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Fichamento: PATEMAN, Carole. O contrato sexual. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1993. 347p.
Neste capítulo a autora dispões as ideias a respeito das diferentes formas pelas quais os
homens matem o contrato sexual no patriarcado moderno. O contrato de casamento deixou de
ser a única maneira pela qual os homens têm acesso ao corpo das mulheres. “A prostituição é
parte integrante do capitalismo. Não se colocam mais as esposas em um leilão público, mas
oshomens podem comprar o acesso sexual aos corpos das mulheres no mercado capitalista.”
(p. 279).
“Como prostitutas, as mulheres comercializam abertamente seus copos e, como
trabalhadoras – mas diferente da esposa-, recebem por isso.” (p. 281). Com uma citação de
Simone de Beauvoir, Pateman define a relação da mulher, da prostituição e da esposa:
“contratada pela vida toda por um homem; a prostituta tem vários clientes que pagam a ela
pelos seus serviços. Uma é protegida por um único homem contra todos os outros; a outra é
defendida por todos contra a tirania exclusiva de cada um”.
A discussão a respeito da prostituição está repleta de problemas. Enquanto os
contratualistas defendem o direito de se prostituir, de servir através do sexo, existe a crítica de
que eles ignoram o fato de que quem se prostitui é majoritariamente as mulheres, e de que
este seria então um problema relacionado à elas. Contudo, também há as feministas que são
contra a prostituição, e à elas é deferida a crítica de que estão presas a ideia de subordinação
sexual da mulher ao homem e de que a mulher não teria autonomia para escolher.
“Uma vez que a história do contrato sexual é contada, a prostituição pode ser encarada
como um problema referente aos homens. O problema da prostituição torna-se então
envolvido na questão de por que os homens reivindicam que os corpos das mulheres sejam
vendidos no mercado capitalista. A história do contrato sexual também dá a resposta; a
prostituição faz parte do exercício da lei do direito sexual masculino, uma das maneiras pelas
quais os homens têm acesso garantido aos corpos das mulheres.” (p. 285).
Pateman evolui a discussão para a questão do aluguel do corpo, e das gestações de
aluguel. Como é complexa a questão, e como envolve a paternidade. Como é cedo para tirar
conclusões a respeito e de onde esta questão irá chegar.
A conclusão do capítulo é de que existem argumentos favoráveis e contra a
prostituição mas os pontos chaves a serem levantado são os motivos pelos quais a mulher é
levada a se prostituir e por que os homens defendem veemente o direito da mulher ganhar
dinheiro através do aluguel de seu corpo. Quais questões estão relacionadas à esse direito,
como a subordinação da mulher e o poder sexual do homem sobre o corpo feminino.