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AULA 01
ASSUNTOS :
- Breve histórico da Administração Pública no Brasil. ( Slides 1 a 26 ).
- Modelos de gestão pública: Patrimonialista, Burocrático e Gerencial.
- Evolução da Administração Pública no Brasil e Reformas Administrativas.
- Retrocesso Burocrático.
- DASP, Decreto 200/67 , PDRAE, Governo 2002.
- Governança, Governabilidade, Accountability.
- Teoria da Burocracia.
Brinde:
Natureza e evolução do pensamento administrativo ( Abordagens
Administrativas, Escolas da Administração).
ATENÇÃO:
Assim, partindo-se de uma perspectiva histórica,
verifica-se que a administração pública evoluiu
através de três modelos básicos: a
administração pública patrimonialista, a
burocrática e a gerencial. Essas três formas se
sucedem no tempo, sem que, no entanto,
qualquer uma delas seja inteiramente
abandonada.
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NO BRASIL
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
PATRIMONIALISTA
01 – Conceito: Patrimonialismo vem de patrimônio, do
latim patrimonium – em seu sentido original, conjunto
dos bens paternos, herança familiar.
Em linhas gerais, trata-se de uma forma de dominação
política comum em regimes absolutistas, em que o
governante não diferencia bens particulares de públicos,
tratando a administração como assunto pessoal.
Nas sociedades anteriores ao advento do Capitalismo e da
Democracia, o Estado aparecia como um ente
“privatizado”, no sentido de que não havia uma distinção
clara, por parte dos governantes, entre o patrimônio
público e o seu próprio patrimônio privado.
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
PATRIMONIALISTA
O Rei ou Monarca estabelecia seu domínio sobre o país
de forma absoluta, não aceitando limites entre a rés
publica e a rés principis. Ou seja, a “coisa pública” se
confundia com o patrimônio particular dos
governantes, pois não havia uma fronteira muito bem
definida entre ambas.
Nessas condições, o aparelho do Estado funcionava
como uma extensão do poder do soberano, e os seus
auxiliares, servidores, possuíam status de nobreza
real. Os cargos eram considerados prebendas, ou
seja, títulos passíveis de negociação, sujeitos à
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
PATRIMONIALISTA
A corrupção e o nepotismo eram inerentes a esse tipo de
administração. O foco não se encontrava no atendimento das
necessidades coletivas mas, sobretudo, nos interesses
particulares do soberano e de seus auxiliares.
Este cenário muda no final do século XIX, no momento em que o
capitalismo e a democracia se tornam dominantes. Mercado
e Sociedade Civil passam a se distinguir do Estado. Neste novo
momento histórico, a administração patrimonialista torna-se
inaceitável, pois não mais cabia um modelo de administração
pública que privilegiava uns poucos em detrimento de muitos.
As novas exigências de um mundo em transformação, com o
desenvolvimento econômico que se seguia, trouxeram a
necessidade de reformulação do modo de gestão do Estado.
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
PATRIMONIALISTA
Resumo: A Administração patrimonialista caracteriza-
se por uma gestão estritamente firmada pela
tradição onde o gestor toma decisões conforme seu
prazer, sua simpatia ou sua antipatia, e de acordo
com pontos de vista puramente pessoais,
sobretudo suscetíveis de se deixarem influenciar
por preferências também pessoais. A administração
do Estado e suas instituições, sob o princípio do
patrimonialismo é uma questão puramente pessoal
do gestor público, inexistindo, por este motivo,
uma clara diferenciação entre as esferas pública e
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
PATRIMONIALISTA
Numa gestão do tipo patrimonialista o quadro
administrativo é constituído de dependentes pessoais
do gestor (familiares ou funcionários pessoais) ou de
parentes, amigos (favoritos), ou ainda por pessoas que
lhe estejam ligadas por um vínculo de fidelidade (troca
de favores). As relações que dominam o quadro
administrativo não são as do dever ou a disciplina
objetivamente ligada ao cargo, mas à fidelidade pessoal
do servidor ao gestor. Neste modelo de gestão a
separação entre assuntos públicos e privados, entre
patrimônio público e privado desaparecem com a
difusão do sistema de prebendas e apropriações.
