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FACULDADE BATISTA BRASILEIRA - COMO EDUCARE CONSULTORIA E


ACESSORIA PEDAGÓGICA
CURSO: PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM POLÍTICAS PÚBLICAS NA
EDUCAÇÃO BÁSICA
PROFESSORA: SANDRA RODRIGUES
DISCIPLINA: ADMINSTRAÇÃO PÚBLICA
TURMA: VÁRZEA DA ROÇA/BA

ALUNOS (AS): ELISÂNGELA LEAL OLIVEIRA


JANE CLEIDE SILVA SANTANA DE OLIVEIRA
MILTON ALMEIDA DE OLIVEIRA FILHO

VÁRZEA DA ROÇA – BAHIA, NOVEMBRO DE 2019.

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UM BREVE HISTÓRICO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NO


BRASIL -

O presente trabalho pretende demonstrar, através do artigo “Novos caminhos da


Administração Pública Brasileira” dos autores dos autores Luis Roque Klering, Melody
de Campos Soares Porsse e Luis Alberto Guadagnin a evolução da Administração
Pública no Estado Democrático de Direito. A administração pública se refere ao
aparelho estatal, ou seja, ao conjunto formado por um governo e seus agentes
administrativos, regulado por um ordenamento jurídico (BRESSER PEREIRA, 1995),
que consiste no conjunto das normas, leis e funções existentes para organizar a
administração do Estado em todas as suas instâncias e tem como principal objetivo o
interesse público, seguindo os princípios constitucionais da legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência (BRASIL, 2015, art. 37).
Partindo desse princípio, vale dizer que administrar é uma tarefa que exige empenho e
dedicação, seja na administração da casa ou da empresa, se torna uma tarefa mais
complexa ainda quando se trata de administração pública, no que se trata de colocar em
ordem Cidade, Estado e País, levando em consideração os avanços pelos quais o mundo
vem passando, havendo assim, a necessidade também de modificar os conceitos e a
forma de administrar.
A administração pública pode ser entendida como um conjunto de ações que visa
atender o cidadão em suas necessidades básicas (saúde, educação, segurança etc.) ou até
mesmos nas mais complexas. Ao longo da história no Brasil, notamos que a
administração pública passa por várias mudanças confundindo-se ao sistema de
governo, como podemos destacar o Patrimonialista, o Burocrático e o Gerencial.
Ao iniciar a discussão, os autores do artigo acima citado, elencam os pontos principais
identificáveis em cada modelo. O modelo patrimonialista, por exemplo, é caracterizado
como um modelo corrupto e nepotista onde o Estado era mera “extensão do poder do
soberano”, não se fazia distinção da coisa pública para a privada. Já o modelo
burocrático de Weber institui um poder racional-legal – o poder das normas. O modelo
traz, segundo os autores, ideias de profissionalização, carreira, hierarquia funcional,
impessoalidade e funcionalismo, porém necessitando de controles rígidos e abrindo
brechas para disfunções, como por exemplo, o distanciamento entre Estado e
necessidade do cidadão. A administração gerencial é identificada em 1967. O
movimento de descentralização funcional iniciado à época transferiu poderes e funções
para outros entes do Estado, como autarquias e fundações. A partir dali, uma série de
minirreformas se sucederam, todas sendo pouco efetivas no aperfeiçoamento da
administração pública brasileira.
Os autores discorrem também sobre a reforma do Estado implementada no Governo
FHC em 1995. Essa reforma passa pela mudança do papel do Estado que passou a ser o
de promotor e regulador do desenvolvimento econômico e social – com ênfase na
erradicação da pobreza e o alcance das metas internacionais de desenvolvimento. Com
isso, atividades e serviços foram concedidos à iniciativa privada e ao setor social (ou
Terceiro Setor), visando maior eficiência e qualidade nos serviços prestados, por meio

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de privatizações, quebras de monopólios, terceirizações e concessões. O governo Lula é


identificado pelos autores como um seguidor das reformas implantadas a partir de 1995,
com maior foco no planejamento e orientação de programas sociais. As reformas do
período FHC trouxeram heranças como maior autonomia (e responsabilidade, por
conseguinte) do gestor público, mecanismos de regulação da prestação de serviços,
descentralização administrativa e introdução de múltiplos atores no desenvolvimento de
politicas públicas. Por meio disso, o Estado é mais atuante na condução do
desenvolvimento.
Os autores identificam nos últimos anos novas tendências na administração pública
como a vertente social que prega maior participação popular no desenvolvimento de
politicas públicas e um gerenciamento mais participativo e dialógico onde o indivíduo e
os atores sociais atuem com mais força. Já o Estado em Rede transforma o Estado em
um coordenador e fiscalizador de serviços, com responsabilidades executadas de forma
descentralizada, incluindo parcerias com entes privadas e a sociedade civil. O enfoque
sistêmico prega a consideração das várias características, propriedades ou atributos
peculiares, como em um sistema, para o desenvolvimento de políticas públicas. As
soluções de um enfoque sistêmico devem obedecer a critérios como o ajuste contínuo e
o controle, por exemplo.
O Brasil, então, é identificado pelos autores em sua consideração final como um país
onde se configura um modelo sistêmico, mesclando os modelos patrimonialista,
burocrático e gerencial às novas tendências. O Estado Brasileiro é apontado como um
ente que busca novas soluções, medidas inovadoras e em parcerias com os outros entes
de direito publico e privado existentes.
O panorama apresentado no artigo pelos autores mostra uma evolução da administração
publica no país em busca do atendimento às necessidades da população. Como um país
de tradição patrimonialista, essa característica não foi erradicada da administração
pública, as pessoas ainda se valem de sua posição para obter assistências e vantagens
que não estão de acordo com o objetivo do Estado, que é construir uma sociedade justa
para todos. Para tanto a sociedade civil, como beneficiária, precisa atuar de forma mais
forte e significativa no controle social e na formulação das políticas públicas.
Assim, concluímos que a abordagem sistêmica, a despeito da crise politico-econômica
vivida nos dias de hoje, constitui-se como a melhor opção para o bem-estar do cidadão
brasileiro e toda forma de retrocesso à modelos burocráticos ou patrimonialistas deve
ser evitada. A abordagem sistêmica permite ao Estado voltar-se para assuntos de
interesse do cidadão sem deixar de ouvir os entes públicos e privados existentes. O
período democrático, nascido em 1988 com a Constituição Cidadã, foi uma vitória da
sociedade (mesmo que os direitos até hoje não estejam disponíveis, em sua plenitude, a
todo cidadão). É preciso agora que a sociedade atue mais no debate das políticas
públicas (tanto na formulação como no controle) e é preciso, também, um olhar mais
atento ao Legislativo, que tornou-se determinante na execução das políticas públicas e
um ator principal na relação dos três poderes - embora seja o Poder menos evidente aos
olhos do cidadão, é o que mais atua e interfere na vida do mesmo.

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Fonte: KLERING, Luis; PORSSE, Melody & GUADAGNIN, Luis; "Novos caminhos
da Administração Pública Brasileira". Porto Alegre; Análise, 2010.

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