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Reformas Administrativas
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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Reformas Administrativas
Adriel Sá
Sumário
Reformas Administrativas. . .........................................................................................................................................3
1. Patrimonialismo no Brasil. . .....................................................................................................................................3
2. A Reforma Burocrática no Brasil.. .......................................................................................................................3
2.1. Introdução. . ...................................................................................................................................................................3
2.2. Criação do DASP.. .....................................................................................................................................................4
2.3. Decreto-Lei n. 200/1967.. ....................................................................................................................................7
2.4. A Transição Democrática e o Retrocesso Administrativo da CF/88.........................................9
3. A Reforma Gerencial no Brasil e o Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado
(PDRAE) - 1995..................................................................................................................................................................9
3.1. Introdução. . ...................................................................................................................................................................9
3.2. O Aparelho do Estado e as Formas de Propriedade..........................................................................14
3.3. Setores do Estado, Tipos de Gestão e Formas de Propriedade..................................................15
Resumo.................................................................................................................................................................................19
Mapa Mental......................................................................................................................................................................21
Questões de Concurso................................................................................................................................................22
Gabarito...............................................................................................................................................................................40
Gabarito Comentado.....................................................................................................................................................41
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REFORMAS ADMINISTRATIVAS
1. Patrimonialismo no Brasil
De 1808, com a transferência da corte portuguesa para o Brasil, até 1930, a administração
pública brasileira vinculava-se ao poder dos coronéis e das oligarquias agrárias, baseadas na
exportação de commodities1. O nível de poder não era central, mas local, caracterizado pelas
elites rurais dominantes da época. Nesse período, o modelo de gestão pública era o patri-
monialista.
1
Termo utilizado, de forma geral, em referência a produtos em estado bruto (matérias-primas) ou com pequeno grau de
industrialização, de qualidade quase uniforme, produzidos em grandes quantidades e por diferentes produtores,
como por exemplo, papel, café, soja e ouro.
2
PALUDO, A. V. Administração pública. 5.ed. rev., atual. e ampl. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2016.
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3
WAHRLICH, B. M. de S. A reforma administrativa no Brasil: experiência anterior, situação atual e perspectivas - uma aprecia-
ção geral. Revista de Administração Pública, Rio de Janeiro, v. 18, n. 1, 1984.
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Principais realizações:
• Ingresso no serviço público por concurso.
• Critérios gerais e uniformes de classificação de cargos.
• Organização dos serviços de pessoal e de seu aperfeiçoamento sistemático.
• Administração orçamentária.
• Padronização das compras do Estado.
• Racionalização geral de métodos.
Principais falhas:
• Tentou ser, ao mesmo tempo, global e imediata, em vez de preferir gradualismo e sele-
tividade.
• Deu mais ênfase a controles, não à orientação e assistência.
• A estrita observância de normas gerais e inflexíveis desencorajava quaisquer tentativas
de atenção às diferenças individuais e às complexas relações humanas.
• O estilo da reforma administrativa foi ao mesmo tempo prescritivo, pois se harmonizava
com a teoria administrativa corrente e coercitiva, na linha do caráter político do regime
Vargas.
Nada disso! O início foi demarcado por práticas de burocratização, e não desburocratização!
O modelo possibilitou a implantação de uma Administração Pública profissional, amparada
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A criação do DASP ocorreu em 30 de julho de 1938, no Governo Getúlio Vargas. Foi o órgão
central incumbido de estabelecer o sistema de mérito e a centralização de compras.
a) Errada. As ações do PrND, no início dos anos 80, voltavam-se para o combate à burocratiza-
ção dos procedimentos.
b) Errada. A reforma administrativa ocorrida em 1967 pelo Decreto-Lei n. 200 constituiu um
marco na tentativa de superação da rigidez burocrática. Realizou-se a transferência de ativida-
des para autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista, a fim de
obter-se maior dinamismo operacional por meio da descentralização funcional.
d) Errada. A abordagem gerencial foi inspirada na teoria administrativa moderna, trazendo para
os administradores públicos as ferramentas e as linguagens da administração privada. No
Brasil, desde a década de 1970, o governo federal se empenhou em transformar o modelo
burocrático da administração direta em gerencial, o que contribuiria para uma maior eficiência
e eficácia das organizações estatais. Assim, o Brasil, em 1995, torna-se o primeiro país em
desenvolvimento a seguir com o modelo gerencial.
e) Errada. O Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado foi elaborado no ano de 1995.
Letra c.
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Em verdade, essa reforma ocorreu no fim da década de 60, por meio do Decreto-lei n. 200/1967.
Errado.
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III – Descentralização.
IV – Delegação de Competência.
Assim, a alternativa converge apenas em um princípio: o do planejamento.
Errado.
Art. 10. A execução das atividades da Administração Federal deverá ser amplamente descentrali-
zada.
§ 1º A descentralização será posta em prática em três planos principais:
a) dentro dos quadros da Administração Federal, distinguindo-se claramente o nível de direção do
de execução;
b) da Administração Federal para a das unidades federadas, quando estejam devidamente aparelha-
das e mediante convênio;
c) da Administração Federal para a órbita privada, mediante contratos ou concessões.
Portanto, percebemos que a questão aborda a letra integral do texto normativo. Quanto aos
contratos de gestão com organizações sociais, foram propostas ao final do século, principal-
mente através da reforma gerencial de 1995 do governo FHC e a Lei n. 9.637/1998, e não pelo
Decreto-Lei n. 200/1967.
Letra a.
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DL n. 200/1967 CF/1988
Centralização política Descentralização política
Descentralização administrativa Centralização administrativa
Como vimos, referente aos preceitos da administração gerencial, a CF/88 engessou (e não fle-
xibilizou) a gestão da máquina pública! Assim, em termos de reformas administrativas, o que
se viu foi um verdadeiro retrocesso.
Errado.
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O modelo gerencial surge como resposta, de um lado, à expansão das funções econômicas e
sociais do Estado, e, de outro, ao desenvolvimento tecnológico e à globalização, já que esses
pontos levantaram problemas associados à adoção do modelo anterior (crise fiscal). A neces-
sidade de reduzir custos e aumentar a qualidade dos serviços, tendo o cidadão como benefici-
ário, torna-se, então, essencial.
Certo.
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De fato, ocorreu no governo FHC e faz parte do PDRAE. Um dos objetivos da reforma do apare-
lho do Estado foi a transferência dos serviços não exclusivos (universidades, hospitais, centros
de pesquisas, museus, dentre outros) para o setor público não estatal, através de um programa
de “publicização”, transformando as atuais fundações públicas em organizações sociais, ou
seja, em entidades de direito privado, sem fins lucrativos, que tenham autorização específica
do poder legislativo para celebrar contrato de gestão com o poder executivo e assim ter direito
a dotação orçamentária.
Assim, podemos dizer que a publicização é um processo de transformar uma organização de
direito privado em pública não estatal, onde a gestão dos serviços e atividades consideradas
não exclusivas do Estados são gerenciadas por uma parcela da sociedade civil organizada (en-
tidades sem fins lucrativos), deixando o Estado não mais como executor, mas como regulador.
Essas entidades recebem recursos do orçamento público, além de outras fontes possíveis.
a) Errada. O DASP, criado pelo Decreto-Lei n. 579, de 30 de julho de 1968, no governo Getúlio
Vargas, representou a primeira reforma administrativa do Estado brasileiro (modelo burocráti-
co). A publicização aparece junto ao modelo gerencial.
c) Errada. A publicização surgiu no modelo gerencial, e não no burocrático.
d) Errada. A publicização surgiu no modelo gerencial, e não no patrimonialista.
e) Errada. Surgiu no modelo gerencial, e não no citado modelo “pós-paradigma gerencial”.
Letra b.
Mais uma vez, vale a pena replicar as principais características da administração gerencial:
• Emerge na segunda metade do século XX, em resposta à expansão das funções econô-
micas/sociais do Estado, ao desenvolvimento tecnológico e à globalização da econo-
mia mundial.
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A competitividade no interior das estruturas organizacionais públicas se justifica como sendo a chave para menores custos
e melhores padrões. Essa competição pode trazer ganhos de eficiência e efetividade ao sistema, já que a disputa obriga a
uma utilização mais racional dos recursos e porque a tendência é aumentar o leque de serviços à disposição dos cidadãos.