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
PATRIMONIALISTA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
PATRIMONIALISTA
TEORIA BUROCRÁTICA
05 Conceito: Segundo essa teoria, um homem pode ser
pago para agir e se comportar de certa maneira
preestabelecida, a qual lhe deve ser explicada, muito
minuciosamente e, em hipótese alguma, permitindo
que suas emoções interfiram no seu desempenho. A
Sociologia da Burocracia propôs um modelo de
organização e os administradores não tardaram em
tentar aplicá-los na prática em suas empresas. A partir
daí, surge a Teoria da Burocracia na Administração.
Então a burocracia é uma forma de organização que se
baseia na racionalidade, isto é, na adequação dos
meios aos objetivos (fins) pretendidos, a fim de garantir
a máxima eficiência possível no alcance dos objetivos.
TEORIA BUROCRÁTICA
5.1 – Origem : A Teoria Burocrática desenvolveu-se dentro da
administração nos anos 40, principalmente em função dos seguintes
aspectos:
1 - A fragilidade e parcialidade tanto da Teoria Clássica como da Teoria
das Relações Humanas, que não possibilitam uma abordagem global,
integrada e envolvente dos problemas organizacionais;
2 - A necessidade de um modelo de organização racional capaz de
caracterizar todas as variáveis envolvidas, bem como, o
comportamento dos membros dela participantes, é aplicável não
somente à fábrica, mas a todas as formas de organização humana e
principalmente às empresas;
3 - O crescente tamanho e complexidade das empresas passam a exigir
modelos organizacionais bem mais definidos;
4 - O ressurgimento da Sociologia da Burocracia, a partir da descoberta
dos trabalhos de Max Weber, o seu criador.
TEORIA BUROCRÁTICA
Weber identifica três fatores principais que favorecem o
desenvolvimento da moderna burocracia:
• O desenvolvimento de uma economia monetária: Na
Burocracia, a moeda assume o lugar da remuneração
em espécie para os funcionários, permitindo a
centralização da autoridade e o fortalecimento da
administração burocrática;
• O crescimento quantitativo e qualitativo das tarefas
administrativas do Estado Moderno;
• A superioridade técnica – em termos de eficiência –
do tipo burocrático de administração: serviu como
uma força autônoma para impor sua prevalência.
TEORIA BUROCRÁTICA
5.2 Características da burocracia segundo Weber: para Weber a
burocracia é a organização eficiente por excelência, explicando nos
mínimos detalhes como as coisas deverão ser feitas. As
características:
1- Caráter legal das normas e regulamentos.
2- Caráter formal das comunicações.
3- Caráter racional e divisão do trabalho.
4- Impessoalidade nas relações.
5- Hierarquia de autoridade.
6- Rotinas e procedimentos padronizados.
7- Competência técnica e meritocracia.
8- Especialização da administração.
9- Profissionalização dos participantes.
TEORIA BUROCRÁTICA
5.3 - Vantagens da Burocracia: Weber viu inúmeras razões para
explicar o avanço da burocracia sobre as outras formas de
associação.
• Racionalidade em relação ao alcance dos objetivos da organização;
• Precisão na definição do cargo e na operação, pelo conhecimento
exato dos deveres;
• Rapidez nas decisões, pois, cada um conhece o que deve ser feito,
por quem e as ordens e papéis tramitam através de canais
preestabelecidos;
• Univocidade de interpretação garantida pela regulamentação
específica e escrita. A informação é discreta, já que é passada
apenas a quem deve recebê-la;
• Uniformidade de rotinas e procedimentos que favorece a
padronização, redução de custos e de erros, pois os procedimentos
TEORIA BUROCRÁTICA
• Continuidade da organização através da substituição do pessoal que é afastado;
• Redução no nível de atrito, entre as pessoas, pois cada funcionário conhece
aquilo que é exigido dele e quais os limites entre suas responsabilidade e as do
outro;
• Constância, pois os mesmos tipos de decisão devem ser tomados nas mesmas
circunstâncias;
• Subordinação dos mais novos aos mais antigos dentro de uma forma estrita e
bem conhecida, de modo que o supervisor possa tomar decisões que afetam o
nível mais baixo;
• Confiabilidade, pois o negócio é conduzido de acordo com regras conhecidas. As
decisões são previsíveis e o processo decisório elimina a discriminação pessoal;
• Benefícios sob o prisma das pessoas na organização, pois a hierarquia é
formalizada, o trabalho é dividido entre as pessoas de maneira ordenada, as
pessoas são treinadas para se tornarem especialistas em seus campos As pessoas
podem fazer carreira na organização em função de seu mérito pessoal e
competência técnica.
