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ADMINISTRAÇÃO

PÚBLICA
Reformas Administrativas

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Reformas Administrativas
Adriel Sá

Sumário
Reformas Administrativas. . .........................................................................................................................................3
1. Patrimonialismo no Brasil. . .....................................................................................................................................3
2. A Reforma Burocrática no Brasil.. .......................................................................................................................3
2.1. Introdução. . ...................................................................................................................................................................3
2.2. Criação do DASP.. .....................................................................................................................................................4
2.3. Decreto-Lei n. 200/1967.. ....................................................................................................................................7
2.4. A Transição Democrática e o Retrocesso Administrativo da CF/88.........................................9
3. A Reforma Gerencial no Brasil e o Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado
(PDRAE) - 1995..................................................................................................................................................................9
3.1. Introdução. . ...................................................................................................................................................................9
3.2. O Aparelho do Estado e as Formas de Propriedade..........................................................................14
3.3. Setores do Estado, Tipos de Gestão e Formas de Propriedade..................................................15
Resumo.................................................................................................................................................................................19
Mapa Mental......................................................................................................................................................................21
Questões de Concurso................................................................................................................................................22
Gabarito...............................................................................................................................................................................40
Gabarito Comentado.....................................................................................................................................................41

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Adriel Sá

REFORMAS ADMINISTRATIVAS
1. Patrimonialismo no Brasil
De 1808, com a transferência da corte portuguesa para o Brasil, até 1930, a administração
pública brasileira vinculava-se ao poder dos coronéis e das oligarquias agrárias, baseadas na
exportação de commodities1. O nível de poder não era central, mas local, caracterizado pelas
elites rurais dominantes da época. Nesse período, o modelo de gestão pública era o patri-
monialista.

2. A Reforma Burocrática no Brasil


2.1. Introdução
De 1930 a 1945, Getúlio Vargas se mantém no poder: Governo Provisório (1930 a 1934),
Governo Constitucional (1934 a 1937) e Estado Novo (1937 a 1945). Esse governo concentrou
o poder da União sobre os Estados federados e as oligarquias locais, dando impulso ao pro-
cesso de industrialização.
Segundo Paludo (2016)2, as primeiras medidas adotadas por Vargas foram de cunho saneador
das finanças públicas e de racionalização administrativa. A esse fato, seguiu-se uma significa-
tiva centralização no nível político, econômico e administrativo, emergindo um Estado autori-
tário, que deu início ao processo de modernização da Administração Pública e de industriali-
zação do país.

001. (CEBRASPE/CESPE/AUDITOR DE CONTROLE INTERNO/COGE CE/2019) Entre as re-


formas administrativas já empreendidas na gestão pública brasileira, destaca-se aquela volta-
da à burocratização do Estado à luz dos preceitos weberianos e que adotou critérios de mérito
profissional para a seleção de pessoal. Essa reforma corresponde à
a) implantação do estado oligárquico na República Velha.
b) reforma promovida pelo regime militar em 1964.
c) modernização administrativa proposta por Getúlio Vargas na década de 1930.
d) proposta de Estado interventor da segunda gestão de Getúlio Vargas.
e) reforma administrativa empreendida pelo Decreto-lei n.º 200de 1967.

1
Termo utilizado, de forma geral, em referência a produtos em estado bruto (matérias-primas) ou com pequeno grau de
industrialização, de qualidade quase uniforme, produzidos em grandes quantidades e por diferentes produtores,
como por exemplo, papel, café, soja e ouro.
2
PALUDO, A. V. Administração pública. 5.ed. rev., atual. e ampl. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2016.

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A reforma descrita no enunciado corresponde à modernização administrativa de Getúlio Var-


gas (década de 1930).
a) Errada. Apresenta uma característica do modelo de Administração Pública Patrimonialista.
b) Errada. O regime militar não adotou critérios de mérito profissional para seleção de pessoal.
d) Errada. O governo de Getúlio Vargas passa por três gestões: (1ª) 1930 a 1934 – governo
provisório, (2ª) 1934 a 1937 – governo constitucional e (3ª) 1937 a 1945 – Estado Novo.
O Estado interventor ocorre na terceira, e não na segunda gestão.
e) Errada. A reforma empreendida por tal decreto, doutrinariamente, é considerada uma tenta-
tiva de implantação do modelo gerencialista, e não burocrático.
Letra c.

2.2. Criação do DASP


A criação do Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP) pelo Decreto-lei n.
579, de 30 de julho de 1938, no governo Getúlio Vargas, representou a primeira reforma ad-
ministrativa do Estado brasileiro (modelo burocrático), tendo como foco a modernização da
gestão pública.
O citado decreto instituía o intercâmbio de técnicos e funcionários administrativos federais
brasileiros para aperfeiçoamento no exterior, após seleção feita pelo próprio DASP.
Assim, o governo enviou funcionários técnicos administrativos para os Estados Unidos,
principalmente universidades, com pagamento integral de salários pela Embaixada em Wa-
shington, acrescidos de uma ajuda de custo para moradia e passagem. Isso porque os Estados
Unidos era o país que tinha o modelo administrativo que o governo brasileiro se inspirava e
desejava conhecer.
Assim, é possível afirmar que o DASP foi o primeiro órgão da estrutura administrativa bra-
sileira ao qual se atribuiu a responsabilidade de diminuir a ineficiência do serviço público e
reorganizar a administração pública.
A doutrina aponta três principais objetivos do DASP:
• Centralizar e reorganizar a administração pública mediante ampla reforma;
• Definir política para a gestão de pessoal; e
• Racionalizar métodos, procedimentos e processos administrativos em geral.

A autora Wahrlich (1984)3 apresenta as principais realizações do DASP e suas principais


falhas na implementação do modelo burocrático de gestão:

3
WAHRLICH, B. M. de S. A reforma administrativa no Brasil: experiência anterior, situação atual e perspectivas - uma aprecia-
ção geral. Revista de Administração Pública, Rio de Janeiro, v. 18, n. 1, 1984.
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Principais realizações:
• Ingresso no serviço público por concurso.
• Critérios gerais e uniformes de classificação de cargos.
• Organização dos serviços de pessoal e de seu aperfeiçoamento sistemático.
• Administração orçamentária.
• Padronização das compras do Estado.
• Racionalização geral de métodos.

Principais falhas:
• Tentou ser, ao mesmo tempo, global e imediata, em vez de preferir gradualismo e sele-
tividade.
• Deu mais ênfase a controles, não à orientação e assistência.
• A estrita observância de normas gerais e inflexíveis desencorajava quaisquer tentativas
de atenção às diferenças individuais e às complexas relações humanas.
• O estilo da reforma administrativa foi ao mesmo tempo prescritivo, pois se harmonizava
com a teoria administrativa corrente e coercitiva, na linha do caráter político do regime
Vargas.

002. (CEBRASPE/CESPE/ANALISTA ADMINISTRATIVO/EBSERH/2018) A respeito da evo-


lução da administração pública brasileira, julgue o próximo item.
A profissionalização de cargos públicos foi adotada ainda no modelo de administração patri-
monialista, ao final dos anos 90 do século XIX.

Em verdade, as primeiras medidas para a profissionalização dos cargos públicos começaram


nos anos 30 do século XX, no período do Governo Vargas, em especial com a criação do DASP.
Errado.

003. (CEBRASPE/CESPE/TECNÓLOGO EM GESTÃO PÚBLICA/EBSERH/2018) Acerca da


evolução da administração pública no Brasil após 1930, julgue o item a seguir.
O Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP), criado no Governo Getúlio Vargas,
demarcou o início das práticas de desburocratização do Estado brasileiro.

Nada disso! O início foi demarcado por práticas de burocratização, e não desburocratização!
O modelo possibilitou a implantação de uma Administração Pública profissional, amparada

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no poder racional-legal, mediante a instituição de carreiras, hierarquia, impessoalidade, regras


formais e meritocracia.
Errado.

004. (FCC/FISCAL DE DEFESA DO CONSUMIDOR/PROCON MA/2017) No processo de evo-


lução da Administração Pública no Brasil, a instituição do Departamento Administrativo do
Serviço Público − DASP, situa-se
a) como órgão gestor do Programa Nacional de Desburocratização protagonizado pelo Minis-
tro Hélio Beltrão no início dos anos 1980.
b) como marco da consolidação do modelo burocrático e superação do patrimonialismo, cria-
do com a edição do Decreto Lei no 200, de 1967.
c) como órgão central encarregado da modernização administrativa no Estado Novo do gover-
no de Getúlio Vargas na década de 1930.
d) como importante vetor na introdução do modelo de Administração Gerencial, no início dos
anos 1970, embora ainda contaminado por conceitos do modelo burocrático.
e) no centro do Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, levado a cabo pelo Ministro
Bresser Pereira, nos anos 1990 ao influxo da nova gestão pública.

A criação do DASP ocorreu em 30 de julho de 1938, no Governo Getúlio Vargas. Foi o órgão
central incumbido de estabelecer o sistema de mérito e a centralização de compras.
a) Errada. As ações do PrND, no início dos anos 80, voltavam-se para o combate à burocratiza-
ção dos procedimentos.
b) Errada. A reforma administrativa ocorrida em 1967 pelo Decreto-Lei n. 200 constituiu um
marco na tentativa de superação da rigidez burocrática. Realizou-se a transferência de ativida-
des para autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista, a fim de
obter-se maior dinamismo operacional por meio da descentralização funcional.
d) Errada. A abordagem gerencial foi inspirada na teoria administrativa moderna, trazendo para
os administradores públicos as ferramentas e as linguagens da administração privada. No
Brasil, desde a década de 1970, o governo federal se empenhou em transformar o modelo
burocrático da administração direta em gerencial, o que contribuiria para uma maior eficiência
e eficácia das organizações estatais. Assim, o Brasil, em 1995, torna-se o primeiro país em
desenvolvimento a seguir com o modelo gerencial.
e) Errada. O Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado foi elaborado no ano de 1995.
Letra c.

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2.3. Decreto-Lei n. 200/1967


O Decreto-lei n. 200/67, apesar de estar no contexto da gestão burocrática, é considerado a
primeira tentativa de reforma gerencial da administração pública brasileira, ou seja, um marco
na tentativa de superação da rigidez burocrática. De fato, a principal característica da reforma
administrativa proposta pelo Decreto-lei 200/67 foi a descentralização e flexibilização admi-
nistrativa proporcionada por intermédio das entidades da Administração Indireta.
Enfim, o Decreto-lei n. 200/1967, ao regular a estrutura Administrativa Federal, dividiu a Ad-
ministração Pública em Administração Pública Direta e Administração Pública Indireta, o que
foi recepcionado pelo Art. 37, da Constituição Federal de 1988, a qual ampliou a abrangência
para “qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios”.

005. (CEBRASPE/CESPE/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/TCE-MG/2018) A reforma


administrativa que transferiu atividades para autarquias, fundações, empresas públicas e so-
ciedades de economia mista, como uma estratégia de superação da rigidez burocrática, foi
realizada no século passado,
a) em meados dos anos 70, com a criação da Secretaria de Modernização (SEMOR).
b) no começo da década de 80, com a criação do Programa Nacional de Desburocratiza-
ção (PrND).
c) em 1995, por meio do Plano Diretor da Reforma do Aparelho de Estado.
d) na década de 30, com a criação do Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP).
e) no fim da década de 60, por meio do Decreto-lei n. 200/1967.

Em verdade, essa reforma ocorreu no fim da década de 60, por meio do Decreto-lei n. 200/1967.
Errado.

006. (CEBRASPE/CESPE/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/TCE-PA/2016) Acerca da


evolução da administração pública no Brasil e das abordagens da administração, desde a abor-
dagem clássica até a contingencial, julgue o item a seguir.
O Decreto-lei n. 200/1967, na tentativa de modernizar a gestão pública no Brasil, estabeleceu
como princípios fundamentais o planejamento, a organização, o treinamento e a direção.

Art. 6º As atividades da Administração Federal obedecerão aos seguintes princípios fundamentais:


I – Planejamento.
II – Coordenação.

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III – Descentralização.
IV – Delegação de Competência.
Assim, a alternativa converge apenas em um princípio: o do planejamento.
Errado.

007. (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO/TST/2017) O Decreto-Lei n. 200/67 constitui um impor-


tante marco da reforma administrativa do Estado, apresentando, entre seus pilares, a descen-
tralização, que, de acordo com tal diploma, deve se dar
I – dentro dos quadros da Administração federal, distinguindo-se claramente o nível de direção
e de execução.
II – da Administração federal para as unidades federadas, quando estejam devidamente apare-
lhadas e mediante convênio.
III – da Administração federal para a órbita privada, mediante contratos ou concessões.
IV – com o terceiro setor, mediante celebração de contratos de gestão com organizações sociais.
Está correto o que consta APENAS em
a) I, II e III.
b) I, III e IV.
c) III e IV.
d) II e III.
e) I, II e IV.

Conforme o próprio texto do Decreto-Lei n. 200/1967, Capítulo III - Da Descentralização:

Art. 10. A execução das atividades da Administração Federal deverá ser amplamente descentrali-
zada.
§ 1º A descentralização será posta em prática em três planos principais:
a) dentro dos quadros da Administração Federal, distinguindo-se claramente o nível de direção do
de execução;
b) da Administração Federal para a das unidades federadas, quando estejam devidamente aparelha-
das e mediante convênio;
c) da Administração Federal para a órbita privada, mediante contratos ou concessões.
Portanto, percebemos que a questão aborda a letra integral do texto normativo. Quanto aos
contratos de gestão com organizações sociais, foram propostas ao final do século, principal-
mente através da reforma gerencial de 1995 do governo FHC e a Lei n. 9.637/1998, e não pelo
Decreto-Lei n. 200/1967.
Letra a.

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2.4. A Transição Democrática e o Retrocesso Administrativo da


CF/88
Diante de todo esse um conturbado pelos longos períodos de governos militares, é pro-
mulgada a Constituição Federal de 1988, a denominada Constituição Cidadão, ampliando os
direitos e garantias individuais e sociais. No entanto, em termos de reformas administrativas,
o que se viu foi um verdadeiro retrocesso.
Com as regras da CF/1988, a Administração Pública se tornou mais burocrática, mais hie-
rárquica, mais rígida e mais centralizada. Pode-se dizer que, a promulgação da Constituição de
1988 ocasionou um fenômeno inverso ao ocorrido com o Decreto-lei n. 200/1967:

DL n. 200/1967 CF/1988
Centralização política Descentralização política
Descentralização administrativa Centralização administrativa

008. (CEBRASPE/CESPE/ANALISTA DE GESTÃO/TCE-PE/2017) Com relação à evolução da


administração pública, julgue o item subsequente.
A CF, além de ampliar direitos e garantias individuais e sociais, flexibilizou a gestão da máquina
pública, por meio de determinações que livram a administração indireta dos procedimentos
que deviam ser seguidos pela administração direta.

Como vimos, referente aos preceitos da administração gerencial, a CF/88 engessou (e não fle-
xibilizou) a gestão da máquina pública! Assim, em termos de reformas administrativas, o que
se viu foi um verdadeiro retrocesso.
Errado.

3. A Reforma Gerencial no Brasil e o Plano Diretor da Reforma do


Aparelho do Estado (PDRAE) - 19954
3.1. Introdução
Com o início do governo Fernando Henrique Cardoso, em 1995, dá-se o pontapé inicial da
reforma rumo ao modelo gerencial.
A ideia central era o setor público e o setor privado caminharem juntos na busca de solu-
ções para o atendimento das demandas sociais. O Estado manteria um núcleo central, mas
4
Considerando a recorrência das bancas examinadoras aos textos do PDRAE, vamos reproduzir ou nos basear, nesse capí-
tulo, em alguns trechos do documento que orientou a reforma gerencial no Brasil.

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transferiria as ações para as organizações não governamentais e implementando um progra-


ma de privatizações.
Entende-se por aparelho do Estado a administração pública em sentido amplo, ou seja,
a estrutura organizacional do Estado, em seus três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário)
e três níveis (União, Estados-membros e Municípios). O aparelho do Estado é constituído pelo
governo, isto é, pela cúpula dirigente nos Três Poderes, por um corpo de funcionários e pela
força militar.
O Estado, por sua vez, é mais abrangente que o aparelho, porque compreende adicional-
mente o sistema constitucional-legal, que regula a população nos limites de um território. O Es-
tado é a organização burocrática que tem o monopólio da violência legal, é o aparelho que tem
o poder de legislar e tributar a população de um determinado território.
Esses conceitos permitem distinguir a reforma do Estado da reforma do aparelho do Es-
tado. A reforma do Estado é um projeto amplo que diz respeito às várias áreas do governo e,
ainda, ao conjunto da sociedade brasileira, enquanto a reforma do aparelho do Estado tem um
escopo mais restrito: está orientada para tornar a administração pública mais eficiente e mais
voltada para a cidadania.

009. (CEBRASPE/CESPE/ANALISTA ADMINISTRATIVO DE PROCURADORIA/PGE PE/2019)


Julgue o item seguinte, referente a modelos de gestão pública: o patrimonialista, o burocrático
e o gerencial.
O modelo gerencial, motivado pela busca de meios capazes de enfrentar a crise fiscal do Esta-
do e torná-lo mais eficiente, surgiu no Brasil na segunda metade do século XX.

O modelo gerencial surge como resposta, de um lado, à expansão das funções econômicas e
sociais do Estado, e, de outro, ao desenvolvimento tecnológico e à globalização, já que esses
pontos levantaram problemas associados à adoção do modelo anterior (crise fiscal). A neces-
sidade de reduzir custos e aumentar a qualidade dos serviços, tendo o cidadão como benefici-
ário, torna-se, então, essencial.
Certo.

010. (FCC/ASSISTENTE DE GESTÃO PÚBLICA/PREF. RECIFE/2019) No processo de evo-


lução da Administração pública no Brasil, o movimento denominado “publicização” teve lugar
a) a partir do advento do Departamento Administrativo do Serviço Público-DASP, representan-
do a retomada pelo Estado de serviços e atividades precedentemente privatizados.

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b) na reforma do aparelho do Estado, ocorrida em meados dos anos 1990, representando a


transferência de serviços públicos não exclusivos, como os de saúde, a entidades sem fins
lucrativos.
c) quando da implementação do modelo burocrático, representando forte intervenção do Es-
tado no domínio econômico, mediante a exploração direta de atividades de relevante interes-
se público.
d) no modelo de Administração patrimonialista, em que não havia separação entre o patrimô-
nio público e o dos governantes, com fortes práticas de clientelismo.
e) no modelo mais contemporâneo de Administração pública, pós-paradigma gerencial, re-
presentando a atuação conjugada entre os setores público e privado na forma de parcerias
público-privadas.

De fato, ocorreu no governo FHC e faz parte do PDRAE. Um dos objetivos da reforma do apare-
lho do Estado foi a transferência dos serviços não exclusivos (universidades, hospitais, centros
de pesquisas, museus, dentre outros) para o setor público não estatal, através de um programa
de “publicização”, transformando as atuais fundações públicas em organizações sociais, ou
seja, em entidades de direito privado, sem fins lucrativos, que tenham autorização específica
do poder legislativo para celebrar contrato de gestão com o poder executivo e assim ter direito
a dotação orçamentária.
Assim, podemos dizer que a publicização é um processo de transformar uma organização de
direito privado em pública não estatal, onde a gestão dos serviços e atividades consideradas
não exclusivas do Estados são gerenciadas por uma parcela da sociedade civil organizada (en-
tidades sem fins lucrativos), deixando o Estado não mais como executor, mas como regulador.
Essas entidades recebem recursos do orçamento público, além de outras fontes possíveis.
a) Errada. O DASP, criado pelo Decreto-Lei n. 579, de 30 de julho de 1968, no governo Getúlio
Vargas, representou a primeira reforma administrativa do Estado brasileiro (modelo burocráti-
co). A publicização aparece junto ao modelo gerencial.
c) Errada. A publicização surgiu no modelo gerencial, e não no burocrático.
d) Errada. A publicização surgiu no modelo gerencial, e não no patrimonialista.
e) Errada. Surgiu no modelo gerencial, e não no citado modelo “pós-paradigma gerencial”.
Letra b.

Mais uma vez, vale a pena replicar as principais características da administração gerencial:
• Emerge na segunda metade do século XX, em resposta à expansão das funções econô-
micas/sociais do Estado, ao desenvolvimento tecnológico e à globalização da econo-
mia mundial.

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• Inclui a necessidade de reduzir custos e aumentar a qualidade dos serviços, tendo o


cidadão como beneficiário. Assim, desloca a ênfase dos procedimentos (meios) para os
resultados (fins), com orientação para o cidadão-cliente.
• É orientado, predominantemente, pelos valores da eficiência, qualidade e produtividade
na prestação de serviços públicos.
• Transição do enfoque estrutural (modelo burocrático), com ênfase na organização for-
mal, nas regras e nas estruturas organizacionais, para o enfoque relacional, que prioriza
aspectos da organização informal e elementos comportamentais.
• Não rompe definitivamente com a gestão burocrática, inclusive mantendo e flexibilizan-
do alguns dos seus princípios fundamentais, como a admissão segundo rígidos critérios
de mérito, a existência de um sistema estruturado e universal de remuneração, as car-
reiras, a avaliação constante de desempenho, a recompensa pelo desempenho, a ca-
pacitação permanente, o treinamento sistemático, profissionalização da administração
pública, dentre outros.
• Contrapõe-se à ideologia do formalismo e do rigor técnico da burocracia tradicional. En-
quanto a administração burocrática concentra o controle nos processos e procedimen-
tos (controle a priori), a administração gerencial enfatiza a forma de controle baseada
nos resultados (controle a posteriori).
• A estratégia volta-se: (1) para a definição precisa dos objetivos que o administrador
público deverá atingir em sua unidade; (2) para a garantia de autonomia do administra-
dor na gestão dos recursos humanos, materiais e financeiros que lhe forem colocados
à disposição para que possa atingir os objetivos contratados; e (3) para o controle ou
cobrança a posteriori dos resultados.
• Pratica a competição administrada no interior do próprio Estado, quando há a possibili-
dade de estabelecer concorrência entre unidades internas5.
• Advoga tecnologias administrativas como serviço ao consumidor, incentivos de merca-
do (marketization6) e desregulamentação.
• No plano da estrutura organizacional, privilegia a descentralização de funções e a re-
dução dos níveis hierárquicos. Exige formas flexíveis de gestão, horizontalização de
estruturas e o incentivo à criatividade e inovação, envolvendo, portanto, maior discricio-
nariedade para as autoridades administrativas.
• Adota a descentralização de atividades para entes federados ou para o setor públi-
co não-estatal e desconcentração, mediante ampliação da autonomia dos órgãos da

5
A competitividade no interior das estruturas organizacionais públicas se justifica como sendo a chave para menores custos
e melhores padrões. Essa competição pode trazer ganhos de eficiência e efetividade ao sistema, já que a disputa obriga a
uma utilização mais racional dos recursos e porque a tendência é aumentar o leque de serviços à disposição dos cidadãos.
6
A expressão “marketization” é o termo usual para referenciar a utilização de mecanismos de mercado dentro da esfera
pública.