6
A expressão “marketization” é o termo usual para referenciar a utilização de mecanismos de mercado dentro da esfera
pública.
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De fato, na transição do modelo burocrático para o gerencial, há mudança de foco nos proces-
sos para o foco nos resultados.
Certo.
O erro mais evidente no item é que o paradigma gerencial não se contrapõe à recompensa pelo
desempenho. Essa característica é marcante no modelo gerencial. Quanto à contraposição à
ideia de formalismo, ok! Assim, a ideologia do formalismo é característica da administração
burocrática, mas a recompensa pelo desempenho, apesar de ter origem no modelo burocráti-
co, é mantida e aperfeiçoada no modelo gerencial.
Errado.
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O núcleo estratégico é o governo, em sentido amplo. É o setor que define as leis e as políticas
públicas e toma as decisões estratégicas. Corresponde aos Poderes Executivo, Legislativo,
Judiciário e Ministério Público.
Letra e.
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RESUMO
• Patrimonialismo no Brasil
− De 1808, com a transferência da corte portuguesa para o Brasil, até 1930, a adminis-
tração pública brasileira vinculava-se ao poder dos coronéis e das oligarquias agrá-
rias. Nesse período, o modelo de gestão pública era o patrimonialista.
• A reforma burocrática no Brasil
− De 1930 a 1945, Getúlio Vargas se mantém no poder: Governo Provisório (1930 a
1934), Governo Constitucional (1934 a 1937) e Estado Novo (1937 a 1945).
− DASP: Decreto-Lei n. 579, de 30 de julho de 1938 - a primeira reforma administrativa
do Estado brasileiro (modelo burocrático), tendo como foco a modernização da ges-
tão pública.
− Principais objetivos do DASP:
o Centralizar e reorganizar a administração pública mediante ampla reforma;
o Definir política para a gestão de pessoal; e
o Racionalizar métodos, procedimentos e processos administrativos em geral.
− Principais realizações:
o Ingresso no serviço público por concurso.
o Critérios gerais e uniformes de classificação de cargos.
o Organização dos serviços de pessoal e de seu aperfeiçoamento sistemático.
o Administração orçamentária.
o Padronização das compras do Estado.
o Racionalização geral de métodos.
− Principais falhas:
o Tentou ser, ao mesmo tempo, global e imediata, em vez de preferir gradualismo e
seletividade.
o Deu mais ênfase a controles, não à orientação e assistência.
o A estrita observância de normas gerais e inflexíveis desencorajava quaisquer ten-
tativas de atenção às diferenças individuais e às complexas relações humanas.
o O estilo da reforma administrativa foi ao mesmo tempo prescritivo, pois se harmo-
nizava com a teoria administrativa corrente e coercitiva, na linha do caráter político
do regime Vargas.
− Decreto-Lei n. 200/1967
o Considerado a primeira tentativa de reforma gerencial da administração pública
brasileira.
o Sua principal característica foi a descentralização e flexibilização administrativa
proporcionada por intermédio das entidades da Administração Indireta.
− A transição democrática e o retrocesso administrativo da CF/88
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DL n. 200/1967 CF/1988
Centralização política Descentralização política
Descentralização administrativa Centralização administrativa
• A reforma gerencial no Brasil
− No ano de 1995, cria-se o Ministério da Administração e Reforma do Estado (MARE)
- Ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira.
− O aparelho do Estado
o Núcleo estratégico. Corresponde ao governo, em sentido lato. É o setor que define
as leis e as políticas públicas, e cobra o seu cumprimento.
o Atividades exclusivas. É o setor em que são prestados serviços que só o Estado
pode realizar. São serviços em que se exerce o poder extroverso do Estado - o po-
der de regulamentar, fiscalizar, fomentar.
o Serviços não exclusivos. Corresponde ao setor onde o Estado atua simultanea-
mente com outras organizações públicas não-estatais e privadas. As instituições
desse setor não possuem o poder de Estado.
o Produção de bens e serviços para o mercado. Corresponde à área de atuação das
empresas. É caracterizado pelas atividades econômicas voltadas para o lucro que
ainda permanecem no aparelho do Estado como, por exemplo, as do setor de in-
fraestrutura.
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MAPA MENTAL
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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (FGV/ANALISTA DA DEFENSORIA PÚBLICA/DPE RO/2015) As reformas administrati-
vas no Brasil, em grande medida, mostraram-se voltadas à eliminação do patrimonialismo. Em
relação ao patrimonialismo, é correto afirmar que:
a) o quadro administrativo é formado por pessoas com vínculo de fidelidade pessoal;
b) os processos e controles são centrais ao funcionamento das organizações;
c) a impessoalidade nas relações é uma característica fundamental;
d) a periferia operacional é separada do núcleo estratégico;
e) os serviços são moldados como quase-mercados.
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d) É correto afirmar que o Estado patrimonial, para manter sua legitimidade, tinha na condução
de seus negócios a elite intelectual, sobremaneira na área do saber jurídico.
e) O modelo patrimonialista avançou solidamente durante todo o período da República Velha.
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envolve todo o aparato administrativo com que nações, estados e municípios se moldam para
cuidar do interesse coletivo e entregar à população uma ampla variedade de serviços públicos
capazes de melhorar a qualidade de vida em geral.” (CHIAVENATO, Idalberto. Administração
Geral e Pública – 3ª ed. Barueri, SP: Manole, 2012.)
Considerando o inserto transcrito anteriormente apenas como motivador e com base em co-
nhecimentos a respeito da evolução da Administração Pública e a Reforma do Estado no Bra-
sil, assinale a alternativa INCORRETA.
a) A Reforma do Estado tornou-se imperativa nos anos 90, em resposta, também, à crise ge-
neralizada do Estado, sendo caracterizada como uma forma de defender o Estado enquanto
res publica (coisa pública), enquanto patrimônio que, sendo público, é de todos e para todos.
b) A Reforma do Estado tem, dentre seus objetivos, a busca do fortalecimento das funções
de regulação e de coordenação do Estado, particularmente em nível federal, e a progressiva
descentralização para os níveis estadual e municipal, das funções executivas no campo da
prestação de serviços sociais e de infraestrutura.
c) A Reforma do Estado envolve múltiplos aspectos dentre os quais podem ser citados: o ajus-
te fiscal que visa devolver ao Estado a capacidade de definir e implementar políticas públicas;
a liberalização comercial em que o Estado abandona a estratégia protecionista da substituição
de importações; e, as privatizações em que se transfere para o setor público não-estatal a pro-
dução dos serviços competitivos ou não-exclusivos de Estado, estabelecendo-se um sistema
de parceria entre Estado e sociedade.
d) A Reforma do Estado deve ser concebida na perspectiva de redefinição do papel do Estado,
o que pressupõe o reconhecimento prévio das modificações observadas em suas atribuições
ao longo do tempo; no fato de que seus princípios e características não devem ser confundidos
com os da administração de empresas privadas; e, no conhecimento de que a administração
pública evoluiu através de três modelos básicos: a administração pública patrimonialista, a bu-
rocrática e a gerencial, formas que se sucederam no tempo, sem que, no entanto, qualquer uma
delas fosse inteiramente abandonada.
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e) reconhece valores humanos, como liberdade, justiça e igualdade como critérios de julga-
mento para a ação pública.
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Essa autarquia acompanha a reforma administrativa iniciada em 1995, que veio à tona com o
intuito de pôr fim às práticas clientelistas do antigo modelo, isto é, instalar uma administração
pautada nos “princípios da nova gestão pública” (new public management).
A reforma envolveu a delimitação mais precisa da área de atuação do Estado; a distinção entre
as atividades do núcleo estratégico; a separação entre a formulação de políticas e sua execu-
ção; maior autonomia para as atividades executivas exclusivas do Estado que adotará a forma
de “agências executivas”; maior autonomia para os serviços sociais e científicos que o Estado
presta; a descentralização dos serviços sociais para estados e municípios etc. (c.f. Bresser
Pereira, 1999).
A elaboração de mecanismos efetivos de motivação dos servidores, assim como o alinhamen-
to das atividades de gestão de pessoas às estratégias organizacionais e às diretrizes traçadas
pelos governos passam a configurar emergentes desafios para a política de gestão de recur-
sos humanos no setor público. Propõe-se, então, a orientar os esforços para planejar, captar,
desenvolver e avaliar, nos diferentes níveis da organização e das pessoas que dela participam,
os conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias à consecução de seus objetivos (c.f.
