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Introdução MSA
Nos anos 60 foi desenvolvido o Sistema de HACCP (Hazard Analysis and Critical Control Points) ou
Análise de Riscos e Pontos de Controlo Críticos que permite obter produtos com elevada segurança
através da identificação dos perigos associados ao seu manuseamento e das medidas adequadas
ao seu controlo. Desde 1986 que o Comité do Codex Alimentarius1 recomenda, aos operadores
alimentares, a aplicação dos princípios do sistema de HACCP. Em 1993 foi publicado o código de
HACCP pelo Comité da Higiene dos Alimentos da Comissão do Codex Alimentarius (FAO/WHO),
transposto para a legislação comunitária (Directiva 93/43 do Conselho de 14 de Junho de 1993) o
qual era exigido, de um modo geral, a todas as empresas do sector alimentar.
Em Portugal, a Directiva 93/43 do Conselho de 14 de Junho de 1993 foi transposta para o Decreto-Lei
n.º 67/98 de 18 de Março que estabelece normas gerais de higiene a que devem estar sujeitos os
géneros alimentícios bem como as modalidades de verificação dessas normas – o Autocontrolo. Em
1999 o Regulamento da Higiene dos Géneros Alimentícios constante nesse diploma foi alterado pelo
Decreto-Lei n.º 425/99 de 21 de Outubro. Desta forma, as empresas do sector alimentar viram-se
obrigadas a desenvolverem e aplicarem o Autocontrolo como garantia da segurança sanitária dos
seus alimentos em todas as fases da produção desde a preparação, transformação, fabrico,
embalagem, armazenagem, transporte, distribuição, manuseamento e venda ou colocação à
disposição do público consumidor de géneros alimentícios.
A 1 de Janeiro de 2006 entrou em vigor o Regulamento (CE) nº. 852/2004 do Parlamento Europeu e
do Conselho de 29 de Abril de 2004. Este regulamento estabelece regras gerais destinadas aos
operadores do sector alimentar no que se refere à higiene dos géneros alimentícios bem como à
aplicação geral dos procedimentos baseados nos princípios HACCP. A 12 de Junho de 2006 foi
publicado o Decreto-lei nº113 que defina as coimas a aplicar no caso de incumprimento do
regulamento referido anteriormente.
1 Codex Alimentarius - conjunto de padrões alimentares adoptados internacionalmente que consistem na protecção da
saúde do consumidor.
Elaborado Aprovado Página 1 de 34
Avaliação do sistema:
14ª. Revisão do sistema.
m) Limite de segurança (limite operacional) - um valor mais rígido do que um limite crítico para
impedir a ocorrência de um desvio.
n) Medida de controlo – acção destinada a eliminar ou reduzir a probabilidade de ocorrência
de um risco para um nível aceitável.
o) Monitorização/Vigilância – conduzir uma sequência planeada de observações ou medidas,
com o objectivo de verificar se o ponto de controlo crítico está sob controlo.
p) Perigo: um agente biológico, químico ou físico presente nos géneros alimentícios ou nos
alimentos para animais, ou uma condição dos mesmos, com potencialidades para provocar
um efeito nocivo para a saúde;
q) Plano HACCP - documento escrito, baseado nos princípios do Sistema de HACCP, que
descreve os procedimentos a serem seguidos para assegurar o controlo de um processo ou
procedimento específico.
r) Ponto de Controlo Crítico (PCC) – etapa, fases operacionais ou procedimentos que devem ser
monitorizados, de modo a eliminar um risco ou a diminuir a probabilidade da sua ocorrência.
s) Pré-requisítos – procedimentos, incluindo as boas práticas de higiene, que abordam as
condições de operação de modo a fornecerem as bases para o sistema de HACCP.
t) Registo – documento contendo informação relativa à aplicação e acompanhamento do
sistema de HACCP.
u) Risco: uma função da probabilidade de um efeito nocivo para a saúde e da gravidade
desse efeito, como consequência de um perigo;
v) Segurança alimentar – garantia de que o alimento não causará danos no consumidor
quando preparado e/ou consumido de acordo com o uso a que se destina.
w) Severidade - variedade de consequências (gravidade) que podem resultar de um perigo.
x) Sistema de HACCP - o resultado da implementação dos princípios de HACCP numa
operação que tenha um programa de pré-requisitos implementado, bem fundamentado e
abrangente. O sistema de HACCP permite a identificação dos perigos, análise dos riscos e a
determinação e monitorização dos pontos de controlo críticos por forma a garantir a
segurança dos alimentos.
y) Tolerância – variação admitida à volta do valor alvo, mas ainda dentro do limite crítico.
z) Validação – constatação da eficácia dos elementos do sistema de HACCP.
aa) Valor alvo – valor para o qual o processo deve estar ajustado.
bb) Verificação – aplicação de métodos, procedimentos, e ensaios adicionais às medidas de
monitorização, de modo a comprovar a eficácia do sistema e o cumprimento do plano de
HACCP.
