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NOÇÕES DE

GESTÃO PÚBLICA
Evolução nos Modelos de Gestão

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
NOÇÕES DE GESTÃO PÚBLICA
Evolução nos Modelos de Gestão
Adriel Sá

Sumário
Evolução nos Modelos de Gestão...........................................................................................................................3
1. Patrimonialismo no Brasil. . .....................................................................................................................................3
2. A Reforma Burocrática no Brasil.. .......................................................................................................................3
2.1. Introdução. . ...................................................................................................................................................................3
2.2. Criação do DASP.. .....................................................................................................................................................4
2.3. Decreto-Lei n. 200/1967.. ....................................................................................................................................6
2.4. A Transição Democrática e o Retrocesso Administrativo da CF/1988....................................8
3. A Reforma Gerencial no Brasil e o Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado
(PDRAE) – 1995.................................................................................................................................................................9
3.1. Introdução. . ...................................................................................................................................................................9
3.2. O Aparelho do Estado e as Formas de Propriedade..........................................................................14
3.3. Setores do Estado, Tipos de Gestão e Formas de Propriedade..................................................14
Resumo.................................................................................................................................................................................18
Mapa Mental......................................................................................................................................................................21
Questões de Concurso................................................................................................................................................22
Gabarito...............................................................................................................................................................................36
Gabarito Comentado....................................................................................................................................................37

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Evolução nos Modelos de Gestão
Adriel Sá

EVOLUÇÃO NOS MODELOS DE GESTÃO


1. Patrimonialismo no Brasil
De 1808, com a transferência da corte portuguesa para o Brasil, até 1930, a administração
pública brasileira vinculava-se ao poder dos coronéis e das oligarquias agrárias, baseadas na ex-
portação de commodities1. O nível de poder não era central, mas local, caracterizado pelas elites
rurais dominantes da época. Nesse período, o modelo de gestão pública era o patrimonialista.

2. A Reforma Burocrática no Brasil


2.1. Introdução
De 1930 a 1945, Getúlio Vargas se mantém no poder: Governo Provisório (1930 a 1934),
Governo Constitucional (1934 a 1937) e Estado Novo (1937 a 1945). Esse governo concentrou
o poder da União sobre os Estados federados e as oligarquias locais, dando impulso ao pro-
cesso de industrialização.
Segundo Paludo (2016)2, as primeiras medidas adotadas por Vargas foram de cunho saneador
das finanças públicas e de racionalização administrativa. A esse fato, seguiu-se uma significativa
centralização no nível político, econômico e administrativo, emergindo um Estado autoritário, que
deu início ao processo de modernização da Administração Pública e de industrialização do país.

001. (CEBRASPE/COGE-CE/AUDITOR DE CONTROLE INTERNO/2019) Entre as reformas


administrativas já empreendidas na gestão pública brasileira, destaca-se aquela voltada à bu-
rocratização do Estado à luz dos preceitos weberianos e que adotou critérios de mérito profis-
sional para a seleção de pessoal. Essa reforma corresponde à
a) implantação do estado oligárquico na República Velha.
b) reforma promovida pelo regime militar em 1964.
c) modernização administrativa proposta por Getúlio Vargas na década de 1930.
d) proposta de Estado interventor da segunda gestão de Getúlio Vargas.
e) reforma administrativa empreendida pelo Decreto-lei n.º 200de 1967.

1
Termo utilizado, de forma geral, em referência a produtos em estado bruto (matérias-primas) ou com pequeno grau de
industrialização, de qualidade quase uniforme, produzidos em grandes quantidades e por diferentes produtores, como por
exemplo, papel, café, soja e ouro.
2
PALUDO, A. V. Administração pública. 5. ed. rev., atual. e ampl. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2016.

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A reforma descrita no enunciado corresponde à modernização administrativa de Getúlio Var-


gas (década de 1930).
a) Errada. Apresenta uma característica do modelo de Administração Pública Patrimonialista.
b) Errada. O regime militar não adotou critérios de mérito profissional para seleção de pessoal.
d) Errada. O governo de Getúlio Vargas passa por três gestões: (1ª) 1930 a 1934 – governo
provisório, (2ª) 1934 a 1937 – governo constitucional e (3ª) 1937 a 1945 – Estado Novo.
O Estado interventor ocorre na terceira, e não na segunda gestão.
e) Errada. A reforma empreendida por tal decreto, doutrinariamente, é considerada uma tenta-
tiva de implantação do modelo gerencialista, e não burocrático.
Letra c.

2.2. Criação do DASP


A criação do Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP) pelo Decreto-lei n. 579,
de 30 de julho de 1938, no governo Getúlio Vargas, representou a primeira reforma administrativa
do Estado brasileiro (modelo burocrático), tendo como foco a modernização da gestão pública.
O citado decreto instituía o intercâmbio de técnicos e funcionários administrativos federais
brasileiros para aperfeiçoamento no exterior, após seleção feita pelo próprio DASP.
Assim, o governo enviou funcionários técnicos administrativos para os Estados Unidos, prin-
cipalmente universidades, com pagamento integral de salários pela Embaixada em Washington,
acrescidos de uma ajuda de custo para moradia e passagem. Isso porque os Estados Unidos era o
país que tinha o modelo administrativo que o governo brasileiro se inspirava e desejava conhecer.
Assim, é possível se afirmar que o DASP foi o primeiro órgão da estrutura administrativa
brasileira ao qual se atribuiu a responsabilidade de diminuir a ineficiência do serviço público e
reorganizar a administração pública.
A doutrina aponta três principais objetivos do DASP:
• centralizar e reorganizar a administração pública mediante ampla reforma;
• definir política para a gestão de pessoal; e
• racionalizar métodos, procedimentos e processos administrativo em geral.

A autora Wahrlich (1984)3 apresenta as principais realizações do DASP e suas principais


falhas na implementação do modelo burocrático de gestão:
Principais realizações:
• Ingresso no serviço público por concurso.
• Critérios gerais e uniformes de classificação de cargos.
3
WAHRLICH, B. M. de S. A reforma administrativa no Brasil: experiência anterior, situação atual e perspectivas – uma apre-
ciação geral. Revista de Administração Pública, Rio de Janeiro, v. 18, n. 1, 1984.

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• Organização dos serviços de pessoal e de seu aperfeiçoamento sistemático.


• Administração orçamentária.
• Padronização das compras do Estado.
• Racionalização geral de métodos.

Principais falhas:
• Tentou ser, ao mesmo tempo, global e imediata, em vez de preferir gradualismo e sele-
tividade.
• Deu mais ênfase a controles, não à orientação e assistência.
• A estrita observância de normas gerais e inflexíveis desencorajava quaisquer tentativas
de atenção às diferenças individuais e às complexas relações humanas.
• O estilo da reforma administrativa foi ao mesmo tempo prescritivo, pois se harmonizava com
a teoria administrativa corrente e coercitiva, na linha do caráter político do regime Vargas.

002. (CEBRASPE/EBSERH/ANALISTA ADMINISTRATIVO – ADMINISTRAÇÃO/2018) A res-


peito da evolução da administração pública brasileira, julgue o próximo item.
A profissionalização de cargos públicos foi adotada ainda no modelo de administração patri-
monialista, ao final dos anos 90 do século XIX.

Em verdade, as primeiras medidas para a profissionalização dos cargos públicos começaram


nos anos 30 do século XX, no período do Governo Vargas, em especial com a criação do DASP.
Errado.

003. (CEBRASPE/EBSERH/TECNÓLOGO EM GESTÃO PÚBLICA/2018) Acerca da evolução


da administração pública no Brasil após 1930, julgue o item a seguir.
O Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP), criado no Governo Getúlio Vargas,
demarcou o início das práticas de desburocratização do Estado brasileiro.

Nada disso! O início foi demarcado por práticas de burocratização, e não desburocratização!
O modelo possibilitou a implantação de uma Administração Pública profissional, amparada
no poder racional-legal, mediante a instituição de carreiras, hierarquia, impessoalidade, regras
formais e meritocracia.
Errado.

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004. (FCC/PROCON-MA/FISCAL DE DEFESA DO CONSUMIDOR/2017) No processo de evo-


lução da Administração Pública no Brasil, a instituição do Departamento Administrativo do
Serviço Público − DASP, situa-se
a) como órgão gestor do Programa Nacional de Desburocratização protagonizado pelo Minis-
tro Hélio Beltrão no início dos anos 1980.
b) como marco da consolidação do modelo burocrático e superação do patrimonialismo, cria-
do com a edição do Decreto Lei no 200, de 1967.
c) como órgão central encarregado da modernização administrativa no Estado Novo do gover-
no de Getúlio Vargas na década de 1930.
d) como importante vetor na introdução do modelo de Administração Gerencial, no início dos
anos 1970, embora ainda contaminado por conceitos do modelo burocrático.
e) no centro do Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, levado a cabo pelo Ministro
Bresser Pereira, nos anos 1990 ao influxo da nova gestão pública.

A criação do DASP ocorreu em 30 de julho de 1938, no Governo Getúlio Vargas. Foi o órgão
central incumbido de estabelecer o sistema de mérito e a centralização de compras.
a) Errada. As ações do PrND, no início dos anos 80, voltavam-se para o combate à burocratiza-
ção dos procedimentos.
b) Errada. A reforma administrativa ocorrida em 1967 pelo Decreto-Lei n. 200 constituiu um
marco na tentativa de superação da rigidez burocrática. Realizou-se a transferência de ativida-
des para autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista, a fim de
obter-se maior dinamismo operacional por meio da descentralização funcional.
d) Errada. A abordagem gerencial foi inspirada na teoria administrativa moderna, trazendo para
os administradores públicos as ferramentas e as linguagens da administração privada. No
Brasil, desde a década de 1970, o governo federal se empenhou em transformar o modelo
burocrático da administração direta em gerencial, o que contribuiria para uma maior eficiência
e eficácia das organizações estatais. Assim, o Brasil, em 1995, torna-se o primeiro país em
desenvolvimento a seguir com o modelo gerencial.
e) Errada. O Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado foi elaborado no ano de 1995.
Letra c.

2.3. Decreto-Lei n. 200/1967


O Decreto-lei n. 200/1967, apesar de estar no contexto da gestão burocrática, é considera-
do a primeira tentativa de reforma gerencial da administração pública brasileira, ou seja, um
marco na tentativa de superação da rigidez burocrática. De fato, a principal característica da
reforma administrativa proposta pelo Decreto-lei n. 200/1967 foi a descentralização e flexibi-
lização administrativa proporcionada por intermédio das entidades da Administração Indireta.

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Enfim, o Decreto-lei n. 200/1967, ao regular a estrutura Administrativa Federal, dividiu a Ad-


ministração Pública em Administração Pública Direta e Administração Pública Indireta, o que
foi recepcionado pelo Art. 37, da Constituição Federal de 1988, a qual ampliou a abrangência
para “qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios”.

005. (CEBRASPE/TCE-MG/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – ADMINISTRAÇÃO/2018)


A reforma administrativa que transferiu atividades para autarquias, fundações, empresas públi-
cas e sociedades de economia mista, como uma estratégia de superação da rigidez burocráti-
ca, foi realizada no século passado,
a) em meados dos anos 70, com a criação da Secretaria de Modernização (SEMOR).
b) no começo da década de 80, com a criação do Programa Nacional de Desburocratização (PrND).
c) em 1995, por meio do Plano Diretor da Reforma do Aparelho de Estado.
d) na década de 30, com a criação do Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP).
e) no fim da década de 60, por meio do Decreto-lei n. 200/1967.

Em verdade, essa reforma ocorreu no fim da década de 60, por meio do Decreto-lei n. 200/1967.
Errado.

006. (CEBRASPE/TCE-PA/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO – ADMINISTRAÇÃO/2016)


Acerca da evolução da administração pública no Brasil e das abordagens da administração,
desde a abordagem clássica até a contingencial, julgue o item a seguir.
O Decreto-lei n. 200/1967, na tentativa de modernizar a gestão pública no Brasil, estabeleceu
como princípios fundamentais o planejamento, a organização, o treinamento e a direção.

Art. 6º As atividades da Administração Federal obedecerão aos seguintes princípios fundamentais:


I – Planejamento.
II – Coordenação.
III – Descentralização.
IV – Delegação de Competência.

Assim, a alternativa converge apenas em um princípio: o do planejamento.


Errado.

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007. (FCC/TST/ANALISTA JUDICIÁRIO/2017) O Decreto-Lei n. 200/1967 constitui um im-


portante marco da reforma administrativa do Estado, apresentando, entre seus pilares, a des-
centralização, que, de acordo com tal diploma, deve se dar
I – dentro dos quadros da Administração federal, distinguindo-se claramente o nível de direção
e de execução.
II – da Administração federal para as unidades federadas, quando estejam devidamente apare-
lhadas e mediante convênio.
III – da Administração federal para a órbita privada, mediante contratos ou concessões.
IV – com o terceiro setor, mediante celebração de contratos de gestão com organizações sociais.
Está correto o que consta APENAS em
a) I, II e III.
b) I, III e IV.
c) III e IV.
d) II e III.
e) I, II e IV.

Conforme o próprio texto do Decreto-Lei n. 200/1967, Capítulo III – Da Descentralização:

Art. 10. A execução das atividades da Administração Federal deverá ser amplamente descentralizada.
§ 1º A descentralização será posta em prática em três planos principais:
a) dentro dos quadros da Administração Federal, distinguindo-se claramente o nível de direção do
de execução;
b) da Administração Federal para a das unidades federadas, quando estejam devidamente aparelha-
das e mediante convênio;
c) da Administração Federal para a órbita privada, mediante contratos ou concessões.

Portanto, percebemos que a questão aborda a letra integral do texto normativo. Quanto aos
contratos de gestão com organizações sociais, foram propostas ao final do século, principal-
mente através da reforma gerencial de 1995 do governo FHC e a Lei 9.637/1998, e não pelo
Decreto-Lei n. 200/1967.
Letra a.

2.4. A Transição Democrática e o Retrocesso Administrativo da


CF/1988
Diante de todo esse um conturbado pelos longos períodos de governos militares, é pro-
mulgada a Constituição Federal de 1988, a denominada Constituição Cidadão, ampliando os
direitos e garantias individuais e sociais. No entanto, em termos de reformas administrativas,
o que se viu foi um verdadeiro retrocesso.

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Com as regras da CF/1988, a Administração Pública se tornou mais burocrática, mais hie-
rárquica, mais rígida e mais centralizada. Pode-se dizer que, a promulgação da Constituição de
1988 ocasionou um fenômeno inverso ao ocorrido com o Decreto-lei n. 200/1967:

DL 200/1967 CF/1988

Centralização política Descentralização política

Descentralização administrativa Centralização administrativa

008. (CEBRASPE/TCE-PE/ANALISTA DE GESTÃO – ADMINISTRAÇÃO/2017) Com relação


à evolução da administração pública, julgue o item subsequente.
A CF, além de ampliar direitos e garantias individuais e sociais, flexibilizou a gestão da máquina
pública, por meio de determinações que livram a administração indireta dos procedimentos
que deviam ser seguidos pela administração direta.

Com vimos, referente aos preceitos da administração gerencial, a CF/1988 engessou (e não
flexibilizou) a gestão da máquina pública! Assim, em termos de reformas administrativas, o
que se viu foi um verdadeiro retrocesso.
Errado.

3. A Reforma Gerencial no Brasil e o Plano Diretor da Reforma do


Aparelho do Estado (PDRAE) – 19954
3.1. Introdução
Com o início do governo Fernando Henrique Cardoso, em 1995, dá-se o pontapé inicial da
reforma rumo ao modelo gerencial.
A ideia central era o setor público e o setor privado caminharem juntos na busca de soluções
para o atendimento das demandas sociais. O Estado manteria um núcleo central, mas transferirias
ações para as organizações não governamentais e implementando um programa de privatizações.
Entende-se por aparelho do Estado a administração pública em sentido amplo, ou seja, a es-
trutura organizacional do Estado, em seus três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) e três
níveis (União, Estados-membros e Municípios). O aparelho do Estado é constituído pelo governo,
isto é, pela cúpula dirigente nos Três Poderes, por um corpo de funcionários e pela força militar.

4
Considerando a recorrência das bancas examinadoras aos textos do PDRAE, vamos reproduzir ou nos basear, nesse capí-
tulo, em alguns trechos do documento que orientou a reforma gerencial no Brasil.

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O Estado, por sua vez, é mais abrangente que o aparelho, porque compreende adicional-
mente o sistema constitucional-legal, que regula a população nos limites de um território. O
Estado é a organização burocrática que tem o monopólio da violência legal, é o aparelho que
tem o poder de legislar e tributar a população de um determinado território.
Esses conceitos permitem distinguir a reforma do Estado da reforma do aparelho do Estado. A
reforma do Estado é um projeto amplo que diz respeito às várias áreas do governo e, ainda, ao conjun-
to da sociedade brasileira, enquanto a reforma do aparelho do Estado tem um escopo mais restrito:
está orientada para tornar a administração pública mais eficiente e mais voltada para a cidadania.

009. (CEBRASPE/PGE-PE/ANALISTA ADMINISTRATIVO DE PROCURADORIA – GESTÃO


PÚBLICA/2019) Julgue o item seguinte, referente a modelos de gestão pública: o patrimonia-
lista, o burocrático e o gerencial.
O modelo gerencial, motivado pela busca de meios capazes de enfrentar a crise fiscal do Esta-
do e torná-lo mais eficiente, surgiu no Brasil na segunda metade do século XX.

O modelo gerencial surge como resposta, de um lado, à expansão das funções econômicas e
sociais do Estado, e, de outro, ao desenvolvimento tecnológico e à globalização, já que esses
pontos levantaram problemas associados à adoção do modelo anterior (crise fiscal). A neces-
sidade de reduzir custos e aumentar a qualidade dos serviços, tendo o cidadão como benefici-
ário, torna-se, então, essencial.
Certo.

010. (FCC/PREF. RECIFE/ASSISTENTE DE GESTÃO PÚBLICA/2019) No processo de evo-


lução da Administração pública no Brasil, o movimento denominado “publicização” teve lugar
a) a partir do advento do Departamento Administrativo do Serviço Público-DASP, representan-
do a retomada pelo Estado de serviços e atividades precedentemente privatizados.
b) na reforma do aparelho do Estado, ocorrida em meados dos anos 1990, representando a trans-
ferência de serviços públicos não exclusivos, como os de saúde, a entidades sem fins lucrativos.
c) quando da implementação do modelo burocrático, representando forte intervenção do Estado
no domínio econômico, mediante a exploração direta de atividades de relevante interesse público.
d) no modelo de Administração patrimonialista, em que não havia separação entre o patrimô-
nio público e o dos governantes, com fortes práticas de clientelismo.
e) no modelo mais contemporâneo de Administração pública, pós-paradigma gerencial, re-
presentando a atuação conjugada entre os setores público e privado na forma de parcerias
público-privadas.

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De fato, ocorreu no governo FHC e faz parte do PDRAE. Um dos objetivos da reforma do aparelho do
Estado foi a transferência dos serviços não exclusivos (universidades, hospitais, centros de pesqui-
sas, museus, dentre outros) para o setor público não estatal, através de um programa de “publiciza-
ção”, transformando as atuais fundações públicas em organizações sociais, ou seja, em entidades
de direito privado, sem fins lucrativos, que tenham autorização específica do poder legislativo para
celebrar contrato de gestão com o poder executivo e assim ter direito a dotação orçamentária.
Assim, podemos dizer que a publicização é um processo de transformar uma organização de
direito privado em pública não estatal, onde a gestão dos serviços e atividades consideradas
não exclusivas do Estados são gerenciadas por uma parcela da sociedade civil organizada (en-
tidades sem fins lucrativos), deixando o Estado não mais como executor, mas como regulador.
Essas entidades recebem recursos do orçamento público, além de outras fontes possíveis.
a) Errada. O DASP, criado pelo Decreto-Lei n. 579, de 30 de julho de 1968, no governo Getúlio
Vargas, representou a primeira reforma administrativa do Estado brasileiro (modelo burocráti-
co). A publicização aparece junto ao modelo gerencial.
c) Errada. A publicização surgiu no modelo gerencial, e não no burocrático.
d) Errada. A publicização surgiu no modelo gerencial, e não no patrimonialista.
e) Errada. Surgiu no modelo gerencial, e não no citado modelo “pós-paradigma gerencial”.
Letra b.