Brandão e Guimarães, 2001).
Os três primeiros parágrafos do texto referem-se à implantação de qual modelo da Administra-
ção Pública no Brasil?
a) Patrimonialista
b) Burocrática
c) Gerencial
d) Mecanicista
016. (FGV/ANALISTA JUDICIÁRIO/TJ GO/2014) Após a crise fiscal do final da década de 70,
governos de diversas partes do mundo buscaram elaborar mudanças que pudessem tornar
a máquina pública menos custosa e mais eficiente. Esse conjunto de mudanças, dissemina-
das pelas administrações da maioria dos países ocidentais e formalizado mais tarde por Cris-
topher Hood, em 1991, ficou conhecido como:
a) administração patrimonialista;
b) nova governança pública;
c) nova gestão pública;
d) burocracia weberiana;
e) teoria da escolha racional.
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051. (CS UFG/ADMINISTRADOR/IF GOIANO/2014) Pode-se afirmar que o discurso que sus-
tentou a reforma administrativa na década de 1990 no Brasil foi
a) antiliberal.
b) antigerencial.
c) anticorrupção.
d) antiburocrático.
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GABARITO
1. a 37. C
2. b 38. E
3. d 39. C
4. c 40. E
5. b 41. E
6. c 42. C
7. a 43. d
8. a 44. E
9. e 45. C
10. b 46. C
11. c 47. a
12. c 48. a
13. a 49. a
14. c 50. c
15. c 51. d
16. c 52. a
17. a 53. b
18. b 54. c
19. c 55. b
20. d 56. d
21. b
22. d
23. e
24. d
25. c
26. a
27. b
28. c
29. d
30. e
31. c
32. d
33. a
34. C
35. C
36. e
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GABARITO COMENTADO
001. (FGV/ANALISTA DA DEFENSORIA PÚBLICA/DPE RO/2015) As reformas administrati-
vas no Brasil, em grande medida, mostraram-se voltadas à eliminação do patrimonialismo. Em
relação ao patrimonialismo, é correto afirmar que:
a) o quadro administrativo é formado por pessoas com vínculo de fidelidade pessoal;
b) os processos e controles são centrais ao funcionamento das organizações;
c) a impessoalidade nas relações é uma característica fundamental;
d) a periferia operacional é separada do núcleo estratégico;
e) os serviços são moldados como quase-mercados.
A administração patrimonialista era baseada nos Estados absolutistas firmados nos séculos
XVII e XVIII, e seus cargos existentes eram de livre nomeação do soberano, que os ocupava
com seus parentes e demais amigos. Também havia a troca de favores, ou seja, negociavam-
-se cargos públicos em troca de interesses políticos ou econômicos. Assim, um cargo público
era considerado um bem pessoal, sendo repassado de forma hereditária.
b) Errada. A letra B se refere ao modelo burocrático. Os controles administrativos visando evi-
tar a corrupção e o nepotismo são sempre a priori. Por outro lado, o controle - a garantia do
poder do Estado - transforma-se na própria razão de ser do funcionário.
c) Errada. A letra C também se refere ao modelo burocrático. A burocracia tem como caracte-
rística a impessoalidade no relacionamento entre os funcionários: ela enfatiza os cargos, e não
as pessoas que os ocupam.
d) Errada. A letra D se refere ao modelo gerencial, vinculada à característica da redução do
tamanho do Estado.
e) Errada. A letra E se refere ao modelo gerencial. Nesse modelo, há a competição administra-
da, nos quais as diversas agências buscam oferecer o melhor serviço público aos usuários.
Essa competição pode trazer ganhos de eficiência e efetividade ao sistema, já que a disputa
obriga a uma utilização mais racional dos recursos e porque a tendência é aumentar o leque
de serviços à disposição dos cidadãos.
Letra a.
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Assinale a alternativa que apresenta qual era o outro papel da alta burocracia nessa época,
além do mencionado acima.
a) Distinguir e denominar as duas fases da historiografia administrativa, política, econômica e
social do Brasil.
b) Servir para a distribuição de empregos públicos para garantir apoio político e social.
c) Instituir, no Brasil, o mecanismo do concurso público, por meio da Lei de 1831.
d) Criar um paradoxo no que se refere à modernização do aparato burocrático.
e) Enfraquecer o Estado e reforçar o modelo patrimonial.
O Período Colonial brasileiro tem início em 1530 e se estende até ao ano 1822, ano em que o
príncipe português, Dom Pedro, declarou a Independência do Brasil. Na verdade, o Brasil deixou
de ser colônia em 1815, ano em que o Rei Dom João VI o elevou à condição de Reino Unido de
Portugal e Algarves.
Nesse período, o modelo de gestão pública era o patrimonialista.
A questão foi retirada do livro “Burocracia e política no Brasil: desafios para a democracia no
século XXI” organizado por Maria Rita Loureiro, Fernando Luiz Abrucio e Regina Silva Pacheco.
Segundo os autores, é possível caracterizar uma forma híbrida de administração colonial: um
mix de centralismo regulamentador e patrimonialismo local. Nesse contexto, a parte centrali-
zada era baseada no rígido controle, por parte da metrópole via governo-geral, das atividades
administrativas executadas na colônia. Já a parte regulamentadora era caracterizada pela des-
centralização da estrutura local, câmaras municipais e capitanias hereditárias, representada
pelo poderio patrimonialista.
Nessa época, a alta burocracia se utilizava da distribuição de empregos públicos para garantir
apoio político e social. É o que se denomina de patronagem. Era uma prática que privilegiava
os cabos eleitorais na busca de votos.
Letra b.
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c) O critério racional-legal era utilizado para modelação do sistema patrimonialista, uma vez
que os ditames normativos eram interpretados em um sentido formal, o que possibilitava a
manutenção do sistema.
d) É correto afirmar que o Estado patrimonial, para manter sua legitimidade, tinha na condução
de seus negócios a elite intelectual, sobremaneira na área do saber jurídico.
e) O modelo patrimonialista avançou solidamente durante todo o período da República Velha.
No Brasil Império, a elite brasileira era fundamentalmente formada por juristas, e estes eram
em regra magistrados, funcionários do Estado, como é próprio do patrimonialismo.
a) Na época do Brasil Império, a classe política patrimonialista, confundindo os interesses pú-
blicos aos seus, privados, reunia todos os poderes para governar, dispensando, assim, apoio
para se manter, em virtude de sua posição dentro do Estado então existente.
Errada. De acordo com Bresser-Pereira (2001)7, a elite brasileira era fundamentalmente forma-
da por juristas, e estes eram em regra magistrados, funcionários do Estado, como é próprio do
patrimonialismo. No entanto, essa elite começa a ter infiltrações de classes de origem mais
inferior. Isso ocorre com a formação do clero e de militares do Exército.
Temos aqui um período de transição, que começa com a Proclamação da República, uma revo-
lução da classe média e o primeiro golpe militar da história brasileira. Portanto, como é de se
notar, a administração patrimonialista no Brasil não dispensava apoio para se manter.
b) O exército e o clero foram componentes integrantes do Estado patrimonial, vigente no Bra-
sil Império.
Errada. Como afirmado no comentário da alternativa anterior, o exército e o clero foram com-
ponentes integrantes do Estado patrimonial, vigente na República Velha.
c) O critério racional-legal era utilizado para modelação do sistema patrimonialista, uma vez
que os ditames normativos eram interpretados em um sentido formal, o que possibilitava a
manutenção do sistema.
Errada. O critério racional-legal é característica marcante do sistema burocrático, não patrimo-
nialista.
e) O modelo patrimonialista avançou solidamente durante todo o período da República Velha.
Errada. No patrimonialismo do Brasil Império, não há democracia. As eleições são uma farsa.
A distância educacional e social entre a elite política e o restante da população, imensa. E no
meio dela temos uma camada de funcionários públicos, donos antes de sinecuras do que de
funções, dada a função do Estado patrimonial de lhes garantir emprego e sobrevivência.
A palavra oligarquia significa “o poder na mão de poucos” e, consequentemente, o interesse era
sempre em prol desses poucos.