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administração pública. Também nesse sentido, é permeável à maior participação dos


agentes privados e/ou das organizações da sociedade civil, com o estabelecimento de
parcerias com a sociedade organizada para a gestão de serviços de interesse coletivo.
• Enfatiza a terceirização de atividades de apoio (atividades-meio). Visando a prestação
de serviços de qualidade e os melhores resultados à sociedade, surge a técnica da ter-
ceirização, que proporciona à Administração maior foco em suas atividades finalísticas,
transferindo a outros a execução de tarefas auxiliares ou de apoio na consecução do
interesse público.
• Concede liberdade gerencial aos gestores públicos, aspecto essencial para que seja
garantida a cobrança de resultados e para o estabelecimento de metas e condições de
accountability.
• Exerce o controle gerencial sobre as unidades descentralizadas por meio da pactuação
de resultados e de desempenhos, com condições e meios para atingi-los, mediante con-
trato de gestão e mecanismos que viabilizem o controle social, por meio de conselhos
de usuários e mecanismos de consulta ao cidadão.
• Fundamenta-se nos princípios da confiança e da descentralização da decisão
(empowerment e delegação), pressupondo que políticos e funcionários públicos sejam
merecedores de grau limitado de confiança.
• Preconiza a separação entre a formulação e a execução das políticas públicas.
• Destaca que o aparelho de Estado deve ser responsável pela formulação e regulação de
políticas públicas, não necessariamente por sua execução.
• Utilização do planejamento estratégico integrado ao processo de gestão, com a perma-
nente fixação de objetivos e metas, em todos os níveis. A avaliação de desempenho
individual e institucional é realizada com base em indicadores sistemáticos.
• Aplica novas políticas de pessoal, compreendendo especialmente:
− regras de promoção baseadas no desempenho;
− melhorias seletivas de remuneração; e
− ênfase no desenvolvimento de habilidades gerenciais e na motivação do pessoal.

011. (CEBRASPE/CESPE/ANALISTA ADMINISTRATIVO DE PROCURADORIA/PGE PE/2019)


Acerca da evolução da administração pública no Brasil, julgue o item a seguir.
A reforma gerencial da administração pública iniciada em 1995 definiu que os sistemas de
controle deveriam se concentrar em resultados.

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De fato, na transição do modelo burocrático para o gerencial, há mudança de foco nos proces-
sos para o foco nos resultados.
Certo.

012. (CEBRASPE/CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/STJ/2018) Com referência à evolução do


modelo racional-legal para o paradigma pós-burocrático, julgue o item a seguir.
Contrapondo-se à ideologia do formalismo e à recompensa pelo desempenho, característi-
cas da boa administração burocrática, o paradigma gerencial fundamenta-se nos princípios da
confiança e da capacitação permanente.

O erro mais evidente no item é que o paradigma gerencial não se contrapõe à recompensa pelo
desempenho. Essa característica é marcante no modelo gerencial. Quanto à contraposição à
ideia de formalismo, ok! Assim, a ideologia do formalismo é característica da administração
burocrática, mas a recompensa pelo desempenho, apesar de ter origem no modelo burocráti-
co, é mantida e aperfeiçoada no modelo gerencial.
Errado.

3.2. O Aparelho do Estado e as Formas de Propriedade


No aparelho do Estado é possível distinguir quatro setores:
• Núcleo estratégico. Corresponde ao governo, em sentido lato. É o setor que define as
leis e as políticas públicas, e cobra o seu cumprimento. É, portanto, o setor onde as
decisões estratégicas são tomadas. Corresponde aos Poderes Legislativo e Judiciário,
ao Ministério Público e, no Poder Executivo, ao Presidente da República, aos ministros e
aos seus auxiliares e assessores diretos, responsáveis pelo planejamento e formulação
das políticas públicas.
• Atividades exclusivas. É o setor em que são prestados serviços que só o Estado pode
realizar. São serviços em que se exerce o poder extroverso do Estado - o poder de regu-
lamentar, fiscalizar, fomentar. Como exemplos, temos a cobrança e fiscalização dos im-
postos, a polícia, a previdência social básica, o serviço de desemprego, a fiscalização do
cumprimento de normas sanitárias, o serviço de trânsito, a compra de serviços de saúde
pelo Estado, o controle do meio ambiente, o subsídio à educação básica, o serviço de
emissão de passaportes, etc.
• Serviços não exclusivos. Corresponde ao setor onde o Estado atua simultaneamente
com outras organizações públicas não-estatais e privadas. As instituições desse setor
não possuem o poder de Estado. Este, entretanto, está presente porque os serviços en-

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volvem direitos humanos fundamentais, como os da educação e da saúde, ou porque


possuem “economias externas” relevantes, na medida que produzem ganhos que não
podem ser apropriados por esses serviços através do mercado. As economias produzi-
das imediatamente se espalham para o resto da sociedade, não podendo ser transfor-
madas em lucros. São exemplos desse setor as universidades, os hospitais, os centros
de pesquisa e os museus.
• Produção de bens e serviços para o mercado. Corresponde à área de atuação das em-
presas. É caracterizado pelas atividades econômicas voltadas para o lucro que ainda
permanecem no aparelho do Estado como, por exemplo, as do setor de infraestrutura.
Estão no Estado seja porque faltou capital ao setor privado para realizar o investimento,
seja porque são atividades naturalmente monopolistas, nas quais o controle via merca-
do não é possível, tornando-se necessário, no caso de privatização, a regulamentação
rígida.

3.3. Setores do Estado, Tipos de Gestão e Formas de Propriedade


Cada um dos quatro setores referidos apresenta características peculiares, tanto no que se
refere às suas prioridades, quanto aos princípios administrativos adotados.
No núcleo estratégico, o fundamental é que as decisões sejam as melhores, e, em seguida,
que sejam efetivamente cumpridas. A efetividade é mais importante que a eficiência. O que
importa saber é, primeiro, se as decisões que estão sendo tomadas pelo governo atendem
eficazmente ao interesse nacional, se correspondem aos objetivos mais gerais aos quais a
sociedade brasileira está voltada ou não. Segundo, se, uma vez tomadas as decisões, estas
são de fato cumpridas.
Já no campo das atividades exclusivas de Estado, dos serviços não exclusivos e da pro-
dução de bens e serviços o critério eficiência torna-se fundamental. O que importa é atender
milhões de cidadãos com boa qualidade a um custo baixo.
No núcleo estratégico, em que o essencial é a correção das decisões tomadas e o princípio
administrativo fundamental é o da efetividade, entendido como a capacidade de ver obedeci-
das e implementadas com segurança as decisões tomadas, é mais adequado que haja um
misto de administração pública burocrática e gerencial.
No setor das atividades exclusivas e de serviços competitivos ou não exclusivos, o impor-
tante é a qualidade e o custo dos serviços prestados aos cidadãos. O princípio correspondente
é o da eficiência, ou seja, a busca de uma relação ótima entre qualidade e custo dos serviços
colocados à disposição do público. Logo, a administração deve ser, necessariamente, geren-
cial. O mesmo se diga, obviamente, do setor das empresas, que, enquanto estiverem com o
Estado, deverão obedecer aos princípios gerenciais de administração.
Outra distinção importante é a relacionada às formas de propriedade. Ainda que vulgar-
mente se considerem apenas duas formas, a propriedade estatal e a propriedade privada,

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existe no capitalismo contemporâneo uma terceira forma, intermediária, extremamente rele-


vante: a propriedade pública não estatal, constituída pelas organizações sem fins lucrativos,
que não são propriedade de nenhum indivíduo ou grupo e estão orientadas diretamente para o
atendimento do interesse público. O tipo de propriedade mais indicado variará de acordo com
o setor do aparelho do Estado.
No núcleo estratégico a propriedade tem que ser necessariamente estatal. Nas atividades
exclusivas de Estado, onde o poder extroverso de Estado é exercido, a propriedade também só
pode ser estatal.
Já para o setor não exclusivo ou competitivo do Estado a propriedade ideal é a pública não
estatal. Não é a propriedade estatal porque aí não se exerce o poder de Estado. Não é, por ou-
tro lado, a propriedade privada, porque se trata de um tipo de serviço por definição subsidiado.
A propriedade pública não-estatal torna mais fácil e direto o controle social, através da partici-
pação nos conselhos de administração dos diversos segmentos envolvidos, ao mesmo tempo
que favorece a parceria entre sociedade e Estado. As organizações nesse setor gozam de uma
autonomia administrativa muito maior do que aquela possível dentro do aparelho do Estado.
Em compensação, seus dirigentes são chamados a assumir uma responsabilidade maior, em
conjunto com a sociedade, na gestão da instituição.
No setor de produção de bens e serviços para o mercado, em termos de propriedade, dada
a possibilidade de coordenação via mercado, a propriedade privada é a regra. A propriedade
estatal só se justifica quando não existem capitais privados disponíveis - o que não é mais o
caso no Brasil - ou então quando existe um monopólio natural. Mesmo nesse caso, entretanto,
a gestão privada tenderá a ser a mais adequada, desde que acompanhada por um seguro sis-
tema de regulação.
Em suma, temos:

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013. (CEBRASPE/CESPE/PROFESSOR DE EDUCAÇÃO BÁSICA/SEDF/2017) Acerca da es-


trutura administrativa do Estado e de assuntos correlatos, julgue o próximo item.
A perspectiva de reforma do Estado moderno subdivide a administração pública em quatro se-
tores: o núcleo estratégico, as atividades exclusivas, os serviços não exclusivos e a produção
de bens e serviços para o mercado.
Nessa perspectiva, considera-se que as agências reguladoras pertencem ao setor do núcleo
estratégico.

As agências reguladoras pertencem ao setor de atividades exclusivas. É o setor em que são


prestados serviços que só o Estado pode realizar. São serviços em que se exerce o poder ex-
troverso do Estado – o poder de regulamentar, fiscalizar, fomentar. Como exemplos, temos a
cobrança e fiscalização dos impostos, a polícia, a previdência social básica, o serviço de de-
semprego, a fiscalização do cumprimento de normas sanitárias, o serviço de trânsito, a com-
pra de serviços de saúde pelo Estado, o controle do meio ambiente, o subsídio à educação
básica, o serviço de emissão de passaportes etc.
Errado.

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014. (FCC/ASSISTENTE TÉCNICO ADMINISTRATIVO/SEMF TERESINA/2016) De acordo


com o Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, que buscou consolidar o modelo ge-
rencial na Administração pública brasileira, o denominado Núcleo Estratégico inclui
a) as entidades da sociedade civil que atuam em regime de colaboração com o Estado.
b) apenas os ocupantes dos cargos do primeiro escalão governamental.
c) as empresas públicas e sociedades de economia mista que prestam serviço público.
d) a equipe técnica encarregada de implementar as privatizações.
e) os membros do Executivo encarregados do planejamento e formulação de políticas públicas.

O núcleo estratégico é o governo, em sentido amplo. É o setor que define as leis e as políticas
públicas e toma as decisões estratégicas. Corresponde aos Poderes Executivo, Legislativo,
Judiciário e Ministério Público.
Letra e.

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RESUMO
• Patrimonialismo no Brasil
− De 1808, com a transferência da corte portuguesa para o Brasil, até 1930, a adminis-
tração pública brasileira vinculava-se ao poder dos coronéis e das oligarquias agrá-
rias. Nesse período, o modelo de gestão pública era o patrimonialista.
• A reforma burocrática no Brasil
− De 1930 a 1945, Getúlio Vargas se mantém no poder: Governo Provisório (1930 a
1934), Governo Constitucional (1934 a 1937) e Estado Novo (1937 a 1945).
− DASP: Decreto-Lei n. 579, de 30 de julho de 1938 - a primeira reforma administrativa
do Estado brasileiro (modelo burocrático), tendo como foco a modernização da ges-
tão pública.
− Principais objetivos do DASP:
o Centralizar e reorganizar a administração pública mediante ampla reforma;
o Definir política para a gestão de pessoal; e
o Racionalizar métodos, procedimentos e processos administrativos em geral.
− Principais realizações:
o Ingresso no serviço público por concurso.
o Critérios gerais e uniformes de classificação de cargos.
o Organização dos serviços de pessoal e de seu aperfeiçoamento sistemático.
o Administração orçamentária.
o Padronização das compras do Estado.
o Racionalização geral de métodos.
− Principais falhas:
o Tentou ser, ao mesmo tempo, global e imediata, em vez de preferir gradualismo e
seletividade.
o Deu mais ênfase a controles, não à orientação e assistência.
o A estrita observância de normas gerais e inflexíveis desencorajava quaisquer ten-
tativas de atenção às diferenças individuais e às complexas relações humanas.
o O estilo da reforma administrativa foi ao mesmo tempo prescritivo, pois se harmo-
nizava com a teoria administrativa corrente e coercitiva, na linha do caráter político
do regime Vargas.
− Decreto-Lei n. 200/1967
o Considerado a primeira tentativa de reforma gerencial da administração pública
brasileira.
o Sua principal característica foi a descentralização e flexibilização administrativa
proporcionada por intermédio das entidades da Administração Indireta.
− A transição democrática e o retrocesso administrativo da CF/88

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o Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, a denominada Constituição


Cidadã, ampliou-se os direitos e garantias individuais e sociais. Em termos de re-
formas administrativas, o que se viu foi um verdadeiro retrocesso.

DL n. 200/1967 CF/1988
Centralização política Descentralização política
Descentralização administrativa Centralização administrativa
• A reforma gerencial no Brasil
− No ano de 1995, cria-se o Ministério da Administração e Reforma do Estado (MARE)
- Ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira.
− O aparelho do Estado
o Núcleo estratégico. Corresponde ao governo, em sentido lato. É o setor que define
as leis e as políticas públicas, e cobra o seu cumprimento.
o Atividades exclusivas. É o setor em que são prestados serviços que só o Estado
pode realizar. São serviços em que se exerce o poder extroverso do Estado - o po-
der de regulamentar, fiscalizar, fomentar.
o Serviços não exclusivos. Corresponde ao setor onde o Estado atua simultanea-
mente com outras organizações públicas não-estatais e privadas. As instituições
desse setor não possuem o poder de Estado.
o Produção de bens e serviços para o mercado. Corresponde à área de atuação das
empresas. É caracterizado pelas atividades econômicas voltadas para o lucro que
ainda permanecem no aparelho do Estado como, por exemplo, as do setor de in-
fraestrutura.

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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (FGV/ANALISTA DA DEFENSORIA PÚBLICA/DPE RO/2015) As reformas administrati-
vas no Brasil, em grande medida, mostraram-se voltadas à eliminação do patrimonialismo. Em
relação ao patrimonialismo, é correto afirmar que:
a) o quadro administrativo é formado por pessoas com vínculo de fidelidade pessoal;
b) os processos e controles são centrais ao funcionamento das organizações;
c) a impessoalidade nas relações é uma característica fundamental;
d) a periferia operacional é separada do núcleo estratégico;
e) os serviços são moldados como quase-mercados.

002. (CETRO/AUDITOR FISCAL TRIBUTÁRIO MUNICIPAL/PREF. SÃO PAULO/2014) A mis-


tura de centralismo excessivamente regulamentador e, geralmente, pouco afetivo, com o patri-
monialismo local pode resumir bem o modelo de administração colonial.
Sabe-se, também, que a alta burocracia era, no geral, selecionada segundo certo tipo de mérito,
baseado num saber generalista. Na melhor parte da elite burocrática, meritocracia e relacio-
namentos pessoais de apadrinhamento conviviam na seleção e promoção dos funcionários.
Assinale a alternativa que apresenta qual era o outro papel da alta burocracia nessa época,
além do mencionado acima.
a) Distinguir e denominar as duas fases da historiografia administrativa, política, econômica e
social do Brasil.
b) Servir para a distribuição de empregos públicos para garantir apoio político e social.
c) Instituir, no Brasil, o mecanismo do concurso público, por meio da Lei de 1831.
d) Criar um paradoxo no que se refere à modernização do aparato burocrático.
e) Enfraquecer o Estado e reforçar o modelo patrimonial.

003. (FUNIVERSA/TÉCNICO EM GESTÃO/MPE GO/2010) Retratando a evolução da admi-


nistração pública brasileira, têm-se as figuras das escolas administrativas. Combinando seu
conhecimento com a análise histórico-política na qual elas se inserem, pode-se traçar o perfil
da sociedade e do próprio Estado que ela integra. Acerca desse tema, assinale a alternativa
correta que corresponde à escola patrimonialista.
a) Na época do Brasil Império, a classe política patrimonialista, confundindo os interesses pú-
blicos aos seus, privados, reunia todos os poderes para governar, dispensando, assim, apoio
para se manter, em virtude de sua posição dentro do Estado então existente.
b) O exército e o clero foram componentes integrantes do Estado patrimonial, vigente no Bra-
sil Império.
c) O critério racional-legal era utilizado para modelação do sistema patrimonialista, uma vez
que os ditames normativos eram interpretados em um sentido formal, o que possibilitava a
manutenção do sistema.
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d) É correto afirmar que o Estado patrimonial, para manter sua legitimidade, tinha na condução
de seus negócios a elite intelectual, sobremaneira na área do saber jurídico.
e) O modelo patrimonialista avançou solidamente durante todo o período da República Velha.

004. (CS UFG/ASSESSOR TÉCNICO LEGISLATIVO/CM GOIÂNIA/2018) A reforma do Depar-


tamento de Administração do Setor Público (DASP), nos anos 30, teve como foco principal
racionalizar a administração pública e
a) definir claramente os objetivos a serem alcançados pelas unidades da administração pública.
b) superar a rigidez burocrática do serviço público.
c) combater as práticas patrimonialistas do período anterior de administração pública.
d) gerir por contratos a administração pública.

005. (UNIFAL-MG/ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO/UNIFAL-MG/2018) A humanidade,


ao longo dos últimos séculos, vivenciou diversas mudanças em relação ao papel do Estado.
Observa-se que o Estado, após a transição do absolutismo para o Estado de Direito na idade
moderna, fica submetido à lei. As revoluções inglesa, francesa e americana foram as respon-
sáveis pela disseminação do “Estado Liberal e Democrático”, no qual o Estado fica também su-
jeito à sociedade. Assim sendo, tendo em vista as evoluções implementadas na Administração
Pública brasileira, não é possível afirmar que:
a) A administração burocrática no serviço público, embora tenha sido criada para esse fim,
com o surgimento do grande Estado social e econômico do século XX, não garante nem ra-
pidez, nem boa qualidade, nem custo baixo para os serviços prestados ao público, sendo na
verdade lenta, cara, autorreferida, ou seja, pouco ou nada orientada para o atendimento das
demandas dos cidadãos.
b) O Departamento de Administração do Serviço Público - DASP, que é uma cria específica do
Estado Novo, marcou a completa ruptura com o modelo paternalista vigente até então, por
meio da adoção de todos os preceitos weberianos de descentralização da atividade adminis-
trativa, tornando o Estado mais enxuto e direcionado às suas atividades privativas.
c) A adoção da administração pública burocrática foi desenvolvida como forma de combater a
corrupção e o nepotismo patrimonialista, buscando maximizar a priori os controles administra-
tivos tendo como ponto de partida a desconfiança generalizada nos administradores públicos.
d) O modelo de administração pública gerencial tem como pressupostos a descentralização
das decisões e funções do Estado, autonomia no que diz respeito à gestão de recursos huma-
nos, materiais e financeiros e ênfase na qualidade e na produtividade do serviço público.

006. (CONSULPLAN/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRF-2ª REGIÃO/2017) “A Administração Pública


representa o aparelhamento do Estado e funciona como instrumento do governo para planejar,
organizar, dirigir e controlar todas as ações administrativas, com o objetivo de dar plena e cabal
satisfação das necessidades coletivas básicas. Como dizia Weber, a Administração Pública

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envolve todo o aparato administrativo com que nações, estados e municípios se moldam para
cuidar do interesse coletivo e entregar à população uma ampla variedade de serviços públicos
capazes de melhorar a qualidade de vida em geral.” (CHIAVENATO, Idalberto. Administração
Geral e Pública – 3ª ed. Barueri, SP: Manole, 2012.)
Considerando o inserto transcrito anteriormente apenas como motivador e com base em co-
nhecimentos a respeito da evolução da Administração Pública e a Reforma do Estado no Bra-
sil, assinale a alternativa INCORRETA.
a) A Reforma do Estado tornou-se imperativa nos anos 90, em resposta, também, à crise ge-
neralizada do Estado, sendo caracterizada como uma forma de defender o Estado enquanto
res publica (coisa pública), enquanto patrimônio que, sendo público, é de todos e para todos.
b) A Reforma do Estado tem, dentre seus objetivos, a busca do fortalecimento das funções
de regulação e de coordenação do Estado, particularmente em nível federal, e a progressiva
descentralização para os níveis estadual e municipal, das funções executivas no campo da
prestação de serviços sociais e de infraestrutura.
c) A Reforma do Estado envolve múltiplos aspectos dentre os quais podem ser citados: o ajus-
te fiscal que visa devolver ao Estado a capacidade de definir e implementar políticas públicas;
a liberalização comercial em que o Estado abandona a estratégia protecionista da substituição
de importações; e, as privatizações em que se transfere para o setor público não-estatal a pro-
dução dos serviços competitivos ou não-exclusivos de Estado, estabelecendo-se um sistema
de parceria entre Estado e sociedade.
d) A Reforma do Estado deve ser concebida na perspectiva de redefinição do papel do Estado,
o que pressupõe o reconhecimento prévio das modificações observadas em suas atribuições
ao longo do tempo; no fato de que seus princípios e características não devem ser confundidos
com os da administração de empresas privadas; e, no conhecimento de que a administração
pública evoluiu através de três modelos básicos: a administração pública patrimonialista, a bu-
rocrática e a gerencial, formas que se sucederam no tempo, sem que, no entanto, qualquer uma
delas fosse inteiramente abandonada.

007. (FGV/ANALISTA DA PROCURADORIA/PGE RO/2015) A respeito de uma administração


pública que segue o modelo racional-legal, é correto afirmar que:
a) define as organizações públicas como voltadas para descobrir os meios mais eficientes
para os fins politicamente dados;
b) foca nos processos de mudança que buscam lograr os valores societários publicamente
definidos;
c) opera organizações públicas visando alcançar objetivos políticos internamente definidos;
d) possui um entendimento fenomenológico do comportamento humano reconhecendo o ca-
ráter de imprevisibilidade;

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e) reconhece valores humanos, como liberdade, justiça e igualdade como critérios de julga-
mento para a ação pública.

008. (CEPERJ/ESPECIALISTA EM POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO GOVERNAMENTAL/


SEPLAG RJ/2012) A estabilidade do servidor público no âmbito da teoria weberiana é en-
tendida como:
a) a garantia para o exercício isento da função
b) o direito adquirido do concursado
c) o benefício oferecido como atrativo do serviço público
d) uma prebenda, resquício do patrimonialismo
e) uma conquista da civilização e do sindicalismo

009. (FEPESE/ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO/MPE SC/2014) Analise as afirmativas


abaixo sobre os modelos de Administração Pública:
1. No modelo de Administração burocrática utiliza- se um conjunto de medidas cujo propósito
consiste na defesa da coisa pública. Ele é caracterizado por impessoalidade e formalismo.
2. O modelo Patrimonialista tem como característica principal a confusão entre patrimônio
público, Estado, e o patrimônio particular do detentor do poder.
3. O modelo Burocrático enfatiza aspectos formais, controlando processos de decisão, es-
tabelecendo uma hierarquia funcional rígida, baseada em princípios de profissionalização e
formalismo.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
a) É correta apenas a afirmativa 2.
b) São corretas apenas as afirmativas 1 e 2.
c) São corretas apenas as afirmativas 1 e 3.
d) São corretas apenas as afirmativas 2 e 3.
e) São corretas as afirmativas 1, 2 e 3.

010. (FEPESE/ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO/MPE SC/2014) Assinale a alternativa


que indica corretamente o modelo de administração pública que enfatiza aspectos formais,
impessoalidade, controla processos de decisão, estabelece uma hierarquia funcional rígida,
baseada em princípios de profissionalização e formalismo. Neste modelo, os procedimentos
formais são feitos por funcionários especializados, com competências fixas, sujeitos ao con-
trole hierárquico.
a) modelo gerencial
b) modelo burocrático
c) modelo recursos humanos
d) modelo patrimonialista
e) modelo logístico

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011. (FGV/ANALISTA JUDICIÁRIO/TJ GO/2014) O modelo burocrático weberiano é um mo-


delo organizacional que desfrutou notável disseminação nas administrações públicas durante
o século XX em todo o mundo. O modelo burocrático é atribuído a Max Weber, porque o soció-
logo alemão analisou e sintetizou suas principais características (Secchi, 2009, p. 350). Ao tra-
tar do modelo burocrático weberiano, é possível afirmar que ele:
a) apoia-se na autoridade carismática como fonte de poder dentro das organizações;
b) valoriza remunerações diferenciadas para empregados que desempenham tarefas
semelhantes;
c) utiliza a separação entre planejamento e execução das atividades no contexto organizacional;
d) volta seu foco às necessidades dos cidadãos para construção das políticas públicas;
e) alcança alto grau de personalismo e clientelismo devido às suas características teóricas.

