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Aluno: Cláudio Daniel Sousa Bonfim Do Nascimento.

Matricula: 20210016754.
Disciplina: introdução à ciência política.
Curso: ciência econômica.

O modelo federalista tinha como finalidade principal manter uma divisão


equilibrada de poder entre os diversos territórios que faziam parte do Estado, ao
invés de três ou quatro confederações parciais. Era a escolha de um governo
central, único, ao contrário de soberanias isoladas, que originaria uma nação,
estabelecida pela associação dos treze estados. A convenção constitucional aceitou
o texto em setembro de 1787, no entanto, havia ainda a necessidade de que a
constituição fosse aprovada por nove estados. Foi para esse proposito que
Hamilton, John Jay e Madison produziram a sequência de texto que constituiu o
“Federalista”. Os textos foram elaborados por volta dos anos de 1787 e 1788.

Para os antifederalistas, a melhor forma de governo para as 13 repúblicas era


o modo republicano. Se as ex-colônias deixassem a sua autonomia e constituíssem
um único país, a forma ideal seria a monarquia ou o despotismo, as duas foram
desconsideradas pelos federalistas norte-mericanos. Entretanto, o objetivo dos
federalistas era expor que a teoria de, Montesquieu, estava equivocada nessa
questão.

Grande parte do conteúdo que está nos textos dos artigos federalistas se dá
pela retomada de determinadas concepções que antes já se encontrava em outros
escritores. Evidencia-se, que, embora, estes autores tenham sido os primeiros a
apontarem acerca das estruturas do federalismo, não podemos esquecer a
colaboração de outros escritores, especialmente Montesquieu, o qual foi o primeiro
a empregar a expressão “república federativa”.

Numa observação mais detalhada somos capazes de constatar que


Montesquieu inspirou os federalistas a proporem e defenderem a divisão e
equipotência dos poderes. Contudo, os federalistas tiveram que adaptar a teoria do
autor à realidade dos EUA. Embora, inspirado na teoria de Montesquieu, há
importantes diferenças entre o modelo de Montesquieu e o dos federalistas
estadunidenses.
O “The Federalist Papers”, teve influência, da obra “O Espírito das leis”. Além
do mais, Montesquieu, foi o mais relevante autor para a elaboração do federalismo
americano. Um ponto relevante para mencionar, como exemplo, é a ideia de
Montesquieu no que diz respeito a pequenas repúblicas e grandes monarquias,
conteúdos que foram diversas vezes dispostos por Hamilton. Este declarava que os
estados possuiriam estabilidade assim que dispusessem de uma maneira diferente
de estruturação, maneira está determinada como governo federativo. Os limitados e
fracos relacionamentos estruturados pela confederação acabaram por não alcançar
esta finalidade, em razão de não ser capaz de promover o mínimo de harmonia
entre os estados integrantes do tratado confederativo.

É evidendente a influência que Montesquieu proporcionou nas concepções


dos federalistas. Em Montesquieu, encontrava-se a ideia de um poder delimitando
outro, o que foi compreendido pelos federalistas e denominado de checks and
balances — freios e contrapesos —.

Tais “freios” são uma espécie de correlação equilibrada entre os poderes,


com a finalidade de limitar a atuação; à vista disso o presidente pode intervir e
rejeitar determinados projetos no congresso e nas assembleias. Quanto ao Poder
judiciário, concerne a postura de protetor da constituição, mantendo-se, assim,
também capaz de interferir em ações do poder executivo e em relação a leis
estabelecidas pelo poder legislativo, no momento em que estas refutarem a
constituição.

Para o filosofo político a divisão dos poderes se baseava no poder legislativo,


que era personificado pela nobreza; poder executivo, que era personificado por um
monarca; e o direito civil, que era personificado pelo povo. O legislativo era
segmentado em duas câmaras, a dos Lordes, que era hereditária, e a dos comuns;
o poder legislativo estava sujeito a solicitação do executivo e este possuía o poder
de veto. O judiciário tinha competência exclusiva de julgar, não podendo legislar. Os
poderes não eram soberanos e nem limitados.

Para Montesquieu, para que o homem seja considerado livre, este deveria
ser governado. Montesquieu determina assim, o caráter dúplice do poder legislativo,
por intermédio da câmara alta, atribuída aos nobres e da câmara baixa, formada
pelos representantes escolhidos para representar o povo.
Nos federalistas, o conceito de divisão dos poderes foi mais bem empregado
e estabelecido de um modo mais amplo. Desta forma, as concepções de
Montesquieu tiveram um progresso quando tratadas pelos federalistas e, adquiriu
um novo aspecto, contudo, sem perder o espírito revolucionário de seu autor.

Entretanto, a ideia proposta pelos federalistas, se não é inovadora em sua


essência, expõe sua originalidade nas especificidades. Uma das tais especificidades
diz respeito à ausência de vínculo entre o exercício dos poderes políticos e os
estamentos que integravam determinada sociedade. Em outras palavras, os
federalistas rejeitavam a ideia de governo misto que é, a ideia construída por
Montesquieu em sua obra “O espírito das leis”. Tal associação que havia na
Inglaterra, por esse motivo, foi proposta por Montesquieu; porém nos Estados
Unidos está associação não era suscetível de ser executada dada a ausência de
estamentos sociais naquela nação.

As concepções de Montesquieu se encontram registradas na história como


ideias positivas que inspiraram diversos intelectuais em diferentes épocas. Porém,
ocorreram críticas negativas relativa à obra “O Espírito das Leis”, entretanto é
evidente a relevância dessa obra para a criação de diversas teorias – especialmente
no que se refere à divisão dos poderes, — defendida por muitos autores no decorrer
da história, e para o desenvolvimento de novas ideias que dela decorreram.

Apesar das críticas, todo processo, da elaboração à execução, é evolutivo


por natureza; e desse modo são as ideais elaboradas por Montesquieu, que com
James Madison, John Jay e Alexander Hamilton, adquiriram um novo sentido.

Os federalistas norte-americanos, e os idealizadores da constituição de modo


geral, elaboraram um arranjo institucional, revolucionário em vários aspectos,
partindo, de ideias teóricas; e que, cabe destacar, serviu como modelo para
diferentes concepções. Dessa forma, o que se pode concluir é que a concepção
federalista estadunidense foi influenciada por Montesquieu, e o arranjo institucional
desenvolvido naquele país, apresentam elementos que exprimem as ideias destes
pensadores.

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