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Seja bem-vindo(a)!

O objetivo deste curso é transmitir os conceitos fundamentais


sobre a previdência no Brasil, com ênfase na previdência
complementar fechada.

Ao concluir sua leitura, acesse e responda o questionário.


Para obtenção do certificado, você precisa acertar ao menos 70%


das questões.

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ESTRUTURA
DO CURSO

1. Visão Geral da Previdência no Brasil


2. Regime de Previdência Complementar Aberta:
Características Gerais e Funcionamento
Regime de Previdência Complementar Fechada
3. Características, Histórico e Perfil do Setor no Brasil
4. Aspectos Legais
5. Governança e Gestão
6. Planos de Benefícios
7. Financiamento do Custo Previdenciário e Equilíbrio
dos Planos
8. Tributação dos Planos de Previdência
9. Gestão Financeira e de Investimentos
10. Instituidores
11. Dos Servidores Públicos
12. Importância das EFPC
Segundo o Dicionário Michaelis:

pre.vi.dên.cia
sf (lat praevidentia) 1 Previsão conjetural do
futuro. 2 Ato ou qualidade do que é previdente.
3 Faculdade de ver antecipadamente;
antevidência. P. divina: conhecimento certo
que Deus tem do futuro. (...)”

Sr. Precavido
O CONCEITO
PREVIDÊNCIA
• Proteção que o indivíduo adquire no
presente...
• ... na expectativa de garantir um futuro
de qualidade
• Busca minimizar o impacto de quando
parar de trabalhar, seja por:
Acidente
Problemas de saúde
Aposentadoria
Condição natural da vida humana
1. Visão Geral da
Previdência no Brasil
QUAIS TIPOS DE PREVIDÊNCIA EXISTEM NO BRASIL?
SISTEMA PREVIDENCIÁRIO BRASILEIRO
BASE: ARTIGO 194 DA CF/88
Sistema Previdenciário Brasileiro
Base: artigo 194 da Constituição Federal

Regime de
Regime Geral Regime Próprio
Previdência
de Previdência Social de Previdência Social
Complementar
e Militares
Contribuintes 57,4 milhões
Assistidos 37,7 milhões Contribuintes 15,9 milhões
Contribuintes 6 milhões
*Déficit R$ 265,4 bilhões Assistidos 0,9 milhão
Assistidos 5 milhões
Patrimônio R$ 2,5 trilhões
Déficit R$ 226 bilhões
Fonte: Boletim Estatístico da Previdência Social - Fonte: Anuário Estatístico de Previdência Social
Vol. 28 nº 01 (jan/23) do RPPS (AEPS) – 2021
* Tesouro Nacional dez/22

Entidades abertas*: Entidades fechadas:


• acessível a todos • identidade de grupo
• finalidade lucrativa • finalidade não lucrativa
• sociedade anônima • fundação / sociedade civil
• contribuintes: 13,0 milhões (dez/20) • contribuintes: 2,9 milhões (jun/22)
• assistidos: 65 mil (dez/18) • assistidos: 881 mil (jun/22)
• patrimônio: R$ 1,31 trilhão (mar/23) • patrimônio: R$ 1,19 trilhão (abr/23)

Fonte: *Fenaprevi e SURPC / Painel Estatístico da Previdência


REGIME DE PREVIDÊNCIA:

• Criado na Alemanha em 1880


• Parte integrante da Política estatal
de Bismarck de Instituição de
Programas Sociais

BRASIL:
• Primeira experiência ocorreu em
1923 a partir da Lei Eloy Chaves
• Estabelecia fundo específico para
cada Companhia Ferroviária
• Oferecia aos trabalhadores a
possibilidade de ajuda mensal, em
momentos de necessidade
REGIME DE PREVIDÊNCIA SOCIAL HOJE NO BRASIL

• Obrigatória para todo trabalhador


com vínculo formal empregatício
(caráter universal)

• Facultativa aos trabalhadores sem vínculo


empregatício (contribuinte individual,
trabalhador avulso e segurado especial)

DINÂMICA
• Financiamento do sistema se dá por meio de
contribuição dos atuais ativos (trabalhadores
contribuintes) – repartição

BASE DE CONTRIBUIÇÃO
• Difere de acordo com o salário do trabalhador,
havendo um teto máximo
• Pela sua cobertura e sistema de financiamento,
a previdência social constitui importante
mecanismo de distribuição de renda e
assistência social
REGIMES PRÓPRIOS HOJE NO BRASIL

Previdência pertinente aos servidores públicos


(funcionários vinculados aos órgãos da
Administração Pública dos 3 níveis, por meio
de concursos públicos), estabelecido nas
normas constitucionais e legais de acordo
com o tipo específico do vínculo
empregatício.
OLHANDO PARA A EVOLUÇÃO POPULACIONAL NO BRASIL

▪ Idosos: em 2060, 30% da


população do Brasil terá
mais de 65 anos de idade.
▪ Forma: formato de barril,
para os pessimistas será
granada.

Fonte: IBGE
Com o envelhecimento da
população, há cada vez
mais dificuldade de
financiamento das
aposentadorias sob a
dinâmica do regime de
repartição.

Assim, a previdência
complementar é a opção
disponibilizada com a
finalidade de ampliar
a cobertura insuficiente do
regime geral de
previdência social.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR

É uma decisão INDIVIDUAL ou


CONJUNTA COM A EMPRESA
PATROCINADORA e que
complementa um benefício do
cidadão
Possibilita a manutenção da
qualidade de vida e bem-estar
dele, e da família, no futuro
Regime de Previdência
Complementar

• Tem caráter complementar e


facultativo (voluntário), organizado de
forma autônoma em relação aos
regimes de previdência social e
próprios.

• Baseado na constituição de
reservas (poupança) que
garantem o benefício contratado.

• É operado pelas Entidades


Fechadas ou Abertas de
previdência
complementar.
Regime de Previdência Complementar – Objetivo Principal

Recompor o nível de renda em casos de:

Aposentadoria Invalidez Morte (por meio de


pensão aos dependentes)
FINALIDADE DA PREVIDÊNCIA
COMPLEMENTAR
Ao se aposentar pela previdência social, os indivíduos percebem
uma queda no nível de renda...
...os que possuíam nível de renda entre 20 e 100
salários mínimos quando se aposentaram,
tiveram perda variável entre 40% a 95 %.

O teto do benefício do INSS:


17,7 salários mínimos – 1979
5,5 salários mínimo - 2024

Fonte: www.previdencia.gov.br
FINALIDADE DA PREVIDÊNCIA
COMPLEMENTAR

Com a previdência complementar, em


média, o indivíduo recompõe seu
nível de renda em 60% mantendo
seu poder aquisitivo.
100

90

80

70
% Salário

60

50

40

30

20

10

0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Faixas Salariais em Salário Mínimo


Agora que você já viu os tipos de regimes de
previdência e a importância da previdência
complementar, vamos conhecer os dois tipos,
começando pelo aberto...