Mais uma vez, vale a pena replicar as principais características da administração gerencial:
• Emerge na segunda metade do século XX, em resposta à expansão das funções econômicas/
sociais do Estado, ao desenvolvimento tecnológico e à globalização da economia mundial.
• Inclui a necessidade de reduzir custos e aumentar a qualidade dos serviços, tendo o
cidadão como beneficiário. Assim, desloca a ênfase dos procedimentos (meios) para os
resultados (fins), com orientação para o cidadão-cliente.
• É orientado, predominantemente, pelos valores da eficiência, qualidade e produtividade
na prestação de serviços públicos.
• Transição do enfoque estrutural (modelo burocrático), com ênfase na organização for-
mal, nas regras e nas estruturas organizacionais, para o enfoque relacional, que prioriza
aspectos da organização informal e elementos comportamentais.
• Não rompe definitivamente com a gestão burocrática, inclusive mantendo e flexibilizando al-
guns dos seus princípios fundamentais, como a admissão segundo rígidos critérios de mérito,
a existência de um sistema estruturado e universal de remuneração, as carreiras, a avaliação
constante de desempenho, a recompensa pelo desempenho, a capacitação permanente, o
treinamento sistemático, profissionalização da administração pública, dentre outros.

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• Contrapõe-se à ideologia do formalismo e do rigor técnico da burocracia tradicional. En-


quanto a administração burocrática concentra o controle nos processos e procedimento
(controle a priori), a administração gerencial enfatiza a forma de controle baseada nos
resultados (controle a posteriori).
• A estratégia volta-se: (1) para a definição precisa dos objetivos que o administrador
público deverá atingir em sua unidade; (2) para a garantia de autonomia do administra-
dor na gestão dos recursos humanos, materiais e financeiros que lhe forem colocados
à disposição para que possa atingir os objetivos contratados; e (3) para o controle ou
cobrança a posteriori dos resultados.
• Pratica a competição administrada no interior do próprio Estado, quando há a possibili-
dade de estabelecer concorrência entre unidades internas5.
• Advoga tecnologias administrativas como serviço ao consumidor, incentivos de merca-
do (marketization6) e desregulamentação.
• No plano da estrutura organizacional, privilegia a descentralização de funções e a re-
dução dos níveis hierárquicos. Exige formas flexíveis de gestão, horizontalização de
estruturas e o incentivo à criatividade e inovação, envolvendo, portanto, maior discricio-
nariedade para as autoridades administrativas.
• Adota a descentralização de atividades para entes federados ou para o setor públi-
co não-estatal e desconcentração, mediante ampliação da autonomia dos órgãos da
administração pública. Também nesse sentido, é permeável à maior participação dos
agentes privados e/ou das organizações da sociedade civil, com o estabelecimento de
parcerias com a sociedade organizada para a gestão de serviços de interesse coletivo.
• Enfatiza a terceirização de atividades de apoio (atividades-meio). Visando a prestação de ser-
viços de qualidade e os melhores resultados à sociedade, surge a técnica da terceirização, que
proporciona à Administração maior foco em suas atividades finalísticas, transferindo a outros
a execução de tarefas auxiliares ou de apoio na consecução do interesse público.
• Concede liberdade gerencial aos gestores públicos, aspecto essencial para que seja
garantida a cobrança de resultados e para o estabelecimento de metas e condições de
accountability.
• Exerce o controle gerencial sobre as unidades descentralizadas por meio da pactuação
de resultados e de desempenhos, com condições e meios para atingi-los, mediante con-
trato de gestão e mecanismos que viabilizem o controle social, por meio de conselhos
de usuários e mecanismos de consulta ao cidadão.

5
A competitividade no interior das estruturas organizacionais públicas se justifica como sendo a chave para menores custos
e melhores padrões. Essa competição pode trazer ganhos de eficiência e efetividade ao sistema, já que a disputa obriga a
uma utilização mais racional dos recursos e porque a tendência é aumentar o leque de serviços à disposição dos cidadãos.
6
A expressão “marketization” é o termo usual para referenciar a utilização de mecanismos de mercado dentro da esfera pública.

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• Fundamenta-se nos princípios da confiança e da descentralização da decisão (empower-


ment e delegação), pressupondo que políticos e funcionários públicos sejam merecedo-
res de grau limitado de confiança.
• Preconiza a separação entre a formulação e a execução das políticas públicas.
• Destaca que o aparelho de Estado deve ser responsável pela formulação e regulação de
políticas públicas, não necessariamente por sua execução.
• Utilização do planejamento estratégico integrado ao processo de gestão, com a perma-
nente fixação de objetivos e metas, em todos os níveis. A avaliação de desempenho
individual e institucional é realizada com base em indicadores sistemáticos.
• Aplica novas políticas de pessoal, compreendendo especialmente:
− regras de promoção baseadas no desempenho;
− melhorias seletivas de remuneração; e
− ênfase no desenvolvimento de habilidades gerenciais e na motivação do pessoal.

011. (CEBRASPE/PGE-PE/ANALISTA ADMINISTRATIVO DE PROCURADORIA – GESTÃO


PÚBLICA/2019) Acerca da evolução da administração pública no Brasil, julgue o item a seguir.
A reforma gerencial da administração pública iniciada em 1995 definiu que os sistemas de
controle deveriam se concentrar em resultados.

De fato, na transição do modelo burocrático para o gerencial, há mudança de foco nos proces-
sos para o foco nos resultados.
Certo.

012. (CEBRASPE/STJ/ANALISTA JUDICIÁRIO/2018) Com referência à evolução do modelo


racional-legal para o paradigma pós-burocrático, julgue o item a seguir.
Contrapondo-se à ideologia do formalismo e à recompensa pelo desempenho, característi-
cas da boa administração burocrática, o paradigma gerencial fundamenta-se nos princípios da
confiança e da capacitação permanente.

O erro mais evidente no item é que o paradigma gerencial não se contrapõe à recompensa pelo
desempenho. Essa característica é marcante no modelo gerencial. Quanto à contraposição à
ideia de formalismo, ok! Assim, a ideologia do formalismo é característica da administração
burocrática, mas a recompensa pelo desempenho, apesar de ter origem no modelo burocráti-
co, é mantida e aperfeiçoada no modelo gerencial.
Errado.

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Evolução nos Modelos de Gestão
Adriel Sá

3.2. O Aparelho do Estado e as Formas de Propriedade


No aparelho do Estado é possível distinguir quatro setores:
• Núcleo estratégico. Corresponde ao governo, em sentido lato. É o setor que define as leis e
as políticas públicas, e cobra o seu cumprimento. É, portanto, o setor onde as decisões es-
tratégicas são tomadas. Corresponde aos Poderes Legislativo e Judiciário, ao Ministério Pú-
blico e, no Poder Executivo, ao Presidente da República, aos ministros e aos seus auxiliares
e assessores diretos, responsáveis pelo planejamento e formulação das políticas públicas.
• Atividades exclusivas. É o setor em que são prestados serviços que só o Estado pode reali-
zar. São serviços em que se exerce o poder extroverso do Estado – o poder de regulamentar,
fiscalizar, fomentar. Como exemplos, temos a cobrança e fiscalização dos impostos, a polícia,
a previdência social básica, o serviço de desemprego, a fiscalização do cumprimento de nor-
mas sanitárias, o serviço de trânsito, a compra de serviços de saúde pelo Estado, o controle
do meio ambiente, o subsídio à educação básica, o serviço de emissão de passaportes etc.
• Serviços não exclusivos. Corresponde ao setor onde o Estado atua simultaneamente com
outras organizações públicas não-estatais e privadas. As instituições desse setor não pos-
suem o poder de Estado. Este, entretanto, está presente porque os serviços envolvem direitos
humanos fundamentais, como os da educação e da saúde, ou porque possuem “economias
externas” relevantes, na medida que produzem ganhos que não podem ser apropriados por
esses serviços através do mercado. As economias produzidas imediatamente se espalham
para o resto da sociedade, não podendo ser transformadas em lucros. São exemplos desse
setor as universidades, os hospitais, os centros de pesquisa e os museus.
• Produção de bens e serviços para o mercado. Corresponde à área de atuação das empre-
sas. É caracterizado pelas atividades econômicas voltadas para o lucro que ainda perma-
necem no aparelho do Estado como, por exemplo, as do setor de infraestrutura. Estão no
Estado seja porque faltou capital ao setor privado para realizar o investimento, seja porque
são atividades naturalmente monopolistas, nas quais o controle via mercado não é possí-
vel, tornando-se necessário, no caso de privatização, a regulamentação rígida.

3.3. Setores do Estado, Tipos de Gestão e Formas de Propriedade


Cada um dos quatro setores referidos apresenta características peculiares, tanto no que se
refere às suas prioridades, quanto aos princípios administrativos adotados.
No núcleo estratégico, o fundamental é que as decisões sejam as melhores, e, em seguida, que
sejam efetivamente cumpridas. A efetividade é mais importante que a eficiência. O que importa
saber é, primeiro, se as decisões que estão sendo tomadas pelo governo atendem eficazmente ao
interesse nacional, se correspondem aos objetivos mais gerais aos quais a sociedade brasileira
está voltada ou não. Segundo, se, uma vez tomadas as decisões, estas são de fato cumpridas.

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Já no campo das atividades exclusivas de Estado, dos serviços não exclusivos e da pro-
dução de bens e serviços o critério eficiência torna-se fundamental. O que importa é atender
milhões de cidadãos com boa qualidade a um custo baixo.
No núcleo estratégico, em que o essencial é a correção das decisões tomadas e o princípio
administrativo fundamental é o da efetividade, entendido como a capacidade de ver obedeci-
das e implementadas com segurança as decisões tomadas, é mais adequado que haja um
misto de administração pública burocrática e gerencial.
No setor das atividades exclusivas e de serviços competitivos ou não exclusivos, o impor-
tante é a qualidade e o custo dos serviços prestados aos cidadãos. O princípio correspondente
é o da eficiência, ou seja, a busca de uma relação ótima entre qualidade e custo dos serviços
colocados à disposição do público. Logo, a administração deve ser, necessariamente, geren-
cial. O mesmo se diga, obviamente, do setor das empresas, que, enquanto estiverem com o
Estado, deverão obedecer aos princípios gerenciais de administração.
Outra distinção importante é a relacionada às formas de propriedade. Ainda que vulgarmente
se considerem apenas duas formas, a propriedade estatal e a propriedade privada, existe no capi-
talismo contemporâneo uma terceira forma, intermediária, extremamente relevante: a propriedade
pública não estatal, constituída pelas organizações sem fins lucrativos, que não são propriedade
de nenhum indivíduo ou grupo e estão orientadas diretamente para o atendimento do interesse
público. O tipo de propriedade mais indicado variará de acordo com o setor do aparelho do Estado.
No núcleo estratégico a propriedade tem que ser necessariamente estatal. Nas atividades
exclusivas de Estado, onde o poder extroverso de Estado é exercido, a propriedade também só
pode ser estatal.
Já para o setor não exclusivo ou competitivo do Estado a propriedade ideal é a pública não estatal.
Não é a propriedade estatal porque aí não se exerce o poder de Estado. Não é, por outro lado, a proprie-
dade privada, porque se trata de um tipo de serviço por definição subsidiado. A propriedade pública
não-estatal torna mais fácil e direto o controle social, através da participação nos conselhos de adminis-
tração dos diversos segmentos envolvidos, ao mesmo tempo que favorece a parceria entre sociedade
e Estado. As organizações nesse setor gozam de uma autonomia administrativa muito maior do que
aquela possível dentro do aparelho do Estado. Em compensação, seus dirigentes são chamados a as-
sumir uma responsabilidade maior, em conjunto com a sociedade, na gestão da instituição.
No setor de produção de bens e serviços para o mercado, em termos de propriedade, dada a
possibilidade de coordenação via mercado, a propriedade privada é a regra. A propriedade estatal
só se justifica quando não existem capitais privados disponíveis – o que não é mais o caso no Bra-
sil – ou então quando existe um monopólio natural. Mesmo nesse caso, entretanto, a gestão priva-
da tenderá a ser a mais adequada, desde que acompanhada por um seguro sistema de regulação.

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Em suma, temos:

SERVIÇOS PRODUÇÃO
NÚCLEO ATIVIDADES
NÃO DE BENS E
ESTRATÉGICO EXCLUSIVAS
EXCLUSIVOS SERVIÇOS

A efetividade é mais O critério eficiência O critério eficiência O critério eficiência


importante que a torna-se torna-se torna-se
eficiência. fundamental. fundamental. fundamental.

Misto de A administração A administração A administração


administração deve ser, deve ser, deve ser,
pública burocrática e necessariamente, necessariamente, necessariamente,
gerencial. gerencial. gerencial. gerencial.

Propriedade pública
Propriedade estatal. Propriedade estatal. Propriedade privada.
não estatal.

013. (CEBRASPE/SEDF/PROFESSOR DE EDUCAÇÃO BÁSICA – ADMINISTRAÇÃO/2017)


Acerca da estrutura administrativa do Estado e de assuntos correlatos, julgue o próximo item.
A perspectiva de reforma do Estado moderno subdivide a administração pública em quatro se-
tores: o núcleo estratégico, as atividades exclusivas, os serviços não exclusivos e a produção
de bens e serviços para o mercado.
Nessa perspectiva, considera-se que as agências reguladoras pertencem ao setor do núcleo
estratégico.

As agências reguladoras pertencem ao setor de atividades exclusivas. É o setor em que são


prestados serviços que só o Estado pode realizar. São serviços em que se exerce o poder extro-
verso do Estado – o poder de regulamentar, fiscalizar, fomentar. Como exemplos, temos a co-
brança e fiscalização dos impostos, a polícia, a previdência social básica, o serviço de desem-
prego, a fiscalização do cumprimento de normas sanitárias, o serviço de trânsito, a compra de
serviços de saúde pelo Estado, o controle do meio ambiente, o subsídio à educação básica, o
serviço de emissão de passaportes etc.
Errado.

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014. (FCC/SEMF TERESINA/ASSISTENTE TÉCNICO ADMINISTRATIVO – TÉCNICO DO TE-


SOURO MUNICIPAL/2016) De acordo com o Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado,
que buscou consolidar o modelo gerencial na Administração pública brasileira, o denominado
Núcleo Estratégico inclui
a) as entidades da sociedade civil que atuam em regime de colaboração com o Estado.
b) apenas os ocupantes dos cargos do primeiro escalão governamental.
c) as empresas públicas e sociedades de economia mista que prestam serviço público.
d) a equipe técnica encarregada de implementar as privatizações.
e) os membros do Executivo encarregados do planejamento e formulação de políticas públicas.

O núcleo estratégico é o governo, em sentido amplo. É o setor que define as leis e as políticas
públicas e toma as decisões estratégicas. Corresponde aos Poderes Executivo, Legislativo,
Judiciário e Ministério Público.
Letra e.

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RESUMO
• Patrimonialismo no Brasil
− De 1808, com a transferência da corte portuguesa para o Brasil, até 1930, a adminis-
tração pública brasileira vinculava-se ao poder dos coronéis e das oligarquias agrá-
rias. Nesse período, o modelo de gestão pública era o patrimonialista.
• A reforma burocrática no Brasil
− De 1930 a 1945, Getúlio Vargas se mantém no poder: Governo Provisório (1930 a
1934), Governo Constitucional (1934 a 1937) e Estado Novo (1937 a 1945).
− DASP: Decreto-Lei n. 579, de 30 de julho de 1938 – a primeira reforma administrati-
va do Estado brasileiro (modelo burocrático), tendo como foco a modernização da
gestão pública.
− Principais objetivos do DASP:
o Centralizar e reorganizar a administração pública mediante ampla reforma;
o Definir política para a gestão de pessoal; e
o Racionalizar métodos, procedimentos e processos administrativo em geral.
− Principais realizações:
o Ingresso no serviço público por concurso.
o Critérios gerais e uniformes de classificação de cargos.
o Organização dos serviços de pessoal e de seu aperfeiçoamento sistemático.
o Administração orçamentária.
o Padronização das compras do Estado.
o Racionalização geral de métodos.
− Principais falhas:
o Tentou ser, ao mesmo tempo, global e imediata, em vez de preferir gradualismo
e seletividade.
o Deu mais ênfase a controles, não à orientação e assistência.
o A estrita observância de normas gerais e inflexíveis desencorajava quaisquer ten-
tativas de atenção às diferenças individuais e às complexas relações humanas.
o O estilo da reforma administrativa foi ao mesmo tempo prescritivo, pois se har-
monizava com a teoria administrativa corrente e coercitiva, na linha do caráter
político do regime Vargas.
− Decreto-Lei n. 200/1967
o Considerado a primeira tentativa de reforma gerencial da administração pública
brasileira.
o Sua principal característica foi a descentralização e flexibilização administrativa
proporcionada por intermédio das entidades da Administração Indireta.

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− A transição democrática e o retrocesso administrativo da CF/1988


o Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, a denominada Constitui-
ção Cidadão, ampliou-se os direitos e garantias individuais e sociais. Em termos
de reformas administrativas, o que se viu foi um verdadeiro retrocesso.

DL 200/1967 CF/1988

Centralização política Descentralização política

Descentralização administrativa Centralização administrativa

• A reforma gerencial no Brasil


− No ano de 1995, cria-se o Ministério da Administração e Reforma do Estado (MARE)
– Ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira.
− O aparelho do Estado
o Núcleo estratégico. Corresponde ao governo, em sentido lato. É o setor que defi-
ne as leis e as políticas públicas, e cobra o seu cumprimento.
o Atividades exclusivas. É o setor em que são prestados serviços que só o Estado
pode realizar. São serviços em que se exerce o poder extroverso do Estado – o
poder de regulamentar, fiscalizar, fomentar.
o Serviços não exclusivos. Corresponde ao setor onde o Estado atua simultanea-
mente com outras organizações públicas não-estatais e privadas. As instituições
desse setor não possuem o poder de Estado.
o Produção de bens e serviços para o mercado. Corresponde à área de atuação
das empresas. É caracterizado pelas atividades econômicas voltadas para o lu-
cro que ainda permanecem no aparelho do Estado como, por exemplo, as do
setor de infraestrutura.

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SERVIÇOS PRODUÇÃO
NÚCLEO ATIVIDADES
NÃO DE BENS E
ESTRATÉGICO EXCLUSIVAS
EXCLUSIVOS SERVIÇOS

A efetividade é mais O critério eficiência O critério eficiência O critério eficiência


importante que a torna-se torna-se torna-se
eficiência. fundamental. fundamental. fundamental.

Misto de A administração A administração A administração


administração deve ser, deve ser, deve ser,
pública burocrática e necessariamente, necessariamente, necessariamente,
gerencial. gerencial. gerencial. gerencial.

Propriedade pública
Propriedade estatal. Propriedade estatal. Propriedade privada.
não estatal.

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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (UFMT/PREVICÁCERES/AUXILIAR ADMINISTRATIVO/2016) Leia a situação hipotética
abaixo para responder à questão.
Um assistente administrativo desempenha suas atribuições em uma autarquia que está imple-
mentando novos modelos de gestão, em busca da eficiência e melhoria do atendimento das
necessidades dos clientes.
Essa autarquia acompanha a reforma administrativa iniciada em 1995, que veio à tona com o
intuito de pôr fim às práticas clientelistas do antigo modelo, isto é, instalar uma administração
pautada nos “princípios da nova gestão pública” (new public management).
A reforma envolveu a delimitação mais precisa da área de atuação do Estado; a distinção entre
as atividades do núcleo estratégico; a separação entre a formulação de políticas e sua execução;
maior autonomia para as atividades executivas exclusivas do Estado que adotará a forma de
“agências executivas”; maior autonomia para os serviços sociais e científicos que o Estado presta;
a descentralização dos serviços sociais para estados e municípios etc. (c.f. Bresser Pereira, 1999).
A elaboração de mecanismos efetivos de motivação dos servidores, assim como o alinhamento
das atividades de gestão de pessoas às estratégias organizacionais e às diretrizes traçadas pelos
governos passam a configurar emergentes desafios para a política de gestão de recursos humanos
no setor público. Propõe-se, então, a orientar os esforços para planejar, captar, desenvolver e ava-
liar, nos diferentes níveis da organização e das pessoas que dela participam, os conhecimentos, ha-
bilidades e atitudes necessárias à consecução de seus objetivos (c.f. Brandão e Guimarães, 2001).
Os três primeiros parágrafos do texto referem-se à implantação de qual modelo da Administra-
ção Pública no Brasil?
a) Patrimonialista.
b) Burocrática.
c) Gerencial.
d) Mecanicista.

