sociedade. 16ª. ed. Petrópolis: Vozes, 2009. Capítulo 1 – O porquê da ética
O presente livro de conteúdo supra importância, é um dos que particularmente
tive uma maior afeição, isso por que a obra traz em seu primeiro capítulo uma pergunta essencial para um início do estudo da ética sendo ela “O porquê da ética”, e ao decorrer relaciona a ética com os mais variados temas, o que acontece no dia-a-dia, pois a ética não é insociável, e sim está presente na sociedade se associando com os múltiplos assuntos. Sendo assim, nota-se que a sociedade desde seus primórdios vive em constante questionamento sobre o que deve ou não fazer em diversos aspectos. Porém, as respostas para esse tipo de questionamento costumam ser mecânicas, já que os indivíduos não param para refletir e apenas seguem o parâmetro ditado por seu grupo social, comunidade e sociedade. Essas respostas costumam ser baseadas nos valores morais. Para os autores, a Ética é uma análise, reflexão, que visa legitimar ou criticar princípios e fundamentos que regem a moral. O grande desafio do homem é construir sua própria imagem, seu próprio pensamento, seu próprio ser. “[...] somos responsáveis não somente pelas intenções das nossas ações, mas também pelas suas consequências” (SUNG; SILVA, 2009, p. 17). O indivíduo deve sempre analisar suas ações levando em conta as consequências, pois mesmo que a ação seja feita pensando no bem, ela pode ter resultados negativos. A sociedade cria as normas morais e os valores visando a harmonia em coletividade, a boa convivência entre as pessoas. Mesmo que haja divergência nos diversos pensamentos, deve haver um consenso para que essa divergência não se torne um conflito.
Capítulo 2 – Ética e construção da realidade
“O mundo humano é um mundo aberto, isto é, um mundo que deve ser modelado pela própria atividade humana” (SUNG; SILVA, 2009, p.26). A cultura é um dos principais fatores construídos no mundo humano. Cada sociedade possui uma cultura, que passa a ser a identidade daquele povo. A cultura é a identidade de um povo, é fruto de criação do coletivo; há culturas que são criadas a partir de uma mesma contribuição de todos os membros do grupo, e há culturas que são criadas a partir do pensamento de uma minoria dominante. A tradição advém de uma cultura exteriorizada que passa de geração em geração. Quando um indivíduo tende a contrariar uma cultura imposta à sociedade, ele passa a ser tratado como diferente. Existem dois grandes modos de legitimar o modo de viver em sociedade: a sociedade tradicional e a sociedade moderna. A sociedade tradicional baseava-se em honra, família, tradição, que eram seus principais valores; esses valores podiam ser legitimados por religião ou filosofia. Já a sociedade moderna, os principais valores eram depositados na consciência, razão e ciência, onde o homem é o protagonista; tudo era feito em busca do progresso.
Capítulo 3 – Critério ético e posturas morais
Existem duas vertentes que influenciam diretamente no comportamento moral: a moral essencialista e a moral individualista. A moral essencialista baseia-se em um conjunto de normas estabelecidas que servem como base para o comportamento humano. A moral individualista influencia o indivíduo a pensar em si próprio e a buscar só o que lhe interessa; é característica do capitalismo. Além dessas duas vertentes, os autores indicam uma terceira: a ética da responsabilidade. Essa terceira vertente se caracteriza como a que “[...] determina consensualmente os padrões de conduta que devem ser seguidos pelos indivíduos desse grupo” (SUNG; SILVA, 2009, p. 50). Essa vertente se diferencia das outras por avaliar os efeitos que podem causar as ações, não se baseando apenas em princípios e valores.