7
BRESSER-PEREIRA, L. C. Do Estado Patrimonial ao Gerencial, in: Pinheiro, Wilheim e Sachs (orgs.), Brasil: Um Século de
Transformações. São Paulo: Cia. das Letras, 2001.
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No entanto, essa elite começa a ter infiltrações de classes de origem mais inferior. Isso ocorre
com a formação do clero e de militares do Exército. Desses eventos nascem as ideologias que
culminam com a Proclamação da República e o enfraquecimento do sistema patrimonialista.
Letra d.
A burocracia foi estudada e identificada por Max Weber, na segunda metade do século XIX,
como uma solução para enfrentar a administração patrimonialista, visando atender as neces-
sidades da sociedade.
O DASP foi o órgão responsável por implementar a reforma burocrática no Brasil, na década de
1930, com o objetivo de modernização por meio da racionalização administrativa.
Surge então uma administração baseada nas leis, nos regulamentos, nos procedimentos e na
eficiência do Estado, visando abandonar as práticas paternalistas do modelo anterior, o pa-
trimonialismo.
Superar a rigidez burocrática (ou flexibilizar a burocracia) consiste em objetivo da reforma ge-
rencial. No mesmo sentido, a contratualização e a definição clara de objetivos surgem na ótica
de uma administração pública gerencial. Assim, as letras A, B e D estão incorretas.
Letra c.
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Na realidade, além de não existir completa ruptura com o patrimonialismo, toda segunda parte
da alternativa se refere ao gerencialismo: o órgão DASP refere-se à era Getúlio Vargas, relacio-
nando-se com a reforma burocrática; e quando o texto da alternativa fala de descentralização
e enxugamento, está se referindo à era gerencial.
As demais alternativas estão corretas.
Letra b.
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A reforma do aparelho do Estado tornou-se imperativa nos anos de 1990 por uma segunda razão.
Não apenas ela se constituiu em uma resposta à crise generalizada do Estado, mas também está
sendo caracterizada como uma forma de defender o estado com res publica e coisa pública, um
patrimônio que, sendo público, é de todos e para todos.
b) Certa.
(...) o Estado reduz seu papel de executor ou prestador direto de serviços, mantendo-se, entretanto,
no papel de regulador e provedor ou promotor destes (...). Nessa nova perspectiva, busca-se o forta-
lecimento das funções de regulação e de coordenação do Estado, particularmente no nível federal,
e a progressiva descentralização vertical, para os níveis estadual e municipal, das funções executi-
vas no campo da prestação de serviços sociais e de infraestrutura.
c) Errada.
A reforma do Estado envolve múltiplos aspectos. O ajuste fiscal devolve ao estado a capacidade de
definir e implementar políticas públicas. pela liberalização comercial, o Estado abandona a estraté-
gia protecionista da substituição de importações. (...) a descentralização para o setor público não
estatal da execução de serviços que não envolvem o exercício do poder de Estado, mas devem ser
subsidiados pelo Estado, como é o caso dos serviços de educação, saúde, cultura e pesquisa cien-
tífica; esse processo será chamado de publicização.
d) Certa.
A reforma do aparelho do Estado não pode ser concebida fora da perspectiva de redefinição do
papel do Estado e, portanto, pressupõe o reconhecimento prévio das modificações observadas em
suas atribuições ao longo do tempo. Dessa forma, partindo-se de uma perspectiva histórica, verifi-
camos que a administração pública - cujos princípios e características não devem ser confundidos
com os da administração das empresas privadas - evolui por meio de três modelos básicos: a ad-
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ministração pública patrimonialista, a burocrática e a gerencial. Essas três formas se sucedem no
tempo, sem que, no entanto, qualquer uma delas seja inteiramente abandonada.
Letra c.
A burocracia (modelo racional-legal) é a organização com base na eficiência e, para que ocorra
essa eficiência, é necessário que tudo seja detalhado antecipadamente.
Para Weber, a burocracia é uma forma ideal de organização humana que se baseia na ade-
quação dos meios aos objetivos (fins) pretendidos - a racionalidade instrumental - a fim de
garantir a máxima eficiência possível no alcance desses objetivos.
Aplicada ao contexto público, a burocracia define as organizações públicas como voltadas
para descobrir os meios mais eficientes para os fins politicamente dados.
b) Errada. O modelo burocrático é resistente às mudanças, pois considera a organização num
ambiente previsível.
c) Errada. A organização burocrática funciona com base em normas, leis e regulamentos, inde-
pendentemente das vontades pessoais dos agentes (objetivos internos). Não confundir “alcan-
çar objetivos políticos internamente definidos” com a autorreferência. Dizer que a burocracia
é autorreferente é dizer que ela se concentra no processo, em suas próprias necessidades e
perspectivas, sem considerar a alta ineficiência envolvida.
d) Errada. A fenomenologia se preocupa com a compreensão do fenômeno, não com a sua
explicação. Perceba a evidência no resultado, e não no processo.
e) Errada. O modelo burocrático se baseia em uma visão limitada e restritiva da razão humana,
associada ao conceito de racionalidade formal.
Letra a.
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Vamos, mais uma vez, mencionar pilares ou características do modelo burocrático de gestão:
• Almeja defender a coisa pública contra o patrimonialismo, exercendo rígido controle
sobre os possíveis abusos contra o patrimônio público.
• É orientado para a racionalidade absoluta. O caráter “racional” da burocracia significa
escolher, racionalmente, os meios adequados para o alcance dos fins desejados, privile-
giando o aspecto organizacional.
• Prevê o controle rígido dos processos e procedimentos como o meio mais seguro para
evitar o nepotismo e a corrupção. Daí surge a autorreferência da burocracia, que se con-
centra no processo, em suas próprias necessidades e perspectivas, sem considerar a
alta ineficiência envolvida.
• Baseia-se em regras, normas e regulamentos, visando economia de esforços, padroni-
zação dentro da organização, redução de custos e de erros, formalidade dos processos,
completa previsibilidade de funcionamento, dentre outros.
• Enfatiza a impessoalidade nas relações, com a distribuição de atividades feita em ter-
mos de cargas e funções, e não de pessoas envolvidas. Para a burocracia, as pessoas
vêm e vão, mas os cargos e funções permanecem.
• Promove a hierarquia, estabelecendo os cargos segundo princípios escalares (estrutura
fortemente verticalizada), onde cada cargo inferior deve estar sob controle e supervisão
de um posto superior. Nenhum cargo fica sem controle ou supervisão.
• Utiliza a separação entre planejamento e execução das atividades no contexto organi-
zacional. A separação entre planejamento e execução dá contornos práticos à distinção
entre os políticos e os burocratas, na qual a política é responsável pela elaboração de ob-
jetivos e a administração pública é responsável por transformar as decisões em ações
concretas.
• A escolha das pessoas é baseada no mérito e na competência técnica. Daí a necessida-
de de exames, concursos, testes e titulações para a admissão de pessoal.
• A estabilidade do servidor público é entendida como a garantia para o exercício isen-
to da função. É vista como algo necessário ao desempenho das atribuições do cargo,
como forma de livre exercício, isento e livre de pressões políticas ou qualquer outro tipo
de ingerência.
• Busca a profissionalização, ou seja, a especialização de seu pessoal. Desse contexto,
surgem algumas características dos ocupantes dos cargos públicos:
− são pessoalmente livres; obedecem somente às obrigações objetivas de seu cargo;
− são nomeados (e não eleitos) numa hierarquia rigorosa dos cargos;
− têm competências funcionais fixas;
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− são remunerados com salários fixos em dinheiro, na maioria dos casos com direito à
aposentadoria;
− seu salário está escalonado segundo a posição na hierarquia, segundo a responsabi-
lidade do cargo e o princípio da correspondência à posição social;
− o cargo é exercido como profissão única ou principal;
− têm a perspectiva de uma carreira: progressão por tempo de serviço ou eficiência, ou
ambas as coisas, dependendo do critério dos superiores;
− trabalham em “separação absoluta dos meios administrativos” e sem apropriação do
cargo; e
− estão submetidos a um sistema rigoroso e homogêneo de disciplina e controle do
serviço.
Letra b.
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I – Certo. Com o início do governo Fernando Henrique Cardoso, em 1995, dá-se o pontapé ini-
cial da reforma rumo ao modelo gerencial. A ideia central era o setor público e o setor privado
caminhando juntos na busca de soluções para o atendimento das demandas sociais. O Estado
mantém um núcleo central, mas transferindo ações para as organizações não governamentais
e implementando um programa de privatizações.