002. (UFMT/IF-MT/TECNÓLOGO – GESTÃO PÚBLICA/2014) O Decreto-Lei N.º 200, de 25


de fevereiro de 1967, destacou que as atividades da Administração Federal obedecerão aos
seguintes princípios fundamentais:
a) Planejamento, Coordenação, Centralização, Delegação de Competência e Organização.
b) Planejamento, Coordenação, Descentralização, Delegação de Competência e Controle.
c) Planejamento, Burocratização Gerencial, Descentralização e Delegação de Competência.
d) Coordenação, Centralização, Sistema de Controle e Burocratização Gerencial.

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003. (UFMT/UFMT/ASSISTENTE – ADMINISTRAÇÃO/2017) De um estado patrimonialista o


Brasil passou por duas grandes reformas administrativas, na visão de Bresser Pereira, a primei-
ra iniciou em 1937 e a segunda, em 1995. Sobre essas reformas, assinale a afirmativa correta.
a) A Reforma Burocrática, com início em 1995, tem como qualidade básica a efetividade dos
controles das demandas e seus efeitos na ineficiência.
b) A Reforma Gerencial, com início em 1937, orienta-se pelo desenvolvimento da profissionali-
zação com a hierarquia funcional, impessoalidade e formalismo.
c) A Reforma Gerencial, com início em 1995, conduz a uma nova postura, passando a ser orien-
tada pelos valores da eficiência e da qualidade na prestação de serviços.
d) A Reforma Burocrática, com início em 1937, volta-se para a definição precisa dos objetivos
que o administrador público deverá atingir em sua unidade gerencial.

004. (UFMT/DETRAN-MT/AGENTE DO SERVIÇO DE TRÂNSITO/2015) Os três modelos de


gestão pública na história do Brasil são: Patrimonialista, Burocrático e Gerencial. Sobre o as-
sunto, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.
( ) A Burocrática apresenta especificidades como a não separação entre o que é público e pri-
vado e divisão do trabalho.
( ) A Gerencial preconiza que o governo deve normatizar processos e predominar a vontade
unipessoal do dirigente.
( ) A Patrimonialista caracteriza-se pela separação entre propriedade e administração e cargos
públicos ocupados por meritocracia.
( ) A Gerencial fundamenta-se pela eficiência, qualidade do serviço público e empreendedorismo.
Assinale sequência correta.
a) F, F, F, V.
b) V, F, F, V.
c) F, F, V, F.
d) V, V, F, F.

005. (UFMT/UFMT/SECRETÁRIO EXECUTIVO/2014) Modelo de Gestão Pública iniciado no


Brasil na década de 90, no Governo Collor de Mello, caracterizado por estabelecimento de me-
tas, aproximação e atendimento das necessidades da população através da efetividade das
políticas públicas, constitui um dos desafios dos servidores públicos. Trata-se do modelo
a) Burocrático.
b) Patrimonialista.
c) Gerencial.
d) Marxista.

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006. (FGV/DPE-RO/ANALISTA DA DEFENSORIA PÚBLICA – ANALISTA EM ADMINISTRA-


ÇÃO/2015) As reformas administrativas no Brasil, em grande medida, mostraram-se voltadas
à eliminação do patrimonialismo. Em relação ao patrimonialismo, é correto afirmar que:
a) o quadro administrativo é formado por pessoas com vínculo de fidelidade pessoal;
b) os processos e controles são centrais ao funcionamento das organizações;
c) a impessoalidade nas relações é uma característica fundamental;
d) a periferia operacional é separada do núcleo estratégico;
e) os serviços são moldados como quase-mercados.

007. (CETRO/AUDITOR-FISCAL TRIBUTÁRIO MUNICIPAL – GESTÃO TRIBUTÁRIA/2014) A


mistura de centralismo excessivamente regulamentador e, geralmente, pouco afetivo, com o
patrimonialismo local pode resumir bem o modelo de administração colonial.
Sabe-se, também, que a alta burocracia era, no geral, selecionada segundo certo tipo de mérito,
baseado num saber generalista. Na melhor parte da elite burocrática, meritocracia e relacio-
namentos pessoais de apadrinhamento conviviam na seleção e promoção dos funcionários.
Assinale a alternativa que apresenta qual era o outro papel da alta burocracia nessa época,
além do mencionado acima.
a) Distinguir e denominar as duas fases da historiografia administrativa, política, econômica e
social do Brasil.
b) Servir para a distribuição de empregos públicos para garantir apoio político e social.
c) Instituir, no Brasil, o mecanismo do concurso público, por meio da Lei de 1831.
d) Criar um paradoxo no que se refere à modernização do aparato burocrático.
e) Enfraquecer o Estado e reforçar o modelo patrimonial.

008. (FUNIVERSA/MPE-GO/TÉCNICO EM GESTÃO/2010) Retratando a evolução da admi-


nistração pública brasileira, têm-se as figuras das escolas administrativas. Combinando seu
conhecimento com a análise histórico-política na qual elas se inserem, pode-se traçar o perfil
da sociedade e do próprio Estado que ela integra. Acerca desse tema, assinale a alternativa
correta que corresponde à escola patrimonialista.
a) Na época do Brasil Império, a classe política patrimonialista, confundindo os interesses pú-
blicos aos seus, privados, reunia todos os poderes para governar, dispensando, assim, apoio
para se manter, em virtude de sua posição dentro do Estado então existente.
b) O exército e o clero foram componentes integrantes do Estado patrimonial, vigente no Brasil Império.
c) O critério racional-legal era utilizado para modelação do sistema patrimonialista, uma vez
que os ditames normativos eram interpretados em um sentido formal, o que possibilitava a
manutenção do sistema.
d) É correto afirmar que o Estado patrimonial, para manter sua legitimidade, tinha na condução
de seus negócios a elite intelectual, sobremaneira na área do saber jurídico.
e) O modelo patrimonialista avançou solidamente durante todo o período da República Velha.

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009. (CS UFG/CM GYN/ASSESSOR TÉCNICO LEGISLATIVO – ADMINISTRADOR/2018) A


reforma do Departamento de Administração do Setor Público (DASP), nos anos 30, teve como
foco principal racionalizar a administração pública e
a) definir claramente os objetivos a serem alcançados pelas unidades da administração pública.
b) superar a rigidez burocrática do serviço público.
c) combater as práticas patrimonialistas do período anterior de administração pública.
d) gerir por contratos a administração pública.

010. (UNIFAL-MG/UNIFAL-MG/ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO/2018) A humanidade,


ao longo dos últimos séculos, vivenciou diversas mudanças em relação ao papel do Estado.
Observa-se que o Estado, após a transição do absolutismo para o Estado de Direito na idade
moderna, fica submetido à lei. As revoluções inglesa, francesa e americana foram as respon-
sáveis pela disseminação do “Estado Liberal e Democrático”, no qual o Estado fica também su-
jeito à sociedade. Assim sendo, tendo em vista as evoluções implementadas na Administração
Pública brasileira, não é possível afirmar que:
a) A administração burocrática no serviço público, embora tenha sido criada para esse fim, com o
surgimento do grande Estado social e econômico do século XX, não garante nem rapidez, nem boa
qualidade, nem custo baixo para os serviços prestados ao público, sendo na verdade lenta, cara,
autorreferida, ou seja, pouco ou nada orientada para o atendimento das demandas dos cidadãos.
b) O Departamento de Administração do Serviço Público – DASP, que é uma cria específica
do Estado Novo, marcou a completa ruptura com o modelo paternalista vigente até então, por
meio da adoção de todos os preceitos weberianos de descentralização da atividade adminis-
trativa, tornando o Estado mais enxuto e direcionado às suas atividades privativas.
c) A adoção da administração pública burocrática foi desenvolvida como forma de combater a
corrupção e o nepotismo patrimonialista, buscando maximizar a priori os controles administra-
tivos tendo como ponto de partida a desconfiança generalizada nos administradores públicos.
d) O modelo de administração pública gerencial tem como pressupostos a descentralização
das decisões e funções do Estado, autonomia no que diz respeito à gestão de recursos huma-
nos, materiais e financeiros e ênfase na qualidade e na produtividade do serviço público.

011. (CONSULPLAN/TRF – 2ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO/2017) “A Administração Públi-


ca representa o aparelhamento do Estado e funciona como instrumento do governo para pla-
nejar, organizar, dirigir e controlar todas as ações administrativas, com o objetivo de dar plena
e cabal satisfação das necessidades coletivas básicas. Como dizia Weber, a Administração
Pública envolve todo o aparato administrativo com que nações, estados e municípios se mol-
dam para cuidar do interesse coletivo e entregar à população uma ampla variedade de serviços
públicos capazes de melhorar a qualidade de vida em geral.” (CHIAVENATO, Idalberto. Adminis-
tração Geral e Pública – 3ª ed. Barueri, SP: Manole, 2012.)

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Considerando o inserto transcrito anteriormente apenas como motivador e com base em co-
nhecimentos a respeito da evolução da Administração Pública e a Reforma do Estado no Bra-
sil, assinale a alternativa INCORRETA.
a) A Reforma do Estado tornou-se imperativa nos anos 90, em resposta, também, à crise ge-
neralizada do Estado, sendo caracterizada como uma forma de defender o Estado enquanto
res publica (coisa pública), enquanto patrimônio que, sendo público, é de todos e para todos.
b) A Reforma do Estado tem, dentre seus objetivos, a busca do fortalecimento das funções
de regulação e de coordenação do Estado, particularmente em nível federal, e a progressiva
descentralização para os níveis estadual e municipal, das funções executivas no campo da
prestação de serviços sociais e de infraestrutura.
c) A Reforma do Estado envolve múltiplos aspectos dentre os quais podem ser citados: o ajus-
te fiscal que visa devolver ao Estado a capacidade de definir e implementar políticas públicas;
a liberalização comercial em que o Estado abandona a estratégia protecionista da substituição
de importações; e, as privatizações em que se transfere para o setor público não-estatal a pro-
dução dos serviços competitivos ou não-exclusivos de Estado, estabelecendo-se um sistema
de parceria entre Estado e sociedade.
d) A Reforma do Estado deve ser concebida na perspectiva de redefinição do papel do Estado,
o que pressupõe o reconhecimento prévio das modificações observadas em suas atribuições
ao longo do tempo; no fato de que seus princípios e características não devem ser confundidos
com os da administração de empresas privadas; e, no conhecimento de que a administração
pública evoluiu através de três modelos básicos: a administração pública patrimonialista, a
burocrática e a gerencial, formas que se sucederam no tempo, sem que, no entanto, qualquer
uma delas fosse inteiramente abandonada.

012. (FGV/PGE-RO/ANALISTA DA PROCURADORIA – ADMINISTRADOR/2015) A respeito


de uma administração pública que segue o modelo racional-legal, é correto afirmar que:
a) define as organizações públicas como voltadas para descobrir os meios mais eficientes
para os fins politicamente dados;
b) foca nos processos de mudança que buscam lograr os valores societários publicamente definidos;
c) opera organizações públicas visando alcançar objetivos políticos internamente definidos;
d) possui um entendimento fenomenológico do comportamento humano reconhecendo o ca-
ráter de imprevisibilidade;
e) reconhece valores humanos, como liberdade, justiça e igualdade como critérios de julga-
mento para a ação pública.

013. (CEPERJ/SEPLAG-RJ/ESPECIALISTA EM POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO GOVERNA-


MENTAL/2012) A estabilidade do servidor público no âmbito da teoria weberiana é entendida como:
a) a garantia para o exercício isento da função.
b) o direito adquirido do concursado.

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c) o benefício oferecido como atrativo do serviço público.


d) uma prebenda, resquício do patrimonialismo.
e) uma conquista da civilização e do sindicalismo.

014. (FEPESE/MPE-SC/ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO/2014) Analise as afirmativas


abaixo sobre os modelos de Administração Pública:
1. No modelo de Administração burocrática utiliza-se um conjunto de medidas cujo propósito
consiste na defesa da coisa pública. Ele é caracterizado por impessoalidade e formalismo.
2. O modelo Patrimonialista tem como característica principal a confusão entre patrimônio
público, Estado, e o patrimônio particular do detentor do poder.
3. O modelo Burocrático enfatiza aspectos formais, controlando processos de decisão, estabele-
cendo uma hierarquia funcional rígida, baseada em princípios de profissionalização e formalismo.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
a) É correta apenas a afirmativa 2.
b) São corretas apenas as afirmativas 1 e 2.
c) São corretas apenas as afirmativas 1 e 3.
d) São corretas apenas as afirmativas 2 e 3.
e) São corretas as afirmativas 1, 2 e 3.

015. (FEPESE/MPE-SC/ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO/2014) Assinale a alternativa que


indica corretamente o modelo de administração pública que enfatiza aspectos formais, impes-
soalidade, controla processos de decisão, estabelece uma hierarquia funcional rígida, baseada
em princípios de profissionalização e formalismo. Neste modelo, os procedimentos formais são
feitos por funcionários especializados, com competências fixas, sujeitos ao controle hierárquico.
a) modelo gerencial.
b) modelo burocrático.
c) modelo recursos humanos.
d) modelo patrimonialista.
e) modelo logístico.

016. (FGV/TJ-GO/ANALISTA JUDICIÁRIO – APOIO JUDICIÁRIO E ADMINISTRATIVO/2014) O


modelo burocrático weberiano é um modelo organizacional que desfrutou notável disseminação
nas administrações públicas durante o século XX em todo o mundo. O modelo burocrático é atribu-
ído a Max Weber, porque o sociólogo alemão analisou e sintetizou suas principais características
(Secchi, 2009, p. 350). Ao tratar do modelo burocrático weberiano, é possível afirmar que ele:
a) apoia-se na autoridade carismática como fonte de poder dentro das organizações;
b) valoriza remunerações diferenciadas para empregados que desempenham tarefas semelhantes;
c) utiliza a separação entre planejamento e execução das atividades no contexto organizacional;

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d) volta seu foco às necessidades dos cidadãos para construção das políticas públicas;
e) alcança alto grau de personalismo e clientelismo devido às suas características teóricas.

017. (FGV/TCM-SP/AGENTE DE FISCALIZAÇÃO – ADMINISTRAÇÃO/2015) As transformações


recentes na administração pública no mundo vêm apontando para a retomada, em alguns contex-
tos, de uma orientação neo-weberiana em contraposição ao modelo gerencial pós-burocrático.
O avanço do neo-weberianismo encontra sustentação em aspectos relacionados ao fato de:
a) buscar a responsabilidade dos dirigentes pelo cumprimento de resultados previstos em
contratos de gestão previamente pactuados;
b) primar pelos valores da descentralização, da liberdade de decisão e da desregulação, em
busca de formas de atuação em rede de organizações;
c) colocar foco em centralização, coordenação e controle pela administração e pelo poder po-
lítico, sendo a autoridade baseada em competência e profissionalismo;
d) avançar o desenvolvimento do controle social como forma de garantir o cumprimento de
resultados públicos;
e) garantir a autonomia de estruturas flexíveis por meio da atuação integrada de organizações
da sociedade civil, cooperativas e empresas.

018. (FUNDATEC/DPE-SC/TÉCNICO ADMINISTRATIVO/2018) Analise as assertivas que seguem:


I – Na década de noventa, o Plano de Reforma do Estado tinha por meta redimensionar impor-
tantes segmentos na esfera da Administração Pública. Por exemplo, teve a intenção de dimi-
nuir da presença direta do Estado na prestação dos serviços públicos, graças à implantação de
privatizações e desestatizações.
II – A administração pública gerencial tem por características o clientelismo, o corporativismo
e a ausência de controle institucional.
III – A figura da agência executiva relaciona-se com o modelo de administração pública burocrática.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas I e II.
c) Apenas I e III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.

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019. (CS UFG/CM GYN/ASSESSOR TÉCNICO LEGISLATIVO – ADMINISTRADOR/2018)


Leia o trecho a seguir, extraído do texto “Reforma do Estado no Brasil: a nova ou a velha?” para
responder à questão:

“Em entrevista publicada na Folha de S. Paulo em 1º de fevereiro de 2016,


o ex-ministro do Planejamento Valdir Simão enfatizou a necessidade da
retomada do debate sobre a reforma do Estado.
É relevante, portanto, estabelecer-se um paralelo com experiências
anteriores. Nos anos 1990, importar ferramentas da iniciativa privada para
a gestão pública aparecia como a última fronteira das Reformas do Estado.
Naquele momento, as promessas da então ascendente Nova Gestão
Pública (do inglês, New Public Management, ou NPM) eram de
saltos qualitativos nos serviços públicos e de eficiência nos gastos
governamentais. Ambos objetivos ainda prioritários nos dias atuais.
As reformas advindas desse movimento buscaram encorajar uma
mentalidade competitiva e comercial dentro das organizações públicas e na
burocracia. Seus proponentes também previam que o pacote de mudanças
seria naturalmente assimilado pela contraparte mais interessada, o tal do
“cidadão-cliente” – isto é, o indivíduo médio prototípico, supostamente
guiado por instintos racionais e individualistas (...)”.
DOMINGUES, Alexandre Pires; CUNHA, Bruno Queiroz. Desafios do Desenvolvimento. Ano 12, número 87, 2015.
Disponível em:
<www.ipea.gov.br/desafios/images/stories/ed87/pdfs/160616_revista_desafios_87.pdf> Acesso em: 20 ago. 2018.

O trecho acima, refere-se a que forma de Administração Pública?


a) Administração pública burocrática.
b) Administração pública patrimonialista.
c) Administração pública gerencial.
d) Administração pública divisionalizada.

020. (FGV/TJ-GO/ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRADOR DE EMPRESAS/2014) Após


a crise fiscal do final da década de 70, governos de diversas partes do mundo buscaram elabo-
rar mudanças que pudessem tornar a máquina pública menos custosa e mais eficiente. Esse
conjunto de mudanças, disseminadas pelas administrações da maioria dos países ocidentais
e formalizado mais tarde por Cristopher Hood, em 1991, ficou conhecido como:
a) administração patrimonialista;
b) nova governança pública;
c) nova gestão pública;
d) burocracia weberiana;
e) teoria da escolha racional.

021. (VUNESP/TJ-PA/ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRAÇÃO/2014) São considerados


fatores decisivos para agravar a crise do modelo de intervenção estatal, ocorrida nos anos 70

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e 80, e a consequente tendência, no âmbito mundial, em favor de uma Reforma do Estado que
buscasse a modernização e a agilização da Administração Pública:
a) crise fiscal do Estado, crise de governabilidade e a emergência da globalização e das inova-
ções tecnológicas.
b) crise fiscal do Estado, crise de governabilidade e a emergência dos tigres asiáticos.
c) crise fiscal do Estado, crise cambial e a emergência dos tigres asiáticos.
d) ataques especulativos às economias em desenvolvimento, crise de governabilidade e a
emergência da globalização e das inovações tecnológicas.
e) ataques especulativos às economias em desenvolvimento, crise cambial e a crise dos mer-
cados imobiliários norte-americano e europeu.

022. (FEPESE/MPE-SC/ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO/2014) Os valores de produtivi-


dade, orientação ao serviço, descentralização, eficiência na prestação de serviços, marketiza-
tion e accountability fazem parte do modelo:
a) logístico de administração pública.
b) gerencial de administração pública.
c) patrimonialista de administração pública.
d) burocrático de administração pública.
e) de recursos humanos de administração pública.

