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sumário
Intro 03

Capítulo 1 – Previdência Privada x Investimentos tradicionais 08

Transmissão ágil do patrimônio 09

Isenção do come cotas 11

“Migração” do fundo sem necessidade de resgate 12

Alternativas para receber o benefício 14

Portabilidade 16

Capítulo 2 – Os planos de Previdência 17

PGBL – Plano Gerador de Benefício Livre 18

VGBL – Vida Gerador de Benefício Livre 20

Capítulo 3 – Regimes de Tributação 22

Tabela Regressiva e Definitiva 23

Tabela Progressiva 24

Capítulo 4 – Custos Envolvidos 25

Taxa de carregamento 26

Taxa de saída 26

Taxa de administração 27

Taxa de performance 28
Previdência privada 3

intro
Fala-se muito de previdência na sopa de letrinhas da
tributação, mas você já refletiu sobre o sentido literal
da palavra? A previdência, segundo o dicionário, é o
“ato de prever” ou “condição daquilo que é previdente,
que prevê ou busca evitar previamente transtornos”.
Em resumo, ela significa se antecipar a um evento
futuro.

Antes de tudo, é importante contextualizar o cenário


da previdência social, já que ela existe para garantir o
direito constitucional à saúde e à qualidade de vida da
população.
Previdência privada 4

Recentemente, a Reforma da Previdência estabeleceu


mudanças na base de cálculo e na tabela de
contribuição do INSS. Antes da reforma, existia uma
alíquota fixa e única, que variava de 8% a 11%. Agora,
essa conta é feita de forma progressiva, aumentando
a alíquota conforme o aumento do salário. A base de
cálculo também abrange empregados domésticos e
trabalhadores avulsos e varia de 7,5% a 14%.

Veja as principais mudanças da Reforma aprovada


pelo Congresso Nacional, que definem os critérios
para solicitação da aposentadoria:

Trabalhadores privados (urbanos): 65 anos de


idade (homens) e 62 anos (mulheres), com
15 anos de contribuição mínima (mulheres) e
20 anos (homens). Os homens que já estão no
mercado podem ter contribuição mínima de 15
anos (no entanto, para obter 100% do benefício,
a contribuição deve ser de 40 anos).

Servidores públicos: 65 anos de idade (homens)


e 62 anos (mulheres), com 25 anos de tempo
mínimo de contribuição, 10 anos no serviço
público e cinco anos no cargo. No entanto, para
Previdência privada 5

obter 100% do benefício, a contribuição é de 40


anos. A mudança vale apenas para servidores da
União (destaca-se que estados e municípios não
entraram na reforma).

Trabalhadores rurais: 60 anos de idade


(homens) e 55 anos (mulheres), com 15 anos de
comprovação de atividade rural, ou seja, nada
mudou. O texto base da Reforma continha
mudanças, mas elas foram retiradas ao longo da
discussão no Congresso.

Professores: 60 anos de idade (homens) e 57


anos (mulheres), com pelo menos 25 anos de
contribuição (no efetivo exercício do magistério,
exceto no ensino superior). Para quem se encaixa
nas regras de transição (que são extensas e
complexas), 100% de pedágio sobre o tempo
que falta + 55 anos de idade (homens) e 52 anos
(mulheres).
Previdência privada 6

A Reforma da Previdência, no entanto,


não se ateve apenas aos pontos aqui
apresentados, existindo também
outras alterações. É importante
entender também a função do INSS
neste processo.

O INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), do


Ministério da Previdência Social, é o responsável pelo
pagamento da aposentadoria e outros benefícios aos
brasileiros contribuintes.

O problema é que as novas mudanças na Previdência


Social podem penalizar os trabalhadores quando
se considera a idade produtiva e a necessidade de
medicamentos ou assistência médica, por exemplo.

Não é por acaso que circula no mercado o trocadilho


que vincula a sigla INSS a “Isso Não Será Suficiente”.
É nesse contexto que entra a previdência privada ou
complementar. Ela existe para suprir um déficit de
renda futura que será (ou seria) paga pelo INSS!
Previdência privada 7

Os planos de previdência funcionam como uma


alternativa de investimento que vai além da
aposentadoria em si. Voltado para o planejamento de
longo prazo, o investidor realiza aportes mensais ou
esporádicos para atender diferentes necessidades. E a
aposentadoria é só um exemplo delas.

Mas vamos por partes. Separamos o material em


diferentes capítulos para você conseguir avaliar qual
cenário ou combinação faz mais sentido para a sua
necessidade. Vamos lá?
Previdência privada 8

tulo 1
capí

Previdência
Privada
x
Investimentos
tradicionais
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Transmissão ágil do
patrimônio
O futuro é incerto, fato. Quando idealizamos uma
reserva financeira em previdência privada estamos,
na prática, preparando um “colchão” de recursos para
ser usado durante a aposentadoria – ou outro objetivo
de longo prazo. Quando realizamos investimentos em
outros ativos, como fundos de investimento, ações
ou renda fixa, também temos o mesmo objetivo. No
entanto, há uma diferença: no caso de falecimento do
investidor, o planejamento é interrompido, certo?