TEORIA BUROCRÁTICA
TRIPÉ FIP: foco na eficiência, controle dos processos.
Formalidade – a autoridade deriva de um conjunto de normas e leis,
expressamente escritas e detalhadas. O poder do chefe é restrito aos
objetivos propostos pela organização e somente é exercido no ambiente de
trabalho.
Impessoalidade – Os direitos e deveres são estabelecidos em normas. As
regras são aplicadas de forma igual a todos, conforme seu cargo em função na
organização. Segundo Weber, a Burocracia deve evitar lidar com as emoções e
as irracionalidades. As pessoas devem ser promovidas por mérito, e não por
ligações afetivas. O poder é ligado não às pessoas, mas aos cargos, só se tem
o poder em decorrência de estar ocupando um cargo.
Profissionalização – As organizações são comandadas por especialistas,
remunerados em dinheiro e não por reconhecimento em honraria
(recompensa por produtividade), contratados pelo seu mérito e seu
conhecimento (e não por laços afetivos ou emocional). O modelo burocrático
se caracterizou pela meritocracia na forma de contratação e promoção dos
TEORIA BUROCRÁTICA
Disfunções da Burocracia:
Internalização das regras e apego aos regulamentos
Excesso de formalismo e papelório
Resistência às mudanças.
Despersonalização dos relacionamentos
Categorização como base do processo decisório
Superconformidade às regras e às rotinas e procedimentos
Exibição de sinais de autoridade
Dificuldade no atendimento ao cliente e conflito com o
público
Racionalidade excessiva, visão mecanicista, sistema
fechado, conservadorismo teórico
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA BUROCRÁTICA
03 – Resumo:
Surge na segunda metade do século XIX, na época do
Estado liberal, como forma de combater a corrupção e o
nepotismo patrimonialista. Constituem princípios
orientadores do seu desenvolvimento a
profissionalização, a ideia de carreira, a hierarquia
funcional, a impessoalidade, o formalismo, em síntese, o
poder racional-legal.
Os controles administrativos implantados visam evitar a
corrupção e o nepotismo. A forma de controle é sempre
a priori, ou seja, controle dos procedimentos, das rotinas
que devem nortear a realização das tarefas.
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA BUROCRÁTICA
Abordagem
Clássica da
Administração.
Teoria da Ênfase na
Burocracia Estrutura
Abordagem
Estruturalista
Ênfase na
Teoria Estrutura, nas
Estruturalista pessoas e no
ambiente.
TEORIA ESTRUTURALISTA
06 – Origem: ao final da década de 1950 a oposição entre a
Teoria Clássica e a Teoria das Relações Humanas criou um
impasse na Administração que a Teoria da Burocracia não
teve condições de ultrapassar. A teoria estruturalista
significa um desdobramento da Teoria da Burocracia e
uma leve aproximação á Teoria das Relações Humanas.
Representa uma visão crítica da organização formal.
O estruturalismo esta voltada para o todo e para o
relacionamento das partes na constituição do todo. A
totalidade, a interdependência das partes e o fato de que
o todo é maior do que a soma das partes são as
características básicas do estruturalismo.
TEORIA ESTRUTURALISTA
Importante: enquanto a Teoria Clássica
caracteriza o homo economicus e a Teoria das
Relações Humanas o homem social, a Teoria
Estruturalista focaliza o homem
organizacional, sendo o homem que
desempenha diferentes papéis em várias
organizações. Algumas características do
homem organizacional são: flexibilidade,
tolerância as frustrações, permanente desejo
de realização entre outros.
