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Quanto à hierarquia, as instituições podem ser de nível micro, quando têm variáveis
que influenciam comportamentos individuais de atores em relação aos resultados de
processos organizacionais; de nível meso, quando sua configuração depende do seu ajuste ou
do seu papel de articulação entre os níveis macro e micro; e de nível macro, quando suas
variáveis se caracterizam por possuírem âmbitos de influência geral em dado contexto.
Esta variante funda-se no individualismo, sob o qual os atores são vistos como
calculistas e sempre capazes de reduzir as instituições de maneira as tornarem mutáveis de
acordo com seus interesses instrumentais no processo de conceção e implementação de
políticas públicas. Um dos pontos nucleares do institucionalismo da escolha racional é a
premissa de que as preferências só podem ser entendidas no contexto dos incentivos
institucionalmente gerados e das opções institucionalmente disponíveis que estruturam a
escolha.
As instituições deixam de ser tomadas como exógenas. As regras do jogo seriam,
pois, determinadas pelos próprios jogadores. As regras representam, assim, simplesmente os
modos como os jogadores pretendem jogar. A ideia nuclear da escolha racional é que os
indivíduos entram no processo político com preferências e recursos, e que cada indivíduo
utiliza os recursos pessoais com fins de perseguir ganhos individuais mensurados em termos
de suas próprias preferências. Para levar a cabo suas preferências, os indivíduos se
comportam de maneira totalmente instrumental e estratégica. As instituições são criadas (e
sobrevivem), porque asseguram os ganhos desejados a partir de um sistema de cooperação
sob o qual agem racionalmente designers de políticas e participantes com recursos que
permitem sua operacionalização.
O construtivismo social tem como foco os fatos sociais, cuja existência tem
fundamento na crença de que todos os atores envolvidos nas relações que os produzem
aceitam a sua existência. Quando comparado com o institucionalismo sociológico e da
escolha racional, o institucionalismo construtivista representa considerável avanço em termos
de capacidade de levar em consideração aspectos endógenos típicos de complexas evoluções,
adaptações e inovações institucionais.
1.5.2 As instituições não devem ser deixadas fora de análises de políticas pelos motivos
que seguem
Nos primeiros dois graus de dependência de trajetória não é possível fazer mudança,
uma vez que a informação é imperfeita e as alternativas são limitadas. Mas no terceiro grau,
há sempre espaço para ajustes na trajetória adotada.