... 18
5.4. Armazenamento à temperatura ambiente ................................................................... 18
5.5. Armazenamento a baixas temperaturas ..................................................................... 20
6. Rastreabilidade .................................................................................................................... 23
7. Princípios do HACCP ........................................................................................................... 24
8. Fases de implementação do sistema .................................................................................. 25
9. Sistemas de registo e arquivo .............................................................................................. 34
10. Bibliografia ....................................................................................................................... 39
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1. Introdução
2. Conceitos
Saúde: Estado de completo bem estar físico, social e psíquico e não somente a ausência de
doença.
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Higiene Alimentar: Conjunto de regras, medidas e condições que permitem garantir a
segurança e salubridade dos alimentos, em todas as etapas da cadeia alimentar, produção,
preparação, embalagem, transporte, distribuição e venda, permitindo assim, preservar a saúde
do consumidor.
3. HACCP
HACCP
Hazards Analysis and Critical Control Points
Ou
Análise de perigos e Controlo de Pontos Críticos
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3.1. Conceito do Sistema HACCP
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permitem prever que este sistema é uma das ferramentas mais utilizada no século XXI,
temos como exemplo a norma ISO 22000 relativa a Sistema de Gestão de Segurança
Alimentar.
A Comissão do Codex Alimentarius (CCA) foi criada em 1962, numa conferência sobre
normas legais para alimentos organizada pela FAO e pela OMS.
O Codex Alimentarius é constituído por um conjunto de documentos de natureza
diversa, agrupados em dois grandes grupos: Normas alimentares e Disposições de
natureza consultiva.
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A contaminação cruzada pode ser mais facilmente prevenida se forem implementados
determinados procedimentos:
• Implementação de um sistema de cores (por exemplo em cabos de
facas, tábuas de corte, caixas de plástico para armazenar alimentos);
• Higienização correta das mãos dos operadores;
• Adequado armazenamento dos alimentos;
• Cobertura de todos os alimentos a guardar nas câmaras de
refrigeração.
3.3. Perigos
Agente biológico, químico ou físico, presente no alimento que pode causar um efeito
adverso para a saúde.
Entendem-se por perigos físicos todos os objetos que possam aparecer nos alimentos,
como:
• Adereços pessoais (ex: brincos, anéis, pulseiras... )
• Vidros
• Paus
• Pedras
• Cabelos
• Ossos, espinhas
• Metais (ex: parafusos, clips... )
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• Extrínsecos às matérias-primas:
• Instalações, equipamentos ou utensílios
• Operadores que manipulam os alimentos (direta ou indiretamente)
• Materiais de embalagem
• Atividades de manutenção
• Atividades de higienização dos equipamentos e instalações
• Pragas
Materiais de Embalagem
Cuidados deficientes na armazenagem de matérias-primas embaladas podem levar à
acumulação de poeiras e partículas na superfície das embalagens. Exemplos de
cuidados a ter:
• Limpar o exterior da embalagem;
• Retirar as embalagens secundárias, antes de colocar as matérias-
primas nos locais de preparação e confeção, em áreas suficientemente
afastadas para prevenir a contaminação dos produtos alimentares.
Os materiais de embalagem podem contaminar os alimentos de forma muito diversa:
• Madeira (ex. caixas de hortofrutícolas)
• Objetos metálicos (ex. grampos metálicos)
• Cartões e papéis (ex. acondicionamento de matérias-primas)
• Cordas (ex. utilizadas para fechar embalagens de cartão)
• Plásticos (ex. tampas de recipientes para líquidos; sacos de polietileno
usados no acondicionamento de matérias-primas).
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Instalações, Equipamento e Utensílios
Os materiais das estruturas físicas do estabelecimento: tetos, paredes, pavimento e
equipamentos, devem possuir características adequadas em termos de durabilidade e
resistência á corrosão, de modo a manterem a sua integridade em condições normais
de utilização. Deverá ser avaliado o risco de os produtos poderem ser contaminados
com materiais tais como tinta, materiais de isolamento, ferrugem e poeiras que
possam desprender-se do teto ou de, por exemplo, tubagens.