012. (FGV/AGENTE DE FISCALIZAÇÃO/TCM SP/2015) As transformações recentes na ad-


ministração pública no mundo vêm apontando para a retomada, em alguns contextos, de uma
orientação neo-weberiana em contraposição ao modelo gerencial pós-burocrático.
O avanço do neo-weberianismo encontra sustentação em aspectos relacionados ao fato de:
a) buscar a responsabilidade dos dirigentes pelo cumprimento de resultados previstos em
contratos de gestão previamente pactuados;
b) primar pelos valores da descentralização, da liberdade de decisão e da desregulação, em
busca de formas de atuação em rede de organizações;
c) colocar foco em centralização, coordenação e controle pela administração e pelo poder po-
lítico, sendo a autoridade baseada em competência e profissionalismo;
d) avançar o desenvolvimento do controle social como forma de garantir o cumprimento de
resultados públicos;
e) garantir a autonomia de estruturas flexíveis por meio da atuação integrada de organizações
da sociedade civil, cooperativas e empresas.

013. (FUNDATEC/TÉCNICO ADMINISTRATIVO/DPE SC/2018) Analise as assertivas


que seguem:
I – Na década de noventa, o Plano de Reforma do Estado tinha por meta redimensionar impor-
tantes segmentos na esfera da Administração Pública. Por exemplo, teve a intenção de dimi-
nuir da presença direta do Estado na prestação dos serviços públicos, graças à implantação de
privatizações e desestatizações.
II – A administração pública gerencial tem por características o clientelismo, o corporativismo
e a ausência de controle institucional.
III – A figura da agência executiva relaciona-se com o modelo de administração pública
burocrática.

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Quais estão corretas?


a) Apenas I.
b) Apenas I e II.
c) Apenas I e III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.

014. (CS UFG/ASSESSOR TÉCNICO LEGISLATIVO/CM GOIÂNIA/2018) Leia o trecho a


seguir, extraído do texto “Reforma do Estado no Brasil: a nova ou a velha?” para responder
à questão:
“Em entrevista publicada na Folha de S. Paulo em 1º de fevereiro de 2016, o ex-ministro do
Planejamento Valdir Simão enfatizou a necessidade da retomada do debate sobre a reforma
do Estado.
É relevante, portanto, estabelecer-se um paralelo com experiências anteriores. Nos anos 1990,
importar ferramentas da iniciativa privada para a gestão pública aparecia como a última fron-
teira das Reformas do Estado.
Naquele momento, as promessas da então ascendente Nova Gestão Pública (do inglês, New
Public Management, ou NPM) eram de saltos qualitativos nos serviços públicos e de eficiência
nos gastos governamentais. Ambos os objetivos ainda prioritários nos dias atuais.
As reformas advindas desse movimento buscaram encorajar uma mentalidade competitiva
e comercial dentro das organizações públicas e na burocracia. Seus proponentes também
previam que o pacote de mudanças seria naturalmente assimilado pela contraparte mais inte-
ressada, o tal do “cidadão-cliente” – isto é, o indivíduo médio prototípico, supostamente guiado
por instintos racionais e individualistas (...)”.
DOMINGUES, Alexandre Pires; CUNHA, Bruno Queiroz. Desafios do Desenvolvimento. Ano 12, número 87, 2015.

Disponível em:<www.ipea.gov.br/desafios/images/stories/ed87/pdfs/160616_revista_desafios_87.pdf> Acesso

em: 20 ago. 2018.

O trecho acima, refere-se a que forma de Administração Pública?


a) Administração pública burocrática.
b) Administração pública patrimonialista.
c) Administração pública gerencial.
d) Administração pública divisionalizada.

015. (UFMT/AUXILIAR ADMINISTRATIVO/PREVICÁCERES/2016) Leia a situação hipotética


abaixo para responder à questão.
Um assistente administrativo desempenha suas atribuições em uma autarquia que está imple-
mentando novos modelos de gestão, em busca da eficiência e melhoria do atendimento das
necessidades dos clientes.

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Essa autarquia acompanha a reforma administrativa iniciada em 1995, que veio à tona com o
intuito de pôr fim às práticas clientelistas do antigo modelo, isto é, instalar uma administração
pautada nos “princípios da nova gestão pública” (new public management).
A reforma envolveu a delimitação mais precisa da área de atuação do Estado; a distinção entre
as atividades do núcleo estratégico; a separação entre a formulação de políticas e sua execu-
ção; maior autonomia para as atividades executivas exclusivas do Estado que adotará a forma
de “agências executivas”; maior autonomia para os serviços sociais e científicos que o Estado
presta; a descentralização dos serviços sociais para estados e municípios etc. (c.f. Bresser
Pereira, 1999).
A elaboração de mecanismos efetivos de motivação dos servidores, assim como o alinhamen-
to das atividades de gestão de pessoas às estratégias organizacionais e às diretrizes traçadas
pelos governos passam a configurar emergentes desafios para a política de gestão de recur-
sos humanos no setor público. Propõe-se, então, a orientar os esforços para planejar, captar,
desenvolver e avaliar, nos diferentes níveis da organização e das pessoas que dela participam,
os conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias à consecução de seus objetivos (c.f.
Brandão e Guimarães, 2001).
Os três primeiros parágrafos do texto referem-se à implantação de qual modelo da Administra-
ção Pública no Brasil?
a) Patrimonialista
b) Burocrática
c) Gerencial
d) Mecanicista

016. (FGV/ANALISTA JUDICIÁRIO/TJ GO/2014) Após a crise fiscal do final da década de 70,
governos de diversas partes do mundo buscaram elaborar mudanças que pudessem tornar
a máquina pública menos custosa e mais eficiente. Esse conjunto de mudanças, dissemina-
das pelas administrações da maioria dos países ocidentais e formalizado mais tarde por Cris-
topher Hood, em 1991, ficou conhecido como:
a) administração patrimonialista;
b) nova governança pública;
c) nova gestão pública;
d) burocracia weberiana;
e) teoria da escolha racional.

017. (VUNESP/ANALISTA JUDICIÁRIO/TJ PA/2014) São considerados fatores decisivos


para agravar a crise do modelo de intervenção estatal, ocorrida nos anos 70 e 80, e a conse-
quente tendência, no âmbito mundial, em favor de uma Reforma do Estado que buscasse a
modernização e a agilização da Administração Pública:

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a) crise fiscal do Estado, crise de governabilidade e a emergência da globalização e das inova-


ções tecnológicas.
b) crise fiscal do Estado, crise de governabilidade e a emergência dos tigres asiáticos.
c) crise fiscal do Estado, crise cambial e a emergência dos tigres asiáticos.
d) ataques especulativos às economias em desenvolvimento, crise de governabilidade e a
emergência da globalização e das inovações tecnológicas.
e) ataques especulativos às economias em desenvolvimento, crise cambial e a crise dos mer-
cados imobiliários norte-americano e europeu.

018. (FEPESE/ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO/MPE SC/2014) Os valores de produtivi-


dade, orientação ao serviço, descentralização, eficiência na prestação de serviços, marketiza-
tion e accountability fazem parte do modelo:
a) logístico de administração pública.
b) gerencial de administração pública.
c) patrimonialista de administração pública.
d) burocrático de administração pública.
e) de recursos humanos de administração pública.

019. (FEPESE/ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO/MPE SC/2014) A administração públi-


ca gerencial tem como características conceituais:
1. eficiência e eficácia.
2. competitividade.
3. patrimonialismo.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
a) É correta apenas a afirmativa 1.
b) É correta apenas a afirmativa 2.
c) São corretas apenas as afirmativas 1 e 2.
d) São corretas apenas as afirmativas 2 e 3.
e) São corretas as afirmativas 1, 2 e 3.

020. (IBFC/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRE AM/2014) “A ideia neoliberal de substituir a Administra-


ção burocrática pela Administração gerencial depende em grande parte”:
a) Da diminuição da discricionariedade e da maior liberdade decisória aos dirigentes.
b) Do fortalecimento do Princípio da Legalidade e da observância dos limites impostos impli-
citamente pela Constituição.
c) Da ampliação da discricionariedade, diminuindo, todavia, a liberdade decisória dos dirigentes.
d) Da ampliação da discricionariedade e da maior liberdade decisória dos dirigentes.

021. (IBFC/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRE AM/2014) Com relação à chamada “Administração


Pública Gerencial”, assinale a alternativa INCORRETA:
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a) Envolve maior discricionariedade para as autoridades administrativas.


b) Acarreta menos autonomia administrativa e orçamentária.
c) Substitui o controle formal pelo controle de resultados.
d) Seu principal instrumento é o contrato de gestão.

022. (FGV/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO/DPE MT/2015) As opções a seguir apresen-


tam pontos fundamentais do modelo de administração pública gerencial, à exceção de uma.
Assinale-a.
a) Foco nos cidadãos, como beneficiários da administração.
b) Avaliação do desempenho, como instrumento efetivo de gestão.
c) Ênfase na inovação, como característica básica de gestão.
d) Foco em processos, como instrumento de controle.
e) Busca de resultados, como fator determinante de gestão.

023. (FGV/ANALISTA/IBGE/2016) A trajetória histórica da Administração Pública no Brasil,


após 1930, revela um conjunto de fatores que justificaram a criação e a implementação do
modelo gerencial a partir de meados da década de 90.
A justificativa para a adoção do modelo gerencial NÃO pode ser atribuída:
a) à crise fiscal, caracterizada pela crescente perda do crédito por parte do Estado;
b) à dificuldade em administrar as crescentes expectativas em relação à política de bem-estar;
c) ao esgotamento da estratégia estatizante de intervenção do Estado;
d) à falência da estratégia de substituição de importações;
e) à necessidade de fortalecer o papel do Estado como responsável pelo desenvolvimento
econômico e social.

024. (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRF 3ª REGIÃO/2016) Sobre os objetivos e caracterís-


ticas do Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, implementado nos anos 1990, no
âmbito federal, considere:
I – Publicização, que corresponde à assunção, pelo Estado, dos serviços próprios do denomi-
nado Núcleo Estratégico.
II – Flexibilização, oferecendo aos gestores maior autonomia e estabelecendo o controle e
cobrança de resultados a posteriori.
III – Desestatização, que compreende a privatização, a terceirização e a desregulamentação.
Está correto o que consta APENAS em
a) I.
b) I e II.
c) II.
d) II e III.
e) III.

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025. (FCC/ANALISTA EM RECURSOS HUMANOS/ALMS/2016) Um marco importante no


contexto evolutivo da Administração pública no Brasil foi o Plano Diretor da Reforma do Apa-
relho do Estado, levado a cabo a partir de meados dos anos 1990 pelo então Ministro Bresser
Pereira. O modelo de atuação do Estado, preconizado pela referida reforma, contempla, entre
suas premissas,
a) explorar de forma direta atividades econômicas, como indutor do crescimento fiscal.
b) adotar o modelo desenvolvimentista, por intermédio da denominada publicização.
c) atuar mais fortemente nas atividades de fomento, regulação e controle.
d) estabelecer parcerias com as entidades do terceiro setor, para a privatização de setores
como saúde e educação.
e) implantar o modelo gerencial, que preconiza maior centralização das atividades pela União.

026. (FCC/ASSISTENTE DE GESTÃO PÚBLICA/PREF. RECIFE/2019) No processo de evolu-


ção da Administração pública, o modelo de administração burocrática representou
a) um avanço em relação ao precedente modelo patrimonialista, passando a enfatizar a meri-
tocracia e combater o clientelismo.
b) um retrocesso em relação ao modelo clássico, com o abandono da especialização da Admi-
nistração e aumento das práticas de nepotismo.
c) um movimento de horizontalização das estruturas, com redução de níveis hierárquicos e
aumento da flexibilização dos controles.
d) uma etapa antecedente ao modelo gerencial, porém já aplicando diversos conceitos deste,
notadamente os controles de resultados.
e) um período de pouca valorização das competências técnicas, com ausência de separação
entre o patrimônio dos governantes e do Estado.

027. (FCC/ANALISTA LEGISLATIVO/ALESE/2018) Com a reforma administrativa implemen-


tada nos anos de 1990, cujo marco institucional-legal corresponde à Emenda Constitucional
n. 19/98, enfatizou-se a contratualização de resultados como forma de fomentar a busca da
qualidade, utilizando instrumentos como o contrato de gestão, fundado no binômio:
a) custo de oportunidade e custo de mobilização, aferindo qual prepondera em determinada
atividade administrativa.
b) fixação de metas de desempenho e ampliação de autonomia gerencial, orçamentária e
financeira.
c) essencialidade do serviço e atratividade econômica para exploração, determinando aqueles
que devem ser privatizados.
d) avaliação técnica e avaliação popular, buscando a composição ideal entre economicidade
e eficiência.
e) excelência de atuação e redução de custos, objetivando o alcance do denominado ponto
ótimo de gestão.

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028. (FCC/ANALISTA EM GESTÃO/DPE AM/2018) A evolução do modelo de Administração


pública ocorrida no Brasil a partir dos anos de 1930, passou pela superação do modelo patri-
monialista, a partir da implementação do modelo burocrático, este que, entre as modificações
implementadas,
a) adotou um sistema de descentralização e horizontalização das relações de subordinação.
b) superou a rigidez formal do modelo anterior, com flexibilização das estruturas de competên-
cias e atribuições funcionais.
c) buscou a superação do clientelismo e a adoção de critérios de meritocracia e profissionali-
zação dos servidores.
d) substituiu o critério de controle apriorístico por controle dos resultados almejados.
e) superou a rigidez do modelo anterior, com a introdução de maior mobilidade funcional e
outras formas de ingresso dos servidores.

029. (FCC/ASSISTENTE TÉCNICO DE DEFENSORIA/DPE AM/2018) A reforma do aparelho


do Estado, implementada em meados dos anos 1990, buscava um novo paradigma para a atu-
ação da Administração pública. Nesse sentido, entre outras medidas, preconizava a transferên-
cia de serviços públicos não exclusivos a entidades privadas sem fins lucrativos, as quais eram
qualificadas como organizações sociais, o que correspondeu ao mecanismo denominado
a) accountability.
b) desestatização.
c) governança.
d) publicização.
e) privatização.

030. (FCC/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRT 15ª REGIÃO/2018) Atenção: A questão refere-se ao


Conteúdo Programático de Noções de Administração Geral e Pública.
O modelo de Administração gerencial que se procurou implementar no Brasil a partir do Plano
Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, nos idos de 1995, apresentou o conceito de publi-
cização, consistente
a) nos mecanismos de transparência e governança aplicáveis à Administração, com foco no
atendimento do cidadão.
b) no modelo oposto ao de privatização, mantendo sob a prestação direta do Estado todos os
serviços públicos.
c) na atuação do Estado na economia como indutor do crescimento, mediante a encampação
de atividades de interesse nacional.
d) na criação de agências reguladoras e agências executivas, para substituírem os mecanis-
mos de regulação de mercado.
e) na transferência de serviços públicos não exclusivos para entidades não estatais, qualifica-
das como organizações sociais.

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031. (FCC/ASSISTENTE TÉCNICO ADMINISTRATIVO/SEMF TERESINA/2016) Um dos mar-


cos significativos que pode ser apontado no processo de evolução histórica da Administração
pública no Brasil corresponde à criação do Departamento Administrativo do Serviço Público
– DASP, o qual
a) representou o modelo patrimonialista vigente à época, pautado pelo clientelismo.
b) ficou responsável pela implantação do modelo gerencial.
c) teve como missão a modernização da Administração ao influxo do modelo burocrático.
d) objetivou implantar o Plano Nacional de Desburocratização e a descentralização admi-
nistrativa.
e) decorreu da implantação do Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, representan-
do sua dimensão institucional.

032. (FCC/ANALISTA EM RECURSOS HUMANOS/ALMS/2016) Na evolução da Administra-


ção pública no Brasil, assim como em outros países, verificou-se o abandono do paradigma
burocrático e a implantação do modelo gerencial. São diferenças que podem ser apontadas
entre esses dois modelos:
I – No modelo burocrático o controle é a priori, enquanto no gerencial a ênfase é no controle
de resultados.
II – O modelo burocrático preconiza estrutura hierárquica rígida, enquanto o gerencial é mais
flexível, com redução de níveis e maior autonomia.
III – No modelo burocrático inexiste separação entre propriedade e a administração, sendo que
somente a partir do modelo gerencial é que foi introduzido o conceito de meritocracia.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I e III.
b) III.
c) II e III.
d) I e II.
e) II.

033. (CEBRASPE/CESPE/AUDITOR DE CONTAS PÚBLICAS/TCE-PB/2018) A reforma da


administração pública conduzida durante o governo de Getúlio Vargas tinha por objetivo tor-
nar o Estado
a) mais profissional e menos patrimonialista, ou seja, um Estado autoritário e burocrático.
b) menos profissional e menos patrimonialista, isto é, um Estado de bem-estar social.
c) mais profissional e mais patrimonialista, ou seja, um Estado regulador.
d) mais patrimonialista e menos burocrático, ou seja, um Estado de bem-estar social.
e) menos patrimonialista e menos burocrático, isto é, um Estado regulador.

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034. (CEBRASPE/CESPE/ANALISTA ADMINISTRATIVO/EBSERH/2018) A respeito da evo-


lução da administração pública brasileira, julgue o próximo item.
Durante o governo de Getúlio Vargas, implementou-se a chamada reforma burocrática, que
buscava fortalecer a meritocracia e a profissionalização na gestão pública.

035. (CEBRASPE/CESPE/TECNÓLOGO EM GESTÃO PÚBLICA/EBSERH/2018) Acerca da


evolução da administração pública no Brasil após 1930, julgue o item a seguir.
O Decreto-lei n. 200/1967 promoveu a transferência das atividades de produção de bens e ser-
viços para autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista.

036. (CEBRASPE/CESPE/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/TCE-MG/2018) De acordo


com o Plano Diretor da Reforma do Aparelho de Estado, um dos fatores para a crise do Estado
é o esgotamento da estratégia estatizante de intervenção do Estado. Nos países desenvolvi-
dos, essa estratégia estatizante é simbolizada pelo Estado
a) regulador.
b) burocrático.
c) patrimonial.
d) autoritário.
e) do bem-estar social.

037. (CEBRASPE/CESPE/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/TCE-PE/2017) Acerca da re-


definição do papel do Estado no Brasil e do modelo de Estado patrimonialista, julgue o se-
guinte item.
Com a reforma do Estado brasileiro, o Estado deixou de ser responsável direto pelo desenvol-
vimento econômico e social e tornou-se o seu regulador e promotor.

038. (CEBRASPE/CESPE/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/TCE-PE/2017) Com relação


às políticas públicas no Estado brasileiro contemporâneo, julgue o item a seguir.
O Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, lançado em 1995, pautou-se na orientação
de substituir a burocracia tradicional, weberiana, por um modelo mais próximo das práticas de
gestão do setor privado e do modelo de Estado de bem-estar social.

039. (CEBRASPE/CESPE/ANALISTA DE GESTÃO/TCE-PE/2017) Acerca da reforma do apa-


relho do Estado no Brasil, do modelo de Estado burocrático e da intermediação de interesses,
julgue o seguinte item.
De acordo com o Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado de 1995, o escopo da refor-
ma do aparelho do Estado é mais restrito do que o da reforma do Estado: enquanto o primeiro
está voltado para a eficiência da administração pública, orientando-a para a cidadania, o se-

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gundo é um projeto amplo relacionado às várias áreas do governo e ao conjunto da sociedade


brasileira.

040. (CEBRASPE/CESPE/ANALISTA DE GESTÃO/TCE-PE/2017) Com relação à evolução da


administração pública, julgue o item subsequente.
O movimento conhecido como nova gestão pública foi introduzido no Brasil no governo de Fer-
nando Henrique Cardoso (1995!2002) com o objetivo de tornar a administração pública mais
efetiva, embora menos eficiente.

041. (CEBRASPE/CESPE/ANALISTA DE GESTÃO/TCE-PE/2017) No que se refere a aspec-


tos históricos da administração pública brasileira, julgue o item a seguir.
A adoção de procedimentos sistemáticos para contratações públicas foi introduzida, no Brasil,
juntamente com a nova administração pública, na década de 90 do século passado, seguindo-
-se a lógica do new public management, adotada na Inglaterra na década anterior.

042. (CEBRASPE/CESPE/ANALISTA DE GESTÃO/TCE-PE/2017) Com relação à evolução da


administração pública, julgue o item subsequente.
Durante o governo de Juscelino Kubitschek (JK), visando dar maior agilidade ao alcance
dos objetivos do plano de metas, a administração indireta passou a participar ativamente da
execução das políticas de governo, uma vez que a administração direta era tida como lenta
e defasada.

043. (CEBRASPE/CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRE PE/2017) A reforma do aparelho do


Estado inclui a dimensão institucional-legal, que visa
a) aumentar a governabilidade do Estado por meio da capacidade administrativa de governar
com efetividade e eficiência.
b) suprimir os elementos patrimonialistas existentes no Estado para implantar uma adminis-
tração por objetivos.
c) mudar a mentalidade, que passe da desconfiança generalizada que caracteriza a administra-
ção burocrática para uma confiança maior, própria da administração gerencial.
d) descentralizar a estrutura organizacional por meio da criação de novos formatos organiza-
cionais, como as agências executivas e as regulatórias e as organizações sociais.
e) ampliar a autonomia e introduzir três novas formas de responsabilização dos gestores: ad-
ministração por resultados, competição administrada por excelência e controle social.

044. (CEBRASPE/CESPE/ANALISTA ADMINISTRATIVO DE PROCURADORIA/PGE PE/2019)


Acerca da evolução da administração pública no Brasil, julgue o item a seguir.
A reforma administrativa estabelecida pelo Decreto-Lei n.º 200/1967 centralizou a execução
das atividades da administração federal evitando o descontrole dos gastos públicos.

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045. (CEBRASPE/CESPE/ANALISTA ADMINISTRATIVO DE PROCURADORIA/PGE PE/2019)


Acerca da evolução da administração pública no Brasil, julgue o item a seguir.
O Decreto-Lei n. 200/1967 representou uma primeira tentativa de reforma gerencial que pro-
curou substituir a administração pública burocrática por uma administração voltada para o
desenvolvimento.

046. (CEBRASPE/CESPE/ANALISTA DE GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS/SLU DF/2019)


No que se refere à administração pública do modelo racional-legal ao paradigma pós-burocrá-
tico, julgue o item seguinte.
Servindo aos níveis governamentais federal, estadual e municipal, a reforma gerencial visava
enfatizar a profissionalização e o uso de práticas de gestão do setor privado.

047. (CS UFG/ASSISTENTE LEGISLATIVO/ALEGO/2015) Na década de 1930, com o nas-


cimento da República Nova, houve uma tentativa de profissionalizar a Administração Pública
brasileira com a criação do Departamento de Administração do Serviço Público – DASP. Por
intermédio do DASP, promoveu-se a estruturação básica do aparelho administrativo instituin-
do-se, por exemplo, o concurso público e as regras para admissão. Tal modelo buscou moder-
nizar a máquina pública e ficou conhecido como
a) modelo burocrático.
b) modelo patrimonialista.
c) modelo gerencial.
d) modelo do novo serviço público.

048. (CS UFG/ASSESSOR TÉCNICO LEGISLATIVO/CM GOIÂNIA/2018) No plano diretor da


reforma do aparelho do Estado de 1995, a expressão “aparelho do Estado” pode ser subs-
tituída por:
a) Administração pública lato sensu.
b) Nação.
c) Estado unitário.
d) Administração científica.