TEORIA ESTRUTURALISTA
6.1 – Análise das Organizações: para estudar as organizações
os estruturalistas utilizam uma análise organizacional mais
ampla, pois pretendem conciliar a Teoria Clássica e a Teoria
das Relações Humanas, baseando-se também na Teoria da
Burocracia. Essa abordagem múltipla utilizada, envolve:
1- Tanto a organização formal como a informal.
2- Tanto as recompensas salariais e materiais, como as
recompensas sociais e simbólicas.
3- Todos os diferentes níveis hierárquicos de uma
organização.
4- Todos os diferentes tipos de organização.
5- As análises intraorganizacional e interorganizacional.
TEORIA ESTRUTURALISTA
6.2 Conclusão: a tentativa de conciliação e
integração dos conceitos clássicos e humanísticos,
a visão crítica do modelo burocrático, a ampliação
da abordagem das organizações envolvendo o
contexto ambiental e as relações
interorganizacionais, além de um
redimensionamento das variáveis organizacionais
internas e o avanço rumo á abordagem sistêmica
são aspectos que marcaram a teoria
estruturalista. Em resumo, o estruturalismo
representa uma trajetória á abordagem sistêmica.
ABORDAGEM COMPORTAMENTAL
07- Origem: a partir da década de 1950 se desenvolve
nos EUA, uma nova concepção de administração,
trazendo diferentes conceitos, variáveis e,
sobretudo, uma nova visão da teoria administrativa
baseada no comportamento humano nas
organizações. A abordagem comportamental,
também chamada Behaviorista, marca a mais
forte influência das ciências do comportamento na
teoria administrativa. Enquanto o estruturalismo
foi influenciado pela sociologia organizacional a
abordagem comportamental foi influenciada pela
ABORDAGEM COMPORTAMENTAL
7.1 Teoria Comportamental: a teoria comportamental ( teoria
behaviorista) da administração trouxe uma nova concepção
e um novo enfoque dentro da teoria administrativa: a
abordagem das ciências do comportamento, o abandono
das posições normativas das teorias anteriores(Clássica,
relações humanas e burocracia) e a adoção de posições
explicativas e descritivas. A ênfase permanece nas
pessoas, mas dentro do contexto organizacional mais
amplo. A teoria comportamental tem início com Herbert
Simon. Douglas McGregor, Rensis Linkert são autores
importantes dessa teoria. Dentro do campo de motivação
humana destacamos Abraham Maslow, Frederick Herzberg
ABORDAGEM COMPORTAMENTAL
7.2 Teoria do Desenvolvimento Organizacional:
a partir da teoria comportamental, um grupo
de cientistas sociais desenvolveu uma
abordagem moderna, democrática e variada
ao desenvolvimento planejado das
organizações, recebendo no nome de
desenvolvimento organizacional, que tem
como foco principal mudar as pessoas, a
natureza e a qualidade de suas relações de
trabalho. Sua ênfase esta na mudança de
ABORDAGEM COMPORTAMENTAL
7.3 Características do DO:
1- Focalização na organização como um todo.
2- Orientação sistêmica.
3- Agente de mudança.
4- Solução de problemas.
5- Aprendizagem experiencial.
6- Processo de grupo de desenvolvimento de equipes.
7- Retroação.
8- Desenvolvimento de equipes.
9- Enfoque interativo.
ABORDAGEM SISTÊMICA
8.1 – Origem :
O biólogo alemão Ludwig Von Bertalanffy elaborou por volta da década de
50 uma teoria interdisciplinar capaz de transcender aos problemas
exclusivos de cada ciência e proporcionar princípios gerais e modelos
gerais para todas as ciências envolvidas, de modo que as descobertas
efetuadas em cada ciência pudessem ser utilizadas pelas demais. Essa
teoria interdisciplinar - denominada Teoria Geral dos Sistemas -
demonstra o isomorfismo (estado ou qualidade de corpos iguais) das
várias ciências, permitindo maior aproximação entre as suas fronteiras e o
preenchimento dos espaços vazios entre elas.
Segundo essa teoria, os sistemas não podem ser compreendidos
plenamente apenas pela análise separada e exclusiva de cada uma de
suas partes. Ela se baseia na compreensão da dependência recíproca de
todas as disciplinas de e da necessidade sua integração.
