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DO CONTRATO SOCIAL
SÃO PAULO
2021
1. O LIVRO
1.1. LIVRO 1
Capítulo I - Assunto deste primeiro livro
Rousseau inicia a primeira parte do Livro 1 dizendo que “o homem nasceu livre, e em
toda parte se encontra sob ferros”. Ao apontar isso, subentende-se que há uma relação
de subordinação entre o ser e a sociedade, já que a última impõe constantemente
regras que devem ser seguidas.
A ordem social é um direito sagrado, não tendo origem na natureza. Dessa forma, é
fundado em convenções.
Capítulo IV – Da escravidão:
Rousseau afirma que nenhum homem se dá de graça: ele se vende.
Para que um governo arbitrário fosse legítimo, caberia a cada geração admitir ou
rejeitá-lo. Porém, dito isso, ele não seria mais arbitrário.
“Renunciar à própria liberdade é o mesmo que renunciar à qualidade de homem, ...
Não há nenhuma compensação possível para quem quer que renuncie tudo”.
O autor diz que ao ter um escravo, seu dono possui tudo que lhe pertence. Assim
sendo, o ser escravizado não tem posse de absolutamente nada, nem mesmo de seu
direito.
Afirma que os homens, em seu estado de natureza, não experienciam o estado de paz
nem o de guerra, não possuindo inimigos. A guerra, de acordo com o autor, é
proveniente da relação entre coisas, não podendo surgir das relações pessoais.
O direito de escravizar é algo paradoxal, já que são opostos. Assim, anulam-se.
Capítulo VI – Da lei:
O corpo político só existe devido ao pacto social.
“Toda justiça provém de Deus, da qual é ele a única fonte; se soubéssemos, porém,
recebê-la de tão alto, prescindiríamos tanto de governo quanto de leis.”
Para conduzir a justiça ao seu objetivo e associar os direitos aos deveres, são
necessárias leis e convenções.
Chama-se de lei o ato em que a matéria estatuída é geral como a vontade que estatui.
O objetivo da lei é sempre geral: nunca considera um homem como indivíduo ou uma
ação particular. As leis são atos da vontade geral.
República é todo Estado regido por leis, independentemente da forma administrativa
que possuir, já que somente o interesse público governa. Todo governo legítimo é
republicano.
As leis são as condições da associação civil, sendo o povo o autor das leis as quais está
submetido.
Capítulo VII – Do legislador:
“Seriam necessários deuses para dar leis aos homens.”
Aquele que comanda os homens não deve comandar as leis, assim como aquele que
comanda as leis não deve comandar os homens. É necessária uma separação destes
poderes.
Só se pode ter certeza de que uma vontade particular se acha em conformidade com a
vontade geral após a ter submetido aos sufrágios livres do povo.
Capítulo IX – Continuação:
Dentro do corpo político, há um limite de força que não deve ser ultrapassado e do
qual frequentemente o Estado se distancia em função de seu crescimento.
Sempre que se avança, é preciso pagar mais caro, e sempre à custa do povo infeliz.
“Enfim, as medidas a serem tomadas para a manutenção da autoridade geral (...)
absorvem todos os cuidados públicos, nada mais restando para a felicidade do povo
exceto um pouco para o caso de necessidade; e é assim que um corpo demasiado
grande por sua constituição se debilita e perece esmagado sob seu próprio peso.”
O Estado deve outorgar a si mesmo certa base para ter solidez, para resistir aos abalos.
Capítulo X – Continuação:
As condições para a formação de um povo são incapazes de se suprirem, sendo inúteis
sem umas as outras.
O povo que está apto a receber a legislação é aquele que não possui nem costumes
nem superstições; aquele que é capaz de resistir; aquele que não é nem rico nem pobre
e que se basta a si mesmo; aquele que reúne a consistência de um povo antigo com a
docilidade de um povo jovem.
Capítulo XI – Dos diversos sistemas de legislação:
O fim de todo sistema legislativo é a liberdade e a igualdade, a última porque a
primeira não sobrevive sem ela.
Rousseau diz “(...) que nenhum cidadão seja tão opulento a ponto de poder comprar
outro e nenhum tão pobre a ponto de se achar forçado a se vender”, e completa
afirmando que dizem que essa igualdade é, na prática, inatingível. E é precisamente
porque a força das coisas sempre tende a destruir a igualdade que a força da legislação
deve tentar preservá-la.
Capítulo IV – Da democracia:
“Um povo que jamais abusasse do governo, tampouco abusaria da independência; um
povo que governasse sempre bem, não teria necessidade de ser governado.”
O autor crê que, se seguirmos o termo literal, jamais existiu democracia verdadeira e
jamais existirá, pois é contra a ordem natural a maioria governar e a minoria ser
governada.
“(...) não há governo tão sujeito às guerras civis e às agitações intestinas quanto o
democrático ou popular porque não há outro que tenda tão intensa e continuamente a
mudar de feição e que exija mais vigilância e coragem para ser conservado na sua
forma original.”
Capítulo V – Da aristocracia:
Há três tipos: natural, eletiva e hereditária, sendo o segundo a aristocracia
propriamente dita.
A aristocracia eletiva permite a distinção dos dois poderes e a vantagem da escolha de
seus membros.
“(...) constitui a ordem melhor e mais natural que os mais sábios governem a multidão
quando se está seguro de que a governarão visando ao seu proveito e não ao deles.”
Requer uma moderação entre os ricos e o contentamento entre os pobres.
Capítulo VI – Da monarquia:
Monarca: homem real que tem o poder reunido em suas mãos, sendo o único que tem
o direito de dispor dele.
Um indivíduo representa um ser coletivo.
Rousseau acredita que a monarquia só convém aos grandes Estados.
Capítulo VIII – Que toda forma de governo não é apropriada a todo país:
Não é todo país que consegue alcançar a liberdade.
Quanto mais aumenta a distância entre o povo e o governo, mais os tributos se tornam
onerosos: na democracia, o povo é menos sobrecarregado; na aristocracia, ele o é
mais; e na monarquia arca com o maior ônus.
A monarquia convém às nações opulentas, a aristocracia aos Estados de riqueza e
tamanho medianos, e a democracia aos Estados pequenos e pobres.
Crê que o clima tem influência sobre o homem: “Quanto mais se aproximam do
equador, mais vivemos povos de pouco.”
A força do povo só atua se concentrada.
2. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
- ROUSSEAU, Jean-Jacques. Do contrato social. 1ª edição. São Paulo (SP): Edipro, 2018.