049. (CS UFG/ASSESSOR TÉCNICO LEGISLATIVO/CM GOIÂNIA/2018) Qual seria o papel


do núcleo estratégico do aparelho do Estado previsto na reforma administrativa de 1995?
a) Definir as leis e as políticas públicas, exigindo o seu cumprimento.
b) Prestar serviços exclusivos do Estado, as chamadas “atividades exclusivas”.
c) Permitir a atuação do povo simultaneamente com outras organizações na entrega dos ser-
viços públicos.
d) Contar com a atuação das empresas com atividades econômicas voltadas ao lucro, mas
pertencentes ao Estado.

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050. (CS UFG/ADMINISTRADOR/IF GOIANO/2014) As mudanças na gestão pública promo-


vidas pela reforma do Estado enfraqueceram determinadas atividades da administração e for-
taleceram outras. Atividades que se fortaleceram foram as de
a) organização e implementação.
b) capacitação e fiscalização.
c) regulação e coordenação.
d) controle de processos e centralização da decisão.

051. (CS UFG/ADMINISTRADOR/IF GOIANO/2014) Pode-se afirmar que o discurso que sus-
tentou a reforma administrativa na década de 1990 no Brasil foi
a) antiliberal.
b) antigerencial.
c) anticorrupção.
d) antiburocrático.

052. (CONSULPLAN/ANALISTA DE POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO GOVERNAMENTAL/


ITABAIANA/2010) A ação governamental obedecerá ao planejamento que vise a promoção
do desenvolvimento econômico-social do País e a Segurança Nacional, compreendendo a ela-
boração e a atualização dos seguintes instrumentos básicos, EXCETO:
a) Prestação de contas da gestão pública.
b) Plano geral de governo.
c) Programas gerais, setoriais e regionais, de duração plurianual.
d) Orçamento-programa anual.
e) Programação financeira de desembolso.

053. (CONSULPLAN/ESTAGIÁRIO/MPE PA/2019) A Emenda Constitucional n. 19/98 ficou


conhecida como a Reforma do Estado, por introduzir práticas de administração pública geren-
cial no Direito Público brasileiro. Assinale a alternativa que advém dessas novas práticas.
a) Obediência à legalidade.
b) Parceria público-privada.
c) Contratos de compra e venda.
d) Prestação de serviços públicos.

054. (CONSULPLAN/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRF 2ª REGIÃO/2017) “A Administração Pública


representa o aparelhamento do Estado e funciona como instrumento do governo para planejar,
organizar, dirigir e controlar todas as ações administrativas, com o objetivo de dar plena e cabal
satisfação das necessidades coletivas básicas. Como dizia Weber, a Administração Pública
envolve todo o aparato administrativo com que nações, estados e municípios se moldam para
cuidar do interesse coletivo e entregar à população uma ampla variedade de serviços públicos

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capazes de melhorar a qualidade de vida em geral.” (CHIAVENATO, Idalberto. Administração


Geral e Pública – 3ª ed. Barueri, SP: Manole, 2012.)
Considerando o inserto transcrito anteriormente apenas como motivador e com base em co-
nhecimentos a respeito da evolução da Administração Pública e a Reforma do Estado no Bra-
sil, assinale a alternativa INCORRETA.
a) A Reforma do Estado tornou-se imperativa nos anos 90, em resposta, também, à crise ge-
neralizada do Estado, sendo caracterizada como uma forma de defender o Estado enquanto
res publica (coisa pública), enquanto patrimônio que, sendo público, é de todos e para todos.
b) A Reforma do Estado tem, dentre seus objetivos, a busca do fortalecimento das funções
de regulação e de coordenação do Estado, particularmente em nível federal, e a progressiva
descentralização para os níveis estadual e municipal, das funções executivas no campo da
prestação de serviços sociais e de infraestrutura.
c) A Reforma do Estado envolve múltiplos aspectos dentre os quais podem ser citados: o ajus-
te fiscal que visa devolver ao Estado a capacidade de definir e implementar políticas públicas;
a liberalização comercial em que o Estado abandona a estratégia protecionista da substituição
de importações; e, as privatizações em que se transfere para o setor público não-estatal a pro-
dução dos serviços competitivos ou não-exclusivos de Estado, estabelecendo-se um sistema
de parceria entre Estado e sociedade.
d) A Reforma do Estado deve ser concebida na perspectiva de redefinição do papel do Estado,
o que pressupõe o reconhecimento prévio das modificações observadas em suas atribuições
ao longo do tempo; no fato de que seus princípios e características não devem ser confundidos
com os da administração de empresas privadas; e, no conhecimento de que a administração
pública evoluiu através de três modelos básicos: a administração pública patrimonialista, a bu-
rocrática e a gerencial, formas que se sucederam no tempo, sem que, no entanto, qualquer uma
delas fosse inteiramente abandonada.

055. (CONSULPLAN/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRE RJ/2017) A reforma do Estado dos anos


1990 modificou a administração pública, implementando uma cultura gerencial calcada em
uma gestão voltada para ferramentas e métodos provenientes da iniciativa privada. A adesão
à cultura gerencial, oriunda dessa reforma, estimula cada vez mais a participação de consul-
torias privadas com o intuito de gerar informações imprescindíveis para a tomada de deci-
sões dos gestores públicos e apoiar a elaboração de programas de gestão. No caso brasileiro,
quais foram os resultados mais visíveis da reforma do Estado no âmbito do controle das pri-
vatizações?
a) Os programas GPRA.
b) As agências reguladoras.
c) Os novos mecanismos de mercado.
d) Os centros de responsabilidade e governança.

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056. (CONSULPLAN/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRE MG/2013) Atualmente, é possível identi-


ficar pelo menos três formas de administração do Estado brasileiro: a administração patrimo-
nialista, a administração pública burocrática e a administração pública gerencial ou pós-bu-
rocrática. Esta última decorre de novas tarefas atribuídas ao poder público no Estado Social,
decorrentes da Constituição de 1988, entre elas a prestação de diversos serviços públicos,
como educação e saúde; regulação de atividades passíveis de externalidades, como a vigilân-
cia sanitária e a proteção ao meio ambiente, as diferentes políticas sociais voltadas ao comba-
te às desigualdades. Essas novas tarefas requerem uma maior eficiência da máquina pública
com características que considerem seus custos e uma administração menos hierárquica e
mais flexível, tendo por objetivo a melhoria da qualidade dos serviços prestados ao cidadão.
Em relação às características mais relevantes da administração pública gerencial, analise.
I – Sistemas de gestão e controle centrados em resultados e procedimentos.
II – Menor autonomia gerencial do administrador público.
III – Avaliação e divulgação de efeitos e/ou produtos e resultados tornam-se chaves para iden-
tificar políticas e serviços públicos mais efetivos.
IV – Estruturas de poder mais centralizadas e hierárquicas, permitindo maior rapidez e econo-
mia na prestação de serviços e a participação dos usuários.
V – Contratualização de resultados a serem alcançados com explicitação mais clara de apor-
tes para sua realização.
VI – Incentivos ao desempenho superior, inclusive financeiro.
VII – Criação de novas figuras institucionais para a realização de serviços que não configuram
atividades exclusivas de Estado, com PPP (Parcerias Público-Privadas), Organizações Sociais
e Oscips (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) que podem estabelecer parce-
rias com o poder público.
Estão corretas apenas as afirmativas
a) II, V e VII.
b) II, VI e VII.
c) III, IV, V e VII.
d) III, V, VI e VII.
e) I, II, IV, V e VI.

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GABARITO
1. a 37. C
2. b 38. E
3. d 39. C
4. c 40. E
5. b 41. E
6. c 42. C
7. a 43. d
8. a 44. E
9. e 45. C
10. b 46. C
11. c 47. a
12. c 48. a
13. a 49. a
14. c 50. c
15. c 51. d
16. c 52. a
17. a 53. b
18. b 54. c
19. c 55. b
20. d 56. d
21. b
22. d
23. e
24. d
25. c
26. a
27. b
28. c
29. d
30. e
31. c
32. d
33. a
34. C
35. C
36. e

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GABARITO COMENTADO
001. (FGV/ANALISTA DA DEFENSORIA PÚBLICA/DPE RO/2015) As reformas administrati-
vas no Brasil, em grande medida, mostraram-se voltadas à eliminação do patrimonialismo. Em
relação ao patrimonialismo, é correto afirmar que:
a) o quadro administrativo é formado por pessoas com vínculo de fidelidade pessoal;
b) os processos e controles são centrais ao funcionamento das organizações;
c) a impessoalidade nas relações é uma característica fundamental;
d) a periferia operacional é separada do núcleo estratégico;
e) os serviços são moldados como quase-mercados.

A administração patrimonialista era baseada nos Estados absolutistas firmados nos séculos
XVII e XVIII, e seus cargos existentes eram de livre nomeação do soberano, que os ocupava
com seus parentes e demais amigos. Também havia a troca de favores, ou seja, negociavam-
-se cargos públicos em troca de interesses políticos ou econômicos. Assim, um cargo público
era considerado um bem pessoal, sendo repassado de forma hereditária.
b) Errada. A letra B se refere ao modelo burocrático. Os controles administrativos visando evi-
tar a corrupção e o nepotismo são sempre a priori. Por outro lado, o controle - a garantia do
poder do Estado - transforma-se na própria razão de ser do funcionário.
c) Errada. A letra C também se refere ao modelo burocrático. A burocracia tem como caracte-
rística a impessoalidade no relacionamento entre os funcionários: ela enfatiza os cargos, e não
as pessoas que os ocupam.
d) Errada. A letra D se refere ao modelo gerencial, vinculada à característica da redução do
tamanho do Estado.
e) Errada. A letra E se refere ao modelo gerencial. Nesse modelo, há a competição administra-
da, nos quais as diversas agências buscam oferecer o melhor serviço público aos usuários.
Essa competição pode trazer ganhos de eficiência e efetividade ao sistema, já que a disputa
obriga a uma utilização mais racional dos recursos e porque a tendência é aumentar o leque
de serviços à disposição dos cidadãos.
Letra a.

002. (CETRO/AUDITOR FISCAL TRIBUTÁRIO MUNICIPAL/PREF. SÃO PAULO/2014) A mis-


tura de centralismo excessivamente regulamentador e, geralmente, pouco afetivo, com o patri-
monialismo local pode resumir bem o modelo de administração colonial.
Sabe-se, também, que a alta burocracia era, no geral, selecionada segundo certo tipo de mérito,
baseado num saber generalista. Na melhor parte da elite burocrática, meritocracia e relacio-
namentos pessoais de apadrinhamento conviviam na seleção e promoção dos funcionários.

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Assinale a alternativa que apresenta qual era o outro papel da alta burocracia nessa época,
além do mencionado acima.
a) Distinguir e denominar as duas fases da historiografia administrativa, política, econômica e
social do Brasil.
b) Servir para a distribuição de empregos públicos para garantir apoio político e social.
c) Instituir, no Brasil, o mecanismo do concurso público, por meio da Lei de 1831.
d) Criar um paradoxo no que se refere à modernização do aparato burocrático.
e) Enfraquecer o Estado e reforçar o modelo patrimonial.

O Período Colonial brasileiro tem início em 1530 e se estende até ao ano 1822, ano em que o
príncipe português, Dom Pedro, declarou a Independência do Brasil. Na verdade, o Brasil deixou
de ser colônia em 1815, ano em que o Rei Dom João VI o elevou à condição de Reino Unido de
Portugal e Algarves.
Nesse período, o modelo de gestão pública era o patrimonialista.
A questão foi retirada do livro “Burocracia e política no Brasil: desafios para a democracia no
século XXI” organizado por Maria Rita Loureiro, Fernando Luiz Abrucio e Regina Silva Pacheco.
Segundo os autores, é possível caracterizar uma forma híbrida de administração colonial: um
mix de centralismo regulamentador e patrimonialismo local. Nesse contexto, a parte centrali-
zada era baseada no rígido controle, por parte da metrópole via governo-geral, das atividades
administrativas executadas na colônia. Já a parte regulamentadora era caracterizada pela des-
centralização da estrutura local, câmaras municipais e capitanias hereditárias, representada
pelo poderio patrimonialista.
Nessa época, a alta burocracia se utilizava da distribuição de empregos públicos para garantir
apoio político e social. É o que se denomina de patronagem. Era uma prática que privilegiava
os cabos eleitorais na busca de votos.
Letra b.

003. (FUNIVERSA/TÉCNICO EM GESTÃO/MPE GO/2010) Retratando a evolução da admi-


nistração pública brasileira, têm-se as figuras das escolas administrativas. Combinando seu
conhecimento com a análise histórico-política na qual elas se inserem, pode-se traçar o perfil
da sociedade e do próprio Estado que ela integra. Acerca desse tema, assinale a alternativa
correta que corresponde à escola patrimonialista.
a) Na época do Brasil Império, a classe política patrimonialista, confundindo os interesses pú-
blicos aos seus, privados, reunia todos os poderes para governar, dispensando, assim, apoio
para se manter, em virtude de sua posição dentro do Estado então existente.
b) O exército e o clero foram componentes integrantes do Estado patrimonial, vigente no Bra-
sil Império.

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c) O critério racional-legal era utilizado para modelação do sistema patrimonialista, uma vez
que os ditames normativos eram interpretados em um sentido formal, o que possibilitava a
manutenção do sistema.
d) É correto afirmar que o Estado patrimonial, para manter sua legitimidade, tinha na condução
de seus negócios a elite intelectual, sobremaneira na área do saber jurídico.
e) O modelo patrimonialista avançou solidamente durante todo o período da República Velha.

No Brasil Império, a elite brasileira era fundamentalmente formada por juristas, e estes eram
em regra magistrados, funcionários do Estado, como é próprio do patrimonialismo.
a) Na época do Brasil Império, a classe política patrimonialista, confundindo os interesses pú-
blicos aos seus, privados, reunia todos os poderes para governar, dispensando, assim, apoio
para se manter, em virtude de sua posição dentro do Estado então existente.
Errada. De acordo com Bresser-Pereira (2001)7, a elite brasileira era fundamentalmente forma-
da por juristas, e estes eram em regra magistrados, funcionários do Estado, como é próprio do
patrimonialismo. No entanto, essa elite começa a ter infiltrações de classes de origem mais
inferior. Isso ocorre com a formação do clero e de militares do Exército.
Temos aqui um período de transição, que começa com a Proclamação da República, uma revo-
lução da classe média e o primeiro golpe militar da história brasileira. Portanto, como é de se
notar, a administração patrimonialista no Brasil não dispensava apoio para se manter.
b) O exército e o clero foram componentes integrantes do Estado patrimonial, vigente no Bra-
sil Império.
Errada. Como afirmado no comentário da alternativa anterior, o exército e o clero foram com-
ponentes integrantes do Estado patrimonial, vigente na República Velha.
c) O critério racional-legal era utilizado para modelação do sistema patrimonialista, uma vez
que os ditames normativos eram interpretados em um sentido formal, o que possibilitava a
manutenção do sistema.
Errada. O critério racional-legal é característica marcante do sistema burocrático, não patrimo-
nialista.
e) O modelo patrimonialista avançou solidamente durante todo o período da República Velha.
Errada. No patrimonialismo do Brasil Império, não há democracia. As eleições são uma farsa.
A distância educacional e social entre a elite política e o restante da população, imensa. E no
meio dela temos uma camada de funcionários públicos, donos antes de sinecuras do que de
funções, dada a função do Estado patrimonial de lhes garantir emprego e sobrevivência.
A palavra oligarquia significa “o poder na mão de poucos” e, consequentemente, o interesse era
sempre em prol desses poucos.

7
BRESSER-PEREIRA, L. C. Do Estado Patrimonial ao Gerencial, in: Pinheiro, Wilheim e Sachs (orgs.), Brasil: Um Século de
Transformações. São Paulo: Cia. das Letras, 2001.

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No entanto, essa elite começa a ter infiltrações de classes de origem mais inferior. Isso ocorre
com a formação do clero e de militares do Exército. Desses eventos nascem as ideologias que
culminam com a Proclamação da República e o enfraquecimento do sistema patrimonialista.
Letra d.

004. (CS UFG/ASSESSOR TÉCNICO LEGISLATIVO/CM GOIÂNIA/2018) A reforma do Depar-


tamento de Administração do Setor Público (DASP), nos anos 30, teve como foco principal
racionalizar a administração pública e
a) definir claramente os objetivos a serem alcançados pelas unidades da administração pública.
b) superar a rigidez burocrática do serviço público.
c) combater as práticas patrimonialistas do período anterior de administração pública.
d) gerir por contratos a administração pública.

A burocracia foi estudada e identificada por Max Weber, na segunda metade do século XIX,
como uma solução para enfrentar a administração patrimonialista, visando atender as neces-
sidades da sociedade.
O DASP foi o órgão responsável por implementar a reforma burocrática no Brasil, na década de
1930, com o objetivo de modernização por meio da racionalização administrativa.
Surge então uma administração baseada nas leis, nos regulamentos, nos procedimentos e na
eficiência do Estado, visando abandonar as práticas paternalistas do modelo anterior, o pa-
trimonialismo.
Superar a rigidez burocrática (ou flexibilizar a burocracia) consiste em objetivo da reforma ge-
rencial. No mesmo sentido, a contratualização e a definição clara de objetivos surgem na ótica
de uma administração pública gerencial. Assim, as letras A, B e D estão incorretas.
Letra c.

005. (UNIFAL-MG/ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO/UNIFAL-MG/2018) A humanidade,


ao longo dos últimos séculos, vivenciou diversas mudanças em relação ao papel do Estado.
Observa-se que o Estado, após a transição do absolutismo para o Estado de Direito na idade
moderna, fica submetido à lei. As revoluções inglesa, francesa e americana foram as respon-
sáveis pela disseminação do “Estado Liberal e Democrático”, no qual o Estado fica também su-
jeito à sociedade. Assim sendo, tendo em vista as evoluções implementadas na Administração
Pública brasileira, não é possível afirmar que:
a) A administração burocrática no serviço público, embora tenha sido criada para esse fim,
com o surgimento do grande Estado social e econômico do século XX, não garante nem ra-
pidez, nem boa qualidade, nem custo baixo para os serviços prestados ao público, sendo na
verdade lenta, cara, autorreferida, ou seja, pouco ou nada orientada para o atendimento das
demandas dos cidadãos.

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b) O Departamento de Administração do Serviço Público - DASP, que é uma cria específica do


Estado Novo, marcou a completa ruptura com o modelo paternalista vigente até então, por
meio da adoção de todos os preceitos weberianos de descentralização da atividade adminis-
trativa, tornando o Estado mais enxuto e direcionado às suas atividades privativas.
c) A adoção da administração pública burocrática foi desenvolvida como forma de combater a
corrupção e o nepotismo patrimonialista, buscando maximizar a priori os controles administra-
tivos tendo como ponto de partida a desconfiança generalizada nos administradores públicos.
d) O modelo de administração pública gerencial tem como pressupostos a descentralização
das decisões e funções do Estado, autonomia no que diz respeito à gestão de recursos huma-
nos, materiais e financeiros e ênfase na qualidade e na produtividade do serviço público.

Na realidade, além de não existir completa ruptura com o patrimonialismo, toda segunda parte
da alternativa se refere ao gerencialismo: o órgão DASP refere-se à era Getúlio Vargas, relacio-
nando-se com a reforma burocrática; e quando o texto da alternativa fala de descentralização
e enxugamento, está se referindo à era gerencial.
As demais alternativas estão corretas.
Letra b.

006. (CONSULPLAN/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRF-2ª REGIÃO/2017) “A Administração Pública


representa o aparelhamento do Estado e funciona como instrumento do governo para planejar,
organizar, dirigir e controlar todas as ações administrativas, com o objetivo de dar plena e cabal
satisfação das necessidades coletivas básicas. Como dizia Weber, a Administração Pública
envolve todo o aparato administrativo com que nações, estados e municípios se moldam para
cuidar do interesse coletivo e entregar à população uma ampla variedade de serviços públicos
capazes de melhorar a qualidade de vida em geral.” (CHIAVENATO, Idalberto. Administração
Geral e Pública – 3ª ed. Barueri, SP: Manole, 2012.)
Considerando o inserto transcrito anteriormente apenas como motivador e com base em co-
nhecimentos a respeito da evolução da Administração Pública e a Reforma do Estado no Bra-
sil, assinale a alternativa INCORRETA.
a) A Reforma do Estado tornou-se imperativa nos anos 90, em resposta, também, à crise ge-
neralizada do Estado, sendo caracterizada como uma forma de defender o Estado enquanto
res publica (coisa pública), enquanto patrimônio que, sendo público, é de todos e para todos.
b) A Reforma do Estado tem, dentre seus objetivos, a busca do fortalecimento das funções
de regulação e de coordenação do Estado, particularmente em nível federal, e a progressiva
descentralização para os níveis estadual e municipal, das funções executivas no campo da
prestação de serviços sociais e de infraestrutura.
c) A Reforma do Estado envolve múltiplos aspectos dentre os quais podem ser citados: o ajus-
te fiscal que visa devolver ao Estado a capacidade de definir e implementar políticas públicas;

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a liberalização comercial em que o Estado abandona a estratégia protecionista da substituição


de importações; e, as privatizações em que se transfere para o setor público não-estatal a pro-
dução dos serviços competitivos ou não-exclusivos de Estado, estabelecendo-se um sistema
de parceria entre Estado e sociedade.
d) A Reforma do Estado deve ser concebida na perspectiva de redefinição do papel do Estado,
o que pressupõe o reconhecimento prévio das modificações observadas em suas atribuições
ao longo do tempo; no fato de que seus princípios e características não devem ser confundidos
com os da administração de empresas privadas; e, no conhecimento de que a administração
pública evoluiu através de três modelos básicos: a administração pública patrimonialista, a bu-
rocrática e a gerencial, formas que se sucederam no tempo, sem que, no entanto, qualquer uma
delas fosse inteiramente abandonada.

Todas as alternativas são retiradas da obra citada no enunciado. Vejamos:


a) Certa.

A reforma do aparelho do Estado tornou-se imperativa nos anos de 1990 por uma segunda razão.
Não apenas ela se constituiu em uma resposta à crise generalizada do Estado, mas também está
sendo caracterizada como uma forma de defender o estado com res publica e coisa pública, um
patrimônio que, sendo público, é de todos e para todos.
b) Certa.

(...) o Estado reduz seu papel de executor ou prestador direto de serviços, mantendo-se, entretanto,
no papel de regulador e provedor ou promotor destes (...). Nessa nova perspectiva, busca-se o forta-
lecimento das funções de regulação e de coordenação do Estado, particularmente no nível federal,
e a progressiva descentralização vertical, para os níveis estadual e municipal, das funções executi-
vas no campo da prestação de serviços sociais e de infraestrutura.
c) Errada.

A reforma do Estado envolve múltiplos aspectos. O ajuste fiscal devolve ao estado a capacidade de
definir e implementar políticas públicas. pela liberalização comercial, o Estado abandona a estraté-
gia protecionista da substituição de importações. (...) a descentralização para o setor público não
estatal da execução de serviços que não envolvem o exercício do poder de Estado, mas devem ser
subsidiados pelo Estado, como é o caso dos serviços de educação, saúde, cultura e pesquisa cien-
tífica; esse processo será chamado de publicização.
d) Certa.

A reforma do aparelho do Estado não pode ser concebida fora da perspectiva de redefinição do
papel do Estado e, portanto, pressupõe o reconhecimento prévio das modificações observadas em
suas atribuições ao longo do tempo. Dessa forma, partindo-se de uma perspectiva histórica, verifi-
camos que a administração pública - cujos princípios e características não devem ser confundidos
com os da administração das empresas privadas - evolui por meio de três modelos básicos: a ad-

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ministração pública patrimonialista, a burocrática e a gerencial. Essas três formas se sucedem no
tempo, sem que, no entanto, qualquer uma delas seja inteiramente abandonada.
Letra c.