Assim, os diversos ramos do conhecimento - até então estranhos uns aos
outros pela intensa especialização e isolamento consequente - passaram
a tratar seus objetivos de estudos como sistemas.
ABORDAGEM SISTÊMICA
8.2 – Abordagem sistêmica:
É uma metodologia que busca conjugar conceitos
de diversas ciências a respeito de determinado
objeto de pesquisa. É baseada na ideia de que
um determinado objeto de estudo possui
diversas dimensões e facetas que podem ser
estudadas e entendidas por diversas ciências e
que conceitos e princípios emanados de
diferentes ciências podem ser empregados no
estudo e compreensão de determinado
fenômeno por determinada ciência.
ABORDAGEM SISTÊMICA
8.3 – Aspectos: Para as ciências administrativas, o pensamento sistêmico é
muito importante pois as organizações envolvem vários aspectos:
• Transformações físicas necessárias à fabricação dos produtos e prestação
dos serviços;
• Comunicação entre os agentes e colaboradores para desenvolver, produzir e
entregar o produto ou serviço atendendo as expectativas e necessidades do
cliente;
• Envolvimento das pessoas para que elas se empenhem no processo
cooperativo;
• Desenvolvimento de competências, habilidades e conhecimentos, para que
as pessoas tenham condições de realizar o trabalho da maneira esperada;
Por esses interações, as organizações podem ser entendidas como sistemas
sociotécnicos abertos complexos. A ciência do século passado adotava a
mecânica clássica como modelo do pensamento científico. Isso equivale a
pensar nas coisas como mecanismos e sistemas fechados. A ciência de
nossos dias adota o organismo vivo como modelo, o que equivale a pensar
em sistemas abertos.
ABORDAGEM SISTÊMICA
8.5 Conclusão: as organizações são abordadas como
sistemas abertos, pois o seu comportamento é
probabilístico e não determinístico; as organizações
fazem parte de uma sociedade maior, constituídas de
partes menores; existe uma interdependência entre as
partes das organizações; a organização precisa alcançar
uma homeostase ou estado firme; as organizações
possuem fronteiras ou limites mais ou menos definidos;
tem objetivos; caracterizam-se pela morfogênese.
Verifica-se que essa abordagem trouxe uma ampliação
na visão dos problemas organizacionais em
contraposição a antiga abordagem do sistema fechado.
ABORDAGEM SISTÊMICA
Seu caráter integrativo e abstrato e a
possibilidade de compreensão dos efeitos
sinergéticos da organização, são realmente
surpreendentes. A visão do homem funcional
dentro das organizações é a decorrência
principal sobre a concepção da natureza
humana. Apesar do enorme impulso, a TS
ainda carece de melhor sistematização e
detalhamento, pois sua aplicação prática ainda
é incipiente.
ABORDAGEM CONTINGENCIAL
09 – Origem:
A Teoria contingencial nasceu a partir de uma série de pesquisas feitas para
verificar quais os modelos de estrutura organizacionais mais eficazes em
determinados tipos de indústrias. Essas pesquisas e estudos foram
contingentes na medida em que procuravam compreender e explicar o
modo pelo qual as empresas funcionavam em diferentes condições. Estas
condições variam de acordo com o ambiente ou contexto que as empresas
escolheram como seu domínio de operações. Por outras palavras, essas
condições são ditadas de acordo com o seu ambiente externo. Essas
contingências externas podem ser consideradas como oportunidades ou
como restrições que influenciam a estrutura e os processos internos das
organizações.
Pesquisas realizadas na década de 1960 sobre a relação entre modelos de
estruturas organizacionais e a eficácia em determinados tipos de indústria
surpreenderam, pois indicava que não havia uma forma melhor ou única, e
sim que a estrutura e o funcionamento das organizações dependiam da
ABORDAGEM CONTINGENCIAL
9.1 – Conceito: Teoria da contingência ou Teoria contingencial
Enfatiza que não há nada de absoluto nas organizações ou na teoria
administrativa. Tudo é relativo. Tudo depende. A abordagem
contingencial explica que existe uma relação funcional entre as
condições do ambiente e as técnicas administrativas apropriadas
para o alcance eficaz dos objetivos da organização. As variáveis
ambientais são variáveis independentes, enquanto as técnicas
administrativas são variáveis dependentes dentro de uma relação
funcional. Na realidade, não existe uma causalidade direta entre essas
variáveis independentes e dependentes, pois o ambiente não causa a
ocorrência de técnicas administrativas. Em vez de uma relação de
causa-efeito entre as variáveis do ambiente (independentes) e as
variáveis administrativas (dependentes), existe uma relação funcional
entre elas. Essa relação funcional é do tipo "se-então" e pode levar a
um alcance eficaz dos objetivos da organização.