Âmbito
O presente plano HACCP aplica-se aos produtos e refeições produzidos e servidos aos consumidores
no estabelecimento. Este plano abrange os perigos – biológicos, químicos e físicos – em todas as
fases, desde a recepção dos produtos até ao serviço às utentes e às crianças (dos 0 aos três anos) e
colaboradores, no sentido de garantir a obtenção de produtos sãos e de qualidade.
Equipa HACCP
A equipa que desenvolveu este plano de HACCP é composta por 13 elementos que possuem
conhecimentos a nível do produto, processo e do sistema HACCP:
Com base na informação obtida junto dos responsáveis os produtos, mencionados em anexo,
servidos e distribuídos no estabelecimento foram agrupadas em três processos distintos, de forma a
tornar viável a aplicação prática do Sistema de HACCP, da seguinte forma:
Frango frito -- P3
Frango grelhado -- P3
Frango cozido -- P3
Pato frito -- P3
Pato cozido -- P3
Carne à bolonhesa -- P3
Batata cozida -- P3
Batata a murro -- P3
Batata frita -- P2
Courgette estufado P2
Nabiça -- P3
Brócolos -- P3
Couve-flor -- P3
Feijão-verde -- P3
Couve -- P3
Beterraba Sulfitos P3
BERCÁRIO
NOTA: Esta sopa é também fornecida às utentes que se encontram em contexto lar, e que
que comem a dieta cremosa.
PRATOS CRECHE
Salada russa com atum e ovo cozido Ovo, mostarda, sulfitos, peixe P2
Cherne grelhado com batata e salada Peixe P2
de tomate com couve roxa
Pescada cozida com batata, feijão- Sulfitos, peixe P2
verde e cenoura
Jardineira de vaca com feijão-verde e Aipo P2
cenoura
Lombo de porco estufado com Aipo P2
Carne
esparguete e feijão-verde
Arroz de carne com salada mista Aipo, sulfitos P2
Borrego estufado com esparguete, Aipo, sulfitos P2
couve-flor e salada de tomate
Arroz de pato com salada de tomate Soja, leite, glúten, sulfitos, aipo P2
e cenoura
Galinha estufada com couve, grão e Sulfitos, tremoço, aipo P2
arroz branco
Frango no forno com esparguete e Glúten, ovo, aipo P2
salada de alface com tomate
Rancho de carnes brancas com couve Sulfitos, tremoço, aipo P2
e arroz branco
Empadão de duas cores com carne Leite, ovo, P2
Gelatina
Pudim flan Leite P3
Os produtos servidos destinam-se às utentes, crianças ( 0 aos 3 anos) e aos colaboradores do Centro
Social da Divina Providência.
Preparação
Serviço
Recepção de
matérias-primas
Descongelação
Preparação dos
alimentos
Triturar/ Desfiar
Exposição a
quente
Serviço Transporte
Serviço
Recepção de
matérias-primas
Descongelação
Preparação dos
alimentos
Triturar/ Desfiar
Arrefecimento
Reaquecimento
Exposição a quente
Serviço
• Qualificação de fornecedores.
• Boas Práticas de Higiene (BPH).
Recepção de matérias- • Presença de agentes contaminantes (biológicos, químicos e ou físicos) nas matérias-
primas primas. • Controlo da recepção de matérias-primas (temperatura, validade, rotulagem, estado das embalagens, características
organolépticas dos produtos, etc) (SA_RRM (carimbo))
• Cumprimento do procedimento PR RM e Instrução de Trabalho: ITRM
• Boas Práticas de Higiene (BPH).
• Contaminação biológica, química e ou física dos géneros alimentícios armazenados
Armazenagem à • Rotação de Stocks (FIFO- First in First out)
(alimentos não perecíveis).
temperatura ambiente • Controlo da validade dos produtos.