II – Errado. As características listadas são da administração patrimonialista, e não gerencial.
Na administração patrimonialista, o aparelho do Estado funciona como uma extensão do po-
der do soberano, e os seus auxiliares, servidores, possuem status de nobreza real. Também, no
modelo não existiam carreiras organizadas no serviço público, nem divisão do trabalho e nem
controles efetivos. Os cargos existentes eram de livre nomeação do soberano, que os ocupava
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com seus parentes e demais amigos. Também havia a troca de favores, ou seja, negociavam-
-se cargos públicos em troca de interesses políticos ou econômicos.
III – Errado. A figura da agência executiva relaciona-se com o modelo de administração públi-
ca gerencial. O Projeto das Agências Autônomas (agências executivas) desenvolveu-se em
duas dimensões. Em primeiro lugar, seriam elaborados os instrumentos legais necessários à
viabilização das transformações pretendidas, e um levantamento visando superar os obstá-
culos na legislação, normas e regulações existentes. Em paralelo, seriam aplicadas as novas
abordagens em algumas autarquias selecionadas, que se transformariam em laboratórios de
experimentação.
Letra a.
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A Administração Pública Gerencial surgiu na década de 1980, quando o mundo passa a ques-
tionar o papel do Estado e sua ineficiência, diante da necessidade de se flexibilizar a Burocra-
cia vigente, visando maior eficiência pela implementação de práticas de gestão privada na
administração pública. No Brasil, a Nova Gestão Pública foi implantada na década de 1990,
notadamente pelo Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado - PDRAE em 1995.
O cidadão passa a ser visto como cliente do serviço público prestado pelo Estado, daí o para-
digma Cidadão-cliente, promovendo uma evolução na Administração Pública de instrumen-
tos de participação social e accountability (transparência, prestação de contas e responsa-
bilização).
A Administração Pública Patrimonialista (letra B) foi a primeira forma de administração públi-
ca observada no Brasil, na qual não havia distinção entre o público e o privado, os governantes
usavam a máquina pública para seus interesses (e não o da sociedade), havia baixo ou ne-
nhum controle de legalidade ou eficiência, baixo ou nenhum foco na qualidade dos serviços
públicos e a corrupção e nepotismo eram práticas comuns.
A Administração Pública Burocrática (letra A) foi implantada pela primeira reforma adminis-
trativa brasileira. Visava superar as deficiências do Patrimonialismo por meio de um modelo
racional-legal, baseado nas leis, nos regulamentos e nos procedimentos. Na Burocracia, surge
a preocupação com o controle de legalidade e com a eficiência do Estado.
Por fim, não existe um modelo de administração pública divisionalizada (letra D). O termo di-
visional é utilizado no âmbito da administração para se referir a uma estrutura organizacio-
nal baseada em departamentos especializados conforme produtos, serviços, mercados ou
processos.
Letra c.
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presta; a descentralização dos serviços sociais para estados e municípios etc. (c.f. Bresser
Pereira, 1999).
A elaboração de mecanismos efetivos de motivação dos servidores, assim como o alinhamen-
to das atividades de gestão de pessoas às estratégias organizacionais e às diretrizes traçadas
pelos governos passam a configurar emergentes desafios para a política de gestão de recur-
sos humanos no setor público. Propõe-se, então, a orientar os esforços para planejar, captar,
desenvolver e avaliar, nos diferentes níveis da organização e das pessoas que dela participam,
os conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias à consecução de seus objetivos (c.f.
Brandão e Guimarães, 2001).
Os três primeiros parágrafos do texto referem-se à implantação de qual modelo da Administra-
ção Pública no Brasil?
a) Patrimonialista
b) Burocrática
c) Gerencial
d) Mecanicista
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As organizações que adotam o tipo mecanicista (ou mecanístico) utilizam o modelo burocrá-
tico legal-racional de Weber, que valorizam a lealdade e a obediência a superiores.
Letra c.
016. (FGV/ANALISTA JUDICIÁRIO/TJ GO/2014) Após a crise fiscal do final da década de 70,
governos de diversas partes do mundo buscaram elaborar mudanças que pudessem tornar
a máquina pública menos custosa e mais eficiente. Esse conjunto de mudanças, dissemina-
das pelas administrações da maioria dos países ocidentais e formalizado mais tarde por Cris-
topher Hood, em 1991, ficou conhecido como:
a) administração patrimonialista;
b) nova governança pública;
c) nova gestão pública;
d) burocracia weberiana;
e) teoria da escolha racional.
A administração gerencial tem sua origem relacionada com as mudanças ocorridas nas ad-
ministrações públicas de alguns países a partir da década de 1970 (Estados Unidos, Inglater-
ra, Nova Zelândia e Austrália). Por isso, comumente, as provas fazem menção a outros três
termos sinônimos da administração pública gerencial: New Public Management (NPM), que
significa Nova Gestão Pública (NGP) e modelo pós-burocrático.
Christopher Hood (1991)8 foi quem primeiro formulou o conceito de “Nova Gestão Pública”,
enumerando sete elementos principais desse modelo de gestão: profissionalização da gestão
nas organizações públicas; padrões de desempenho e medidas de avaliação com objetivos
mensuráveis e claramente definidos; ênfase no controle e nos resultados; desagregação das
grandes unidades do setor público; introdução da competição no setor público; uso de práticas
de gestão do setor privado; ênfase na disciplina e na utilização dos recursos, cortando custos
e procurando maior eficiência e economia.
No Brasil, o Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado (PDRAE) definiu a “Administração
Pública gerencial” como “resposta, de um lado, à expansão das funções econômicas e sociais
do Estado e, de outro, ao desenvolvimento tecnológico e à globalização da economia mundial,
uma vez que ambos deixaram à mostra os problemas associados à adoção do modelo anterior”
(BRASIL, 1995)9.
Em 1998, o Conselho Latino-Americano para o Desenvolvimento (CLAD), objetivando fazer
uma adaptação da experiência da NGP nos países em países anglo-saxônicos, anunciou um
documento em que apresentou as características que deveriam ser observadas para a imple-
mentação da “Nova Gestão Pública” na América Latina, conforme segue: profissionalização da
8
HOOD, C. Public management for all seasons? In: Public Administration, Londres, v.69, n. 01, 1991, p. 03-19.
9
BRASIL. MARE. Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado. Brasília: MARE, 1995.
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Segundo escreve Paludo (2016)12, o mundo mudou, a sociedade mudou e as pessoas muda-
ram, assim como a economia das nações apresentou grandes mudanças e tecnologias inu-
sitadas surgiram. A competitividade das nações, a eficiência na administração e a busca por
resultados se tornaram palavras de ordem.
Para o autor, o Estado político estava em crise e procurava redefinir seu papel. Era necessário
que a Administração Pública também mudasse para dar conta de atender às exigências da
nova ordem mundial, e à expansão das funções econômicas e sociais do Estado.
10
CENTRO LATINO-AMERICANO DE ADMINISTRAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO - CLAD. Uma nova gestão pública para a
América Latina. In: Revista do Serviço Público, Brasília, ano 50, n. 01, Janeiro/Março, 1999, p.121-144.
11
BOBBIO, N. Dicionário de política. Brasília: Universidade de Brasília. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2000.
12
PALUDO, A. V. Administração pública. 5.ed. rev., atual. e ampl. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2016.
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José Matias Pereira destaca quatro fatores socioeconômicos que contribuíram decisivamen-
13
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1. Certo. Fique atento para o fato de que que não há mudança na amplitude, mas deslocamen-
to da ênfase dos controles de processos “a priori” para controle de resultados “a posteriori”.
É importante destacar que não há substituição por completa do controle.
No modelo burocrático, o controle é essencialmente por processos ou procedimentos (a prio-
ri). Na administração gerencial, altera-se a ênfase para o controle de resultados (a posteriori),
mas o controle de processos continua a existir. Assim, na administração pública gerencial
temos a característica tanto da eficiência quanto da eficácia (resultados).
2. Certo. A administração pública gerencial pratica a competição administrada no interior do
próprio Estado, quando há a possibilidade de estabelecer concorrência entre unidades internas.