023. (FEPESE/MPE-SC/ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO/2014) A administração públi-


ca gerencial tem como características conceituais:
1. eficiência e eficácia.
2. competitividade.
3. patrimonialismo.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
a) É correta apenas a afirmativa 1.
b) É correta apenas a afirmativa 2.
c) São corretas apenas as afirmativas 1 e 2.
d) São corretas apenas as afirmativas 2 e 3.
e) São corretas as afirmativas 1, 2 e 3.

024. (IBFC/TRE-AM/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2014) “A ideia neoliberal de substituir a Administra-


ção burocrática pela Administração gerencial depende em grande parte”:
a) Da diminuição da discricionariedade e da maior liberdade decisória aos dirigentes.
b) Do fortalecimento do Princípio da Legalidade e da observância dos limites impostos impli-
citamente pela Constituição.
c) Da ampliação da discricionariedade, diminuindo, todavia, a liberdade decisória dos dirigentes.
d) Da ampliação da discricionariedade e da maior liberdade decisória dos dirigentes.

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025. (IBFC/TRE-AM/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2014) Com relação à chamada “Administração


Pública Gerencial”, assinale a alternativa INCORRETA:
a) Envolve maior discricionariedade para as autoridades administrativas.
b) Acarreta menos autonomia administrativa e orçamentária.
c) Substitui o controle formal pelo controle de resultados.
d) Seu principal instrumento é o contrato de gestão.

026. (FGV/DPE-MT/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO/2015) As opções a seguir apresen-


tam pontos fundamentais do modelo de administração pública gerencial, à exceção de uma.
Assinale-a.
a) Foco nos cidadãos, como beneficiários da administração.
b) Avaliação do desempenho, como instrumento efetivo de gestão.
c) Ênfase na inovação, como característica básica de gestão.
d) Foco em processos, como instrumento de controle.
e) Busca de resultados, como fator determinante de gestão.

027. (FGV/IBGE/ANALISTA – PLANEJAMENTO E GESTÃO/2016) A trajetória histórica da


Administração Pública no Brasil, após 1930, revela um conjunto de fatores que justificaram a
criação e a implementação do modelo gerencial a partir de meados da década de 90.
A justificativa para a adoção do modelo gerencial NÃO pode ser atribuída:
a) à crise fiscal, caracterizada pela crescente perda do crédito por parte do Estado;
b) à dificuldade em administrar as crescentes expectativas em relação à política de bem-estar;
c) ao esgotamento da estratégia estatizante de intervenção do Estado;
d) à falência da estratégia de substituição de importações;
e) à necessidade de fortalecer o papel do Estado como responsável pelo desenvolvimento
econômico e social.

028. (FCC/TRF – 3ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO/2016) Sobre os objetivos e caracterís-


ticas do Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, implementado nos anos 1990, no
âmbito federal, considere:
I – Publicização, que corresponde à assunção, pelo Estado, dos serviços próprios do denomi-
nado Núcleo Estratégico.
II – Flexibilização, oferecendo aos gestores maior autonomia e estabelecendo o controle e
cobrança de resultados a posteriori.
III – Desestatização, que compreende a privatização, a terceirização e a desregulamentação.

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Está correto o que consta APENAS em


a) I.
b) I e II.
c) II.
d) II e III.
e) III.

029. (FCC/ALMS/ANALISTA EM RECURSOS HUMANOS/2016) Um marco importante no con-


texto evolutivo da Administração pública no Brasil foi o Plano Diretor da Reforma do Aparelho do
Estado, levado a cabo a partir de meados dos anos 1990 pelo então Ministro Bresser Pereira. O mo-
delo de atuação do Estado, preconizado pela referida reforma, contempla, entre suas premissas,
a) explorar de forma direta atividades econômicas, como indutor do crescimento fiscal.
b) adotar o modelo desenvolvimentista, por intermédio da denominada publicização.
c) atuar mais fortemente nas atividades de fomento, regulação e controle.
d) estabelecer parcerias com as entidades do terceiro setor, para a privatização de setores
como saúde e educação.
e) implantar o modelo gerencial, que preconiza maior centralização das atividades pela União.

030. (FCC/PREF. RECIFE/ASSISTENTE DE GESTÃO PÚBLICA/2019) No processo de evolu-


ção da Administração pública, o modelo de administração burocrática representou
a) um avanço em relação ao precedente modelo patrimonialista, passando a enfatizar a meri-
tocracia e combater o clientelismo.
b) um retrocesso em relação ao modelo clássico, com o abandono da especialização da Admi-
nistração e aumento das práticas de nepotismo.
c) um movimento de horizontalização das estruturas, com redução de níveis hierárquicos e
aumento da flexibilização dos controles.
d) uma etapa antecedente ao modelo gerencial, porém já aplicando diversos conceitos deste,
notadamente os controles de resultados.
e) um período de pouca valorização das competências técnicas, com ausência de separação
entre o patrimônio dos governantes e do Estado.

031. (FCC/ALESE/ANALISTA LEGISLATIVO – ADMINISTRAÇÃO/2018) Com a reforma admi-


nistrativa implementada nos anos de 1990, cujo marco institucional-legal corresponde à Emenda
Constitucional n. 19/98, enfatizou-se a contratualização de resultados como forma de fomentar
a busca da qualidade, utilizando instrumentos como o contrato de gestão, fundado no binômio:
a) custo de oportunidade e custo de mobilização, aferindo qual prepondera em determinada
atividade administrativa.
b) fixação de metas de desempenho e ampliação de autonomia gerencial, orçamentária e
financeira.

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c) essencialidade do serviço e atratividade econômica para exploração, determinando aqueles


que devem ser privatizados.
d) avaliação técnica e avaliação popular, buscando a composição ideal entre economicidade
e eficiência.
e) excelência de atuação e redução de custos, objetivando o alcance do denominado ponto
ótimo de gestão.

032. (FCC/DPE-AM/ANALISTA EM GESTÃO – ADMINISTRAÇÃO/2018) A evolução do mo-


delo de Administração pública ocorrida no Brasil a partir dos anos de 1930, passou pela supe-
ração do modelo patrimonialista, a partir da implementação do modelo burocrático, este que,
entre as modificações implementadas,
a) adotou um sistema de descentralização e horizontalização das relações de subordinação.
b) superou a rigidez formal do modelo anterior, com flexibilização das estruturas de competên-
cias e atribuições funcionais.
c) buscou a superação do clientelismo e a adoção de critérios de meritocracia e profissionali-
zação dos servidores.
d) substituiu o critério de controle apriorístico por controle dos resultados almejados.
e) superou a rigidez do modelo anterior, com a introdução de maior mobilidade funcional e
outras formas de ingresso dos servidores.

033. (FCC/DPE-AM/ASSISTENTE TÉCNICO DE DEFENSORIA/2018) A reforma do aparelho


do Estado, implementada em meados dos anos 1990, buscava um novo paradigma para a atu-
ação da Administração pública. Nesse sentido, entre outras medidas, preconizava a transferên-
cia de serviços públicos não exclusivos a entidades privadas sem fins lucrativos, as quais eram
qualificadas como organizações sociais, o que correspondeu ao mecanismo denominado
a) accountability.
b) desestatização.
c) governança.
d) publicização.
e) privatização.

034. (FCC/TRT – 15ª REGIÃO/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2018) Atenção: A questão refere-se ao


Conteúdo Programático de Noções de Administração Geral e Pública.
O modelo de Administração gerencial que se procurou implementar no Brasil a partir do Plano
Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, nos idos de 1995, apresentou o conceito de publi-
cização, consistente
a) nos mecanismos de transparência e governança aplicáveis à Administração, com foco no
atendimento do cidadão.
b) no modelo oposto ao de privatização, mantendo sob a prestação direta do Estado todos os
serviços públicos.
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c) na atuação do Estado na economia como indutor do crescimento, mediante a encampação


de atividades de interesse nacional.
d) na criação de agências reguladoras e agências executivas, para substituírem os mecanis-
mos de regulação de mercado.
e) na transferência de serviços públicos não exclusivos para entidades não estatais, qualifica-
das como organizações sociais.

035. (FCC/SEMF TERESINA/ASSISTENTE TÉCNICO ADMINISTRATIVO – TÉCNICO DO TE-


SOURO MUNICIPAL/2016) Um dos marcos significativos que pode ser apontado no processo
de evolução histórica da Administração pública no Brasil corresponde à criação do Departa-
mento Administrativo do Serviço Público – DASP, o qual
a) representou o modelo patrimonialista vigente à época, pautado pelo clientelismo.
b) ficou responsável pela implantação do modelo gerencial.
c) teve como missão a modernização da Administração ao influxo do modelo burocrático.
d) objetivou implantar o Plano Nacional de Desburocratização e a descentralização administrativa.
e) decorreu da implantação do Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, representan-
do sua dimensão institucional.

036. (FCC/ALMS/ANALISTA EM RECURSOS HUMANOS/2016) Na evolução da Administra-


ção pública no Brasil, assim como em outros países, verificou-se o abandono do paradigma
burocrático e a implantação do modelo gerencial. São diferenças que podem ser apontadas
entre esses dois modelos:
I – No modelo burocrático o controle é a priori, enquanto no gerencial a ênfase é no controle
de resultados.
II – O modelo burocrático preconiza estrutura hierárquica rígida, enquanto o gerencial é mais
flexível, com redução de níveis e maior autonomia.
III – No modelo burocrático inexiste separação entre propriedade e a administração, sendo que
somente a partir do modelo gerencial é que foi introduzido o conceito de meritocracia.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I e III.
b) III.
c) II e III.
d) I e II.
e) II.

037. (CS UFG/ALEGO/ASSISTENTE LEGISLATIVO/2015) Na década de 1930, com o nasci-


mento da República Nova, houve uma tentativa de profissionalizar a Administração Pública bra-
sileira com a criação do Departamento de Administração do Serviço Público – DASP. Por inter-
médio do DASP, promoveu-se a estruturação básica do aparelho administrativo instituindo-se,

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por exemplo, o concurso público e as regras para admissão. Tal modelo buscou modernizar a
máquina pública e ficou conhecido como
a) modelo burocrático.
b) modelo patrimonialista.
c) modelo gerencial.
d) modelo do novo serviço público.

038. (CS UFG/CM GYN/ASSESSOR TÉCNICO LEGISLATIVO – ASSESSOR GERAL/2018) No


plano diretor da reforma do aparelho do Estado de 1995, a expressão “aparelho do Estado”
pode ser substituída por:
a) Administração pública lato sensu.
b) Nação.
c) Estado unitário.
d) Administração científica.

039. (CS UFG/CM GYN/ASSESSOR TÉCNICO LEGISLATIVO – ASSESSOR GERAL/2018)


Qual seria o papel do núcleo estratégico do aparelho do Estado previsto na reforma adminis-
trativa de 1995?
a) Definir as leis e as políticas públicas, exigindo o seu cumprimento.
b) Prestar serviços exclusivos do Estado, as chamadas “atividades exclusivas”.
c) Permitir a atuação do povo simultaneamente com outras organizações na entrega dos ser-
viços públicos.
d) Contar com a atuação das empresas com atividades econômicas voltadas ao lucro, mas
pertencentes ao Estado.

040. (CS UFG/IF GOIANO/ADMINISTRADOR/2014) As mudanças na gestão pública promo-


vidas pela reforma do Estado enfraqueceram determinadas atividades da administração e for-
taleceram outras. Atividades que se fortaleceram foram as de
a) organização e implementação.
b) capacitação e fiscalização.
c) regulação e coordenação.
d) controle de processos e centralização da decisão.

041. (CS UFG/IF GOIANO/ADMINISTRADOR/2014) Pode-se afirmar que o discurso que sus-
tentou a reforma administrativa na década de 1990 no Brasil foi
a) antiliberal.
b) antigerencial.
c) anticorrupção.
d) antiburocrático.

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GABARITO
1. c 37. a
2. b 38. a
3. c 39. a
4. a 40. c
5. c 41. d
6. a
7. b
8. d
9. c
10. b
11. c
12. a
13. a
14. e
15. b
16. c
17. c
18. a
19. c
20. c
21. a
22. b
23. c
24. d
25. b
26. d
27. e
28. d
29. c
30. a
31. b
32. c
33. d
34. e
35. c
36. d

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GABARITO COMENTADO
001. (UFMT/PREVICÁCERES/AUXILIAR ADMINISTRATIVO/2016) Leia a situação hipotética
abaixo para responder à questão.
Um assistente administrativo desempenha suas atribuições em uma autarquia que está imple-
mentando novos modelos de gestão, em busca da eficiência e melhoria do atendimento das
necessidades dos clientes.
Essa autarquia acompanha a reforma administrativa iniciada em 1995, que veio à tona com o
intuito de pôr fim às práticas clientelistas do antigo modelo, isto é, instalar uma administração
pautada nos “princípios da nova gestão pública” (new public management).
A reforma envolveu a delimitação mais precisa da área de atuação do Estado; a distinção entre
as atividades do núcleo estratégico; a separação entre a formulação de políticas e sua execução;
maior autonomia para as atividades executivas exclusivas do Estado que adotará a forma de
“agências executivas”; maior autonomia para os serviços sociais e científicos que o Estado presta;
a descentralização dos serviços sociais para estados e municípios etc. (c.f. Bresser Pereira, 1999).
A elaboração de mecanismos efetivos de motivação dos servidores, assim como o alinhamento
das atividades de gestão de pessoas às estratégias organizacionais e às diretrizes traçadas pelos
governos passam a configurar emergentes desafios para a política de gestão de recursos humanos
no setor público. Propõe-se, então, a orientar os esforços para planejar, captar, desenvolver e ava-
liar, nos diferentes níveis da organização e das pessoas que dela participam, os conhecimentos, ha-
bilidades e atitudes necessárias à consecução de seus objetivos (c.f. Brandão e Guimarães, 2001).
Os três primeiros parágrafos do texto referem-se à implantação de qual modelo da Administra-
ção Pública no Brasil?
a) Patrimonialista.
b) Burocrática.
c) Gerencial.
d) Mecanicista.

O texto da questão aponta características da administração pública gerencial. A Administra-


ção Pública Gerencial constitui um avanço, e, até certo ponto, um rompimento com a Adminis-
tração Pública burocrática. Isso não significa, entretanto, que negue todos os seus princípios.
Pelo contrário, a Administração Pública Gerencial está apoiada na anterior, da qual conserva
alguns de seus princípios fundamentais, como a admissão segundo rígidos critérios de mérito,
a existência de um sistema estruturado e universal de remuneração, as carreiras, a avaliação
constante de desempenho, o treinamento sistemático.

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A grande novidade trazida pela administração pública gerencial é a forma de controle, que dei-
xa de basear-se nos processos para concentrar-se nos resultados. Algumas características da
administração pública gerencial:
• é orientada para o cidadão e para a obtenção de resultados;
• pressupõe que os políticos e os funcionários públicos são merecedores de um grau real
ainda que limitado de confiança ( flexibilização);
• como estratégia, serve-se da descentralização e do incentivo à criatividade e à inovação;
• o instrumento mediante o qual se faz o controle sobre os órgãos descentralizados é o
contrato de gestão.
A alternativa correta é a letra C. Outros modelos apresentados nas alternativas possuem ca-
racterísticas distintas das que foram apresentadas no enunciado. A burocracia está caracteri-
zada por impessoalidade, foco em procedimentos, apego as normas e procedimentos dentre
outros. Já o patrimonialismo se apoia na corrupção e nepotismo.
As organizações que adotam o tipo mecanicista (ou mecanístico) utilizam o modelo burocrá-
tico legal-racional de Weber, que valorizam a lealdade e a obediência a superiores.
Letra c.

002. (UFMT/IF-MT/TECNÓLOGO – GESTÃO PÚBLICA/2014) O Decreto-Lei N.º 200, de 25


de fevereiro de 1967, destacou que as atividades da Administração Federal obedecerão aos
seguintes princípios fundamentais:
a) Planejamento, Coordenação, Centralização, Delegação de Competência e Organização.
b) Planejamento, Coordenação, Descentralização, Delegação de Competência e Controle.
c) Planejamento, Burocratização Gerencial, Descentralização e Delegação de Competência.
d) Coordenação, Centralização, Sistema de Controle e Burocratização Gerencial.

O Decreto-lei n. 200/1967, na tentativa de modernizar a gestão pública no Brasil, estabeleceu


como princípios fundamentais o seguinte:

Art. 6º As atividades da Administração Federal obedecerão aos seguintes princípios fundamentais:


I – Planejamento.
II – Coordenação.
III – Descentralização.
IV – Delegação de Competência.
V – Controle.

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O Decreto Lei n. 200/1967, que foi conhecido como o primeiro marco na tentativa de superação
da rigidez burocrática, buscava a descentralização, planejamento e controle da atuação ad-
ministrativa. Essa norma propôs uma reforma das estruturas do Estado e dos procedimentos
burocráticos, apresentando os seguintes aspectos:
• transferia atividades para autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de
economia mista, a fim de obter maior dinamismo operacional, por meio da descentrali-
zação funcional, com distinção entre a administração direta e a indireta;
• estabelecia diretrizes gerais para um novo plano de classificação de cargos;
• instituía cinco princípios fundamentais: o planejamento; descentralização; delegação de
competência; coordenação e o controle;
• definia as bases do controle externo e interno;
• estatuía normas de aquisição e contratação de bens e serviços.
Letra b.

003. (UFMT/UFMT/ASSISTENTE – ADMINISTRAÇÃO/2017) De um estado patrimonialista o


Brasil passou por duas grandes reformas administrativas, na visão de Bresser Pereira, a primei-
ra iniciou em 1937 e a segunda, em 1995. Sobre essas reformas, assinale a afirmativa correta.
a) A Reforma Burocrática, com início em 1995, tem como qualidade básica a efetividade dos
controles das demandas e seus efeitos na ineficiência.
b) A Reforma Gerencial, com início em 1937, orienta-se pelo desenvolvimento da profissionali-
zação com a hierarquia funcional, impessoalidade e formalismo.
c) A Reforma Gerencial, com início em 1995, conduz a uma nova postura, passando a ser orien-
tada pelos valores da eficiência e da qualidade na prestação de serviços.
d) A Reforma Burocrática, com início em 1937, volta-se para a definição precisa dos objetivos
que o administrador público deverá atingir em sua unidade gerencial.

Análise das alternativas:


a  ) Errada. A Reforma Burocrática no Brasil tem início na década de 1930, e não em 1995. Na reali-
dade, a criação do Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP) pelo Decreto-lei n. 579,
de 30 de julho de 1938, no governo Getúlio Vargas, representou a primeira reforma administrativa
do Estado brasileiro (modelo burocrático), tendo como foco a modernização da gestão pública.
b) Errada. A reforma Gerencial teve seu auge, de fato, no ano de 1995, no governo FHC, e não
em 1937. O ano de 1937 (ou 1938 com a criação do DASP) foi o início da Reforma Burocrática.
Além disso, desenvolvimento da profissionalização com a hierarquia funcional, impessoalida-
de e formalismo são características da Reforma Burocrática, e não Gerencial.
c) Certa. Um dos marcos da reforma gerencial brasileira ocorreu por meio do Plano Diretor do
Aparelho do Estado – PDRAE, o Plano foi apresentado em 1995 por Luiz Carlos Bresser Pe-
reira – Ministro da Administração Federal e Reforma do Estado, e tinha como objetivo mudar

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a ‘‘postura’’ brasileira, passando a ser orientada pelos valores de eficiência e da qualidade na


prestação de serviços.
d) Errada. Na verdade, a alternativa listou um dos eixos da estratégia da Reforma Gerencial, e
não Burocrática. Na Reforma Gerencial, o PDRA destaca que a estratégia se volta: (1) para a
definição precisa dos objetivos que o administrador público deverá atingir em sua unidade; (2)
para a garantia de autonomia do administrador na gestão dos recursos humanos, materiais e
financeiros que lhe forem colocados à disposição para que possa atingir os objetivos contrata-
dos; e (3) para o controle ou cobrança a posteriori dos resultados.
Letra c.

