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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA GERENCIAL

Administração Pública envolve tudo aquilo que faz parte do sistema público, uma
vez que ela é necessária em praticamente todos os pontos desse sistema, como, por
exemplo, os funcionários, o patrimônio público, as organizações, e também as funções de
organizar, administrar e estruturar esse sistema.
A gerência da Administração Pública ou Gestão Pública se trata de uma linha de
pensamento mais recente, indicando a utilização de novas práticas na administração do
setor público, sendo que algumas dessas práticas são importadas do setor privado e
outras reaproveitadas do modelo burocrático1, apesar de não serem utilizadas há algum
tempo.
A administração pública gerencial é aquela em que admitimos que o Estado
funcione como uma empresa, cujos serviços são destinados aos cidadãos e que possui
como principais características a eficiência nos serviços, na avaliação de desempenho e
no controle dos resultados.
Este modelo de administração pública surgiu com os avanços tecnológicos e da
necessidade do Estado em competir a níveis de igualdade econômica e social com outros
países2. A primeira tentativa de reforma da burocracia ocorreu em 1967, onde o decreto lei
200, considerado o primeiro momento da administração gerencial no Brasil, documentava
o esgotamento do modelo burocrático existente.

Características da Administração Pública gerencial


O Estado caracterizado por uma administração gerencial é aquele que possui como
finalidade principal o atendimento a dois tipos de exigências:
1. A revisão das formas de atuação do Estado e;
2. O atendimento às exigências da democracia contemporânea.

Verifica-se que a administração pública gerencial se traduz, principalmente, por


manter o foco em descentralizações políticas e administrativas, possuindo poucos níveis
hierárquicos, boa flexibilidade organizacional, controle dos resultados, confiança limitada e
uma administração voltada ao atendimento do cidadão buscando excelência no
atendimento.

1
Antigo modelo da administração pública.
2
Movimento ocorrido principalmente após o processo de globalização, que ocasionou uma nova organização
política e econômica mundial.
A administração gerencial busca adaptar as organizações públicas ao seu objetivo
primário que é a excelência nos resultados. Esse novo modelo também procura manter
uma boa identificação com seus usuários e desenvolve sua concorrência com
mecanismos de quase-mercado ou concorrência administrativa.
Apesar de pretender substituir a administração burocrática, a administração pública
gerencial conservou e flexibilizou alguns dos princípios do modelo anterior. Também
utilizou do Plano Diretor de Reforma do Estado, na tentativa de equipar o Estado de um
núcleo estratégico, que formule e controle a implementação de políticas públicas.
De acordo com o Plano Diretor, a administração gerencial é a solução para os
problemas da administração burocrática. A mudança entre os tipos de administração tinha
como objetivo efetuar a transição entre um modelo rígido e ineficiente para uma
administração flexível, e eficiente, voltada principalmente para o atendimento ao cidadão.

Desenvolvimento e Estratégias da Administração Pública Gerencial

A reforma do aparelho do Estado buscava a melhoria nas condições para que fosse
reconstruída a Administração Pública, tendo em vista os arquétipos da modernidade e
racionalidade que norteiam nosso cenário atual. Inicialmente ocorreu a substituição da
administração burocrática e, após sua conclusão, surgiu o desejo de modernizar o Estado,
visando aumentar sua competitividade ante a globalização econômica. Finalmente,
ocorreu a implementação completa do novo modelo, que se voltava ao controle dos
resultados e excelência no atendimento ao cidadão.
Em decorrência da implementação do formato de administração gerencial, cuja
ênfase se dá na qualidade e efetividade dos serviços públicos ofertados, é possível o
reconhecimento de algumas estratégias desse novo modelo, que são: ➢ Objetivos bem
definidos para o administrador público;
➢ Autonomia para o administrador na gestão dos recursos públicos e;
➢ Controle sobre os resultados.

É imperativo ressaltarmos que o fundamento básico do modelo gerencial é a


separação entre a política e a administração, portanto, também existe o fator de uma certa
desconsideração política nesse modelo.
Através do Plano Diretor uma série de medidas foram tomadas no âmbito do
Estado. A meta era a substituição da antiga administração formal ou burocrática, por uma
nova administração pública gerencial, cujo modelo de gestão pública se baseia em
conceitos modernos da administração e na eficiência descentralizada, para que assim
consiga alcançar o cidadão de forma eficaz.
Essa redefinição do papel do Estado não envolve mais a sua responsabilidade
direta pelo desenvolvimento econômico e social do País, mas sim pelo fortalecimento de
seu papel como promotor e regulador desse desenvolvimento.

Concluindo
Verifica-se que, apesar deo sistema burocrático possuir sua importância dentro da
administração pública, a flexibilização de alguns dos seus princípios foi e continua sendo
de fundamental importância para o desenvolvimento do novo modelo de administração
pública que vivemos.
Consegue-se perceber que através das reformulações do paradigma gerencial, o
Estado encontra-se em um novo nível competitivo social e econômico, permitindo maior
eficácia nos processos administrativos do governo em relação à população.
Consequentemente percebemos que a reforma do estado não envolve apenas os
aspectos políticos, econômicos e administrativos, mas também os conceitos de eficiência,
flexibilização, controle finalístico, contrato de gestão e cidadão-cliente.
Esses conceitos são muito importantes, se levarmos em consideração que a
Administração Pública Gerencial foi implementada com a finalidade de melhorar os
serviços públicos prestados à população, mas principalmente como forma de defesa do
patrimônio público e dos direitos públicos que possuímos.
A publicação do Decreto Lei 200 promoveu uma descentralização radical da
administração pública brasileira. Também através desse decreto ocorreu a transferência
das atividades de produção de bens e serviços para as autarquias, fundações, empresas
públicas e sociedades de economia mista, bem como a instituição da racionalidade
administrativa, do planejamento, do orçamento, da descentralização e do controle de
resultados como princípios.
Esse decreto se norteou pelo fortalecimento da ação central de planejamento,
coordenação e controle, como também pelo fortalecimento e expansão do sistema de
mérito e diretrizes em relação ao plano de classificação de cargos.

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