A competitividade no interior das estruturas organizacionais públicas se justifica como sendo
a chave para menores custos e melhores padrões. Essa competição pode trazer ganhos de
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eficiência e efetividade ao sistema, já que a disputa obriga a uma utilização mais racional dos
recursos e porque a tendência é aumentar o leque de serviços à disposição dos cidadãos.
3. Errado. O patrimonialismo, apesar de ser uma prática ainda existente na administração pú-
blica gerencial, não é uma característica conceitual desse modelo. A administração patrimo-
nialista era baseada nos Estados absolutistas firmados nos séculos XVII e XVIII, quando o
patrimônio do monarca se confundia com o patrimônio público.
Letra c.
O autor Klaus Frey14 leciona que no modelo gerencial existe uma separação clara entre a esfera
política, onde são tomadas as decisões políticas e dadas as diretrizes básicas para os gesto-
res públicos, e a esfera administrativa, dinamizada através da concessão de ampla liberdade
gerencial, é considerada essencial para garantir a cobrança de resultados e estabelecer trans-
parência e condições de accountability, que tanto fazem falta em países como o Brasil, com
sistemas políticos denominadas de democracias delegativas.
Assim, uma questão importante a se mencionar no modelo gerencial é a autonomia. O PDRAE,
por exemplo, enfatiza que essa autonomia e discricionariedade não é para o estabelecimento
de metas e objetivos, mas na liberdade de ação para que essas metas e objetivos preestabele-
cidos sejam alcançados.
Letra d.
14
FREY, K. Governança urbana e participação pública. RAC-Eletrônica, v. 1, n. 1, art. 9, p. 136-150, Jan./Abr. 2007.
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a) Certa. No modelo gerencial de administração pública existe uma concessão de ampla liber-
dade gerencial, considerada essencial para garantir a cobrança de resultados e estabelecer
transparência e condições de accountability.
b) Errada. No modelo gerencial de administração pública existe uma concessão de ampla li-
berdade gerencial, considerada essencial para garantir a cobrança de resultados e estabelecer
transparência e condições de accountability.
c) Certa. Enquanto a administração burocrática enfatiza a forma de controle baseada nos pro-
cessos, a administração gerencial concentra-se nos resultados.
d) Certa. No modelo gerencial predomina o controle sobre as unidades descentralizadas, por
meio da pactuação de resultados e de condições e meios para atingi-los, mediante contrato de
gestão e mecanismos que viabilizem o controle social, por meio de conselhos de usuários e
mecanismos de consulta ao cidadão.
Letra b.
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pela via da produção de bens e serviços, para fortalecer-se na função de promotor e regulador
desse desenvolvimento.
Letra e.
I – Errado. O PDARE previa a publicização dos serviços não exclusivos do Estado, ou seja, sua
transferência do setor estatal para o público não estatal, em que assumiriam a forma de orga-
nizações sociais. Logo, o erro é afirmar que eram os serviços do núcleo estratégico do Estado
que seriam publicizados.
II – Certo. O PDRAE previa uma administração gerencial para o país, de forma a flexibilizar as
ações dos gestores públicos, com mais autonomia e foco no controle dos resultados.
III – Certo. O PDRAE previa menor interferência do Estado, por meio do processo de desestati-
zação, que já tinha sido iniciado com as privatizações no final dos anos 80 e início dos anos 90.
Outros mecanismos foram previstos de desestatização, tais como, a terceirização e a desregu-
lamentação. A desregulamentação é a remoção ou a simplificação das regras e regulamenta-
ções governamentais que restringem a operação das forças de mercado.
Letra d.
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Como consequência da redução do papel de executor direto, o Estado agora exerce o papel de
regulamentar, fiscalizar, fomentar (atividades exclusivas do Estado).
a) Errada. A ideia era reduzir o papel do estado em seu papel de executor ou prestador dire-
to de serviços, mantendo-se, entretanto, no papel de regulador e provedor ou promotor des-
ses serviços.
b) Errada. O modelo desenvolvimentista vigorou no Brasil entre 1930 e 1960. A publicização foi
exatamente um movimento contrário a esse movimento, entendida como a descentralização
para o setor público não-estatal da execução de serviços que não envolvem o exercício do
poder de Estado.
d) Errada. A saúde e a educação correspondem ao setor onde o Estado atua simultaneamente
com outras organizações públicas não-estatais e privadas. Logo, temos aqui o instituto da
publicização, e não privatização. A privatização ocorre quando o governo vende empresas es-
tatais para a iniciativa privada, ou seja, transforma uma instituição estatal em privada. É uma
forma de se desfazer de uma empresa estatal quando a mesma não gera lucros ou quando a
mesma causa prejuízos ao orçamento do Estado.
e) Errada. O modelo gerencial preconiza a descentralização, e não a centralização. A adminis-
tração pública gerencial é baseada em conceitos atuais de administração e eficiência, voltada
para o controle dos resultados e descentralizada para poder chegar ao cidadão.
Letra c.
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A questão apresenta uma das alterações propostas à Constituição Federal Brasileira pela
Emenda Constitucional n. 19/1998, o § 8º do Art. 37:
Art. 37, § 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da adminis-
tração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administra-
dores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou
entidade, cabendo à lei dispor sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
I – o prazo de duração do contrato;
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II – os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade
dos dirigentes;
III – a remuneração do pessoal.
O tema também é tratado na Lei de Responsabilidade Fiscal criada em 2000:
Art. 47. A empresa controlada que firmar contrato de gestão em que se estabeleçam objetivos e
metas de desempenho, na forma da lei, disporá de autonomia gerencial, orçamentária e financeira,
sem prejuízo do disposto no inciso II do § 5º do art. 165 da Constituição.
Portanto, verifica-se que o contrato de gestão, instrumento da reforma gerencial, procura ofe-
recer a ampliação de autonomia gerencial, orçamentária em detrimento da fixação de metas
de desempenho.
Letra b.
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e) Errada. O modelo anterior não era rígido. Foi o próprio modelo burocrático que buscou, pela
rigidez, controlar os abusos cometidos pela gestão patrimonialista.
Letra c.
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Finalmente, no longo prazo, espera-se que a reforma do aparelho do Estado produza as transforma-
ções fundamentais que viabilizem o novo Estado desejado, indutor e promotor do desenvolvimento
social e econômico do país.
Ocorre que a atuação do Estado, nesse ponto, não é o que engloba a estratégia da publiciza-
ção, que consiste na transferência de atividades não exclusivas do Estado para setores não
estatais da economia.
d) na criação de agências reguladoras e agências executivas, para substituírem os mecanis-
mos de regulação de mercado.
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Errada. A criação das agências reguladoras e executivas foi idealizada no PDRAE exatamente
visando fortalecer as funções de regulação e coordenação do Estado, mas esse não é o con-
ceito de publicização, conforme veremos abaixo.
e) na transferência de serviços públicos não exclusivos para entidades não estatais, qualifi-
cadas como organizações sociais.
Certa. A alternativa transcreveu parte do PDRAE, mormente quando são tratados os objetivos
para os serviços não exclusivos.
Letra e.
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burocrático e a implantação do modelo gerencial. São diferenças que podem ser apontadas
entre esses dois modelos:
I – No modelo burocrático o controle é a priori, enquanto no gerencial a ênfase é no controle
de resultados.
II – O modelo burocrático preconiza estrutura hierárquica rígida, enquanto o gerencial é mais
flexível, com redução de níveis e maior autonomia.
III – No modelo burocrático inexiste separação entre propriedade e a administração, sendo que
somente a partir do modelo gerencial é que foi introduzido o conceito de meritocracia.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I e III.
b) III.
c) II e III.
d) I e II.
e) II.
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As primeiras medidas adotadas por Vargas foram de cunho saneador das finanças públicas
e de racionalização administrativa. A esse fato, seguiu-se uma significativa centralização no
nível político, econômico e administrativo, emergindo um Estado autoritário, que deu início ao
processo de modernização da Administração Pública e de industrialização do país.
A criação do Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP) pelo Decreto-lei n. 579,
de 30 de julho de 1938, no governo Getúlio Vargas, representou a primeira reforma administra-
tiva do Estado brasileiro (modelo burocrático).