007. (FGV/ANALISTA DA PROCURADORIA/PGE RO/2015) A respeito de uma administração


pública que segue o modelo racional-legal, é correto afirmar que:
a) define as organizações públicas como voltadas para descobrir os meios mais eficientes
para os fins politicamente dados;
b) foca nos processos de mudança que buscam lograr os valores societários publicamente
definidos;
c) opera organizações públicas visando alcançar objetivos políticos internamente definidos;
d) possui um entendimento fenomenológico do comportamento humano reconhecendo o ca-
ráter de imprevisibilidade;
e) reconhece valores humanos, como liberdade, justiça e igualdade como critérios de julga-
mento para a ação pública.

A burocracia (modelo racional-legal) é a organização com base na eficiência e, para que ocorra
essa eficiência, é necessário que tudo seja detalhado antecipadamente.
Para Weber, a burocracia é uma forma ideal de organização humana que se baseia na ade-
quação dos meios aos objetivos (fins) pretendidos - a racionalidade instrumental - a fim de
garantir a máxima eficiência possível no alcance desses objetivos.
Aplicada ao contexto público, a burocracia define as organizações públicas como voltadas
para descobrir os meios mais eficientes para os fins politicamente dados.
b) Errada. O modelo burocrático é resistente às mudanças, pois considera a organização num
ambiente previsível.
c) Errada. A organização burocrática funciona com base em normas, leis e regulamentos, inde-
pendentemente das vontades pessoais dos agentes (objetivos internos). Não confundir “alcan-
çar objetivos políticos internamente definidos” com a autorreferência. Dizer que a burocracia
é autorreferente é dizer que ela se concentra no processo, em suas próprias necessidades e
perspectivas, sem considerar a alta ineficiência envolvida.
d) Errada. A fenomenologia se preocupa com a compreensão do fenômeno, não com a sua
explicação. Perceba a evidência no resultado, e não no processo.
e) Errada. O modelo burocrático se baseia em uma visão limitada e restritiva da razão humana,
associada ao conceito de racionalidade formal.
Letra a.

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008. (CEPERJ/ESPECIALISTA EM POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO GOVERNAMENTAL/


SEPLAG RJ/2012) A estabilidade do servidor público no âmbito da teoria weberiana é en-
tendida como:
a) a garantia para o exercício isento da função
b) o direito adquirido do concursado
c) o benefício oferecido como atrativo do serviço público
d) uma prebenda, resquício do patrimonialismo
e) uma conquista da civilização e do sindicalismo

Na burocracia, a estabilidade do servidor público é entendida como a garantia para o exercí-


cio isento da função. É vista como algo necessário ao desempenho das atribuições do cargo,
como forma de livre exercício, isento e livre de pressões políticas ou qualquer outro tipo de
ingerência.
Letra a.

009. (FEPESE/ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO/MPE SC/2014) Analise as afirmativas


abaixo sobre os modelos de Administração Pública:
1. No modelo de Administração burocrática utiliza- se um conjunto de medidas cujo propósito
consiste na defesa da coisa pública. Ele é caracterizado por impessoalidade e formalismo.
2. O modelo Patrimonialista tem como característica principal a confusão entre patrimônio
público, Estado, e o patrimônio particular do detentor do poder.
3. O modelo Burocrático enfatiza aspectos formais, controlando processos de decisão, es-
tabelecendo uma hierarquia funcional rígida, baseada em princípios de profissionalização e
formalismo.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
a) É correta apenas a afirmativa 2.
b) São corretas apenas as afirmativas 1 e 2.
c) São corretas apenas as afirmativas 1 e 3.
d) São corretas apenas as afirmativas 2 e 3.
e) São corretas as afirmativas 1, 2 e 3.

Análise das afirmativas.


1. No modelo de Administração burocrática utiliza-se um conjunto de medidas cujo propósito
consiste na defesa da coisa pública. Ele é caracterizado por impessoalidade e formalismo.
Certa. O modelo de administração pública burocrática surge na época do modelo estatal co-
nhecido por Estado Liberal, cujos marcos caracterizadores foram a Revolução Francesa e a Re-
volução Industrial. Esse modelo surge com o objetivo de combater a corrupção e o nepotismo

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patrimonialista, que permeavam as administrações precedentes, sobretudo as baseadas no


modelo dos Estados absolutistas. Dentre outros princípios:
• Enfatiza a impessoalidade nas relações, com a distribuição de atividades feita em ter-
mos de cargas e funções, e não de pessoas envolvidas. Para a burocracia, as pessoas
vêm e vão, mas os cargos e funções permanecem.
• Baseia-se em regras, normas e regulamentos, visando economia de esforços, padroni-
zação dentro da organização, redução de custos e de erros, formalidade dos processos,
completa previsibilidade de funcionamento, dentre outros.
2. O modelo Patrimonialista tem como característica principal a confusão entre patrimônio
público, Estado, e o patrimônio particular do detentor do poder.
Certa. A administração patrimonialista era baseada nos Estados Absolutistas firmados nos
séculos XVII e XVIII, quando o patrimônio do monarca se confundia com o patrimônio público.
Como regra, esse modelo acarreta o clientelismo, a troca de favores, o prevalecimento de inte-
resses privados em detrimento do interesse público, a corrupção, o nepotismo, fazendo surgir
uma administração pública vinculada a interesses particulares, onde os cargos são considera-
dos prebendas ou sinecuras.
3. O modelo Burocrático enfatiza aspectos formais, controlando processos de decisão, es-
tabelecendo uma hierarquia funcional rígida, baseada em princípios de profissionalização e
formalismo.
Certa. Além da formalidade e controle dos processos, já enfatizados no comentário da afirma-
tiva 1, a burocracia promove a hierarquia, estabelecendo os cargos segundo princípios esca-
lares (estrutura fortemente verticalizada), onde cada cargo inferior deve estar sob controle e
supervisão de um posto superior. Nenhum cargo fica sem controle ou supervisão.
Assim, são corretas as afirmativas 1, 2 e 3.
Letra e.

010. (FEPESE/ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO/MPE SC/2014) Assinale a alternativa


que indica corretamente o modelo de administração pública que enfatiza aspectos formais,
impessoalidade, controla processos de decisão, estabelece uma hierarquia funcional rígida,
baseada em princípios de profissionalização e formalismo. Neste modelo, os procedimentos
formais são feitos por funcionários especializados, com competências fixas, sujeitos ao con-
trole hierárquico.
a) modelo gerencial
b) modelo burocrático
c) modelo recursos humanos
d) modelo patrimonialista
e) modelo logístico

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Vamos, mais uma vez, mencionar pilares ou características do modelo burocrático de gestão:
• Almeja defender a coisa pública contra o patrimonialismo, exercendo rígido controle
sobre os possíveis abusos contra o patrimônio público.
• É orientado para a racionalidade absoluta. O caráter “racional” da burocracia significa
escolher, racionalmente, os meios adequados para o alcance dos fins desejados, privile-
giando o aspecto organizacional.
• Prevê o controle rígido dos processos e procedimentos como o meio mais seguro para
evitar o nepotismo e a corrupção. Daí surge a autorreferência da burocracia, que se con-
centra no processo, em suas próprias necessidades e perspectivas, sem considerar a
alta ineficiência envolvida.
• Baseia-se em regras, normas e regulamentos, visando economia de esforços, padroni-
zação dentro da organização, redução de custos e de erros, formalidade dos processos,
completa previsibilidade de funcionamento, dentre outros.
• Enfatiza a impessoalidade nas relações, com a distribuição de atividades feita em ter-
mos de cargas e funções, e não de pessoas envolvidas. Para a burocracia, as pessoas
vêm e vão, mas os cargos e funções permanecem.
• Promove a hierarquia, estabelecendo os cargos segundo princípios escalares (estrutura
fortemente verticalizada), onde cada cargo inferior deve estar sob controle e supervisão
de um posto superior. Nenhum cargo fica sem controle ou supervisão.
• Utiliza a separação entre planejamento e execução das atividades no contexto organi-
zacional. A separação entre planejamento e execução dá contornos práticos à distinção
entre os políticos e os burocratas, na qual a política é responsável pela elaboração de ob-
jetivos e a administração pública é responsável por transformar as decisões em ações
concretas.
• A escolha das pessoas é baseada no mérito e na competência técnica. Daí a necessida-
de de exames, concursos, testes e titulações para a admissão de pessoal.
• A estabilidade do servidor público é entendida como a garantia para o exercício isen-
to da função. É vista como algo necessário ao desempenho das atribuições do cargo,
como forma de livre exercício, isento e livre de pressões políticas ou qualquer outro tipo
de ingerência.
• Busca a profissionalização, ou seja, a especialização de seu pessoal. Desse contexto,
surgem algumas características dos ocupantes dos cargos públicos:
− são pessoalmente livres; obedecem somente às obrigações objetivas de seu cargo;
− são nomeados (e não eleitos) numa hierarquia rigorosa dos cargos;
− têm competências funcionais fixas;

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− são remunerados com salários fixos em dinheiro, na maioria dos casos com direito à
aposentadoria;
− seu salário está escalonado segundo a posição na hierarquia, segundo a responsabi-
lidade do cargo e o princípio da correspondência à posição social;
− o cargo é exercido como profissão única ou principal;
− têm a perspectiva de uma carreira: progressão por tempo de serviço ou eficiência, ou
ambas as coisas, dependendo do critério dos superiores;
− trabalham em “separação absoluta dos meios administrativos” e sem apropriação do
cargo; e
− estão submetidos a um sistema rigoroso e homogêneo de disciplina e controle do
serviço.
Letra b.

011. (FGV/ANALISTA JUDICIÁRIO/TJ GO/2014) O modelo burocrático weberiano é um mo-


delo organizacional que desfrutou notável disseminação nas administrações públicas durante
o século XX em todo o mundo. O modelo burocrático é atribuído a Max Weber, porque o soció-
logo alemão analisou e sintetizou suas principais características (Secchi, 2009, p. 350). Ao tra-
tar do modelo burocrático weberiano, é possível afirmar que ele:
a) apoia-se na autoridade carismática como fonte de poder dentro das organizações;
b) valoriza remunerações diferenciadas para empregados que desempenham tarefas
semelhantes;
c) utiliza a separação entre planejamento e execução das atividades no contexto organizacional;
d) volta seu foco às necessidades dos cidadãos para construção das políticas públicas;
e) alcança alto grau de personalismo e clientelismo devido às suas características teóricas.

Análise das alternativas.


a) Errada. O modelo burocrático apoia-se na autoridade racional-legal como fonte de poder
dentro das organizações. A dominação legal, racional-legal ou burocrática (sociedade legal)
refere-se à submissão coletiva a um conjunto de regras formalmente definidas e aceitas por
todos os integrantes. Essas regras determinam a que e a quem se deve obedecer. Essa opção
é a que descreve corretamente a concepção weberiana de autoridade burocrática.
b) Errada. O modelo burocrático valoriza remunerações fixas para empregados que desempe-
nham tarefas semelhantes.
c) Certa. O modelo burocrático utiliza a separação entre planejamento e execução das ativi-
dades no contexto organizacional. A separação entre planejamento e execução dá contornos
práticos à distinção entre os políticos e os burocratas, na qual a política é responsável pela
elaboração de objetivos e a administração pública é responsável por transformar as decisões
em ações concretas.

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d) Errada. O modelo burocrático é autorreferente. A autorreferência significa que o modelo bu-


rocrático não considera o ambiente onde está inserido, tornando-se um sistema fechado sobre
si mesmo. Quem volta seu foco às necessidades dos cidadãos para construção das políticas
públicas é o modelo gerencial.
e) Errada. O modelo burocrático tem como característica a impessoalidade no relacionamento
entre os funcionários: ela enfatiza os cargos e não as pessoas que os ocupam; também, a des-
personalização do relacionamento leva os funcionários a conhecer os colegas não pelos seus
nomes pessoais, mas pelos títulos dos cargos que ocupam.
Letra c.

012. (FGV/AGENTE DE FISCALIZAÇÃO/TCM SP/2015) As transformações recentes na ad-


ministração pública no mundo vêm apontando para a retomada, em alguns contextos, de uma
orientação neo-weberiana em contraposição ao modelo gerencial pós-burocrático.
O avanço do neo-weberianismo encontra sustentação em aspectos relacionados ao fato de:
a) buscar a responsabilidade dos dirigentes pelo cumprimento de resultados previstos em
contratos de gestão previamente pactuados;
b) primar pelos valores da descentralização, da liberdade de decisão e da desregulação, em
busca de formas de atuação em rede de organizações;
c) colocar foco em centralização, coordenação e controle pela administração e pelo poder po-
lítico, sendo a autoridade baseada em competência e profissionalismo;
d) avançar o desenvolvimento do controle social como forma de garantir o cumprimento de
resultados públicos;
e) garantir a autonomia de estruturas flexíveis por meio da atuação integrada de organizações
da sociedade civil, cooperativas e empresas.

O enunciado diz que as transformações recentes na administração pública no mundo vêm


apontando para a retomada, em alguns contextos, de uma orientação neo-weberiana em con-
traposição ao modelo gerencial pós-burocrático. Logo, não precisa pânico ao resolver essa
questão; devemos buscar nas alternativas, características de um modelo burocrático.
Características da burocracia e, consequentemente, do neo-weberianismo:
• O Estado burocrático comporta instituições basicamente hierarquizadas e controle fo-
cado nos processos.
• Centralização
• Meritocracia, competência e profissionalismo
• Combater a corrupção e o nepotismo patrimonialista eram seus maiores objetivos.
• Apego excessivo às normas e rotinas de trabalho (padronização).
a) Errada. A característica apresentada na alternativa é da administração pública gerencial, do
modelo pós-burocrático.

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b) Errada. Novamente, características do modelo pós-burocrático (gerencial). Essa liberdade


de decisão e da desregulação não são características da teoria da burocracia.
c) Certa. Consta nessa alternativa as palavras-chave que caracterizam a burocracia (pós-we-
berianismo), ou seja, centralização, coordenação e controle pela administração e pelo poder
político, sendo a autoridade baseada em competência e profissionalismo.
d) Errada. Controle social e resultados são características do modelo pós-burocrático, ou seja,
do modelo gerencial.
e) Errada. Estruturas flexíveis e integração são características do modelo gerencial de Admi-
nistração Pública.
Letra c.

013. (FUNDATEC/TÉCNICO ADMINISTRATIVO/DPE SC/2018) Analise as assertivas


que seguem:
I – Na década de noventa, o Plano de Reforma do Estado tinha por meta redimensionar impor-
tantes segmentos na esfera da Administração Pública. Por exemplo, teve a intenção de dimi-
nuir da presença direta do Estado na prestação dos serviços públicos, graças à implantação de
privatizações e desestatizações.
II – A administração pública gerencial tem por características o clientelismo, o corporativismo
e a ausência de controle institucional.
III – A figura da agência executiva relaciona-se com o modelo de administração pública
burocrática.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas I e II.
c) Apenas I e III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.

I – Certo. Com o início do governo Fernando Henrique Cardoso, em 1995, dá-se o pontapé ini-
cial da reforma rumo ao modelo gerencial. A ideia central era o setor público e o setor privado
caminhando juntos na busca de soluções para o atendimento das demandas sociais. O Estado
mantém um núcleo central, mas transferindo ações para as organizações não governamentais
e implementando um programa de privatizações.
II – Errado. As características listadas são da administração patrimonialista, e não gerencial.
Na administração patrimonialista, o aparelho do Estado funciona como uma extensão do po-
der do soberano, e os seus auxiliares, servidores, possuem status de nobreza real. Também, no
modelo não existiam carreiras organizadas no serviço público, nem divisão do trabalho e nem
controles efetivos. Os cargos existentes eram de livre nomeação do soberano, que os ocupava

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com seus parentes e demais amigos. Também havia a troca de favores, ou seja, negociavam-
-se cargos públicos em troca de interesses políticos ou econômicos.
III – Errado. A figura da agência executiva relaciona-se com o modelo de administração públi-
ca gerencial. O Projeto das Agências Autônomas (agências executivas) desenvolveu-se em
duas dimensões. Em primeiro lugar, seriam elaborados os instrumentos legais necessários à
viabilização das transformações pretendidas, e um levantamento visando superar os obstá-
culos na legislação, normas e regulações existentes. Em paralelo, seriam aplicadas as novas
abordagens em algumas autarquias selecionadas, que se transformariam em laboratórios de
experimentação.
Letra a.

014. (CS UFG/ASSESSOR TÉCNICO LEGISLATIVO/CM GOIÂNIA/2018) Leia o trecho a


seguir, extraído do texto “Reforma do Estado no Brasil: a nova ou a velha?” para responder
à questão:
“Em entrevista publicada na Folha de S. Paulo em 1º de fevereiro de 2016, o ex-ministro do
Planejamento Valdir Simão enfatizou a necessidade da retomada do debate sobre a reforma
do Estado.
É relevante, portanto, estabelecer-se um paralelo com experiências anteriores. Nos anos 1990,
importar ferramentas da iniciativa privada para a gestão pública aparecia como a última fron-
teira das Reformas do Estado.
Naquele momento, as promessas da então ascendente Nova Gestão Pública (do inglês, New
Public Management, ou NPM) eram de saltos qualitativos nos serviços públicos e de eficiência
nos gastos governamentais. Ambos os objetivos ainda prioritários nos dias atuais.
As reformas advindas desse movimento buscaram encorajar uma mentalidade competitiva
e comercial dentro das organizações públicas e na burocracia. Seus proponentes também
previam que o pacote de mudanças seria naturalmente assimilado pela contraparte mais inte-
ressada, o tal do “cidadão-cliente” – isto é, o indivíduo médio prototípico, supostamente guiado
por instintos racionais e individualistas (...)”.
DOMINGUES, Alexandre Pires; CUNHA, Bruno Queiroz. Desafios do Desenvolvimento. Ano 12,
número 87, 2015.
Disponível em:
<www.ipea.gov.br/desafios/images/stories/ed87/pdfs/160616_revista_desafios_87.pdf> Aces-
so em: 20 ago. 2018.
O trecho acima, refere-se a que forma de Administração Pública?
a) Administração pública burocrática.
b) Administração pública patrimonialista.
c) Administração pública gerencial.
d) Administração pública divisionalizada.

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A Administração Pública Gerencial surgiu na década de 1980, quando o mundo passa a ques-
tionar o papel do Estado e sua ineficiência, diante da necessidade de se flexibilizar a Burocra-
cia vigente, visando maior eficiência pela implementação de práticas de gestão privada na
administração pública. No Brasil, a Nova Gestão Pública foi implantada na década de 1990,
notadamente pelo Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado - PDRAE em 1995.
O cidadão passa a ser visto como cliente do serviço público prestado pelo Estado, daí o para-
digma Cidadão-cliente, promovendo uma evolução na Administração Pública de instrumen-
tos de participação social e accountability (transparência, prestação de contas e responsa-
bilização).
A Administração Pública Patrimonialista (letra B) foi a primeira forma de administração públi-
ca observada no Brasil, na qual não havia distinção entre o público e o privado, os governantes
usavam a máquina pública para seus interesses (e não o da sociedade), havia baixo ou ne-
nhum controle de legalidade ou eficiência, baixo ou nenhum foco na qualidade dos serviços
públicos e a corrupção e nepotismo eram práticas comuns.
A Administração Pública Burocrática (letra A) foi implantada pela primeira reforma adminis-
trativa brasileira. Visava superar as deficiências do Patrimonialismo por meio de um modelo
racional-legal, baseado nas leis, nos regulamentos e nos procedimentos. Na Burocracia, surge
a preocupação com o controle de legalidade e com a eficiência do Estado.
Por fim, não existe um modelo de administração pública divisionalizada (letra D). O termo di-
visional é utilizado no âmbito da administração para se referir a uma estrutura organizacio-
nal baseada em departamentos especializados conforme produtos, serviços, mercados ou
processos.
Letra c.

015. (UFMT/AUXILIAR ADMINISTRATIVO/PREVICÁCERES/2016) Leia a situação hipotética


abaixo para responder à questão.
Um assistente administrativo desempenha suas atribuições em uma autarquia que está imple-
mentando novos modelos de gestão, em busca da eficiência e melhoria do atendimento das
necessidades dos clientes.
Essa autarquia acompanha a reforma administrativa iniciada em 1995, que veio à tona com o
intuito de pôr fim às práticas clientelistas do antigo modelo, isto é, instalar uma administração
pautada nos “princípios da nova gestão pública” (new public management).
A reforma envolveu a delimitação mais precisa da área de atuação do Estado; a distinção entre
as atividades do núcleo estratégico; a separação entre a formulação de políticas e sua execu-
ção; maior autonomia para as atividades executivas exclusivas do Estado que adotará a forma
de “agências executivas”; maior autonomia para os serviços sociais e científicos que o Estado

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presta; a descentralização dos serviços sociais para estados e municípios etc. (c.f. Bresser
Pereira, 1999).
A elaboração de mecanismos efetivos de motivação dos servidores, assim como o alinhamen-
to das atividades de gestão de pessoas às estratégias organizacionais e às diretrizes traçadas
pelos governos passam a configurar emergentes desafios para a política de gestão de recur-
sos humanos no setor público. Propõe-se, então, a orientar os esforços para planejar, captar,
desenvolver e avaliar, nos diferentes níveis da organização e das pessoas que dela participam,
os conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias à consecução de seus objetivos (c.f.
Brandão e Guimarães, 2001).
Os três primeiros parágrafos do texto referem-se à implantação de qual modelo da Administra-
ção Pública no Brasil?
a) Patrimonialista
b) Burocrática
c) Gerencial
d) Mecanicista

O texto da questão aponta características da administração pública gerencial. A Administra-


ção Pública Gerencial constitui um avanço, e, até certo ponto, um rompimento com a Adminis-
tração Pública burocrática. Isso não significa, entretanto, que negue todos os seus princípios.
Pelo contrário, a Administração Pública Gerencial está apoiada na anterior, da qual conserva
alguns de seus princípios fundamentais, como a admissão segundo rígidos critérios de mérito,
a existência de um sistema estruturado e universal de remuneração, as carreiras, a avaliação
constante de desempenho, o treinamento sistemático.
A grande novidade trazida pela administração pública gerencial é a forma de controle, que dei-
xa de basear-se nos processos para concentrar-se nos resultados. Algumas características da
administração pública gerencial:
• É orientada para o cidadão e para a obtenção de resultados;
• Pressupõe que os políticos e os funcionários públicos são merecedores de um grau real
ainda que limitado de confiança ( flexibilização);
• Como estratégia, serve-se da descentralização e do incentivo à criatividade e à inovação;
• O instrumento mediante o qual se faz o controle sobre os órgãos descentralizados é o
contrato de gestão.
A alternativa correta é a letra C. Outros modelos apresentados nas alternativas possuem ca-
racterísticas distintas das que foram apresentadas no enunciado. A burocracia está caracteri-
zada por impessoalidade, foco em procedimentos, apego às normas e procedimentos, dentre
outros. Já o patrimonialismo se apoia na corrupção e nepotismo.

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As organizações que adotam o tipo mecanicista (ou mecanístico) utilizam o modelo burocrá-
tico legal-racional de Weber, que valorizam a lealdade e a obediência a superiores.
Letra c.

016. (FGV/ANALISTA JUDICIÁRIO/TJ GO/2014) Após a crise fiscal do final da década de 70,
governos de diversas partes do mundo buscaram elaborar mudanças que pudessem tornar
a máquina pública menos custosa e mais eficiente. Esse conjunto de mudanças, dissemina-
das pelas administrações da maioria dos países ocidentais e formalizado mais tarde por Cris-
topher Hood, em 1991, ficou conhecido como:
a) administração patrimonialista;
b) nova governança pública;
c) nova gestão pública;
d) burocracia weberiana;
e) teoria da escolha racional.