ABORDAGEM CONTINGENCIAL
A relação funcional entre as variáveis independentes e
dependentes não implica que haja uma relação de
causa-efeito, pois a gestão é ativa e não passivamente
dependente na prática da gestão contingencial. O
reconhecimento, diagnóstico e adaptação à situação são
certamente importantes, porém, eles não são
suficientes. As relações funcionais entre as condições
ambientais e as práticas administrativas devem ser
constantemente identificadas e especificadas.
O excesso de relativismo aplicado à Teoria da contingência
é o ponto de maior crítica feita pelos seus não adeptos.
ABORDAGEM CONTINGENCIAL
9.2 – Ambiente:
Ambiente é meio em que a organização está inserida, com
reflexos nos processos, pessoas, diretrizes, planejamentos e
operações desta.
A análise do Ambiente foi iniciada pelos estruturalistas, pois estes
tinham, como parâmetro inicial, a análise de sistemas abertos.
Isso aumentou o estudo do meio ambiente como base de
verificação da eficácia das organizações.
A Teoria Contingencial possui ênfase no ambiente interno e
exterior da organização e como este influencia nas tarefas.
O ambiente geral é o genérico e comum que afeta direta ou
indiretamente toda e qualquer organização, é constituído de
um conjunto de condições semelhantes (tecnológicas, legais,
políticas, econômicas, demográficas, ecológicas ou culturais).
ABORDAGEM CONTINGENCIAL
9.3 Novas abordagens ao desenho organizacional:
a Teoria da Contingência preocupou-se com o
desenho das organizações em virtude da
influência da abordagem dos sistemas abertos. O
desenho organizacional retrata a configuração
estrutural da organização e implica o arranjo dos
órgãos dentro da estrutura no sentido de
aumentar a eficiência e eficácia organizacional. A
estrutura organizacional deve ser caracterizar
pela flexibilidade e adaptabilidade ao ambiente
ABORDAGEM CONTINGENCIAL
9.4 Conclusão: a partir da Teoria da Contingência, a
variável tecnologia passou a assumir um
importante papel na teoria administrativa. A Teria
da Contingência parte para novos modelos
organizacionais mais flexíveis e orgânicos, como a
estrutura matricial, a estrutura em redes e a
estrutura em equipes. Também enfatiza o modelo
do homem complexo e abordagens contingenciais
sobre motivação e liderança. Verifica-se que a
Teoria Contingencial é eclética e interativa, mas ao
mesmo tempo relativista e situacional.
GOVERNANÇA
01 – Conceito:
Governança é a competência do governo de
praticar as decisões tomadas ou, em outras
palavras, a capacidade de governo do Estado.
Envolve a disposição institucional pela qual a
autoridade é exercida, de modo a propiciar as
condições financeiras e administrativas
indispensáveis à execução dos arranjos que o
governo adota.
GOVERNANÇA
Nota: Governança pública é um conceito
mundial, com a proposta de um modelo de
colaboração entre nações e entre diversos
atores dentro de um Estado, com base na
melhoria da eficiência e da eficácia
administrativa, e no respeito aos valores de
uma sociedade democrática.
GOVERNANÇA
02 – Governança pública no Estado contemporâneo:
O conceito de governança é importado das empresas
privadas. Nessas organizações, a governança corporativa
(corporativa, porque típica do setor privado) veio como
resposta aos conflitos de interesses entre acionistas e
administradores em questões de sustentabilidade
financeira, desempenho patrimonial e gestão corporativa
transparente. Trata-se de um conjunto de princípios e
práticas para regulamentar a relação entre acionistas,
gestores e outros interessados com a finalidade de
aumentar o valor para a sociedade, facilitar o seu acesso
ao capital e aprimorar o desempenho da organização.