Logo, a reforma da administração pública conduzida durante o governo de Getúlio Vargas ti-
nha por objetivo tornar o Estado mais profissional e menos patrimonialista, ou seja, um Estado
autoritário e burocrático.
b) Errada. O tema do Estado de Bem-Estar Social (Welfare State) no Brasil é bastante polêmico
e controverso. Alguns autores consideram que esse modelo não se instalou no Brasil. Já para
a corrente que enfatiza sua existência, esse sistema de proteção social brasileiro começa a se
estruturar a partir de 1930, sob o governo de Getúlio Vargas e perdurando até 1970. Então, até
poderia ser essa a alternativa correta, se não fosse a expressão “menos profissional”.
c) Errada. O Estado Regulador é aquele que atua de forma indireta na economia e na sociedade,
sempre com o intuito de atender ao interesse coletivo. Pode-se dizer que se situa entre o Esta-
do que se abstém (liberal) e o Estado que produz (social). Estaria vinculado ao modelo geren-
cial, e não burocrático. Ainda, o termo “mais patrimonialista” também invalida essa alternativa.
d) Errada. As expressões “mais patrimonialista” e “menos burocrático” invalidam a alternativa.
e) Errada. Conforme já mencionamos, os termos “menos burocrático” e “Estado regulador”
invalidam a alternativa.
Letra a.
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Exatamente! A reforma burocrática foi implementada no Governo Vargas, nos anos 30, e teve
como um dos seus objetivos fortalecer a meritocracia e a profissionalização, para combater
a prática do nepotismo, caracterizado pelo uso dos cargos públicos como moeda de troca
de favores.
Certo.
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Assim, esse modelo sugere a intervenção do Estado para garantir padrões mínimos de saúde,
educação, habitação etc. Porém, o modelo ocasionou uma crise fiscal, derivada da incapacida-
de de o Estado conseguir manter essa estratégia estatizante por longos períodos.
Letra e.
Segundo o PDRAE, a reforma do Estado deve ser entendida dentro do contexto da redefinição
do papel do Estado, que deixa de ser o responsável direto pelo desenvolvimento econômico
e social pela via da produção de bens e serviços, para fortalecer-se na função de promotor e
regulador desse desenvolvimento.
Certo.
A incorreção da afirmação está no seu final, já que o modelo de Estado de bem-estar social é
o modelo que se vincula à gestão pública burocrática, e não a gerencial, essa preconizada no
Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado (PDRAE).
A ideia principal do Estado de Bem-Estar é de um Estado que chama para si a solução dos
problemas sociais emergentes, principalmente por meio de sua principal característica, a inter-
venção direta nos domínios econômico, social e cultural. Assim, de acordo com os postulados
centrais do Estado de Bem-Estar Social, qualquer pessoa teria direito a cobertura da saúde e
da educação pública (serviços públicos), bem como auxílio em caso de desemprego e outros
benefícios (pagamentos em dinheiro). Ou seja, o Estado institucional, com base em critérios
igualitários para a distribuição de recursos, produtos e serviços, efetua a redistribuição ade-
quada às necessidades como uma concepção de direitos que devem ser garantidos igualmen-
te a todos cidadãos. Daí ser chamado um modelo ou sistema institucional-redistributivo.
Errado.
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Segundo o PDRAE:
Entende-se por aparelho do Estado a administração pública em sentido amplo, ou seja, a estrutura
organizacional do Estado, em seus três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) e três níveis
(União, Estados-membros e Municípios). O aparelho do Estado é constituído pelo governo, isto é,
pela cúpula dirigente nos Três Poderes, por um corpo de funcionários e pela força militar.
O Estado, por sua vez, é mais abrangente que o aparelho, porque compreende adicionalmente o
sistema constitucional-legal, que regula a população nos limites de um território. O Estado é a orga-
nização burocrática que tem o monopólio da violência legal, é o aparelho que tem o poder de legislar
e tributar a população de um determinado território.
Esses conceitos permitem distinguir a reforma do Estado da reforma do aparelho do Estado. A re-
forma do Estado é um projeto amplo que diz respeito às várias áreas do governo e, ainda, ao con-
junto da sociedade brasileira, enquanto que a reforma do aparelho do Estado tem um escopo mais
restrito: está orientada para tornar a administração pública mais eficiente e mais voltada para a
cidadania.
A reforma do Estado deve ser entendida dentro do contexto da redefinição do papel do Estado, que
deixa de ser o responsável direto pelo desenvolvimento econômico e social pela via da produção
de bens e serviços, para fortalecer-se na função de promotor e regulador desse desenvolvimento.
Certo.
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Por oportuno, destacamos que esse intuito acabou por provocar um exagero das autonomias
às entidades administrativas (Administração Indireta).
Certo.
Segundo o PDRAE, a estratégia de transição para uma administração pública gerencial previa
na dimensão institucional-legal a elaboração de projeto de lei que permitiria a “publicização”
dos serviços não exclusivos do Estado, ou seja, sua transferência do setor estatal para o pú-
blico não estatal, onde assumiriam a forma de “organizações sociais”.
O Projeto das Organizações Sociais tinha como objetivo permitir a descentralização de ati-
vidades no setor de prestação de serviços não exclusivos, nos quais não existem o exercício
do poder de Estado, a partir do pressuposto que esses serviços seriam mais eficientemen-
te realizados se, mantendo o financiamento do Estado, fossem realizados pelo setor público
não estatal.
Entende-se por “organizações sociais” as entidades de direito privado que, por iniciativa do Po-
der Executivo, obtêm autorização legislativa para celebrar contrato de gestão com esse poder,
e assim ter direito à dotação orçamentária.
As organizações sociais teriam autonomia financeira e administrativa, respeitadas condições
descritas em lei específica como, por exemplo, a forma de composição de seus conselhos de
administração, prevenindo-se, deste modo, a privatização ou a feudalização dessas entidades.
Elas receberiam recursos orçamentários, podendo obter outros ingressos através da presta-
ção de serviços, doações, legados, financiamentos etc.
As entidades que obtivessem a qualidade de organizações sociais gozariam de maior autono-
mia administrativa, e, em compensação, seus dirigentes teriam maior responsabilidade pelo
seu destino. Por outro lado, buscava-se, através das organizações sociais, uma maior partici-
pação social, na medida em que elas seriam objeto de um controle direto da sociedade através
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Art. 10. A execução das atividades da Administração Federal deverá ser amplamente descentrali-
zada.
Portanto, em 1967, tivemos centralização política, centralização de recursos e descentraliza-
ção administrativa.
Errado.
Foi em 1967, por meio do Decreto-Lei n. 200/1967, que surge a primeira tentativa de reforma
gerencial, ou seja, voltada para os resultados, e não mais para os processos.
Certo.
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De acordo com Paludo (2013), no âmbito da reforma gerencial, desenha-se um cenário em que
o setor público e o setor privado devem caminhar juntos na busca de soluções para o atendi-
mento das demandas sociais e para a melhoria na prestação dos serviços públicos. Tanto é
que a Administração Pública adapta o Modelo de Excelência da Gestão (MEG) voltado para o
setor privado e cria o MEG-P.
Certo.
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Segundo o PDRAE (Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado), que surgiu em 1995 para
combater uma crise de governança que a Administração Pública brasileira estava enfrentando,
um diagnóstico apontou que ainda persistiam práticas patrimonialistas e disfunções da buro-
cracia, que deviam ser equacionadas e superadas.
Na sua página 41, o PDRAE definiu o que seria o Aparelho do Estado ou Administração Pública
lato senso, compreendendo:
a) um núcleo estratégico ou governo, constituído pela cúpula dos três poderes,
b) um corpo de funcionários,
e (c) uma força militar e policial.
Letra a.
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c) Permitir a atuação do povo simultaneamente com outras organizações na entrega dos ser-
viços públicos.
Errada. Característica do setor SERVIÇOS NÃO EXCLUSIVOS, onde o Estado atua simultanea-
mente com outras organizações públicas não estatais e privadas.
d) Contar com a atuação das empresas com atividades econômicas voltadas ao lucro, mas
pertencentes ao Estado.
Errada. Não é característica do NÚCLEO ESTRATÉGICO.
Letra a.
Segundo o PDRAE, a reforma do Estado deve ser entendida dentro do contexto da redefinição
do papel do Estado, que deixa de ser o responsável direto pelo desenvolvimento econômico e
social, para se tornar seu promotor e regulador.