A administração gerencial tem sua origem relacionada com as mudanças ocorridas nas ad-
ministrações públicas de alguns países a partir da década de 1970 (Estados Unidos, Inglater-
ra, Nova Zelândia e Austrália). Por isso, comumente, as provas fazem menção a outros três
termos sinônimos da administração pública gerencial: New Public Management (NPM), que
significa Nova Gestão Pública (NGP) e modelo pós-burocrático.
Christopher Hood (1991)8 foi quem primeiro formulou o conceito de “Nova Gestão Pública”,
enumerando sete elementos principais desse modelo de gestão: profissionalização da gestão
nas organizações públicas; padrões de desempenho e medidas de avaliação com objetivos
mensuráveis e claramente definidos; ênfase no controle e nos resultados; desagregação das
grandes unidades do setor público; introdução da competição no setor público; uso de práticas
de gestão do setor privado; ênfase na disciplina e na utilização dos recursos, cortando custos
e procurando maior eficiência e economia.
No Brasil, o Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado (PDRAE) definiu a “Administração
Pública gerencial” como “resposta, de um lado, à expansão das funções econômicas e sociais
do Estado e, de outro, ao desenvolvimento tecnológico e à globalização da economia mundial,
uma vez que ambos deixaram à mostra os problemas associados à adoção do modelo anterior”
(BRASIL, 1995)9.
Em 1998, o Conselho Latino-Americano para o Desenvolvimento (CLAD), objetivando fazer
uma adaptação da experiência da NGP nos países em países anglo-saxônicos, anunciou um
documento em que apresentou as características que deveriam ser observadas para a imple-
mentação da “Nova Gestão Pública” na América Latina, conforme segue: profissionalização da
8
HOOD, C. Public management for all seasons? In: Public Administration, Londres, v.69, n. 01, 1991, p. 03-19.
9
BRASIL. MARE. Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado. Brasília: MARE, 1995.

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alta burocracia; transparência e responsabilização; descentralização na execução dos serviços


públicos; desconcentração organizacional nas atividades exclusivas do Estado; controle dos
resultados; novas formas de controle; duas formas de unidades administrativas autônomas:
agências que realizam atividades exclusivas de Estado e agências descentralizadas, que atu-
am nos serviços sociais e científicos; orientação da prestação dos serviços para o cidadão-
-usuário; modificar o papel da burocracia com relação à democratização do Poder público
(CLAD, 1999)10.
Esse movimento, iniciado na Europa, América do Norte e Oceania, chega também na América
Latina e, segundo Norberto Bobbio11, em resposta à recessão acentuada pela qual alguns pa-
íses atravessavam na década de 80, fazendo com que os formuladores de políticas públicas
de alguns países iniciassem as críticas ao “Estado de serviços sociais”, ou seja, ao modelo
burocrático.
Letra c.

017. (VUNESP/ANALISTA JUDICIÁRIO/TJ PA/2014) São considerados fatores decisivos


para agravar a crise do modelo de intervenção estatal, ocorrida nos anos 70 e 80, e a conse-
quente tendência, no âmbito mundial, em favor de uma Reforma do Estado que buscasse a
modernização e a agilização da Administração Pública:
a) crise fiscal do Estado, crise de governabilidade e a emergência da globalização e das inova-
ções tecnológicas.
b) crise fiscal do Estado, crise de governabilidade e a emergência dos tigres asiáticos.
c) crise fiscal do Estado, crise cambial e a emergência dos tigres asiáticos.
d) ataques especulativos às economias em desenvolvimento, crise de governabilidade e a
emergência da globalização e das inovações tecnológicas.
e) ataques especulativos às economias em desenvolvimento, crise cambial e a crise dos mer-
cados imobiliários norte-americano e europeu.

Segundo escreve Paludo (2016)12, o mundo mudou, a sociedade mudou e as pessoas muda-
ram, assim como a economia das nações apresentou grandes mudanças e tecnologias inu-
sitadas surgiram. A competitividade das nações, a eficiência na administração e a busca por
resultados se tornaram palavras de ordem.
Para o autor, o Estado político estava em crise e procurava redefinir seu papel. Era necessário
que a Administração Pública também mudasse para dar conta de atender às exigências da
nova ordem mundial, e à expansão das funções econômicas e sociais do Estado.

10
CENTRO LATINO-AMERICANO DE ADMINISTRAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO - CLAD. Uma nova gestão pública para a
América Latina. In: Revista do Serviço Público, Brasília, ano 50, n. 01, Janeiro/Março, 1999, p.121-144.
11
BOBBIO, N. Dicionário de política. Brasília: Universidade de Brasília. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2000.
12
PALUDO, A. V. Administração pública. 5.ed. rev., atual. e ampl. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2016.

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José Matias Pereira destaca quatro fatores socioeconômicos que contribuíram decisivamen-
13

te para agravar a crise do Estado gerada no pós-guerra:


1. Crise econômica mundial: iniciada em meados dos anos 70, foi-se agravando ao longo dos
anos 80. As economias da maioria dos países enfrentaram um grande período recessivo, sem
o retorno aos índices de crescimento econômico atingidos nas décadas de 50 e 60.
2. Crise fiscal do Estado: após várias décadas de crescimento, apoiada no modelo econômi-
co proposto por Keynes, a maioria dos governos não tinha mais como financiar seus déficits.
À medida que ficavam mais endividados, os governos elevavam a carga tributária para cobrir
os déficits, mas sem necessariamente manter serviços de qualidade ou até mesmo melhorá-
-los. Essa situação provocou uma grande revolta nos contribuintes, principalmente porque eles
não conseguiam enxergar uma relação direta entre o acréscimo nos tributos e a melhoria dos
serviços públicos. Ou seja, havia um problema de conflito de interesses: enquanto os Estados
estavam sobrecarregados de atividades e com recursos escassos para realizá-las, a socieda-
de organizada não queria perder tudo o que já havia conquistado.
3. Crise de governabilidade: os governos mostravam-se incapazes para resolver os problemas
econômicos e sociais de seus países, o que levou diversos deles a sofrerem crise de gover-
nabilidade.
4. Emergência da globalização e das inovações tecnológicas: as profundas transformações
que ocorreram na economia e no setor produtivo também refletiram no Estado. Com o aumen-
to do número de empresas transnacionais e os grandes fluxos financeiros e internacionais,
os Estados nacionais tiveram seus controles enfraquecidos, o que implicou perda de parcela
significativa de poder de definição de suas políticas macroeconômicas.
Letra a.

018. (FEPESE/ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO/MPE SC/2014) Os valores de produtivi-


dade, orientação ao serviço, descentralização, eficiência na prestação de serviços, marketiza-
tion e accountability fazem parte do modelo:
a) logístico de administração pública.
b) gerencial de administração pública.
c) patrimonialista de administração pública.
d) burocrático de administração pública.
e) de recursos humanos de administração pública.

O enunciado da questão traz diversas características do modelo gerencial. Vejamos:


• É orientado, predominantemente, pelos valores da eficiência, qualidade e produtividade
na prestação de serviços públicos.
13
PEREIRA, J. M. Reforma do Estado e controle da corrupção no Brasil. Caderno de Pesquisas em Administração, São Paulo,
v. 12, n. 2, p. 1-17, abril/junho 2005.

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• Inclui a necessidade de reduzir custos e aumentar a qualidade dos serviços, tendo o


cidadão como beneficiário. Assim, desloca a ênfase dos procedimentos (meios) para os
resultados (fins), com orientação para o cidadão-cliente.
• No plano da estrutura organizacional, privilegia a descentralização de funções e a redu-
ção dos níveis hierárquicos. Exige formas flexíveis de gestão, horizontalização de estru-
turas e o incentivo à criatividade e inovação, envolvendo, portanto, maior discricionarie-
dade para as autoridades administrativas.
• Preconiza a separação entre a formulação e a execução das políticas públicas. Essa
separação é considerada essencial para garantir a cobrança de resultados e estabelecer
maior transparência da informação sobre a gestão pública (accountability).
A expressão “marketization” é o termo usual para referenciar a utilização de mecanismos de
mercado dentro da esfera pública.
Letra b.

019. (FEPESE/ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO/MPE SC/2014) A administração públi-


ca gerencial tem como características conceituais:
1. eficiência e eficácia.
2. competitividade.
3. patrimonialismo.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
a) É correta apenas a afirmativa 1.
b) É correta apenas a afirmativa 2.
c) São corretas apenas as afirmativas 1 e 2.
d) São corretas apenas as afirmativas 2 e 3.
e) São corretas as afirmativas 1, 2 e 3.

1. Certo. Fique atento para o fato de que que não há mudança na amplitude, mas deslocamen-
to da ênfase dos controles de processos “a priori” para controle de resultados “a posteriori”.
É importante destacar que não há substituição por completa do controle.
No modelo burocrático, o controle é essencialmente por processos ou procedimentos (a prio-
ri). Na administração gerencial, altera-se a ênfase para o controle de resultados (a posteriori),
mas o controle de processos continua a existir. Assim, na administração pública gerencial
temos a característica tanto da eficiência quanto da eficácia (resultados).
2. Certo. A administração pública gerencial pratica a competição administrada no interior do
próprio Estado, quando há a possibilidade de estabelecer concorrência entre unidades internas.
A competitividade no interior das estruturas organizacionais públicas se justifica como sendo
a chave para menores custos e melhores padrões. Essa competição pode trazer ganhos de

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eficiência e efetividade ao sistema, já que a disputa obriga a uma utilização mais racional dos
recursos e porque a tendência é aumentar o leque de serviços à disposição dos cidadãos.
3. Errado. O patrimonialismo, apesar de ser uma prática ainda existente na administração pú-
blica gerencial, não é uma característica conceitual desse modelo. A administração patrimo-
nialista era baseada nos Estados absolutistas firmados nos séculos XVII e XVIII, quando o
patrimônio do monarca se confundia com o patrimônio público.
Letra c.

020. (IBFC/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRE AM/2014) “A ideia neoliberal de substituir a Administra-


ção burocrática pela Administração gerencial depende em grande parte”:
a) Da diminuição da discricionariedade e da maior liberdade decisória aos dirigentes.
b) Do fortalecimento do Princípio da Legalidade e da observância dos limites impostos impli-
citamente pela Constituição.
c) Da ampliação da discricionariedade, diminuindo, todavia, a liberdade decisória dos dirigentes.
d) Da ampliação da discricionariedade e da maior liberdade decisória dos dirigentes.

O autor Klaus Frey14 leciona que no modelo gerencial existe uma separação clara entre a esfera
política, onde são tomadas as decisões políticas e dadas as diretrizes básicas para os gesto-
res públicos, e a esfera administrativa, dinamizada através da concessão de ampla liberdade
gerencial, é considerada essencial para garantir a cobrança de resultados e estabelecer trans-
parência e condições de accountability, que tanto fazem falta em países como o Brasil, com
sistemas políticos denominadas de democracias delegativas.
Assim, uma questão importante a se mencionar no modelo gerencial é a autonomia. O PDRAE,
por exemplo, enfatiza que essa autonomia e discricionariedade não é para o estabelecimento
de metas e objetivos, mas na liberdade de ação para que essas metas e objetivos preestabele-
cidos sejam alcançados.
Letra d.

021. (IBFC/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRE AM/2014) Com relação à chamada “Administração


Pública Gerencial”, assinale a alternativa INCORRETA:
a) Envolve maior discricionariedade para as autoridades administrativas.
b) Acarreta menos autonomia administrativa e orçamentária.
c) Substitui o controle formal pelo controle de resultados.
d) Seu principal instrumento é o contrato de gestão.

14
FREY, K. Governança urbana e participação pública. RAC-Eletrônica, v. 1, n. 1, art. 9, p. 136-150, Jan./Abr. 2007.

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a) Certa. No modelo gerencial de administração pública existe uma concessão de ampla liber-
dade gerencial, considerada essencial para garantir a cobrança de resultados e estabelecer
transparência e condições de accountability.
b) Errada. No modelo gerencial de administração pública existe uma concessão de ampla li-
berdade gerencial, considerada essencial para garantir a cobrança de resultados e estabelecer
transparência e condições de accountability.
c) Certa. Enquanto a administração burocrática enfatiza a forma de controle baseada nos pro-
cessos, a administração gerencial concentra-se nos resultados.
d) Certa. No modelo gerencial predomina o controle sobre as unidades descentralizadas, por
meio da pactuação de resultados e de condições e meios para atingi-los, mediante contrato de
gestão e mecanismos que viabilizem o controle social, por meio de conselhos de usuários e
mecanismos de consulta ao cidadão.
Letra b.

022. (FGV/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO/DPE MT/2015) As opções a seguir apresen-


tam pontos fundamentais do modelo de administração pública gerencial, à exceção de uma.
Assinale-a.
a) Foco nos cidadãos, como beneficiários da administração.
b) Avaliação do desempenho, como instrumento efetivo de gestão.
c) Ênfase na inovação, como característica básica de gestão.
d) Foco em processos, como instrumento de controle.
e) Busca de resultados, como fator determinante de gestão.

Dentre as características do modelo gerencial, temos:


• Inclui a necessidade de reduzir custos e aumentar a qualidade dos serviços, tendo o
cidadão como beneficiário. Assim, desloca a ênfase dos procedimentos (meios) para os
resultados (fins), com orientação para o cidadão-cliente (letra A).
• Exerce o controle gerencial sobre as unidades descentralizadas por meio da pactuação
de resultados e de desempenhos, com condições e meios para atingi-los, mediante con-
trato de gestão e mecanismos que viabilizem o controle social, por meio de conselhos
de usuários e mecanismos de consulta ao cidadão (letra B).
• No plano da estrutura organizacional, privilegia a descentralização de funções e a re-
dução dos níveis hierárquicos. Exige formas flexíveis de gestão, horizontalização de
estruturas e o incentivo à criatividade e inovação, envolvendo, portanto, maior discricio-
nariedade para as autoridades administrativas (letra C).

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• Contrapõe-se à ideologia do formalismo e do rigor técnico da burocracia tradicional. En-


quanto a administração burocrática concentra o controle nos processos e procedimento
(controle a priori), a administração gerencial enfatiza a forma de controle baseada nos
resultados (controle a posteriori) (letra E).
Como se percebe, a ênfase nos processos e procedimentos é característica do modelo buro-
crático (letra D).
Letra d.

023. (FGV/ANALISTA/IBGE/2016) A trajetória histórica da Administração Pública no Brasil,


após 1930, revela um conjunto de fatores que justificaram a criação e a implementação do
modelo gerencial a partir de meados da década de 90.
A justificativa para a adoção do modelo gerencial NÃO pode ser atribuída:
a) à crise fiscal, caracterizada pela crescente perda do crédito por parte do Estado;
b) à dificuldade em administrar as crescentes expectativas em relação à política de bem-estar;
c) ao esgotamento da estratégia estatizante de intervenção do Estado;
d) à falência da estratégia de substituição de importações;
e) à necessidade de fortalecer o papel do Estado como responsável pelo desenvolvimento
econômico e social.

As principais ideias da administração gerencial eram: definição precisa de objetivos, maior


autonomia ao gestor na utilização dos recursos e controle a posteriori de resultados.
Vamos analisar a alternativa que não apresenta uma atribuição da administração gerencial:
a) Certa. Entre os motivos que levaram à necessidade de uma reforma administrativa para
uma gestão mais gerencial está o fato de que o Estado se desviou de suas funções básicas
para ampliar sua presença no setor produtivo, o que acarretou, além da gradual deterioração
dos serviços públicos, a que recorre, em particular, a parcela menos favorecida da população,
o agravamento da crise fiscal e, por consequência, a inflação.
b) Certa. Nos anos 70, o Estado de Bem-estar Social começa a enfrentar dificuldades, surgindo
a necessidade de um Estado mais gerencial.
c) Certa. O esgotamento da estratégia estatizante de intervenção do Estado se reveste de
várias formas: o fracasso do Estado de Bem-estar Social, estratégia de substituição de impor-
tações e estatismo nos países comunista. Esses fatores desencadearam a necessidade por
reformas na administração pública.
d) Certa. Como comentamos na alternativa anterior, a falência do programa de substituição de
importações gerou problemas na gestão da administração público, ocasionando necessidade
de mudanças.
e) Errada. A reforma do Estado deve ser entendida dentro do contexto da redefinição do papel
do Estado, que deixa de ser o responsável direto pelo desenvolvimento econômico e social

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pela via da produção de bens e serviços, para fortalecer-se na função de promotor e regulador
desse desenvolvimento.
Letra e.

024. (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRF 3ª REGIÃO/2016) Sobre os objetivos e caracterís-


ticas do Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, implementado nos anos 1990, no
âmbito federal, considere:
I – Publicização, que corresponde à assunção, pelo Estado, dos serviços próprios do denomi-
nado Núcleo Estratégico.
II – Flexibilização, oferecendo aos gestores maior autonomia e estabelecendo o controle e
cobrança de resultados a posteriori.
III – Desestatização, que compreende a privatização, a terceirização e a desregulamentação.
Está correto o que consta APENAS em
a) I.
b) I e II.
c) II.
d) II e III.
e) III.

I – Errado. O PDARE previa a publicização dos serviços não exclusivos do Estado, ou seja, sua
transferência do setor estatal para o público não estatal, em que assumiriam a forma de orga-
nizações sociais. Logo, o erro é afirmar que eram os serviços do núcleo estratégico do Estado
que seriam publicizados.
II – Certo. O PDRAE previa uma administração gerencial para o país, de forma a flexibilizar as
ações dos gestores públicos, com mais autonomia e foco no controle dos resultados.
III – Certo. O PDRAE previa menor interferência do Estado, por meio do processo de desestati-
zação, que já tinha sido iniciado com as privatizações no final dos anos 80 e início dos anos 90.
Outros mecanismos foram previstos de desestatização, tais como, a terceirização e a desregu-
lamentação. A desregulamentação é a remoção ou a simplificação das regras e regulamenta-
ções governamentais que restringem a operação das forças de mercado.
Letra d.

025. (FCC/ANALISTA EM RECURSOS HUMANOS/ALMS/2016) Um marco importante no


contexto evolutivo da Administração pública no Brasil foi o Plano Diretor da Reforma do Apa-
relho do Estado, levado a cabo a partir de meados dos anos 1990 pelo então Ministro Bresser
Pereira. O modelo de atuação do Estado, preconizado pela referida reforma, contempla, entre
suas premissas,

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a) explorar de forma direta atividades econômicas, como indutor do crescimento fiscal.


b) adotar o modelo desenvolvimentista, por intermédio da denominada publicização.
c) atuar mais fortemente nas atividades de fomento, regulação e controle.
d) estabelecer parcerias com as entidades do terceiro setor, para a privatização de setores
como saúde e educação.
e) implantar o modelo gerencial, que preconiza maior centralização das atividades pela União.

Como consequência da redução do papel de executor direto, o Estado agora exerce o papel de
regulamentar, fiscalizar, fomentar (atividades exclusivas do Estado).
a) Errada. A ideia era reduzir o papel do estado em seu papel de executor ou prestador dire-
to de serviços, mantendo-se, entretanto, no papel de regulador e provedor ou promotor des-
ses serviços.
b) Errada. O modelo desenvolvimentista vigorou no Brasil entre 1930 e 1960. A publicização foi
exatamente um movimento contrário a esse movimento, entendida como a descentralização
para o setor público não-estatal da execução de serviços que não envolvem o exercício do
poder de Estado.
d) Errada. A saúde e a educação correspondem ao setor onde o Estado atua simultaneamente
com outras organizações públicas não-estatais e privadas. Logo, temos aqui o instituto da
publicização, e não privatização. A privatização ocorre quando o governo vende empresas es-
tatais para a iniciativa privada, ou seja, transforma uma instituição estatal em privada. É uma
forma de se desfazer de uma empresa estatal quando a mesma não gera lucros ou quando a
mesma causa prejuízos ao orçamento do Estado.
e) Errada. O modelo gerencial preconiza a descentralização, e não a centralização. A adminis-
tração pública gerencial é baseada em conceitos atuais de administração e eficiência, voltada
para o controle dos resultados e descentralizada para poder chegar ao cidadão.
Letra c.

026. (FCC/ASSISTENTE DE GESTÃO PÚBLICA/PREF. RECIFE/2019) No processo de evolu-


ção da Administração pública, o modelo de administração burocrática representou
a) um avanço em relação ao precedente modelo patrimonialista, passando a enfatizar a meri-
tocracia e combater o clientelismo.
b) um retrocesso em relação ao modelo clássico, com o abandono da especialização da Admi-
nistração e aumento das práticas de nepotismo.
c) um movimento de horizontalização das estruturas, com redução de níveis hierárquicos e
aumento da flexibilização dos controles.
d) uma etapa antecedente ao modelo gerencial, porém já aplicando diversos conceitos deste,
notadamente os controles de resultados.

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e) um período de pouca valorização das competências técnicas, com ausência de separação


entre o patrimônio dos governantes e do Estado.

É isso, mesmo! Surgiu com o objetivo de combater a corrupção e o nepotismo patrimonialista,


passando a adotar a meritocracia e combater o clientelismo.
b) Errada. Pelo contrário, a partir da administração burocrática é que se buscou a especializa-
ção da Administração.
c) Errada. Houve uma forte verticalização das estruturas, com aumento de níveis hierárquicos
e aumento dos controles.
d) Errada. Os controles de resultados surgiram no modelo gerencial.
e) Errada. Totalmente o contrário. Houve o aumento da valorização das competências técnicas
e a separação entre o patrimônio dos governantes e do Estado.
Letra a.

027. (FCC/ANALISTA LEGISLATIVO/ALESE/2018) Com a reforma administrativa implemen-


tada nos anos de 1990, cujo marco institucional-legal corresponde à Emenda Constitucional
n. 19/98, enfatizou-se a contratualização de resultados como forma de fomentar a busca da
qualidade, utilizando instrumentos como o contrato de gestão, fundado no binômio:
a) custo de oportunidade e custo de mobilização, aferindo qual prepondera em determinada
atividade administrativa.
b) fixação de metas de desempenho e ampliação de autonomia gerencial, orçamentária e
financeira.
c) essencialidade do serviço e atratividade econômica para exploração, determinando aqueles
que devem ser privatizados.
d) avaliação técnica e avaliação popular, buscando a composição ideal entre economicidade
e eficiência.
e) excelência de atuação e redução de custos, objetivando o alcance do denominado ponto
ótimo de gestão.

A questão apresenta uma das alterações propostas à Constituição Federal Brasileira pela
Emenda Constitucional n. 19/1998, o § 8º do Art. 37:

Art. 37, § 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da adminis-
tração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administra-
dores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou
entidade, cabendo à lei dispor sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
I – o prazo de duração do contrato;

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II – os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade
dos dirigentes;
III – a remuneração do pessoal.
O tema também é tratado na Lei de Responsabilidade Fiscal criada em 2000:

Art. 47. A empresa controlada que firmar contrato de gestão em que se estabeleçam objetivos e
metas de desempenho, na forma da lei, disporá de autonomia gerencial, orçamentária e financeira,
sem prejuízo do disposto no inciso II do § 5º do art. 165 da Constituição.
Portanto, verifica-se que o contrato de gestão, instrumento da reforma gerencial, procura ofe-
recer a ampliação de autonomia gerencial, orçamentária em detrimento da fixação de metas
de desempenho.
Letra b.

028. (FCC/ANALISTA EM GESTÃO/DPE AM/2018) A evolução do modelo de Administração


pública ocorrida no Brasil a partir dos anos de 1930, passou pela superação do modelo patri-
monialista, a partir da implementação do modelo burocrático, este que, entre as modificações
implementadas,
a) adotou um sistema de descentralização e horizontalização das relações de subordinação.
b) superou a rigidez formal do modelo anterior, com flexibilização das estruturas de competên-
cias e atribuições funcionais.
c) buscou a superação do clientelismo e a adoção de critérios de meritocracia e profissionali-
zação dos servidores.
d) substituiu o critério de controle apriorístico por controle dos resultados almejados.
e) superou a rigidez do modelo anterior, com a introdução de maior mobilidade funcional e
outras formas de ingresso dos servidores.

Vamos analisar cada alternativa.


a) Errada. O modelo burocrático é centralizador e vertical, com uma estrutura altamente
enrijecida.
b) Errada. O modelo burocrático possui rigidez formal, diferentemente do modelo anterior (pa-
trimonialista).
c) Certa. O modelo burocrático buscou erradicar as práticas clientelistas e o nepotismo, ado-
tando, para isso, critérios de seleção de pessoal baseados na meritocracia e na profissionali-
zação do seu quadro de servidores.
d) Errada. O modelo burocrático é que adota o controle a priori (controle de processos e pro-
cedimentos). O controle dos resultados almejados ocorre com o modelo posterior (gerencial).