2. Regime de Previdência
Complementar Aberta: Características
Gerais e Funcionamento
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR
ABERTA – O QUE É?

É oferecida por bancos e seguradoras


independentes, constituídos sob a forma de
sociedade anônima,

a qualquer pessoa física (PF) ou


jurídica (PJ), por meio de planos
individuais ou empresariais

A pessoa física contribui individualmente, para a


instituição financeira que administra seu plano e
investe essa contribuição acumulando um saldo
para ser recebido mensalmente (renda
continuada) ou em pagamento único, quando
o indivíduo se aposentar.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR
ABERTA – COMO SE ESTRUTURA
As EAPC possuem fins lucrativo*.

As EAPC arrecadam duas taxas:


• de administração: percentual sobre o
patrimônio total acumulado
• de carregamento: aplicada sobre as
contribuições que a pessoa faz ao plano

É um produto comercializado, ou seja, não há


possibilidade da pessoa física participar do
processo de decisão de investimentos e nem
acompanhar a gestão e governança das
instituições.

(*) As EAPC sem fins lucrativos, ainda em funcionamento, normalmente


só comercializam produtos de previdência semelhantes à coberturas de
seguros de vida.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR ABERTA
RESPONSABILIDADES GERAIS DAS EAPC

1. Formatação de produto (específico para pessoa


física ou jurídica) e pedido de aprovação* à SUSEP –
Superintendência Nacional de Seguros Privados,
acompanhado do Regulamento e Nota Técnica
Atuarial do plano.
2. Preparação e assinatura de contratos no caso de
implantação de plano coletivo.
3. Implantação do Plano: divulgação e
comercialização.
4. Realização de Reavaliações Atuariais (em geral)

(*) O plano aprovado pode ser comercializado para várias empresas


– o desenho do plano é especificado em contrato, sendo o
regulamento parte integrante.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR ABERTA
ADMINISTRAÇÃO DOS INVESTIMENTOS

Os recursos financeiros dos participantes, em geral, são depositados em


Fundo de Investimento que pode receber contribuições de planos individuais
e empresariais.

A gestão dos investimentos pode ser


realizada pela própria EAPC ou por
terceiros. E, há também, a
possibilidade de criação de Fundos
de Investimentos Exclusivos.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR ABERTA
ADESÃO/CONTRATAÇÃO

Adesão à EAPC = coleção de contratos individuais

Um plano individual ou empresarial* pode ser contratado


por meio de um corretor de seguros, em uma agência
bancária ou diretamente nas EAPC.

A intermediação da compra dos planos individuais por


corretor é opcional (a compra pode ser feita pela
internet). Já, para os planos empresariais, há
necessidade de especialista.

*Desde 2001 (Lei Complementar 108, as EAPC não podem mais


celebrar novos contratos para empresas públicas).

Cada participante, seja individual ou vinculado


a um plano empresarial, deve preencher e
assinar uma proposta de inscrição, a qual será
submetida para avaliação da seguradora.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR ABERTA
TIPOS DE PLANOS
A EAPC é caracterizada
em função do tipo de
plano que oferece:

• Plano Tradicional;
• PGBL – Plano Gerador de Benefício Livre;
• VGBL – Vida Gerador de Benefício Livre;
• Benefícios de Risco, como pensão por
morte, renda por invalidez,
entre outros.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR ABERTA
TIPOS DE PLANOS

Plano Tradicional

Em geral são do tipo Contribuição Definida, onde o


valor do benefício é calculado ao final do período de
contribuição, sendo resultado dos seguintes fatores:
• Saldo acumulado na data escolhida para aposentadoria;
• Idade da aposentadoria;
• Tipo de renda escolhida;
• Condições técnicas asseguradas (tábua de mortalidade +
garantia mínima de indexador + juros + possibilidade de
distribuição de % da rentabilidade à título de excedente
financeiro).

Durante o período de contribuição há garantia de


Rentabilidade sobre as contribuições efetuadas,
conforme condições técnicas asseguradas.
E, a aplicação dos recursos financeiros deve ser
determinada pela EAPC, utilizando um fundo de
investimentos, como referência.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR ABERTA
TIPOS DE PLANOS
PGBL E VGBL
São os principais produtos
comercializados pelas EAPC

São do tipo Contribuição Definida, onde o valor do


benefício é calculado ao final do período de
contribuição, sendo resultado dos seguintes fatores:

• Saldo acumulado na data escolhida para aposentadoria;


• Idade da aposentadoria;
• Tipo de renda escolhida;
• Condições técnicas asseguradas (tábua de
mortalidade + garantia mínima de indexador + juros
+ possibilidade de distribuição de % da rentabilidade
à título de excedente financeiro).

Durante o período de contribuição NÃO há


garantia de Rentabilidade sobre as contribuições
efetuadas, conforme condições técnicas
asseguradas.
E, a aplicação dos recursos geralmente é feita pelo
participante, que tem opções de Fundos de
Investimentos.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR ABERTA
TIPOS DE PLANOS
PGBL E VGBL
Aspectos Mercadológicos

PÚBLICO ALVO PGBL


• Declara Imposto de Renda (IR) na versão
completa.

PÚBLICO ALVO VGBL


• Não declara IR;
• Declara IR em versão simplificada;
• Declara IR em versão completa e deseja
investimento adicional.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR ABERTA
PGBL E VGBL – FLUXO DE CONTRIBUIÇÃO

Contribuição
Mensal do
Participante Débito da taxa de
Carregamento
administração
do Plano
financeira 0,5% -5%
Contribuição 0% a 4%
Mensal
Líquida Dedução de outras
despesas
O valor é investido
pela EAPC em um
Fundo de
Investimento
escolhido pelo
Participante

O Fundo Venda de títulos


compra títulos para
no mercado pagamento de
financeiro resgates
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR ABERTA
TIPOS DE PLANOS
PGBL E VGBL
Principais Diferenças

PGBL VGBL
DIFERENÇAS
TRIBUTÁRIAS
▪ É um produto de ▪ É um produto de
Previdência Seguro de Vida por
Complementar Sobrevivência
▪ Segue a legislação ▪ Segue a legislação de
de Previdência seguros de vida

Ambos os produtos visam a acumulação de


Capital para Aposentadoria
E, agora, detalharemos o Regime de Previdência
Complementar Fechada em partes.
Na primeira, abordaremos:

3. Regime de Previdência
Complementar Fechada: Características,
Histórico e Perfil do Setor no Brasil
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR
FECHADA – O QUE É?

É oferecida e administrada pelas entidades


fechadas de previdência complementar - EFPC
(ou fundos de pensão), instituições privadas
sem fins lucrativos.

Acesso é condicionado ao vínculo


empregatício ou associativo à
empresa/entidade de classe que a
constituiu.