GOVERNANÇA
Dica: As origens da governança pública datam de
meados da década de 1990 do século XX, e
traduzem um consenso de que a eficácia e a
legitimidade da atuação pública se apoiam na
qualidade da interação entre os distintos níveis de
governo, e entre estes e as organizações
empresariais e da sociedade civil.
A governança pública vem como uma continuidade
do modelo de Administração Pública gerencial,
focada em eficácia.
GOVERNANÇA
Nota: Contudo, propõe-se uma nova forma de atingir
esses resultados: a interação entre os diversos atores
sociais, que devem se unir para enfrentar as ações
sociais segundo os preceitos da flexibilidade, da visão
estratégica, da transparência e da comunicação (PRATS I
CATALÀ, 2005). Nessa conjuntura, o governo tem a
função de gerenciar a rede de atores, que devem se
comunicar e dividir responsabilidades.
Nesse contexto, o conceito de boa governança foi muito
bem sintetizado por Canotilho (2006), como sendo “a
condução responsável dos assuntos do Estado”.
GOVERNANÇA
Importante: O Livro Branco da Governança Europeia aponta que
governança designa o conjunto de regras, processos e práticas que
dizem respeito à qualidade do exercício do poder em nível europeu,
essencialmente no que se refere a sua responsabilidade,
transparência, coerência, eficiência e eficácia. Canotilho enumera
como princípios condizentes com a boa governança:
transparência;
coerência entre as diversas políticas do Estado;
abertura, como uma busca de soluções através de formas clássicas e
novas (negociação e participação);
eficácia, como respostas às necessidades sociais;
democracia participativa, envolvendo cidadãos e associações
representativas.
GOVERNABILIDADE
01 – Conceito:
Governabilidade é um conceito ligado ao exercício
do poder e de legitimidade do Estado e de seu
governo (MATIAS-PEREIRA, 2009).
Tem relação com as “condições do ambiente
político em que se efetivam ou devem efetivar-se
as ações da administração, à base da legitimidade
dos governos, credibilidade e imagem públicas da
burocracia”(BENTO, 2003).
GOVERNABILIDADE
Nota : Dessa forma, a governabilidade é uma
referência às condições para que possa ser
exercida a autoridade política (Diniz, 1996, cita
como exemplos a forma de governo, as relações
entre os poderes e os sistemas partidários).
Em suma, governabilidade refere-se às condições
de legitimidade e sustentação política que um
governo tem para exercer o poder
GOVERNABILIDADE
Dicas - Outros conceitos importantes:
Governabilidade é o conjunto de condições necessárias
ao exercício do poder. Compreende a forma de
governo, as relações entre os poderes, o sistema
partidário e o equilíbrio entre as forças políticas de
oposição e situação. Diz respeito à capacidade política
de decidir. A Governabilidade expressa a possibilidade
em abstrato de realizar políticas públicas.
Governabilidade, assim, diz respeito às condições
estruturais e legais de um determinado governo para
promover as transformações necessárias
GOVERNANÇA E GOVERNABILIDADE
Diferenças:
Governabilidade, assim, diz respeito às condições
estruturais e legais de um determinado governo
para promover as transformações necessárias. Já a
Governança está relacionada à capacidade de
colocar em prática as condições da
Governabilidade. Governança é transformar o ato
governamental em ação pública,articulando as
ações do governo.
GOVERNANÇA E GOVERNABILIDADE
Dica:
A Governabilidade deriva, ainda, da legitimidade dada
pela sociedade ao Estado e a seu governo, enquanto a
Governança é a capacidade abrangente financeira e
administrativa de uma organização de praticar políticas.
Sem condições de Governabilidade é impossível uma
adequada Governança, embora esta possa ser deficiente
ainda que haja boas condições de Governabilidade. Por
outro lado, uma boa Governança pode aumentar a
legitimidade que um povo confere a seu governo,
aumentando, assim, a Governabilidade do país.
GOVERNANÇA E GOVERNABILIDADE