Outro perigo normalmente associado às instalações dos estabelecimentos de
restauração é o vidro. Este perigo está mais frequentemente associado à existência de
janelas e de lâmpadas nas zonas de preparação e confeção de alimentos.
A deterioração dos equipamentos pode resultar em contaminações com objetos
físicos de vários tipos, como por exemplo, as juntas em borracha (ex. de câmaras de
conservação de produtos refrigerados ou congelados).
Operadores
Objetos que podem contaminar os alimentos:
• Adornos pessoais (ex. joias, relógios, pulseiras, brincos, piercings)
• Botões
• Objetos transportados nos bolsos (ex. canetas, moedas, chaves)
• Cabelos, ganchos
• Unhas postiças
• Cigarros, fósforos
• Pastilhas elásticas
• Caroços de fruta
• Materiais de embalagens alimentares.
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Para causar doença, é preciso que os microrganismos se multipliquem até formarem
um grande número nos alimentos. Quando as condições do alimento são ideais para os
microrganismos, uma única bactéria pode se multiplicar em 130.000 em apenas 6 horas.
• Bactérias patogénicas
• Salmonella
• Staphylococcus aureus
• Clostridium
• Listeria monocytogenes
• Bolores
• Penicillium
• Aspergillus
• Leveduras
• Saccharomyces cerevisiea
• Candida
• Vírus, Parasitas, etc...
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Fatores Extrínsecos que afetam o Crescimento Microbiano
• Temperatura
• Água;
• Composição do meio (alimento).
Existe uma enorme gama de substâncias indesejáveis que podem por diferentes
razões ocorrer na cadeia alimentar e constituir perigo para a saúde dos consumidores.
Os perigos químicos estão, salvo raras exceções, relacionados com contaminações
graves e de certo modo, ao contrário dos perigos biológicos, são responsáveis por
problemas de saúde que não se manifestam de forma aguda.
Perigos químicos podem ser:
• Aditivos alimentares
• Pesticidas químicos
• Medicamentos veterinários
• Metais pesados
• Toxinas naturais
• Alergénios
• Químicos criados pelo processo de confeção
• Químicos introduzidos nos alimentos
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Aditivos
• Acidificante
• Anti aglomerante
• Antioxidante
• Aromatizante
• Conservante
• Corante
• Edulcorante
• Emulsionante
• Espessante
• Estabilizador
• Intensificador de sabor
• Levedante químico
• Regulador de acidez
Pesticidas
O efeito nefasto dos pesticidas só se manifesta ao fim de alguns anos dado que a sua
toxicidade se deve à sua ação cumulativa no organismo humano.
Metais Pesados
A contaminação com metais pesados pode constituir um grave risco para a saúde
pública, na medida em que o organismo humano não tem capacidade para eliminar
estes elementos e eles tendem a acumular-se em determinados órgãos do corpo
humano.
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Toxinas
Alimentos que podem possuir naturalmente toxinas:
• alguns tipos de pescado
• moluscos bivalves
• mexilhões
• ostras
• vieiras
• cogumelos
• amendoins
• nozes
• pistachio
• cereais
Estas toxinas, não sendo destruídas pelo calor e permanecendo inalteradas nos
alimentos depois do processamento térmico, podem provocar intoxicações graves.
Assim, é importante assegurar que estes alimentos são capturados ou colhidos e
armazenados em condições adequadas que não provoquem qualquer deterioração dos
produtos.
Alergénios
Aproximadamente 1% da população mundial é alérgica a substâncias que estão
presentes naturalmente em vários tipos de alimentos, como por exemplo:
• leite de vaca
• frutas
• leguminosas (em particular, amendoim e soja)
• ovos
• crustáceos
• nozes
• pescado
• produtos hortícolas (ex.: aipo)
• trigo, e outros cereais
As reações variam com a sensibilidade de cada pessoa. Podendo ser moderadas
(e.g. lacrimejar, descarga nasal, cefaleia, irritações cutâneas), e em pessoas
extremamente sensíveis, estas podem entrar em choque em poucos minutos.
Em produtos embalados os ingredientes reconhecidos como alergénios devem
encontrar-se indicados no rótulo. Esta prática é indispensável, na restauração, para
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evitar o consumo inadvertido desses ingredientes por parte de pessoas que lhes são
suscetíveis.