Capítulo 4 – Ética e economia
O homem da sociedade moderna é conhecido por “viver para trabalhar”, quando deveria ser o contrário. Com essa busca incessável por acúmulo de riquezas o homem desafia a natureza, já que os meios para arrecadar lucros são finitos. “As mercadorias não são destinadas à satisfação das necessidades e desejos da população, mas sim dos consumidores” (SUNG; SILVA, 2009, p. 59). Nesse mundo de mercado capitalista, o mais forte sobrepõe-se ao mais fraco a todo custo. Atualmente a discussão sobre a ética nas empresas resume-se em otimizar os lucros. Porém, o debate sobre a ética deve ir muito além da superficialidade de só visar o lucro, deve ter cunho social, pensando no bem comum. Capítulo 5 – Ética e política “Com a passagem da sociedade tradicional para a sociedade moderna há uma ruptura entre moral e política” (SUNG; SILVA, 2009, p. 72). Com a modernidade, a racionalização passou a ser muito mais valorizada que os valores. No Estado moderno a ética política se sobressai à ética moral. Uma das características mais marcantes da política moderna é que ela não se baseia em valores, mas por critérios objetivos, racionais. No decorrer da história muitas foram as tentativas de democratização do Estado. Essas tentativas deram origem a revoluções como as socialistas. “A suposta ‘neutralidade’ do Estado serve na verdade para mascarar este processo de privatização da esfera pública” (SUNG; SILVA, 2009, p. 78). Os escândalos de corrupção e a falta de aparato ao social, fazem com que os cidadãos desacreditem no Estado, tornando a sociedade cada vez menos interessada em participar da vida política. A Ética na esfera política tem como função fazer com que as instituições públicas funcionem como deveriam. O Estado deve priorizar seu principal objetivo: atender à coletividade, e não apenas um determinado grupo.
Capítulo 6 – Ética e ecologia
Com o progresso da humanidade vieram também as consequências. Para que o mundo evoluísse, o ambiente natural sofre u muito, diante disso busca-se soluções para diminuir a poluição do planeta. A ética entra no âmbito da ecologia neste sentido, e entra em embate com a ética individualista do capitalismo. “A solução para a questão ecológica, portanto, exige uma ação global no sentido de reformular todo modelo de sociedade industrial” (SUNG; SILVA, 2009, p. 87).
Capítulo 7 – Ética e relações de gênero
A dominação masculina vem desde os primórdios, e influencia a linguagem, os hábitos e a cultura dos povos. O mundo contemporâneo vive uma desigualdade social baseada em gênero, na diferença entre os sexos. O patriarcalismo é a principal influência dessa desigualdade. Na idade antiga, as mulheres eram submetidas à opressão dos homens. Essas mulheres não tinham direito sequer a mandar no próprio corpo, pois este era propriedade do marido. Já na sociedade moderna, as mulheres com muito esforço e lutas desgastantes conquistaram direitos civis. Embora tenha acontecido um progresso, ainda hoje é perceptível as diferenças de tratamento entre homens e mulheres. A violência doméstica, por exemplo, acontece com muita frequência na atualidade, uma herança do machismo. Nota-se também que mulheres em cargos importantes são minoria. “O declínio do patriarcalismo que vemos na nossa civilização, apesar de sua persistência, é fruto das lutas das mulheres” (SUNG; SILVA, 2009, p. 103). Todas as melhorias em relação ao preconceito contra as mulheres são mérito delas. A Ética busca equilibrar esse conflito, de maneira a harmonizar a relação entre os sexos, buscando igualdade de direitos e deveres.
Capítulo 8 – Por uma ética de responsabilidade solidária
“[...] a ética precisa romper os limites do individualismo da sociedade moderna; ela deve ser uma ética da responsabilidade solidária” (SUNG; SILVA, 2009, p. 114). O coletivo deve se unir para buscar a igualdade e harmonia entre todos, buscando o bem comum, como relatado no livro a moral capitalista se opõe a uma ética da responsabilidade, isto por que o capitalismo toma atitudes sem levar em conta os efeitos para outrem, apenas visando benefício próprio, não obstante os problemas sociais aumentam, e a sociedade deve arcar com os resultados, levando a mesma a indignações até surgir as perguntas como “O que poso fazer para melhorar”, essa pergunta já é um bom começo pois mostra que o indivíduo ainda se preocupa com o coletivo, entretanto se faz necessário o uso de atitudes para que se possa romper com uma ética individualista e abrir os horizontes para a ética solidária que é uma ação coletiva em prol dos movimentos sociais em defesa dos mais necessitados. Por mais que muitos acreditem que seja pura utopia o autor enfatiza que é possível solucionar os problemas sociais, sob esse aspecto concordo totalmente com o autor, onde o que chamam de utopia o autor coloca como possível realidade de uma nova forma de organização social.