004. (UFMT/DETRAN-MT/AGENTE DO SERVIÇO DE TRÂNSITO/2015) Os três modelos de


gestão pública na história do Brasil são: Patrimonialista, Burocrático e Gerencial. Sobre o as-
sunto, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.
( ) A Burocrática apresenta especificidades como a não separação entre o que é público e pri-
vado e divisão do trabalho.
( ) A Gerencial preconiza que o governo deve normatizar processos e predominar a vontade
unipessoal do dirigente.
( ) A Patrimonialista caracteriza-se pela separação entre propriedade e administração e cargos
públicos ocupados por meritocracia.
( ) A Gerencial fundamenta-se pela eficiência, qualidade do serviço público e empreendedorismo.
Assinale sequência correta.
a) F, F, F, V.
b) V, F, F, V.
c) F, F, V, F.
d) V, V, F, F.

Análise das afirmativas:


I – Falsa. As especificidades apresentadas são do modelo de administração pública patrimo-
nial, e não burocrática. O patrimonialismo significa a incapacidade ou a relutância de o príncipe
ou monarca distinguir entre o patrimônio público e seus bens privados.
II – Falsa. Quem preconiza que o governo deve normatizar processos e predominar a vontade
unipessoal do dirigente é a administração pública burocrática, e não a gerencial. O gerencialis-
mo foca em resultados a posteriori, mesmo existindo normas e procedimentos.
III – Falsa. A separação entre propriedade e administração e cargos públicos ocupados por
meritocracia é característica da administração pública burocrática, e não patrimonialista. No
patrimonialismo o gestor não consegue separar o patrimônio privado do patrimônio público.
IV – Verdadeira. A administração pública gerencial se fundamenta nos resultados, na efici-
ência, na eficácia e na efetividade. Há o estímulo ao empreendedorismo governamental e na

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gestão da qualidade dos serviços públicos. O empreendedorismo é a capacidade de aproveitar


oportunidades, imaginar, desenvolver e realizar visões, capacidade de criar ou penetrar em no-
vos mercados, pronto para assumir todo o controle e o risco calculado.
Letra a.

005. (UFMT/UFMT/SECRETÁRIO EXECUTIVO/2014) Modelo de Gestão Pública iniciado no


Brasil na década de 90, no Governo Collor de Mello, caracterizado por estabelecimento de me-
tas, aproximação e atendimento das necessidades da população através da efetividade das
políticas públicas, constitui um dos desafios dos servidores públicos. Trata-se do modelo
a) Burocrático.
b) Patrimonialista.
c) Gerencial.
d) Marxista.

O modelo gerencial começa a ser difundido após o ano de 1985 (transição do governo militar
para o civil), época que coincide com o governo de Collor de Melo e a década de 90. A década
de 90, mais precisamente o ano de 1995, é o marco inicial e formal desse modelo de gestão no
Brasil. Mas, como já dissemos, nada nasce instantaneamente!
Em uma perspectiva histórica e cronológica, a Administração Pública é dividida nos seguintes
modelos teóricos:

ADMINISTRAÇÃO GERENCIAL Modelo predominante

ADMINISTRAÇÃO BUROCRÁTICA Ainda utilizada

ADMINISTRAÇÃO PATRIMONIALISTA Existência de traços/práticas

OUTROS MODELOS Existência de alguns fragmentos

Sobre as demais alternativas:


a
 ) Errada. A criação do Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP) pelo Decreto-lei n.
579, de 30 de julho de 1938, no governo Getúlio Vargas, representou a primeira reforma administra-
tiva do Estado brasileiro (modelo burocrático), tendo como foco a modernização da gestão pública.
b ) Errada. De 1808, com a transferência da corte portuguesa para o Brasil, até 1930, a administra-
ção pública brasileira vinculava-se ao poder dos coronéis e das oligarquias agrárias, baseadas na
exportação de commodities7. O nível de poder não era central, mas local, caracterizado pelas elites
rurais dominantes da época. Nesse período, o modelo de gestão pública era o patrimonialista.
7
Termo utilizado, de forma geral, em referência a produtos em estado bruto (matérias-primas) ou com pequeno grau de
industrialização, de qualidade quase uniforme, produzidos em grandes quantidades e por diferentes produtores, como por
exemplo, papel, café, soja e ouro.

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d) Errada. Não se trata de um modelo de Administração Pública.


Letra c.

006. (FGV/DPE-RO/ANALISTA DA DEFENSORIA PÚBLICA – ANALISTA EM ADMINISTRA-


ÇÃO/2015) As reformas administrativas no Brasil, em grande medida, mostraram-se voltadas
à eliminação do patrimonialismo. Em relação ao patrimonialismo, é correto afirmar que:
a) o quadro administrativo é formado por pessoas com vínculo de fidelidade pessoal;
b) os processos e controles são centrais ao funcionamento das organizações;
c) a impessoalidade nas relações é uma característica fundamental;
d) a periferia operacional é separada do núcleo estratégico;
e) os serviços são moldados como quase-mercados.

A  administração patrimonialista era baseada nos Estados absolutistas firmados nos séculos
XVII e XVIII, e seus cargos existentes eram de livre nomeação do soberano, que os ocupava
com seus parentes e demais amigos. Também havia a troca de favores, ou seja, negociavam-se
cargos públicos em troca de interesses políticos ou econômicos. Assim, um cargo público era
considerado um bem pessoal, sendo repassado de forma hereditária.
b) Errada. Refere-se ao modelo burocrático. Os controles administrativos visando evitar a cor-
rupção e o nepotismo são sempre a priori. Por outro lado, o controle – a garantia do poder do
Estado – transforma-se na própria razão de ser do funcionário.
c) Errada. Também se refere ao modelo burocrático. A burocracia tem como característica a
impessoalidade no relacionamento entre os funcionários: ela enfatiza os cargos, e não as pes-
soas que os ocupam.
d) Errada. Refere-se ao modelo gerencial, vinculada à característica da redução do tamanho
do Estado.
e) Errada. Refere-se ao modelo gerencial. Nesse modelo, há a competição administrada, nos
quais as diversas agências buscam oferecer o melhor serviço público aos usuários. Essa com-
petição pode trazer ganhos de eficiência e efetividade ao sistema, já que a disputa obriga a
uma utilização mais racional dos recursos e porque a tendência é aumentar o leque de servi-
ços à disposição dos cidadãos.
Letra a.

007. (CETRO/AUDITOR-FISCAL TRIBUTÁRIO MUNICIPAL – GESTÃO TRIBUTÁRIA/2014) A


mistura de centralismo excessivamente regulamentador e, geralmente, pouco afetivo, com o
patrimonialismo local pode resumir bem o modelo de administração colonial.
Sabe-se, também, que a alta burocracia era, no geral, selecionada segundo certo tipo de mérito,
baseado num saber generalista. Na melhor parte da elite burocrática, meritocracia e relacio-
namentos pessoais de apadrinhamento conviviam na seleção e promoção dos funcionários.

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Assinale a alternativa que apresenta qual era o outro papel da alta burocracia nessa época,
além do mencionado acima.
a) Distinguir e denominar as duas fases da historiografia administrativa, política, econômica e
social do Brasil.
b) Servir para a distribuição de empregos públicos para garantir apoio político e social.
c) Instituir, no Brasil, o mecanismo do concurso público, por meio da Lei de 1831.
d) Criar um paradoxo no que se refere à modernização do aparato burocrático.
e) Enfraquecer o Estado e reforçar o modelo patrimonial.

O Período Colonial brasileiro tem início em 1530 e se estende até ao ano 1822, ano em que
Príncipe Português, Dom Pedro, declarou a Independência do Brasil. Na verdade o Brasil deixou
de ser colônia em 1815, ano em que o Rei Dom João VI o elevou a condição de Reino Unido de
Portugal e Algarves.
Nesse período, o modelo de gestão pública era o patrimonialista.
A questão foi retirada do livro “Burocracia e política no Brasil: desafios para a democracia no
século XXI” organizado por Maria Rita Loureiro, Fernando Luiz Abrucio e Regina Silva Pacheco.
Segundo os autores, é possível caracterizar uma forma híbrida de administração colonial: um
mix de centralismo regulamentador e patrimonialismo local. Nesse contexto, a parte centrali-
zada era baseada no rígido controle, por parte da metrópole via governo-geral, das atividades
administrativas executadas na colônia. Já a parte regulamentadora era caracterizada pela des-
centralização da estrutura local, câmaras municipais e capitanias hereditárias, representada
pelo poderio patrimonialista.
Nessa época, a alta burocracia se utilizava da distribuição de empregos públicos para garantir
apoio político e social. É o que se denomina de patronagem. Era uma prática que privilegiava
os cabos eleitorais na busca de votos.
Letra b.

008. (FUNIVERSA/MPE-GO/TÉCNICO EM GESTÃO/2010) Retratando a evolução da admi-


nistração pública brasileira, têm-se as figuras das escolas administrativas. Combinando seu
conhecimento com a análise histórico-política na qual elas se inserem, pode-se traçar o perfil
da sociedade e do próprio Estado que ela integra. Acerca desse tema, assinale a alternativa
correta que corresponde à escola patrimonialista.
a) Na época do Brasil Império, a classe política patrimonialista, confundindo os interesses pú-
blicos aos seus, privados, reunia todos os poderes para governar, dispensando, assim, apoio
para se manter, em virtude de sua posição dentro do Estado então existente.
b) O exército e o clero foram componentes integrantes do Estado patrimonial, vigente no Bra-
sil Império.

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c) O critério racional-legal era utilizado para modelação do sistema patrimonialista, uma vez
que os ditames normativos eram interpretados em um sentido formal, o que possibilitava a
manutenção do sistema.
d) É correto afirmar que o Estado patrimonial, para manter sua legitimidade, tinha na condução
de seus negócios a elite intelectual, sobremaneira na área do saber jurídico.
e) O modelo patrimonialista avançou solidamente durante todo o período da República Velha.

No Brasil império, a elite brasileira era fundamentalmente formada por juristas, e estes eram
em regra magistrados, funcionários do Estado, como é próprio do patrimonialismo.
a) Errada. De acordo com Bresser-Pereira (2001)8, a elite brasileira era fundamentalmente for-
mada por juristas, e estes eram em regra magistrados, funcionários do Estado, como é próprio
do patrimonialismo. No entanto, essa elite começa a ter infiltrações de classes de origem mais
inferior. Isso ocorre com a formação do clero e de militares do Exército.
Temos aqui um período de transição, que começa com a Proclamação da República, uma revo-
lução da classe média e o primeiro golpe militar da história brasileira. Portanto, como é de se
notar, a administração patrimonialista no Brasil não dispensava apoio para se manter.
b) Errada. Como afirmado no comentário da alternativa anterior, o exército e o clero foram
componentes integrantes do Estado patrimonial, vigente na República Velha.
c) Errada. O critério racional-legal é característica marcante do sistema burocrático, não patri-
monialista.
e) Errada. No patrimonialismo do Brasil Império, não há democracia. As eleições são uma far-
sa. A distância educacional e social entre a elite política e o restante da população, imensa. E
no meio dela temos uma camada de funcionários públicos, donos antes de sinecuras do que
de funções, dada a função do Estado patrimonial de lhes garantir emprego e sobrevivência.
A palavra oligarquia significa “o poder na mão de poucos” e, consequentemente, o interesse era
sempre em prol desses poucos.
No entanto, essa elite começa a ter infiltrações de classes de origem mais inferior. Isso ocorre
com a formação do clero e de militares do Exército. Desses eventos nascem as ideologias que
culminam com a Proclamação da República e o enfraquecimento do sistema patrimonialista.
Letra d.

009. (CS UFG/CM GYN/ASSESSOR TÉCNICO LEGISLATIVO – ADMINISTRADOR/2018) A


reforma do Departamento de Administração do Setor Público (DASP), nos anos 30, teve como
foco principal racionalizar a administração pública e
a) definir claramente os objetivos a serem alcançados pelas unidades da administração pública.
b) superar a rigidez burocrática do serviço público.
8
BRESSER-PEREIRA, L. C. Do Estado Patrimonial ao Gerencial. In: PINHEIRO, Wilheim e SACHS (orgs.). Brasil: Um Século de
Transformações. São Paulo: Cia. das Letras, 2001.

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c) combater as práticas patrimonialistas do período anterior de administração pública.


d) gerir por contratos a administração pública.

A burocracia foi estudada e identificada por Max Weber, na segunda metade do século XIX,
como uma solução para enfrentar a administração patrimonialista, visando atender as neces-
sidades da sociedade.
O DASP foi o órgão responsável por implementar a reforma burocrática no Brasil, na década de
1930, com o objetivo de modernização por meio da racionalização administrativa.
Surge então uma administração baseada nas leis, nos regulamentos, nos procedimentos e
na eficiência do Estado, visando abandonar as práticas paternalistas do modelo anterior, o
patrimonialismo.
Superar a rigidez burocrática (ou flexibilizar a burocracia) consiste em objetivo da reforma ge-
rencial. No mesmo sentido, a contratualização e a definição clara de objetivos surgem na ótica
de uma administração pública gerencial. Assim, as letras A, B e D estão incorretas.
Letra c.

010. (UNIFAL-MG/UNIFAL-MG/ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO/2018) A humanidade,


ao longo dos últimos séculos, vivenciou diversas mudanças em relação ao papel do Estado.
Observa-se que o Estado, após a transição do absolutismo para o Estado de Direito na idade
moderna, fica submetido à lei. As revoluções inglesa, francesa e americana foram as respon-
sáveis pela disseminação do “Estado Liberal e Democrático”, no qual o Estado fica também su-
jeito à sociedade. Assim sendo, tendo em vista as evoluções implementadas na Administração
Pública brasileira, não é possível afirmar que:
a) A administração burocrática no serviço público, embora tenha sido criada para esse fim, com o
surgimento do grande Estado social e econômico do século XX, não garante nem rapidez, nem boa
qualidade, nem custo baixo para os serviços prestados ao público, sendo na verdade lenta, cara,
autorreferida, ou seja, pouco ou nada orientada para o atendimento das demandas dos cidadãos.
b) O Departamento de Administração do Serviço Público – DASP, que é uma cria específica
do Estado Novo, marcou a completa ruptura com o modelo paternalista vigente até então, por
meio da adoção de todos os preceitos weberianos de descentralização da atividade adminis-
trativa, tornando o Estado mais enxuto e direcionado às suas atividades privativas.
c) A adoção da administração pública burocrática foi desenvolvida como forma de combater a
corrupção e o nepotismo patrimonialista, buscando maximizar a priori os controles administra-
tivos tendo como ponto de partida a desconfiança generalizada nos administradores públicos.
d) O modelo de administração pública gerencial tem como pressupostos a descentralização
das decisões e funções do Estado, autonomia no que diz respeito à gestão de recursos huma-
nos, materiais e financeiros e ênfase na qualidade e na produtividade do serviço público.

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Na realidade, além de não existir completa ruptura com o patrimonialismo, toda segunda parte
da alternativa se refere ao gerencialismo: o órgão DASP refere-se à era Getúlio Vargas, relacio-
nando-se com a reforma burocrática; e quando o texto da alternativa fala de descentralização
e enxugamento, está se referindo à era gerencial.
As demais alternativas estão corretas.
Letra b.

011. (CONSULPLAN/TRF – 2ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO/2017) “A Administração Públi-


ca representa o aparelhamento do Estado e funciona como instrumento do governo para pla-
nejar, organizar, dirigir e controlar todas as ações administrativas, com o objetivo de dar plena
e cabal satisfação das necessidades coletivas básicas. Como dizia Weber, a Administração
Pública envolve todo o aparato administrativo com que nações, estados e municípios se mol-
dam para cuidar do interesse coletivo e entregar à população uma ampla variedade de serviços
públicos capazes de melhorar a qualidade de vida em geral.” (CHIAVENATO, Idalberto. Adminis-
tração Geral e Pública – 3ª ed. Barueri, SP: Manole, 2012.)
Considerando o inserto transcrito anteriormente apenas como motivador e com base em co-
nhecimentos a respeito da evolução da Administração Pública e a Reforma do Estado no Bra-
sil, assinale a alternativa INCORRETA.
a) A Reforma do Estado tornou-se imperativa nos anos 90, em resposta, também, à crise ge-
neralizada do Estado, sendo caracterizada como uma forma de defender o Estado enquanto
res publica (coisa pública), enquanto patrimônio que, sendo público, é de todos e para todos.
b) A Reforma do Estado tem, dentre seus objetivos, a busca do fortalecimento das funções
de regulação e de coordenação do Estado, particularmente em nível federal, e a progressiva
descentralização para os níveis estadual e municipal, das funções executivas no campo da
prestação de serviços sociais e de infraestrutura.
c) A Reforma do Estado envolve múltiplos aspectos dentre os quais podem ser citados: o ajus-
te fiscal que visa devolver ao Estado a capacidade de definir e implementar políticas públicas;
a liberalização comercial em que o Estado abandona a estratégia protecionista da substituição
de importações; e, as privatizações em que se transfere para o setor público não-estatal a pro-
dução dos serviços competitivos ou não-exclusivos de Estado, estabelecendo-se um sistema
de parceria entre Estado e sociedade.
d) A Reforma do Estado deve ser concebida na perspectiva de redefinição do papel do Estado,
o que pressupõe o reconhecimento prévio das modificações observadas em suas atribuições
ao longo do tempo; no fato de que seus princípios e características não devem ser confundidos
com os da administração de empresas privadas; e, no conhecimento de que a administração
pública evoluiu através de três modelos básicos: a administração pública patrimonialista, a

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burocrática e a gerencial, formas que se sucederam no tempo, sem que, no entanto, qualquer
uma delas fosse inteiramente abandonada.

Todas as alternativas são retiradas da obra citada no enunciado. Vejamos:


a) Certa.

A reforma do aparelho do Estado tornou-se imperativa nos anos de 1990 por uma segunda razão.
Não apenas ela se constituiu em uma resposta À crise generalizada do Estado, mas também está
sendo caracterizada como uma forma de defender o estado com res publica e coisa pública, um
patrimônio que, sendo público, é de todos e para todos.
b) Certa.

(...) o Estado reduz seu papel de executor ou prestador direto de serviços, mantendo-se, entretanto,
no papel de regulador e provedor ou promotor destes (...). Nessa nova perspectiva, busca-se o forta-
lecimento das funções de regulação e de coordenação do Estado, particularmente no nível federal, e
a progressiva descentralização vertical, para os níveis estadual e municipal, das funções executivas
no campo da prestação de serviços sociais e de infraestrutura.
c) Errada.

A reforma do Estado envolve múltiplos aspectos. O ajuste fiscal devolve ao estado a capacidade de
definir e implementar políticas públicas. pela liberalização comercial, o Estado abandona a estraté-
gia protecionista da substituição de importações. (...) a descentralização para o setor público não
estatal da execução de serviços que não envolvem o exercício do poder de Estado, mas devem ser
subsidiados pelo Estado, como é o caso dos serviços de educação, saúde, cultura e pesquisa cien-
tífica; esse processo será chamado de publicização.
d) Certa.

A reforma do aparelho do Estado não pode ser concebida fora da perspectiva de redefinição do
papel do Estado e, portanto, pressupõe o reconhecimento prévio das modificações observadas em
suas atribuições ao longo do tempo. Dessa forma, partindo-se de uma perspectiva histórica, verifi-
camos que a administração pública – cujos princípios e características não devem ser confundidos
com os da administração das empresas privadas – evolui por meio de três modelos básicos: a ad-
ministração pública patrimonialista, a burocrática e a gerencial. Essas três formas se sucedem no
tempo, sem que, no entanto, qualquer uma delas seja inteiramente abandonada.
Letra c.

012. (FGV/PGE-RO/ANALISTA DA PROCURADORIA – ADMINISTRADOR/2015) A respeito


de uma administração pública que segue o modelo racional-legal, é correto afirmar que:
a) define as organizações públicas como voltadas para descobrir os meios mais eficientes
para os fins politicamente dados;
b) foca nos processos de mudança que buscam lograr os valores societários publicamente definidos;

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c) opera organizações públicas visando alcançar objetivos políticos internamente definidos;


d) possui um entendimento fenomenológico do comportamento humano reconhecendo o ca-
ráter de imprevisibilidade;
e) reconhece valores humanos, como liberdade, justiça e igualdade como critérios de julga-
mento para a ação pública.