Na previdência, não. Não importa o tipo de plano, o


dinheiro fica disponível para transferência e uso dos
beneficiários indicados pelo titular, o que não ocorre
nas outras modalidades de investimento que precisam
obrigatoriamente passar pelo oneroso processo de
inventário.
Previdência privada 10

Em resumo: no caso de falecimento do investidor,


os bens e ativos financeiros, exceto a previdência,
precisam ser inventariados até que sejam
disponibilizados aos herdeiros. Vale destacar que um
processo de inventário pode chegar até 30% do total
de bens e é importante se questionar: será que os
herdeiros possuem caixa suficiente para bancar essa
despesa?
Previdência privada 11

Isenção do
come cotas
Todo último dia útil dos meses de maio e novembro
há uma visita do Leão para cobrar um percentual do
lucro obtido, mas ainda não realizado, sobre todos
os fundos de investimento tributáveis. Somente duas
modalidades ficam fora dessa conta: os fundos de
ações e os fundos de previdência.

O imposto de renda da
previdência só é recolhido no
final do plano ou no resgate
dos recursos. Com a ausência
do famoso “come cotas”,
o retorno do seu fundo de
investimento pode ter uma
acumulação de recursos
mais rápida do que os fundos
tradicionais.
Previdência privada 12

“Migração” do fundo
sem necessidade de
resgate
O mercado financeiro muda com determinada
frequência e o investidor precisa se adaptar
constantemente. Quando falamos em investimentos
tradicionais, uma revisão de estratégia pode significar
o rebalanceamento da carteira de investimentos,
como o resgate ou venda de determinados ativos ou o
investimento em novos produtos.

Cada movimentação desse tipo implica no


recolhimento de imposto de renda, no caso das
aplicações que estão sujeitas à tabela de tributação.
Na prática, isso implica em “pedágios” que podem
comprometer parte da sua rentabilidade final.
A boa notícia é que, na previdência, o investidor tem
a possibilidade de realizar essas movimentações
sem ônus. Durante o período de acumulação, ou
enquanto a reserva não for transformada em renda
Previdência privada 13

(você vai entender mais a seguir), você pode migrar


de um fundo A (mais arrojado, por exemplo) para um
fundo B (mais conservador) sem recolher impostos.
Esta mudança de rota é conhecida no mercado como
“Portabilidade de Saída.”
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Alternativas para
receber o benefício
Pode soar um pouco estranho, mas quando o
investidor opta por um plano de previdência ele
precisará, além de indicar os beneficiários, informar
qual o tipo de renda que gostaria de receber ao
final do período de contribuição. Existem diversas
alternativas, mas essas são as principais:

Renda Mensal Vitalícia: Renda depositada todo


mês na conta do participante após o término
do período de contribuição. Por ser vitalícia, o
pagamento é feito enquanto o investidor está
vivo.

Renda Mensal por Prazo Certo: Renda mensal


paga por prazo certo, ou seja, por um período
escolhido pelo participante. O investidor deve
optar por receber a renda pelo prazo mínimo de
1 ano e máximo de 50 anos. Com o término do
Previdência privada 15

prazo estabelecido, a renda é extinta. Caso ocorra


o falecimento durante o período, o beneficiário
indicado continuará recebendo a renda pelo prazo
remanescente.
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Portabilidade
de saída
Quando o assunto é previdência, você tem a faca e o
queijo na mão para manter o seu plano na instituição
financeira atual ou não. Se o atendimento não está
legal ou a performance do fundo não vai bem e você
não recebeu qualquer orientação sobre a razão ou
alternativas, você pode transferir o seu plano para
outro lugar sem resgatar os valores investidos.
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tulo
2
capí

Os planos de
Previdência
Previdência privada 18

PGBL:
Plano Gerador de
Benefício Livre
Essa modalidade de plano é indicada ao contribuinte
que faz a Declaração do IRPF no modelo completo.

A principal característica do PGBL é a dedução de até


12% da renda bruta tributável anual. Confuso? Calma
que a gente te explica: se você é contribuinte do
INSS, RPPS ou aposentado por um desses regimes de
previdência social, provavelmente já observou no seu
holerite ou demonstrativo de pagamento que existe
uma dedução do INSS sobre seu salário. Na prática,
você pode efetuar contribuições no plano, única ou
em parcelas mensais até o limite de 12% da sua renda
bruta tributável. Na declaração anual de imposto de
renda, você pode utilizar as contribuições realizadas
no ano anterior para deduzir a base de cálculo do IR,
pagando menos ou até restituindo imposto de renda.
Bacana né?
Previdência privada 19

Tributação
no PGBL:
Nesta modalidade, o imposto é cobrado no ato do
resgate (aplicação + rendimentos), de acordo com o
regime tributário escolhido na contratação do plano.
Previdência privada 20

VGBL:
Vida Gerador de
Benefício Livre
Ao contrário do PGBL, o VGBL não permite a dedução
do imposto. Aqui, a tributação incidirá também no
resgate, mas apenas sobre os rendimentos.