Apesar da condição do vínculo


empregatício, a previdência complementar
fechada é facultativa.
PREVIDÊNCIA
COMPLEMENTAR
FECHADA – O QUE É?

Trabalhador (participante) e empresa ao


qual está vinculado (patrocinadora)
contribuem para o plano de benefício.

Participante não paga sozinho a taxa de


administração(*) do plano – o valor é
dividido com a patrocinadora, ou até
mesmo assumido por esta.

Uma das PRINCIPAIS VANTAGENS em


relação a previdência complementar aberta

(*) Exceção feita aos planos de Instituidores, onde o participante assume o


pagamento da taxa de administração.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR
FECHADA – O QUE É?

Se a gestão dos recursos obtiver resultado acima do


necessário para honrar a expectativa de
compromissos futuros, realizados os procedimentos
estabelecidos na regulamentação vigente, a
entidade poderá revertê-lo favoravelmente aos
participantes e patrocinador(es).

Participante tem relação de


proprietário dos recursos do
fundo de pensão junto com a
empresa patrocinadora.
REGIME DE PREVIDÊNCIA
COMPLEMENTAR FECHADA

Assim como o regime de previdência


complementar aberta, teve seu início a partir
da Lei 6.435, de julho de 1977.

Evolução...

• Final de 70 / Início 80: Desafio do Novo – a maior parte das EFPC


foram estabelecidas por empresas estatais;

• Década 80/90: expressivo aumento no número de EFPC,


especialmente das empresas privadas (política de RH);
Constituição Federal/88; EC 20/1998

• Anos 2000: Novos Patamares – Leis Complementares 108 e


109/2001; profissionalização das EFPC; Fundos Instituídos;
Tratamento Tributário Incentivado; Previdência Complementar
do Servidor Público; Criação Previc
• Pós 2000: Reinvenção; Pandemia / Resiliência; Planos Família;
EC 103/2019; Previdência Complementar dos Entes Federados;
Instituído Corporativo; Nova opção do regime de Tributação.
REGIME DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR FECHADA
EXPRESSÃO NO BRASIL E NO MUNDO (% DO PIB)

ATIVOS DOS FUNDOS DE PENSÃO POR PAÍSES E PIB – PRODUTO INTERNO BRUTO
(EM US$ BILHÕES)

EUA (134%) 34.004


Reino Unido… 2.402
Austrália (131%) 2.087
Canadá (77%) 1.552
Holanda (154%) 1.543
Suécia (99%) 561
México (18%) 269
Brasil (12%) 238
Chile (58%) 175
Colômbia (24%) 72
Fonte: OCDE – 2022; ABRAPP – abr/2023
PREVIDÊNCIA Os stakeholders
das EFPC
COMPLEMENTAR FECHADA Com quem as EFPC se relacionam?
Organização no Brasil
• Ministério da Fazenda
• Ministério da Previdência Social
• Banco Central CNPC
• Conselho Monetário Nacional Conselho Nacional de
• Comissão de Valores Mobiliários Previdência Complementar
• Secretaria da Receita Federal
• Conselho de Controle de PREVIC
Atividades Financeiras Superintendência Nacional
de Previdência Complementar

ABRAPP Secretaria de Regime Próprio e


Dependentes/ Complementar
Beneficiários SINDAPP
ICSS CRPC
Participante UNIABRAPP Câmara de Recursos da
ativo CONECTA Previdência Complementar
ANAPAR
PATROCINADORA

Participante assistido Conselho Funcionários/


INSTITUIDOR
Dependentes/
deliberativo
Conselho
EFPC dependentes
(Sindicatos,
Fornecedores Federações,
Beneficiários fiscal Cooperativas e
Prestadores de Órgãos de Classe)
Mídia serviços
Associado/
Opinião Meio Cooperado
pública Ambiente

Empresas Dependentes/
participadas Beneficiários

Agentes do Mercado de Valores Stakeholders


Mobiliários, Imobiliário e Financeiro participadas
REGIME DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR FECHADA
PAPEL DO ESTADO

Conselho Nacional de Câmara de Recursos da


Previdência Previdência Complementar
Complementar CNPC CRPC
(Regulação) (Instância Recursal)

Superintendência
Secretaria de Regime Próprio
Nacional de Previdência
e Complementar
Complementar PREVIC (Formulação de Política)
(Supervisão)
REGIME DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR FECHADA
NO BRASIL - PERFIL
• 277 Entidades Fechadas de Previdência Complementar
• 1.174 Planos de Benefícios Previdenciários

• 7,1 milhões de pessoas(jun/22)


• 2,6 milhões de participantes
• 0,8 mil aposentados e pensionistas
• 3,7 milhões de dependentes

• 3.521empresas patrocinadoras
• 365 entidades de classe instituidoras

• R$ 86,7 bilhões em Pagamentos de Benefícios Previdenciários (mar/23)


• R$ 1,19 trilhões de ativo total

Fonte: PREVIC – Informe Estatístico (mar/23) / SURPC – Relatório Gerencial (mar/23) / ABRAPP – Consolidado Estatístico (abr/23)
*SURPC - acumulado nos últimos 12 meses
AS PRINCIPAIS ESTATÍSTICAS DA PREVIDÊNCIA
COMPLEMENTAR FECHADA
Acesse https://www.abrapp.org.br/consolidado-estatistico/
E confira as informações em destaque no quadro, atualizadas:

• Demonstrativo de benefícios
• Estatísticas de população
• Carteira consolidada por tipo de
aplicação e plano
• Evolução dos ativos por tipo de
investimento
• Ativos EFPC X PIB
• Rentabilidade estimada por tipo
de plano e consolidada
4. Regime de Previdência
Complementar Fechada:
Aspectos Legais
REGIME DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR FECHADA
BASE LEGAL – CONSTITUIÇÃO FEDERAL

A Proteção Social consta na Constituição


Federal de 1988 (CF/88):
Título VIII DA ORDEM SOCIAL
Capítulo II DA SEGURIDADE SOCIAL
Seção III DA PREVIDÊNCIA SOCIAL

A previdência complementar foi inserida no âmbito da “Ordem Social” a partir


da Emenda Constitucional n° 20, 16/12/1998, que alterou o Art. 202 da CF/88

O Art. 202 da CF/88 prevê:

• Independência do regime geral;


• Adesão facultativa e natureza contratual;
• Constituição de Reservas (capitalização);
• Regulamentação por Lei Complementar;
• Transparência para o participante/assistido;
• Autonomia em relação ao contrato de trabalho.
A base normativa do Regime de Previdência Complementar Fechada é composta por Leis, Decretos,
Resoluções e Recomendações (CNPC e CMN) e Instruções e Portarias da Previc.
OS CONTRATOS
PREVIDENCIÁRIOS DAS
EFPC
Sendo o fundo de pensão uma
instituição privada, todas as regras
pertinentes a adesão, contribuição
e recebimento de benefícios,
devem constar nos contratos
previdenciários dos planos
de benefícios

