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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 15ª VARA

CRIMINAL DA COMARCA DE PORTO ALEGRE - RIO GRANDE DO SUL 

Autos do processo nº: ____________


Autor: Ministério Público
Réus: Antônio Lopes e Maria Campos

Antônio Lopes, nacionalidade____ funcionário público, estado civil_____,


portador da Carteira de Identidade nº________, CPF nº ______ residente e
domiciliado à Rua Castro, nº170, apartamento 201, CEP:_______ na cidade
de_____ do Estado _____,e-mail_____ vem respeitosamente, nos autos da
ação penal que lhe foi movida pelo Ministério Público, perante Vossa
Excelência, por seu advogado, regularmente constituído, qualificado na
procuração em anexo, com endereço de escritório localizado na rua
____,bairro_____, nº____, CEP:_____, apresentar, a presente

RESPOSTA À ACUSAÇÃO
com fundamento nos artigos 396 e 396-A do CPP, pelas razões de fato e de
direito abaixo fundamentadas.

I-DOS FATOS

Antônio Lopes foi denunciado pelo Ministério Público, como incurso,


supostamente, nas penas dos artigos 239, parágrafo único, da Lei n. 8069/90
(Estatuto da criança e do adolescente) e 317, § 1º, em consonância com o
artigo 69, ambos do Código Penal.
O acusado foi denunciado pelo Promotor de Justiça e o juiz recebendo a
denúncia, ordenou a citação do réu e a intimação para a apresentação da
resposta à acusação.

II- DO DIREITO

a) incompetência do juízo:
Tratando-se de crime supostamente praticado por funcionário público federal (o
réu é agente da Polícia Federal), a competência é da justiça federal em razão
do disposto no artigo 109, I, da Constituição Federal de 1988.  Além disso, a
denúncia foi oferecida sem nenhuma prova de que o Indiciado tenha enviado,
promovido ou auxiliado no envio de crianças para fora do Brasil e nem de
emprego de violência ou grave ameaça ou fraude, portanto o fato é atípico,
pois não se enquadra na conduta descrita no artigo 239, parágrafo único, da
Lei 8069/90. Por isso, deve ser absolvido por esse crime.

b) a inépcia da denúncia

Como é sabido, a petição inicial acusatória deve descrever o fato criminoso,


para possibilitar a defesa do acusado. O réu foi denunciado como incurso nos
artigos 239, parágrafo único do Estatuto da Criança e do Adolescente e no art.
317, § 1º do Código Penal, na forma do artigo 69 do Código Penal. 

c)  nulidade na interceptação telefônica:

Pois se deu de forma ilegal, a decisão que autorizou carece de fundamentação,


isto é, a medida foi ilícita, de acordo com o artigo 93,IX, CF/1988 e artigo 5º da
lei 9296/69, não se devendo decretar a interceptação telefônica como primeira
medida investigativa, como dispõe o artigo 2º da lei citada acima.
d)em relação ao crime de corrupção passiva:
Não há desrespeitando o art. 93, IX, da CF. No mesmo sentido, a
inépcia da inicial acusatória, eis que a conduta é genérica, sem descrever as
elementares do tipo
de corrupção passiva e sem imputar fato determinado, o que limita o exercício
do direito de defesa
(viola os art. 5º, LV, CF e art. 41, CPP)
desrespeitando o art. 93, IX, da CF. No mesmo sentido, a
inépcia da inicial acusatória, eis que a conduta é genérica, sem descrever as
elementares do tipo
de corrupção passiva e sem imputar fato determinado, o que limita o exercício
do direito de defesa
(viola os art. 5º, LV, CF e art. 41, CPP)

Ao crime de corrupção passiva previsto no artigo 317,§1º Código Penal, não há


justa causa para a ação penal, uma vez que as afirmações são genéricas, não
havendo prova suficiente de que o réu recebia vantagem indevida para a
emissão de passaportes de forma irregular, e não há nenhuma prova de que os
passaportes fossem emitidos de forma irregular, ou seja, não há prova de que
Antônio tenha efetivamente praticado ato infringindo dever funcional, sem
descrever as elementares do tipo de corrupção passiva e sem imputar fato
determinado, o que limita o exercício do direito de defesa ,fazendo com que se
viole os artigos 5º ,LV, Carta Magna de 1988, e artigo 41 do CP.