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e) Errada. O modelo anterior não era rígido. Foi o próprio modelo burocrático que buscou, pela
rigidez, controlar os abusos cometidos pela gestão patrimonialista.
Letra c.

029. (FCC/ASSISTENTE TÉCNICO DE DEFENSORIA/DPE AM/2018) A reforma do aparelho


do Estado, implementada em meados dos anos 1990, buscava um novo paradigma para a atu-
ação da Administração pública. Nesse sentido, entre outras medidas, preconizava a transferên-
cia de serviços públicos não exclusivos a entidades privadas sem fins lucrativos, as quais eram
qualificadas como organizações sociais, o que correspondeu ao mecanismo denominado
a) accountability.
b) desestatização.
c) governança.
d) publicização.
e) privatização.

A publicização constitui uma variedade de flexibilização, baseada na transferência para orga-


nizações públicas não estatais de atividades não exclusivas do estado, sobretudo nas áreas
da Saúde, Educação, Cultura, Ciência e Tecnologia e Meio Ambiente.
Vejamos a diferença entre privatização e publicização:
Privatização: significa transferir para o setor privado as atividades que podem ser controladas
pelo mercado (produção para o mercado). Incide sobre as empresas estatais.
Publicização: descentralização para o setor público não-estatal da execução de serviços que
não envolvem o exercício do poder de Estado, mas devem ser subsidiados pelo Estado. Incide
sobre serviços não exclusivos, como por exemplo, serviços de educação, saúde, cultura e pes-
quisa científica.
Letra d.

030. (FCC/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRT 15ª REGIÃO/2018) Atenção: A questão refere-se ao


Conteúdo Programático de Noções de Administração Geral e Pública.
O modelo de Administração gerencial que se procurou implementar no Brasil a partir do Plano
Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, nos idos de 1995, apresentou o conceito de publi-
cização, consistente
a) nos mecanismos de transparência e governança aplicáveis à Administração, com foco no
atendimento do cidadão.
b) no modelo oposto ao de privatização, mantendo sob a prestação direta do Estado todos os
serviços públicos.
c) na atuação do Estado na economia como indutor do crescimento, mediante a encampação
de atividades de interesse nacional.

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d) na criação de agências reguladoras e agências executivas, para substituírem os mecanis-


mos de regulação de mercado.
e) na transferência de serviços públicos não exclusivos para entidades não estatais, qualifica-
das como organizações sociais.

Vejamos a análise de cada alternativa.


a) nos mecanismos de transparência e governança aplicáveis à Administração, com foco no
atendimento do cidadão.
Errada. Realmente, o PDRAE visava o aumento da transparência e da governança com foco
no atendimento ao cidadão. A ideia era transformar a administração burocrática, rígida e ine-
ficiente, em estruturas mais leves e flexíveis, que pudessem atender melhor às demandas
do cidadão.
Vejam como isso é descrito no PDRAE:

(...) pretende-se reforçar a governança - a capacidade de governo do Estado - através da transição


programada de um tipo de administração pública burocrática, rígida e ineficiente, voltada para si pró-
pria e para o controle interno, para uma administração pública gerencial, flexível e eficiente, voltada
para o atendimento do cidadão.
Porém, esse não era o conceito de publicização, que significava a transferência de atividades
não exclusivas para o setor público não estatal.
b) no modelo oposto ao de privatização, mantendo sob a prestação direta do Estado todos os
serviços públicos.
Errada. A ideia da publicização não era manter sob a prestação direta do Estado todos os servi-
ços públicos. Seria a transferência para o setor público não estatal de serviços não exclusivos
do Estado, como, por exemplo, saúde e educação.
c) na atuação do Estado na economia como indutor do crescimento, mediante a encampação
de atividades de interesse nacional.
Errada. Um dos objetivos do PDRAE era que o Estado pudesse atuar como indutor do cresci-
mento, realmente, conforme podemos observar no excerto abaixo:

Finalmente, no longo prazo, espera-se que a reforma do aparelho do Estado produza as transforma-
ções fundamentais que viabilizem o novo Estado desejado, indutor e promotor do desenvolvimento
social e econômico do país.
Ocorre que a atuação do Estado, nesse ponto, não é o que engloba a estratégia da publiciza-
ção, que consiste na transferência de atividades não exclusivas do Estado para setores não
estatais da economia.
d) na criação de agências reguladoras e agências executivas, para substituírem os mecanis-
mos de regulação de mercado.

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Errada. A criação das agências reguladoras e executivas foi idealizada no PDRAE exatamente
visando fortalecer as funções de regulação e coordenação do Estado, mas esse não é o con-
ceito de publicização, conforme veremos abaixo.
e) na transferência de serviços públicos não exclusivos para entidades não estatais, qualifi-
cadas como organizações sociais.
Certa. A alternativa transcreveu parte do PDRAE, mormente quando são tratados os objetivos
para os serviços não exclusivos.
Letra e.

031. (FCC/ASSISTENTE TÉCNICO ADMINISTRATIVO/SEMF TERESINA/2016) Um dos mar-


cos significativos que pode ser apontado no processo de evolução histórica da Administração
pública no Brasil corresponde à criação do Departamento Administrativo do Serviço Público
– DASP, o qual
a) representou o modelo patrimonialista vigente à época, pautado pelo clientelismo.
b) ficou responsável pela implantação do modelo gerencial.
c) teve como missão a modernização da Administração ao influxo do modelo burocrático.
d) objetivou implantar o Plano Nacional de Desburocratização e a descentralização admi-
nistrativa.
e) decorreu da implantação do Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, representan-
do sua dimensão institucional.

Como vimos, e não cansamos de repetir, a criação do Departamento Administrativo do Servi-


ço Público - DASP pelo Decreto-lei n. 579, de 30 de julho de 1938, no Governo Getúlio Vargas,
representou a primeira reforma administrativa e tinha como objetivo principal realizar a moder-
nização administrativa do Estado.
Assim, representou o modelo burocrático, com tendências de racionalização e afirmação dos
princípios centralizadores e hierárquicos (influxo do modelo burocrático). Nesse período, tam-
bém se institui a função orçamentária como atividade formal e vinculação permanente ao
planejamento. Essa centralização é reforçada pela ênfase nas atividades-meio (atividades ad-
ministrativas) em detrimento das atividades-fim.
Logo, certa a letra C e erradas as letras A e B.
A letra D está errada, pois o Plano Nacional de Desburocratização acontece no ano de 1979.
Por fim, a letra E também está errada, já que o Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado
(PDRAE) é o plano que apresenta a reforma gerencial de 1995.
Letra c.

032. (FCC/ANALISTA EM RECURSOS HUMANOS/ALMS/2016) Na evolução da Administra-


ção pública no Brasil, assim como em outros países, verificou-se o abandono do paradigma

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burocrático e a implantação do modelo gerencial. São diferenças que podem ser apontadas
entre esses dois modelos:
I – No modelo burocrático o controle é a priori, enquanto no gerencial a ênfase é no controle
de resultados.
II – O modelo burocrático preconiza estrutura hierárquica rígida, enquanto o gerencial é mais
flexível, com redução de níveis e maior autonomia.
III – No modelo burocrático inexiste separação entre propriedade e a administração, sendo que
somente a partir do modelo gerencial é que foi introduzido o conceito de meritocracia.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I e III.
b) III.
c) II e III.
d) I e II.
e) II.

I – Certo. No modelo burocrático, o controle da Administração Pública é hierárquico e forma-


lista. A ênfase é no controle a priori, objetivando o combate aos desvios, fazendo com que o
controle muitas vezes interrompa os processos no seu início, o que contribui para a pouca agi-
lidade desses. Esse controle formal e a priori pressupõe que o agente público, antes de iniciar
seus atos, deve se certificar por meio de procedimentos legais e formais, de que aquele ato
está cumprindo as exigências estabelecidas (DI PIETRO, 2001)15.
No modelo gerencial, o controle é de resultados, realizado a partir de indicadores de desempenho.
II – Certo. A administração pública burocrática prega o formalismo, a rigidez e o rigor técnico.
Já a administração pública gerencial exige formas flexíveis de gestão, horizontalização de es-
truturas, descentralização de funções e incentivos à criatividade.
III – Errado. Vamos, desde logo, corrigir o item:
No modelo burocrático inexiste (existe) separação entre propriedade e a administração, sendo
que somente a partir do modelo gerencial (inclusive, nesse modelo) é que foi introduzido o con-
ceito de meritocracia.
A administração patrimonialista era baseada nos Estados Absolutistas firmados nos séculos
XVII e XVIII, quando o patrimônio do monarca se confundia com o patrimônio público. O mo-
delo de administração pública burocrática surge com o objetivo de combater a corrupção e
o nepotismo patrimonialista, que permeavam as administrações precedentes, sobretudo as
baseadas no modelo dos Estados Absolutistas.
O conceito de meritocracia foi introduzido pela gestão burocrática. A burocracia é uma organi-
zação na qual a escolha das pessoas é baseada no mérito e na competência técnica e não em
preferências pessoais. Esses critérios universais são racionais e levam em conta a competên-
15
DI PIETRO, M. S. Z. Direito Administrativo. 13.ed. São Paulo: Atlas, 2001.

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cia, o mérito e a capacidade do funcionamento da relação ao cargo ou função considerada. Daí


a necessidade de exames, concursos, testes e titulações para a admissão para funcionários.
Letra d.

033. (CEBRASPE/CESPE/AUDITOR DE CONTAS PÚBLICAS/TCE-PB/2018) A reforma da


administração pública conduzida durante o governo de Getúlio Vargas tinha por objetivo tor-
nar o Estado
a) mais profissional e menos patrimonialista, ou seja, um Estado autoritário e burocrático.
b) menos profissional e menos patrimonialista, isto é, um Estado de bem-estar social.
c) mais profissional e mais patrimonialista, ou seja, um Estado regulador.
d) mais patrimonialista e menos burocrático, ou seja, um Estado de bem-estar social.
e) menos patrimonialista e menos burocrático, isto é, um Estado regulador.

As primeiras medidas adotadas por Vargas foram de cunho saneador das finanças públicas
e de racionalização administrativa. A esse fato, seguiu-se uma significativa centralização no
nível político, econômico e administrativo, emergindo um Estado autoritário, que deu início ao
processo de modernização da Administração Pública e de industrialização do país.
A criação do Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP) pelo Decreto-lei n. 579,
de 30 de julho de 1938, no governo Getúlio Vargas, representou a primeira reforma administra-
tiva do Estado brasileiro (modelo burocrático).
Logo, a reforma da administração pública conduzida durante o governo de Getúlio Vargas ti-
nha por objetivo tornar o Estado mais profissional e menos patrimonialista, ou seja, um Estado
autoritário e burocrático.
b) Errada. O tema do Estado de Bem-Estar Social (Welfare State) no Brasil é bastante polêmico
e controverso. Alguns autores consideram que esse modelo não se instalou no Brasil. Já para
a corrente que enfatiza sua existência, esse sistema de proteção social brasileiro começa a se
estruturar a partir de 1930, sob o governo de Getúlio Vargas e perdurando até 1970. Então, até
poderia ser essa a alternativa correta, se não fosse a expressão “menos profissional”.
c) Errada. O Estado Regulador é aquele que atua de forma indireta na economia e na sociedade,
sempre com o intuito de atender ao interesse coletivo. Pode-se dizer que se situa entre o Esta-
do que se abstém (liberal) e o Estado que produz (social). Estaria vinculado ao modelo geren-
cial, e não burocrático. Ainda, o termo “mais patrimonialista” também invalida essa alternativa.
d) Errada. As expressões “mais patrimonialista” e “menos burocrático” invalidam a alternativa.
e) Errada. Conforme já mencionamos, os termos “menos burocrático” e “Estado regulador”
invalidam a alternativa.
Letra a.

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034. (CEBRASPE/CESPE/ANALISTA ADMINISTRATIVO/EBSERH/2018) A respeito da evo-


lução da administração pública brasileira, julgue o próximo item.
Durante o governo de Getúlio Vargas, implementou-se a chamada reforma burocrática, que
buscava fortalecer a meritocracia e a profissionalização na gestão pública.

Exatamente! A reforma burocrática foi implementada no Governo Vargas, nos anos 30, e teve
como um dos seus objetivos fortalecer a meritocracia e a profissionalização, para combater
a prática do nepotismo, caracterizado pelo uso dos cargos públicos como moeda de troca
de favores.
Certo.

035. (CEBRASPE/CESPE/TECNÓLOGO EM GESTÃO PÚBLICA/EBSERH/2018) Acerca da


evolução da administração pública no Brasil após 1930, julgue o item a seguir.
O Decreto-lei n. 200/1967 promoveu a transferência das atividades de produção de bens e ser-
viços para autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista.

De fato, o Decreto-Lei n. 200/1967 teve a intenção de superar a rigidez burocrática da admi-


nistração pública e com isso transferiu as atividades de produção de bens e serviços para as
entidades de administração indireta.
Certo.

036. (CEBRASPE/CESPE/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/TCE-MG/2018) De acordo


com o Plano Diretor da Reforma do Aparelho de Estado, um dos fatores para a crise do Estado
é o esgotamento da estratégia estatizante de intervenção do Estado. Nos países desenvolvi-
dos, essa estratégia estatizante é simbolizada pelo Estado
a) regulador.
b) burocrático.
c) patrimonial.
d) autoritário.
e) do bem-estar social.

O Estado do Bem-Estar Social caracterizou-se por ser um modelo excessivamente interventor.


Esse modelo surgiu nos países desenvolvidos no pós Segunda Guerra e objetivava diminuir a
tensão e os conflitos sociais gerados pelo capitalismo. Um modelo capitalista livre de inter-
venção estatal demonstrou ser gerador de desigualdades sociais, gerando tensões e conflitos.

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Assim, esse modelo sugere a intervenção do Estado para garantir padrões mínimos de saúde,
educação, habitação etc. Porém, o modelo ocasionou uma crise fiscal, derivada da incapacida-
de de o Estado conseguir manter essa estratégia estatizante por longos períodos.
Letra e.

037. (CEBRASPE/CESPE/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/TCE-PE/2017) Acerca da re-


definição do papel do Estado no Brasil e do modelo de Estado patrimonialista, julgue o se-
guinte item.
Com a reforma do Estado brasileiro, o Estado deixou de ser responsável direto pelo desenvol-
vimento econômico e social e tornou-se o seu regulador e promotor.

Segundo o PDRAE, a reforma do Estado deve ser entendida dentro do contexto da redefinição
do papel do Estado, que deixa de ser o responsável direto pelo desenvolvimento econômico
e social pela via da produção de bens e serviços, para fortalecer-se na função de promotor e
regulador desse desenvolvimento.
Certo.

038. (CEBRASPE/CESPE/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/TCE-PE/2017) Com relação


às políticas públicas no Estado brasileiro contemporâneo, julgue o item a seguir.
O Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, lançado em 1995, pautou-se na orientação
de substituir a burocracia tradicional, weberiana, por um modelo mais próximo das práticas de
gestão do setor privado e do modelo de Estado de bem-estar social.

A incorreção da afirmação está no seu final, já que o modelo de Estado de bem-estar social é
o modelo que se vincula à gestão pública burocrática, e não a gerencial, essa preconizada no
Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado (PDRAE).
A ideia principal do Estado de Bem-Estar é de um Estado que chama para si a solução dos
problemas sociais emergentes, principalmente por meio de sua principal característica, a inter-
venção direta nos domínios econômico, social e cultural. Assim, de acordo com os postulados
centrais do Estado de Bem-Estar Social, qualquer pessoa teria direito a cobertura da saúde e
da educação pública (serviços públicos), bem como auxílio em caso de desemprego e outros
benefícios (pagamentos em dinheiro). Ou seja, o Estado institucional, com base em critérios
igualitários para a distribuição de recursos, produtos e serviços, efetua a redistribuição ade-
quada às necessidades como uma concepção de direitos que devem ser garantidos igualmen-
te a todos cidadãos. Daí ser chamado um modelo ou sistema institucional-redistributivo.
Errado.

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039. (CEBRASPE/CESPE/ANALISTA DE GESTÃO/TCE-PE/2017) Acerca da reforma do apa-


relho do Estado no Brasil, do modelo de Estado burocrático e da intermediação de interesses,
julgue o seguinte item.
De acordo com o Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado de 1995, o escopo da refor-
ma do aparelho do Estado é mais restrito do que o da reforma do Estado: enquanto o primeiro
está voltado para a eficiência da administração pública, orientando-a para a cidadania, o se-
gundo é um projeto amplo relacionado às várias áreas do governo e ao conjunto da sociedade
brasileira.

Segundo o PDRAE:

Entende-se por aparelho do Estado a administração pública em sentido amplo, ou seja, a estrutura
organizacional do Estado, em seus três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) e três níveis
(União, Estados-membros e Municípios). O aparelho do Estado é constituído pelo governo, isto é,
pela cúpula dirigente nos Três Poderes, por um corpo de funcionários e pela força militar.
O Estado, por sua vez, é mais abrangente que o aparelho, porque compreende adicionalmente o
sistema constitucional-legal, que regula a população nos limites de um território. O Estado é a orga-
nização burocrática que tem o monopólio da violência legal, é o aparelho que tem o poder de legislar
e tributar a população de um determinado território.
Esses conceitos permitem distinguir a reforma do Estado da reforma do aparelho do Estado. A re-
forma do Estado é um projeto amplo que diz respeito às várias áreas do governo e, ainda, ao con-
junto da sociedade brasileira, enquanto que a reforma do aparelho do Estado tem um escopo mais
restrito: está orientada para tornar a administração pública mais eficiente e mais voltada para a
cidadania.
A reforma do Estado deve ser entendida dentro do contexto da redefinição do papel do Estado, que
deixa de ser o responsável direto pelo desenvolvimento econômico e social pela via da produção
de bens e serviços, para fortalecer-se na função de promotor e regulador desse desenvolvimento.
Certo.

040. (CEBRASPE/CESPE/ANALISTA DE GESTÃO/TCE-PE/2017) Com relação à evolução da


administração pública, julgue o item subsequente.
O movimento conhecido como nova gestão pública foi introduzido no Brasil no governo de Fer-
nando Henrique Cardoso (1995!2002) com o objetivo de tornar a administração pública mais
efetiva, embora menos eficiente.

O movimento queria uma administração mais eficiente e com mais qualidade!


Segundo o PDRAE, a reforma do aparelho do Estado tem um escopo mais restrito: está orien-
tada para tornar a administração pública mais eficiente e mais voltada para a cidadania.
Errado.

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041. (CEBRASPE/CESPE/ANALISTA DE GESTÃO/TCE-PE/2017) No que se refere a aspec-


tos históricos da administração pública brasileira, julgue o item a seguir.
A adoção de procedimentos sistemáticos para contratações públicas foi introduzida, no Brasil,
juntamente com a nova administração pública, na década de 90 do século passado, seguindo-
-se a lógica do new public management, adotada na Inglaterra na década anterior.

Não sabemos a que tipo de contratações públicas o examinador se refere: contratações no


âmbito da gestão de pessoas (concursos públicos) ou no âmbito de compras (licitações e
contratos). Ainda assim, ambos não foram introduzidos, no Brasil, juntamente com a nova ad-
ministração pública.
A adoção por concurso público remonta à década de 1930, no governo Vargas. Já no âmbito
das compras no setor público temos o Decreto n. 2.926, de 1862 (segundo reinado), primeira
norma que regulamentava as compras e alienações. Algumas alterações ocorreram no decorrer
do tempo, como em 1987 (governo Sarney), com os Decretos–lei n. 2.348/1987 e 2.360/1987.
Logo, incorretas as duas perspectivas e, portanto, incorreto o item.
Errado.

042. (CEBRASPE/CESPE/ANALISTA DE GESTÃO/TCE-PE/2017) Com relação à evolução da


administração pública, julgue o item subsequente.
Durante o governo de Juscelino Kubitschek (JK), visando dar maior agilidade ao alcance
dos objetivos do plano de metas, a administração indireta passou a participar ativamente da
execução das políticas de governo, uma vez que a administração direta era tida como lenta
e defasada.

De 31 de janeiro de 1956 até 31 de janeiro de 1961, Juscelino Kubitschek de Oliveira assume


o poder. O governo de Juscelino Kubitscheck foi conhecido como “Estado desenvolvimentis-
ta”, tendo como lema desenvolver “50 anos em 5”. Nesse sentido, foram criadas estruturas
paralelas na Administração indireta como forma de contornar os problemas da centralização
e rigidez presentes na Administração direta sem, no entanto, criar conflitos que uma eventual
reforma representaria.
Essas estruturas paralelas eram mais flexíveis, tecnocráticas e modernas. Com efeito, insti-
tuiu-se o Conselho de Desenvolvimento, que atuava através de grupos de executivos respon-
sáveis por orientar e dirigir as estruturas especializadas.
Ainda, foram criadas comissões especiais, como a Comissão de Estudos e Projetos Adminis-
trativos (CEPA), que visava realizar estudos para simplificação dos processos administrativos
e reformas ministeriais, e a Comissão de Simplificação Burocrática (COSB), que visava à ela-
boração de projetos direcionados para reformas globais e descentralização de serviços.

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Por oportuno, destacamos que esse intuito acabou por provocar um exagero das autonomias
às entidades administrativas (Administração Indireta).
Certo.

043. (CEBRASPE/CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRE PE/2017) A reforma do aparelho do


Estado inclui a dimensão institucional-legal, que visa
a) aumentar a governabilidade do Estado por meio da capacidade administrativa de governar
com efetividade e eficiência.
b) suprimir os elementos patrimonialistas existentes no Estado para implantar uma adminis-
tração por objetivos.
c) mudar a mentalidade, que passe da desconfiança generalizada que caracteriza a administra-
ção burocrática para uma confiança maior, própria da administração gerencial.
d) descentralizar a estrutura organizacional por meio da criação de novos formatos organiza-
cionais, como as agências executivas e as regulatórias e as organizações sociais.
e) ampliar a autonomia e introduzir três novas formas de responsabilização dos gestores: ad-
ministração por resultados, competição administrada por excelência e controle social.

Segundo o PDRAE, a estratégia de transição para uma administração pública gerencial previa
na dimensão institucional-legal a elaboração de projeto de lei que permitiria a “publicização”
dos serviços não exclusivos do Estado, ou seja, sua transferência do setor estatal para o pú-
blico não estatal, onde assumiriam a forma de “organizações sociais”.
O Projeto das Organizações Sociais tinha como objetivo permitir a descentralização de ati-
vidades no setor de prestação de serviços não exclusivos, nos quais não existem o exercício
do poder de Estado, a partir do pressuposto que esses serviços seriam mais eficientemen-
te realizados se, mantendo o financiamento do Estado, fossem realizados pelo setor público
não estatal.
Entende-se por “organizações sociais” as entidades de direito privado que, por iniciativa do Po-
der Executivo, obtêm autorização legislativa para celebrar contrato de gestão com esse poder,
e assim ter direito à dotação orçamentária.
As organizações sociais teriam autonomia financeira e administrativa, respeitadas condições
descritas em lei específica como, por exemplo, a forma de composição de seus conselhos de
administração, prevenindo-se, deste modo, a privatização ou a feudalização dessas entidades.
Elas receberiam recursos orçamentários, podendo obter outros ingressos através da presta-
ção de serviços, doações, legados, financiamentos etc.
As entidades que obtivessem a qualidade de organizações sociais gozariam de maior autono-
mia administrativa, e, em compensação, seus dirigentes teriam maior responsabilidade pelo
seu destino. Por outro lado, buscava-se, através das organizações sociais, uma maior partici-
pação social, na medida em que elas seriam objeto de um controle direto da sociedade através

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de seus conselhos de administração recrutados no nível da comunidade à qual a organização


servisse. Adicionalmente, buscava-se uma maior parceria com a sociedade, que deveria finan-
ciar uma parte menor, mas significativa, dos custos dos serviços prestados.
A transformação dos serviços não exclusivos estatais em organizações sociais ocorreria de
forma voluntária, a partir da iniciativa dos respectivos ministros, através de um Programa Na-
cional de Publicização, nos quais teriam prioridade os hospitais, as universidades e escolas
técnicas, os centros de pesquisa, as bibliotecas e os museus.
Letra d.