A burocracia (modelo racional-legal) é a organização com base na eficiência e, para que ocorra
essa eficiência, é necessário que tudo seja detalhado antecipadamente.
Para Weber, a burocracia é uma forma ideal de organização humana que se baseia na ade-
quação dos meios aos objetivos (fins) pretendidos – a racionalidade instrumental – a fim de
garantir a máxima eficiência possível no alcance desses objetivos.
Aplicada ao contexto público, a burocracia define as organizações públicas como voltadas
para descobrir os meios mais eficientes para os fins politicamente dados.
b) Errada. O modelo burocrático é resistente às mudanças, pois considera a organização num
ambiente previsível.
c) Errada. A organização burocrática funciona com base em normas, leis e regulamentos, inde-
pendentemente das vontades pessoais dos agentes (objetivos internos). Não confundir “alcan-
çar objetivos políticos internamente definidos” com a autorreferência. Dizer que a burocracia
é autorreferente é dizer que ela se concentra no processo, em suas próprias necessidades e
perspectivas, sem considerar a alta ineficiência envolvida.
d) Errada. A fenomenologia se preocupa com a compreensão do fenômeno, não com a sua
explicação. Perceba a evidência no resultado, e não no processo.
e) Errada. O modelo burocrático se baseia em uma visão limitada e restritiva da razão humana,
associada ao conceito de racionalidade formal.
Letra a.

013. (CEPERJ/SEPLAG-RJ/ESPECIALISTA EM POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO GOVER-


NAMENTAL/2012) A estabilidade do servidor público no âmbito da teoria weberiana é en-
tendida como:
a) a garantia para o exercício isento da função.
b) o direito adquirido do concursado.
c) o benefício oferecido como atrativo do serviço público.
d) uma prebenda, resquício do patrimonialismo.
e) uma conquista da civilização e do sindicalismo.

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Na burocracia, a estabilidade do servidor público é entendida como a garantia para o exercício


isento da função. É vista como algo necessário ao desempenho das atribuições do cargo, como
forma de livre exercício, isento e livre de pressões políticas ou qualquer outro tipo de ingerência.
Letra a.

014. (FEPESE/MPE-SC/ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO/2014) Analise as afirmativas


abaixo sobre os modelos de Administração Pública:
1. No modelo de Administração burocrática utiliza-se um conjunto de medidas cujo propósito
consiste na defesa da coisa pública. Ele é caracterizado por impessoalidade e formalismo.
2. O modelo Patrimonialista tem como característica principal a confusão entre patrimônio
público, Estado, e o patrimônio particular do detentor do poder.
3. O modelo Burocrático enfatiza aspectos formais, controlando processos de decisão, estabele-
cendo uma hierarquia funcional rígida, baseada em princípios de profissionalização e formalismo.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
a) É correta apenas a afirmativa 2.
b) São corretas apenas as afirmativas 1 e 2.
c) São corretas apenas as afirmativas 1 e 3.
d) São corretas apenas as afirmativas 2 e 3.
e) São corretas as afirmativas 1, 2 e 3.

Análise das afirmativas.


1. Certa. O modelo de administração pública burocrática surge na época do modelo estatal
conhecido por Estado Liberal, cujos marcos caracterizadores foram a Revolução Francesa e a
Revolução Industrial. Esse modelo surge com o objetivo de combater a corrupção e o nepotis-
mo patrimonialista, que permeavam as administrações precedentes, sobretudo as baseadas
no modelo dos Estados absolutistas. Dentre outros princípios:
• Enfatiza a impessoalidade nas relações, com a distribuição de atividades feita em ter-
mos de cargas e funções, e não de pessoas envolvidas. Para a burocracia, as pessoas
vêm e vão, mas os cargos e funções permanecem.
• Baseia-se em regras, normas e regulamentos, visando economia de esforços, padroni-
zação dentro da organização, redução de custos e de erros, formalidade dos processos,
completa previsibilidade de funcionamento, dentre outros.
2. Certa. A administração patrimonialista era baseada nos Estados Absolutistas firmados nos
séculos XVII e XVIII, quando o patrimônio do monarca se confundia com o patrimônio público.
Como regra, esse modelo acarreta o clientelismo, a troca de favores, o prevalecimento de inte-
resses privados em detrimento do interesse público, a corrupção, o nepotismo, fazendo surgir
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uma administração pública vinculada a interesses particulares, onde os cargos são considera-
dos prebendas ou sinecuras.
3. Certa. Além da formalidade e controle dos processos, já enfatizados no comentário da afir-
mativa 1, a burocracia promove a hierarquia, estabelecendo os cargos segundo princípios es-
calares (estrutura fortemente verticalizada), onde cada cargo inferior deve estar sob controle e
supervisão de um posto superior. Nenhum cargo fica sem controle ou supervisão.
Assim, são corretas as afirmativas 1, 2 e 3.
Letra e.

015. (FEPESE/MPE-SC/ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO/2014) Assinale a alternativa que


indica corretamente o modelo de administração pública que enfatiza aspectos formais, impes-
soalidade, controla processos de decisão, estabelece uma hierarquia funcional rígida, baseada
em princípios de profissionalização e formalismo. Neste modelo, os procedimentos formais são
feitos por funcionários especializados, com competências fixas, sujeitos ao controle hierárquico.
a) modelo gerencial.
b) modelo burocrático.
c) modelo recursos humanos.
d) modelo patrimonialista.
e) modelo logístico.

Vamos, mais uma vez, mencionar pilares ou características do modelo burocrático de gestão:
• Almeja defender a coisa pública contra o patrimonialismo, exercendo rígido controle
sobre os possíveis abusos contra o patrimônio público.
• É orientado para a racionalidade absoluta. O caráter “racional” da burocracia significa
escolher, racionalmente, os meios adequados para o alcance dos fins desejados, privile-
giando o aspecto organizacional.
• Prevê o controle rígido dos processos e procedimentos como o meio mais seguro para
evitar o nepotismo e a corrupção. Daí surge a autorreferência da burocracia, que se con-
centra no processo, em suas próprias necessidades e perspectivas, sem considerar a
alta ineficiência envolvida.
• Baseia-se em regras, normas e regulamentos, visando economia de esforços, padroni-
zação dentro da organização, redução de custos e de erros, formalidade dos processos,
completa previsibilidade de funcionamento, dentre outros.
• Enfatiza a impessoalidade nas relações, com a distribuição de atividades feita em ter-
mos de cargas e funções, e não de pessoas envolvidas. Para a burocracia, as pessoas
vêm e vão, mas os cargos e funções permanecem.

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• Promove a hierarquia, estabelecendo os cargos segundo princípios escalares (estrutura


fortemente verticalizada), onde cada cargo inferior deve estar sob controle e supervisão
de um posto superior. Nenhum cargo fica sem controle ou supervisão.
• Utiliza a separação entre planejamento e execução das atividades no contexto organizacio-
nal. A separação entre planejamento e execução dá contornos práticos à distinção entre os
políticos e os burocratas, na qual a política é responsável pela elaboração de objetivos e a
administração pública é responsável por transformar as decisões em ações concretas.
• A escolha das pessoas é baseada no mérito e na competência técnica. Daí a necessida-
de de exames, concursos, testes e titulações para a admissão de pessoal.
• A estabilidade do servidor público é entendida como a garantia para o exercício isento da
função. É vista como algo necessário ao desempenho das atribuições do cargo, como for-
ma de livre exercício, isento e livre de pressões políticas ou qualquer outro tipo de ingerência.
• Busca a profissionalização, ou seja, a especialização de seu pessoal. Desse contexto,
surgem algumas características dos ocupantes dos cargos públicos:
− são pessoalmente livres; obedecem somente às obrigações objetivas de seu cargo;
− são nomeados (e não eleitos) numa hierarquia rigorosa dos cargos;
− têm competências funcionais fixas;
− são remunerados com salários fixos em dinheiro, na maioria dos casos com direito
à aposentadoria;
− seu salário está escalonado segundo a posição na hierarquia, segundo a responsa-
bilidade do cargo e o princípio da correspondência à posição social;
− o cargo é exercido como profissão única ou principal;
− têm a perspectiva de uma carreira: progressão por tempo de serviço ou eficiência, ou
ambas as coisas, dependendo do critério dos superiores;
− trabalham em “separação absoluta dos meios administrativos” e sem apropriação
do cargo; e
− estão submetidos a um sistema rigoroso e homogêneo de disciplina e controle do
serviço.
Letra b.

016. (FGV/TJ-GO/ANALISTA JUDICIÁRIO – APOIO JUDICIÁRIO E ADMINISTRATIVO/2014) O


modelo burocrático weberiano é um modelo organizacional que desfrutou notável disseminação
nas administrações públicas durante o século XX em todo o mundo. O modelo burocrático é atribu-
ído a Max Weber, porque o sociólogo alemão analisou e sintetizou suas principais características
(Secchi, 2009, p. 350). Ao tratar do modelo burocrático weberiano, é possível afirmar que ele:
a) apoia-se na autoridade carismática como fonte de poder dentro das organizações;
b) valoriza remunerações diferenciadas para empregados que desempenham tarefas semelhantes;
c) utiliza a separação entre planejamento e execução das atividades no contexto organizacional;

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d) volta seu foco às necessidades dos cidadãos para construção das políticas públicas;
e) alcança alto grau de personalismo e clientelismo devido às suas características teóricas.

Análise das alternativas.


a) Errada. O modelo burocrático apoia-se na autoridade racional-legal como fonte de poder
dentro das organizações. A dominação legal, racional-legal ou burocrática (sociedade legal)
refere-se à submissão coletiva a um conjunto de regras formalmente definidas e aceitas por
todos os integrantes. Essas regras determinam a que e a quem se deve obedecer. Essa opção
é a que descreve corretamente a concepção weberiana de autoridade burocrática.
b) Errada. O modelo burocrático valoriza remunerações fixas para empregados que desempe-
nham tarefas semelhantes.
c ) Certa. O modelo burocrático utiliza a separação entre planejamento e execução das atividades
no contexto organizacional. A separação entre planejamento e execução dá contornos práticos à
distinção entre os políticos e os burocratas, na qual a política é responsável pela elaboração de ob-
jetivos e a administração pública é responsável por transformar as decisões em ações concretas.
d) Errada. O modelo burocrático é autorreferente. A autorreferência significa que o modelo bu-
rocrático não considera o ambiente onde está inserido, tornando-se um sistema fechado sobre
si mesmo. Quem volta seu foco às necessidades dos cidadãos para construção das políticas
públicas é o modelo gerencial.
e) Errada. O modelo burocrático tem como característica a impessoalidade no relacionamento
entre os funcionários: ela enfatiza os cargos e não as pessoas que os ocupam; também, a des-
personalização do relacionamento leva os funcionários a conhecer os colegas não pelos seus
nomes pessoais, mas pelos títulos dos cargos que ocupam.
Letra c.

017. (FGV/TCM-SP/AGENTE DE FISCALIZAÇÃO – ADMINISTRAÇÃO/2015) As transformações


recentes na administração pública no mundo vêm apontando para a retomada, em alguns contex-
tos, de uma orientação neo-weberiana em contraposição ao modelo gerencial pós-burocrático.
O avanço do neo-weberianismo encontra sustentação em aspectos relacionados ao fato de:
a) buscar a responsabilidade dos dirigentes pelo cumprimento de resultados previstos em
contratos de gestão previamente pactuados;
b) primar pelos valores da descentralização, da liberdade de decisão e da desregulação, em
busca de formas de atuação em rede de organizações;
c) colocar foco em centralização, coordenação e controle pela administração e pelo poder po-
lítico, sendo a autoridade baseada em competência e profissionalismo;
d) avançar o desenvolvimento do controle social como forma de garantir o cumprimento de
resultados públicos;

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e) garantir a autonomia de estruturas flexíveis por meio da atuação integrada de organizações


da sociedade civil, cooperativas e empresas.

O enunciado diz que as transformações recentes na administração pública no mundo vêm


apontando para a retomada, em alguns contextos, de uma orientação neo-weberiana em con-
traposição ao modelo gerencial pós-burocrático. Logo, não precisa pânico ao resolver essa
questão; devemos buscar nas alternativas, características de um modelo burocrático.
Características da burocracia e, consequentemente, do neo-weberianismo:
• O Estado burocrático comporta instituições basicamente hierarquizadas e controle en-
focado nos processos.
• Centralização.
• Meritocracia, competência e profissionalismo.
• Combater a corrupção e o nepotismo patrimonialista eram seus maiores objetivos..
• Apego excessivo as normas e rotinas de trabalho (padronização).
a) Errada. A característica apresentada na alternativa é da administração pública gerencial, do
modelo pós-burocrático.
b) Errada. Novamente, características do modelo pós-burocrático (gerencial). Essa liberdade
de decisão e da desregulação não são características da teoria da burocracia.
c) Certa. Consta nessa alternativa as palavras-chave que caracterizam a burocracia (pós-we-
berianismo), ou seja, centralização, coordenação e controle pela administração e pelo poder
político, sendo a autoridade baseada em competência e profissionalismo.
d) Errada. Controle social e resultados são características do modelo pós-burocrático, ou seja,
do modelo gerencial.
e) Errada. Estruturas flexíveis e integração são características do modelo gerencial de Admi-
nistração Pública.
Letra c.

018. (FUNDATEC/DPE-SC/TÉCNICO ADMINISTRATIVO/2018) Analise as assertivas que seguem:


I – Na década de noventa, o Plano de Reforma do Estado tinha por meta redimensionar impor-
tantes segmentos na esfera da Administração Pública. Por exemplo, teve a intenção de dimi-
nuir da presença direta do Estado na prestação dos serviços públicos, graças à implantação de
privatizações e desestatizações.
II – A administração pública gerencial tem por características o clientelismo, o corporativismo
e a ausência de controle institucional.
III – A figura da agência executiva relaciona-se com o modelo de administração pública burocrática.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas I e II.

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c) Apenas I e III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.

I – Certa. Com o início do governo Fernando Henrique Cardoso, em 1995, dá-se o pontapé ini-
cial da reforma rumo ao modelo gerencial. A ideia central era o setor público e o setor privado
caminhando juntos na busca de soluções para o atendimento das demandas sociais. O Estado
mantém um núcleo central, mas transferindo ações para as organizações não governamentais
e implementando um programa de privatizações.
I I – Errada. As características listadas são da administração patrimonialista, e não gerencial. Na
administração patrimonialista, o aparelho do Estado funciona como uma extensão do poder do
soberano, e os seus auxiliares, servidores, possuem status de nobreza real. Também, no modelo
não existiam carreiras organizadas no serviço público, nem divisão do trabalho e nem controles
efetivos. Os cargos existentes eram de livre nomeação do soberano, que os ocupava com seus
parentes e demais amigos. Também havia a troca de favores, ou seja, negociavam-se cargos
públicos em troca de interesses políticos ou econômicos.
I II – Errada. A figura da agência executiva relaciona-se com o modelo de administração pública
gerencial. O Projeto das Agências Autônomas (agências executivas) desenvolveu-se em duas di-
mensões. Em primeiro lugar, seriam elaborados os instrumentos legais necessários à viabilização
das transformações pretendidas, e um levantamento visando superar os obstáculos na legislação,
normas e regulações existentes. Em paralelo, seriam aplicadas as novas abordagens em algumas
autarquias selecionadas, que se transformariam em laboratórios de experimentação.
Letra a.

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019. (CS UFG/CM GYN/ASSESSOR TÉCNICO LEGISLATIVO – ADMINISTRADOR/2018)


Leia o trecho a seguir, extraído do texto “Reforma do Estado no Brasil: a nova ou a velha?” para
responder à questão:

“Em entrevista publicada na Folha de S. Paulo em 1º de fevereiro de 2016,


o ex-ministro do Planejamento Valdir Simão enfatizou a necessidade da
retomada do debate sobre a reforma do Estado.
É relevante, portanto, estabelecer-se um paralelo com experiências
anteriores. Nos anos 1990, importar ferramentas da iniciativa privada para
a gestão pública aparecia como a última fronteira das Reformas do Estado.
Naquele momento, as promessas da então ascendente Nova Gestão
Pública (do inglês, New Public Management, ou NPM) eram de
saltos qualitativos nos serviços públicos e de eficiência nos gastos
governamentais. Ambos objetivos ainda prioritários nos dias atuais.
As reformas advindas desse movimento buscaram encorajar uma
mentalidade competitiva e comercial dentro das organizações públicas e na
burocracia. Seus proponentes também previam que o pacote de mudanças
seria naturalmente assimilado pela contraparte mais interessada, o tal do
“cidadão-cliente” – isto é, o indivíduo médio prototípico, supostamente
guiado por instintos racionais e individualistas (...)”.

DOMINGUES, Alexandre Pires; CUNHA, Bruno Queiroz. Desafios do Desenvolvimento. Ano 12, número 87, 2015.
Disponível em:
<www.ipea.gov.br/desafios/images/stories/ed87/pdfs/160616_revista_desafios_87.pdf> Acesso em: 20 ago. 2018.

O trecho acima, refere-se a que forma de Administração Pública?


a) Administração pública burocrática.
b) Administração pública patrimonialista.
c) Administração pública gerencial.
d) Administração pública divisionalizada.

A Administração Pública Gerencial surgiu na década de 1980, quando o mundo passa a ques-
tionar o papel do Estado e sua ineficiência, diante da necessidade de se flexibilizar a Burocra-
cia vigente, visando maior eficiência pela implementação de práticas de gestão privada na
administração pública. No Brasil, a Nova Gestão Pública foi implantada na década de 1990,
notadamente pelo Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado – PDRAE em 1995.
O cidadão passa a ser visto como cliente do serviço público prestado pelo Estado, daí o paradig-
ma Cidadão-cliente, promovendo uma evolução na Administração Pública de instrumentos de
participação social e accountability (transparência, prestação de contas e responsabilização).
A Administração Pública Patrimonialista (letra B) foi a primeira forma de administração públi-
ca observada no Brasil, na qual não havia distinção entre o público e o privado, os governantes

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usavam a máquina pública para seus interesses (e não o da sociedade), havia baixo ou ne-
nhum controle de legalidade ou eficiência, baixo ou nenhum foco na qualidade dos serviços
públicos e a corrupção e nepotismo eram práticas comuns.
A Administração Pública Burocrática (letra A) foi implantada pela primeira reforma adminis-
trativa brasileira. Visava superar as deficiências do Patrimonialismo por meio de um modelo
racional-legal, baseado nas leis, nos regulamentos e nos procedimentos. Na Burocracia, surge
a preocupação com o controle de legalidade e com a eficiência do Estado.
Por fim, não existe um modelo de administração pública divisionalizada (letra D). O termo divi-
sional é utilizado no âmbito da administração para se referir a uma estrutura organizacional ba-
seada em departamentos especializados conforme produtos, serviços, mercados ou processos.
Letra c.

020. (FGV/TJ-GO/ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRADOR DE EMPRESAS/2014) Após


a crise fiscal do final da década de 70, governos de diversas partes do mundo buscaram elabo-
rar mudanças que pudessem tornar a máquina pública menos custosa e mais eficiente. Esse
conjunto de mudanças, disseminadas pelas administrações da maioria dos países ocidentais
e formalizado mais tarde por Cristopher Hood, em 1991, ficou conhecido como:
a) administração patrimonialista;
b) nova governança pública;
c) nova gestão pública;
d) burocracia weberiana;
e) teoria da escolha racional.

A administração gerencial tem sua origem relacionada com as mudanças ocorridas nas ad-
ministrações públicas de alguns países a partir da década de 1970 (Estados Unidos, Inglater-
ra, Nova Zelândia e Austrália). Por isso, comumente, as provas fazem menção a outros três
termos sinônimos da administração pública gerencial: New Public Management (NPM), que
significa Nova Gestão Pública (NGP) e modelo pós-burocrático.
Christopher Hood (1991)9 foi quem primeiro formulou o conceito de “Nova Gestão Pública”,
enumerando sete elementos principais desse modelo de gestão: profissionalização da gestão
nas organizações públicas; padrões de desempenho e medidas de avaliação com objetivos
mensuráveis e claramente definidos; ênfase no controle e nos resultados; desagregação das
grandes unidades do setor público; introdução da competição no setor público; uso de práticas
de gestão do setor privado; ênfase na disciplina e na utilização dos recursos, cortando custos
e procurando maior eficiência e economia.

