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Partindo para uma análise crítica desses modelos, é possível verificar que todos
ainda estão presente no estado brasileiro e que a peculiaridade de cada um deles fez-
se importante de algum modo para o que a administração pública necessitava. Assim,
a primeira reforma administrativa brasileira foi importante por ter dado início a uma
maior profissionalização de seu quadro de administradores e gestores, por exemplo.
Por outro lado, a segunda reforma trouxe o modelo gerencial, que foi fundamental para
concretizar o princípio da eficácia, ao descentralizar a burocracia, levando a prestação
de serviços públicos de maior qualidade.
Apesar do modelo gerencial ser recente, já existem desaprovações a ele. Os
serviços prestados pela administração pública realmente tornaram-se mais eficientes e
de mais qualidade, entretanto se isso for comparado ao que se via anteriormente à
reforma. Hoje, a sociedade continua elevando sua complexidade e as demandas por
maior rapidez e maior qualidade continuam presentes. Nesse norte, faz-se necessário
construir mudanças ao modelo que vigora, sem que isso necessariamente
desconsidere os modelos anteriores.
O que se vem propondo é um aumento da participação popular e uma atuação
mais flexível e dinâmica da administração. A introdução dos atores sociais na agenda
política é importante, por exemplo, no controle das entidades que atuam em prol dos
interesses públicos. Desse modo, a população, como eleitor, trabalhador, consumidor,
cidadão, aparece participando do processo decisório das políticas públicas, podendo
exercer controle social sobre as ações do Estado. Esse controle social é inclusive
importante para o combate à corrupção, ainda presente. Esses pontos são o que o que
propõe o modelo societal.
Para que isso seja possível, é essencial que o Estado crie canais de diálogo
com o cidadão, em que se possa discutir questão de interesse público. A tecnologia é
um instrumento que deve ser colocado em uso para facilitar esse processo de troca e
melhor viabilização dessa proposta de participação popular na construção de políticas
públicas. Outra maneira de aproximar a sociedade civil e o aparelho estatal é
redistribuindo o poder e suas competências a esferas subnacionais, aumentando a
autonomia, uma vez que facilita o contato do cidadão com o poder público.
Um quinto e último modelo é o da governança, “modelo horizontal de relação
entre atores públicos e privados no processo de elaboração de políticas públicas”
(Kooiman,1993; Richards e Smith, 2002). Assim, busca-se diminuir as hierarquias,
fazendo com que o Estado outros atores possam influenciar as decisões das políticas
públicas. Um dos fatores que levou ao surgimento dessa modalidade foi o
reaparecimento dos ideais neoliberais, em que se leva a um esvaziamento do Estado.
Desse modo, há um reconhecimento de que o Estado deixa a desejar no cumprimento
de suas tarefas e, por causa disso, outras corporações aparecem de modo a cooperar,
como organizações não governamentais, FMI, Banco Mundial, governos locais. Assim,
um governo pode contar com sua organização hierárquica, com o setor privado e com
a sociedade civil, configurando multiplicidade de colaboradores nas políticas públicas.
A respeito de parcela da caracterização desse modelo, traz Leonardo Secchi:
Pierre e Peters (2000) delineiam os elementos inexoráveis da GP: estruturas e
interações. As estruturas podem funcionar por meio de mecanismos de
hierarquia (governo), mecanismos autorregulados (mercado) e mecanismos
horizontais de cooperação (comunidade, sociedade, redes). As interações dos
três tipos de estrutura são fluidas, com pouca ou nenhuma distinção clara entre
elas. (Leonardo Secchi, 2009, p. 13).
Referência bibliográficas
http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,os-modelos-de-administracao-publica-
patrimonialista-burocratica-e-gerencial,43523.html
http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=14742
www.admpg.com.br/2015/down.php?
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http://www.bresserpereira.org.br/papers/1996/95.admpublicaburocraticaagerencial.pdf
http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/face/article/viewFile/8231/5903
http://www.fgv.br/rae/artigos/revista-rae-vol-45-num-1-ano-2005-nid-45058/
http://www.scielo.br/pdf/rap/v43n2/v43n2a04.pdf