São eles:
• Estatuto da entidade
• Convênio de adesão
• Regulamento do plano
OS CONTRATOS
PREVIDENCIÁRIOS DAS
EFPC
Estatuto da Entidade

Instrumento jurídico que dispõe


sobre a criação e organização da
pessoa jurídica responsável por
gerir e administrar os planos de
benefícios
OS CONTRATOS
PREVIDENCIÁRIOS DAS
EFPC
Convênio de Adesão

Termo firmado entre o


patrocinador (ou instituidor) e a
entidade, formalizando o
compromisso de atuação
daquele, na condição de
patrocinador e mantenedor do
plano, e da entidade, na
condição de gestora; e imbuindo-
se mutuamente das obrigações
decorrentes do plano de benefício
OS CONTRATOS
PREVIDENCIÁRIOS DAS
EFPC
Regulamento do Plano

Contrato previdenciário que


define e determina, aos
participantes ativos e assistidos, as
condições de adesão, espécies
de benefício, critérios para auferir
a complementação e de
exigibilidades aos benefícios, além
das regras de custeio
Chegamos a tópico de extrema importância e
que constitui um dos grandes diferenciais em
relação ao regime de previdência
complementar aberta....

5. Regime de Previdência
Complementar Fechada:
Governança e Gestão
O QUE É
GOVERNANÇA?

Conjunto de regras,
procedimentos e ações
interligadas, difundidas e
praticadas em todos os
níveis da administração,
que asseguram que os
gestores empreguem
princípios baseados
em valor e controle
de riscos
GOVERNANÇA NA PREVIDÊNCIA
COMPLEMENTAR FECHADA

Envolve o relacionamento entre participantes,


conselhos, diretoria, auditores e consultores na:
Adoção de boas práticas

Identificação e monitoramento de riscos

Aperfeiçoamento de controles
PRINCÍPIOS DE GOVERNANÇA NAS ENTIDADES
FECHADAS DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR

Competência técnica: Prestação de contas:


Os gestores têm o dever de se Dever de prestar contas
manter constantemente e atestar a qualidade da
preparados e atualizados nas informação.
matérias sobre as quais irão atuar
e decidir.
PRINCÍPIOS DE GOVERVANÇA NAS
ENTIDADES FECHADAS DE
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR Cumprimento das leis:
Dever de observar a Lei, o
estatuto e os regulamentos

Ética:
Dever de adotar padrões
elevados de conduta e de
integridade para todas as partes
do contrato Previdenciário
ESTRUTURA MÍNIMA* DE
ADMINISTRAÇÃO NAS EFPC:

• Conselho Deliberativo - Órgão máximo da EFPC


• Conselho Fiscal - Órgão de Controle Interno
• Diretoria Executiva - Órgão de Administração

(*) Também pode comportar assembléia de participantes e comitês


GESTÃO NAS ENTIDADES FECHADAS
DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR

GESTÃO COMPARTILHADA

LC 109/2001
Não há limitação para o
número máximo de integrantes,
entretanto, pelo menos 1/3 das
vagas nos conselhos
deliberativo e fiscal é Conselho Órgão máximo da EFPC
preenchida por representantes
dos participantes. Deliberativo

Órgão de Diretoria Conselho Órgão de


Administração Executiva Fiscal Controle Interno

LC 109/2001
Diretoria Executiva:
Não há limitação para o número máximo de integrantes.
GESTÃO NAS ENTIDADES FECHADAS
DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR

ESTRUTURA DE ADMINISTRAÇÃO
LC 108/2001
Em entidades patrocinadas por
empresas estatais, há paridade nos
conselhos deliberativo e fiscal, sendo
o voto de minerva do representante
da patrocinadora no caso do
conselho deliberativo e no conselho
fiscal, o voto do representante do
participante
CONSELHO DELIBERATIVO
Máximo de 6 membros – composição paritária

CONSELHO FISCAL
Máximo de 4 membros – composição paritária

DIRETORIA EXECUTIVA
Máximo de 6 membros
GESTÃO NAS ENTIDADES FECHADAS
DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR

COMPETÊNCIAS E RESPONSABILIDADES
DOS ÓRGÃOS DE ADMINISTRAÇÃO

Estão estabelecidas:

• Lei (LC 108/01 e 109/01,


Resolução CMN 4.661/18)
• Estatuto
• Regulamentos
• Regimentos internos
GESTÃO NAS EFPC CONSELHO DELIBERATIVO

REQUISITOS MÍNIMOS O Conselho Deliberativo


• Comprovação de experiência nas áreas financeira, deve se pautar por postura
administrativa, contábil, jurídica, de fiscalização ou de auditoria,
aferida segundo critérios objetivos; ativa e acompanhar de
• Competência técnica e gerencial (art. 4° Res. CGPC 13/2004); perto as atividades da
• Certificação
Diretoria.
IMPEDIMENTOS
• Condenação criminal transitada em julgado;
• Penalidade administrativa por infração da legislação da
seguridade social ou como servidor público.
ATRIBUIÇÕES
• Leis Complementares 108 e 109/01 - Responsável pela definição
da política geral de administração da EFPC e seus planos.
GESTÃO NAS EFPCs
CONSELHO FISCAL

O Conselho Fiscal, cada vez


REQUISITOS MÍNIMOS
• Os mesmos do Conselho Deliberativo. mais, tem atuação
IMPEDIMENTOS
substancial na gestão, na
• Os mesmos do Conselho Deliberativo medida em que valida os
ATRIBUIÇÕES controles internos da EFPC.
• Verificar a aderência da gestão dos recursos garantidores às
normas e à política de investimentos;
• Verificar a aderência das premissas e hipóteses atuariais;
• Acompanhar a execução orçamentária;
• Aferir a adequação dos controles internos e avaliação de risco.
GESTÃO NAS EFPCs
DIRETORIA EXECUTIVA

Dentre os Diretores deve ser


REQUISITOS MÍNIMOS indicado o Administrador
• Além da experiência exigida nas Leis Complementares para os
Conselhos, os Diretores devem ter nível superior e também, a
Estatutário Tecnicamente
competência técnica e gerencial prevista no art. 4° Resolução Qualificado, que responde
CGPC n° 13.
pelas aplicações dos
IMPEDIMENTOS recursos (os demais
• Mesmos dos Conselhos Deliberativo e Fiscal.
respondem solidariamente).
- Nas EFPC de patrocínio público, os Diretores são nomeados e
exonerados pelo Conselho Deliberativo. Nas de patrocínio
privado, a matéria deve constar no Estatuto.
ENTIDADES FECHADAS DE
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR
RESPONSABILIDADE DOS
ÓRGÃOS DE ADMINISTRAÇÃO
Indenizar na hipótese de ação ou omissão, por imperícia, negligência
ou imprudência, que viole direito ou cause dano, ainda que
exclusivamente moral (arts. 186 c/c 927, do código civil)