O Estado assume um papel menos executor ou prestador direto de serviços mantendo-se,
entretanto, no papel de regulador e provedor destes. Nesta nova perspectiva, busca-se o forta-
lecimento das suas funções de regulação e de coordenação, particularmente no nível federal,
e a progressiva descentralização vertical, para os níveis estadual e municipal, das funções
executivas no campo da prestação de serviços sociais e de infraestrutura.
Considerando essa tendência, pretende-se reforçar a governança – a capacidade de governo
do Estado – por meio da transição programada de um tipo de administração pública burocráti-
ca, rígida e ineficiente, voltada para si própria e para o controle interno, para uma administração
pública gerencial, flexível e eficiente, voltada para o atendimento da cidadania. Para isso, será
necessária uma mudança em três planos: no plano institucional-legal, através da reforma da
Constituição e das leis do país; no plano cultural, através da internalização de uma nova visão
do que seja a administração pública; e no plano da gestão, onde afinal se concretiza a reforma.
Letra c.
051. (CS UFG/ADMINISTRADOR/IF GOIANO/2014) Pode-se afirmar que o discurso que sus-
tentou a reforma administrativa na década de 1990 no Brasil foi
a) antiliberal.
b) antigerencial.
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c) anticorrupção.
d) antiburocrático.
A crise da administração pública burocrática teve início ainda no regime militar. O modelo,
além de não ter sido capaz de eliminar o patrimonialismo, implementou um sistema de recru-
tamento de administradores através das empresas estatais, em detrimento da consolidação
de uma burocracia profissional. Adotou-se a burocracia e a sua eficiência como uma alterna-
tiva ao modelo patrimonialista de administração do Estado. Entretanto, no momento em que
o pequeno Estado liberal do século XIX deu definitivamente lugar ao grande Estado social e
econômico do século XX, verificou-se que não garantia nem rapidez, nem boa qualidade, nem
custo baixo para os serviços prestados ao público (PEREIRA, 1996)16.
Da análise do Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado infere-se que o modelo geren-
cial buscava superar a fase burocrática, já sem aplicabilidade prática no sistema adminis-
trativo brasileiro. No entanto, destaca-se que esse documento visava à superação da forma
burocrática de administrar o Estado, o que não implica necessariamente o rompimento com
as suas características.
Letra d.
16
PEREIRA, L. C. B. Revista do Serviço Público, n. 47, janeiro-abril, 1996.
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d) programação financeira de desembolso.
Assim, não consta no dispositivo legal a elaboração e atualização de “prestação de contas da
gestão pública”.
Letra a.
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envolve todo o aparato administrativo com que nações, estados e municípios se moldam para
cuidar do interesse coletivo e entregar à população uma ampla variedade de serviços públicos
capazes de melhorar a qualidade de vida em geral.” (CHIAVENATO, Idalberto. Administração
Geral e Pública – 3ª ed. Barueri, SP: Manole, 2012.)
Considerando o inserto transcrito anteriormente apenas como motivador e com base em co-
nhecimentos a respeito da evolução da Administração Pública e a Reforma do Estado no Bra-
sil, assinale a alternativa INCORRETA.
a) A Reforma do Estado tornou-se imperativa nos anos 90, em resposta, também, à crise ge-
neralizada do Estado, sendo caracterizada como uma forma de defender o Estado enquanto
res publica (coisa pública), enquanto patrimônio que, sendo público, é de todos e para todos.
b) A Reforma do Estado tem, dentre seus objetivos, a busca do fortalecimento das funções
de regulação e de coordenação do Estado, particularmente em nível federal, e a progressiva
descentralização para os níveis estadual e municipal, das funções executivas no campo da
prestação de serviços sociais e de infraestrutura.
c) A Reforma do Estado envolve múltiplos aspectos dentre os quais podem ser citados: o ajus-
te fiscal que visa devolver ao Estado a capacidade de definir e implementar políticas públicas;
a liberalização comercial em que o Estado abandona a estratégia protecionista da substituição
de importações; e, as privatizações em que se transfere para o setor público não-estatal a pro-
dução dos serviços competitivos ou não-exclusivos de Estado, estabelecendo-se um sistema
de parceria entre Estado e sociedade.
d) A Reforma do Estado deve ser concebida na perspectiva de redefinição do papel do Estado,
o que pressupõe o reconhecimento prévio das modificações observadas em suas atribuições
ao longo do tempo; no fato de que seus princípios e características não devem ser confundidos
com os da administração de empresas privadas; e, no conhecimento de que a administração
pública evoluiu através de três modelos básicos: a administração pública patrimonialista, a bu-
rocrática e a gerencial, formas que se sucederam no tempo, sem que, no entanto, qualquer uma
delas fosse inteiramente abandonada.
A reforma do aparelho do Estado tornou-se imperativa nos anos 90 por uma segunda razão. Não
apenas ela se constituiu em uma resposta à crise generalizada do Estado, mas também está sendo
caracterizada como uma forma de defender o Estado enquanto res publica, enquanto coisa pública,
enquanto patrimônio que, sendo público, é de todos e para todos.
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A reforma do Estado envolve múltiplos aspectos. O ajuste fiscal devolve ao Estado a capacidade
de definir e implementar políticas públicas. Através da liberalização comercial, o Estado abandona
a estratégia protecionista da substituição de importações. O programa de privatizações reflete a
conscientização da gravidade da crise fiscal e da correlata limitação da capacidade do Estado de
promover poupança forçada através das empresas estatais. Através desse programa transfere-se
para o setor privado a tarefa da produção que, em princípio, este realiza de forma mais eficiente.
Finalmente, através de um programa de publicização, transfere-se para o setor público não estatal a
produção dos serviços competitivos ou não exclusivos de Estado, estabelecendo-se um sistema de
parceria entre Estado e sociedade para seu financiamento e controle.
d) Certa. Segundo o PDRAE (pgs. 14 e 15):
A reforma do aparelho do Estado não pode ser concebida fora da perspectiva de redefinição do
papel do Estado e, portanto, pressupõe o reconhecimento prévio das modificações observadas em
suas atribuições ao longo do tempo. Desta forma, partindo-se de uma perspectiva histórica, verifi-
camos que a administração pública - cujos princípios e características não devem ser confundidos
com os da administração das empresas privadas - evoluiu através de três modelos básicos: a ad-
ministração pública patrimonialista, a burocrática e a gerencial. Estas três formas se sucedem no
tempo, sem que, no entanto, qualquer uma delas seja inteiramente abandonada.
Letra c.
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No âmbito do controle das privatizações da reforma gerencial, surgiu a importante figura das
agências reguladoras.
Essas agências reguladoras foram introduzidas sob a forma de autarquias, com personalidade
jurídica de direito público, fazendo parte integrante da Administração Pública Indireta, como
uma forma de descentralizar o serviço que foi subtraído da administração centralizada. To-
davia, são autarquias especiais, dotadas de prerrogativas próprias e caracterizadas por sua
autonomia em relação ao Poder Público.
São entes públicos criados por lei específica para desempenhar atividades típicas da Admi-
nistração Pública, que demandem mais eficiência no funcionamento e na sua gestão, quer
administrativa ou financeira, sendo, portanto, consideradas figuras imprescindíveis ao melhor
desempenho das atividades públicas. Portanto, as agências reguladoras são espécies do gê-
nero autarquia, já que possuem as mesmas características, exceto pelo fato de se submete-
rem a um regime especial.
O regime regulatório inaugurado com as privatizações constituiu verdadeira reforma de Esta-
do, pois este regime caracteriza-se pela redefinição do papel do Estado na economia e, através
de delegação legislativa, sob o modelo de autarquias especiais, cria-se um novo poder entre os
poderes, exercido por novas agências reguladoras.
Letra b.
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Professor de Direito Administrativo, Administração Geral e Administração Pública em diversos cursos
presenciais e telepresenciais. Servidor público federal da área administrativa desde 1999 e, atualmente,
atuando no Ministério Público Federal. Formado em Administração de Empresas pela Universidade Federal
de Santa Catarina, com especialização em Gestão Pública. Foi militar das Forças Armadas por 11 anos,
sempre atuando nas áreas administrativas. É coautor da obra “Direito Administrativo Facilitado” e autor da
obra “Administração Geral e Pública - Teoria Contextualizada em Questões”, ambas publicadas pela Editora
Juspodivm.
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