e) nulidade da decisão que deferiu a busca e apreensão

Fazendo assim violar o artigo 243, inciso III do CPP, tornando-se assim
genérica e sem fundamentação. Conforme se infere dos autos, foi deferida
medida de busca e apreensão na casa do acusado. Ocorre que, ao deferir tal
medida, o magistrado deixou de declinar os motivos que fundamentavam a
busca e apreensão.

f) apreensão do dinheiro

Como se conclui nos autos, o dinheiro foi apreendido em razão de apreensão


pela Polícia. Ocorre que tal numerário foi apreendido de forma ilícita, porque
não havia especificação para vasculhar o apartamento 202, pertencente ao
acusado. Dessa forma, reza o art. 157 do Código de Processo Penal que tal
material deve ser desentranhado dos autos, porque se trata de prova ilícita. O
ingresso no outro apartamento de Antônio, onde estava a quantia, não estava
autorizado judicialmente. Relativamente a este ponto, era indispensável que se
associasse a ilegalidade ao conceito de prova ilícita e consequentemente
requerendo-se a desconsideração do dinheiro lá apreendido.
II- MÉRITO

               Requer a absolvição pela atipicidade da conduta. Com efeito, não há


prova da materialidade da corrupção passiva. A prova da corrupção passiva
estaria calcada na busca e apreensão do numerário no apartamento do
acusado. Ocorre que apesar da existência de um mandado de busca e
apreensão, não havia especificação para adentrar no apartamento 203. Logo, a
prova é ilícita e não se presta à comprovação da materialidade do delito de
corrupção passiva. Assim, logicamente o fato é atípico, devendo se anular o
processo a partir da citação e por conseguinte, absolver o acusado com fulcro
no artigo 397, III do Código de Processo Penal.

III- PEDIDOS
 
Ante o exposto, requer-se:
 
a)A declaração da incompetência da Justiça Estadual para apurar o
feito com respaldo nos artigos 5º, inciso LIII e 109, inciso V da Constituição;
 
b)O reconhecimento da nulidade da interceptação telefônica dada afronta ao ar
tigo5º da Lei 9296/96 e artigo 93, inciso IX da Constituição Federal;

c)O reconhecimento da ilegalidade da decisão que deferiu a busca e


apreensão tendo em vista a violação ao artigo 243, inciso II do Código de
Processo Penal e artigo 93, inciso IX da Constituição.
 
d)O reconhecimento da ilicitude e o desentranhamento da
prova apreendida em um dos apartamentos do acusado, eis ausente
autorização para ingressar em tal local com respaldo no artigo 157 do Código
de Processo Penal e artigo 5º, inciso LVI da Constituição.
 
e)A rejeição da denúncia com fundamento no artigo 395, inciso I do
Código de Processo Penal, dada a precariedade da narrativa fática exposta
pelo Ministério Público.

f) A rejeição da denúncia com fundamento no artigo 395,  inciso III do


Código de Processo Penal, dada da falta de justa causa para o regular
exercício da ação penal.
 
g)A absolvição sumária do acusado em conformidade com o artigo
397, inciso III do Código de Processo Penal ante a atipicidade de sua
conduta.
 
h)Por fim, superadas as teses acima expostas, sejam as testemunhas
abaixo intimadas para a fase probatória do presente processo penal.
Observação: O último dia do prazo é 08.11.2010, eis que a contagem inicia na
data da intimação pessoal, o enunciado é claro ao especificar que a petição
deveria ser protocolada no último dia do prazo, o qual se prorrogou até o dia
útil subsequente.

Cidade____,data, mês e ano.


Advogado/OAB nº

Rol de Testemunhas:
1. Carlos de Tal, residente na Rua 1, nº 10, nesta capital;
2. João de tal, residente na Rua 4, nº 310, nesta capital;
3. Roberta de Tal, residente na Rua 4, nº 310, nesta Capital.
 

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