• Desenvolvimento microbiano.
• Cumprimento do procedimento: PRAA
• Controlo e registo da temperatura de refrigeração (Impresso:SA_RTEC)
• Boas Práticas de Higiene (BPH) nomeadamente o controlo da validade dos produtos.
• Controlo da limpeza e desinfecção de equipamentos (Plano de Higiene,, Impresso: SA_RMH)
Armazenagem sob • Contaminações cruzadas.
• Formação dos manipuladores.
refrigeração (1) • Desenvolvimento microbiano.
• Manutenção periódica dos equipamentos de frio (Documento: CTR MR.01)
• Verificação das temperaturas dos equipamentos de frio com termómetro calibrado (documento: CTLVE.01)
• Cumprimento do procedimento PR AA
• Contaminações dos produtos prontos a consumir (ex.: contaminação física por cabelo) • Serviço imediato após retirar o alimento das condições de conservação sob refrigeração/congelação
Serviço
• Desenvolvimento microbiano. • Boas Práticas de Higiene (BPH).
• Qualificação de fornecedores.
• Boas Práticas de Higiene (BPH).
Recepção de • Presença de agentes contaminantes (biológicos,
matérias-primas químicos e ou físicos) nas matérias-primas. • Controlo da recepção de matérias-primas (temperatura, validade, rotulagem, estado das embalagens,
características organolépticas dos produtos, etc) (SA_RRM (carimbo))
• Cumprimento do procedimento PR RM e Instrução de Trabalho: ITRM
• Contaminação biológica, química e ou física dos • Boas Práticas de Higiene (BPH).
Armazenagem à géneros alimentícios armazenados (alimentos não • Rotação de Stocks (FIFO- First in First out)
temperatura perecíveis).
ambiente • Controlo da validade dos produtos.
• Desenvolvimento microbiano. • Cumprimento do procedimento: PRAA
• Controlo e registo da temperatura de refrigeração (Impresso: SA_RTER)
• Boas Práticas de Higiene (BPH) nomeadamente o controlo da validade dos produtos.
• Controlo da limpeza e desinfecção de equipamentos (Plano de Higiene, Impresso: SA_RMH)
Armazenagem sob • Contaminações cruzadas.
• Formação dos manipuladores.
refrigeração • Desenvolvimento microbiano.
• Manutenção periódica dos equipamentos de frio (Documento: CTR MR.01)
• Verificação das temperaturas dos equipamentos de frio com termómetro calibrado (documento: CTLVE.01)
• Cumprimento do procedimento PR AA
• Controlo e registo da temperatura de conservação de congelados (Impresso: SA_RTEC)
• Boas Práticas de Higiene (BPH) nomeadamente o controlo da validade dos produtos.
Desenvolvimento microbiano a temperaturas • Formação dos manipuladores.
Armazenagem sob
inadequadas para conservação de produtos • Controlo da limpeza e desinfecção de equipamentos (Plano de Higiene, Impresso: SA_RMH)
congelação
congelados. • Manutenção periódica dos equipamentos de frio (Documento: CTR MR.01)
• Verificação das temperaturas dos equipamentos de frio com termómetro calibrado (documento: CTLVE.01)
• Cumprimento do procedimento PR AA
• Controlo da temperatura de refrigeração (Impresso: SA_RTER)
• Boas Práticas de Higiene (BPH) e cumprimento do procedimento PRDLA
• Desenvolvimento microbiano.
Descongelação • Controlo da limpeza e desinfecção de equipamentos (Plano de Higiene, Impresso: SA_RMH)
• Contaminações cruzadas.
• Manutenção periódica dos equipamentos de frio (Documento: CTR MR.01)
• Verificação das temperaturas dos equipamentos de frio com termómetro calibrado (documento: CTLVE.01)
Exposição a • Manter os alimentos a temperatura mínima de 65ºC por um período inferior a 2 horas (SA_RTEXP).
• Desenvolvimento microbiano
quente • Boas Práticas de Higiene (BPH).
• Contaminações dos produtos prontos a consumir (ex.: • Serviço imediato após a confecção.
Serviço contaminação física por cabelo) • Boas Práticas de Higiene (BPH).
• Desenvolvimento microbiano.