Responsabilidade
civil

Agente da ação Dano ou violação Nexo


ou omissão de direito causal

Ato ilícito

Solidariedade dos coautores


ENTIDADES FECHADAS DE
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR

REGIME DISCIPLINAR
Lei Complementar n° 109/2001

Responsabilidade
dos Gestores

Responsabilidade Responsabilidade Responsabilidade


Civil – art. 63 Penal – art. 64 administrativa – art. 65

Penalidades Administrativas
• Advertência;
• Suspensão por até 180 dias;
• Inabilitação por 2 a 10 anos para atuar em EFPC, instituição
financeira, seguradora ou serviço público;
• Multa de R$ 29.148,25 a R$ 2.914.825,51 (Decreto nº 4.942, de
30/12/2003 e Portaria Previc 1.169, de 18/12/2017).
FATORES CRÍTICOS DE
SUCESSO DA
ADMINISTRAÇÃO
• Desenvolvimento de uma cultura
interna e adesão das pessoas
• Sensibilização dos gestores sobre a
importância do gerenciamento efetivo
de riscos e controles
• Eliminação de situações de conflitos de
interesse / ausência de segregação de
funções
FATORES CRÍTICOS DE
SUCESSO DA
ADMINISTRAÇÃO

• Melhoria no processo de comunicação,


tanto interna como externa
• Exercício da governança e qualidade
pelos conselhos fiscal e deliberativo, e
demais órgãos estatutários
FATORES CRÍTICOS DE
SUCESSO DA
ADMINISTRAÇÃO
A qualidade e a governança:
• Movimento permanente e contínuo
(não é um modismo)
• Tem na resolução CGPC nº 13/04, o seu
marco histórico, não se restringindo a ela
• Não se sustenta apenas nos manuais e
normas - depende das pessoas
FATORES CRÍTICOS DE
SUCESSO DA
ADMINISTRAÇÃO
• Riscos são inerentes aos negócios e
podem comprometer objetivos
• Controles internos têm a
capacidade de reduzir riscos aos
níveis desejados pela administração
• A qualificação e certificação da
administração é fundamental
O próximo item abordará o produto das EFPCs

6. Regime de Previdência
Complementar Fechada:
Planos de Benefícios
PAPEL DO ATUÁRIO
Com base no cenário futuro e incertezas, estabelece as
premissas para o plano de benefícios

• Experiência Estatística
• Política de Recursos
Humanos CENÁRIO
• Expectativas Econômicas
FUTURO
e Financeiras

PLANO
PREVIDENCIÁRIO

INCERTEZAS
• As EFPC podem administrar um ou
mais planos previdenciários, de tipos
iguais ou distintos e ainda de um
mesmo patrocinador/instituidor ou de
vários
• Assim, quando o trabalhador
(participante) adere ao fundo de
pensão, o faz por meio de um plano
previdenciário específico
Conjunto de regras definidoras
de benefícios de caráter
previdenciário, bem como das
relações jurídicas
estabelecidas entre:

• Participantes e
patrocinadores
• Instituidores e entre eles
• Entidade comum à
totalidade das pessoas
que a ele aderem

PLANO DE
BENEFÍCIOS
Os planos de benefícios DEFINIÇÃO
possuem independência
patrimonial, contábil e
financeira
ONDE O PLANO DE BENEFÍCIO SE ESTABELECE?

Cada regulamento define:


Todo plano de previdência tem um • Regras de contribuição
regulamento, que é o contrato de
natureza civil, onde constam os • Benefícios oferecidos
direitos e obrigações da entidade, • Condições de acesso aos
patrocinadores, participantes e benefícios
assistidos.
FLUXO DE CONTRIBUIÇÃO DOS PLANOS

Patrocinadora Participante

Contribuição das Despesas


Duas Partes Administrativas
Define (EFPC)
Contribuição

Receitas de
Investimentos Define
Benefícios

Fundo Benefícios
Previdenciário
TIPOS DE PLANOS
Benefício definido –
BD
Tendência Internacional: extinção

Onde o benefício complementar


é estabelecido no momento da
adesão do participante com
base em valores pré-fixados ou
em fórmulas de cálculo previstas
em regulamento

Para propiciar o benefício


acordado, o plano recolhe
contribuições que podem variar
no curso do tempo.
TIPOS DE PLANOS
Benefício definido –
BD
Tendência Internacional: extinção

Principais características:
• Mutualismo: avaliação dos
riscos em função da
coletividade
• Conta coletiva
• Incógnita quanto à
contribuição necessária
• Benefícios independem das
variações das reservas
• “Superávits” ou “déficits” do
plano são de responsabilidade
coletiva.
TIPOS DE PLANOS

Contribuição
definida - CD
Foco no indivíduo: adequado ao novo
mercado de trabalho
(fenômeno da “pejotização”)

Valor do benefício
complementar é estabelecido
apenas no momento da sua
concessão, com base no saldo
acumulado resultante das
contribuições vertidas ao plano
e da rentabilidade
das aplicações durante a fase
contributiva.
TIPOS DE PLANOS

Contribuição
definida - CD

O benefício não é definido e


as contribuições não
necessariamente precisam ser
revistas. O valor do benefício,
portanto, será proporcional
ao saldo existente na data da
concessão
TIPOS DE PLANOS
Contribuição
definida - CD

Principais características:
• Conta individual
• Incógnita quanto ao valor do
benefício
• Benefício é função das reservas
• Não há “superávits” nem “déficits”
TIPOS DE PLANOS

Contribuição variável - CV

Apresenta características de benefício


definido (BD) e de contribuição
definida (CD).
Existem várias modelagens de planos, e
a mais comum é aquela em que os
benefícios programados, na fase de
acumulação ou na fase da atividade,
tenham características de CD (contas
individuais) e na fase de inatividade
tenham características de BD (renda
vitalícia).
TIPOS DE PLANOS

Contribuição variável - CV

Podem também oferecer para os casos


de benefícios de riscos (não previsíveis
como morte, invalidez, doença ou
reclusão) um benefício definido.
REGRAS DOS PLANOS
Todos os planos devem ter em
seu regulamento as regras para
concessão e elegibilidade dos:

• Benefícios
programáveis
• Benefícios não
programáveis (de
risco)
REGRAS DOS PLANOS
Devem contemplar
os seguintes institutos:

Portabilidade:
Instituto pelo qual o participante, após a
cessação de seu vínculo empregatício com o
patrocinador, ou associativo com o instituidor,
antes da aquisição do direito a benefício
pleno e desde que cumpridos os requisitos
regulamentares, desliga-se do plano de
benefícios, transferindo os recursos financeiros
correspondentes ao seu direito acumulado
para outro plano operado por entidade
fechada ou aberta de previdência
complementar.
REGRAS DOS PLANOS
Devem contemplar
os seguintes institutos:

Benefício Proporcional Diferido (BPD):


Instituto pelo qual o participante, após a
cessação de seu vínculo empregatício com o
patrocinador, ou associativo com o instituidor,
e tendo cumprido a carência, opta por receber
o benefício, em valor proporcional ao tempo
em que permaneceu contribuindo para o
plano, na data prevista para início do
recebimento, ou seja, a partir do momento em
que se tornar elegível, conforme previsto
originalmente no regulamento. O participante
continua vinculado ao plano, sem que esse
recepcione novas contribuições.
REGRAS DOS PLANOS

Devem contemplar
os seguintes institutos:

Autopatrocínio:

Instituto que faculta ao participante,


em caso de perda parcial ou total da
contribuição de seu patrocinador,
manter a contribuição ao plano e
assumir a contribuição do patrocinador
em relação à parcela reduzida. Desse
modo, o participante terá assegurado
o recebimento futuro do benefício nos
níveis anteriormente pactuados.
REGRAS DOS PLANOS
Devem contemplar
os seguintes institutos:

Resgate:
Instituto que faculta ao participante
receber, quando do seu desligamento
do plano, o valor das reservas
constituídas. No mínimo, o valor do
resgate deverá corresponder à
totalidade das contribuições vertidas
pelo participante ao plano,
descontadas as parcelas de custeio
administrativo que, na forma do
regulamento e do plano de custeio,
sejam de sua responsabilidade
• Referem-se a todas as despesas que

CUSTO
envolvam a gestão frente aos
participantes e aos órgãos fiscalizadores
• Estão divididos entre a administração do
plano e a gestão financeira (taxas que
DE ADMINISTRAÇÃO as instituições financeiras, contratadas
diretamente pelas entidades fechadas
DOS PLANOS de previdência complementar, cobram
para investir os recursos dos plano)
Caberá ao conselho deliberativo, ou
outra instância estatutária competente,

CUSTO
fixar os critérios quantitativos e
qualitativos das despesas administrativas,
bem como as metas para os indicadores
de gestão para avaliação objetiva das
despesas administrativas, inclusive gastos
DE ADMINISTRAÇÃO com pessoal

DOS PLANOS Os critérios devem constar no


regulamento do plano de gestão
administrativa da entidade
No caso das entidades e/ou planos, de

CUSTO
patrocínio público e portanto disciplinadas,
pela Lei complementar 108/2001, a
deliberação do conselho deverá ser pautada
sobre um dos seguintes limites anuais:

DE ADMINISTRAÇÃO • De até 1% sobre os recursos garantidores

DOS PLANOS • De até 9% sobre as somas das


contribuições e benefícios do plano
Resolução CGPC nº 29, 31/08/2009
7. Regime de Previdência
Complementar Fechada:
Financiamento do Custo Previdenciário
e Equilíbrio dos Planos
FINANCIAMENTO DO CUSTO PREVIDENCIÁRIO
REGIME FINANCEIRO DE REPARTIÇÃO SIMPLES

O financiamento é feito para:


• Benefícios por invalidez, morte,
doença ou por reclusão (na forma de
pagamento único);
• Renda Temporária para benefícios
por doença ou reclusão.

CONTRIBUIÇÕES SÃO PARA


PAGAR AS PARCELAS DOS APOSENTADOS
BENEFÍCIOS DAS GERAÇÕES GERAÇÃO “PASSADA”
PASSADAS

• Não há formação de reservas;


• Impacto entre gerações;
• Sensível à fatores demográficos;
• Melhor exemplo: INSS.
ATIVOS
GERAÇÃO ATUAL
FINANCIAMENTO DO CUSTO PREVIDENCIÁRIO
REGIME FINANCEIRO DE CAPITALIZAÇÃO

O financiamento é:
• Obrigatório para benefícios
programados e continuados;
• Facultativo para os demais (na forma
de renda ou pagamento único)

AS CONTRIBUIÇÕES SÃO PARA


CONSTITUIR RESERVAS DOS
PRÓPRIOS CONTRIBUINTES

• Há formação de reservas;
• É sensível há longevidade;
• É sensível ao mercado.
ATIVOS
GERAÇÃO ATUAL
FINANCIAMENTO DO CUSTO PREVIDENCIÁRIO
REGIME FINANCEIRO DE CAPITAL DE COBERTURA

O financiamento é feito para:


Benefícios por invalidez, morte, doença
ou por reclusão, na forma de renda.
Calcula-se o custo total dos benefícios que se
iniciam num determinado período, no ano por
exemplo, e divide-se. Então, esse total passa para a
massa de trabalhadores ativos.

CONTRIBUIÇÕES SÃO PARA


PAGAR AS RESERVAS APOSENTADOS
NECESSÁRIAS GERAÇÃO “PASSADA”

• Há formação de reservas somente


para os inativos;
• Há um pacto entre gerações;
• Sensível à fatores demográficos.

ATIVOS
GERAÇÃO ATUAL
EQUILÍBRIO DOS PLANOS
DE BENEFÍCIOS
FONTES DE DESEQUILÍBRIO
Mais Comuns
• Mudanças nas hipóteses econômicas e atuariais;
• Alteração no Regulamento do Plano.

Imprevistas
• Reajuste dos benefícios acima dos índices
previstos no regulamento;

• Incorporação ao valor do benefício de


BENEFÍCIOS componentes não previstos nos regulamentos
+ dos planos (ex.: valor da cesta básica);
PATRIMÔNIO DESPESAS • Incorporação de expurgos inflacionários.
+ ADMINISTRATIVAS
CONTRIBUIÇÕES

PATRIMÔNIO + CONTRIBUIÇÕES = BENEFÍCIOS + DESPESAS ADMINISTRATIVAS


EQUILÍBRIO DOS PLANOS DE
BENEFÍCIOS - EQUACIONAMENTO

Os eventuais desequilíbrios dos planos


(situações de superávits ou déficits)
devem ser equacionados, conforme a
legislação vigente prever (as regras atuais
constam na Resolução CNPC nº 30 –
10/10/2018).

Patrocinadora(s), Participante
Ativo e Participante Assistido
podem ser impactados com as
soluções de equacionamento.
8. Regime de Previdência
Complementar Fechada:
Tributação dos Planos de Previdência
REGIME DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR FECHADA
TRIBUTAÇÃO DOS PLANOS DE PREVIDÊNCIA

PLANOS BD
• Aplicação de “Tabela Progressiva Pura” para
resgates e benefícios pagos

PLANOS CD ou CV
• “Regime Progressivo”
• Tabela progressiva para benefícios;
• Alíquota de 15% para resgates.