9
HOOD, C. Public management for all seasons? Public Administration, Londres, v.69, n. 01, 1991, p. 03-19.

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No Brasil, o Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado (PDRAE) definiu a “Administração


Pública gerencial” como

resposta, de um lado, à expansão das funções econômicas e sociais do Estado e, de outro, ao de-
senvolvimento tecnológico e à globalização da economia mundial, uma vez que ambos deixaram à
mostra os problemas associados à adoção do modelo anterior (BRASIL, 1995)10.

Em 1998, o Conselho Latino-Americano para o Desenvolvimento (CLAD), objetivando fazer uma


adaptação da experiência da NGP nos países em países anglo-saxônicos, anunciou um docu-
mento em que apresentou as características que deveriam ser observadas para a implementação
da “Nova Gestão Pública” na América Latina, conforme segue: profissionalização da alta buro-
cracia; transparência e responsabilização; descentralização na execução dos serviços públicos;
desconcentração organizacional nas atividades exclusivas do Estado; controle dos resultados;
novas formas de controle; duas formas de unidades administrativas autônomas: agências que
realizam atividades exclusivas de Estado e agências descentralizadas, que atuam nos serviços
sociais e científicos; orientação da prestação dos serviços para o cidadão-usuário; modificar o
papel da burocracia com relação à democratização do Poder público (CLAD, 1999)11.
Esse movimento, iniciado na Europa, América do Norte e Oceania, chega também na América
Latina e, segundo Norberto Bobbio12, em resposta à recessão acentuada pela qual alguns países
atravessavam na década de 80, fazendo com que os formuladores de políticas públicas de alguns
países iniciassem as críticas ao “Estado de serviços sociais”, ou seja, ao modelo burocrático.
Letra c.

021. (VUNESP/TJ-PA/ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRAÇÃO/2014) São considerados


fatores decisivos para agravar a crise do modelo de intervenção estatal, ocorrida nos anos 70
e 80, e a consequente tendência, no âmbito mundial, em favor de uma Reforma do Estado que
buscasse a modernização e a agilização da Administração Pública:
a) crise fiscal do Estado, crise de governabilidade e a emergência da globalização e das inova-
ções tecnológicas.
b) crise fiscal do Estado, crise de governabilidade e a emergência dos tigres asiáticos.
c) crise fiscal do Estado, crise cambial e a emergência dos tigres asiáticos.
d) ataques especulativos às economias em desenvolvimento, crise de governabilidade e a
emergência da globalização e das inovações tecnológicas.
e) ataques especulativos às economias em desenvolvimento, crise cambial e a crise dos mer-
cados imobiliários norte-americano e europeu.

10
BRASIL. MARE. Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado. Brasília: MARE, 1995.
11
CENTRO LATINO-AMERICANO DE ADMINISTRAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO – CLAD. Uma nova gestão pública para a
América Latina. Revista do Serviço Público, Brasília, ano 50, n. 01, Janeiro/Março, 1999, p.121-144.
12
BOBBIO, N. Dicionário de política. Brasília: Universidade de Brasília. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2000.

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Segundo escreve Paludo (2016)13, o mundo mudou, a sociedade mudou e as pessoas muda-
ram, assim como a economia das nações apresentou grandes mudanças e tecnologias inu-
sitadas surgiram. A competitividade das nações, a eficiência na administração e a busca por
resultados se tornaram palavras de ordem.
Para o autor, o Estado político estava em crise e procurava redefinir seu papel. Era necessário
que a Administração Pública também mudasse para dar conta de atender às exigências da
nova ordem mundial, e à expansão das funções econômicas e sociais do Estado.
José Matias Pereira14 destaca quatro fatores socioeconômicos que contribuíram decisivamen-
te para agravar a crise do Estado gerada no pós-guerra:
• Crise econômica mundial: iniciada em meados dos anos 70, foi-se agravando ao longo dos
anos 80. As economias da maioria dos países enfrentaram um grande período recessivo,
sem o retorno aos índices de crescimento econômico atingidos nas décadas de 50 e 60.
• Crise fiscal do Estado: após várias décadas de crescimento, apoiada no modelo econômico
proposto por Keynes, a maioria dos governos não tinha mais como financiar seus déficits. À
medida que ficavam mais endividados, os governos elevavam a carga tributária para cobrir
os déficits, mas sem necessariamente manter serviços de qualidade ou até mesmo melho-
rá-los. Essa situação provocou uma grande revolta nos contribuintes, principalmente porque
eles não conseguiam enxergar uma relação direta entre o acréscimo nos tributos e a melho-
ria dos serviços públicos. Ou seja, havia um problema de conflito de interesses: enquanto os
Estados estavam sobrecarregados de atividades e com recursos escassos para realizá-las,
a sociedade organizada não queria perder tudo o que já havia conquistado.
• Crise de governabilidade: os governos mostravam-se incapazes para resolver os proble-
mas econômicos e sociais de seus países, o que levou diversos deles a sofrerem crise
de governabilidade.
• Emergência da globalização e das inovações tecnológicas: as profundas transformações
que ocorreram na economia e no setor produtivo também refletiram no Estado. Com o au-
mento do número de empresas transnacionais e os grandes fluxos financeiros e interna-
cionais, os Estados nacionais tiveram seus controles enfraquecidos, o que implicou perda
de parcela significativa de poder de definição de suas políticas macroeconômicas.
Letra a.

13
PALUDO, A. V. Administração pública. 5. ed. rev., atual. e ampl. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2016.
14
PEREIRA, J. M. Reforma do Estado e controle da corrupção no Brasil. Caderno de Pesquisas em Administração, São Paulo,
v. 12, n. 2, p. 1-17, abril/junho 2005.

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022. (FEPESE/MPE-SC/ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO/2014) Os valores de produtivi-


dade, orientação ao serviço, descentralização, eficiência na prestação de serviços, marketiza-
tion e accountability fazem parte do modelo:
a) logístico de administração pública.
b) gerencial de administração pública.
c) patrimonialista de administração pública.
d) burocrático de administração pública.
e) de recursos humanos de administração pública.

O enunciado da questão traz diversas características do modelo gerencial. Vejamos:


• É orientado, predominantemente, pelos valores da eficiência, qualidade e produtividade
na prestação de serviços públicos.
• Inclui a necessidade de reduzir custos e aumentar a qualidade dos serviços, tendo o
cidadão como beneficiário. Assim, desloca a ênfase dos procedimentos (meios) para os
resultados (fins), com orientação para o cidadão-cliente.
• No plano da estrutura organizacional, privilegia a descentralização de funções e a redu-
ção dos níveis hierárquicos. Exige formas flexíveis de gestão, horizontalização de estru-
turas e o incentivo à criatividade e inovação, envolvendo, portanto, maior discricionarie-
dade para as autoridades administrativas.
• Preconiza a separação entre a formulação e a execução das políticas públicas. Essa
separação é considerada essencial para garantir a cobrança de resultados e estabelecer
maior transparência da informação sobre a gestão pública (accountability).
A expressão “marketization” é o termo usual para referenciar a utilização de mecanismos de
mercado dentro da esfera pública.
Letra b.

023. (FEPESE/MPE-SC/ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO/2014) A administração públi-


ca gerencial tem como características conceituais:
1. eficiência e eficácia.
2. competitividade.
3. patrimonialismo.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
a) É correta apenas a afirmativa 1.
b) É correta apenas a afirmativa 2.
c) São corretas apenas as afirmativas 1 e 2.
d) São corretas apenas as afirmativas 2 e 3.
e) São corretas as afirmativas 1, 2 e 3.

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Sobre a afirmativa 1, fique atento para o fato de que que não há mudança na amplitude, mas
deslocamento da ênfase dos controles de processos “a priori” para controle de resultados “a
posteriori”. É importante destacar que não há substituição por completa do controle.
No modelo burocrático, o controle é essencialmente por processos ou procedimentos (a prio-
ri). Na administração gerencial, altera-se a ênfase para o controle de resultados (a posteriori),
mas o controle de processos continua a existir. Assim, na administração pública gerencial
temos a característica tanto da eficiência quanto da eficácia (resultados).
Sobre a afirmativa 2, a administração pública gerencial pratica a competição administrada no interior
do próprio Estado, quando há a possibilidade de estabelecer concorrência entre unidades internas.
A competitividade no interior das estruturas organizacionais públicas se justifica como sendo
a chave para menores custos e melhores padrões. Essa competição pode trazer ganhos de
eficiência e efetividade ao sistema, já que a disputa obriga a uma utilização mais racional dos
recursos e porque a tendência é aumentar o leque de serviços à disposição dos cidadãos.
Sobre a afirmativa 3, o patrimonialismo, apesar de ser uma prática ainda existente na adminis-
tração pública gerencial, não é uma característica conceitual desse modelo. A administração
patrimonialista era baseada nos Estados absolutistas firmados nos séculos XVII e XVIII, quan-
do o patrimônio do monarca se confundia com o patrimônio público.
Letra c.

024. (IBFC/TRE-AM/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2014) “A ideia neoliberal de substituir a Administra-


ção burocrática pela Administração gerencial depende em grande parte”:
a) Da diminuição da discricionariedade e da maior liberdade decisória aos dirigentes.
b) Do fortalecimento do Princípio da Legalidade e da observância dos limites impostos impli-
citamente pela Constituição.
c) Da ampliação da discricionariedade, diminuindo, todavia, a liberdade decisória dos dirigentes.
d) Da ampliação da discricionariedade e da maior liberdade decisória dos dirigentes.

O autor Klaus Frey15 leciona que no modelo gerencial existe uma separação clara entre a esfera
política, onde são tomadas as decisões políticas e dadas as diretrizes básicas para os gesto-
res públicos, e a esfera administrativa, dinamizada através da concessão de ampla liberdade
gerencial, é considerada essencial para garantir a cobrança de resultados e estabelecer trans-
parência e condições de accountability, que tanto fazem falta em países como o Brasil, com
sistemas políticos denominadas de democracias delegativas.
Assim, uma questão importante a se mencionar no modelo gerencial é a autonomia. O PDRAE,
por exemplo, enfatiza que essa autonomia e discricionariedade não é para o estabelecimento
15
FREY, K. Governança urbana e participação pública. RAC-Eletrônica, v. 1, n. 1, art. 9, p. 136-150, Jan./Abr. 2007.

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de metas e objetivos, mas na liberdade de ação para que essas metas e objetivos preestabele-
cidos sejam alcançados.
Letra d.

025. (IBFC/TRE-AM/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2014) Com relação à chamada “Administração


Pública Gerencial”, assinale a alternativa INCORRETA:
a) Envolve maior discricionariedade para as autoridades administrativas.
b) Acarreta menos autonomia administrativa e orçamentária.
c) Substitui o controle formal pelo controle de resultados.
d) Seu principal instrumento é o contrato de gestão.

 ) Certa. Consequentemente, a alternativa B está incorreta. No modelo gerencial de adminis-


a
tração pública existe uma concessão de ampla liberdade gerencial, considerada essencial para
garantir a cobrança de resultados e estabelecer transparência e condições de accountability.
c) Certa. Enquanto a administração burocrática enfatiza a forma de controle baseada nos pro-
cessos, a administração gerencial concentra-se nos resultados.
d) Certa. No modelo gerencial predomina o controle sobre as unidades descentralizadas, por
meio da pactuação de resultados e de condições e meios para atingi-los, mediante contrato de
gestão e mecanismos que viabilizem o controle social, por meio de conselhos de usuários e
mecanismos de consulta ao cidadão.
Letra b.

026. (FGV/DPE-MT/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO/2015) As opções a seguir apresen-


tam pontos fundamentais do modelo de administração pública gerencial, à exceção de uma.
Assinale-a.
a) Foco nos cidadãos, como beneficiários da administração.
b) Avaliação do desempenho, como instrumento efetivo de gestão.
c) Ênfase na inovação, como característica básica de gestão.
d) Foco em processos, como instrumento de controle.
e) Busca de resultados, como fator determinante de gestão.

Dentre as características do modelo gerencial, temos:


• Inclui a necessidade de reduzir custos e aumentar a qualidade dos serviços, tendo o
cidadão como beneficiário. Assim, desloca a ênfase dos procedimentos (meios) para os
resultados (fins), com orientação para o cidadão-cliente (letra A).

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• Exerce o controle gerencial sobre as unidades descentralizadas por meio da pactuação


de resultados e de desempenhos, com condições e meios para atingi-los, mediante con-
trato de gestão e mecanismos que viabilizem o controle social, por meio de conselhos
de usuários e mecanismos de consulta ao cidadão (letra B).
• No plano da estrutura organizacional, privilegia a descentralização de funções e a re-
dução dos níveis hierárquicos. Exige formas flexíveis de gestão, horizontalização de
estruturas e o incentivo à criatividade e inovação, envolvendo, portanto, maior discricio-
nariedade para as autoridades administrativas (letra C).
• Contrapõe-se à ideologia do formalismo e do rigor técnico da burocracia tradicional. En-
quanto a administração burocrática concentra o controle nos processos e procedimento
(controle a priori), a administração gerencial enfatiza a forma de controle baseada nos
resultados (controle a posteriori) (letra E).
Como se percebe, a ênfase nos processos e procedimentos é característica do modelo buro-
crático (letra D).
Letra d.

027. (FGV/IBGE/ANALISTA – PLANEJAMENTO E GESTÃO/2016) A trajetória histórica da


Administração Pública no Brasil, após 1930, revela um conjunto de fatores que justificaram a
criação e a implementação do modelo gerencial a partir de meados da década de 90.
A justificativa para a adoção do modelo gerencial NÃO pode ser atribuída:
a) à crise fiscal, caracterizada pela crescente perda do crédito por parte do Estado;
b) à dificuldade em administrar as crescentes expectativas em relação à política de bem-estar;
c) ao esgotamento da estratégia estatizante de intervenção do Estado;
d) à falência da estratégia de substituição de importações;
e) à necessidade de fortalecer o papel do Estado como responsável pelo desenvolvimento
econômico e social.

As principais ideias da administração gerencial eram: definição precisa de objetivos, maior


autonomia ao gestor na utilização dos recursos e controle a posteriori de resultados.
Vamos analisar a alternativa que não apresenta uma atribuição da administração gerencial:
a) Certa. Entre os motivos que levaram à necessidade de uma reforma administrativa para
uma gestão mais gerencial está o fato de que o Estado se desviou de suas funções básicas
para ampliar sua presença no setor produtivo, o que acarretou, além da gradual deterioração
dos serviços públicos, a que recorre, em particular, a parcela menos favorecida da população,
o agravamento da crise fiscal e, por consequência, a inflação.
b) Certa. Nos anos 70, o Estado de Bem-estar Social começa a enfrentar dificuldades, surgindo
a necessidade de um Estado mais gerencial.

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 ) Certa. O esgotamento da estratégia estatizante de intervenção do Estado se reveste de


c
várias formas: o fracasso do Estado de Bem-estar Social, estratégia de substituição de impor-
tações e estatismo nos países comunista. Esses fatores desencadearam a necessidade por
reformas na administração pública.
d) Certa. Como comentamos na alternativa anterior, a falência do programa de substituição de
importações gerou problemas na gestão da administração público, ocasionando necessidade
de mudanças.
e) Errada. A reforma do Estado deve ser entendida dentro do contexto da redefinição do papel
do Estado, que deixa de ser o responsável direto pelo desenvolvimento econômico e social
pela via da produção de bens e serviços, para fortalecer-se na função de promotor e regulador
desse desenvolvimento.
Letra e.

028. (FCC/TRF – 3ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO/2016) Sobre os objetivos e caracterís-


ticas do Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, implementado nos anos 1990, no
âmbito federal, considere:
I – Publicização, que corresponde à assunção, pelo Estado, dos serviços próprios do denomi-
nado Núcleo Estratégico.
II – Flexibilização, oferecendo aos gestores maior autonomia e estabelecendo o controle e
cobrança de resultados a posteriori.
III – Desestatização, que compreende a privatização, a terceirização e a desregulamentação.
Está correto o que consta APENAS em
a) I.
b) I e II.
c) II.
d) II e III.
e) III.

I – Errado. O PDARE previa a publicização dos serviços não exclusivos do Estado, ou seja, sua
transferência do setor estatal para o público não estatal, em que assumiriam a forma de orga-
nizações sociais. Logo, o erro é afirmar que eram os serviços do núcleo estratégico do Estado
que seriam publicizados.
II – Certo. O PDRAE previa uma administração gerencial para o país, de forma a flexibilizar as
ações dos gestores públicos, com mais autonomia e foco no controle dos resultados.
III – Certo. O PDRAE previa menor interferência do Estado, por meio do processo de deses-
tatização, que já tinha sido iniciado com as privatizações no final dos anos 80 e início dos
anos 90. Outros mecanismos foram previstos de desestatização, tais como, a terceirização

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e a desregulamentação. A desregulamentação é a remoção ou a simplificação das regras e


regulamentações governamentais que restringem a operação das forças de mercado.
Letra d.

029. (FCC/ALMS/ANALISTA EM RECURSOS HUMANOS/2016) Um marco importante no con-


texto evolutivo da Administração pública no Brasil foi o Plano Diretor da Reforma do Aparelho do
Estado, levado a cabo a partir de meados dos anos 1990 pelo então Ministro Bresser Pereira. O mo-
delo de atuação do Estado, preconizado pela referida reforma, contempla, entre suas premissas,
a) explorar de forma direta atividades econômicas, como indutor do crescimento fiscal.
b) adotar o modelo desenvolvimentista, por intermédio da denominada publicização.
c) atuar mais fortemente nas atividades de fomento, regulação e controle.
d) estabelecer parcerias com as entidades do terceiro setor, para a privatização de setores
como saúde e educação.
e) implantar o modelo gerencial, que preconiza maior centralização das atividades pela União.

Como consequência da redução do papel de executor direto, o Estado agora exerce o papel de
regulamentar, fiscalizar, fomentar (atividades exclusivas do Estado).
a  ) Errada. A ideia era reduzir o papel do estado em seu papel de executou ou prestador direto de
serviços, mantendo-se, entretanto, no papel de regulador e provedor ou promotor desses serviços.
b  ) Errada. O modelo desenvolvimentista vigorou no Brasil entre 1930 e 1960. A publicização foi exata-
mente um movimento contrário a esse movimento, entendida como a descentralização para o setor
público não-estatal da execução de serviços que não envolvem o exercício do poder de Estado.
d) Errada. A saúde e a educação correspondem ao setor onde o Estado atua simultaneamente
com outras organizações públicas não-estatais e privadas. Logo, temos aqui o instituto da
publicização, e não privatização. A privatização ocorre quando o governo vende empresas es-
tatais para a iniciativa privada, ou seja, transforma uma instituição estatal em privada. É uma
forma se desfazer de uma empresa estatal quando a mesma não gera lucros ou quando a
mesma causa prejuízos ao orçamento do Estado.
e) Errada. O modelo gerencial preconiza a descentralização, e não a centralização. A adminis-
tração pública gerencial é baseada em conceitos atuais de administração e eficiência, voltada
para o controle dos resultados e descentralizada para poder chegar ao cidadão.
Letra c.

030. (FCC/PREF. RECIFE/ASSISTENTE DE GESTÃO PÚBLICA/2019) No processo de evolu-


ção da Administração pública, o modelo de administração burocrática representou
a) um avanço em relação ao precedente modelo patrimonialista, passando a enfatizar a meri-
tocracia e combater o clientelismo.

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b) um retrocesso em relação ao modelo clássico, com o abandono da especialização da Admi-


nistração e aumento das práticas de nepotismo.
c) um movimento de horizontalização das estruturas, com redução de níveis hierárquicos e
aumento da flexibilização dos controles.
d) uma etapa antecedente ao modelo gerencial, porém já aplicando diversos conceitos deste,
notadamente os controles de resultados.
e) um período de pouca valorização das competências técnicas, com ausência de separação
entre o patrimônio dos governantes e do Estado.