E para quem é indicado o VGBL?

Declara o Imposto de Renda no formulário


simplificado e também para quem é isento;

Regime próprio de previdência de servidores


públicos, principalmente se não tiver acesso a
um fundo de pensão;

Indicado também para quem está apto a


deduzir as contribuições a um PGBL, mas
deseja constituir uma reserva ainda maior em
previdência;
Previdência privada 21

Para quem deseja fazer planejamento sucessório,


uma vez que o IR incide apenas sobre os
rendimentos.

Dependendo da necessidade do investidor, as duas


modalidades podem ser vantajosas. O PGBL para
utilizar o benefício máximo fiscal e o VGBL realizando
contribuições adicionais, constituindo uma reserva
complementar em previdência. Nesse caso, ao final
dos planos, o investidor terá dois montantes e poderá
optar por resgatá-los de acordo com sua necessidade.
Previdência privada 22

tulo
3
capí

Regimes de
Tributação
Tema importantíssimo para ficar de
olho aberto quando fizer a adesão a um
plano de previdência. É essa parte do
modelo de tributação que vai impactar
no objetivo do seu investimento
Previdência privada 23

Tabela Regressiva
e Definitiva
Como o próprio nome diz, a tabela regressiva é
formada por faixas de alíquota que se reduzem ao
longo do tempo. Na prática, cada depósito/ aporte
realizado funciona como um “cronômetro”. Ou seja,
com o passar do tempo, o imposto vai reduzindo e
pode chegar até 10%. Veja a seguir:

Prazo Alíquota IR (fonte)

Até 2 anos 35%

Entre 2 e 4 anos 30%

Entre 4 e 6 anos 25%

Entre 6 e 8 anos 20%

Entre 8 e 10 anos 15%

A partir de 10 anos 10%


Previdência privada 24

Tabela
Progressiva
A alíquota neste regime é de 15% e incide na fonte
geradora do imposto, independentemente do prazo
decorrido do plano. Isso significa que o ajuste poderá
ocorrer na declaração anual de imposto de renda de
acordo com a renda anual do contribuinte, conforme a
tabela a seguir:

Parcela a deduzir
Valor Alíquota IR
do IRPF (R$)

Até R$ 22.847,76 Isento R$ 0,00

De R$ 22.847,76
7,50% R$ 1.713,58
até R$ 33.919,80

De R$ 33.919,80
15% R$ 4.257,57
até R$ 45.012,60

De R$ 45.012,60
22,50% R$ 7.663,51
até R$ 55.976,16

Acima de
27,50% R$ 10.432,32
R$ 55.976,16
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tulo
4
capí

Custos
envolvidos
Previdência privada 26

Taxa
de carregamento
Essa é a cobrança de um percentual aplicado sobre o
montante aportado no plano. Embora muito praticada
no passado, essa não é uma taxa comum no mercado
atualmente. Ainda assim, no momento da contratação
do plano, verifique se há essa cobrança extra!

Taxa
de saída
Existem planos sujeitos a cobrança de um percentual
sobre o valor resgatado. Fique de olho!
Previdência privada 27

Taxa
de administração
Embora não seja relativa ao plano de previdência
em si, a taxa de administração consiste em um
percentual anual, porém provisionada diariamente,
que incide sobre o patrimônio líquido do fundo de
investimento onde os recursos estão aplicados.
Ela existe para custear as despesas operacionais
do fundo e também para remunerar o gestor que
cuida do seu dinheiro. As taxas normalmente estão
relacionadas ao risco e/ou complexidade do fundo de
investimento. Dessa forma, fundos com perfil mais
arrojado usualmente cobram taxas mais altas.
Previdência privada 28

Taxa
de performance
Com o desenvolvimento do mercado de capitais,
surgiu a taxa de performance. Ela funciona como
um percentual aplicado sobre a performance do
fundo de investimento quando ele supera um
determinado benchmark ou índice de referência.
Podemos considerar que a taxa de performance é
um reconhecimento pago ao gestor do fundo quando
ele entrega aos cotistas (investidores do fundo) uma
performance superior a um determinado índice de
referência. Por exemplo, um fundo de ações que
tem o objetivo de superar o Ibovespa: quando a
performance do fundo for superior ao índice, no
caso o Ibov, há a cobrança de um percentual sobre
a performance que exceder o índice. A taxa de
performance é cobrada semestralmente, após todas
apuradas todas as demais despesas do fundo.
Previdência privada 29

Agora que você já conhece todos os detalhes


sobre os planos de previdência, é hora de dar o
próximo passo no seu planejamento financeiro
de longo prazo: seja com o objetivo de obter
uma renda futura, proteção ou mesmo passar o
seu patrimônio para frente. Esperamos que este
conteúdo te ajude a colocar a mão na massa!
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Um conteúdo:

Neste material:

Alexandre Melo
Analista de Previdência Privada
e Fundos de Investimento

Adriano Germenink
Estratégia e Inteligência de Mercado
Texto
estadaoinvestidor
Valéria Bretas
Edição

Hebert de Oliveira
einvestidor
Design/Diagramação

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