• Minimizar o tempo de transporte
Transporte • Desenvolvimento microbiano. • Controlo da limpeza e desinfecção dos “carrinhos” de transporte (Impresso: SA_RMH)
• Controlo da temperatura dos alimentos a quente (marmitas) (Impresso: SA_RTIAM)
• Qualificação de fornecedores.
• Boas Práticas de Higiene (BPH).
Recepção de
matérias-primas • Controlo da recepção de matérias-primas (temperatura, validade, rotulagem, estado das embalagens,
• Presença de agentes contaminantes (biológicos, características organolépticas dos produtos, etc) (TAB TP.01, SA_RRM)
químicos e ou físicos) nas matérias-primas.
• Cumprimento do procedimento PR RM e Instrução de Trabalho: ITRM
Recepção de
• Controlo da recepção de donativos (Impresso: SA_RD_Coz./ SA_RD_Anex)
refeições já prontas
Desenvolvimento microbiano a
Armazenagem sob congelação temperaturas inadequadas para Sim Não Sim Não Sim (PCC) ----
conservação de produtos congelados.
• A preparação de alimentos permitirá
• Contaminação biológica, química e remover contaminantes físicos (visíveis a
ou física nomeadamente olho nu).
contaminações cruzadas. • A lavagem de alimentos poderá remover
Preparação dos alimentos Sim Sim ---- ---- Sim (PCC)
• Sobrevivência de microrganismos alguns agentes químicos.
(lavagem e desinfecção de vegetais e • A desinfecção de vegetais e frutas
fruta com casca)). permitirá reduzir ou eliminar a carga
microbiana existente nos mesmos.
Armazenamento sob refrigeração • Contaminações cruzadas.
Sim Não Sim Não Sim (PCC) ----
(2) • Desenvolvimento microbiano.
As designações Q1, Q2, Q3 e Q4 referem-se às respectivas questões da árvore de decisão do Codex Alimentarius apresentada no documento Plano de HACCP: Árvore de Decisão
(anexo)
• Desenvolvimento microbiano.
Descongelação Sim Não Sim Sim Não ----
• Contaminações cruzadas.
• Contaminação biológica, química e ou
física nomeadamente contaminações ----
Preparação dos alimentos Sim Não Não ---- Não
cruzadas.
• Desenvolvimento de microrganismos
• Sobrevivência de microrganismos. ----
Confecção de alimentos Sim Sim ---- ---- Sim (PCC)
Considerando que o
• Desenvolvimento microbiano e arrefecimento é realizado
Arrefecimento Sim Não Não ---- Não conforme as boas
formação de toxinas.
práticas de higiene
Reaquecimento • Sobrevivência de microrganismos. Sim Sim ---- ---- Sim (PCC) ----
Dosagem de
desinfectante:
5ml de produto Suma
Chlor D4.4 em 1 L de Rejeitar o
água produto se O operador que
Lavagem e Lavagem e
Tempo de actuação: Em cada submetido a Instrução de efectua a
desinfecção de desinfecção de Controlo da
pelo menos 5 minutos operação de concentração Trabalho lavagem e
vegetais e Sobrevivência de vegetais e dosagem e do
desinfecção de desinfectante desinfecção dos
frutas microrganismos frutas tempo de
Dosagem de de vegetais e e tempo de Impresso vegetais e frutas
destinados a destinados a desinfecção
desinfectante: frutas actuação SA_RLDV_COZ/ destinados a
consumir a cru consumir a cru
10 a 20ml de produto superior ao SA_RLDV_ANEXO consumir a cru
Quicloro em 1L de indicado.
água
Tempo de actuação:
pelo menos 15
minutos
Controlo da Temperatura
Medição da Controlo da
temperatura superior ou igual a
Conservação a Desenvolvimento temperatura no Rejeitar alimento em temperatura interna Operador de
interna dos 65ºC no centro Diário
quente microbiano interior do causa dos alimentos serviço
alimentos nos térmico do
alimento SA_RTEXP
banhos-maria alimento
Controlo da
Temperatura
Controlo da Medição da temperatura interna
superior ou igual a
Desenvolvimento temperatura temperatura no Rejeitar o alimento em dos alimentos: Operador ao
Transporte 65ºC no centro Diária
microbiano interna dos interior do causa distribuição: serviço
térmico do
alimentos alimento SA_RTIAM
alimento