• “Regime Regressivo”
• Tabela regressiva para benefícios e resgates –
alíquotas variam de acordo com o prazo de
acumulação.
REGIME DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR FECHADA
TRIBUTAÇÃO DOS PLANOS DE PREVIDÊNCIA

DEDUÇÕES E ISENÇÕES

1) Faculdade de Dedução das Contribuições:


▪ Pessoa Física: limite de 12% dos rendimentos tributáveis anuais e
necessidade de contribuição para o INSS ou RPPS para maiores
de 16 anos;
▪ Patrocinadora: limite de 20% da remuneração dos empregados
participantes do plano.

2) Isenções asseguradas por Lei:


▪ Exemplo: pecúlio, maiores de 65 anos, auxílio-doença,
contribuições de 1989 a 1995, etc.
REGIME DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR FECHADA
TRIBUTAÇÃO DOS PLANOS DE PREVIDÊNCIA

• É necessário que o participante opte pelo Regime


de Tributação – Progressivo ou Regressivo.

• Em vigor desde 11 de janeiro de 2024, a Lei nº


14.803/2024, permite aos participantes de planos
de previdência complementar optarem pelo
regime de tributação por ocasião da obtenção do
benefício ou do primeiro resgate dos valores
acumulados
REGIME DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR FECHADA
TRIBUTAÇÃO DOS PLANOS DE PREVIDÊNCIA – Regime Progressivo

RESGATES
• IR Fonte à alíquota de 15%, independente do valor a
ser resgatado.

BENEFÍCIOS
• IR Fonte segundo às alíquotas da tabela progressiva.

Fonte: Receita 20
(ano 2024)
sem alterações vigentes.
REGIME DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR FECHADA
TRIBUTAÇÃO DOS PLANOS DE PREVIDÊNCIA – Regime Progressivo

CONCEITO DE RESGATE

• Saque da totalidade das contribuições vertidas ao


plano pelo participante, descontadas as parcelas
do custeio administrativo, na forma regulamentada
(art. 14, III, Lei Complementar n° 109/2001).

• “Entende-se por resgate o instituto que faculta ao


participante o recebimento do valor decorrente do
seu desligamento do plano de benefícios”.
(art. 14, III, Lei Complementar n° 109/2001)

• Demais valores pagos serão considerados benefícios.


REGIME DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR FECHADA
TRIBUTAÇÃO DOS PLANOS DE PREVIDÊNCIA – Regime Regressivo

RESGATES E BENEFÍCIOS
São tributados à alíquotas regressivas, conforme o
prazo de acumulação dos recursos do plano.

Prazo de Acumulação Alíquota %

Igual ou inferior a 2 anos 35%


Superior a 2 anos e igual ou inferior a 4 anos 30%
Superior a 4 anos e igual ou inferior a 6 anos 25%
Superior a 6 anos e igual ou inferior a 8 anos 20%
Superior a 8 anos e igual ou inferior a 10 anos 15%
Superior a 10 anos 10%
9. Regime de Previdência
Complementar Fechada:
Gestão Financeira e de Investimentos
GESTÃO FINANCEIRA
NAS EFPC
Objetivo fundamental
Obtenção da rentabilidade necessária para o pagamento dos benefícios
contratados, conforme as características de cada plano de benefícios.
Para aplicação dos recursos, conforme estabelecido pela resolução CMN
4.994/2022, os administradores devem seguir as seguintes diretrizes:

• Princípios de segurança,
rentabilidade, solvência, liquidez e
transparência
• Atividades de boa-fé, lealdade
e diligência
• Padrões éticos
• Cumprimento do dever fiduciário
GESTÃO FINANCEIRA
NAS EFPC

Diretrizes para aplicação dos


recursos pelos administradores:

Objetiva manutenção do equilíbrio entre ativo x passivo e deve observar:

• Modalidade do plano (BD, CD ou CV)


• Características das obrigações do plano
• Especificidades
GESTÃO FINANCEIRA NAS EFPC
É permitido às EFPC aplicação dos recursos nos seguinte
segmentos:

Renda fixa
Renda variável
Investimentos estruturados
Investimentos no exterior
Imobiliário
Operações com participantes
GESTÃO FINANCEIRA NAS EFPC

A LEGISLAÇÃO PREVÊ AINDA, LIMITES DE ALOCAÇÃO POR:

• Segmento de aplicação
• Por Emissor
• Concentração por emissor
100
• Concentração por investimento
90

80

70

60

50

40

30

20

10

0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
POLÍTICA DE

INVESTIMENTOS

Documento elaborado e aprovado


no âmbito da entidade fechada de
previdência complementar,
observando a legislação e os
compromissos atuariais do plano de
benefícios, com o intuito de definir a
estratégia de alocação dos recursos
garantidores do plano no horizonte
de, no mínimo, cinco anos, com
previsões anuais.
POLÍTICA DE

INVESTIMENTOS

Define as regras de administração


de um determinado fundo de
investimento e de sua forma
de atuação.
POLÍTICA DE

INVESTIMENTOS
Deverá conter no mínimo:
Alocação dos
recursos e os limites, Meta de rentabilidade para
por segmento de cada segmento de aplicação
aplicação
Metodologia ou fontes de
Limites por
referência adotadas para o
modalidade de
apreçamento dos ativos
investimentos¹
financeiros
Metodologia e critérios para
Utilização de
avaliação dos riscos: de crédito /
instrumentos de
mercado / liquidez / operacional
derivativos
/ legal / sistêmico
Taxa mínima atuarial Observância ou não de
/ Índices de princípios de responsabilidade
referência socioambiental
¹ Se mais restritivos que os estabelecidos na Resolução
10. Regime de Previdência
Complementar Fechada:
Instituidores
PREVIDÊNCIA
ASSOCIATIVA
INSTITUIDORES

Como vimos, a constituição de planos de


previdência complementar fechada se
deu, por iniciativa das empresas que
tinham o objetivo de usar as EFPC como
instrumento de sua política de Recursos
Humanos.

Em 2003, a inovação trazida pela


Previdência Associativa se deu em razão
do interesse das lideranças e dos próprios
trabalhadores em buscar melhores
benefícios previdenciários.

A modalidade, não possui a figura da


empresa patrocinadora.
PREVIDÊNCIA
ASSOCIATIVA
INSTITUIDORES

QUEM PODE INSTITUIR UMA EFPC OU UM


PLANO DE BENEFÍCIOS EM ENTIDADES JÁ
EXISTENTES NESSA MODALIDADE?

• Sindicatos;
• Cooperativas;
• Associações;
• Órgãos de classe;
• Outras entidades de caráter classista,
profissional e setorial.

FORTALECIMENTO DA ENTIDADE INSTIUIDORA


PREVIDÊNCIA
ASSOCIATIVA
INSTITUIDORES

REQUISITOS ESPECÍFICOS
(diferenciado das demais EFPCs)
• O Instituidor deve existir, formalmente, há no
mínimo 3 anos;

• Para constituir uma EFPC, o instituidor deve


congregar mínimo de 1.000 participantes;

• Para instituir plano de benefício em EFPC já


existente, há exigência mínima de 100
participantes;

• A gestão dos recursos deve ser terceirizada.