• Formação do pessoal;
• Construção e manutenção de infraestruturas;
• Construção e manutenção de equipamentos;
• Higiene pessoal;
• Higienização;
• Controlo de pragas.
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3.4. Regulamentação em Vigor
• Codex Alimentarius
• Regulamento (CE) Nº 178/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho
determina os princípios e normas gerais da legislação alimentar, cria a
Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos e estabelece
procedimentos em matéria de segurança dos géneros alimentícios.
• Regulamento (CE) 852/2004, relativo à higiene dos géneros alimentícios;
• Regulamento (CE) 853/2004, que estabelece regras específicas de higiene
para alimentos de origem animal;
• Regulamento (CE) 854/2004, relativo a regras específicas de organização dos
controlos oficiais de produtos de origem animal destinados ao consumo Humano.
4. Pré-requisitos HACCP
Instalações
Produtos Equipamentos
Matérias-primas
Pessoal Transporte
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5. RECEÇÃO E ARMAZENAMENTO DE GÉNEROS ALIMENTÍCIOS
A área de receção das mercadorias deve estar sempre limpa e desobstruída, pelo
que os produtos rececionados devem ser mantidos nessa área o mínimo tempo
possível. Esta área deve estar devidamente identificada e fisicamente separada da
área de preparação/confeção dos alimentos.
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5.5. Armazenamento a baixas temperaturas
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• Caso exista mais do que uma câmara frigorífica, o operador deve
armazenar os alimentos nas câmaras específicas para os mesmos;
• Caso exista apenas uma câmara frigorífica, os alimentos devem ser
colocados pela seguinte ordem:
• Os alimentos cozinhados na prateleira superior;
• As carnes e os peixes crus nas prateleiras intermédias;
• Os vegetais nas prateleiras inferiores ou, caso existam,
nas gavetas apropriadas;
• Os produtos em fase de descongelação na parte inferior.
• Relativamente à refrigeração de frutos e hortícolas, devem ser tidas em
consideração algumas incompatibilidades entre eles;
• Os vegetais não deverão ser armazenados em sacos de plástico, a
não ser que sejam sacos próprios, de modo a permitir arejamento;
• Assegurar que os alimentos crus não entrem em contacto com os
alimentos confecionados
• Os alimentos que se encontrarem em descongelação devem estar
acondicionados em recipientes que evitem o contacto com sangue e
líquidos resultantes do processo de descongelação;
• Alimentos enlatados cuja embalagem já foi aberta, nunca devem ser
armazenados no interior das latas, em especial os alimentos ácidos.
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• Em caso de avaria da câmara, e caso ocorra a descongelação dos
alimentos, estes devem ser cozinhados imediatamente e
consumidos.
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6. Rastreabilidade
À receção:
• Nome e morada do fornecedor
• Natureza do produto
• Quantidade
• Data
À expedição:
• Nome e morada do cliente
• Natureza do produto
• Quantidade
• Data
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7. Princípios do HACCP
5º Princípio Estabelecimento das ações corretivas a tomar quando um dado PCC se encontra
fora dos limites críticos.
Conforme as indicações do Codex Alimentarius, o sistema tem pode ser traduzido em:
PRINCÍPIO 1
Identificar os potenciais perigos associados com a produção de alimentos em todos
os seus pontos, desde a receção das matérias-primas até ao ponto de consumo.
Determinar a probabilidade de ocorrência do(s) perigo(s) e identificar as medidas
preventivas para o seu controlo.
PRINCÍPIO 2
Determinar os pontos (procedimentos/passos operacionais) que podem ser
controlados para eliminar o(s) perigo(s) ou minimizar a sua probabilidade de
ocorrência.
PRINCÍPIO 3
Estabelecer limite(s) crítico(s) a ser(em) cumprido(s), por forma a assegurar que cada
Ponto Crítico (PCC) está sob controlo.
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PRINCÍPIO 4
Estabelecer um sistema de monitorização para assegurar o controlo de cada PCC
através de testes ou observações programadas.
PRINCÍPIO 5
Estabelecer a ação corretiva a ser tomada quando a monitorização indica que
determinado PCC não está dentro do limite estabelecido.