 ) Certa. É isso mesmo! Surgiu com o objetivo de combater a corrupção e o nepotismo patri-
a
monialista, passando a adotar a meritocracia e combater o clientelismo.
b) Errada. Pelo contrário, a partir da administração burocrática é que se buscou a especializa-
ção da Administração.
c) Errada. Houve uma forte verticalização das estruturas, com aumento de níveis hierárquicos
e aumento dos controles.
d) Errada. Os controles de resultados surgiram no modelo gerencial.
e) Errada. Totalmente o contrário. Houve o aumento da valorização das competências técnicas
e a separação entre o patrimônio dos governantes e do Estado.
Letra a.

031. (FCC/ALESE/ANALISTA LEGISLATIVO – ADMINISTRAÇÃO/2018) Com a reforma admi-


nistrativa implementada nos anos de 1990, cujo marco institucional-legal corresponde à Emenda
Constitucional n. 19/98, enfatizou-se a contratualização de resultados como forma de fomentar
a busca da qualidade, utilizando instrumentos como o contrato de gestão, fundado no binômio:
a) custo de oportunidade e custo de mobilização, aferindo qual prepondera em determinada
atividade administrativa.
b) fixação de metas de desempenho e ampliação de autonomia gerencial, orçamentária e
financeira.
c) essencialidade do serviço e atratividade econômica para exploração, determinando aqueles
que devem ser privatizados.
d) avaliação técnica e avaliação popular, buscando a composição ideal entre economicidade
e eficiência.
e) excelência de atuação e redução de custos, objetivando o alcance do denominado ponto
ótimo de gestão.

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A questão apresenta uma das alterações propostas à Constituição Federal Brasileira pela
Emenda Constitucional n. 19/98, o § 8º do Art. 37:

Art. 37, § 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da adminis-
tração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administra-
dores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou
entidade, cabendo à lei dispor sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
I – o prazo de duração do contrato;
II – os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade
dos dirigentes;
III – a remuneração do pessoal.

O tema também é tratado na Lei de Responsabilidade Fiscal criada em 2000:

Art. 47. A empresa controlada que firmar contrato de gestão em que se estabeleçam objetivos e
metas de desempenho, na forma da lei, disporá de autonomia gerencial, orçamentária e financeira,
sem prejuízo do disposto no inciso II do § 5º do art. 165 da Constituição.

Portanto, verifica-se que o contrato de gestão, instrumento da reforma gerencial, procura ofe-
recer a ampliação de autonomia gerencial, orçamentária em detrimento da fixação de metas
de desempenho.
Letra b.

032. (FCC/DPE-AM/ANALISTA EM GESTÃO – ADMINISTRAÇÃO/2018) A evolução do mo-


delo de Administração pública ocorrida no Brasil a partir dos anos de 1930, passou pela supe-
ração do modelo patrimonialista, a partir da implementação do modelo burocrático, este que,
entre as modificações implementadas,
a) adotou um sistema de descentralização e horizontalização das relações de subordinação.
b) superou a rigidez formal do modelo anterior, com flexibilização das estruturas de competên-
cias e atribuições funcionais.
c) buscou a superação do clientelismo e a adoção de critérios de meritocracia e profissionali-
zação dos servidores.
d) substituiu o critério de controle apriorístico por controle dos resultados almejados.
e) superou a rigidez do modelo anterior, com a introdução de maior mobilidade funcional e
outras formas de ingresso dos servidores.

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Vamos analisar cada alternativa.


a  ) Errada. O modelo burocrático é centralizador e vertical, com uma estrutura altamente enrijecida.
b) Errada. O modelo burocrático possui rigidez formal, diferentemente do modelo anterior (pa-
trimonialista).
c) Certa. O modelo burocrático buscou erradicar as práticas clientelistas e o nepotismo, ado-
tando, para isso, critérios de seleção de pessoal baseados na meritocracia e na profissionali-
zação do seu quadro de servidores.
d) Errada. O modelo burocrático é que adota o controle a priori (controle de processos e pro-
cedimentos). O controle dos resultados almejados ocorre com o modelo posterior (gerencial).
e) Errada. O modelo anterior não era rígido. Foi o próprio modelo burocrático que buscou, pela
rigidez, controlar os abusos cometidos pela gestão patrimonialista.
Letra c.

033. (FCC/DPE-AM/ASSISTENTE TÉCNICO DE DEFENSORIA/2018) A reforma do aparelho


do Estado, implementada em meados dos anos 1990, buscava um novo paradigma para a atu-
ação da Administração pública. Nesse sentido, entre outras medidas, preconizava a transferên-
cia de serviços públicos não exclusivos a entidades privadas sem fins lucrativos, as quais eram
qualificadas como organizações sociais, o que correspondeu ao mecanismo denominado
a) accountability.
b) desestatização.
c) governança.
d) publicização.
e) privatização.

A publicização constitui uma variedade de flexibilização, baseada na transferência para orga-


nizações públicas não estatais de atividades não exclusivas do estado, sobretudo nas áreas
da Saúde, Educação, Cultura, Ciência e Tecnologia e Meio Ambiente.
Vejamos a diferença entre privatização e publicização:
• Privatização: significa transferir para o setor privado as atividades que podem ser con-
troladas pelo mercado (produção para o mercado). Incide sobre as empresas estatais.
• Publicização: descentralização para o setor público não-estatal da execução de servi-
ços que não envolvem o exercício do poder de Estado, mas devem ser subsidiados pelo
Estado. Incide sobre serviços não exclusivos, como por exemplo, serviços de educação,
saúde, cultura e pesquisa científica.
Letra d.

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034. (FCC/TRT – 15ª REGIÃO/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2018) Atenção: A questão refere-se ao


Conteúdo Programático de Noções de Administração Geral e Pública.
O modelo de Administração gerencial que se procurou implementar no Brasil a partir do Plano
Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, nos idos de 1995, apresentou o conceito de publi-
cização, consistente
a) nos mecanismos de transparência e governança aplicáveis à Administração, com foco no
atendimento do cidadão.
b) no modelo oposto ao de privatização, mantendo sob a prestação direta do Estado todos os
serviços públicos.
c) na atuação do Estado na economia como indutor do crescimento, mediante a encampação
de atividades de interesse nacional.
d) na criação de agências reguladoras e agências executivas, para substituírem os mecanis-
mos de regulação de mercado.
e) na transferência de serviços públicos não exclusivos para entidades não estatais, qualifica-
das como organizações sociais.

Vejamos a análise de cada alternativa.


a
 ) Errada. Realmente, o PDRAE visava o aumento da transparência e da governança com foco no
atendimento ao cidadão. A ideia era transformar a administração burocrática, rígida e ineficiente,
em estruturas mais leves e flexíveis, que pudessem atender melhor às demandas do cidadão.
Vejam como isso é descrito no PDRAE:

(...) pretende-se reforçar a governança – a capacidade de governo do Estado – através da transição


programada de um tipo de administração pública burocrática, rígida e ineficiente, voltada para si pró-
pria e para o controle interno, para uma administração pública gerencial, flexível e eficiente, voltada
para o atendimento do cidadão.

Porém, esse não era o conceito de publicização, que significava a transferência de atividades
não exclusivas para o setor público não estatal.
b) Errada. A ideia da publicização não era manter sob a prestação direta do Estado todos os
serviços públicos. Seria a transferência para o setor público não estatal de serviços não exclu-
sivos do Estado, como, por exemplo, saúde e educação.
c) Errada. Um dos objetivos do PDRAE era que o Estado pudesse atuar como indutor do cres-
cimento, realmente, conforme podemos observar no excerto abaixo:

Finalmente, no longo prazo, espera-se que a reforma do aparelho do Estado produza as transforma-
ções fundamentais que viabilizem o novo Estado desejado, indutor e promotor do desenvolvimento
social e econômico do país.

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Ocorre que a atuação do Estado, nesse ponto, não é o que engloba a estratégia da publicização,
que consiste na transferência de atividades não exclusivas do Estado para setores não esta-
tais da economia.
d) Errada. A criação das agências reguladoras e executivas foi idealizada no PDRAE exata-
mente visando fortalecer as funções de regulação e coordenação do Estado, mas esse não é
o conceito de publicização, conforme veremos abaixo.
e) Certa. A alternativa transcreveu parte do PDRAE, mormente quando são tratados os objeti-
vos para os serviços não exclusivos.
Letra e.

035. (FCC/SEMF TERESINA/ASSISTENTE TÉCNICO ADMINISTRATIVO – TÉCNICO DO TE-


SOURO MUNICIPAL/2016) Um dos marcos significativos que pode ser apontado no processo
de evolução histórica da Administração pública no Brasil corresponde à criação do Departa-
mento Administrativo do Serviço Público – DASP, o qual
a) representou o modelo patrimonialista vigente à época, pautado pelo clientelismo.
b) ficou responsável pela implantação do modelo gerencial.
c) teve como missão a modernização da Administração ao influxo do modelo burocrático.
d) objetivou implantar o Plano Nacional de Desburocratização e a descentralização administrativa.
e) decorreu da implantação do Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, representan-
do sua dimensão institucional.

Como vimos, e não cansamos de repetir, a criação do Departamento Administrativo do Serviço


Público – DASP pelo Decreto-lei n. 579, de 30 de julho de 1938, no Governo Getúlio Vargas,
representou a primeira reforma administrativa e tinha como objetivo principal realizar a moder-
nização administrativa do Estado.
Assim, representou o modelo burocrático, com tendências de racionalização e afirmação dos
princípios centralizadores e hierárquicos (influxo do modelo burocrático). Nesse período, tam-
bém se institui a função orçamentária como atividade formal e vinculação permanente ao
planejamento. Essa centralização é reforçada pela ênfase nas atividades-meio (atividades ad-
ministrativas) em detrimento das atividades-fim.
Logo, correta a letra C e incorretas as letras A e B.
A letra D está incorreta, pois o Plano Nacional de Desburocratização acontece no ano de 1979.
Por fim, a letra E também está incorreta, já que o Plano Diretor da Reforma do Aparelho do
Estado (PDRAE) é o plano que apresenta a reforma gerencial de 1995.
Letra c.

036. (FCC/ALMS/ANALISTA EM RECURSOS HUMANOS/2016) Na evolução da Administra-


ção pública no Brasil, assim como em outros países, verificou-se o abandono do paradigma

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burocrático e a implantação do modelo gerencial. São diferenças que podem ser apontadas
entre esses dois modelos:
I – No modelo burocrático o controle é a priori, enquanto no gerencial a ênfase é no controle
de resultados.
II – O modelo burocrático preconiza estrutura hierárquica rígida, enquanto o gerencial é mais
flexível, com redução de níveis e maior autonomia.
III – No modelo burocrático inexiste separação entre propriedade e a administração, sendo que
somente a partir do modelo gerencial é que foi introduzido o conceito de meritocracia.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I e III.
b) III.
c) II e III.
d) I e II.
e) II.

I – Certo. No modelo burocrático, o controle da Administração Pública é hierárquico e forma-


lista. A ênfase é no controle a priori, objetivando o combate aos desvios, fazendo com que o
controle muitas vezes interrompa os processos no seu início, o que contribui para a pouca agi-
lidade desses. Esse controle formal e a priori pressupõe que o agente público, antes de iniciar
seus atos, deve se certificar por meio de procedimentos legais e formais, de que aquele ato
está cumprindo as exigências estabelecidas (DI PIETRO, 2001).16
N o modelo gerencial, o controle é de resultados, realizado a partir de indicadores de desempenho.
II – Certo. A administração pública burocrática prega o formalismo, a rigidez e o rigor técnico.
Já a administração pública gerencial exige formas flexíveis de gestão, horizontalização de es-
truturas, descentralização de funções e incentivos à criatividade.
III – Errado. Vamos, desde logo, corrigir o item:
No modelo burocrático inexiste (existe) separação entre propriedade e a administração, sendo
que somente a partir do modelo gerencial (inclusive, nesse modelo) é que foi introduzido o con-
ceito de meritocracia.
A administração patrimonialista era baseada nos Estados Absolutistas firmados nos séculos
XVII e XVIII, quando o patrimônio do monarca se confundia com o patrimônio público. O mo-
delo de administração pública burocrática surge com o objetivo de combater a corrupção e
o nepotismo patrimonialista, que permeavam as administrações precedentes, sobretudo as
baseadas no modelo dos Estados Absolutistas.
O conceito de meritocracia foi introduzido pela gestão burocrática. A burocracia é uma organi-
zação na qual a escolha das pessoas é baseada no mérito e na competência técnica e não em
preferências pessoais. Esses critérios universais são racionais e leva em conta a competência,
16
DI PIETRO, M. S. Z. Direito Administrativo. 13. ed. São Paulo: Atlas, 2001.

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o mérito e a capacidade do funcionamento da relação ao cargo ou função considerada. Daí


a necessidade de exames, concursos, testes e titulações para a admissão para funcionários.
Letra d.

037. (CS UFG/ALEGO/ASSISTENTE LEGISLATIVO/2015) Na década de 1930, com o nas-


cimento da República Nova, houve uma tentativa de profissionalizar a Administração Pública
brasileira com a criação do Departamento de Administração do Serviço Público – DASP. Por
intermédio do DASP, promoveu-se a estruturação básica do aparelho administrativo instituin-
do-se, por exemplo, o concurso público e as regras para admissão. Tal modelo buscou moder-
nizar a máquina pública e ficou conhecido como
a) modelo burocrático.
b) modelo patrimonialista.
c) modelo gerencial.
d) modelo do novo serviço público.

A primeira Reforma Administrativa no Brasil ocorre na década de 1930, no Governo de Getúlio


Vargas, onde temos a criação do Conselho Federal do Serviço Público Civil, posteriormente
denominado DASP (Departamento Administrativo do Serviço Público).
Essa reforma teve como característica básica a ênfase nos meios (atividades de administra-
ção geral) mais do que dos próprios fins (atividades substantivas).
Lembremos que a reforma administrativa do Presidente Getúlio Vargas adotou o modelo buro-
crático na administração Pública brasileira, na tentativa de conter a corrupção e o nepotismo
presente no modelo patrimonial.
Letra a.

038. (CS UFG/CM GYN/ASSESSOR TÉCNICO LEGISLATIVO – ASSESSOR GERAL/2018) No


plano diretor da reforma do aparelho do Estado de 1995, a expressão “aparelho do Estado”
pode ser substituída por:
a) Administração pública lato sensu.
b) Nação.
c) Estado unitário.
d) Administração científica.

Segundo o PDRAE (Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado), que surgiu em 1995 para
combater uma crise de governança que a Administração Pública brasileira estava enfrentando,
um diagnóstico apontou que ainda persistiam práticas patrimonialistas e disfunções da buro-
cracia, que deviam ser equacionadas e superadas.

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Na sua página 41, o PDRAE definiu o que seria o Aparelho do Estado ou Administração Pública
lato senso, compreendendo:
• um núcleo estratégico ou governo, constituído pela cúpula dos três poderes;
• um corpo de funcionários; e
• uma força militar e policial.
Letra a.

039. (CS UFG/CM GYN/ASSESSOR TÉCNICO LEGISLATIVO – ASSESSOR GERAL/2018)


Qual seria o papel do núcleo estratégico do aparelho do Estado previsto na reforma adminis-
trativa de 1995?
a) Definir as leis e as políticas públicas, exigindo o seu cumprimento.
b) Prestar serviços exclusivos do Estado, as chamadas “atividades exclusivas”.
c) Permitir a atuação do povo simultaneamente com outras organizações na entrega dos ser-
viços públicos.
d) Contar com a atuação das empresas com atividades econômicas voltadas ao lucro, mas
pertencentes ao Estado.

Segundo o PDRAE, o aparelho do Estado previsto na reforma administrativa de 1995 é dividido


em quatro setores:
• NÚCLEO ESTRATÉGICO
• ATIVIDADES EXCLUSIVAS
• SERVIÇOS NÃO EXCLUSIVOS
• PRODUÇÃO DE BENS E SERVIÇOS PARA O MERCADO
Sobre o NÚCLEO ESTRATÉGICO, esse corresponde ao governo, em sentido lato. É o setor que
define as leis e as políticas públicas, e cobra o seu cumprimento. É portanto o setor onde
as decisões estratégicas são tomadas. Corresponde aos Poderes Legislativo e Judiciário, ao
Ministério Público e, no poder executivo, ao Presidente da República, aos ministros e aos seus
auxiliares e assessores diretos, responsáveis pelo planejamento e formulação das políticas
públicas. No núcleo estratégico a propriedade tem que ser necessariamente estatal.
Sobre as demais alternativas:
b) Errada. ATIVIDADES EXCLUSIVAS é outro setor definido pelo PDRAE
c) Errada. Característica do setor SERVIÇOS NÃO EXCLUSIVOS, onde o Estado atua simultane-
amente com outras organizações públicas não estatais e privadas.
d) Errada. Não é característica do NÚCLEO ESTRATÉGICO.
Letra a.

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040. (CS UFG/IF GOIANO/ADMINISTRADOR/2014) As mudanças na gestão pública promo-


vidas pela reforma do Estado enfraqueceram determinadas atividades da administração e for-
taleceram outras. Atividades que se fortaleceram foram as de
a) organização e implementação.
b) capacitação e fiscalização.
c) regulação e coordenação.
d) controle de processos e centralização da decisão.

Segundo o PDRAE, a reforma do Estado deve ser entendida dentro do contexto da redefinição
do papel do Estado, que deixa de ser o responsável direto pelo desenvolvimento econômico e
social, para se tornar seu promotor e regulador.
O Estado assume um papel menos executor ou prestador direto de serviços mantendo-se,
entretanto, no papel de regulador e provedor destes. Nesta nova perspectiva, busca-se o forta-
lecimento das suas funções de regulação e de coordenação, particularmente no nível federal,
e a progressiva descentralização vertical, para os níveis estadual e municipal, das funções
executivas no campo da prestação de serviços sociais e de infraestrutura.
Considerando essa tendência, pretende-se reforçar a governança – a capacidade de governo
do Estado – por meio da transição programada de um tipo de administração pública burocráti-
ca, rígida e ineficiente, voltada para si própria e para o controle interno, para uma administração
pública gerencial, flexível e eficiente, voltada para o atendimento da cidadania. Para isso, será
necessária uma mudança em três planos: no plano institucional-legal, através da reforma da
Constituição e das leis do país; no plano cultural, através da internalização de uma nova visão
do que seja a administração pública; e no plano da gestão, onde afinal se concretiza a reforma.
Letra c.

041. (CS UFG/IF GOIANO/ADMINISTRADOR/2014) Pode-se afirmar que o discurso que sus-
tentou a reforma administrativa na década de 1990 no Brasil foi
a) antiliberal.
b) antigerencial.
c) anticorrupção.
d) antiburocrático.

A crise da administração pública burocrática teve início ainda no regime militar. O modelo,
além de não ter sido capaz de eliminar o patrimonialismo, implementou um sistema de recru-
tamento de administradores através das empresas estatais, em detrimento da consolidação
de uma burocracia profissional. Adotou-se a burocracia e a sua eficiência como uma alterna-
tiva ao modelo patrimonialista de administração do Estado. Entretanto, no momento em que

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o pequeno Estado liberal do século XIX deu definitivamente lugar ao grande Estado social e
econômico do século XX, verificou-se que não garantia nem rapidez, nem boa qualidade, nem
custo baixo para os serviços prestados ao público (PEREIRA, 1996)17.
Da análise do Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado infere-se que o modelo gerencial
buscava superar a fase burocrática, já sem aplicabilidade prática no sistema administrativo brasi-
leiro. No entanto, destaca-se que esse documento visava à superação da forma burocrática de ad-
ministrar o Estado, o que não implica necessariamente o rompimento com as suas características.
Letra d.

17
PEREIRA, L. C. B. Revista do Serviço Público, n. 47, janeiro-abril, 1996.

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Adriel Sá
Professor de Direito Administrativo, Administração Geral e Administração Pública em diversos cursos
presenciais e telepresenciais. Servidor público federal da área administrativa desde 1999 e, atualmente,
atuando no Ministério Público Federal. Formado em Administração de Empresas pela Universidade Federal
de Santa Catarina, com especialização em Gestão Pública. Foi militar das Forças Armadas por 11 anos,
sempre atuando nas áreas administrativas. É coautor da obra “Direito Administrativo Facilitado” e autor da
obra “Administração Geral e Pública - Teoria Contextualizada em Questões”, ambas publicadas pela Editora
Juspodivm.

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