PREVIDÊNCIA
ASSOCIATIVA
EXEMPLOS DE PLANOS
INSTITUÍDOS

EFPC EFPC
Instituidora Multipatrocinada
PLANO SETORIAL
ABRAPP

EFPC
Instituidor Setorial Convênio de Adesão

Afiliado Setorial Afiliado Setorial Afiliado Setorial


EFPC patrocinada “A” EFPC multipatrocinada “B” EFPC instituída “C”
EVOLUÇÃO DOS
PLANOS FAMÍLIA E
SETORIAL
ABRAPP

Dados de população ref. junho/22


11. Regime de Previdência
Complementar Fechada
do Servidor Público
REGIME DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR
FECHADA DOS SERVIDORES PÚBLICOS

O QUE É?
Regime instituído pela União com a finalidade de possibilitar
recebimento de um benefício adicional, tendo em vista que o
valor da aposentadoria não poderá exceder o limite do teto
do benefício pago pelo Regime Geral de Previdência Social.

QUEM PODE PARTICIPAR?


• Os futuros servidores públicos titulares de cargo efetivo da
União, suas autarquias e fundações – inclusive membros do
Poder Judiciário, do Ministério Público da União e do
Tribunal de Contas da União;
• Atuais servidores que optarem por aderir ao Regime.
REGIME DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR
FECHADA DOS SERVIDORES PÚBLICOS

PLANO DE BENEFÍCIOS
Conforme comando institucional (art. 40 § 15 da CF/88), o
regime deve oferecer plano de contribuição definida, com
contas individuais para os participantes.

O participante é quem decide o valor de sua contribuição,


sendo que o valor do benefício dependerá do montante de
recursos acumulado pelo servidor, incluídas as contribuições
paritárias da União (até 8,5% da base de cálculo) e acrescido
da rentabilidade dos investimentos.

BENEFÍCIOS OFERECIDOS
Aposentadoria programada e, no mínimo, os benefícios de
risco para o caso de invalidez e de falecimento do
participante, cuja elegibilidade deve ser definida no
regulamento do plano.
REGIME DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR
FECHADA DOS SERVIDORES PÚBLICOS

ADMINISTRAÇÃO DO PLANO DE BENEFÍCIOS


Composição da Diretoria e Conselhos (LC 108/2001):
• Conselho Deliberativo – integrado por 6 membros, sendo 3
escolhidos pela patrocinadora e 3 eleitos pelos participantes e
assistidos. A presidência deve ser exercida pelo membro
indicado pela patrocinadora.
• Conselho Fiscal – integrado por membros, sendo 2 escolhidos
pela patrocinadora e 2 eleitos pelos participantes e assistidos. A
presidência deve ser exercida pelo membro indicado pelos
participantes e assistidos.
• Diretoria – integrada por 4 membros nomeados pelo conselho
deliberativo e 2 eleitos, diretamente, pelos participantes e assistidos.
REGIME DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR
FECHADA DOS SERVIDORES PÚBLICOS

VANTAGENS
Para a Sociedade:
• Incentivo à formação de poupança de longo prazo;
• Impacto fiscal e orçamentário nas contas da União.

Fonte da Unidade: Funpresp – Perguntas e Respostas,


Secretaria de Políticas de Previdência Complementar
do Ministério da Previdência Social, 2012
REGIME DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR
FECHADA DOS SERVIDORES PÚBLICOS

ADMINISTRAÇÃO DO PLANO DE BENEFÍCIOS

Lei nº 12.618, de 30/04/2012 - criação de três EFPC:


• Funpresp-Exe – Fundação de Previdência Complementar
do Servidor Público Federal do Poder Executivo;
• Funpresp-Leg – Fundação de Previdência Complementar
do Servidor Público Federal do Poder Legislativo;
• Funpresp-Jud - Fundação de Previdência Complementar
do Servidor Público Federal do Poder Judiciário.

Cada Funpresp:
• Estabelecida na forma de Fundação, de natureza pública, com
personalidade jurídica de direito privado e sem fins lucrativos;
• Regida pelas Leis Complementares n° 108 e 109, de 2001, além da lei
específica que instituiu o Regime;
• Tem autonomia administrativa, financeira e gerencial;
• Deve observar a legislação federal sobre licitação e
contratos administrativos e contratar empregados por
meio de concurso público e sob o regime da CLT;
• Deve observar os princípios da administração pública, em
especial, os da eficiência e da economicidade.
12. Regime de Previdência
Complementar Fechada:
Importância das EFPC
PREVIDÊNCIA
COMPLEMENTAR
FECHADA
Qual a sua importância?

Para os participantes:
• Manutenção, na aposentadoria,
de padrão de renda próximo ao
do período em atividade
• Garantia de formação de uma
poupança de longo prazo, muitas
vezes com a participação da
empresa
• Segurança, mesmo na ocorrência
de eventos futuros adversos
• Possibilidade de obtenção de
empréstimos e financiamentos
com taxas mais atrativas
PREVIDÊNCIA
COMPLEMENTAR
FECHADA
Qual a sua importância?

Para os empresas
patrocinadoras:
• Importante ferramenta de RH
• Melhorar as relações
empregado/empresa
• Atrair e manter mão-de-obra
qualificada
• Aumentar a fidelização
do empregado
PREVIDÊNCIA
COMPLEMENTAR
FECHADA
Qual a sua importância?

Para os empresas
patrocinadoras:
• Complementar a renda da
aposentadoria pública para
empregados que recebem mais do
que o teto da previdência social
• Tratar como despesas operacionais
as contribuições para o Fundo de
Pensão
• Transmitir sentimento de segurança
ao empregado e familiares
(ocasião de invalidez e morte)
• Ter boa imagem junto a sociedade
PREVIDÊNCIA
COMPLEMENTAR
FECHADA
Qual a sua importância?

Para a sociedade:
• Capitalização de empresas, através
dos investimentos no mercado de ações
• Financiamentos de projetos de médio
e longo prazos
• Formação de postos de trabalho
• Arrecadação direta e indireta de
impostos
• Manutenção do poder de compra no
mercado de consumo, ativando a
economia
• Possibilitar melhor qualidade de vida
aos milhares de beneficiários e seus
dependentes
CONCLUSÃO
Parabéns!
Você chegou ao final desse curso e já conhece um pouco mais
sobre os Fundamentos da Previdência Complementar.

Agora, acesse o card da Avaliação Final para testar seus


conhecimentos! Para aprovação será necessário
aproveitamento igual ou superior a 70% nas questões finais e
você terá a quantidade de três tentativas para atingir a
performance mencionada.

CERTIFICADO
Após aprovação, o certificado do treinamento será
disponibilizado no dia 10 do mês posterior à conclusão do curso.
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