PRINCÍPIO 6
Estabelecer procedimentos para verificação que incluam testes suplementares e
procedimentos para confirmar que o sistema HACCP está a funcionar de forma efetiva.
PRINCÍPIO 7
Estabelecer a documentação respeitante a todos os procedimentos e registos
apropriados a estes princípios e à sua aplicação.
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• Produção/operacionais
• Qualidade/técnicos
• Engenharia
• Especialistas adicionais (especialistas independentes, associações do
comércio e indústria, autoridades reguladoras, etc.)
• Administrativo/secretária (opcional)
2. Descrever o produto:
• Composição
• Estrutura física/química (pH, aw, etc.)
• Tratamentos (salmoura, congelação, fumagem, etc.)
• Embalagem
• Durabilidade
• Condições de armazenagem
• Método de distribuição, etc.
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4. Construir um Diagrama de fluxo (ou fluxograma):
• Deve ser construído pela equipa HACCP.
• Deve abranger todos os passos da operação para um produto específico.
• O mesmo diagrama de fluxo pode ser utilizado para diversos produtos
que sejam fabricados utilizando passos de processamento semelhantes.
• Ao aplicar o HACCP a uma dada operação, deve ter-se em consideração
os passos anteriores e posteriores à operação especificada.
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7. Determinar os PCCs:
• Pode existir mais que um PCC no qual um controlo deva ser aplicado
visando o mesmo perigo.
• Aplicação da árvore de decisão. Esta deve ser utilizada como orientação
na determinação dos PCCs.
• Se tiver sido identificado um perigo num passo em que é necessário
controlo para efeitos de segurança, e não existir nenhuma medida de
controlo nesse passo, ou em qualquer outro, então o produto ou o
processo deverá ser modificado nesse passo, ou em qualquer fase
anterior ou posterior, de modo a permitir incluir uma medida de controlo
Para que a árvore de decisão seja uma ferramenta eficaz, na determinação dos PCC’s
a considerar, torna-se necessário a correcta interpretação das quatro questões nela
presentes.
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Interpretação das questões 1, 2, 3 e 4 da árvore de decisão:
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Questão 3 (Q3): Pode a contaminação com o perigo identificado ocorrer em excesso
do nível aceitável ou pode aumentar a um nível inaceitável?
A equipa deve considerar toda informação que possui acerca dos procedimentos
associados a cada etapa do processo, por forma a responder a esta questão.
Deve-se, em primeiro lugar, considerar se algum dos ingredientes utilizados pode
eventualmente constituir um perigo de contaminação que possa exceder os limites
aceitáveis. Para isso deve-se considerar a informação epidemiológica, os
procedimentos do fornecedor, etc.
Se houver dúvidas na resposta, então esta deve ser SIM.
Deve-se, também, ponderar se os operadores, o equipamento, o ar, as paredes, o chão,
etc., poderão constituir uma fonte de contaminação do produto. Se houver dúvidas na
resposta, então esta deve ser SIM.
Nesta questão a equipa deve estar ciente de que apenas uma etapa do processo pode
não permitir o desenvolvimento do perigo para níveis inaceitáveis, mas que com o
conjunto das etapas subsequentes isso se possa verificar devido a fatores cumulativos
como o tempo e as temperaturas a que o produto se encontra sujeito durante o processo
de fabrico. Desta forma a equipa deve analisar não apenas a etapa específica em
estudo, mas também o efeito que as etapas seguintes podem representar.
A equipa deve ter em conta as seguintes considerações:
• Os ingredientes utilizados poderão constituir fonte de perigos em estudo?
• A etapa do processo desenvolve-se num ambiente que pode constituir uma
fonte de perigo?
• É possível ocorrer a contaminação cruzada de outro produto/ingrediente?
• É possível ocorrer a contaminação cruzada por parte dos operadores?
• As condições cumulativas de tempo/temperatura são tais que o perigo irá
aumentar no produto para níveis inaceitáveis?
Se, após considerar todos os fatores associados, a equipa tiver a certeza que a resposta
à Q3 é NÃO, então a etapa em estudo não é um PCC e pode-se aplicar a árvore de
decisão à próxima etapa do processo.
