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Este modelo nasce na segunda metade do século XIX, com o objetivo de combater o
nepotismo e a corrupção gerados pelo modelo patrimonial. Orientava-se pelos princípios de
desenvolvimento; profissionalização; careira pública; impessoalidade; formalismo,
sustentados pela lei. Este modelo tornou-se inadequado aos interesses do povo porque as
regras sobrepunham-se aos interesses da sociedade. Era mais adequado ao Estado pequeno,
como era o Estado Liberal.
Quando o Estado se torna democrático, surgiram pressões por parte da sociedade, que
pedia uma prestação adequada de serviços. Com o aumento das funções do Estado, este
tornou-se incapaz de as satisfazer, daí que o Estado entra em crise. Foi disto que surgiu a
reforma da gestão pública, que transformou o Estado burocrático em Estado gerencial.
Bresser Pereira, Luiz (2003). “Gestão do Sector Público: estratégia e estrutura para um
novo Estado”. In Bresser Pereira, Luiz C. & SPINK, Peter (Eds.) (2003). Reforma gerencial do
Estado e administração pública gerencial. Rio de Janeiro, Editora Fundação Getúlio Vargas. 5ª
Edição. Pp. 21-38.
O que provavelmente levou os Estados a se interessarem pela reforma nos anos 90 foi
a perceção de que não bastava apenas o ajuste institucional para se retomar o
desenvolvimento. E embora as mudanças introduzidas nos anos 80 tivessem tido resultado
positivo, não e retornou ao crescimento. A premissa neoliberal por detrás das reformas ser
irrealistas pelas seguintes razões: o Estado mínimo não teve legitimidade política em nenhum
país; e provou-se que as falhas do Estado não eram necessariamente piores que as do
mercado.
Uma vez que foi o estado quem causou a crise dos anos 80, tornou-se necessário
reconstruí-lo, e não reduzir as suas funções, como propunham os neoliberais. As reformas
iniciadas nos anos 80 ganharam atenção nos anos 90 porque os cidadãos foram se dando
conta de que a administração burocrática não às demandas que estes que estes apresentavam
ao capitalismo.
Surgiu na segunda metade do século XX, como modo de enfrentar a crise fiscal, como
estratégia para reduzir o custo e tornar a administração dos serviços públicos mais eficiente, e
como instrumento de proteção do património público da corrupção. Caracterizou-se pelas
suas orientação pelo cidadão e aos resultados; e pressupõe confiança nos servidores e nos
políticos em grau limitado; descentralização e incentivo à criatividade; e uso de contrato de
gestão como instrumento de controlo dos gestores públicos. Esta administração orienta-se
para os resultados; defende o combate ao nepotismo e à corrupção por meio não rígidos;
combate a privatização por meio da descentralização, da delegação de autoridade e
responsabilização do gestor público, etc.
Nestes quatro sectores há medidas que se podem tomar quanto às reformas; seja
quanto à AP, o tipo de propriedade e o tipo de instituição. O modelo de administração
adotado é o gerencial. Quanto ao tipo de propriedade, o núcleo estratégico e as atividades
exclusivas do estado, a propriedade será estatal. Enquanto na produção de bens e serviços, há
consenso de que esta deve ser privada. Mas em relação aos serviços não exclusivos, a
definição do regime de prioridade é mais complexo: se estes devem ser financiados pelo
estado, seja porque envolvem direito humanos, seja porque implicam externalidades
aferíveis, não há razão para serem privados. Mas porque não implicam o exercício do poder
do estado, não há razão para que sejam controlados por ele.
Existem duas principais instituições usadas para implementar essa reforma: para as
atividades exclusivas, deve-se criar uma agência autónoma; e para as atividades não-
exclusivas, deve-se convertê-las em organizações sociais.