044. (CEBRASPE/CESPE/ANALISTA ADMINISTRATIVO DE PROCURADORIA/PGE PE/2019)


Acerca da evolução da administração pública no Brasil, julgue o item a seguir.
A reforma administrativa estabelecida pelo Decreto-Lei n.º 200/1967 centralizou a execução
das atividades da administração federal evitando o descontrole dos gastos públicos.

Na realidade, a reforma administrativa estabelecida pelo Decreto-Lei n. 200/1967 descentrali-


zou a execução das atividades da administração federal. Vejamos:

Art. 10. A execução das atividades da Administração Federal deverá ser amplamente descentrali-
zada.
Portanto, em 1967, tivemos centralização política, centralização de recursos e descentraliza-
ção administrativa.
Errado.

045. (CEBRASPE/CESPE/ANALISTA ADMINISTRATIVO DE PROCURADORIA/PGE PE/2019)


Acerca da evolução da administração pública no Brasil, julgue o item a seguir.
O Decreto-Lei n. 200/1967 representou uma primeira tentativa de reforma gerencial que pro-
curou substituir a administração pública burocrática por uma administração voltada para o
desenvolvimento.

Foi em 1967, por meio do Decreto-Lei n. 200/1967, que surge a primeira tentativa de reforma
gerencial, ou seja, voltada para os resultados, e não mais para os processos.
Certo.

046. (CEBRASPE/CESPE/ANALISTA DE GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS/SLU DF/2019)


No que se refere à administração pública do modelo racional-legal ao paradigma pós-burocrá-
tico, julgue o item seguinte.
Servindo aos níveis governamentais federal, estadual e municipal, a reforma gerencial visava
enfatizar a profissionalização e o uso de práticas de gestão do setor privado.

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De acordo com Paludo (2013), no âmbito da reforma gerencial, desenha-se um cenário em que
o setor público e o setor privado devem caminhar juntos na busca de soluções para o atendi-
mento das demandas sociais e para a melhoria na prestação dos serviços públicos. Tanto é
que a Administração Pública adapta o Modelo de Excelência da Gestão (MEG) voltado para o
setor privado e cria o MEG-P.
Certo.

047. (CS UFG/ASSISTENTE LEGISLATIVO/ALEGO/2015) Na década de 1930, com o nas-


cimento da República Nova, houve uma tentativa de profissionalizar a Administração Pública
brasileira com a criação do Departamento de Administração do Serviço Público – DASP. Por
intermédio do DASP, promoveu-se a estruturação básica do aparelho administrativo instituin-
do-se, por exemplo, o concurso público e as regras para admissão. Tal modelo buscou moder-
nizar a máquina pública e ficou conhecido como
a) modelo burocrático.
b) modelo patrimonialista.
c) modelo gerencial.
d) modelo do novo serviço público.

A primeira Reforma Administrativa no Brasil ocorre na década de 1930, no Governo de Getúlio


Vargas, onde temos a criação do Conselho Federal do Serviço Público Civil, posteriormente
denominado DASP (Departamento Administrativo do Serviço Público).
Essa reforma teve como característica básica a ênfase nos meios (atividades de administra-
ção geral) mais do que dos próprios fins (atividades substantivas).
Lembremos que a reforma administrativa do Presidente Getúlio Vargas adotou o modelo buro-
crático na administração Pública brasileira, na tentativa de conter a corrupção e o nepotismo
presente no modelo patrimonial.
Letra a.

048. (CS UFG/ASSESSOR TÉCNICO LEGISLATIVO/CM GOIÂNIA/2018) No plano diretor da


reforma do aparelho do Estado de 1995, a expressão “aparelho do Estado” pode ser subs-
tituída por:
a) Administração pública lato sensu.
b) Nação.
c) Estado unitário.
d) Administração científica.

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Segundo o PDRAE (Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado), que surgiu em 1995 para
combater uma crise de governança que a Administração Pública brasileira estava enfrentando,
um diagnóstico apontou que ainda persistiam práticas patrimonialistas e disfunções da buro-
cracia, que deviam ser equacionadas e superadas.
Na sua página 41, o PDRAE definiu o que seria o Aparelho do Estado ou Administração Pública
lato senso, compreendendo:
a) um núcleo estratégico ou governo, constituído pela cúpula dos três poderes,
b) um corpo de funcionários,
e (c) uma força militar e policial.
Letra a.

049. (CS UFG/ASSESSOR TÉCNICO LEGISLATIVO/CM GOIÂNIA/2018) Qual seria o papel


do núcleo estratégico do aparelho do Estado previsto na reforma administrativa de 1995?
a) Definir as leis e as políticas públicas, exigindo o seu cumprimento.
b) Prestar serviços exclusivos do Estado, as chamadas “atividades exclusivas”.
c) Permitir a atuação do povo simultaneamente com outras organizações na entrega dos ser-
viços públicos.
d) Contar com a atuação das empresas com atividades econômicas voltadas ao lucro, mas
pertencentes ao Estado.

Segundo o PDRAE, o aparelho do Estado previsto na reforma administrativa de 1995 é dividido


em quatro setores:
• NÚCLEO ESTRATÉGICO
• ATIVIDADES EXCLUSIVAS
• SERVIÇOS NÃO EXCLUSIVOS
• PRODUÇÃO DE BENS E SERVIÇOS PARA O MERCADO
Sobre o NÚCLEO ESTRATÉGICO, esse corresponde ao governo, em sentido lato. É o setor que
define as leis e as políticas públicas, e cobra o seu cumprimento. É portanto o setor onde as
decisões estratégicas são tomadas. Corresponde aos Poderes Legislativo e Judiciário, ao Mi-
nistério Público e, no poder executivo, ao Presidente da República, aos ministros e aos seus
auxiliares e assessores diretos, responsáveis pelo planejamento e formulação das políticas
públicas. No núcleo estratégico a propriedade tem que ser necessariamente estatal.
Sobre as demais alternativas:
b) Prestar serviços exclusivos do Estado, as chamadas “atividades exclusivas”.
Errada. ATIVIDADES EXCLUSIVAS é outro setor definido pelo PDRAE.

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c) Permitir a atuação do povo simultaneamente com outras organizações na entrega dos ser-
viços públicos.
Errada. Característica do setor SERVIÇOS NÃO EXCLUSIVOS, onde o Estado atua simultanea-
mente com outras organizações públicas não estatais e privadas.
d) Contar com a atuação das empresas com atividades econômicas voltadas ao lucro, mas
pertencentes ao Estado.
Errada. Não é característica do NÚCLEO ESTRATÉGICO.
Letra a.

050. (CS UFG/ADMINISTRADOR/IF GOIANO/2014) As mudanças na gestão pública promo-


vidas pela reforma do Estado enfraqueceram determinadas atividades da administração e for-
taleceram outras. Atividades que se fortaleceram foram as de
a) organização e implementação.
b) capacitação e fiscalização.
c) regulação e coordenação.
d) controle de processos e centralização da decisão.

Segundo o PDRAE, a reforma do Estado deve ser entendida dentro do contexto da redefinição
do papel do Estado, que deixa de ser o responsável direto pelo desenvolvimento econômico e
social, para se tornar seu promotor e regulador.
O Estado assume um papel menos executor ou prestador direto de serviços mantendo-se,
entretanto, no papel de regulador e provedor destes. Nesta nova perspectiva, busca-se o forta-
lecimento das suas funções de regulação e de coordenação, particularmente no nível federal,
e a progressiva descentralização vertical, para os níveis estadual e municipal, das funções
executivas no campo da prestação de serviços sociais e de infraestrutura.
Considerando essa tendência, pretende-se reforçar a governança – a capacidade de governo
do Estado – por meio da transição programada de um tipo de administração pública burocráti-
ca, rígida e ineficiente, voltada para si própria e para o controle interno, para uma administração
pública gerencial, flexível e eficiente, voltada para o atendimento da cidadania. Para isso, será
necessária uma mudança em três planos: no plano institucional-legal, através da reforma da
Constituição e das leis do país; no plano cultural, através da internalização de uma nova visão
do que seja a administração pública; e no plano da gestão, onde afinal se concretiza a reforma.
Letra c.

051. (CS UFG/ADMINISTRADOR/IF GOIANO/2014) Pode-se afirmar que o discurso que sus-
tentou a reforma administrativa na década de 1990 no Brasil foi
a) antiliberal.
b) antigerencial.

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c) anticorrupção.
d) antiburocrático.

A crise da administração pública burocrática teve início ainda no regime militar. O modelo,
além de não ter sido capaz de eliminar o patrimonialismo, implementou um sistema de recru-
tamento de administradores através das empresas estatais, em detrimento da consolidação
de uma burocracia profissional. Adotou-se a burocracia e a sua eficiência como uma alterna-
tiva ao modelo patrimonialista de administração do Estado. Entretanto, no momento em que
o pequeno Estado liberal do século XIX deu definitivamente lugar ao grande Estado social e
econômico do século XX, verificou-se que não garantia nem rapidez, nem boa qualidade, nem
custo baixo para os serviços prestados ao público (PEREIRA, 1996)16.
Da análise do Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado infere-se que o modelo geren-
cial buscava superar a fase burocrática, já sem aplicabilidade prática no sistema adminis-
trativo brasileiro. No entanto, destaca-se que esse documento visava à superação da forma
burocrática de administrar o Estado, o que não implica necessariamente o rompimento com
as suas características.
Letra d.

052. (CONSULPLAN/ANALISTA DE POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO GOVERNAMENTAL/


ITABAIANA/2010) A ação governamental obedecerá ao planejamento que vise a promoção
do desenvolvimento econômico-social do País e a Segurança Nacional, compreendendo a ela-
boração e a atualização dos seguintes instrumentos básicos, EXCETO:
a) Prestação de contas da gestão pública.
b) Plano geral de governo.
c) Programas gerais, setoriais e regionais, de duração plurianual.
d) Orçamento-programa anual.
e) Programação financeira de desembolso.

A questão é uma reprodução do art. 7º do Decreto-lei n. 200/1967 (literalidade da lei):

Art. 7º A ação governamental obedecerá a planejamento que vise a promover o desenvolvimento


econômico-social do País e a segurança nacional, norteando-se segundo planos e programas elabo-
rados, na forma do Título III, e compreenderá a elaboração e atualização dos seguintes instrumentos
básicos:
a) plano geral de governo;
b) programas gerais, setoriais e regionais, de duração plurianual;
c) orçamento-programa anual;

16
PEREIRA, L. C. B. Revista do Serviço Público, n. 47, janeiro-abril, 1996.

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d) programação financeira de desembolso.
Assim, não consta no dispositivo legal a elaboração e atualização de “prestação de contas da
gestão pública”.
Letra a.

053. (CONSULPLAN/ESTAGIÁRIO/MPE PA/2019) A Emenda Constitucional n. 19/98 ficou


conhecida como a Reforma do Estado, por introduzir práticas de administração pública geren-
cial no Direito Público brasileiro. Assinale a alternativa que advém dessas novas práticas.
a) Obediência à legalidade.
b) Parceria público-privada.
c) Contratos de compra e venda.
d) Prestação de serviços públicos.

Em 1998, a Emenda Constitucional n. 19 - conhecida como emenda da reforma administrativa


– foi aprovada na tentativa de corrigir algumas distorções produzidas pelo retrocesso burocrá-
tico dos legisladores constituintes de 1988.
E uma das práticas que foram introduzidas foi a publicização, que ocorreu no setor de Serviços
Não Exclusivos (idealizado no PDRAE):
• SERVIÇOS NÃO EXCLUSIVOS. Corresponde ao setor onde o Estado atua simultanea-
mente com outras organizações públicas não-estatais e privadas. As instituições desse
setor não possuem o poder de Estado (hospitais, escolas).
Essa perspectiva de publicização tinha como objetivos:
• Transferir para setor não estatal, num processo de publicização, transformando as fun-
dações públicas em organização sociais, entidades de direito privado, sem fins lucrati-
vos.
• Atribuir maior autonomia e responsabilidade aos dirigentes.
• Viabilizar o controle social, efetuar parcerias com a sociedade, aumentando a eficiência
e a qualidade dos serviços, atendendo melhor ao cidadão-cliente a um custo menor.
Com relação às atividades auxiliares ou de apoio, como limpeza, vigilância, transporte,
serviços técnicos e manutenção, seriam submetidas à licitação pública e contratadas
com terceiros.
Logo, nossa resposta é a letra B (Parceria Público-Privada - PPP).
Letra b.

054. (CONSULPLAN/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRF 2ª REGIÃO/2017) “A Administração Pública


representa o aparelhamento do Estado e funciona como instrumento do governo para planejar,
organizar, dirigir e controlar todas as ações administrativas, com o objetivo de dar plena e cabal
satisfação das necessidades coletivas básicas. Como dizia Weber, a Administração Pública

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envolve todo o aparato administrativo com que nações, estados e municípios se moldam para
cuidar do interesse coletivo e entregar à população uma ampla variedade de serviços públicos
capazes de melhorar a qualidade de vida em geral.” (CHIAVENATO, Idalberto. Administração
Geral e Pública – 3ª ed. Barueri, SP: Manole, 2012.)
Considerando o inserto transcrito anteriormente apenas como motivador e com base em co-
nhecimentos a respeito da evolução da Administração Pública e a Reforma do Estado no Bra-
sil, assinale a alternativa INCORRETA.
a) A Reforma do Estado tornou-se imperativa nos anos 90, em resposta, também, à crise ge-
neralizada do Estado, sendo caracterizada como uma forma de defender o Estado enquanto
res publica (coisa pública), enquanto patrimônio que, sendo público, é de todos e para todos.
b) A Reforma do Estado tem, dentre seus objetivos, a busca do fortalecimento das funções
de regulação e de coordenação do Estado, particularmente em nível federal, e a progressiva
descentralização para os níveis estadual e municipal, das funções executivas no campo da
prestação de serviços sociais e de infraestrutura.
c) A Reforma do Estado envolve múltiplos aspectos dentre os quais podem ser citados: o ajus-
te fiscal que visa devolver ao Estado a capacidade de definir e implementar políticas públicas;
a liberalização comercial em que o Estado abandona a estratégia protecionista da substituição
de importações; e, as privatizações em que se transfere para o setor público não-estatal a pro-
dução dos serviços competitivos ou não-exclusivos de Estado, estabelecendo-se um sistema
de parceria entre Estado e sociedade.
d) A Reforma do Estado deve ser concebida na perspectiva de redefinição do papel do Estado,
o que pressupõe o reconhecimento prévio das modificações observadas em suas atribuições
ao longo do tempo; no fato de que seus princípios e características não devem ser confundidos
com os da administração de empresas privadas; e, no conhecimento de que a administração
pública evoluiu através de três modelos básicos: a administração pública patrimonialista, a bu-
rocrática e a gerencial, formas que se sucederam no tempo, sem que, no entanto, qualquer uma
delas fosse inteiramente abandonada.

A questão se baseia no PDRAE (Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado).


a) Certa. Segundo o PDRAE (p.14):

A reforma do aparelho do Estado tornou-se imperativa nos anos 90 por uma segunda razão. Não
apenas ela se constituiu em uma resposta à crise generalizada do Estado, mas também está sendo
caracterizada como uma forma de defender o Estado enquanto res publica, enquanto coisa pública,
enquanto patrimônio que, sendo público, é de todos e para todos.

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b) Certa. Segundo o PDRAE (p.13):

Nesta nova perspectiva, busca-se o fortalecimento das funções de regulação e de coordenação do


Estado, particularmente no nível federal, e a progressiva descentralização vertical, para os níveis
estadual e municipal, das funções executivas no campo da prestação de serviços sociais e de infra-
estrutura.
c) Errada. É o programa de publicização que transfere para o setor público não estatal a produ-
ção dos serviços competitivos ou não exclusivos, e não o programa de privatização. Segundo
o PDRAE (p. 13):

A reforma do Estado envolve múltiplos aspectos. O ajuste fiscal devolve ao Estado a capacidade
de definir e implementar políticas públicas. Através da liberalização comercial, o Estado abandona
a estratégia protecionista da substituição de importações. O programa de privatizações reflete a
conscientização da gravidade da crise fiscal e da correlata limitação da capacidade do Estado de
promover poupança forçada através das empresas estatais. Através desse programa transfere-se
para o setor privado a tarefa da produção que, em princípio, este realiza de forma mais eficiente.
Finalmente, através de um programa de publicização, transfere-se para o setor público não estatal a
produção dos serviços competitivos ou não exclusivos de Estado, estabelecendo-se um sistema de
parceria entre Estado e sociedade para seu financiamento e controle.
d) Certa. Segundo o PDRAE (pgs. 14 e 15):

A reforma do aparelho do Estado não pode ser concebida fora da perspectiva de redefinição do
papel do Estado e, portanto, pressupõe o reconhecimento prévio das modificações observadas em
suas atribuições ao longo do tempo. Desta forma, partindo-se de uma perspectiva histórica, verifi-
camos que a administração pública - cujos princípios e características não devem ser confundidos
com os da administração das empresas privadas - evoluiu através de três modelos básicos: a ad-
ministração pública patrimonialista, a burocrática e a gerencial. Estas três formas se sucedem no
tempo, sem que, no entanto, qualquer uma delas seja inteiramente abandonada.
Letra c.

055. (CONSULPLAN/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRE RJ/2017) A reforma do Estado dos anos


1990 modificou a administração pública, implementando uma cultura gerencial calcada em
uma gestão voltada para ferramentas e métodos provenientes da iniciativa privada. A adesão
à cultura gerencial, oriunda dessa reforma, estimula cada vez mais a participação de consul-
torias privadas com o intuito de gerar informações imprescindíveis para a tomada de deci-
sões dos gestores públicos e apoiar a elaboração de programas de gestão. No caso brasileiro,
quais foram os resultados mais visíveis da reforma do Estado no âmbito do controle das pri-
vatizações?
a) Os programas GPRA.
b) As agências reguladoras.
c) Os novos mecanismos de mercado.
d) Os centros de responsabilidade e governança.
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No âmbito do controle das privatizações da reforma gerencial, surgiu a importante figura das
agências reguladoras.
Essas agências reguladoras foram introduzidas sob a forma de autarquias, com personalidade
jurídica de direito público, fazendo parte integrante da Administração Pública Indireta, como
uma forma de descentralizar o serviço que foi subtraído da administração centralizada. To-
davia, são autarquias especiais, dotadas de prerrogativas próprias e caracterizadas por sua
autonomia em relação ao Poder Público.
São entes públicos criados por lei específica para desempenhar atividades típicas da Admi-
nistração Pública, que demandem mais eficiência no funcionamento e na sua gestão, quer
administrativa ou financeira, sendo, portanto, consideradas figuras imprescindíveis ao melhor
desempenho das atividades públicas. Portanto, as agências reguladoras são espécies do gê-
nero autarquia, já que possuem as mesmas características, exceto pelo fato de se submete-
rem a um regime especial.
O regime regulatório inaugurado com as privatizações constituiu verdadeira reforma de Esta-
do, pois este regime caracteriza-se pela redefinição do papel do Estado na economia e, através
de delegação legislativa, sob o modelo de autarquias especiais, cria-se um novo poder entre os
poderes, exercido por novas agências reguladoras.
Letra b.

056. (CONSULPLAN/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRE MG/2013) Atualmente, é possível identi-


ficar pelo menos três formas de administração do Estado brasileiro: a administração patrimo-
nialista, a administração pública burocrática e a administração pública gerencial ou pós-bu-
rocrática. Esta última decorre de novas tarefas atribuídas ao poder público no Estado Social,
decorrentes da Constituição de 1988, entre elas a prestação de diversos serviços públicos,
como educação e saúde; regulação de atividades passíveis de externalidades, como a vigilân-
cia sanitária e a proteção ao meio ambiente, as diferentes políticas sociais voltadas ao comba-
te às desigualdades. Essas novas tarefas requerem uma maior eficiência da máquina pública
com características que considerem seus custos e uma administração menos hierárquica e
mais flexível, tendo por objetivo a melhoria da qualidade dos serviços prestados ao cidadão.
Em relação às características mais relevantes da administração pública gerencial, analise.
I – Sistemas de gestão e controle centrados em resultados e procedimentos.
II – Menor autonomia gerencial do administrador público.
III – Avaliação e divulgação de efeitos e/ou produtos e resultados tornam-se chaves para iden-
tificar políticas e serviços públicos mais efetivos.
IV – Estruturas de poder mais centralizadas e hierárquicas, permitindo maior rapidez e econo-
mia na prestação de serviços e a participação dos usuários.

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V – Contratualização de resultados a serem alcançados com explicitação mais clara de apor-


tes para sua realização.
VI – Incentivos ao desempenho superior, inclusive financeiro.
VII – Criação de novas figuras institucionais para a realização de serviços que não configuram
atividades exclusivas de Estado, com PPP (Parcerias Público-Privadas), Organizações Sociais
e Oscips (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) que podem estabelecer parce-
rias com o poder público.
Estão corretas apenas as afirmativas
a) II, V e VII.
b) II, VI e VII.
c) III, IV, V e VII.
d) III, V, VI e VII.
e) I, II, IV, V e VI.

Preliminarmente, vejamos as principais características do modelo gerencial de administra-


ção pública:
Características:
• Orientação para o cidadão-cliente;
• Controle por resultados;
• Competição administrada;
• Inspira-se na gestão privada, sem, contudo, com essa se confundir;
• Relaciona-se com o interesse da coletividade e não com o aparato do Estado;
• Redução do formalismo;
• Flexibilização do modo de administrar;
• Descentraliza a administração;
• Visão de qualidade e eficiência dos serviços públicos;
• Concentra-se nos resultados (item III);
• Definição precisa dos objetivos;
• Garantia de autonomia do administrador na gestão dos recursos humanos, materiais e
financeiros;
• Controle ou cobrança a posteriori dos resultados;
• Maior participação dos agentes privados e sociedade civil (itens V e VII);
• Desloca a ênfase dos procedimentos – meios - para os resultados – fins;
• Foco nas demandas da população;
• Incentivo à criatividade e à inovação (item VI);
• Brasil é o primeiro país em desenvolvimento a adotar o modelo;
• Superação da forma burocrática de administrar, sem romper com algumas de suas ca-
racterísticas.
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Assim, corrigindo os itens incorretos, temos:


I – Sistemas de gestão e controle centrados em resultados e procedimentos.
Errado. Os sistemas de gestão e controle possuem deslocamento de ênfase: dos procedimen-
tos para os resultados.
II – Menor autonomia gerencial do administrador público.
Errado. Há a garantia de autonomia do administrador na gestão dos recursos humanos, mate-
riais e financeiros.
IV – Estruturas de poder mais centralizadas e hierárquicas, permitindo maior rapidez e economia
na prestação de serviços e a participação dos usuários.
Errado. O modelo gerencial descentraliza a administração, justamente para permitir maior rapi-
dez e economia na prestação de serviços e a participação dos usuários.
Letra d.

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Adriel Sá
Professor de Direito Administrativo, Administração Geral e Administração Pública em diversos cursos
presenciais e telepresenciais. Servidor público federal da área administrativa desde 1999 e, atualmente,
atuando no Ministério Público Federal. Formado em Administração de Empresas pela Universidade Federal
de Santa Catarina, com especialização em Gestão Pública. Foi militar das Forças Armadas por 11 anos,
sempre atuando nas áreas administrativas. É coautor da obra “Direito Administrativo Facilitado” e autor da
obra “Administração Geral e Pública - Teoria Contextualizada em Questões”, ambas publicadas pela Editora
Juspodivm.

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