Se a resposta é SIM, então a equipa deve passar à Q4 para a mesma etapa do
processo.
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Questão 4 (Q4): Irá um passo subsequente eliminar ou reduzir a probabilidade de
ocorrência do perigo identificado a um nível aceitável?
Esta questão só deve ser colocada se a equipa respondeu sim à Q3. Esta deve então
questionar sequencialmente as etapas do processo identificadas no fluxograma por
forma a determinar se existe uma etapa subsequente que elimine o perigo ou o reduza
para níveis aceitáveis.
A utilização esperada do produto, por parte do consumidor, deve ser aqui incluída se
estivermos a julgar a segurança do produto até ao consumo.
A Q4 desempenha um papel fulcral na identificação de PCC’s uma vez que permite a
presença do perigo, na etapa em estudo, se este for subsequentemente eliminado ou
reduzido para níveis aceitáveis por aplicação de um processo ou através das acções do
consumidor (ex: cozinhar). Se assim não fosse todas as etapas duma operação
específica poderiam levar à determinação de demasiados PCC’s, para um sistema de
controlo que se quer efetivo.
Se a equipa responder SIM à Q4 pode então aplicar a árvore de decisão ao próximo
perigo ou à próxima etapa do processo.
Se a resposta à Q4 é NÃO então foi identificado um PCC. Neste caso a equipa deve
especificar qual o fator considerado crítico (ex: a matéria-prima, a etapa
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• Adicionalmente, a monitorização deve idealmente fornecer esta
informação a tempo de efetuar ajustamentos de forma a garantir o
controlo do processo, para impedir a violação dos limites críticos.
• Os ajustamentos devem ser efetuados antes de ocorrer um desvio.
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• Os desvios e as ações corretivas associadas;
• Os procedimentos de verificação executados;
• As modificações ao plano HACCP.
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• permitir modificação
• permitir fácil inspeção
• arquivados por período dependente do tempo de prateleira do produto
• assinados e datados
Procedimentos de verificação
• Servem para determinar:
• se o sistema HACCP está de acordo com o plano HACCP definido.
• se o plano HACCP originalmente desenvolvido é apropriado para o
presente produto/processo e se é efetivo no controlo dos perigos.
• Devem assegurar que os PCC, procedimentos de monitorização e limites
críticos são apropriados e que as ações corretivas foram executadas
corretamente.
• Devem incluir:
• auditoria ao plano HACCP.
• auditoria ao sistema de documentação.
• revisão de desvios e ações corretivas.
• testes microbiológicos a produtos intermédios e produto final.
• pesquisa de problemas aos produtos na cadeia de distribuição/postos de
venda.
• análise do uso do produto por parte do consumidor.
• Deve ser efetuado no final do estudo HACCP e depois a intervalos regulares.
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Desafios potenciais à aplicação do HACCP nas Indústrias portuguesas
• Indústria tradicional e conservadora
• Preocupações sobre custos de produção e despesas gerais elevadas
• Falta de informação
• Falta de formação pessoal
• Falta de recursos técnicos e recursos humanos
• A língua
O sistema HACCP inclui procedimentos que fornecem garantia de que o plano está
efetivamente a ser implementado e de que é cumprido no dia-a-dia.
O plano HACCP deve ser atualizado e retificado periodicamente para assegurar que
permanece corrente. Isto é apenas senso comum – um plano HACCP que foi
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desenvolvido um ano antes dificilmente refletirá as atividades correntes de uma forma
precisa.
A auditoria HACCP poderá também fornecer razões para a mudança, mas é importante
lembrar que a auditoria é apenas um exercício de amostragem, um indicador se o plano
HACCP é aplicado e está correto.
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Relatório de Auditoria
O relatório da auditoria é muito importante na relação estabelecida entre as duas partes.
O registo reflete onde o cumprimento é bom, assim como onde o problema existe.
O objetivo de uma auditoria é registar as ocorrências.
Em adição, para o processo auditado, os registos devem incluir todas as observações
e deficiências que tenham sido notadas.
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10. Bibliografia
FAO; Food Quality and Safety Systems - A Training Manual on Food Hygiene
and Hazard Analysis and Critical Control Point (HACCP) System; 1998
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