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Nome: João Pedro Pereira de Paula

RA: 201126214

Avaliação de Teoria do estado moderno

1) Para podermos falar sobre o modelo de presidencialismo federalista,


primeiro precisamos entender de onde vem o modelo federalista. Após a
declaração de independência dos Estados Unidos, eles passaram alguns anos
(entre 1783 e 1787) sob o modelo confederalista, no qual os estados eram
independentes, mas colaborativos entre si, entretanto esse modelo já se
mostrava pouco funcional, então em 1787 ocorreu a convenção da Filadélfia
onde um grupo de delegados dos estados se reuniu para formar uma
constituição, que definia um estado central, para ser soberano as 13 colônias.
Contudo, já existia uma preocupação com o quanto esses poucos
delegados representavam a vontade da população, por isso entre 1787 e 1789,
a nova constituição foi apresentada ao povo, para que este tivesse voz ativa
para decidir qual modelo a seguir, tal qual a forma idealizada por Rousseau
que defendia a vontade geral, então em 1789 o povo votou pelo modelo
federalista. Ainda em 1787, os delegados haviam concordado que o estado
central não deveria ser governado por um rei, então em meio aos artigos de
Hamilton, Madison e Jay, surgiu a ideia de um chefe de estado que fosse
escolhido por representantes do povo, então surgiu a ideia de um presidente
eleito através de uma republica representativa, este modelo não deve ser
confundido com uma democracia direta, tendo sua diferença explicada pelos
autores no trecho
“A república aparta-se da democracia em dois pontos essenciais: não
só a primeira é mais vasta e muito maior o número de cidadãos, mas
os poderes são nela delegados a um pequeno número de indivíduos
que o povo escolhe.” (Hamilton, Madison e Jay, 1788, pg.12)

Já na constituição havia sido definido que o presidente seria eleito pelos


representantes eleitos pelo povo, e o governo teria a função de lidar com
conflitos entre estados e questões que abrangiam todos os estados, sendo que
esse se tornou uma versão não absolutista do Leviatã de Hobbes, com o pacto
para a segurança em troca da independência dos estados.
Além disso, o governo também era responsável por tratar do comércio
externo e interno, e por julgar crimes de âmbito comum (que se aplicassem a
todos os estados), ambas as funções vem do pensamento lockeano para um
modelo de governo. E para garantir que o presidente não se tornasse um
tirano, os autores propuseram que houvesse a tripartição dos poderes, tal qual
idealizado por Montesquieu de modo que entre os poderes exista um sistema
de contrapesos para que não seja possível um dos poderes adquirir mais
poder; e para garantir o equilíbrio entre os poderes, os membros destes são
eleitos em votações populares e não vinculadas, além disso, como os estados
ainda possuíam certo grau de independência, haviam duas entidades
soberanas, o governo federal, que era este governo central, e os governos
estaduais, responsáveis por julgar as questões civis e criminais de cada
estado.
“Os regulamentos de alguns Estados, feitos em sentido contrário aos
interesses dos seus vizinhos e ao verdadeiro espírito da União, têm
dado por vezes a estes últimos justos motivos de queixa e de ciúme;
e é de temer que os exemplos desta natureza, a não serem
restringidos pela autoridade nacional, venham a multiplicar-se e
estender-se a ponto de se transformarem, não só em causas temíveis
de animosidade e de discórdia, mas em obstáculos injustos, opostos
ao comércio das diferentes partes da Confederação.” (Hamilton,
Madison e Jay, 1788, pg. 26)

Apesar das diversas inovações propostas pelos autores, muitas delas


trouxeram consigo novos problemas, tais como a falta de sanção as suas leis
que ocorria devido a independência que cada estado tinha para criar leis
estaduais, isso além de dificultar a sanção, também dificultava a punição para
aqueles que as quebrassem, isso também está ligado com um dos outros
problemas, a falta de garantia mútua, que impossibilitava o governo de eliminar
os perigos e ameaças internos de um estado.
Além dos problemas jurídicos, também existiam problemas econômicos
já que o estado não conseguia fazer uma boa regulação do comércio,
principalmente do comércio entre os estados. E em algumas situações, os
estados que não pagavam as contribuições ao governo, eram pressionados e
constrangidos a fazer isso.
Um último exemplo é o da câmara dos deputados, em que estados com
populações diferentes possuíam o mesmo número de representantes, tornando
as votações desiguais, porém, assim como esse problema foi resolvido com
uma emenda que definia que a quantidade de deputados seria baseada na
quantidade de habitantes de cada estado, muitos dos outros problemas foram
resolvidos ou amenizados com emendas adicionais a constituição.

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